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Al Hajj Malik Al-Shabazz, mais conhecido como Malcolm X (originalmente registado

Malcolm Little; Omaha, 19 de maio de 1925 — Nova Iorque, 21 de fevereiro de 1965),


foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Fundou a
Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista. Ele era um
defensor dos direitos dos afro-americanos, um homem que conseguiu mobilizar os
brancos americanos sobre seus crimes cometidos contra os negros. Em 1998, a influente
revista Time nomeou a Autobiografia de Malcolm X um dos 10 livros não fictícios mais
importantes do século XX.

Malcolm X nasceu em Omaha, no estado de Nebraska, nos Estados Unidos. Quando


estava com seis anos, seu pai Earl Little, um dedicado trabalhador para UNIA
(Associação Universal para o Progresso Negro) foi violentamente assassinado. Após
brutal espancamento, foi jogado na linha do trem com corpo quase partido em dois,
ainda não morreu ali, agonizou mais algumas horas.

Louise Little, mãe de Malcolm, aos 34 anos assumiu o sustento dos seus oito filhos. Por
ter sido concebida do estupro de uma mulher negra por um homem branco, ela possuía
pele clara e arrumava empregos domésticos. Os empregos duravam até descobrirem que
ela era de origem negra. Louise também passou a receber dois cheques, um pensão de
viúva, outro da assistência social. Este dinheiro não era suficiente, e com seu
desemprego frequente a família tornou-se praticamente indigente. As assistentes sociais
do governo tentavam convencer Louise a encaminhar seus filhos para lares adotivos, ao
que ela se opunha. Posteriormente passaram a questionar sua sanidade mental. Louise
passou por intensas pressões que a levaram a um colapso nervoso e foi internada em um
hospital para doentes mentais. Nessa altura, Malcolm já havia sido adotado e, em 1937,
viu sua família ser separada.

Os dois irmãos mais velhos, Wilfred e Hilda foram deixados à própria sorte: Philbert foi
levado para casa da família em Lansing; Reginald e Wesley foram viver com a família
Williams; Yvone e Robert com a família McGuire.

Universidade das ruas

Na escola, Malcolm era o que se considerava um bom aluno e geralmente tirava notas
altas. E assim foi até o dia em que disse a um professor que desejava ser advogado. Este
lhe disse ser absurdo a ideia de um negro ser advogado e que o máximo que ele poderia
chegar era carpinteiro. Esta declaração mudou seu comportamento fazendo com que se
transformasse de um "bom aluno" em um "garoto problema". Quando terminou a oitava
série, Malcolm foi morar em Boston na casa de sua meia-irmã Ella. Fez amizade com
Shorty e por influencia deste e de outros boêmios de Boston ele esticou os cabelos,
passou a beber, fumar, usar roupas extravagantes, jogar cartas, jogo dos números e
aprendeu a dançar muito bem. Um efeito colateral do produto que Malcolm e outros
usavam para esticar o cabelo era o de deixa lo vermelho. Sua melhor parceira era Laura,
uma jovem negra que morava com a avó e sonhava formar-se na universidade. Ele a
conheceu na sorveteria onde ela trabalhava e a namorou, levou-a aos bailes. Numa
destas festas, a deixou por uma mulher branca chamada Sophia. Laura, no futuro
próximo, cairia na prostituição. Malcolm confessou: “Umas das vergonhas que tenho
carregado é o destino de Laura..., tê-la tratado da maneira como tratei por causa de
uma mulher branca foi um golpe forte demais”. Malcolm entre outros empregos, a
exemplo de engraxate, trabalhou na ferrovia. Nesse emprego ele conheceu vários
lugares, entre eles o Harlem, lugar que ele passou a visitar sempre que podia. Nas noites
do Harlem ele conheceu muita gente, entre os quais varios musicos (muito deles
famosos) e criminosos. Ali, suas roupas de cores fortes e o cabelo esticado e vermelho
chamavam a atenção naqueles ambientes mais sobrios e ele logo passou a ser conhecido
por "Red". Apaixonado pelo Harlem ele resolve se mudar para lá. Alugou um
apartamento onde várias das inquilinas eram prostitutas. Sophia ia de Boston para o
Harlem visitá-lo. Algum tempo depois, Sophia casou com outra pessoa e manteve
Malcolm como amante. No Harlem, Malcolm também morou na casa de Sammy, um
amigo cafetão, e entrou para a “vida do crime”, tornou-se traficante. Aproveitou o
bilhete que ganhou, quando trabalhou na ferrovia, e foi traficar nos trens. Estava cada
dia mais difícil vender nas ruas, a polícia estava “fechando o cerco”, os artistas que
conhecia – seus clientes – adoraram a ideia. Naquele tempo, temia três coisas: cadeia,
emprego e o exército. Fingiu-se de louco para se livrar do serviço militar.

Depois do término das viagens traficando, perdeu a conta dos golpes que deu no
Harlem. Não podia mais vender maconha, a polícia já o conhecia. Passou a praticar seus
primeiros assaltos, e se preparava para esses trabalhos com drogas mais fortes. Era
viciado no jogo dos números, quando ganhava, convidava Sophia para passar alguns
dias em Nova York. Sua vida marginal levou-o a se meter em tantas encrencas no
Harlem que acabou ficando num “beco sem saída”, estava “jurado de morte”. Sammy
ligou para seu velho amigo Shorty vir buscá-lo, levá-lo de volta para Boston. Em
Boston, foi morar com Shorty em seu apartamento. Quase todos os dias assim que o
amigo saia para trabalhar, como saxofonista, Sophia encontrava-se com Malcolm, e ele
arrancava-lhe todo o dinheiro. O marido de Sophia havia arrumado emprego de
vendedor, e viajava constantemente.

Para sair da inatividade Malcolm propôs a Shorty que assaltassem casas. Formaram um
grupo com a participação de Rudy, amigo de Shorty, Sophia e sua irmã. Sophia havia
apresentado sua irmã para Shorty e os dois passaram a namorar. O primeiro trabalho foi
um sucesso, e depois vieram outros e outros. “Todo ladrão espera o dia em que será
apanhado”. Chegou o dia inevitável de Malcolm, Shorty e Sophia e sua irmã, somente
Rudy conseguiu escapar. As duas mulheres tiveram penas reduzidas, pegaram de um a
cinco anos. Malcolm disse: “Apesar de serem ladras eram brancas”. Quanto aos dois
negros, seu próprio advogado de defesa confessou: “Vocês não deviam ter se metido
com mulheres brancas”. Shorty pegou de oito a dez anos, e Malcolm onze anos.

Em sua auto biografia Malcolm revela que, nesse período da sua vida, nunca chegou a
matar ninguém e que poderia tê-lo feito para escapar da policia.

A importância da leitura
Malcolm X em 1964

Na prisão por causa de sua atitude rebelde e antirreligiosa, Malcolm ficou conhecido
como Satã. Philbert escreveu-lhe uma carta dizendo que descobrira a verdadeira religião
do homem negro. Ele pertencia a Nação do Islã, Malcolm respondeu a carta com
palavrões. Dias depois recebeu outra carta, desta vez escrita por seu irmão mais novo,
Reginald: “Não coma carne de porco e pare de fumar que eu lhe mostrarei como sair da
prisão”. Estas palavras ficaram em sua cabeça. Reginald sabia como funcionava a mente
marginal do irmão, havia passado uma temporada com ele no Harlem. Quando foi
visitá-lo Malcolm estava ansioso para saber como não comendo carne de porco livrar-
se-ia da prisão. Afinal qual golpe havia tramado, e passou a ouvir Reginald falar sobre
Elijah Muhammad. Seu irmão contou que: Alá viera para a América e se apresentou a
um homem chamado Elijah – um homem negro – afirmando que o homem branco é o
demônio.

A mente de Malcolm, involuntariamente, recordou todos os homens brancos que


conheceu. Ao ir embora Reginald deixou seu irmão pensando, com seus primeiros
pensamentos sérios. Malcolm pensou nos brancos que tinham internado sua mãe, os que
tinham matado seu pai, os brancos que haviam destruído sua família, em seu professor
branco que assegurou que: “é absurda a ideia um negro pensar em ser advogado”.
Apesar de suas notas altas, Malcolm deveria ambicionar ser carpinteiro.

Quando Reginald voltou, viu o efeito que suas palavras haviam provocado em seu
irmão, e falou mais sobre o demônio que é o homem branco. Seus outros irmãos
também passaram a escrever, a falar sobre o honrado Elijah Muhammad. Todos
recomendaram seus ensinamentos que classificavam como o verdadeiro conhecimento
do homem negro. Malcolm titubeou, no entanto, acabou se convertendo ao islã, tornou-
se muçulmano negro.

Graças aos esforços de Ella, Malcolm conseguiu ser transferido para uma prisão colônia
de Norfolk que era de reabilitação profissional, muito melhor do que as outras por onde
havia passado, e a biblioteca era um de seus elementos principais. Para responder as
cartas, e se corresponder com Elijah Muhammad começou a ler muitos livros, tornou-se
um leitor voraz, em seus anos de prisão, leu desde os clássicos aos mais populares.

Sobre os filósofos fez o seguinte comentário: “Conheço todos, não respeito nenhum”,
disse também: “A prisão depois da universidade é o melhor lugar para uma pessoa ir, se
ela estiver motivada, pode mudar sua vida”; “as pessoas não compreendem como toda a
vida de um homem pode ser mudada por um único livro”. Além da leitura, copiou um
dicionário inteiro para compreender melhor os livros.

Em 1952, Malcolm foi libertado e saiu em caravana para visitar o Templo Número
Dois, como eram chamadas as mesquitas. Ele finalmente ia ouvir Elijah Muhammad
que ao final de sua fala chamou Malcolm, pediu que ficasse em pé, e diante dos olhares
de cerca de duzentos muçulmanos, contou uma parábola a seu respeito.

A partir de então, Malcolm passou a colaborar com Templo Número Um, ele
participava da “pescaria” que era atrair os jovens, e se saia muito bem, afinal, conhecia
a “linguagem dos guetos”. Recrutava nos bares, nos salões de bilhar e esquinas dos
guetos, o Templo Número Um, de Detroit, em três meses triplicou o número de fiéis.
Malcolm já havia recebido da Nação do Islã o seu “X” que significava seu verdadeiro
nome de família africana que Deus lhe revelaria. Para ele o “X” substituía o Little, o
pequeno, herança escravocrata.

No verão de 1953, Malcolm X foi nomeado ministro assistente do Templo Número Um


e passou a frequentar a casa de Elijah Muhammad, onde era tratado como filho.
Malcolm devido à sua fidelidade, inteligência, oratória, cultura, personalidade, obteve
um desempenho extraordinário na Nação do Islã que resultou em uma ascensão
meteórica. Em curto intervalo de tempo tornou-se o principal ministro de Muhammad,
levando-o a ser transferido para o templo de Nova York – o mais importante.

Em meio a sua vida agitada, Malcolm passou a reparar em uma moça chamada Betty, o
interesse era recíproco. Consultou Muhammad e casou em janeiro de 1958. Mal se
casou, e Malcolm estava, em toda parte, trabalhando pelo crescimento da Nação do Islã.
Em suas polêmicas diárias o que mais o irritava, eram certos líderes negros os quais
acusava que: “suas organizações tinham corpo negro com cabeça branca”.

Elogio e traição

Malcolm fundou um jornal chamado “Muhammad Fala” que levou revistas mensais a
darem reportagens de capa sobre os muçulmanos negros. Não demorou muito para que
Malcolm fosse convidado para participar de mesas redondas de rádio, televisão e
universidades, entre elas Harvard, para defender a Nação do Islã, enfrentando
intelectuais negros e brancos.

Elijah Muhammad disse para Malcolm: “Quero que você se torne muito conhecido, pois
você se tornando conhecido, também me tornará conhecido”. Malcolm tornou-se
realmente conhecido, tornou-se uma personalidade americana que muitas vezes chamou
a atenção do cenário mundial, mais do que Martin Luther King e o presidente John F.
Kennedy.
O seu destaque gerou ciúmes no próprio Elijah que não possuía a coragem e perspicácia
de Malcolm para discutir, por exemplo, com professores universitários. A intensa
exposição e repercussão da figura de Malcolm X contribuíram para alimentar entre os
enciumados muçulmanos negros o boato que ele tentaria tomar o controle da Nação do
Islã.

Duas antigas secretárias de Muhammad entraram com processo de paternidade.


Malcolm ao conversar com elas descobriu que enquanto Elijah Muhammad o elogiava
pela frente, tentava destruí-lo pelas costas, e aguardava o momento oportuno para
afastá-lo. A morte de John Kennedy e a declaração polêmica de Malcolm a respeito foi
o ensejo. Perguntado sobre a morte de Kennedy, ele respondeu com ironia: “As galinhas
voltam para dormir em casa”, um ditado americano cujo significado se parece com o do
nosso “Aqui se faz, aqui se paga”. Ou seja, Malcolm insinuou que Kennedy morreu por
conseqüência de seus próprios atos, porque falhou ao combater a violência nos Estados
Unidos. A declaração foi mal recebida, inclusive pela população negra, que se voltou
contra a Nação do Islã. Irritado, Elijah ordenou que Malcolm se calasse por 90 dias.

Ele que tanto se dedicou e com certeza foi uns dos principais (senão o principal
responsável) pelo crescimento da Nação do Islã, foi afastado. Malcolm em seu trabalho
árduo, praticamente, não adquiriu bens materiais. Bens que poderiam gerar algum
conforto à sua família, no caso de sua falta, porém sempre acreditou que se alguma
fatalidade lhe ocorresse, os muçulmanos negros cuidariam de sua família.

Malcolm ficou sabendo do seu banimento através da imprensa. Sofreu humilhações


públicas com manchetes como: “Malcolm silenciado”. Os muçulmanos negros também
conspiraram para que ele fosse considerado traidor, a punição para a traição é o
ostracismo e a morte.

Viagem a Meca

Patrocinado por Ella, Malcolm viajou para Meca com o objetivo de conhecer melhor o
Islã. Agora admitia que Elijah Muhammad havia deturpado esta religião nos Estados
Unidos. Ao voltar de sua viagem, estava para iniciar uma nova fase em sua vida. Em
uma entrevista coletiva, perguntaram-lhe: “Você ainda acredita que os brancos são
demônios?” E ele respondeu: “Os brancos são seres humanos na medida em que isto for
confirmado em suas atitudes em relação aos negros”.

Movido por suas novas ideias, Malcolm fundou a Organização da Unidade Afro-
Americana: Grupo não religioso e não sectário – criado para unir os afro-americanos –,
contudo, em 21 de fevereiro de 1965, na sede de sua organização, Malcolm recebeu 16
tiros calibre 38 e 45, a maioria deles atingiu o coração. Malcolm foi assassinado – com
apenas 39 anos – em frente de sua esposa Betty, que estava grávida, e de suas quatro
filhas. Escreveu MS Handler: “Balas fatais acabaram com a carreira de Malcolm X
antes que ele tivesse tempo para desenvolver suas novas idéias”.

Ideias defendidas
Ver artigo principal: Mensagem a Grass Roots
Malcolm X numa Conferência em 1964.

Dentre as preleções proferidas por Malcolm X, a mensagem a Grass Roots, proferida


em 10 de novembro de 1963 durante a Northern Negro Grass Roots Leadership
Conference, na Igreja Batista Rei Salomão de Detroit, Michigan1 , foi ranqueada em 91º
lugar dentre os 100 maiores discursos estadunidenses do século XX, numa pesquisa
feita entre 137 estudiosos do país.2

Nesta fala, Malcolm descreve a diferença entre a "revolução Black" e a "revolução do


Negro", acentuando o contraste entre o "negro da casa" e o "negro do campo" durante a
escravidão africana e nos tempos contemporâneos, criticando a Marcha sobre
Washington daquele ano.

Importância histórica de Malcolm X

Malcolm X com o outro importante ativista americano Martin Luther King Jr..

Malcolm X conduziu uma parte do movimento negro nas décadas de 50 e 60,


defendendo três pontos fundamentais:
 O islamismo;
 A violência como método para auto-defesa e;
 O socialismo

Apesar da religião ter sido a porta de entrada para Malcolm X perceber todos os
problemas sociais enfrentados pelos negros, pouco a pouco, ele percebeu a questão do
negro não era uma questão apenas de carácter teológico, mas sim, uma questão política,
econômica e civil. Foi a partir daí que os meios de comunicação exploraram suas
declarações mais ácidas. Malcolm percebeu que a violência não era uma forma de
barbárie, mas um meio legítimo de conquistas, pois todas as mudanças históricas se
deram de maneira violenta. A violência proposta era, portanto, uma metodologia de
transformação e não uma barbárie gratuita.

O socialismo de Malcolm foi consequência da evolução de seu pensamento, após ser


traído por membros da Mesquita Templo Número Dois, gradativamente ele percebeu
que a questão do negro passava pela estrutura do capitalismo. Desta nova forma de
pensar surgiu a Organização da Unidade Afro-Americana, um grupo não religioso e não
sectário, focada nos problemas sociais das minorias sociais na sociedade capitalista
americana. A sua opção pela violência e pelo socialismo foi de vital importância para os
rumos que os movimentos negros tomaram ao fim da década de 60, tal como os
"Panteras Negras", também partidários da violência enquanto método e do socialismo
enquanto ideologia política.

Malcolm X foi um dos maiores representantes na defesa dos direitos dos negros nos Estados
Unidos.

Nascido no dia 19 de maio de 1925 na


cidade de Omaha, Malcolm Little era filho de Earl Little e de Louise Little. Quando
tinha apenas seis anos de idade, seu pai, que era membro da Associação Universal
Para o Progresso Negro, foi brutalmente espancado e jogado na linha do trem. Com o
corpo quase partido ao meio, faleceu em seguida. A mãe era filha do estupro de uma
mulher negra por um homem branco, o que a fazia ter uma cor de pele mais clara e, por
isso, conseguia empregos domésticos com mais facilidade. Louise assumiu o sustento
da família de oito filhos, porém não dava conta com o que recebia e a família chegou a
uma condição de indigente. Negava sempre em oferecer seus filhos para adoção e o
governo dos Estados Unidos passou a questionar sua sanidade mental. Por fim, os dois
irmãos mais velhos foram deixados à própria sorte e os demais foram adotados. Era a
separação da família.

Malcolm Little, que ficou conhecido como Malcolm X, tornou-se um bom aluno. Mas,
após ser desacreditado por um professor, mudou-se para Boston e assumiu uma vida
boêmia. Teve uma companheira negra chamada Laura, mas a trocou por uma mulher
branca de nome Sophia. Mesmo após Sophia se casar com um homem branco, Malcolm
continuou sendo seu amante. O jovem Malcolm fingiu-se de louco para evitar o serviço
militar e teve vários empregos, frequentou ambientes de crime e prostituição. Não
tardou para que ele também se tornasse traficante e cometesse os primeiros assaltos.
Malcolm foi jurado de morte no Harlem e um amigo seu providenciou para que voltasse
a Boston. De volta a esta cidade, formou um grupo com o amigo que morava, Shorty, e
Sophia e sua irmã para assaltar casas. As primeiras investidas foram favoráveis ao
grupo, mas eles foram descobertos e presos. Coube a Malcolm a maior pena entre eles,
onze anos de cadeia.

Malcolm era conhecido como Satã na prisão por apresentar uma postura rebelde e anti-
religiosa. Mas, por influência do irmão Reginald, converteu-se ao islamismo. Foi
transferido, então, para uma cadeia de reabilitação profissional e tornou-se um leitor
faminto de sua biblioteca. Recebeu da Nação do Islã o “X” para o seu nome que teria
sido revelado por Deus como nome verdadeiro de sua família, ficando conhecido como
Malcolm X. Teve um crescimento muito rápido dentro da Nação Islã e foi nomeado
ministro do principal templo estadunidense, o de Nova York.

Malcolm X casou-se com Betty e dedicou-se a trabalhar pelo crescimento da Nação do


Islã. Foi fundador de um jornal sobre muçulmanos negros, o que lhe rendeu convites
para falar em programas de rádio e TV e em universidades. Tornou-se uma
personalidade mais conhecida que Martin Luther King e o próprio presidente John
Kennedy, o que despertou o ciúme dentro da Nação do Islã. Os muçulmanos negros
conspiraram para que ele parecesse um traidor e o resultado foi seu banimento da Nação
do Islã. Após sofrer tal humilhação, foi à Meca para conhecer melhor o Islã e iniciou
uma nova fase em sua vida. Voltou aos Estados Unidos e fundou a Organização da
Unidade Afro-Americana que não se tratava de um grupo religioso e tinha o objetivo
único de unir os afro-americanos.

Malcolm X se destaca na história dos Estados Unidos no século XX por ser um negro
de grande repercussão e que defendeu os direitos da comunidade negra. Adepto ao
islamismo, acreditava que a violência poderia ser usada para se defender. Percebeu que
a questão do negro não estava ligada apenas a um fator religioso, mas tinha relação com
a estrutura do capitalismo. A organização que fundou passou a assumir o socialismo e
foi muito influente nas ações do movimento negro da década de 1960.
Lamentavelmente, Malcolm X foi assassinado no dia 21 de fevereiro de 1965 ao receber
16 tiros no peito na sede de sua própria organização. Malcolm tinha apenas 39 anos,
possuía quatro filhos e sua esposa estava grávida de mais um.

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