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10/04/2019

Investimentos em Coligada,
Controlada e em
Empreendimento Controlado em
Conjunto

Profª. Raíssa Aglé Moura de Sousa

Introdução

Detém o poder
sobre as políticas Detém o poder
financeiras e sobre as políticas
operacionais COLIGADA CONTROLADORA financeiras e
sobre a investida, operacionais da
sem controla-la. investida,
controlando-a.

INVESTIDA /
CONTROLADA 2

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Coligada

▪ Definição: Lei 6.404/76 e alterações.


o As sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa.

▪ Influência significativa: quando a investidora tem o poder de participar nas


decisões das políticas financeiras e operacionais da investida, sem
controla-la.
o Presume-se a influência significativa quando há participação de 20% ou
mais no capital votante da investida, sem que haja o controle.
• A investidora pode ter influência significativa sobre a investida,
mesmo com menos de 20% de participação;
• A investidora pode não ter influência significativa sobre a
investida, mesmo com mais de 20% de participação.

Coligada

o Provas de influência significativa:


✓ representação no conselho de administração,
✓ nomeação de cargos gerenciais,
✓ informação técnica essencial,
✓ participação na definição de dividendos, etc.

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Controladas e Controladoras

▪ Definição de CONTROLADORAS: Lei 6.404/76, art. 118.


o É a pessoa, física ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de
voto, ou sob controle comum, que:
✓ É titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a
maioria dos votos nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger
a maioria dos administradores da companhia; e
✓ Usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da companhia.
▪ Definição de CONTROLADAS: Lei 6.404/76, art. 243.
o É a sociedade em que a controladora é titular de direitos de sócio, diretamente
ou através de suas controladas, que lhe confira, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores.

Controladas e Controladoras

o Controle: é quando a investidora detém poder (preponderância) sobre a


investida e está sujeita a obtenção de retornos variáveis em razão de seu
envolvimento com a investida;

o Presume-se o controle quando o titular de direito de sócios detém mais de 50%


do capital votante;

o Há a possibilidade do controle ser de um acionista, ou grupo de acionistas, com


participação de menos de 50% do capital votante, sempre que o capital da
investida estiver muito pulverizado.

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Controladas em Conjunto

▪ A origem do controle em conjunto dar-se quando dois ou mais sócios compartilham


o controle de uma entidade, de forma equivalente;
▪ Nenhum de seus acionistas ou sócios, individualmente, exerce sobre ela o controle
(individual) direta ou indiretamente;
▪ As decisões vão exigir consenso de ambas as partes que estão compartilhando o
poder;
▪ Esse compartilhamento de poder é usualmente definido no contrato social, estatuto
social ou em acordos;
▪ A investida torna-se uma joint venture.

Controladas em Conjunto

▪ A entidade controlada em conjunto (joint venture) pode ter participações


societárias diferentes, mas o controle é compartilhado (definido no contrato social,
estatuto, etc.).

A B

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Controladas em Conjunto

▪ A Lei 6.404/76: não prevê controle compartilhado;


▪ Não havia no Brasil regulamentação para as controladas em conjunto;
▪ A partir de 1996, a CVM emitiu a IN 247/96 adotando procedimentos para as
entidades com controle compartilhado;
▪ A IN 247/96 passou a exigir que as investidoras aplicassem a equivalência
patrimonial nos balanços individuais e a consolidação proporcional;
▪ Devido a introdução do CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, em 2013, essa
exigência de consolidação proporcional tornou-se invalidada, aplicando-se apenas
a equivalência patrimonial (consonância do IASB com o FASB).

Esquema

Cenários

Controle Influência Pouca/Nenhuma


Controle
compartilhado Significativa Influência

Equivalência
Consolidação Valor Justo
Patrimonial
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MÉTODO DA
EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ É o método de contabilizar a operação que será realizada após a aquisição


da participação do investidor.
▪ É um ajuste ao saldo do investimento por equivalência à parte do investidor em
em quaisquer mudanças no patrimônio líquido da investida, utilizando‐se a
participação efetiva do investidor.
▪ O art. 248 da Lei 6.404/76 afirma que as S.A.’s são obrigadas a adotar o
MEP na avaliação de investimentos em coligadas, controladas e em outras
sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
▪ As contrapartidas das contas de investimento vão variar conforme for a
mudança que ocorrer no PL da investida.

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ Exemplo: A empresa investidora A tem participação nas Empresas B, C, D e E sobre


as quais tenha influência e que no período em questão tenham o lucro do período
como única mutação de patrimônio líquido. Dadas as informações abaixo, temos:

Participação de Saldo
Lucro Líquido Equivalência Saldo
A no capital Contábil
Apurado Patrimonial Contábil Final
votante (%) Inicial
Empresa B 958.773 15% 143.816 250.0000 393.816
Empresa C 1.402.928 25% 350.732 820.000 1.170.732
Empresa D (172.150) 40% (68.860) 640.000 571.140
Empresa E 138.698 90% 124.828 380.000 504.828
TOTAL - - 550.516 2.090.000 2.640.516

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ Quando um grupo empresarial composto por diversas controladas que


detenham participações pequenas em outras sociedades, as quais estão sob o
mesmo comando, independentemente de essas participações conferirem ou
não a seus detentores influência significativa, pelo texto legal, o método de
equivalência patrimonial deve ser aplicado, como ilustra a figura a seguir:

A
B, C e D aplicam a
Equivalência Patrimonial
80%
sobre suas participações
Mesmo grupo em “E”, apesar de não
e controle serem coligadas de E
comum de A. B C D 60% (não possuírem influência
12% significativa).

E
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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ O saldo contábil do investimento, corresponde ao percentual de participação do


investidor sobre o Patrimônio Líquido da investida;

▪ Qualquer mudança que venha a ocorrer no PL da investida decorrente de Lucro ou


Prejuízo, apurado na coligada ou controlada, são reconhecidos no resultado da
investidora.
o Exemplo: Lucro ou Prejuízo apurado na investida:
• Aumenta ou diminui o valor do investimento no Investidor, e
• É reconhecida a receita ou despesa de equivalência patrimonial no
investidor.

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ Passo a passo da mensuração pelo MEP:

1 Contabilizar a aquisição do investimento (mensuração inicial);

2 Contabilizar os lucros ou prejuízos que a investida apurou (considerar a


participação da empresa investidora);

3 Caso haja lucro, contabilizar os dividendos a distribuir pela investida


(considerar a participação da empresa investidora).

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ Exemplo 1: A empresa Investidora S.A. comprou em 01/01/20x1, 75% do capital


social da Magazine S.A. pelo valor total de R$ 15.000. A Magazine S.A. tinha PL de
R$ 20.000 em 01/01/20x1, apurou um lucro de R$ 1.000 no exercício social de
20x1 e declarou dividendos de R$ 500, em 31/12/20x1.
Resolução:
1º) Contabilizar o Investimento (mensuração inicial)
D – Investimentos em Magazine S. A. (Pelo MEP) 15.000,00
C – Disponível 15.000,00

2º) Contabilizar o Lucro Apurado


D – Investimentos em Magazine S. A. (MEP: $ 1.000 x 75%) 750,00
C – Receita de Equivalência Patrimonial 750,00

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP


Diminuição no PL
3º) Contabilizar os Dividendos a Receber da investida, logo o
investimento é
D – Dividendos a Receber ($500 x 75%) 375,00 creditado.
C – Investimentos em Magazine S. A. 375,00
∆ Investimento – AÑC (Investidora ) ∆ PL da Investida
AUMENTOS DIMINUIÇÕES AUMENTOS DIMINUIÇÕES
Prova dos nove
15.000 SI 20.000
+ 750 PL investida $ 20.000 LL + 1.000
- 375 LL investida $ 1.000
Dividendos distr. ($ 500) Divid. - 500
Total 15.750 Total - 375 Total 21.000 Total - 500
$ 20.500 x 75% = $ 15.375
Sd. Final Sd. Final
15.375 20.500 18

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ Logo, quando for apurado lucro na investida:

Exemplo – Coligadas DÉBITO CRÉDITO


Investimentos em Coligadas X
Receita de Equivalência Patrimonial X

▪ Quando for apurado prejuízo:

Exemplo – Coligadas DÉBITO CRÉDITO


Despesa de Equivalência Patrimonial X
Investimentos em Coligadas X

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Método de Equivalência Patrimonial – MEP

▪ As demais mudanças no PL da investida que não sejam decorrentes de Lucro ou


Prejuízo, são contabilizadas direto no saldo contábil do investimento e no PL do
próprio investidor em conta reflexa de mesma natureza daquela verificada na
coligada (ou controlada).
▪ Logo, sempre que a investida contabilizar mudanças em seu PL, essas mutações
serão refletidas numa conta que reflete a conta de PL da investida.
▪ Exemplo: Considerando um aumento em Outros Resultados Abrangentes,
contabilizados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial da investida “A”, será
também contabilizada na investidora “X”, numa conta reflexo, específica a essa
operação da investida.

Exemplo na investidora DÉBITO CRÉDITO


Investimentos em A X
Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) – Investimentos em A X
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