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pelo material:
Ana Lúcia Hennemann
e Márcia Mota
Tradução
Janaína Senna
Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela EDIOURO
DUETTO EDITORIAL LTDA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra
pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em
qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do
detentor do copirraite.
Autora e
Patricia Intriago
ilustradora:
Categoria: Pré-escola
Especificação
Leitura do professor
de uso:
SUMÁRIO
Carta ao professor 7
1. Apresentação da obra 8
Atividades pré-leitura 12
Durante a leitura 13
Atividades pós-leitura 17
5. Bibliografia comentada 29
6. Referências bibliográficas 31
É com prazer que a Duetto apresenta este Material Digital do Professor para a obra
Ponto. Trata-se de uma proposta que visa contribuir para a formação de leitores autô-
MANUAL DO PROFESSOR
nomos, críticos e apaixonados pela leitura, contando com a sua mediação e a da escola.
Acreditamos que ler é uma prática que se aprende e se ensina, dado que não é um
ato natural como a fala, por exemplo. Um leitor não nasce pronto, precisa ser forma-
do. A aprendizagem da leitura envolve a aquisição de uma série de competências e
habilidades que deve ser trabalhada na escola por meio de estratégias e projetos que
possibilitem a compreensão da leitura pelas crianças e pelos jovens como uma prática
social, uma ferramenta que lhes possibilitará não só a comunicação com aqueles com
quem se relacionam, mas a compreensão de si próprios e do mundo em que vivem.
Este Material é um convite à EDUCAÇÃO LITERÁRIA, aquela que, como define o
educador espanhol Carlos Lomas, “se orienta não só para o conhecimento das obras
e dos autores e autoras mais significativos do cânone literário, mas, também e sobretu-
do, para a aquisição de hábitos de leitura e de capacidades de análise dos textos, para
o fomento da experiência literária em torno de diferentes tipos de texto e, inclusive,
para o estímulo da escrita criativa de intenção literária” (Lomas e Sousa, 2006).
Entendemos que a educação literária é algo que começa na mais tenra idade,
em casa e em família, e se estende por toda a vida do indivíduo, inclusive a vida
escolar, pois acreditamos que aprender a ler é muito mais do que aprender a deci-
frar palavras. Nessa perspectiva, este Material será sempre uma entre as inúmeras
possibilidades de trabalho para a construção de um leitor autônomo.
Sendo assim, convidamos você, caro educador, a tomar o livro Ponto como um
ponto de partida para sua programação do ensino da leitura em sua escola. Dis-
ponibilizamos sugestões de interação entre o professor, o pequeno estudante e
a obra, referendadas por uma bibliografia consistente, a fim de oferecer aos seus
alunos razões e opções para ler, multiplicando e diversificando situações de leitura
que, sabemos, são infinitas. Quanto mais ricas e variadas elas forem, mais chances
as crianças e os jovens terão de aprender por meio dos textos que leem.
Apostamos no papel fundamental do professor e da escola como mediadores de
leitura e entendemos que também é nossa função, como editores, fortalecer e estimu-
lar as relações estabelecidas entre o livro e o leitor, porque acreditamos na condição
formativa da literatura, não só no contexto didático-pedagógico, mas como possibili-
dade de desenvolvimento da imaginação e da criatividade do ser humano.
Esperamos que este Material se constitua numa ferramenta de acesso à língua escri-
ta e compreensão leitora, elementos essenciais tanto para a apropriação de todas as
matérias do currículo escolar como para a construção de cidadãos atuantes na socie-
dade em que vivemos.
Editora Duetto
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1. APRESENTAÇÃO DA OBRA
MANUAL DO PROFESSOR
Ou você nunca ficou envergonhado?
Nas páginas finais, os pontos brancos discretos exercem a função de primming
ao destacar a imensidão da noite e sinalizar o final do ciclo com um ponto final. O
design gráfico desta obra revela situações surpreendentes que despertam no leitor a
imaginação, um desejo de se aventurar e muitas coisas a partir de pontos para criar.
Ponto é um livro ousado que desafia o leitor a pensar “fora do ponto”. Suas escritas
curtas, repletas de rimas e situações antônimas, propiciam a aprendizagem e o gosto
pela leitura, pois a partir de um ponto podemos criar imagens de pessoas, objetos e/
ou palavras.
Qual leitor que não ficará encantado em perceber que numa inteligente narrati-
va há múltiplas interações? Esta obra é ponto de partida para que nossas crianças
ampliem o gosto pela leitura literária, que se sintam maravilhadas com tantas pos-
sibilidades que um humilde ponto pode lhes proporcionar.
Patrícia Intriago é escritora e ilustradora, diretora da Intriago Design, e uma
designer gráfica muito premiada. Pontos traz muito de sua experiência na área
de design, contudo a arte de ser mãe contribuiu para que esta obra tivesse uma
magnitude imensurável. Atualmente a profissional mora em Tenafly, New Jersey,
junto ao marido, o guitarrista de jazz Pete McCann, e seus dois filhos.
A tradução desta obra ficou ao encargo da escritora e editora
Janaina Senna, profissional com grande experiên-
cia e tradutora de várias obras literárias.
A Educação Infantil é caracterizada
por uma fase em que a crian-
ça realiza muitas expe-
rimentações,
levanta
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hipóteses, vivencia múltiplas aprendizagens que podem ocorrer de modo espontâ-
neo. No entanto, visando melhor qualidade na oferta de estímulos enriquecedores
à aprendizagem, é de suma importância que o educador também oferte práticas
pedagógicas intencionais, tais como a interação com a literatura (Brasil, 2018).
O entendimento das relações pessoais e sociais, que oportunizam a construção
de percepções que temos de nós mesmos e das relações com os demais, está con-
PONTO
MANUAL DO PROFESSOR
apropriação da leitura é de suma importância que alguém exerça esta prática e
mostre o quanto ler é um exercício não somente de prazer, mas de persistência,
de empenho, de novos recomeços. Na escola, a figura do professor leitor será um
modelo para o aluno.
Essas interações contemplam o campo de experiências “Escuta, fala, pensamen-
to e imaginação” da BNCC, por meio do objetivo de aprendizagem e desenvolvi-
mento, a criança precisará demonstrar interesse ao ouvir histórias lidas ou conta-
das e para isso irá observar ilustrações, movimentos de leitura do adulto-leitor que
englobam o modo de segurar o portador e o ato de virar as páginas, além de ir
construindo as habilidades de atenção e a direção da leitura (de cima para baixo,
da esquerda para a direita).
A leitura literária na Educação Infantil é uma forma lúdica de trabalhar as com-
petências previstas para esta modalidade de ensino pautada no conviver, brincar,
participar, explorar, expressar e conhecer-se. Trata-se de uma forma de a criança
vislumbrar novas percepções de contextos diferenciados, fazer suas primeiras inte-
rações com o mundo letrado e alçar novos voos.
Outro tópico importante que a leitura literária proporciona às crianças é a com-
preensão leitora, principalmente quando elas exercem a função de recontar a his-
tória. Os ganhos cognitivos dessa simples tarefa são imensuráveis, pois englobam
estratégias de planejamento mental, sequência temporal, memória operacional,
linguagem oral, ampliação do vocabulário semântico. Portanto, a leitura literária na
Educação Infantil é muito mais que ampliar horizontes, pois desenvolve estruturas
cognitivas que serão a base do processo de alfabetização, corroborando com o
que prediz a Política Nacional de Alfabetização (PNA) ao enfatizar que a aprendi-
zagem da leitura e da escrita depende, em grande parte, da bagagem linguística
recebida pela criança antes de ingressar no Ensino Fundamental, nas práticas rea-
lizadas em casa ou em outros ambientes.
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2. PROPOSTAS DE ABORDAGEM EM SALA DE AULA
A leitura é um ato de ressignificação daquilo que antes nem se havia pensado para
um fato a ser explorado. Portanto, cada obra lida proporciona múltiplas experiências a
serem vivenciadas, e assim o professor poderá estimular inúmeras habilidades e ob-
jetivos de aprendizagem. Nesse sentido, trazemos alguns objetivos e estratégias
PONTO
de aprendizagem que podem ser utilizadas como recursos alternativos para maior
intensificação da relação “leitura literária x leitor/aluno”.
ATIVIDADES PRÉ-LEITURA
Preparar os alunos para a leitura é tão importante quanto o ato de ler, por isso, que
tal criar uma trilha de pontos (vermelhos, verdes, amarelos, pretos, brancos, peque-
nos, grandes, etc.) que leva a uma “caixa de tesouro” com um livro de história dentro?
“Atenção alunos, olhem o que temos aqui! O que será que há dentro desta caixa?
Quem será que trouxe ela para cá? Será que ela é pesada? Vamos ver o que há aqui
dentro?”
“Como é o nome desse objeto? Para que ele serve? Vamos olhar a capa dele, o que
aparece? Sobre o que ele irá falar?”
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DURANTE A LEITURA
MANUAL DO PROFESSOR
pontos que representam a narrativa de cada página.
COMPREENSÃO DO TEXTO
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Por meio desse material, o professor irá ensinando a criança que podemos fazer
perguntas a nós mesmos para entender mais a história, sendo que toda essa ati-
vidade precisa ser realizada em etapas. Primeiramente, durante um bom tempo,
a criança retira a ficha e o professor faz a leitura da mesma e orienta a como res-
MANUAL DO PROFESSOR
pondê-la. Com o uso dessa estratégia em vários momentos da leitura, a criança
consegue elaborar suas próprias perguntas, por exemplo:
Se a criança retirar a ficha do “quem”, o professor poderá dizer: Olhe só, o co-
lega pegou a ficha que está escrito a palavra “quem?”, trata-se de uma pergunta
que fazemos para entender quem fez alguma coisa ou quem fez parte da história.
Por exemplo:
A estratégia de ensinar a criança a fazer perguntas relativas ao texto fará com que
ela amplie seu vocabulário, aguce sua curiosidade e sistematize essa prática para ou-
tros contextos de sua vivência, tornando-as mais observadoras e fornecendo-lhes di-
ferentes ferramentas para compreensão textual. A compreensão leitora requer a capa-
cidade de inferências, de entender aquilo que não aparece diretamente no texto. As
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estratégias de compreensão leitora precisam ser ensinadas desde cedo, auxiliando o
aluno a direcionar sua atenção para aspectos relevantes do texto para que compreen-
da que cada obra retrata personagens, elementos e cenários diferenciados.
A questão de organização mental da história engloba a aprendizagem de sequência
lógica e planejamento. Deste modo, o professor poderá montar um mural com dese-
nhos das diferentes etapas da história.
PONTO
MANUAL DO PROFESSOR
acima citadas.
Exemplo:
ATIVIDADES PÓS-LEITURA
ESTIMULAÇÃO DE DIFERENTES MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
Que tal recontar a história dos pontos usando materiais diversificados, em que
cada grupo de alunos receberá cenas diferentes e poderá criar sua técnica para
representá-las?
A seguir sugerimos uma lista de recursos que podem ser utilizados para represen-
tação: giz de cera; tinta guache; pincéis, carvão e caneta hidrocor. Pode ter também
círculos de diversos tamanhos e materiais (papelão, disco de bandeja de isopor,
E.V.A.), massa de modelar, bolas de meias reutilizadas.
Há a possibilidade de criar a história no laboratório de informática, com uso de
softwares de edição de imagem, ou então fazer um mobile do livro Ponto onde os
pontos podem ser feitos com isopor, bolas plásticas retiradas de desodorantes roll
on em desuso etc.
Outra alternativa é cada criança criar um ponto diferente dos que apareceram
na história ou fazer uma representação gráfica por meio de pontos. Também é
possível mostrar as obras do pintor Joan Miró, por exemplo, como as da série
Constelações, e fazer com que as crianças percebam que unindo a criatividade da
literatura de Intriago com a expressão artista de Miró podem fazer novas criações.
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Essas atividades retratam o seguinte campo de experiên-
cias e objetivo da aprendizagem e desenvolvimento da
BNCC:
Há alguns pontos que aparecem nessa obra literária que podem ser utilizados
para desenvolver estratégias pedagógicas de habilidades socioemo-
cionais. Para tal, as crianças ficarão sentadas em círculo e cada alu-
no irá jogar um dado que tem pontos representando emoções e/ou
situações sociais, tais como: feliz, tristonho, forte, fraco, ferido, cura-
do, envergonhado, calado e falante. O educador poderá escolher seis
destes pontos e colocá-los nas faces de um dado, os alunos se sentam
em círculo e cada um, na sua vez, jogará o dado. Se alguém jogar o
dado e por acaso cair na representação de feliz, deverá contar um
fato de felicidade que aconteceu consigo ou então pode mencionar
algo que o deixa feliz. Se cair na face ferido, deverá relatar algum fato
que tenha lhe ocorrido, uma situação que se machucou, que viu alguém ferido etc.
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• Escuta, fala, pensamento e imaginação:
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre
MANUAL DO PROFESSOR
suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita es-
pontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.
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Magnitude simbólica – é quando a criança precisa relacionar o numeral com a quan-
tidade. Para isso poderá ser feito o jogo do bingo, no qual cada criança pode ter
cartelas com diferentes quantidades de pontos e o professor mostrará a ficha do nu-
meral. Quem tiver a quantidade correspondente marcará na sua cartela.
PONTO
ESTIMULAÇÃO MOTORA
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Jogo de amarelinha com pontos, indicando as quantidades ao invés do numeral:
MANUAL DO PROFESSOR
Nas habilidades de motricidade fina:
Lembrar o texto quando falava de pontos pesados e pontos levinhos:
- Que tal fazermos pontos levinhos com bolhas de sabão?
Do mesmo modo, explorando a tarefa de saber o tracejado correto de letras e
números, os alunos podem receber cartelas com numerais e, usando a ponta de um
cotonete molhado em tinta guache, traçar a grafia correta.
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Essas atividades retratam o seguinte campo de experiên-
cias e objetivos da aprendizagem e desenvolvimento da
BNCC:
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3. A LEITURA DO LIVRO NA PERSPECTIVA DA LITERACIA E
DA NUMERACIA
MANUAL DO PROFESSOR
Segundo a Teoria Ecológica de Bronfenbrenner (1979), a criança está inserida em di-
ferentes ambientes que afetam o seu desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e so-
cial. Esses ambientes, como a escola e a família, podem afetar o desenvolvimento da
criança de forma direta. Também há ambientes externos, como aqueles em que as
políticas educacionais são criadas, que as afetam de forma indireta. Bronfenbrenner
chamou esses sistemas que afetam as crianças de forma direta de microssistemas
e aqueles que envolvem sistemas de crenças, valores, políticas governamentais de
macrossistemas. No caso dessa revisão, estamos interessados em dois microssiste-
mas importantes para o desenvolvimento infantil, ambientes em que a criança está
inserida que a afetam diretamente: a família e a escola.
Partindo do pressuposto, apontado por Bronfenbrenner, de que a qualidade das
interações sociais a que as crianças estão expostas nos microssistemas irá afetar o
seu desenvolvimento, é importante investigar como as características das interações
sociais entre crianças e seus cuidadores afetarão o seu desenvolvimento linguístico.
Na medida em que as crianças são expostas à linguagem e recebem feedback dos
seus responsáveis e cuidadores, a qualidade dessas interações e do feedback que
recebem vai garantir um maior ou menor desenvolvimento linguístico (Borges e Salo-
mão, 2003). Estudos em ambientes escolares têm demonstrado que a influência
da contribuição dos professores nas interações sociais, ao fornecer feedback
para linguagem infantil, é parecida com a influência encontrada nos estu-
dos com os ambientes familiares (Chaparro-Moreno, Reali e Maldonado-
-Carreño, 2017). Considerando que o desenvolvimento da linguagem
tem consequências importantes para o desenvolvimento cognitivo e
emocional da criança, precisamos pensar em práticas que possam pro-
mover a qualidade dessas interações. Uma técnica que tem sido bas-
tante estudada no âmbito da promoção do desenvolvimento infantil,
especialmente o linguístico, é a leitura compartilhada de livros.
Leitura compartilhada é a leitura na qual o leitor faz a mediação da
compreensão da história, estimulando o engajamento da criança por meio
de interações e perguntas frequentes, incentivando a interlocução da criança
com o leitor e com a história. Essa modalidade se constitui oportuna para esti-
mular o desenvolvimento do vocabulário e do contato com a estrutura da lingua-
gem escrita com os diferentes gêneros textuais, com as características da estrutura
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sintática utilizada na linguagem escrita (Sénéchal, 1997, 2017), bem como outros
aspectos do desenvolvimento cognitivo e emocional da criança (Ribeiro, Batista e
Rodrigues, 2014; Rodrigues e Tavares, 2009).
Sénéchal (1997, 2017) estudou, sobretudo, o papel dos livros com texto para o
desenvolvimento da literacia emergente e leitura. Estudos semelhantes foram en-
contrados no Brasil por Batista e Mota (no prelo), que indicaram que a qualidade
PONTO
MANUAL DO PROFESSOR
Saber escolher o livro adequado é um aspecto importante para o sucesso do
trabalho. Jalongo et al. (2002) afirma que há algumas considerações que precisam
ser levantadas no trabalho com os livros de ilustrações. Os livros de ilustração são,
em geral, destinados a crianças de 2 a 8 anos de idade, dependendo da comple-
xidade da trama. Livros com imagens/ilustrações e livros com palavras e sentenças
curtas são escolhidos para bebês ou crianças muito pequenas, livros com histórias
mais complexas podem ser utilizados com crianças mais velhas. Na escolha do
livro, deve-se pensar em que tipo de conhecimento de mundo a criança em nível
pré-escolar ou do Ensino Fundamental precisa ter para seguir aquela trama. Por
exemplo, no livro Ponto há a possibilidade de trabalhar vários aspectos do pensa-
mento lógico da criança que está em desenvolvimento nos primeiros anos de vida.
O “ponto” pula para cima e para baixo, é “pesado/leve”, “ferido/tratado”.
Os livros de ilustração também são interessantes para o trabalho do desenvolvi-
mento socioemocional. Podem ser úteis no desenvolvimento da Teoria da Mente
(habilidade da criança perceber os estados mentais dos outros), no desenvolvi-
mento da expressão e regulação emocional e, também, da empatia. A empatia é
uma importante habilidade socioemocional, fundamental para nossa vida em so-
ciedade. A empatia pode ser definida como uma habilidade social constituída de
três componentes: o cognitivo, que envolve a capacidade de adotar a perspectiva
do outro e poder inferir seus pensamentos; o afetivo, que envolve a capacidade
de sentir compaixão e preocupação com outras pessoas, e o comportamental, que
envolve a habilidade de expressar compreensão e reconhecimento para com os
sentimentos e pensamentos de outros.
Motta, junto a outros estudiosos (2006), destaca que podemos desenvolver nas
crianças a habilidade empática. No livro Ponto, temos oportunidade de tratar do
sentimento dos outros. Temos um ponto tristonho e um ponto alegre. Como reco-
nhecemos esses sentimentos? Essa é uma questão que envolve a Teoria da Mente.
Nossa capacidade de pensar sobre os sentimentos dos outros e nos colocar na dor
e na alegria alheia é parte da nossa capacidade empática. O livro oferece, ainda,
oportunidades de desenvolvimento da linguagem e do vocabulário, na medida
em que pode desenvolver histórias, acontecimentos e aventuras com os pontos
apresentados no livro.
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Assim, a utilização de livros de história com ilustrações apenas ou poucas pa-
lavras e textos curtos se torna um recurso adicional para o desenvolvimento da
criança, seja no contexto da família ou da escola. O trabalho com esses livros deve
levar em conta a realidade da criança, seu conhecimento de mundo. O adulto que
interagir com as crianças deve partir da realidade delas, assim como nos livros
com palavras, para ajudá-las a ampliar o vocabulário, o desenvolvimento sintático,
PONTO
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4. A LITERACIA FAMILIAR: UM TRABALHO CONJUNTO
ENTRE EDUCADORES E FAMÍLIA
MANUAL DO PROFESSOR
A leitura de livros com apenas ilustrações ou com poucas palavras é um bom estí-
mulo para trabalhar a linguagem e aspectos socioemocionais de crianças pequenas.
Pode ser um recurso adicional bastante rico para o desenvolvimento cognitivo e
socioemocional de crianças mais velhas na Educação Infantil. Do ponto de vista da
divulgação e da sensibilização para esse tipo de livro, Jalongo et al. (2002) destaca
que uma das barreiras encontradas no seu uso é uma certa resistência de pais, edu-
cadores e bibliotecários em adquirirem livros sem ou com pouco texto.
Além disso, muitos responsáveis e familiares imaginam que crianças pequenas
com pouco desenvolvimento linguístico não se beneficiam com livros.
É importante, portanto, divulgar as pesquisas que apontam os benefícios desses
tipos de livros por meio de lives, palestras e outros recursos de divulgação para
familiares e educadores. Por fim, é interessante oferecer recursos e orientações aos
responsáveis para que possam tornar a leitura em casa uma atividade interessante
e integrada à rotina familiar.
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2. ATIVIDADE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOCOGNITIVO
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5. BIBLIOGRAFIA COMENTADA
MANUAL DO PROFESSOR
psicologia cognitiva. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2011.
A obra retrata os investimentos educacionais durante os primeiros anos de vida
da criança como recurso a gerar maior benefício ao desenvolvimento infantil, me-
lhorando, dessa forma, o estabelecimento de conexões neurais necessárias ao
processo de aprendizagem. Contribui com estudos evidenciando os ganhos em
termos de alfabetização que as crianças que em seus primeiros anos de vida foram
estimuladas quanto a processos relacionados a habilidades cognitivas, socializa-
ção, perseverança, disciplina e criatividade. Os estudos desta obra se dividem em
três marcadores importantes relacionados a construção do conhecimento: a neuro-
biologia do desenvolvimento cognitivo; a economia do desenvolvimento cognitivo
e a aprendizagem da leitura e escrita. Trata-se de resultados de estudos de pro-
fissionais da área da saúde e demais pesquisadores nacionais voltados à primeira
infância que ministram e participam de grupos de estudos, workhops e palestras.
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importância do professor-leitor e o quanto ele proporciona a modelagem para os
futuros leitores quanto aos aspectos como o prazer em ler, a postura e movimen-
tos realizados por leitores e a contextualização de diferentes gêneros de leitura.
A compreensão leitora exige estratégias que auxiliem o aluno a desenvolver este
processo cognitivo de modo eficiente, por isso há um delineamento de quais abor-
dagens podem ser feitas antes, durante e após a leitura. O leitor desta obra enten-
derá como selecionar a ilustração dos livros infantis que apresentam funções dife-
PONTO
PAIVA, A. & SOARES, M. Literatura Infantil - Políticas e concepções. São Paulo: Au-
têntica Editora, 2018.
A obra constitui-se de estudos que propõem ações para a formação do leitor,
por meio de capítulos escritos por diferentes autores que contribuem com suas
pesquisas e reflexões sobre a literatura infantil. Há a descrição de um projeto de
análise de avaliação pedagógica de livros de literatura infantil que foram envia-
dos às bibliotecas públicas brasileiras realizado pela Ceale/FaE/UFMG. A obra traz
uma discussão que aborda quais temáticas englobam o repertório da produção
literária para crianças que ainda é muito focado na abordagem de contos de fadas,
fábulas, histórias de animas entre outros, e ainda há poucas publicações que retra-
tam a realidade da vida cotidiana da criança. Os textos ressaltam a importância da
literatura focada na diversidade cultural e identidade social, bem como o enfoque
na qualidade estética das obras. A finalização deste livro reflete sobre o letramento
infantil e sobre a função de investimento do PNBE (Programa Nacional Biblioteca
da Escola) para nutrir as escolas com acervos bibliográficos.
MANUAL DO PROFESSOR
BORGES, L. C. & SALOMÃO, N. M. R. “Aquisição da linguagem: considerações da pers-
pectiva da interação social”. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 16, n. 2, pp. 327-336, 2003.
LOMAS, C. & SOUSA, M. L. D. O valor das palavras II: gramática, literatura e cultu-
ra de massas na aula. Porto: Edições Asa, 2006.
Márcia Mota
A leitura do livro na perspectiva da literacia e da numeracia /
A literacia familiar: um trabalho conjunto entre educadores e família