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O Teatro de Sombras na Índia

Meher Contractor

Texto: Meher contractor


Tradução: Luciana Cesconetto

As marionetes de couro constituem um dos mais antigos tesouros folclóricos da


Índia. Como nos revelam as antigas escrituras, os "Puranas e os Jakatas", elas são tão
antigas quanto a própria civilização. O teatro de sombras existia bem antes do teatro de
ator e adquiriu seus próprios títulos de glória, como o atesta a literatura do séculos XI, XII
e XIII.
Os temas apresentados eram na maioria tirados das epopeias do Ramayna e do
Mahabharata. Essa única forma de educação durante décadas combinava pensamento
religioso e normas sociais e, claro, o pensamento fundamental do bem suplantando o mal
prevalecia.
Na Índia, existem seis tipos diferentes de sombras em couro, provenientes de
diferentes regiões. Algumas opacas, algumas pequenas e coloridas, algumas de tamanho
médio, enfim, as maiores sombras coloridas do mundo.
Todos os teatros de sombras, de qualquer região que seja, começam sempre por
uma invocação ou uma oração curta ao Lord Ganesha, o deus com cabeça de elefante que é
adorado por sua grande sabedoria em todas as ocasiões, invocando a bênção do espetáculo,
mesmo que Saraswati, a deusa da instrução, seja freqüentemente incluída dentro da
invocação de abertura.
Geralmente, a invocação se desenvolve sucintamente assim:

ANGICANI (uma curta oração)


Aquele cujos limbos são o universo inteiro,
Aquele cuja a linguagem é totalmente universal,
Aquele cuja a maquiagem e roupas são tão brilhantes
quanto a lua e suas estrelas,
Frente a um tal ser supremo,
Frente a esse Lord (Shiva)
Eu me inclino.

Invocação a Shiri Ganesha

Dança, tu, o senhor com cabeça de elefante,


Dança, o Lord Ganesha,
Dança ao ritmo do jogo dos pés de Dhimikita
Dhimikita
Acompanhado pelo Talan e o Mridanga
Brahma, o criador do universo
Conduz esta música de dança
Com o tambor e o
Mridanga.

Os membros de uma tribo conhecida pelo nome de Killekytes eram os principais


atores dos jogos de sombras e pertenciam, de origem, a religião do Maharashtra.
Pertencendo a uma tribo nômade eles espalharam sua arte migrando para o sul, onde ela
desabrochou e onde eles foram altamente respeitados. Esta tribo era composta de dois
grupos em que um podia ler e escrever o Telegu, a língua do Andra Pradesh. Quanto aos
outros, eles são divididos e conhecidos por clãs de muitos nomes diferentes.
Em Andra Pradesh, as sombras são chamadas THOLU BHOMALATTA,
literalmente "A arte das sombras em couro". Como mencionado anteriormente, esta arte
existe desde 200 a.C. Mais tarde, ela foi rejuvenescida sob o patronato dos Satavahnas,
Pallavas, Chalukyas e Kakatiyas.
Mas foi no século XVI que ela se expandiu largamente sob a égide empreendedora
dos soberanos de Vijayawada, do Vijaynagar, especialmente sob o reinado do rei Kona
Budhareddy. Sob este reinado, o Ramayana Raganphan foi escrito um script exclusivo em
Telegu para estas sombras.
Neste script, a cor, as vestimentas e as bijuterias de cada personagem são definidos,
assim como a mise en scenne, em sua forma prosaica muito elaborada.
Esta forma de sombras em couro se expandio através de todo o sul e o centro da
Índia, e chegou através do Extremo Oriente até a indonésia, adaptando suas características
e sua decoração em função do meio.
Estas marionetes Tholu Dhomalatta são as maiores sombras coloridas do mundo.
Seu tamanho varia segundo o personagem que elas representam. Os deuses e os heróis são
os maiores, mostrando assim sua potência e a estima que se lhes deve. As outras são
dimensionadas relativamente a suas qualidades.
Essas marionetes são na maioria feitas de pele de cabra ou de búfalo. Antigamente,
os personagens divinos eram feitos em pele de veado. A pele do animal recentemente
morto e lavada, os pêlos retirados. Depois deixa-se mergulhada dentro de uma mistura de
alúmem, água e sal, uma noite no máximo. Depois, lavada, batida, arrancado todos os
pêlos que poderiam ter restado, a pele é estendida e pregada no chão ou sobre pranchas.
Quando ela esta seca, a pele é despregada e esfregada novamente, ate ficar bem lisa.
Depois o marionetista, com um instrumento cortante, recorta a figura diretamente na pele
combinando sua imaginação e a descrição do "script", que eles seguiam antigamente
rigorosamente, o que não é mais o caso hoje. Agora eles se contentam em restituir o traço
dos antigos recortes das marionetes.

A etapa seguinte é a coloração da imagem. Nos tempos antigos, somente as tinturas


vegetais eram usadas. As cores principais eram o índigo, o vermelho em diferentes
nuances, o amarelo obtido das sementes de algumas frutas, e do suco de limão. O índigo
vem da flor de índigo, mas também do suco das folhas de uma árvore, e o carvão da
fuligem das lâmpadas a óleo. Em nosso dias, utiliza-se as tinturas químicas e as cores
vegetais desapareceram quase totalmente. O resultado e que utilizamos cores gritantes
sendo que nem uma corresponde àquelas previstas no texto. Os filmes-Hinde em
technicolor são, em parte, responsáveis pelo fato de que eles representam o gosto da
moda… Depois que todas as cores e as linhas pretas estão feitas do dois lados da
marionete, procede-se a perfuração para fazer ressaltar o desenho delicado e acentua-lo.
Em fim, os olhos que permanecem inacabados ate o fim, são pintados. De fato, depois que
os olhos são coloridos, a marionete é reputada viva e vem a ser um personagem que é
tratado com muito respeito. Esta prática é religiosamente seguida por todos.
É preciso ressaltar a coloração destas marionetes antigas, onde as personagens
femininas eram, geralmente, pintadas numa delicada mistura de amarelo, vermelho e
castanho. Enquanto que Rama é sempre colorido em índigo escuro, porque ele era da cor
do sangue azul, como se diz do sangue real. É o mesmo para Lord Krishna.
Estas marionetes são articuladas nos ombros, cotovelo, joelhos, mãos e as vezes
nos quadris. As articulações são garantidas por uma expeça corda enozada e muitas vezes,
para uma maior durabilidade, uma vara de bambu ligada no nó. Nas mãos uma vareta de
bambu pode ser acrescentada instantaneamente durante a manipulação.
Todo o corpo e a cabeça são sustentados pela veia principal de uma folha de
palmeira, ou num bambu partido que se prolonga sob o torso, entre as pernas, para permitir
ao manipulador segurar a marionete. Além disso, uma peça de bambu segura os ombros e
duas outras, de aproximadamente 21 ou 48cm, são juntadas às mãos entre o polegar e os
outros dedos para a manipulação dos braços. As pernas balançam livremente a partir dos
joelhos, com movimentos afinados à manipulação do ator.
Além das marionetes femininas, uma personagem especial é desenhada para ser
uma dançarina, feita de maneira a oferecer uma grande mobilidade. Geralmente a figura de
Sita é feita para dançar, com articulações suplementares na cintura e na cabeça, a qual é
presa à uma vara separada e ligada ao corpo por um fio solto. As vezes duas pessoas são
necessárias para manipular tal figura.
A tela é palquinho dos espetáculos de Tholu Bhomalatta são constituídos em
bambu, um dispositivo em forma de caixa erguido no ar, que mede 10 ou 2,25m de altura,
por 21 ou 7m de largura, e 6 ou 2m. de profundidade.
A tela tem inclinação de 50cm., e se compõe de dois comprimentos de "Sori",
unidos por espinhos de palmeira e esticados sobre a cena na altura do joelho. O resto do
recinto é coberto de tela de cânhamo. A fonte de luz é um enorme candeeiro de cobre, a
óleo de coco, suspensa sobre a cabeça do manipulador e a tela. Hoje as lâmpadas a gás ou
tubos fluorescentes são comuns, por serem mais práticos e também porque o óleo sendo
comestível, é muito caro.
Há algumas marionetes de animais e de pássaros (rato, pavão, papagaio, veado,
cavalos e camelos) e uma ou duas árvores.
São apenas pequenos acessórios para situar o lugar ou o episódio descritos. Na
maioria das vezes aparecem na cena de abertura com Deus Ganesha. De fato, tão grandes
marionetes oferecem pouco lugar para uma decoração ou acessórios.
Esses espetáculos acontecem geralmente no festival primaveril de Mahashivati,
aniversário de Shiva, o deus patrão das marionetes. Os espetáculos ocorrem fora dos
templos Shivites e duram nove noites, do crepúsculo à aurora. São espetáculos totalmente
gratuitos, dando sua significação religiosa. Acontece de pessoas doarem alguma soma.
Algumas regras religiosas são observadas antes que o espetáculo comece,
considerando que o Ramayana e o Mahabharata são temas religiosos. Esta arte é uma parte
do teatro popular Yaksyagana do Sul da Índia Central, que começa sempre de maneira
similar. Freqüentemente, o candeeiro principal do templo mais próximo é trazido em
procissão pelos manipuladores, pelos músicos e "sutradhars" que cantam no ritmo dos
tambores e dos címbalos de pequeno porte, os talam.
Essa procissão contorna a cena por três vezes, depois acendem a lamparina da
representação, seguida da invocação ao Deus Ganesha. E quando Ganesha aparece na tela
com o rato, seu veículo, e acompanhado do papagaio, do pavão e das árvores, então a
grandeza das marionetes é relevada na magia das sombras fantásticas. Depois o sutradher
apresenta o tema e os personagens e em seguida, conta a história enquanto que os
manipuladores cantam e dizem suas partes respectivas.
Para entender os passos de dança, uma prancha de madeira é colocada no chão e o
manipulador bate vigorosamente os pés equipados de guizos de tornozelos para manter o
ritmo.
Geralmente, a manipulação os efeitos sonoros e as cenas de batalha são muito
impressionantes. As flechas voam através da cena, membros e cabeças são cortadas.
Muitas vezes um só homem manipula duas marionetes em combate, jogando uma sobre a
outra. O ritmo é bem mantido pelos batimentos dos pés sobre a prancha, ao mesmo tempo
que pelo misidanga acompanhado de talam e mukh-veena, um instrumento comum.
Além dos gritos de combate, outros sons são produzidos pelos manipuladores como
os gritos de passarinhos e de outros animais. Para os gritos de macacos, eles fabricam um
instrumento dentro de um tubo oco de 8 cm de comprimento, com um elástico. São vozes
de homens que dizem e cantam o texto para os homens, e vozes de mulheres para as partes
concernentes às mulheres.
Esses últimos anos apareceram dois personagens cômicos que não têm nada a ver
com o tema principal. Trata-se de Killekayata, homem barrigudo, com um bode e de sua
mulher megera Bangarku.
Eles apareceram geralmente nos interlúdios para algumas brincadeiras obscenas, ou
anunciam e garantem a pausa cômica da peça, por algum sarcasmos sobre acontecimentos
imediatos.
Um fato interessante é que esses marionetistas, uma vez suas marionetes feitas, não
misturam jamais os personagens maus às divindades. Eles são sempre guardados da mesma
maneira. Além disso, a entrada em cena dos personagens maus se dá sempre pela esquerda,
enquanto que a entrada das divindades se dá pela direita.
Estas regras são aplicadas por todos os marionetistas de sombras na Índia.
Estes grupos de marionetistas agora são ajudados pelo governo por intermédio do
ministério da dança, do teatro e da canção. Muitos destes marionetistas e seus bonecos
desaparecem num terrível ciclone, há alguns anos.
Alguns destes marionetistas que sobrevivem, hoje são ajudados tanto pelo governo,
quanto por organismos privados. Eles se caracterizam também pela venda de silhuetas
devido ao fato da geração atual não ver aí vantagens, preferindo a vida na cidade, à uma
existência atingida por uma dura miséria.

As Sombras Maharashtra conhecidas pelo nome de Chamadyacha Bahulya


Chamadyacha Bahulya significa literalmente bonecos de couro. Elas foram
recentemente descobertas na pocessão de um venerável velho homem chamado
Ghanshyam Laxaman Masge, que os herdou de seus ancestrais, conforme a tradição. Sr.
Masge provém de uma comunidade artística tradicional chamada "os thakars" que afirmam
ter descido de Rajasthan até Gujarat e Savantwadi, um distrito de Maharashtra, e que
moram num pequeno vilarejo chamado Pinguli de Gudiwadi.
Tive sorte de ver o espetáculo e as marionetes de Masge no festival de sombras de
Bengalore. Masge retomou uma pequena parte do Ramayana de Sita Haran ou do
Kidnapping de Sita por Ravana.
As marionetes não medem mais de 9 a 11 polegadas ou 20 a 24 cm. E elas
aparecem totalmente pretas, velhas e empoeiradas; elas estão de fato em muito mal estado.
Durante o Ateliê, eu estava curiosa para ver seu desenho, e tive o pressentimento de que
elas eram coloridas. Também com a permissão de Mosge, comecei a retirar a poeira da
figura de Ravana com um pano mergulhado no óleo, e então, que visão! A cor vermelha
era tão brilhante e as linhas dos desenhos tão surpreendentes, o todo igual a uma miniatura
pintada. Assim estas sombras se revelaram as menores sombras coloridas descobertas na
Índia.
As marionetes eram feitas em couro e tinham como suporte, uma só vara central.
Nenhum membro mostrava a possibilidade de movimento. Eles eram todos em uma só
parte, com freqüentemente uma sugestão cênica, como Ravana sobre sua charrete.
Examinadas de perto, as marionetes eram realmente desenhadas de maneira estranha, como
as miniaturas "mogolles".
A estrutura de tela consiste em 4 mastros de bambu de aproximadamente 1,50 m de
altura, ligados entre si por cordas, sobre um quadrado de 1,25 m aproximadamente. Uma
canga recobria a cena que se encontrava a aproximadamente 1 m acima do solo e o resto
era simplesmente escondido por um velho estrado. No meio, no interior do palquinho,
havia uma corda que pendia entre os paus, estava suspensa uma lamparina a óleo de grande
dimensão em forma de concha. Enquanto que o manipulador, acocorado no interior
cantava e mexia as marionetes no ritmo do Dholak (tambor) manjiras (pequenos címbalos)
e do Swara, os dois músicos tocavam sentados no exterior do palquinho (biombo), porque
este só cobria o manipulador.
O instrumento específico deste espetáculo incomum, era o Swara e Vati, que é um
prato de cobre de aproximadamente 20 cm de diâmetro e virado entre suas pernas
dobradas. Um tubo de mais ou menos 15 cm é fixado ao talim com um pouco de cera, afim
de que ele não se mova. O músico deixava correr sua mão de baixo para cima, ao longo do
canudo, produzindo um som zumbido.
A voz do manipulado e a interpretação foram magníficas. O Ganesha apareceu de
maneira charmosa em seu veículo, o rato. Enquanto que o manipulador falava com uma
pequena voz surda para imitar o rato.
A representação começa como sempre por uma oração ao Deus Ganesha e a deusa
Saraswat, rodeado por uma árvore, o rato, o veado, o pavão, todas estas figuras
suplementares que não se mexem estando ligadas ou fixas na tela por um cordão que se
encontra entre 8 e 12 cm, abaixo da tela do palquinho.
Masge afirmava que suas bonecas tinham mais de 300 anos, que é possível, porque
estas estavam realmente marcadas pelas intempéries, e sua conservação se efetuava dentro
de um pequeno cesto forrado com bosta de vaca.
O Sangeet Natak Akademi esta aqui também vinda em ajuda sob a égide de nossa
venerada velha artista, Sra. Kamaladeviji Chattopadhyaya, que despachou experts em
marionetes para que eles fizessem novas a partir dos desenhos das antigas e de cópias do
Maharashtra Pinguli Chitra Kathi, ou leituras ilustradas que são muito belas e muito
pequenas, como as marionetes. Me foi pedido, assim como a outro casal de artistas
envolvidos, de ir verificar se os desenhos eram boas réplicas.
Assim, os Chamadyacha Bahulyas só existem nas mãos do Sr. Masge, que só sabe
poucas coisas sobre sua criação.
A exposição no festival e a descoberta de Masge levaram a ressurreição de uma arte
que estava extinta e que se não, estaria totalmente perdida para nós.

Ravana - Chaya d`Orissa


As sombras de Orissa são chamadas Ravana Chaya são assim dedicadas a Ravana,
porque a sombra é a sombria e ruim, e não a rama, Deus encarnado em volto de uma tal
alma luminosa que ele não projeta numa sombra.
Este tipo de sombra foi descoberto depois de numerosas pesquisas, entre as mãos
de um velho artista de nome Kathinadas. Ele mora em um vilarejo de Oedaza no distrito de
Dhanukul, em Orissa. Ele é vítima de infortúnios imprevistos na sua família e também
perdeu seu filho único. Desejando cessar a manipulação das marionetes, ele foi encorajado
pelo governo do estado local a continuar (pôr intermédio da Sangeet Natak Akademi ).
Este grupo da em representação o Vichitra Ramayana, escrito por Viswanath
Khuntia no séc. XVII. Este é muito parecido com Ramayana em sânscrito. Os cantos ou
Chandas cantadas por estes marionetistas são melodias muito tradicionais com uma
linguagem muito simples adaptada a esta arte popular.
Estas marionetes de Ravana Chaya são estritamente feitas em uma pele de veado
com um desenho muito primitivo. Couro é tratado de maneira simples, achatado e
grosseiramente raspado, de maneira que a maioria dos pelos permaneçam. A pele é espessa
e portanto não transparente dando uma sombra bem preta. Os contornos são muito
utilizados com pequenas perfurações para mostrar as linhas dos personagens, as roupas e
algumas bijuterias. Estes personagens não tem nenhuma parte móvel mas são segurados
por uma vara de bambu e corre o centro da marionete até em baixo para ser segurado pelo
marionetistas. O tamanho da marionete varia entre 36 a 12cm aproximadamente.
Na galeria dos personagens encontra-se o barbeiro do vilarejo cm o seu neto, que
aparece com árvores e animais assim que a peça começa , o Ganesh puja (rituais).
Eles possuem freqüentemente duas ou três replicas de um mesmo personagem e
diferentes posturas, com Sita sentada em Anshora Vatica (jardim de Ravana em Sri Lanka)
ou em Vanvas (exílio) com Rama. Também Hunumam que voa até Lanka, é representado
por três ou quatro marionetes de tamanhos diferentes. Para marcar que ele se distancia
voando, as marionetes, de início grandes, ficam pequenas ou vice-versa, quando ele
reaparece. O personagem de Sita sentada é o que prefiro. Suas linhas eram muito simples
mais o conjunto apresentado em sombra de uma certa graça inesquecível. Galesa estava
também representado de maneira muito simples, em uma elegância infantil.
O marionete de Ravana é muito imponente e possante como o retrato deste nosso
personagem, sendo o maior de todos. Os acessórios compreendem uma bela charrete, uma
fila de árvores que aparece em arco como suporte de decoração, flechas de diferentes tipos
tais que a nagapaska, casa e palanquinis sendo todos utilizados. Somente três pessoas
comandam a manipulação atrás da tela.
Quando as marionetes aparecem em pleno dia são cruas, até mesmo feias, mas
quando vêm a ser sombras são simplesmente divinas, a ilusão é fantástica, bem mais ainda
nestes gênero de espetáculo os quais assisti do que para outras grandes sombras coloridas.
A estrutura da tela é feita de quatro bambus, sendo dois fixados a aproximadamente
80 cm de distância com outros ao lado para formar um quadro fechado com tecido branco
estendido, com esteiras formando telas abaixo do biombo para esconder o manipulador, e
uma corda que atravessa o espaço cênico para manter os personagens em pé, fincados na
esteira de baixo o biombo é recoberto para reter a luz.
A luz provém de duas lamparinas de barro cozido a óleo, suportadas dos dois lados
da cena por dois pedaços de bambu, fincados no chão a um metro atrás da tela e na sua
altura.
O manipulador principal começa acendendo as lâmpadas a óleo e quebrando um
coco, rito acompanhado de cantos evocando Sri Ganesha. O Gayak ou chefe, começa a
cantar enquanto os outros retomam em couro.
Os instrumentos de músicas utilizados são khanjari, ou tamborim os grandes
címbalos de couro chamados Kubuji e os ram tali ou daskathi, grandes castanholas de
madeira.
Os músicos estão sentados à direita da cena no interior e atrás dos manipuladores.
A música e os diálogos são feitos pelo primeiro cantor e a prosa é dita em partes sob forma
de cristal estabilizado ou então de maneira realista pelos outros manipuladores.
Evidentemente, tudo isso se faz na língua Onija da região.
Utiliza-se as melodias populares tradicionais que são bem conhecidas do povo rural
e todos os instrumentos são instrumentos folclóricos locais.
A manipulação é limitada a movimentos de baixo para cima e giros de lado. Às
vezes uma marionete é afastada ou aproximada da sala, aumento então o tamanho e a
nitidez e criando uma ilusão mais forte, com o maravilhoso resultado na simplicidade dos
movimentos.
É preciso notar que seja no interior de uma célula familiar, as mulheres não tomam
jamais parte de qualquer maneira que seja destas representações.
M. Kathimandadas possui ao todo 700 imagens. Quando uma boneca fica muito
velha e inutilizavel, praticasse sobre ela um curto ritual ao sol poente, depois mergulha-se
ela num rio numa procissão cantada de slogans.
De fato esta tradição religiosa é executada por numerosos marionetistas pelo pais.
Quando uma silhueta não esta terminada jamais serra colocada na mesma caixa que
as marionetes que são usadas nas cenas, porque esta são consideradas como vivas.
Somente quando a marionete esta pronta é que vai se juntar as outras.
É agradável de notar que M. kathimandadas foi ornado pela Sangeet Natak
Akademi e pelo governo da Índia e que ele é ajudado e encorajado na propagação de sua
arte.

(Para maiores detalhes, se referir ao "Ravana Chaya" de Jivan Pani edição especial do
jornal da Sangeet Natak Akademi, que pode-se obter junto a akademi.)
Boa tarde Sassá!

Conforme conversamos, envio as informações para a oficina, que vai ser no dia 16/09
(sábado), das 9h às 12h e das 13h às 18h (a tarde será continuação), na Sala Laboratório de
Artes Visuais (D-014) do IFSC Campus Florianópolis (Av. Mauro Ramos, 950 - Centro, ao lado do
Supermercado Imperatriz).

Em anexo segue a lista de materiais necessários para a montagem de um foco. Nesta lista
estão as descrições técnicas de cada componente e para alguns adicionei uma imagem, pois há
modelos diferentes no mercado. A foto em anexo mostra o tipo de foco que será construído.

Os preços de referência não são sempre os mais baratos, são preços das primeiras lojas onde
pesquisei para ter certeza de que há em estoque na cidade. Pesquisem e poderão encontrar
valores menores em alguns componentes. Ao todo, para cada foco poderá ser investido menos
de R$100,00 (pois alguns produtos podem ser comprados e divididos entre 3 ou 4 pessoas).

A lista de ferramentas não é obrigatória para cada um, mas o melhor é que todos tragam tudo
o que tiverem disponível, pois temos pouquíssimas ferramentas no IFSC.

Peço que até o dia 04/09 me confirmem quem poderá participar da oficina, enviando nome
completo e RG (para cadastrarmos na lista de entrada). Pela quantidade de alunos e espaço
físico, podemos abrir 2 vagas para os alunos da UFSC.

Qualquer dúvida, entrem em contato.

Abraços!!

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Alex de Souza

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