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Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Sistemas Hidráulicos I

Sistemas de Abastecimento de Água

Mananciais

a) subterrâneo. Entende-se por manancial subterrâneo todo aquele cuja água


provenha dos interstícios do subsolo, podendo aflorar à superfície (fontes,
bicas d’água, etc.) ou ser elevada artificialmente através de conjuntos
motor-bomba (poços rasos, poços profundos).

b) Superficial. É constituído pelos córregos, rios, lagos, represas, que como o


próprio nome indica tem o espelho de água na superfície terrestre.
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Sistemas de Abastecimento de Água

Figura: Fonte de água aflorante


Fonte: flickrhivemind.net/Tags/fuentefria/Timelineconsulta em 12/08/2015
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Captação de água

Captação de água subterrânea

Fontes ou bicas de água (água aflorante ou surgente)

Normalmente fornecem pouca vazão. O sistema de captação é


constituído basicamente de uma caixa receptora e acumuladora, e desta é
levada para estação de tratamento para posterior distribuição. Deve-se
proteger a obra de enxurradas (ou qualquer outro agente poluidor), e do
acesso de animais.
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Fonte: ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agua1.htm consulta em 12/08/2015


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Nível Freático
Fonte: artesimac.com.br, consulta em 20/01/2017
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Lençol freático ou subsuperficial

Também tem vazão relativamente baixa.

a) Sistema de drenos coletores


Composto de tubos perfurados interligados e reunir a água coletada
num único ponto. Os drenos são envolvidos com camadas sucessivas de areia e
brita (ou pedregulho) podendo cada camada receber alternativamente mantas
geotéxteis.

b) Poços rasos
As obras podem compreender um ou mais poços perfurados
verticalmente (e revestidos). A afluência da água se faz através de orifícios
abertos no revestimento protetor e pelo fundo do poço (diâmetro min 1,0 m e
max de 8,0 m). Quanto a profundidade recomenda-se que seja < 30 m, e a
penetração na camada aquífera de até 7,0 m.
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Lençol profundo ou artesiano

Após o lençol freático ou subsuperficial, geralmente se encontram


camadas de terreno impermeável, quase sempre argilosas, que contém entre
elas camadas aquíferas, denominadas lençol profundo ou artesiano. Esse
lençol encontra-se normalmente entre duas camadas impermeáveis de
terreno, que o protegem contra a contaminação. A extração de água se faz
mediante a perfuração de poços tubulares profundos.

a) Artesianismo natural. Obtido através da perfuração de poços profundos


numa região sinclinal, a água contida no lençol artesiano poderá jorrar,
pressionada pela água situada nas partes mais elevadas do lençol.

b) Artesianismo comum. A perfuração é feita numa região plana sem


elevações próximas. Para atingir a superfície a água do lençol terá que ser
elevada por conjuntos motor-bomba.
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Os poços tubulares são de um modo geral revestidos internamente


com tubos de aço, a fim de evitar a entrada de água indesejável e não permitir
o desmoronamento de camadas instáveis de terreno que foram atravessadas
na perfuração.

Os diâmetros variam entre 150 a 300 mm podendo chegar a 600 mm.

Camadas aquíferas constituídas de material granular exigem a


instalação de filtros, telas ou crivos para permitir a livre passagem da água.
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Figura – Captação do Rio Batalha – Bauru / SP - Canal de entrada (desarenador) e poço de sucção. Fonte:
daebauru.com.br/2014/empresa/empresa.php?secao=fazemos&pagina=10, consulta em 12/08/2015
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Captação de água

Captação de águas superficiais

Os mananciais são constituídos pelos córregos, rios, lagos e


reservatórios artificiais.
Para elaboração de projetos de captação devem ser examinados:
• Dados hidrológicos da bacia em estudo (e na falta desses bacias próximas
e/ou semelhantes);
• Dados fluviométricos do curso d’água a ser aproveitado (e na sua falta
promover investigação junto a moradores das imediações);
• Elementos referentes às características físicas, químicas e bacteriológicas da
água (investigar fontes contaminantes e/ou poluidoras).
A escolha deve levar em conta análise das condições locais da área de
implantação das obras, custos de desapropriação, disponibilidade de energia
elétrica, etc.
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Figura – Margens côncavas e margens convexa.


Fonte:rusoares65.pbworks.com/w/page/35012023/Gloss%C3%A1rio%20Risco%20Geol%C3%B3gico%20e%20Geod
in%C3%A2mica%20Externa, consulta em 27/01/2017
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Elementos componentes de uma captação e tomada d’água em mananciais
superficiais:

• Barragens de acumulação ou de manutenção de nível a fim de


complementar a vazão na época das estiagens ou facilitar a retirada da
água;
• Dispositivo de tomada de água devidamente protegido, a fim de impedir a
entrada de materiais em suspensão na água (grades, caixas desarenadoras,
etc.);
• Mecanismos de controle de entrada de água;
• Tubulações e órgãos acessórios;
• Poço de sucção das bombas;
• Casa de bombas, para alojamento dos conjuntos elevatórios (quando
necessários).
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no caso de rios e lagos de grande profundidade e sujeitos a grandes
oscilações de nível de água recomenda-se a construção de torres de tomada
d’água ou tubulações junto ou nas proximidades da margem, dentro das quais
ficam instalados bombas, motores e equipamento elétrico de comando na
parte superior da estrutura.

Foto: Torre de captação.


Fonte: cm-peniche.pt/SistAbastAgua_Captacao,
consulta em 21/01/2017
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Foto – Bombas de captação flutuante de água bruta no Braço do Taquacetuba, pertencente à Bacia
Hidrográfica da Represa Billings.SP .
Fonte: energiaesaneamento.org.br/boletim_2012/edicao_02/imagens.html, consulta em 27/010/2017
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Figura – Barragem da Represa Municipal – São José do Rio Preto / SP .


Fonte: fotoalexoliveira.blogspot.com.br/, consulta em 12/08/2015
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Figura – Represa Municipal – São José do Rio Preto / SP .


Fonte: portal.trt15.jus.br/mais-noticias/-/asset_publisher/VlG0/content/magistrados-e-servidores-do-ft-de-
sao-jose-do-rio-preto-avaliam-indices-de-qualidade-de-vida-e-estresseconsulta em 12/08/2015
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Figura – Estação elevatória (casa de bombas) – Bauru / SP . Fonte:


daebauru.com.br/2014/empresa/empresa.php?secao=fazemos&pagina=10, consulta em 12/08/2015
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Adução e subadução

Às canalizações principais destinadas a conduzir água entre as


unidades de um sistema de abastecimento que antecedem a rede de
distribuição dá-se o nome de adutoras. Elas interligam a captação e tomada de
água à estação de tratamento, e esta aos reservatórios.

São denominadas subadutoras as derivações de uma adutora


destinadas a conduzir água até outros pontos do sistema e também as
canalizações que conduzem água de um reservatórios de distribuição para
outro.

Cuidados devem ser tomados com instalação de órgãos acessórios,


assim como ancoragens nos pontos onde ocorrem esforços que possam causar
deslocamentos de peças.
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Adução e subadução

Em função da natureza da água conduzida as adutoras e subadutoras podem


ser denominadas:

• De água bruta;
• De água tratada.

considerando a energia utilizada para movimentação da água:

• Por gravidade (conduto livre ou conduto forçado);


• Por recalque;
• Mistas: combinação das duas anteriores.
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Figura – Tipos de Adutoras.


Fonte: Notas de Aula – Prof. Mateus Caestano Dezotti
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Figura – Adutora de água bruta – Bauru / SP . Fonte:


daebauru.com.br/2014/empresa/empresa.php?secao=fazemos&pagina=10, consulta em 12/08/2015
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Reservatórios de distribuição

São unidades destinadas a compensar variações horárias de vazão. A


NBR 12.217/1994 (NB 593) Projeto de reservatório de distribuição de água para
abastecimento público - Procedimento, define as condições gerais e específicas
para essas unidades.

a) de acordo com a localização no sistema:

• montante (antes da rede de distribuição); e

• jusante ou de sobras (após a rede).

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Reservatórios de distribuição

b) de acordo com a localização no terreno:

• enterrado (quando completamente embutido no terreno);

• semi-enterrado ou semi-apoiado (altura líquida com uma parte abaixo do


nível do terreno;

• apoiado (laje de fundo apoiada no terreno);

• elevado (reservatório apoiado em estruturas de elevação); e

• stand pipe (reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida de


modo a manter contínua o perímetro da secção transversal da edificação).
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Figura – Reservatório s em relação ao terrento. Fonte:


ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179/Cap%204%20parte%203.pdf, consulta
em 03/03/2015
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Reservatórios de distribuição

São dimensionados para satisfazer às condições seguintes:

• Funcionar como volantes da distribuição, atendendo à variação horária do


consumo (volume útil);

• Prover uma reserva de água para combate a incêndios;

• Manter uma reserva para atender as condições de emergência (acidentes,


reparos nas instalações , instalações, interrupções da adução e outras).
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Figura – Residencial Gaivotas II - São José do Rio Preto-SP – Reservatório Apoiado 450 m³ e
Reservatório Elevado 150 m³.
Fonte: constrio.com.br/obras.asp, consulta em 12/08/2015
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Figura – Bairro Romano Calil - Reservatório Semi - enterrado 1.000 m³


Fonte: constrio.com.br/obras.asp, consulta em 12/08/2015
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Reservatórios de distribuição

Empiricamente os reservatórios devem ter capacidade superior a 1/6


do vol consumido em 24 h. O cálculo do volume necessário deve ser feito com
diagrama de massas, quando é conhecida a variação de consumo.

A reserva de incêndio corresponde ao consumo de uma mangueira ou


carro-bomba durante 5 h que corresponde de 250 a 500 m3 (deve-se consultar o
Corpo de Bombeiros).

Reservatórios elevados, por medida econômica, usa-se 1/5 a 1/8 do vol


distribuído em 24 h.

Quando existirem reservatórios elevados e enterrados, a capacidade


total deverá corresponder a 1/3 do volume distribuído em 24 horas.
Convencionalmente o inferior armazena 3/4 e o elevado 1/4 do volume total.

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Formas mais econômicas

A forma mais econômica é a circular por gastar menos material de


construção.

Como alternativa a construção circular, a de mais fácil execução é a


retangular. Em construções multicelulares geminadas a retangular é a mais
frequente. Sua forma mais econômica dependerá das relações
largura/comprimento.

.
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Sistemas de Abastecimento de Água

Fonte : AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica, 8ª. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
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Fonte : AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica, 8ª. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
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Reservatórios de distribuição

Para atender à condição de manutenção das pressões na rede de


distribuição dentro dos limites pré-fixados, é necessário que:

a) O nível de água mínimo do reservatório seja ,


onde:
pmin = pressão dinâmica mínima da rede em Z (nó mais desfavorável da rede);
Pmin = 100 kPa (10 mca);
∑hf = soma das perdas de carga dos trechos da rede desde o reservatório até Z;
z = cota topográfica do nó Z.

b) O nível de água máximo do reservatório seja , onde:


pmax = pressão estática máxima da rede em B (nó mais baixo da rede);
Pmax = 500 kPa (50 mca);
b = cota topográfica do nó B.
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Sistemas de Abastecimento de Água

Exercicio – No projeto de abastecimento de água para uma cidade do interior


está prevista uma população de 12.500 habitantes. A adução será feita por
recalque, até um reservatório de distribuição cuja capacidade deverá ser
estabelecida.
Conhecendo-se a variação do consumo nesta cidade, determinar:

a) Volume do reservatório, admitindo-se o recalque na 24 h.


b) Volume do reservatório, considerando-se 8 h de recalque.

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Horas % do consumo Consumo no Porcentagem Diferença Diferença


médio intervalo % aduzida + -

0-2 40 3,35 8,33 4,98 -


2-4 40 3,35 8,33 4,98 -
4-6 60 5 8,33 3,33 -
6-8 110 9,20 8,33 - 0,87
8-10 145 12,05 8,33 - 3,72
10-12 140 11,70 8,33 - 3,37
12-14 145 12,05 8,33 - 3,72
14-16 130 10,80 8,33 - 2,47
16-18 140 11,70 8,33 - 3,37
18-20 115 9,60 8,33 - 1,27
20-22 75 6,20 8,33 2,13 -
22-24 60 5 8,33 3,33 -
- - 100 100 18,77% 18,77%
Fonte : (adaptado de) AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica, 8ª. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
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Sistemas de Abastecimento de Água

Quantidade de água flutuante: 18,77%

a) 18,77% (3.125 m3) ≈ 587 m3


b) Para combate a incêndios: 250 m3
c) Reserva adicional de 33% (587 + 250) = 276 m3

Capacidade do reservatório: 587 + 250 + 276 = 1.113 m3(o que corresponde a


cerca de 1/3 do volume diário).
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Horas Consumo no Porcentagem Diferença Diferença


intervalo % aduzida + -

0-2 3,35 - - 3,35


2-4 3,35 - - 3,35
4-6 5 - - 5
6-8 9,20 - - 9,20
8-10 12,05 25 12,95 -
10-12 11,70 25 13,30 -
12-14 12,05 25 12,95 -
14-16 10,80 25 14,2 -
16-18 11,70 - - 11,70
18-20 9,60 - - 9,60
20-22 6,20 - - 6,20
22-24 5 - - 5
- 100 100 53,40% 53,40%
Fonte: (adaptado de) AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de Hidráulica, 8ª. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998.
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Quantidade de água flutuante: 53,40%; consumo médio diário: 3.125.000 L/dia

a) 53,40% (3.125 m3) ≈ 1.669 m3


b) Para combate a incêndios: 250 m3
c) Reserva adicional de 33% (1.669 + 250) = 633 m3

Capacidade do reservatório: 1.669 + 250 + 633 = 2.552 m3(o que corresponde a


cerca de 80% do volume diário).

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