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1.

Investimentos Financeiros:
Partes de capital em subsidiárias
e associadas

Contabilidade Financeira Avançada I


1.º Semestre 2023/2024

Sandra Alves
1.1. Investimentos Financeiros
no SNC
¢ No âmbito do SNC, e atendendo às suas
particularidades, os investimentos financeiros estão
enquadrados, nomeadamente, nas seguintes
normas:

l Investimentos em subsidiárias, associadas e


empreendimentos conjuntos (NCRF 13 – Interesses em
Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas e NCRF 15 –
Investimentos em Subsidiárias e Consolidação);

l Restantes investimentos (NCRF 27 - Instrumentos Financeiros).


1.2. Ligações entre empresas

¢ De acordo com o SNC as ligações entre


empresas podem dar origem a participações de
capital em:

l Subsidiárias;
l Associadas;
l Empreendimentos conjuntamente controladas;
l Outras empresas.
1.2. Ligações entre empresas

¢ INVESTIMENTO EM SUBSIDIÁRIAS:

l São as empresas que fazem parte de um conjunto


compreendido pela empresa-mãe e pelas empresas filhas
(subsidiárias), em que a empresa mãe detém o poder de
domínio ou de controlo sobre estas (poder de gerir as
políticas operacionais e financeiras de uma entidade de
forma a obter benefícios da sua atividade).
1.2. Ligações entre empresas

¢ INVESTIMENTO EM ASSOCIADAS:

l São as empresas onde a investidora não detém o poder de


controlo, mas exerce influência significativa (poder de
participar nas decisões das políticas operacionais e
financeiras da investida ou de uma atividade, mas que não
é controlo nem controlo conjunto sobre essas políticas.
Presume-se que existe influência significativa quando a
participação financeira varia entre 20% a 50%).
1.2. Ligações entre empresas

¢ INVESTIMENTO EM OUTRAS ENTIDADES:

l São as participações financeiras onde não existe influência


significativa (normalmente são percentagens inferiores a
20%).
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ Controlo: é o poder de gerir as políticas operacionais e
financeiras de uma entidade ou de uma atividade económica a fim
de obter benefícios da mesma.

¢ Presume-se a existência de controlo quando a investidora


adquire mais de metade dos direitos de voto de outra
entidade, a menos que seja possível demonstrar que essa
propriedade não constitui controlo.
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ Mesmo sem mais de metade dos direitos de voto, o controlo
pode ser obtido através de:
Ø Poder sobre mais de metade dos direitos de voto da outra
entidade em virtude de um acordo com outros investidores; ou
Ø Poder para gerir as políticas financeiras e operacionais da
outra entidade segundo uma cláusula estatutária ou um
acordo; ou
Ø Poder para nomear ou demitir a maioria dos membros do
órgão de gestão da outra entidade; ou
Ø Poder de agrupar a maioria de votos nas reuniões do órgão
de gestão da outra entidade.
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ É necessário avaliar os potenciais direitos de voto.

Ø se proprietária de warrants de ações, opções call de ações,


instrumentos de dívida ou de capital próprio, ou outros que
sejam convertíveis em ações ordinárias,

Ø se exercidos ou convertidos, concedam à entidade o poder


de voto ou reduzam o poder de voto de uma terceira
entidade relativamente às políticas financeiras e
operacionais
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ Influência significativa: é o poder de participar nas decisões
das políticas operacionais e financeiras da participada ou de uma
atividade económica mas que não é controlo nem controlo
conjunto sobre essas políticas.

Presunção de influência
significativa:
direitos de voto ≥ 20% e ≤ 50%
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ A existência de influência significativa é geralmente
evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
Ø Representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente da
investida;
Ø Participação em processos de decisão de políticas, incluindo a
participação em decisões sobre dividendos e outras distribuições;
Ø Transações materiais entre o investidor e a investida;
Ø Intercambio de pessoal de gestão; ou
Ø Fornecimento de informação técnica essencial.
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ Presunção de influência significativa:

Ø Ao avaliar se uma entidade tem influência significativa, deverá ser tida


em conta a existência e o efeito de potenciais direitos de voto.

Ø Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte do investidor nos


resultados da investida e nas alterações no capital próprio da investida é
determinada na base dos interesses de propriedade então existentes e
não reflete o possível exercício ou conversão de potenciais direitos de
voto.
1.3. Controlo e Influência
significativa
¢ Perda de influência significativa:

Ø Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida


quando perde o poder de participar nas decisões de política financeira e
operacional da investida.

Com ou sem alteração da participação


1.4. Reconhecimento e
Mensuração
¢ Nota de enquadramento à conta 41 Investimentos
Financeiros:

PARTICIPAÇÕES NAS CONTAS INDIVIDUAIS


Por regra, método da equivalência
Em subsidiárias
patrimonial
Por regra, método da equivalência
Em associadas
patrimonial
Em empreendimentos conjuntos
Método de consolidação proporcional
(entidades conjuntamente
ou método da equivalência patrimonial
controladas)
Método do custo ou
Noutras entidades
método do justo valor
1.4. Reconhecimento e
Mensuração
¢ Assim IF em subsidiárias, associadas e ECC:
¢ Regra geral – MEP
¢ Exceção: O MEP não é aplicável quando:
Ø Existirem restrições severas e duradouras que prejudiquem substancialmente
o exercício dos seus direitos sobre o património ou a gestão da entidade;

Ø As participações no capital da empresa associada não forem materialmente


relevantes para a realização do objetivo de as DF darem uma imagem
verdadeira e apropriada;

Ø Se trate de um caso, extremamente raro, em que as informações necessárias


não podem ser obtidas sem custos desproporcionados ou sem demora
injustificada.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração
¢ Assim IF noutras empresas:

l Método do custo – quando não é possível estimar com


fiabilidade o justo valor; ou
l Método do justo valor – quando é possível estimar com
fiabilidade o justo valor.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração – Método do custo
¢ Mensuração inicial ao custo de aquisição.

¢ Subsequentemente:

l O rédito dos dividendos deve ser reconhecido quando for estabelecido o


direito do sócio/acionista receber o pagamento.

l São reconhecidas perdas por imparidade sempre que a QE seja superior à


QR,

• Sendo a QR o maior entre: JV menos custos de alienação e Valor de


Uso

l As perdas por imparidade não podem ser revertidas.


1.4. Reconhecimento e Mensuração –
Método do justo valor

v Justo Valor é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado e um


passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transação em que não exista relacionamento entre elas.

v Mensuração inicial ao Justo Valor,


• Uma entidade não deve incluir os custos de transação na
mensuração inicial de um ativo financeiro que seja mensurado ao
justo valor através dos resultados.
v Subsequentemente o ativo é ajustado para o JV com as variações a
serem imputadas aos resultados dos períodos em que ocorram.
v O rédito dos dividendos deve ser reconhecido quando for estabelecido o
direito do sócio/acionista receber o pagamento.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ O MEP é:
“é um método de contabilização pelo qual o investimento ou interesse é
inicialmente reconhecido pelo custo (sendo o goodwill respetivo
apresentado separadamente) e posteriormente ajustado em função das
alterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do investidor
ou do empreendedor nos ativos líquidos da investida ou da entidade
conjuntamente controlada. Os resultados do investidor ou empreendedor
incluem a parte que lhe corresponda nos resultados da investida ou da
entidade conjuntamente controlada”.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Nas entidades conjuntamente controladas o MEP é aplicável
nas seguintes situações:

Ø Obrigatoriamente nas DF individuais se o empreendedor estiver sujeito à


elaboração de DF consolidadas (e nas DF consolidadas segue o método
de consolidação proporcional).

Ø Permitida nas DF individuais se o empreendedor não estiver sujeito à


elaboração de DF consolidadas, sendo o método de consolidação
proporcional o recomendado para mensurar o investimento nas DF
individuais.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Aplicação do MEP – data a partir da qual se passa a exercer
influência significativa ou controlo:

Ø No momento da aquisição da participação financeira;

Ø Em momento posterior:

Ø Transição do método do custo ou do justo valor para o MEP


1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração inicial:

Ø O investimento numa entidade é inicialmente reconhecido


pelo custo (sendo o goodwill respetivo apresentado
separadamente)
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Tratamento do Goodwill

l Na aquisição do investimento, qualquer diferença entre o custo do investimento


e a parte do investidor no justo valor líquido dos ativos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da associada é contabilizada de acordo com a NCRF
14:
• Diferença positiva = Goodwill positivo
• Diferença negativa = Goodwill negativo
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Tratamento do Goodwill Positivo

l O goodwill positivo é apresentado separadamente da restante parte da


quantia escriturada do investimento e deve ser amortizado com base na sua
vida útil, ou, em 10 anos, caso a vida útil não possa ser estimada com
fiabilidade (conta 41 - IF ou conta 44 - AI).
l A CNC entende que este goodwill deve ser contabilizado na subconta 441 –
Goodwill e evidenciado no Balanço na linha designada por “Goodwill”, e as
respetivas amortizações deverão ser incluídas numa subconta da rubrica
64 - Gastos de depreciação e de amortização (ver pergunta 32 da
Comissão de Normalização Contabilística) disponível em
http://www.cnc.min-financas.pt/faqs_empresarial.html)
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Tratamento do Goodwill Negativo

l O goodwill negativo é excluído da quantia escriturada do investimento e é


incluído como rendimento na determinação da parte do investidor nos
resultados da investida à data da sua realização.

Assim, este rendimento poderá ser realizado na medida em que os ativos e


passivos da empresa adquirida (comprados a preço baixo, mas reconhecidos pelo
seu justo valor) sejam usados e, consequentemente, gerem benefícios económicos
futuros (ver pergunta 33 da Comissão de Normalização Contabilística) disponível
em http://www.cnc.min-financas.pt/faqs_empresarial.html
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

l O valor do investimento financeiro deve ser ajustado em função


das alterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do
investidor nos ativos líquidos da investida:
• % no resultado do investidor;
• % outras variações nos capitais próprios;
• distribuições de lucros;
• entradas para cobertura de prejuízos;
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

l O valor do investimento financeiro deve ser ainda ajustado para


refletir o efeito:
• % nas diferenças de avaliação;
• % nos resultados não realizados resultantes de operações
ascendentes e descendentes.

l Perdas por imparidade


1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

l Ajustamentos ao valor do investimento financeiro:


l A parte do investidor nos resultados da investida é reconhecida
nos resultados do investidor.

l A parte do investidor nas alterações do capital próprio é


reconhecida diretamente no seu capital próprio.

l As distribuições recebidas de uma investida reduzem a quantia


escriturada do investimento.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

¢ Lucros não atribuídos:


l A NCRF 13 é omissa sobre o reconhecimento dos lucros não
atribuídos, pelo que o seu enquadramento contabilístico
circunscreve-se à nota de enquadramento da conta “5712”.

l Conta “5712” - Esta conta será creditada pela diferença entre os


lucros imputáveis às participações e os lucros que lhes forem
atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a
conta 56 - Resultados transitados.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

¢ Diferenças de avaliação:
l Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do investidor nos
resultados da associada, após a aquisição, para:
l contabilizar, por exemplo, a depreciação dos ativos depreciáveis
baseada nos seus justos valores à data da aquisição.
l ter em conta perdas por imparidade reconhecidas pela associada
em itens tais como o goodwill ou ativos fixos tangíveis.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Reconhecimento e mensuração subsequente

¢ Eliminação dos resultados não realizados resultantes de


operações ascendentes e descendentes:
l Os resultados provenientes de transações “ascendentes” e “descendentes” entre um
investidor e uma associada são reconhecidos nas DF do investidor somente na medida
em que correspondam aos interesses de outros investidores na associada, não
relacionados com o investidor.
• Transações “ascendentes” são, por exemplo, vendas de ativos de uma associada
ao investidor.
• Transações “descendentes” são, por exemplo, vendas de ativos do investidor a
uma associada. Assim, a parte do investidor nos resultados da associada
resultantes destas transações é eliminada.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Perdas por imparidade
l O investidor deve determinar se é necessário reconhecer qualquer perda por
imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses na subsidiária ou
na associada.

l A QE do investimento (incluindo a QE do goodwill positivo) é testada quanto a


imparidade segundo a NCRF 12, o que consiste em comparar a sua QE com a
sua QR (QR é o maior entre Valor de Uso e JV – Custos de Alienação).

• A perda por imparidade deverá ser imputada em primeiro lugar ao Goodwill


(esta perda não pode ser revertida)

• Caso a perda por imparidade seja superior à QE do Goodwill o restante


será imputado ao Investimento Financeiro.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
Proposta de desagregação da conta 4111 (Adaptado de Alves e Carmo,
2021. p. 278)

41 Investimentos Financeiros
411 Investimentos em subsidiárias
4111 Participações de capital - MEP
41111 Participações de capital
411111 Quota-parte nos capitais próprios
411112 Diferenças de avaliação
411113 Goodwill negativo
411114 Quota-parte no resultado do período
411115 Lucros atribuídos
411116 Quota-parte de outras variações nos capitais próprios
411117 Quota-parte nos resultados não realizados
411118 Cobertura de prejuízos
411119 Ajustamento de transição
Assumindo o
41112 Goodwill goodwill nos IF
418 Goodwill
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP

Relativamente ao Goodwill, assumindo o reconhecimento em ativos


intangíveis:

44 Ativos intangíveis
441 Ativos intangíveis - Goodwill
4481 Ativos intangíveis - Amortizações acumuladas - Goodwill
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Suspensão

1. Se a participação deixar de conferir influência significativa, controlo ou


controlo conjunto (por ex. redução da participação);

2. Porque ocorrem restrições severas e duradouras ..., ou qualquer uma


das exceções descritas;

3. Em certos casos de acumulação de perdas pela investida.


1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Suspensão
Nas situações 1. e 2. o IF deve passar a ser mensurado ao JV através dos
resultados ou, caso este não possa ser determinado, ao Custo.

l Caso passe a mensurar ao JV: A investidora deve reconhecer nos


resultados qualquer diferença entre:

• O JV do investimento retido + quaisquer proventos resultantes da


alienação da parte de interesse na associada; e

• A QE do investimento (incluindo a quantia escriturada do goodwill


respetivo) à data em que ocorreu a perda de influência significativa.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Suspensão
Nas situações 1. e 2. o IF deve passar a ser mensurado ao JV através dos
resultados ou, caso este não possa ser determinado, ao Custo.

l Caso passe a mensurar ao custo:

• A QE do investimento (incluindo a quantia escriturada do goodwill


respetivo) à data em que ocorreu a perda de influência significativa
passa a ser o Custo.
l Haverá ainda que reclassificar as quantias reconhecidas nos capitais
próprios relativas ao IF (conta Ajustamentos em ativos financeiros).
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Suspensão
Relativamente à situação 3:

l Se a parte de um investidor nas perdas de uma associada igualar ou


exceder o seu interesse na associada, o investidor descontinua o
reconhecimento da sua parte de perdas adicionais.
l Depois de o interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas
adicionais são tidas em conta mediante o reconhecimento de um passivo,
só na medida em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais
ou construtivas ou tenha feito pagamentos a favor da associada.
l Se posteriormente a associada relatar lucros, o investidor retoma o
reconhecimento da sua parte nesses lucros somente após a sua parte
nos lucros igualar a parte das perdas não reconhecidas.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Outras referências
Datas de relato:

l As demonstrações financeiras disponíveis mais recentes da


investida são usadas pelo investidor na aplicação do MEP.

l Quando as datas de relato do investidor e da investida forem


diferentes, esta prepara, para uso do investidor, demonstrações
financeiras na mesma data das demonstrações financeiras do
investidor a não ser que isso se torne impraticável.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Outras referências
Politicas Contabilísticas:

l As demonstrações financeiras do investidor devem ser preparadas


usando políticas contabilísticas uniformes para transações e
acontecimentos idênticos em circunstâncias semelhantes
l Se uma investida usar políticas contabilísticas diferentes das do
investidor para transações e acontecimentos idênticos em
circunstâncias semelhantes, devem ser feitos ajustamentos para
conformar as políticas contabilísticas da investida às do investidor
quando as demonstrações financeiras da investida forem usadas
pelo investidor na aplicação do método da equivalência patrimonial.
1.4. Reconhecimento e
Mensuração - MEP
¢ Alienação do IF

Haverá que:

l Desreconhecer o IF alienado;
l Reconhecimento da mais ou menos valia, caso exista;
l Regularizar os saldos da conta “Ajustamentos em ativos financeiros”.
1.5. MEP e Impostos diferidos

¢ Enquadramento fiscal

l Os rendimentos e gastos, assim como quaisquer outras variações


patrimoniais, relevados em consequência da utilização do MEP,
não concorrem para a determinação do lucro tributável,
devendo os rendimentos provenientes dos lucros distribuídos ser
imputados ao período de tributação em que se adquire o direito
aos mesmos (n.º 8 do art.º 18.º do CIRC).
1.5. MEP e Impostos diferidos

¢ Enquadramento fiscal

l Não concorrem para a formação do lucro tributável as variações


patrimoniais não refletidas no resultado líquido do período
(art.º 21.º e 24.º do CIRC).
1.5. MEP e Impostos diferidos

¢ Enquadramento fiscal

¢ A atribuição de dividendos, quando se aplica o MEP, não implica o


reconhecimento de qualquer rendimento contabilístico;

¢ Mas, para efeitos fiscais, esse “rendimento” devem ser imputado ao


período de tributação em que se adquire o direito aos mesmos.
1.5. MEP e Impostos diferidos

¢ Enquadramento fiscal

¢ No entanto, essa tributação, em muitos casos, acabará por ser


anulada pela aplicação da eliminação da dupla tributação
económica de lucros e reservas distribuídos, prevista no art.º 51.º do
CIRC.
1.5. MEP e Impostos diferidos
Artigo 51.º
Eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas
distribuídos

1 - Os lucros e reservas distribuídos a sujeitos passivos de IRC com sede ou


direção efetiva em território português não concorrem para a determinação do
lucro tributável, desde que se verifiquem cumulativamente os seguintes
requisitos:
a) O sujeito passivo detenha direta ou direta e indiretamente, nos termos do n.º
6 do artigo 69.º, uma participação não inferior a 10 % do capital social ou dos
direitos de voto da entidade que distribui os lucros ou reservas;
b) A participação referida no número anterior tenha sido detida, de modo
ininterrupto, durante o ano anterior à distribuição ou, se detida há menos
tempo, seja mantida durante o tempo necessário para completar aquele
período;
1.5. MEP e Impostos diferidos
Artigo 51.º
Eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas
distribuídos


c) O sujeito passivo não seja abrangido pelo regime da transparência fiscal
previsto no artigo 6.º;
d) A entidade que distribui os lucros ou reservas esteja sujeita e não isenta de
IRC;
e) A entidade que distribui os lucros ou reservas não tenha residência ou
domicílio em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente
mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças.
1.5. MEP e Impostos diferidos
¢ Enquadramento contabilístico – NCRF 25 – Impostos sobre o
rendimento

ž Quando a participação estiver escriturada pelo MEP e se tratar de


diferenças temporárias tributáveis (lucros) relacionadas com
investimentos em filiais, associadas e em EC, deve ser reconhecido o
correspondente passivo por impostos diferidos, exceto até ao
ponto em que as seguintes condições sejam ambas satisfeitas:
ž Que a empresa-mãe, o investidor ou o empreendedor seja capaz
de controlar a tempestividade da reversão da diferença
temporária; e
ž Que seja provável que a diferença temporária não se reverterá no
futuro previsível.
1.5. MEP e Impostos diferidos

¢ Enquadramento contabilístico – NCRF 25

ž Quanto às diferenças temporárias dedutíveis, se a participação


estiver escriturada pelo MEP e se existirem diferenças temporárias
dedutíveis (prejuízos) relacionadas com investimentos em filiais e
associadas, deve ser reconhecido o correspondente ativo por
impostos diferidos, mas apenas até ao limite em que se verificarem
as seguintes condições:
ü ser provável que as diferenças revertam num futuro previsível; e
ü serem esperados resultados fiscais futuros que compensem as
mesmas diferenças.

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