Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Analise Das Demonstracoes Cont 1
Analise Das Demonstracoes Cont 1
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
UNIDADE 1
TÓPICO 1
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
SEGUNDO A LEI Nº 6.404/76; LEI Nº
11.638/07; LEI Nº 11.941/09 E PRONUN-
CIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1)
1 INTRODUÇÃO
Segundo Iudícibus et al. (2010), a Lei nº 6.404/76 representou uma revolução no campo
da contabilidade, introduzindo muitas técnicas que obrigaram grande parte dos profissionais
da área a se preparar para a nova realidade. Este cenário passou a ter nova roupagem a partir A
N
de 2007 com a edição da Lei nº 11.638 e da Lei nº 11.941, promulgada em 2009, bem como Á
L
do Pronunciamento Técnico CPC 26. I
S
E
D
A
S
2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
D
E
A Lei nº 6.404 foi criada em 15 de dezembro de 1976, em substituição ao Decreto-Lei M
O
nº 486, de 3 de março de 1969, que dispunha sobre a escrituração e sobre os livros mercantis. N
S
O art. 175, do capítulo XV da referida lei, dispõe sobre o exercício social e as demonstrações T
R
financeiras, enquanto o capítulo 176 complementa que, ao final de cada exercício social, serão A
Ç
elaboradas as seguintes demonstrações financeiras: (I) balanço patrimonial; (II) demonstração do Õ
resultado do exercício; (III) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; (IV) demonstração E
S
das mutações do patrimônio líquido; (V) demonstração das origens e aplicações de recursos. O
C
§ 4º prevê que as demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas que O
N
esclarecerão a situação patrimonial e os resultados do exercício. T
Á
B
E
Iudícibus et al. (2010) explicam que o conjunto de informações que deve ser divulgado I
S
4
por uma sociedade por ações, de forma a prestar contas aos usuários, abrange o “Relatório da
Administração, as Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas, e ainda o Parecer dos
Auditores Independentes, o Parecer do Conselho Fiscal e o relatório do Comitê de Auditoria
(se existirem).
Reis (2009) explica que todo tipo de sociedade enquadrada no regime de tributação pelo
lucro real deve seguir os dispositivos básicos da Lei nº 6.404/76, relativos às demonstrações
contábeis. Ressalta o autor que os demonstrativos são obrigatórios para todos os tipos de
sociedades sujeitas ao regime de tributação pelo lucro real: I) Balanço Patrimonial; II) Demonstração
do Resultado do Exercício; III) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
IMPO
RTAN
T E!
A leitura atenta das notas explicativas pelo usuário da informação
contábil é indispensável para conhecer os procedimentos adotados
pela empresa e realizados na elaboração das demonstrações
financeiras.
A
N Segundo o art. 178 da Lei nº 6.404/76, o balanço patrimonial tem por finalidade
Á
L demonstrar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinado momento, o
I
S que representa uma posição estática. Neste mesmo artigo está previsto que as contas são
E
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registram e agrupadas de modo que
D
A permitam o conhecimento e a análise da situação financeira da sociedade. Para atender a esse
S
objetivo, os artigos 178 a 182 definem como devem ser dispostas as contas: para o ativo as
D contas devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez, isto é, em primeiro lugar
E
M são apresentadas as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades. Para o passivo,
O
N em ordem decrescente de grau de exigibilidade, ou seja, classificam-se em primeiro lugar as
S
T contas cuja exigibilidade ocorre antes. Esta classificação, se for elaborada de conformidade,
R
A ajudará o analista na preparação das demonstrações contábeis para análise.
Ç
Õ
E Para que você, acadêmico/a, tenha melhor compreensão sobre as demonstrações
S
contábeis, em especial o balanço patrimonial, foi elaborado o quadro a seguir, segundo o
C
O entendimento de Matarazzo (1994), amparado na Lei nº 6.404/76. Observe que a estrutura
N
T apresentada a seguir sofreu alterações com a edição das Leis nos 11.638/07 e 11.941/09.
Á
B
E
I
S
5
QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
PERMANENTE RESULTADO DE XERCÍCIOS FUTUROS
Investimentos
Imobilizado
Diferido PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Reservas de capital
Reservas de incentivos fiscais
Reservas de reavaliação
Reservas de lucros
Lucros ou prejuízos acumulados
FONTE: Matarazzo (1994)
Você pode observar no quadro anterior que a estrutura do balanço patrimonial, segundo
a Lei nº 6.404/76, é sintética, mas, para que o usuário das informações contábeis tenha maior
conhecimento da situação da empresa e possa formar uma opinião a esse respeito, as informações
contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, quadros analíticos etc.
das contas do balanço patrimonial, mas determina que seja observada a legislação brasileira.
(IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 3).
Matarazzo (1994, p. 47) tem um entendimento diferente sobre a DRE e a define como
“[...] a demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações
da empresa”, e vai além explicando que as receitas representam aumento do Ativo enquanto
as despesas, a redução do Patrimônio Líquido.
Iudícibus et al. (2010) explicam tecnicamente a partir do art. 187 da Lei nº 6.404/76,
que define que o seu conteúdo deve ser apresentado de forma dedutiva assim constituída: I)
a receita bruta das vendas e serviços menos as deduções das vendas, os abatimentos e os
impostos; II) a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e dos serviços
vendidos e o lucro bruto; III) as despesas com as vendas, as despesas financeiras deduzidas
as receitas financeiras, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais.
A IV) o resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para o imposto; V)
N
Á o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. O § 1º
L
I complementa que na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas
S
E e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os
D
custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas
A e rendimentos, uma vez que os critérios de avaliação dos ativos e de registro dos passivos
S
são aplicados segundo o regime de competência.
D
E
M
O Para que fique claro como deve ser elaborada a DRE – Demonstração do Resultado
N
S do Exercício –, apresentam-se as principais contas, que, segundo Matarazzo (1994), são
T
R
demonstradas destacando o resultado líquido do período.
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
7
QUADRO 3 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
DEMONSTRAÇÕES D O RESULTADO DO EXERCÍCIO
OPERAÇÕES EM CONTINUIDADE
Faturamento por venda e serviços prestados
(-) Deduções da receita, abatimentos e impostos
(=) Receita líquida de vendas e serviços prestados
(-) Custos dos produtos vendidos e serviços prestados
(=) Lucro bruto
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais e administrativas
(-) Outras despesas
(+) Outras receitas
(-) Resultado financeiro líquido
(+/-) Resultados com Coligadas e Controladas em Conjunto
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) Despesas de imposto de renda e contribuição social
(-) Lucro (ou prejuízo) das operações em continuidade
OPERAÇÕES EM CONTINUIDADE
(+/-) Lucro (ou prejuízo) das operações em descontinuidade
(=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício
FONTE: FIPECAFI. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Finaliza Iudícibus (1998, p. 48-58) mencionando que a DRE é um resumo ordenado das
receitas e despesas da empresa em determinado período, que geralmente é de doze meses.
É apresentada de forma dedutiva (vertical), isto é, primeiro se demonstram as receitas brutas
A
de vendas e ou serviços, e na sequência subtraem-se os custos, as despesas até atingirmos N
Á
o resultado do exercício que pode ser lucro ou prejuízo. L
I
S
Os demais relatórios que acompanham o balanço patrimonial e a DRE, de acordo com E
Iudícibus et al. (2010), são: a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL D
A
evidenciando a mutação do patrimônio líquido em termos globais, isto é, novas integralizações de S
a ser obrigatória, a qual veio substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
– DOAR –, que passa a ser facultativa, ou seja, a empresa poderá elaborá-la e apresentá-la
aos usuários das informações contábeis, se assim o desejar, conforme Morante e Jorge (2008).
Essa demonstração, ora tornada oficial e obrigatória nas condições estabelecidas pela
legislação, contém a necessidade de capital de giro (NCG) da empresa, cujo conhecimento é
relevante para a condução das atividades da empresa. Além disso, presta-se a uma avaliação
da situação presente e futura do caixa da empresa, fornecendo informações relevantes para
a análise da solvência da organização.
D
f) o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;
A g) os efeitos sobre a posição financeira da empresa, transações de investimentos e
S
financiamentos etc. (IUDÍCIBUS et al., 2010).
D
E
M
O Morante e Jorge (2008) recomendam que, antes de realizar qualquer análise de
N
S balanços, seja adotado um padrão de análise para a inserção dos elementos das demonstrações
T
R
contábeis, isto porque o padrão contábil constante da Lei nº 6.404/76 foi modificado com a
A promulgação da Lei nº 11.638/2007, que cada empresa tem seu próprio plano de contas,
Ç
Õ elaborado com maior ou menor detalhamento e abrangência.
E
S
As notas explicativas não são consideradas relatórios legais, porém são obrigatórias
porque elas complementam os dados do balanço patrimonial que requerem maior detalhamento
de sua origem, prazo etc. De acordo com o art. 247 da Lei nº 6.404/76, as notas explicativas dos
investimentos relevantes realizados pela empresa devem conter informações precisas sobre
as sociedades coligadas e controladas, bem como suas relações com a companhia e enumera
o mínimo de cinco dessas notas, assim identificadas: 1) a denominação da sociedade, capital
social e patrimônio líquido; 2) número, espécies e classes de ações ou quotas, de propriedade
da companhia, bem como o preço de mercado das ações, quando houver; 3) lucro líquido do
exercício; 4) os créditos e as obrigações entre a companhia e as empresas ligadas (coligadas
e controladas); 5) o montante de receitas e despesas em operação entre a companhia e as
sociedades coligadas e controladas. Considera relevante o investimento na empresa ligada
(coligadas e controladas) se o valor contábil for igual ou superior a dez pontos percentuais do
valor do patrimônio líquido da companhia; e se for considerado o conjunto, das sociedades
coligadas e controladas, é considerado relevante quando o valor contábil for igual ou superior a
quinze pontos percentuais do valor do patrimônio líquido da companhia. A Lei induz à ampliação
do número de notas, quando necessário for, para o devido esclarecimento dos seus haveres,
obrigações e resultados do exercício.
O CFC, já em 1992, com base na norma NBC T-6, aprovada pela Resolução 737,
dispunha sobre o conteúdo das notas explicativas.
Neste sentido a Lei nº 11.638/2007 é clara e dispõe que as notas explicativas são
informações complementares às demonstrações contábeis, representando parte integrante
delas. As notas podem ser expressas tanto na forma descritiva como na forma de quadros
analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias à plena avaliação da situação e da
evolução patrimonial da empresa.
O § 5º do art. 176 da Lei das S/As menciona as bases gerais e as notas a serem inclusas
nas demonstrações contábeis, as quais compreendem:
D
IV. indicação dos:
A a) principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques; dos
S
cálculos de depreciação; amortização e exaustão; de constituição de provisões para encargos ou
D
E riscos; e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo;
M
O b) investimentos em outras sociedades, quando relevantes, determina o art. 247, parágrafo
N
S único;
T
R
c) aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações prevê o art. 182, § 3º;
A d) ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
Ç
Õ responsabilidades eventuais ou contingentes;
E
S e) taxa de juros, datas de vencimento e garantias das obrigações a longo prazo;
C f) número, espécies e classes das ações do capital social;
O
N
g) opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
T h) ajustes de exercícios anteriores, disposto no artigo 186, § 1º;
Á
B i) eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a
E
I ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.
S
11
IMPO
RTAN
TE!
Ressalta a Lei nº 11.638/2007 que nem sempre há necessidade
de haver todas essas notas. Existem casos em que não são
aplicáveis ou não representam informação relevante de utilidade
para esclarecimento da demonstração financeira. Exemplo: numa
companhia de prestação de serviços os estoques podem representar
apenas um almoxarifado de materiais de escritório, o que não tem
significância dentro das demonstrações contábeis para este tipo de
empresa. Desta forma não há necessidade de divulgar.
Acadêmico/a, a seguir você poderá confirmar que não é apenas a Lei das S/As que
estabelece notas explicativas, mas também o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis),
conforme dispomos a seguir:
A
b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos, Orientações e Interpretações que N
Á
não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e L
I
S
E
c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis,
D
mas que seja relevante para a sua compreensão. A
S
D
E
!
RTA NTE M
IMPO O
N
As notas explicativas devem ser apresentadas de maneira S
sistemática e, sempre que forem aplicadas, devem fazer referência T
R
aos itens das demonstrações contábeis a que se referem. A
Ç
Õ
E
S
O CPC 26 prevê também que as notas explicativas normalmente são apresentadas
C
na seguinte ordem, de maneira que auxilie os usuários a compreenderem as demonstrações O
N
contábeis e a compará-las com demonstrações de outras entidades: T
Á
B
E
I) declaração de conformidade com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações I
S
12
IMPO
RTAN
T E!
A CVM pautada no § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404/76, em
complementação às notas explicativas previstas por essa lei,
apresenta exigências sobre a divulgação de diversos assuntos
relevantes para efeito de melhor entendimento das demonstrações
contábeis, a seguir mencionados:
a) Valor justo dos investimentos em investidas para os quais existam cotações de preço A
N
publicadas. Á
L
I
b) Informações financeiras resumidas das investidas, incluindo os valores totais de ativos, S
E
passivos, receitas e do lucro ou prejuízo do período.
D
A
S
c) Razões que levaram a refutar a premissa de não existência de influência significativa, nos
D
casos em que o investidor tem, direta ou indiretamente, menos de vinte por cento do poder E
M
de voto da investida por meio de suas controladas (incluindo o poder de voto potencial), O
mas conclui que possui influência significativa. N
S
T
R
d) Razões que levaram a refutar a premissa da existência de influência significativa, se o A
Ç
investidor tem, direta ou indiretamente por meio de suas controladas, 20% ou mais do Õ
E
poder de voto da investida (incluindo o poder de voto potencial), mas conclui que não possui S
influência significativa.
C
O
N
e) Data de encerramento do exercício social refletido nas demonstrações contábeis da investida T
Á
utilizadas para aplicação do método de equivalência patrimonial, sempre que essa data ou B
E
período divergirem das do investidor e as razões pelo uso de uma data ou período diferente. I
S
14
g) Parte não reconhecida nos prejuízos de uma coligada, tanto para o período quanto acumulado,
caso o investidor tenha suspendido o reconhecimento de sua parte nos prejuízos da
coligada.
h) O fato de uma coligada não estar contabilizada pelo método de equivalência patrimonial em
conformidade com o item 13 desse Pronunciamento.
i) Informações financeiras resumidas das coligadas que não foram contabilizadas pelo método
de equivalência patrimonial, individualmente ou em grupo, incluindo os valores do ativo total,
passivo total, receitas e do lucro ou prejuízo do período.
Iudícibus et al. (2010, p. 597) apresentam os aspectos mais importantes a ser cobertos
A
N pelas notas explicativas:
Á
L
I a) o critério de avaliação das aplicações temporárias em títulos e valores mo-
S biliários (custo atualizado ou valor de mercado), em ouro etc.;
E
b) a base da constituição das perdas estimadas em créditos de liquidação
D duvidosa;
A c) os critérios de avaliação dos estoques;
S d) os critérios de avaliação do imobilizado, por principais classes fazendo
D
destaque aos bens arrendados, inclusive as taxas de depreciação ou exaustão
E utilizadas em função da vida útil econômica estimada dos bens e método de
M aplicação dessas taxas;
O e) o critério de avaliação dos investimentos, ou seja, se estão avaliados ao
N
S
custo menos perdas estimadas, ou pelo método da equivalência patrimonial,
T no caso de investimentos em coligadas e ou controladas;
R f) o critério de registros dos passivos, particularmente quanto aos empréstimos,
A financiamentos e respectivas negociações, ou seja, se estão atualizados pelas
Ç
Õ
variações monetárias correspondentes e juros, e o critério contábil quanto à
E apropriação das despesas financeiras (encargo de exercício, ativo diferido, se a
S empresa estiver em fase pré-operacional, entre outros) e quanto às condições
das renegociações;
C
O
g) a base de contabilização do Imposto de Renda a Pagar, inclusive quanto
N à consideração ou não dos incentivos fiscais correspondentes e a adoção do
T diferimento do Imposto de Renda;
Á h) forma de reconhecimento dos efeitos da inflação etc.
B
E
I
S
15
D
criação da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial no Patrimônio Líquido; A
S
D
vedada a Prática da Reavaliação de Ativos de forma espontânea; E
M
O
N
saldo da conta de Lucros Acumulados deve ter destinação definida. S
T
R
Para que você, acadêmico/a, possa fazer uma análise comparativa das mudanças A
Ç
ocorridas no balanço patrimonial, a partir da Lei nº 11.638/07 e complementos, apresenta-se Õ
E
o quadro a seguir: S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
16
QUADRO 5 – BALANÇO PATRIMONIAL ANTES E DEPOIS DA LEI Nº 11.638/07
LEI Nº 6.404/76 NOVA LEGISLAÇÃO
ATIVO ATIVO
ATIVO CIRCULANTE ATIVO CIRCULANTE
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ATIVO NÃO CIRCULANTE
ATIVO PERMANENTE Realizável a Longo Prazo
Investimentos Investimentos
Imobilizado Imobilizado
Diferido Intangível
PASSIVO PASSIVO + PL
PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PASSIVO NÃO CIRCULANTE
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Exigível a Longo Prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social Capital Social
Reservas de Capital Reservas de Capital
Reservas de Reavaliação Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros Reservas de Lucros
Lucros ou Prejuízos Acumulados Prejuízos Acumulados
FONTE: Assaf Neto (2012)
Outro exemplo que podemos citar são as despesas com pessoal, que são consideradas
na contabilidade no próprio mês da prestação de serviços, embora o pagamento, segundo a
lei, esteja programado para o 5º dia útil do mês subsequente. A despesa com imposto sobre a
renda é inserida na demonstração dos resultados – DRE – no exercício a que se refere quando
o imposto é declarado.
Os custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados são reconhecidos na DRE
em conjunto com as receitas do mesmo período. Assim, os custos e despesas contabilizados
correspondem às receitas de vendas apuradas no período.
Assaf Neto (2012, p. 76) ressalta que “[...] estes aspectos contidos na legislação societária
reforçam o conceito de ‘regime de competência’ para apuração do resultado do exercício”.
D
Deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, é apresentado o lucro E
M
operacional, que é considerado um dado importante na análise das operações da empresa. O
N
S
T
Após o lucro operacional, apresentam-se as outras receitas e despesas, gerando então R
o “resultado antes dos tributos (imposto de renda e contribuição social sobre o lucro). A
Ç
Õ
E
Deduz-se a seguir o imposto de renda e a contribuição social a pagar e, por último, as S
a) receitas;
b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
c) lucro bruto;
d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial;
f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
g) despesas e receitas financeiras;
h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
i) despesa com tributos sobre o lucro;
j) resultado líquido das operações continuadas;
k) valor líquido dos seguintes itens:
i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas de
venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que constituem
a unidade operacional descontinuada;
l) resultado líquido do período.
A
N
Á
IMPO
RTAN
TE!
L
I Esse formato não colide com a lei e deverá ser o modelo a ser
S utilizado no Brasil.
E
O CPC fala em possibilidade de a demonstração apresentar as
D contas não apenas pela sua função (administrativas, vendas,
A custo dos produtos vendidos etc.), mas também pela natureza
S (material consumido, mão de obra, contribuições sociais, energia
D elétrica, aluguéis etc.).
E
M
O
N
S A estrutura presente no CPC 26 (anteriormente descrita) estabelece a evidenciação,
T
R de forma destacada, do resultado proveniente da avaliação de investimentos pelo método da
A
Ç equivalência patrimonial, do resultado financeiro, além de destacar o resultado proveniente das
Õ
E operações continuadas e descontinuadas da entidade. (IUDÍCIBUS et al., 2010). Conforme
S este pronunciamento, são abordados dois outros aspectos relativos à DRE, a saber:
C
O
N 1. A necessidade de divulgação, de forma separada, da natureza e montantes dos itens de
T
Á receita e despesa quando estes são relevantes, conforme descrito no item 98, a seguir
B
E (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 481- 482):
I
S
19
98. As circunstâncias que dão origem à divulgação separada de itens de re-
ceitas e despesas incluem:
a) reduções nos estoques ao seu valor realizável líquido ou no ativo imobilizado
ao seu valor recuperável, bem como as reversões de tais reduções;
b) reestruturações das atividades da entidade e reversões de quaisquer pro-
visões para gastos de reestruturação;
c) baixas de itens do ativo imobilizado;
d) baixas de investimento;
e) unidades operacionais descontinuadas;
f) solução de litígios; e
g) outras reversões de produção.
2. A necessidade de subclassificação das despesas, como pode ser constatado no item 101
(IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 481-482):
Iudícibus et al. (2010, p. 482) ressaltam que as formas de análise citadas no item 101
do CPC 26 são as seguintes:
a) método da natureza da despesa – utiliza como elemento agregador das despesas a sua
natureza, o que torna simples o seu uso por representar uma espécie de “listagem” das
despesas incorridas no período. Por exemplo, depreciações e amortizações; consumo de
matéria-prima e materiais; despesas com transporte; despesa com benefícios a empregados
etc.; e
A
N
Á
b) método da função da despesa ou do “custo dos produtos e serviços vendidos” – utiliza a L
I
função da despesa como elemento agregador e classificador. Nesse método, a companhia S
E
deve divulgar separadamente, no mínimo, o montante do custo dos produtos e serviços
D
vendidos das demais despesas incorridas, que podem ser classificadas como de vendas, A
administrativas etc. Apesar de quando comparado ao método da natureza da despesa, a S
segregação das despesas por funções pode demandar alocações arbitrárias e considerável D
E
julgamento. M
O
N
S
T
R
Acadêmico/a, agora você pode analisar e melhorar o seu entendimento através do A
exemplo que Iudícibus et al. (2010, p. 482) apresentam, pelos dois métodos: Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
20
QUADRO 6 – DRE SEGUNDO O CPC 26
MÉTODO – FUNÇÃO DA DESPESA
Receita de vendas 3.000
Custo dos produtos vendidos (700)
Lucro bruto 2.300
Despesas de vendas (50)
Despesas administrativas (230)
Outras despesas (100)
Resultado antes dos tributos 1.920
FONTE: Iudícibus et al. (2010)
Por fim, observa-se o que a norma estabelece sobre a subclassificação das despesas,
ainda que caiba à administração escolher o método a ser utilizado, em função de fatores históricos,
setoriais e da natureza da entidade. Porém, quando a entidade classifica as despesas por função,
A
N ela deve divulgar, adicionalmente, informações acerca da natureza de certas despesas, incluindo
Á
L
as despesas de depreciação, amortização e despesas com benefícios a empregados.
I
S
E
D
A
S
NOT
A!
D De qualquer forma, a legislação brasileira induz diretamente à
E demonstração com as despesas por função.
M
O
N
S
T
Acadêmico/a, agora você terá a oportunidade de conhecer mais uma demonstração
R
A contábil, a qual foi instituída pelo Pronunciamento Técnico CPC 26, que, seguindo as normas
Ç
Õ internacionais de contabilidade, instituiu a obrigatoriedade de elaboração da Demonstração
E
S do Resultado Abrangente do Exercício – DRA.
C
O
N
Iudícibus et al. (2010) explicam que essa demonstração apresenta as receitas, despesas e
T outras mutações que afetam o patrimônio líquido, mas que não são reconhecidas (ou melhor, não
Á
B foram reconhecidas ainda) na Demonstração do Resultado do Exercício, conforme determinam
E
I Pronunciamentos, Interpretações e Orientações que regulam a atividade contábil.
S
21
A DRA pode ser apresentada dentro da DMPL ou através de relatório próprio. O CPC
sugere que se faça uso da apresentação na DMPL. Quando apresentada em demonstrativo
próprio, a DRA tem como valor inicial o resultado líquido do período apurado na DRE, seguido
dos outros resultados abrangentes, conforme estrutura mínima para a DRA estabelecida no
CPC 26:
b) cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (exceto
montantes relativos ao item c); A
N
Á
c) parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio L
I
do método de equivalência patrimonial; e S
E
D
d) resultado abrangente do período. A
S
NOT
A!
R
A
Ç
Õ
Se a DRE e a DRA forem apresentadas separadamente, bastaria E
S
a DRA começar a partir do Lucro Líquido.
C
O
N
T
Acadêmico/a, a seguir apresentaremos um modelo a título de conhecimento, mas esse Á
B
modelo, embora seja admitido pelo IASB (The International Accounting Standards Board), não E
I
foi aceito no Brasil, onde o CPC 26 obriga à adoção da alternativa em que a demonstração do S
22
QUADRO 8 – DRA
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
Lucro Líquido do Período R$ 272.000
Parcela dos sócios da Controladora 250.000
Parcela dos não controladores 22.000
Ajustes Instrumentos Financeiros R$ (60.000)
Tributos s/Ajustes Instrumentos Financeiros R$ 20.000
Equiv. Patrim. s/Ganhos Abrangentes de Colig. R$ 30.000
Ajustes de Conversão do Período R$ 260.000
Tributos s/Ajustes de Conversão do Período R$ (90.000)
Outros Resultados Abrangentes Antes Reclas. R$ 160.000
Ajustes de Instrum. Financ. Reclassif. p/Result. R$ 10.600
Outros Resultados Abrangentes R$ 170.600
Parcela dos sócios da Controladora 164.600
Parcela dos não controladores 6.000 ____
L
I A!
NOT
S
E
D
E
M
O
De acordo com o CPC 26, as empresas devem divulgar, como alocações do resultado
N do exercício na DRA consolidada, os resultados abrangentes totais do período atribuíveis à
S
T participação de sócios não controladores e os atribuíveis aos detentores do capital próprio da
R
A empresa controladora.
Ç
Õ
E
S
De acordo com Iudícibus et al. (2010), o item 93 do CPC 26 trata de alguns ajustes
de reclassificação, quando pronunciamentos, interpretações e orientações devem ser
C
O reclassificados para o resultado do período. Estes ajustes de reclassificação são incluídos
N
T no respectivo componente dos outros resultados abrangentes no período em que o ajuste é
Á
B reclassificado para o resultado líquido do período.
E
I
S
23
NOT
A!
A entidade pode optar por apresentar os ajustes de reclassificação
em notas explicativas, não os divulgando na DRA. Nesse caso, ela
deverá apresentar os itens de outros resultados abrangentes após
os respectivos ajustes de reclassificação.
Iudícibus et al. (2010, p. 484) afirmam que não devem ser tratadas como ajustes
de reclassificação as mutações na reserva de reavaliação, quando permitida por lei, ou os
ganhos e perdas atuariais de planos de benefícios a empregados. Ambos são reconhecidos
como outros resultados abrangentes, mas não são reclassificados para o resultado líquido de
exercícios posteriores.
DRE”. D
A
S
D
A! E
NOT M
O
N
A entidade não deve apresentar nas referidas demonstrações, ou S
T
em notas explicativas, rubricas, receitas ou despesas sob a forma R
de itens extraordinários. Também não é mais admitida a figura das A
receitas e despesas não operacionais. A única discriminação é a Ç
dos resultados derivados das atividades descontinuadas. Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
24
RESUMO DO TÓPICO 1
A
N Com a obrigatoriedade da DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa) passou a ser
Á
L
facultativa a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos).
I
S
E O balanço patrimonial também sofreu alterações. Os grupos do ativo ficaram assim
D constituídos: ATIVO CIRCULANTE e ATIVO NÃO CIRCULANTE; os grupos do passivo foram
A
S classificados em PASSIVO CIRCULANTE e PASSIVO NÃO CIRCULANTE. No ativo não
D circulante estão contemplados os seguintes itens: realizável a longo prazo; investimentos;
E
M
imobilizado e intangível. No passivo não circulante estão classificados: o exigível a longo prazo
O e o patrimônio líquido, que não apresenta mais de forma explícita os lucros acumulados, apenas
N
S os prejuízos acumulados, e foi inserida a conta ajustes de avaliação patrimonial.
T
R
A
Ç Outro item que teve grande relevância com a promulgação da Lei nº 11.638/2007 são
Õ
E
as notas explicativas, as quais também tiveram a contribuição do CPC 26.
S
Apresentou-se também a estrutura mínima para a DRA, e ressaltou-se que a DRA pode
ser apresentada como continuidade da DRE. Para melhor compreensão apresentou-se um
modelo devidamente preenchido.
Este tema é amplo e sabe-se que o assunto não foi esgotado, mas acredita-se que a
abordagem contemplou os principais pontos que você, acadêmico/a, deve conhecer.
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
26
IDADE
ATIV
AUTO
C 4 Descreva, no mínimo, três das notas explicativas previstas no art. 247 da Lei nº
O
N 6.404/76.
T
Á
B
E
I
S
27
8 O § 5º do art. 176 da Lei das S/As menciona as bases gerais e as notas a serem
inclusas nas demonstrações contábeis, as quais compreendem:
I. A apresentação de informações sobre a base de preparação das demonstrações
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para
negócios e eventos significativos.
II. A divulgação das informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras.
III. O fornecimento de informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada.
IV. A indicação dos números de ações ordinárias.
Assinale a opção CORRETA:
a) ( ) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
b) ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
d) ( ) Apenas a alternativa II está correta.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
D
III. prover informação suplementar que tenha sido apresentada nas demonstrações
A contábeis, mas que seja relevante para a sua compreensão.
S
Assinale a opção CORRETA:
D
E a) ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
M
O b) ( ) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
N
S c) ( ) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
T
d) ( ) Apenas a alternativa II está correta.
R
A e) ( ) Apenas a alternativa I está correta.
Ç
Õ
E
S 10 A Lei nº 11.638/2007 introduziu alterações na estrutura das demonstrações contábeis,
C que Morante e Jorge (2008) assim identificam:
O
N
I. Classificação de Ativo e Passivo em Circulante e Não Circulante.
T II. Extinção do grupo Ativo Diferido.
Á
B
E
I
S
29
13 É correto afirmar:
I. Método da natureza da despesa utilizada como elemento agregador das despesas
à sua natureza, o que torna simples o seu uso por representar uma espécie de
“listagem” das despesas incorridas no período.
II. Que essa demonstração apresenta as receitas, despesas e outras mutações
que afetam o passivo circulante, mas que não são reconhecidas (ou melhor, não
foram reconhecidas ainda) na Demonstração do Resultado do Exercício, conforme
determinam Pronunciamentos, Interpretações e Orientações que regulam a atividade
contábil.
III. A DRA pode ser apresentada dentro da DLPA ou através de relatório próprio. O
CPC sugere que se faça uso da apresentação na DMPL.
IV. A entidade pode optar por apresentar os ajustes de reclassificação em notas
explicativas, não os divulgando na DRA.
Assinale a opção CORRETA:
a) ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
A b) ( ) Apenas as alternativas I, IV e III estão corretas.
N
Á c) ( ) Apenas as alternativas III e IV estão corretas.
L
I d) ( ) Apenas as alternativas I e IV estão corretas.
S
E e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Uma vez que estamos de posse das demonstrações contábeis desejadas, normalmente C
O
de três a quatro períodos, inicia-se a preparação das contas considerando-se os períodos N
T
selecionados. A este procedimento Marion (2010) denomina de reclassificação, que significa Á
B
uma nova classificação, o reagrupamento de algumas contas, no Balanço Patrimonial e na E
I
Demonstração do Resultado do Exercício. Esses ajustes são necessários para melhorar a S
32
eficiência da análise, podendo-se melhorar a situação econômico-financeira da empresa.
Reis (2009) explica que, quando a análise tem por objetivo determinar qual é a parcela
pertencente aos sócios, do montante de recursos aplicados no ativo, esta postura significa
uma preocupação com o aspecto estático da situação econômica; o autor continua dizendo
que, na apuração e apreciação do resultado das operações sociais, da remuneração dos
investidores e reinvestimento dos resultados, estará analisando a situação econômica sob o
aspecto dinâmico.
Conforme Marion (2010), muitas vezes o contador visa, através do seu agrupamento de
contas nas demonstrações financeiras, melhorar a situação econômico-financeira da empresa
usando de certa subjetividade. Por exemplo: se uma empresa se dispõe a vender um imóvel
que até o momento estava classificado no permanente, a atividade do contador é reclassificar
esta conta no ativo circulante ou realizável a longo prazo. Se classificarmos no ativo circulante,
evidentemente a situação financeira a curto prazo irá melhorar. Todavia não é fácil vender o
imóvel e receber no mesmo ano. Neste caso, o ideal é classificá-lo no realizável a longo prazo,
não obstante seja menos eficaz no momento de se mensurar a capacidade de pagamento da
empresa a curto prazo. Outras vezes, mesmo sendo o contador imparcial no agrupamento
das contas, há necessidade de interferência do analista. É o caso da receita financeira que
legalmente é uma despesa operacional, mas na realidade não o é. (MARION, 2010).
D
permanente); d) resultados de exercícios futuros; e) leasing; f) receitas financeiras e despesas
A financeiras.
S
D
E I) DUPLICATAS DESCONTADAS
M
O
N
S De acordo com a legislação, as duplicatas descontadas são classificadas no ativo
T
R
circulante, como conta redutora do ativo. Para fins de análise, as duplicatas descontadas
A deverão ser reclassificadas no passivo circulante, pois, pelas suas peculiaridades, ainda há o
Ç
Õ risco de a empresa ter que reembolsar o dinheiro obtido, caso o cliente não liquidar a dívida
E
S no banco. Para demonstrar melhor, vamos ver o exemplo a seguir.
C
O
N
A empresa RIO tem por política interna operar com duplicatas descontadas para suprir seu
T caixa, enquanto a empresa MAR opera com empréstimos bancários (com depósito de duplicatas
Á
B como garantia). Dessa forma, as duas empresas terão no passivo circulante uma dívida com
E
I terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, haja apenas a coobrigação.
S
33
IMPO
RTAN
TE!
Aplica-se o mesmo procedimento que o adotado com duplicatas
descontadas quando a empresa possui títulos endossados, saques
de exportação, operações de vendor.
Demonstraremos a seguir a situação das empresas RIO e MAR, que possuem o mesmo
valor no ativo circulante e no passivo circulante.
Analisando as duas empresas, nota-se que ambas tinham a mesma situação financeira e
ambas tiveram uma entrada de igual valor, porém a diferença está no tipo de operação realizada,
que gerou um lançamento contábil diferente, e, consequentemente, a situação da empresa
A
MAR demonstra ter uma menor capacidade de pagamento em relação à empresa RIO. N
Á
L
I
Se reclassificarmos o balanço da empresa RIO, teremos a seguinte situação: S
E
D
QUADRO 10 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO A
Empresa RIO Empresa MAR S
AC 2.000 PC 1.000 AC 2.000 PC 1.000
D
+Entrada 200 D.D. 200 + Entrada 200 + Empréstimo 200 E
M
TOTAL 2.200 TOTAL 1.200 TOTAL 2.200 TOTAL 1.200 O
N
FONTE: Marion (2010) S
T
R
A
ÇÃO! Ç
ATEN
Õ
E
S
Nota 1: agora as empresas possuem o mesmo endividamento (R$
1.200), e a capacidade de pagamento de cada uma é R$ 1,83, a C
mesma para ambas, isto é, para cada R$ (real) que a empresa O
deve, existe em caixa R$ 1,83, o que lhes possibilita saldar seus N
T
compromissos e ainda restar R$ 0,83 em caixa. Á
Nota 2: endividamento igual para as duas empresas. B
E
I
S
34
II) DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
Por se tratar de uma despesa antecipada que será consumida pela empresa, no próximo
ano, é classificada no grupo do Ativo Circulante, porém não se transformará em dinheiro. Esta
despesa reduzirá o lucro do próximo exercício e, como consequência, o patrimônio líquido.
Por este motivo os analistas mais conservadores preferem, no momento da análise, deduzi-la
do patrimônio líquido, excluindo-a do ativo circulante.
Normalmente, esta despesa tem seu valor irrelevante em relação ao ativo circulante, o
que não melhora por si só a situação financeira da empresa, caso não viéssemos a reclassificá-
la, pois seu valor é, sem dúvida, imaterial. Na eventualidade de se tratar de um valor relevante,
então, deveremos excluí-lo do ativo circulante e subtraí-lo do patrimônio líquido. Exemplo:
D
- a relação AC/PC será de 1,33 (20.000/15.000);
E
M
O - a relação Capital Próprio/Capital de Terceiros será de 1,00 (15.000/15.000).
N
S
T
R TE!
A RTAN
IMPO
Ç
Õ
E Neste caso, a Despesa de Exercício Seguinte é relevante, pois
S representa 10% do Ativo Circulante, para cujo percentual é
recomendável a reclassificação, excluindo-a do ativo circulante e
C
O
em contrapartida vamos diminuí-la do Patrimônio Líquido.
N
T
Á
B
E
I
S
35
Com a reclassificação, teremos:
QUADRO 12 – RECLASSIFICAÇÃO
Ativo Circulante Passivo Circulante Observações
Caixa
Duplicatas a Receber
2.000
5.000
Diversos a Pagar 15.000
{Capital de
Terceiros
Estoques 11.000 Patrimônio Líquido
18.000 Capital
Reservas de Lucros
10.000
5.000
{Capital
Próprio
(-) Desp. Exerc. Seg. (2.000)
Ativo não Circulante 13.000
Imobilizado 10.000
Total 28.000 Total 28.000
FONTE: Marion (2010, p. 29)
Uma vez que o Balanço Patrimonial esteja nos moldes da Lei das Sociedades por
Ações, praticamente nada teremos a reclassificar nos grupos Investimentos e Imobilizado, A
N
conforme Marion (2010). Á
L
I
O subgrupo Diferido tem sofrido ajustes por parte de muitos professores e analistas, S
E
deduzindo-o do Patrimônio Líquido, sob a alegação de tratar-se de despesas que comporão
D
resultados de exercícios futuros, e consequentemente, diminuindo o Patrimônio Líquido. A
S
• no Passivo Circulante, nos casos em que as obrigações vençam até o final do exercício
seguinte; ou
• no Exigível a Longo Prazo (Passivo não Circulante), desde que as obrigações vençam após
o término do exercício seguinte.
A Diante do exposto, o grupo Resultados de Exercícios Futuros será eliminado para fins
N
Á de análise, sendo reclassificado no grupo Patrimônio Líquido ou no grupo Passivo Exigível, de
L
I acordo com o risco de haver devolução da parcela recebida antecipadamente.
S
E
D TE!
RTAN
A IMPO
S
C
operação de financiamento, que facilita ao empresário o acesso a bens de uso necessários ao
O funcionamento da empresa, sem que tenha de comprá-los imediatamente”. O arrendamento
N
T mercantil (leasing) pago por uma empresa, mensalmente, não se caracterizava como Ativo
Á
B antes da Lei nº 11.638/07, embora o bem estivesse dentro da empresa, mas a empresa só
E
I tinha a posse e não a propriedade.
S
37
Ferreira (2009) explica que existem várias modalidades de leasing, porém cita as três
mais usuais de arrendamento mercantil:
1 – leasing financeiro;
2 – leasing operacional;
3 – lease-back.
IMPOR
TANT
E!
D
A
S
D
As operações de leasing são reguladas e fiscalizadas pelo Banco
E
Central do Brasil. M
O
N
S
T
VI) RECEITAS FINANCEIRAS E DESPESAS FINANCEIRAS R
A
Ç
Õ
Segundo entende Marion (2010), no Demonstrativo de Resultado do Exercício, deverão E
S
ser reclassificadas as contas de despesas financeiras e receitas financeiras. De conformidade
C
com a Lei das S/As (6.404/76), as despesas e receitas financeiras estão classificadas no grupo O
de contas operacionais, entretanto, para fins de análise (gerencial), elas devem ser transferidas N
T
para o grupo de receitas e despesas não operacionais. Á
B
E
I
S
38
Este procedimento nos leva a obter o lucro operacional efetivamente apurado pela
atividade principal da empresa, sem a inclusão de receitas financeiras (resultado nas aplicações
financeiras) e despesas financeiras.
BALANÇO PATRIMONIAL
Cia. Hipotética
IMPO
RTAN
TE!
O grupo Resultado de Exercícios Futuros foi reclassificado no Passivo
Não Circulante. Neste exemplo hipotético, partiu-se do princípio que
as obrigações vencerão após o término do exercício seguinte.
A
N
Á
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECLASSIFICADO L
I
Cia. Hipotética S
E
QUADRO 16 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECLASSIFICADO
D
Ativo X9 A
Vendas Brutas 9.000.000 S
( - ) Deduções de Vendas (800.000)
D
( = ) Vendas Líquidas 8.200.000 E
( - ) CPV (4.900.000) M
O
( = ) Lucro Bruto 3.300.000
N
( - ) Despesas Operacionais (2.000.000) S
De Vendas (700.000) T
R
Administrativas (950.000) A
Outras despesas (350.000) Ç
( = ) Lucro Operacional 1.300.000 Õ
E
( - ) Despesas não Operacionais (50.000) S
( +) Receitas/Despesas Não Operacionais
( - ) Despesas Financeiras (400.000) C
O
( +) Receitas Financeiras 900.000 500.000 N
( = ) Lucros antes do IR e da CS 1.750.000 T
( - ) IR/CS (550.000) Á
B
( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.200.000 E
FONTE: A autora I
S
40
Iudícibus (1998) afirma que o Ativo é composto de todos os bens e direitos de propriedade
e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes
ou futuros para a empresa. Assim, Iudícibus (1998, p. 41-48) exemplifica o que são bens e
direitos:
• Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, títulos de crédito
etc.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será
exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso Iudícibus (1998) entende que é mais adequado
chamá-lo Passivo Exigível.
Neste sentido, Reis (2009) apresenta o passivo, sua estrutura, a partir da Lei nº A
N
11.638/07, e comenta: no circulante são registradas as dívidas que devem ser resgatadas Á
no exercício seguinte ao do encerramento do balanço e exemplifica: fornecedores, impostos L
I
a pagar, adiantamento de clientes. Ressalta que nestes casos (adiantamentos), se o custo S
E
relacionado com a receita antecipada ainda não foi efetivado, deve ser estimado e separado,
D
pois corresponde a uma obrigação futura da empresa e, portanto, deve ser classificado no A
S
passivo circulante. A receita diferida líquida, sendo uma conta de resultado antecipada, deve
D
ser classificada em resultado de exercícios futuros. E
M
O
Exemplo: Receita antecipada R$ 200
N
(-) custo estimado R$ 150 S
T
(=) receita diferida líquida R$ 50 R
A
Ç
Õ
Se o custo da receita antecipada já foi efetivado e contabilizado, a verba será E
demonstrada da seguinte forma: S
C
O
Resultado de exercícios futuros N
T
Receita antecipada R$ 200 Á
(-) custo respectivo R$ 150 B
E
(=) receita diferida líquida R$ 50 I
S
42
IMPO
RTAN
TE!
Nos casos em que o custo não foi efetivado, ou não puder ser
estimado, o total da receita antecipada deverá ser contabilizada
no passivo circulante como adiantamento de clientes.
Matarazzo (2010) complementa o passivo com o grupo passivo não circulante assim
compreendidas as obrigações da empresa vencíveis a prazo superior a um ano ou superior
ao ciclo operacional; resultados de exercícios futuros, extinto segundo a MP 449/08 e Lei
nº 11.941/09; e patrimônio líquido, que representa os recursos dos acionistas formados por
capital (dinheiro ou bens) entregues pelos acionistas à empresa.
Quando nos referimos ao Patrimônio Líquido, dizemos que este evidencia os recursos
dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a
primeira aplicação) é denominado, contabilmente, capital.
Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas no caso das S/As,
ou sócios nos casos de LTDA.), será um acréscimo ao Capital. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 41-48).
Os impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; eles
variam proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior for o total das vendas, maior será
o imposto. Exemplos de impostos, os mais comuns: IPI, ICMS, ISS, PIS, FINSOCIAL. O
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é um imposto federal oriundo das operações
realizadas pelas indústrias; o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um
imposto estadual incidente nas operações de vendas de mercadorias e prestação de serviços; o
ISS (Imposto sobre Serviços) é um imposto municipal e é incidente nas prestações de serviços;
o PIS (Programa de Integração Social) é uma contribuição social de natureza tributária, devida
pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e do
abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos; e o FINSOCIAL (Fundo
de Investimento Social), cuja contribuição foi instituída pelo Decreto-Lei nº 1.940, de 25 de
maio de 1982, artigo 1º, e tem por finalidade custear investimentos de caráter assistencial em
alimentação, habitação popular, saúde, educação e amparo ao pequeno agricultor.
Reis (2009) reconhece a mesma sequência lógica e ordenada de todos os grupos de contas
que influenciaram o demonstrativo e afirma que a Demonstração do Resultado do Exercício
é “[...] uma peça contábil que mostra o resultado das operações sociais – lucro ou prejuízo – e A
N
que procura evidenciar o resultado operacional do período, e o resultado líquido do período, isto Á
L
é, a parcela que ficou à disposição dos sócios para ser retirada ou reinvestida no negócio”. I
S
E
Acadêmico/a, você acabou de ver no item 2 a preparação das contas do balanço D
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício; também foram apresentadas as A
S
principais contas do balanço patrimonial e da DRE que devem ser reclassificadas e, por fim, foi
D
demonstrado o balanço patrimonial e a DRE da Empresa Hipotética devidamente reagrupados. E
M
Na sequência você terá que reconhecer os efeitos inflacionários, cujo procedimento também O
N
é obrigatório na análise para que não haja distorção nos resultados apurados. S
T
R
A
Ç
Õ
3 RECONHECIMENTO E
DOS EFEITOS INFLACIONÁRIOS S
C
O
Reconhecer os efeitos inflacionários é fundamental antes de iniciar a análise horizontal N
T
e a análise vertical, para evitar resultados distorcidos em função da variação da moeda, explica Á
B
Zdanowicz (1998). E
I
S
44
Para tanto, primeiro deve o analista definir qual é o indicador econômico que deseja
utilizar. Sugerem-se alguns dos mais comuns: IGPM, INPC, IPCA, entre outros, cuja escolha
fica a cargo do gestor.
BALANÇO PATRIMONIAL
EMPRESA RAIOS DE PARÁBOLAS S/A
QUADRO 18 – BALANÇO PATRIMONIAL
Contas 2006 2007 2008 2009
Ativo 514.191 559.897 582.105 591.216
Ativo Circulante 217.483 104.198 101.177 117.370
Ativo Não Circulante 296.708 455.699 480.928 473.846
A
N
Á Passivo 514.191 559.897 582.105 591.216
L Passivo Circulante 306.650 267.870 319.187 316.363
I
S Passivo Não Circulante 184.190 267.726 239.968 249.503
E Patrimônio Líquido 23.351 24.301 22.950 25.350
D
FONTE: A autora
A
S
BALANÇO PATRIMONIAL ATUALIZADO MONETARIAMENTE
D EMPRESA RAIOS DE PARÁBOLAS S/A
E
M
O
QUADRO 19 – BALANÇO PATRIMONIAL ATUALIZADO MONETARIAMENTE
N Contas 2006 2006 at 2007 2007 at 2008 2008 at 2009 2009 at
S Ativo 514.191 622.188 559.897 644.277 582.105 629.059 591.216 613.661
T
R Ativo Circulante 217.483 263.162 104.198 119,901 101.177 109.338 117.370 121.826
A Ativo Não
Ç 296.708 359.026 455.699 524.376 480.928 519.721 473.846 491.835
Circulante
Õ
E
S Passivo 514.191 622.188 559.897 644.277 582.105 629.059 591.216 613.661
Passivo
C 306.650 371.057 267.870 308.240 319.187 344.934 316.363 328.373
O Circulante
N Passivo Não
T 184.190 222.876 267.726 308.074 239.968 259.324 249.503 258.975
Circulante
Á
B Patrimônio
23.351 28.255 24.301 27.963 22.950 24.801 25.350 26.313
E Líquido
I FONTE: A autora
S
45
Para sua melhor compreensão, caro/a acadêmico/a, faremos a demonstração dos
cálculos realizados. A metodologia adotada foi igual para todos, por esta razão apresentaremos
apenas uma conta.
Ativo 2006 = 514.191 dividido pelo indicador 687,9575 (2006) e multiplicado pelo
indicador 832,4510 (referente a setembro de 2010, base de atualização).
O resultado apurado foi de R$ 622.188 (seiscentos e vinte e dois mil, cento e oitenta e
oito reais), o que significa uma inflação de 21% (vinte e um por cento no período).
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
46
RESUMO DO TÓPICO 2
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
47
IDADE
ATIV
AUTO
D
3 Escreva de que forma deve ser feita a atualização monetária dos balanços de forma E
M
a preparar os dados para análise. O
N
S
4 Assinale com X a alternativa CORRETA. A reclassificação das contas do balanço T
R
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício é um procedimento necessário A
Ç
para deixar as contas em formato: Õ
E
a) ( ) aceitável. S
b) ( ) padrão.
C
c) ( ) estimado. O
N
d) ( ) ampliado. T
Á
e) ( ) nenhuma das respostas anteriores. B
E
I
S
48
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ANÁLISE HORIZONTAL
E ANÁLISE VERTICAL
1 INTRODUÇÃO
D
A
S
de índices. No primeiro ano do período analisado, o índice terá como base 100, e os valores
dos anos seguintes serão expressos em relação ao índice base 100, permitindo, desta forma,
o analista observar a evolução.
e) o período-base deve ser aquele em que a empresa tenha exercido suas atividades em
condições normais, isto é, que não tenha sido um período atípico.
Este tipo de análise permite a avaliação do aumento ou da diminuição dos valores, que
A componham o balanço patrimonial ou de resultados entre uma série histórica de períodos.
N
Á
L
I O instrumento utilizado para avaliar o crescimento monetário dos elementos do balanço
S
E patrimonial ou do Demonstrativo do Resultado do Exercício é denominado índice.
D
A O cálculo é bastante simples: adota-se o índice 100 (cem) como representativo dos
S
valores monetários do ano que serve de base, para confronto com os valores dos demais
D
E períodos. Aplica-se regra de três simples e direta, e calculam-se os índices correspondentes
M
O aos períodos que serão confrontados com o período-base. (ZDANOWICZ, 1998).
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
51
D
E
M
2.1 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL O
N
S
T
A análise vertical permite, inicialmente, que o analista avalie a estrutura do Balanço R
A
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, o que chamamos de lógica de Ç
balanço, isto é, se a proporcionalidade dos diferentes componentes patrimoniais e de resultados Õ
E
se mantém ao longo dos anos ou se existem desequilíbrios importantes, que merecem uma S
Então, se algum componente do ativo circulante, por exemplo, apresentar uma variação
significativa em relação ao total do ativo, o analista poderá vislumbrar e, sobre essa cifra,
concentrar suas atenções.
Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua
evolução no tempo.
Zdanowicz (1998, p. 58-59) afirma que “[...] a análise vertical é o processo que objetiva
a medição percentual de cada componente patrimonial ou de resultado econômico em relação
ao total de que se faz parte”.
Neste sentido, o referido autor confirma que “[...] o objetivo da análise vertical é avaliar,
em termos relativos, as partes que compõem o todo e compará-las no caso de análise de dois
A ou mais períodos sociais”.
N
Á
L
I BALANÇO PATRIMONIAL ATUALIZADO MONETARIAMENTE
S
E EMPRESA RAIOS DE PARÁBOLAS S/A
Vendas líquidas = 100. CPV multiplicado por 100 dividido pelo valor das vendas líquidas
R$ 361.856,32 multiplicado por 100 dividido por R$ 504.705,25 = 71,70%.
IMPO
RTAN
TE!
A análise horizontal e a análise vertical devem ser feitas
conjuntamente. O analista deve sempre fazer um comparativo entre
o percentual que aumentou ou diminuiu e o percentual da estrutura,
A
quanto a conta ou grupo de conta representa no grande grupo. N
Á
L
I
S
LEITURA COMPLEMENTAR
E
D
A
GOVERNO AUTORIZOU MANOBRA CONTÁBIL FEITA PELA PETROBRAS S
D
E
Mudança permitiu que a estatal adiasse pagamento de impostos de 4 bilhões M
O
N
O governo e os ministros com assento no Conselho de Administração da Petrobras S
T
deram aval à decisão da empresa de alterar o sistema de cálculo do Imposto de Renda. Esse R
A
foi o instrumento encontrado pela cúpula da Petrobras para, no auge da crise, tornar viável a Ç
Õ
manutenção de um elevado nível de investimentos. “Trata-se de política de governo para manter E
S
os investimentos. É melhor do que socorrer a empresa com dinheiro do Tesouro”, defendeu o
C
senador Aloizio Mercadante (PT-SP), porta voz do Governo nas negociações de ontem para O
acalmar a oposição. N
T
Á
B
As críticas a esse procedimento tiveram origem no fato de a estatal ter mudado o regime E
I
S
54
Por causa da desvalorização do Real, a Petrobras registrou um elevado ganho com essa
variação cambial sobre os Ativos da empresa no exterior, mas esse ganho não se materializou
em entradas no caixa.
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
55
RESUMO DO TÓPICO 3
Este tópico contemplou uma abordagem do que significa a análise horizontal e a análise
vertical; demonstrou também que o objetivo da análise horizontal é mostrar a evolução de cada
conta isoladamente ou de cada grupo de contas.
Com relação à análise vertical, observou-se que esta avalia a estrutura do balanço e
da demonstração do resultado do exercício, destacando se existem desequilíbrios importantes
que merecem avaliação mais detalhada. A
N
Á
A participação de cada componente do ativo, passivo e do patrimônio líquido em L
I
relação ao total do ativo ou total do passivo também foi demonstrado, bem como sua forma S
E
de cálculo.
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
56
IDADE
ATIV
AUTO
IAÇÃO
AVAL
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S
58
A
N
Á
L
I
S
E
D
A
S
D
E
M
O
N
S
T
R
A
Ç
Õ
E
S
C
O
N
T
Á
B
E
I
S