NR-13 VASOS DE PRESSÃO, TUBULAÇÕES E TANQUES

METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO.

O presente trabalho tem como objetivo verificar o atendimento a Norma

Regulamentadora Número 13 (NR-13), Redação dada pela Portaria MTb n.º
3.214, de 08 de junho de 1978 na sua atualização mais recente Portaria
SEPRT n.º 915, de 30 de julho de 2019. Esta Norma Regulamentadora - NR
estabelece requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de
caldeiras a vapor, vasos de pressão, suas tubulações de interligação e tanques
metálicos de armazenamento nos aspectos relacionados à instalação,
inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos
trabalhadores. O equipamento de estudo é um vaso de pressão de processo
com a função de retirar o condensado da linha de ar comprimido utilizado no
moinho de cru Atox. O equipamento está localizado na empresa Beta com o
endereço Rodovia SC 486, Salseiro, Vidal Ramos, SC Salseiro, Vidal Ramos -
SC, 88443-000. Dentro da planta esta localizado no local de instalação
cadastrado como R1 (Moinho Atox).

Figura 1: Vaso de Pressão R1Y05R2

 Abaixo será apresentado as adequações e recomendações necessárias
para atendimento a NR-13. (Itens em amarelo são trechos copiados da norma
NR-13).

13.2.1 Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:

b) vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8 (oito), onde P é a
pressão máxima de operação em kPa, em módulo, e V o seu volume interno
em m³;

P: 8,7 kgf/cm² ou 853,18KPa

V: 0,5 m³
853,18 x 0,5 = 426,59
Conforme item “b”, o equipamento em questão se enquadra como vaso de
pressão.

13.5.1.1 Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão
interna ou externa, diferente da atmosférica.
13.5.1.2 Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificados em
categorias segundo a classe de fluido e o potencial de risco.

a) os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme

descrito a seguir:
Neste caso de estudo o fluido é uma mistura de nitrogênio + ar comprimido se
encaixando no grupo C conforme abaixo:
Classe C:
- Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

b) quando se tratar de mistura deve ser considerado para fins de classificação

o fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores e instalações,
considerando-se sua toxicidade, inflamabilidade e concentração.
No caso do vaso de pressão do estudo está sendo considerado o ar
comprimido devido ter concentração superior a 90% do volume total de fluido.
c) os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em
função do produto P.V, onde P é a pressão máxima de operação em MPa, em
módulo, e V o seu volume em m³, conforme segue:
Grupo 1 - P.V ≥ 100
Grupo 2 - P.V < 100 e P.V ≥ 30
Grupo 3 - P.V < 30 e P.V ≥ 2,5
Grupo 4 - P.V < 2,5 e P.V ≥ 1
Grupo 5 - P.V < 1

P: 0,85318 Mpa
V: 0,5 m³

0,85318 x 0,5 = 0,42659, neste caso se encaixa no grupo de risco 5.

d) a tabela a seguir classifica os vasos de pressão em categorias de acordo

com os grupos de potencial de risco e a classe de fluido contido.
Notas:

a) considerar volume em m³ e pressão em MPa;

b) considerar 1 MPa correspondente a 10,197 kgf/cm².

Categoria do vaso: V

13.5.1.3 Os vasos de pressão devem ser dotados dos seguintes itens:

a) válvula de segurança ou outro dispositivo de segurança com pressão de
abertura ajustada em valor igual ou inferior à PMTA, instalado diretamente no
vaso ou no sistema que o inclui, considerados os requisitos do código de
projeto relativos a aberturas escalonadas e tolerâncias de calibração;
 Figura 2: Válvula de Segurança

c) sistema de segurança que defina formalmente o(s) meio(s) para evitar o

bloqueio inadvertido de dispositivos de segurança (Dispositivo Contra Bloqueio
Inadvertido - DCBI), sendo que, na inexistência de tal sistema formalmente
definido, deve ser utilizado no mínimo um dispositivo físico associado à
sinalização de advertência;

Foi verificado a existência de dispositivo na válvula que impede o bloqueio

indevido.

d) instrumento que indique a pressão de operação, instalado diretamente no

vaso ou no sistema que o contenha.
 Figura 3: Manômetro do vaso R1Y05R2

13.5.1.4 Todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo, em local de fácil
acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as
seguintes informações:
a) fabricante;
b) número de identificação;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático de fabricação;
f) código de projeto e ano de edição.

13.5.1.5 Além da placa de identificação, deve constar, em local visível, a

categoria do vaso, conforme subitem 13.5.1.2, e seu número ou código de
identificação.
 Figura 4: Evidência de atendimento aos itens 13.5.1.4 e 13.5.1.5

13.5.1.6 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a
seguinte documentação devidamente atualizada:

a) prontuário do vaso de pressão a ser fornecido pelo fabricante, contendo as seguintes

informações:

- Código de projeto e ano de edição;

- Especificação dos materiais;

- Procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final;

- Metodologia para estabelecimento da PMTA;

- Conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da sua vida útil;

- Pressão máxima de operação;

- Registros documentais do teste hidrostático;

- Características funcionais, atualizadas pelo empregador, sempre que alteradas as originais;

- Dados dos dispositivos de segurança, atualizados pelo empregador sempre que alterados os
originais;

- Ano de fabricação;

- Categoria do vaso, atualizada pelo empregador sempre que alterada a original;

A empresa possui toda a documentação acima referente ao projeto do vaso de

pressão.

b) Registro de Segurança em conformidade com o subitem 13.5.1.8;

Foi localizado na empresa todas as inspeções rotineiras contidas na norma,

tendo também toda a documentação em meio digital para mais fácil
conferência em caso de necessidade. Todas as inspeções foram realizadas por
PH. Além das inspeções obrigatórias segundo a NR-13 há também inspeções
rotineiras nas tubulações, válvula de segurança, purgadores, devidamente
cadastradas com ordem de serviço em sistema de manutenção corporativo,
essas inspeções são realizadas por técnicos treinados, porém não tem caráter
legal apenas são uma forma de encontrar possíveis anomalias de manutenção
no sistema.

c) projeto de alteração ou reparo em conformidade com os subitens 13.3.3.3 e 13.3.3.4;

O vaso de pressão em estudo não sofreu mudanças de projeto desde a

instalação.

d) relatórios de inspeção em conformidade com o subitem 13.5.4.14;

e) certificados de calibração dos dispositivos de segurança, onde aplicável.

13.5.3.2 Os instrumentos e controles de vasos de pressão devem ser mantidos calibrados e em

boas condições operacionais.

Foi identificado que a válvula de segurança estava com a calibração em dia e

com paquinha de identificação conforme abaixo.
 Figura 5: Plaquinha de identificação da válvula de segurança.

Foi solicitado a empresa que fez a calibração o laudo atualizado para arquivar.
O manômetro e demais instrumentos de controle estavam em boas condições
de uso e interligados ao CLP do equipamento principal.

O equipamento tem toda a documentação de projeto e instalação, incluindo

testes realizados antes da instalação e depois da instalação na planta (Teste
hidrostático, desenhos, memorial de cálculo etc.).
A empresa não possui SPIE então deve ser realizado as inspeções periódicas
conforme abaixo:
O vaso em questão não permite acesso para inspeção interna, apenas
inspeção visual interna através da porta de inspeção. A última inspeção foi feita
em 2017 com resultado “Satisfatório”.

Um ponto que foi observado é que a placa de identificação no vaso diz que ele
é um vaso de classe IV porém pelo cálculo do item c do item 13.5.1.2
chegamos que é um vaso de classe V. foi orientado a empresa e será feito a
substituição. O ramal de emergência 1900 também foi substituído por 1234, foi
recomendado a atualização da imagem também.

Figura 6: Informações de segurança do vaso.

Relatório de inspeção conforme item 13.5.4.14

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

VASO DE PRESSÃO
Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 na sua atualização mais recente Portaria SEPRT n.º 915, de
30 de julho de 2019

Data da
Inspeção: 21/06/2022
Tipo de
Inspeção Periódica
Inspetor: Gabriel

INFORMAÇÕES DO EQUIPAMENTO

Fabricante Aberko Equipamentos Industriais.

Tipo Reservatório de ar
Marca Aberko
Tipo Aberko Equipamentos Industriais.
TAG R1Y05R2
PMT 8,7kgf/cm²
Pressão do teste hidrostático: 10,4kgf/cm²
Código de Projeto: ASME SEÇÃO VIII DIV.I Ed. 07 AD.09
Fluído Contido Ar comprimido
Volume 3 m³
Classe do Fluído C
Grupo de Risco 5
Categoria V
Localização Moinho Atox
 DOCUMENTAÇÃO

a)identificação do vaso de pressão; SIM

b) categoria do vaso de pressão; SIM
c) fluidos de serviço; SIM
d) tipo do vaso de pressão; SIM
e) tipo de inspeção executada SIM
f) data de início e término da inspeção; SIM
g) descrição das inspeções, exames e testes executados; SIM
h) registro fotográfico das anomalias do exame interno do vaso de pressão; N/A
i) resultado das inspeções e intervenções executadas; SIM
j) recomendações e providências necessárias; SIM
k) parecer conclusivo quanto a integridade do vaso de pressão até a próxima inspeção; SIM
l) data prevista para a próxima inspeção de segurança; SIM

Prontuário do vaso de pressão SIM

Manual de operação SIM
Registro de segurança SIM
Relatório de Inspeção anterior SIM
Placa de identificação SIM
Identificação SIM

DADOS EXTERNOS

Diâmetro do Vaso 600

Comprimento 2089,8 mm
Junta Soldada
Revestimento externo Não
Boca de visita Sim

VÁLVULA DE SEGURANÇA

Quantidade 1
Localização No vaso
Marca Fluids Controls
Tipo Mola S/ alavanca
Diâmetro 1.1/4"
Aspecto Visual Satisfatório
Inspecionada Sim
Calibrada Sim
Data da calibração 22/03/2022
Responsável da
Calibração Termosul

EXAME INTERNO

Data 13/03/2017
Tipo de Inpeção Visual
Conclusão Satisfatório
Próxima inspeção 13/03/2025

TESTE HIDROSTÁTICO

Data 01/02/2011
Pressão 10,4kgf/cm²
Tempo 60 minutos
Resultado Aprovado

CONCLUSÃO

Aprovado ? Sim
PMTA 8,7kgf/cm²
Tempo 60 minutos
Próxima inspeção 13/03/2025