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Instituto de Transportes e Comunicações

CV3 em CONSTRUÇÃO CIVIL

MODULO: PEPIM
Participar na Elaboração de um
Projeto de Infraestrutura Municipal
Docente: Eng.º Luluva Samuel Luluva
Maputo, janeiro de 2024

ENG.º Luluva 1
Samuel Luluva
Instituto Superior de Transportes e Comunicações

PRINCIPAIS CONTEÚDOS
I. SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
1.1. Introdução
• Sistemas de Abastecimento de Água
• Órgão dos Sistemas de Abastecimento de Água
1.2. Dimensionamento
• Concepção dos Sistemas de Distribuição de Água
• Caudais a assegurar aos Dispositivos de Utilização
• Coeficiente de Simultaneidade e Caudal de Cálculo
• Dimensionamento da Tubagens
• Algumas Regras Construtivas

ENG.º Luluva 2
Samuel Luluva
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II. SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


2.1. Introdução
2.2. Dimensionamento
• Constituição dos Sistemas de Drenagem
• Ramais de Descargas, Caudais de Descarga e Caudais de Cálculo
• Tubos de Queda
• Ramais de ventilação
• Colectores Prediais
• Ramais de Ligação
• Fossas Séptica e Poços de Infiltração

ENG.º Luluva 3
Samuel Luluva
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III. REDES PREDIAIS DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS


3.1. Constituição dos Sistemas de Drenagem
3.2. Dimensionamento
• Caudal de Cálculo
• Caleiras e algerozes
• Ramais de Descarga
• Tubos de queda
• Colectores Prediais
IV. PROJECTO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E DRENAGEM

ENG.º Luluva 4
Samuel Luluva
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
PREDIAIS

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INTRODUÇÃO
O abastecimento de uma instalação predial de água fria pode ser feito pela rede
pública ou por fonte particular.
Quando não há condições de atendimento pela rede pública ou a edificação situa-se
em área não urbanizada, é preciso se recorrer à captação em nascentes ou no lençol
subterrâneo, havendo necessidade de periódica verificação da potabilidade, em
ambos os casos.
No caso das nascentes, a água é captada, armazenada em reservatórios e, em
alguns casos, sofre um tratamento com cloração.
No caso do lençol subterrâneo, utilizam-se poços, dos quais a água é bombeada

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para a superfície.

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I. SISTEMAS PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Rede Pública
Captação – Que pode ser feita a partir de rios, riachos, lagos, albufeiras, (águas
superficiais) ou então em furos ou poços (águas subterrâneas). A água das chuvas pode ser
também uma fonte de captação alternativa, mas sempre em muito menor escala;
Tratamento – Dependendo da água captada, será feito o tratamento da mesma, por
filtração ou adição de produtos químicos, tornando a água com a qualidade necessária para
consumo;

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Armazenamento – É feito em reservatórios enterrados, semi-enterrados ou apoiados


por forma a garantir a distribuição de água regular em função dos consumos previstos
Torre de Elevação – Local para onde é aduzida a água, por forma que possa fazer a
distribuição por gravidade;
Rede de Distribuição – É a rede de tubagem de diversas secções que garantem que
a água chegue até as edificações, fontanários e outros pontos previamente definidos;

É a partir desta rede que será feita a derivação para as edificações

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A concepção dos sistemas de abastecimento de água, deve ser efectuada de forma a


garantir o bom funcionamento dos dispositivos de utilização (banheira, bidê, bacia de
retrete, lavatório, urinol, etc.), no que respeita à pressão e caudal.
• Quando o valor mínimo de pressão não for garantido, deverá ser prevista a
instalação de equipamento de pressurização, cujas características técnicas e
verificações hidráulicas devem integrar o projecto;
• Quando o valor máximo de pressão for ultrapassado, deverá ser prevista a
instalação de equipamento apropriado cujas características técnicas e verificações
hidráulicas devem integrar o projecto;

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A condição básica e essencial a que se deve satisfazer a água para consumo é a de


ser potável.
Os sistemas prediais de distribuição de água podem ser divididos em função dos
diferentes fins a que se destinam. Assim, podem existir:
✓ Redes de distribuição de Água Fria;
✓ Redes de distribuição de Água Quente;
✓ Redes de Rega;
✓ Redes de incêndio.

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DIMENSIONAMENTO

Considerações Gerais

A concepção de sistemas prediais de distribuição de água deve ter como objectivo a


resolução de perspectivas numa global, técnica e económica, coordenada com
arquitectura e as restantes especialidades de engenharia. Assim, o dimensionamento
deverá contemplar os diferentes componentes do sistema, tais como:

O ramal de ligação – corresponde ao troço de canalização privativo do serviço de


uma edificação, compreendido entre o seu limite e a canalização da rede geral, ou
entre esta e qualquer dispositivo de utilização exterior à edificação.
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Geralmente nas zonas urbanas, este ramal é feito a partir de uma conduta da rede
pública de abastecimento de água. Já nos meios onde não existem ou estão fora de
serviço os sistemas públicos de abastecimento de água, a fonte a usar é privada, isto
é, poderá ser garantido o abastecimento a partir de um furo, poço ou qualquer outra
fonte que esteja dentro da propriedade onde será erguido o edifício ou até mesmo
directamente do rio, riacho ou lagoa que passa perto das instalações.

Ramal de distribuição – tubagem entre os contadores individuais e os ramais de


alimentação;

Ramal de alimentação – tubagem que serve para alimentar os dispositivos de

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alimentação

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▪ O sistema de canalização de distribuição interior – corresponde às canalizações


instaladas no edifício e que prolonga o ramal (ou ramais) de ligação até aos dispositivos de
instalação.
▪ Elementos acessórios da rede – No dimensionamento dos sistemas de abastecimento
de água, há a considerar os diferentes tipos de torneiras e fluxómetros, válvulas,
contadores de água ou mesmo bocas de incêndios.
▪ As instalações complementares – também fazem parte dos sistemas fazendo parte
deste grupo os reservatórios (armazenamento de água ou torres de pressão) as
instalações elevatórias e sobrepressores (bombas), ou ainda aparelhos que produzem
água quente (uso instantâneo ou para acumulação).
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Concepção dos Sistemas de Distribuição de Água


Neste sentido, para além das avaliações relativas às condições de abastecimento de água, do tipo de
edifício e dos níveis de conforto e qualidade pretendidos, reveste-se de primordial importância que o
projectista coordene com as restantes especialidades intervenientes no projecto, os seguintes espaços:

➢ Localização dos contadores (arquitectura, electricidade);


➢ Localização dos dispositivos de utilização (arquitectura);
➢ Localização dos elementos de produção de água quente (arquitectura, electricidade);
➢ Localização dos reservatórios de armazenamento de água (arquitectura, estabilidade),
➢ Localização dos sistemas elevatórios (bombas de água) quando tal se justifique (arquitectura, estabilidade,
electricidade);

➢ Posicionamento da rede interior das zonas privadas de cada consumidor (arquitectura, electricidade).

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Apresentam-se as várias formas da água chegar até o seu ponto final de utilização.

A alimentação de água a uma edificação, poderá ser feita de duas formas:

❑ Forma directa – a alimentação do sistema predial de distribuição é feita directamente,


através da sua ligação à rede pública de distribuição de água (ou de uma outra fonte
privada, tais como furos ou poços) intercalando ou não entre ambas um elemento
sobrepressor (bomba que aumenta a pressões na rede);

❑ Forma indirecta - a alimentação do sistema predial de distribuição é feita indirectamente,


através da adopção de reservatórios onde a água proveniente da rede pública de
distribuição (ou de outra fonte alternativa), é acumulada, sendo posteriormente e a partir

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destes, feita a distribuição pelo edifício (por gravidade ou por meio de bombas).

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Esquema de alimentação directa

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FORMA DIRECTA
Vantagens
Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede de distribuição
Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de distribuição
pública ser da ordem de 14 m.c.a.
Menor custo da instalação, não havendo necessidade de reservatórios, bombas,
registros de bóia, etc.
Desvantagens
Falta de água no caso de interrupção no sistema de abastecimento ou de distribuição;
Grandes variações de pressão ao longo do dia devido aos picos de maior ou de menor
consumo na rede pública;
Pressões elevadas em prédios situados nos pontos baixos da cidade;
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Desvantagens – cont.

Limitação da vazão, não havendo a possibilidade de instalação de válvulas de descarga


devido ao pequeno diâmetro das ligações domiciliares empregadas pelos serviços de
abastecimento público;
Possíveis golpes de aríete;
Maior consumo (maior pressão);

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FORMA INDIRECTA

Esquema de alimentação Indirecta, a partir da bomba

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Esquema de alimentação Indirecta, a partir do reservatório superior (gravidade)

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Sistema de distribuição misto em residência

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FORMA INDIRECTA
Vantagens dos Sistemas de Distribuição Indireta
Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no fornecimento, tem-se um volume
de água assegurado no reservatório;
Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do dia;
Permite a instalação de válvula de descarga;
Golpe de aríete desprezível;
Menor consumo que no sistema de abastecimento directo.

Desvantagens dos Sistemas de Distribuição Indireta


Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos reservatórios e à introdução
de materiais indesejáveis nos mesmos;
Menores pressões, no caso da impossibilidade da elevação do reservatório;

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Maior custo da instalação devido a necessidade de reservatórios, registros de bóia e outros acessórios.

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PRESSÕES
Normalmente a estimativa da pressão mínima de água necessária a entrada do
edifício a servir, tendo em vista a satisfação dos consumos domésticos, poderá
ser obtida pela expressão:

H = 100 + 40xn
Em que H = pressão mínima (Kpa);
n = nº de pisos acima do solo, incluindo o piso térreo

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Estimativa do Volume do Reservatório

Normalmente o volume de armazenamento é calculado considerando o número de


utentes do edifício a projectar.

Segundo o Regulamento dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de


Drenagem de Águas Residuais de Moçambique, no seu artigo 14º,define:

✓ 30 litros/hab.dia para áreas abastecidas por fontanários;


✓ 50 litros/hab.dia para áreas abastecidas por torneiras no quintal;
✓ 80 litros/hab.dia para centros urbanos até 2000 habitantes com abastecimento
domiciliário e distribuição predial;

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✓ 125 litros/hab.dia para centros urbanos até 2000 habitantes com


abastecimento domiciliário e distribuição predial;
✓ 300 a 400 litros/cama.dia para hospitais;
✓ 70 litros/quarto.dia para hotéis sem banheira (com chuveiro) e 230
litros/quarto.dia para quartos com banheira;
✓ 15 litros/pessoa.dia para escritórios;
✓ 20 a 45 litros/refeição servidas para restaurante;

✓ 10 litros/aluno.dia para escolas.


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Caudais a Assegurar aos Dispositivos de Utilização

O dimensionamento hidráulico dos ramais de ligação consiste na


determinação dos seus diâmetros com bases nos caudais de cálculos e
para velocidades de escoamento compreendidas entre 0.5 e 2.0 m/s (artigo
23). Os caudais de cálculo são determinados a partir dos caudais
instantâneos (Qi) que correspondem aos caudais necessários e suficientes
que deverão ser adoptados no dimensionamento dos sistemas de
distribuição para os diferentes dispositivos de utilização instalados.

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Dispositivos de Utilização Caudais Instantâneos (l/s)
Lavatório individual 0.10
Lavatório Colectivo (por bica) 0.05
Bidé 0.10
Banheira 0.25
Chuveiro individual 0.15
Pia de despejo com torneira de bica de Ø ½ ̋ 0.15
Autoclismo de bacia de retrete 0.10
Urinol com torneira individual 015
Pia lava-louça 0.20
Bebedouro 0.10
Máquina de lavar louça 0.15
Máquina de lavar roupa 0.20
Tanque de lavar roupa 0.20
Bacia de retrete com fluxómetro 1.50
Urinol com fluxómetro 0.50
Boca de rega ou lavagem Ø15mm 0.30
Boca de rega ou lavagem Ø20mm 0.45
Máquinas industriais e outros aparelhos Em conformidade com as instruções do
ENG.º A. ROCHA 34
fabricante
ENG.º A. ROCHA 35
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SISTEMAS PREDIAIS DE DRENAGEM DE


ÁGUAS RESIDUAIS

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INTRODUÇÃO

os projectos de saneamento, tais como os de abastecimento de água,


assumem fundamental importância pois da sua boa solução depende
em grande parte da existência do desenvolvimento e o progresso dos
aglomerados populacionais, sem que constitua um perigo para a
saúde pública.

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Sempre que se fala de águas residuais, referimo-nos a domésticas, industriais e pluviais.


A drenagem dos aparelhos sanitários, é feita através de ramais de descarga, dotados
ou não de ramais de ventilação.
Os ramais de descarga, de acordo com a disposição dos aparelhos sanitários,
(implantação e traçado da rede) serão ligados a:
• Caixas de reunião;
• Outros ramais através de curvas de concordância;
• Tubos de queda;
• Colectores prediais;

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• Câmaras de inspecção

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Os caudais de descarga, produzidos pelos aparelhos sanitários, são


conduzidos para os tubos de queda, que poderão ter ou não ventilação
secundária.
Através dos tubos de queda, os caudais de descarga serão conduzidos
para câmaras de inspecção ou colectores prediais.
Através dos colectores, serão conduzidos até à câmara de ramal de
ligação, e a partir daí serão despejados no sistema público de drenagem,
através do respectivo ramal de ligação.

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Ramal de descarga
Canalização destinada ao transporte das águas provenientes dos aparelhos
sanitários para o tubo de queda ou colector predial (para águas pluviais pode
também ser aos poços absorventes, valetas ou áreas de recepção apropriadas).
Ramais de Ventilação
Têm por assegurar o fecho hídrico nos sifões, quando tal não é feito de outra forma.
Tubos de queda
Têm por finalidade aglutinar as descargas provenientes dos pisos mais elevados e
transportá-las para o colector predial. Ao mesmo tempo também têm a função de
ventilar a rede pública.
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Coluna de Ventilação
Tem por finalidade completar a ventilação feita através do tubo de queda.
Colector Predial
Canalização que tem por finalidade aglutinar em si as descargas dos tubos de queda
e dos ramais de descarga provenientes do piso adjacente e transportá-las para outro
tubo de queda ou ramal de ligação.
Ramal de Ligação
Tubagem compreendida entre a câmara de ramal de ligação e o colector público de
drenagem. Conduz as águas residuais da rede predial para a rede pública

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Acessórios
Dispositivos a intercalar no sistema, para possibilitar as operações de manutenção,
conservação, e a retenção de determinadas matérias, e garantir as condições de
habitabilidade dos espaços.
Sifões
São dispositivos que estão incorporados nos aparelhos sanitários ou que são
inseridos nos ramais de descarga que têm como finalidade a de impedir a passagem
de gases para o interior das edificações

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Fecho Hídrico

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Ralos
São dispositivos providos de furos ou fendas com a finalidade de impedir a passagem
de matérias sólidas transportadas pelas águas residuais, devendo estas matérias ser
retiradas periodicamente. Exemplo: ralos instalados no topo de tubos de queda de
águas pluviais, ralos lava-loiça com cesto retentor de sólidos, etc.

Câmaras de inspecção
Têm por finalidade assegurar as operações de limpeza e manutenção dos colectores.

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ENG.º A. ROCHA 48
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Concepção de Sistemas de Drenagem


O sistema de drenagem das águas residuais domésticas é função dos níveis
altimétricos de recolha das águas residuais domésticas e o nível do arruamento em
que o colector público de drenagem está instalado.

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Fig: Drenagem com Elevação Fig: Drenagem Gravítica

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Ramais de Descarga. Caudais de Descarga e Caudais de Cálculo


Os ramais que recebem água dos aparelhos de utilização denominam-se ramais de
descarga. Estes devem ser constituídos por troços rectilíneos, ligados por acessórios
apropriados (curvas, forquilhas, caixas de pavimento, etc.). Por estes ramais se escoam os
caudais de descarga de diferentes aparelhos e equipamentos sanitários instalados numa
edificação. Esses caudais são os que a seguir se descrimina:
Dispositivos de Utilização Caudais Instantâneos (l/m)
Bacia de retrete 90
Banheira 60
Bidé 30
Chuveiro 30
Lavatório 30
Máquina de lavar louça 60
Máquina de lavar roupa 60
Urinol corrido de espaldar 90
Urinol suspenso 60
ENG.º A. ROCHA
Tanque de lavar roupa 60 51
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Tendo em conta a pequena probabilidade de um mesmo edifício todos os aparelhos procederem


a descarga simultânea, salvo os casos em que o número e aparelhos seja menor ou igual a dois e
em determinadas condições específicas de baterias de aparelhos, os caudais que servem de base
ao dimensionamento das tubagens (caudais de cálculo) não se traduzem pelo somatório dos
caudais de descarga (caudal acumulado) atribuídos aos aparelhos sanitários, mas sim por este
mesmo somatório afectado de um coeficiente, que expressa a probabilidade dessa ocorrência e
se designa por coeficiente de simultaneidade:
Qc = K Qa
A determinação dos caudais de cálculo poderá ser feita através de métodos analíticos ou
através de via gráfica do regulamento, expressa pela curva apresentada no ANEXO 15
do regulamento (gráfico 1):

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Aparelho Sanitário Diâmetro mínimo de ramal individual


(mm)
Bacia de retrete 90
Banheira 40
Bidé
Chuveiro
Lavatório
Máquina de lavar louça 50
Máquina de lavar roupa
Tanque de lavar roupa
Urinol suspenso
Lava-louça
Urinol de espaldar 75
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Já os ramais de descarga colectivos, colectores prediais, e os ramais de ligação não deverão


ser dimensionados para escoamentos superiores a meia secção. As inclinações dos ramais de
descarga não-individuais deverão estar compreendidas entre10 a 40 mm/m (1% à 4%).

O dimensionamento dos ramais de descarga é feito a partir das equações válidas para o regime
uniforme. Assim, os diâmetros são em função do tipo de material (rugosidade das paredes
interiores), do caudal do cálculo e da inclinação a dar ao ramal a dimensionar.

Dimensionamento para secção cheia Dimensionamento para meia secção


1 2/3
Q = KS SRh i
Q = KS SRh2 / 3 2

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CAUDAIS DE DESCARGA
DN (mm) Diâmetro Caudais (l/min)
Interior Inclinação
(mm) 1% 2% 3% 4%
40 36.4 16 23 28 33
50 45.6 30 42 52 60
75 70.6 96 135 165 191
90 85.6 160 226 277 319
110 105.1 276 390 478 552
125 119.5 389 550 673 777
Os caudais das canalizações foram calculados de forma a que o escoamento se processe a ½ secção,
através da fórmula de Manning-Strickler e considerando que o material da tubagem possui uma rugosidade
Ks = 120 m1/3/s

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TUBOS DE QUEDA

Os tubos de queda recebem as águas residuais que são drenadas pelos ramais de descarga.
Normalmente são tubos de traçado vertical, constituídos por um único alinhamento recto. Nos
pontos de mudança de direcção, estes devem estar providos de curvas de concordância
O diâmetro dos tubos de queda não deve ser inferior ao maior dos diâmetros dos
ramais que para ele confluem, com o mínimo de 50mm, devendo ser esse diâmetro
constante ao longo de todo o seu desenvolvimento.

Os tubos de queda são dimensionados em função de uma taxa de ocupação máxima


do caudal drenado de 1/3, a qual se define através de relação:

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Em que:

ts - Taxa de ocupação;

Sse - Secção ocupada pela secção;

Sar - Secção ocupada pela secção de ar

Se o sistema não possuir ventilação secundária, a taxa de ocupação máxima do


caudal drenado de 1/3, a qual se define através da relação (válvula para sistemas
que possuam ventilação secundária):

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Diâmetro dos tubos de queda e Taxas de ocupação

Diâmetro dos tubos de queda Taxas de ocupação

D = 50 1/3
50 < D ≤ 75 1/4
75 < D ≤ 100 1/5
100 < D ≤ 125 1/6
D = 125 1/7
Quadro x - Diâmetro dos tubos de queda e Taxas de ocupação

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DIÂMETRO INTERIOR DOS TUBOS DE QUEDA

O diâmetro interior dos tubos de queda é calculado pela expressão:

Em que:
Q – caudal de escoado através do tubo (l/min);
ts- Taxa de ocupação;
D – diâmetro interior do tubo (mm).

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DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA


DN (mm) Diâmetro Caudais (l/min)
Interior Taxa de ocupação
(mm) 1/3 1/4 1/5 1/6 1/7
50 45.6 81 50 34 25 20
75 70.6 259 160 111 82 64
90 85.6 433 268 185 136 106
110 105.1 749 464 320 236 182
125 119.5 1055 653 450 332 257
140 133.9 1429 885 610 450 348
160 153.0 2039 1262 870 642 497
200 191.4 3704 2293 1581 1167 902
250 239.4 6728 4165 2872 2119 1639

Quadro y - Dimensionamento dos tubos de queda


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COLECTORES PREDIAIS

Normalmente, os colectores prediais desenvolvem-se ao nível do terreno e recebem


água dos tubos de queda. O traçado destes colectores deverá ser constituído por troços
rectilíneos, quer em planta, quer em perfil.
Quando enterrados, os colectores prediais deverão ser dotados de câmaras de
inspecção no seu início, nas mudanças de direcção, nas mudanças de inclinação,
diâmetro e nas confluências, de forma a possibilitar eventuais operações de
manutenção e limpeza. Estas câmaras não poderão distar entre si do que 15m e as
dimensões mínimas em planta devem ser variáveis, em função da sua profundidade,
por forma a permitir um acesso para manutenção.
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Em caso algum os colectores prediais se deverão desenvolver sob elementos de


fundação, em zonas não acessíveis ou ser embutidos em elementos estruturais.

O diâmetro dos colectores prediais não deve ser inferior ao maior dos diâmetros das
canalizações que para ele confluem, com o mínimo de 100mm e as inclinações dos
mesmos devem estar compreendidas entre 10 e 40mm/m.

Os colectores devem dimensionados para um escoamento não superior a ½ secção.

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O diâmetro interior dos colectores é determinado pela seguinte tabela:

DN (mm) Diâmetro Caudais (l/min)


Interior Inclinação
(mm) 1% 2% 3% 4%
110 105.1 276 390 478 552
125 119.5 389 550 673 777
140 133.9 527 745 912 1053
160 153.0 751 1063 1301 1503
200 191.4 1365 1931 2365 2730
250 239.4 2479 3506 4294 4959
315 301.8 4598 6503 7965 9197

Os caudais das canalizações foram calculados de forma a que o escoamento se processe a ½ secção,
através da formula de manning-Strickler e considerando que o material da tubagem possui uma
rugosidade K = 120m1/3/s.
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Ramais de ligação

Os ramais de ligação de ligação só fazem parte dos de drenagem de águas residuais domésticos
quando este está ligado ao sistema público de drenagem. Normalmente, quando não existe
colector público, o colector predial termina numa câmara de inspecção que é ao mesmo tempo
a câmara de entrada na fossa séptica.

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Fossas sépticas
O destino final das águas residuais domésticas é a sua integração num meio aquático
ou terrestre, natural ou artificial, que não conduza a situação de poluição, permitindo,
sempre que possível a valorização dos resíduos.
Sempre que verifique a inexistência de sistema público de drenagem de águas
residuais domésticas, torna-se imperioso proceder à criação de meios que
possibilitem a depuração dessas águas residuais, de modo a que posteriormente
possam ser lançadas numa linha de água ou infiltradas no solo.

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Fossas sépticas
O processo de tratamento privado dos efluentes domésticos mais
generalizado no nosso país é, sem dúvida, aquele que recorre às fossas
sépticas, seguido de drenos filtrantes, quer verticais quer horizontais.

A selecção do tipo de dreno a que, depende de vários factores, tais como


área destinada à implantação do sistema, a existência de lençóis de
água, topografia do terreno, tipo de solo, nível freático.

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Fossas sépticas

Águas residuais ao entrarem na fossa, deverão sofrer uma substancial redução na


sua velocidade, de modo a possibilitar que as matérias sedimentáveis que
transportam, sob acção do seu próprio peso, se separem do líquido e se acumulem
no fundo formando lamas, as matérias transportadas de menor densidade (como
gorduras, detritos vegetais, etc.) aglomeram-se à superfície, formando escuma ou
crosta.

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Fossa séptica e Dreno

Fossa Séptica com


dois Compartimentos

Dreno Verical
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Funcionamento de Fossas sépticas

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Fossas sépticas

Os projectistas deverão encaminhar para as Fossas Sépticas apenas as águas


residuais provenientes de aparelhos destinados a receber dejectos humanos,
encaminhando as águas saponárias ou de lavagens directamente para os meios
complementares de tratamento (drenos).

Não deverão ser encaminhadas para as fossas sépticas as águas residuais pluviais.

As fossas sépticas podem ser de dois andares, de um compartimento ou de vários


compartimentos.

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Fossas sépticas

CHA 74
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Fossas sépticas (formas e materiais de construção)

CHA 75
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Fossas sépticas (formas e materiais de construção)


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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
ENG.º A. ROCHA 77
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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

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Dimensionamento da Fossa Séptica a Partir do RSPDADAR –


Decreto Nº 15/2004

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Tendo em consideração o cálculo de volume útil, pode-se adoptar a


relação de medidas que se apresentam na tabela seguinte:
Quadro – Dimensões de fossa séptica de dois compartimentos em função do número de utentes

Número de Volume da Comprimento (m) Largura (L) Altura (H)


utentes fossa (m³) C1 C2 m do líquido
(m)
5 ≥2 1.50 0.75 0.75 1.20
10 ≥3 2.00 1.00 1.00 1.20
15 ≥5 2.50 1.25 1.10 1.25
20 ≥7 2.90 1.45 1.20 1.30
30 ≥10 3.20 1.60 1.40 1.50
50 ≥16 4.30 2.15 1.60 1.60

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Poços de Infiltração – Drenos Verticais

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1. Seja dada o esquema da planta de um edificio com 3 pisos.
a) Faça o traçado da rede de abastecimento de agua e de drenagem de águas residuais doméstica (predial) considerando
a zona desprovida de colector público.
b) Dazer o dimensionamento da rede de distribuicao de agua
c) Fazer o dimensionamento da rede de drenagem de aguas residuais domestica (ramais de descarga, tubo de queda,
colectores prediais e fossa septica).

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