Você está na página 1de 1

Prisão e transformação

Malcolm X antes de uma coletiva de imprensa em 1964


Conduzido à Prisão Estadual de Charlestown, em Fevereiro de 1946, Malcolm ficou ali
conhecido como Satã por causa de sua atitude rebelde e antirreligiosa. De repente privado
de drogas, usou noz-moscada e outras drogas substitutas para se "fixar". Mais tarde,
conseguiu, através dos próprios guardas da prisão, marijuana, Nembutal e outras
substâncias. [20]
Na prisão, em 1947 Malcolm X conheceu outro condenado, John Elton Bembry,
um mestiço, a quem chamavam Bimbi, um homem autodidata, respeitado e considerado
por todos, que ele descreveria mais tarde como "o primeiro homem que eu já vi impor
respeito total ... com palavras". Um dia, Bembry disse-lhe que ele deveria usar a sua
inteligência, e sob a sua influência Malcolm começou um curso por correspondência de
língua inglesa e até um de Latim, e a ler avidamente os livros da biblioteca prisional.[21]
Certo dia, em 1948, depois de ter sido transferido para a prisão de Concord, o seu irmão
Philbert, escreveu-lhe uma carta dizendo que descobrira a verdadeira religião do homem
negro: a Nação do Islã, à qual ele pertencia. Malcolm respondeu à carta com outra cheia
de palavrões. Dias depois recebeu outra carta, desta vez escrita por seu irmão mais novo,
Reginald: “Não coma mais carne de porco e pare de fumar. Vou mostrar-lhe como sair da
prisão”.[22]
Quando Reginald foi visitá-lo, já na Norfolk Prison Colony, Malcolm estava ansioso para
saber qual a relação da carne de porco com o livrar-se da prisão. Reginald falou-lhe
sobre Elijah Muhammad. Seu irmão contou que Alá viera para a América e se tinha dado a
conhecer a Elijah - "um homem negro, tal como nós" - afirmando que o homem branco é
o demônio. [23]

Você também pode gostar