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Apresentação

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

Reprodução proibida conforme Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro
de 1998.

Registro do Direito Autoral nº 350.785 Livro 646 Folha 445 de 19.08.2005

Todos Direitos de edição reservados à:

Laudera Participações S/S Ltda.


Praça Marechal Deodoro, 356 - Santa Cecília - São Paulo - SP - CEP: 01150-010
e-mail: institutonacional@institutonacional.com.br
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Registro da Marca INED - INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:


827624697 de 05/08/2005, Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

MÓDULO II

 Economia e Mercado

 Matemática Financeira

 Noções de Relações Humanas e Éticas

 Problemas Socioeconômicos Contemporâneos

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Índice

Título Página
Economia e Mercado
Aula 01 – Economia e Sociedade 07
Aula 02 – Atividade Econômica 11
Aula 03 – O Sistema Econômico 13
Aula 04 – Evolução da Teoria Econômica 16
Aula 05 – Economia Sustentável 19
Aula 06 – O Mercado 21
Aula 07 – Moeda 24
Aula 08 – Sistema Monetário Internacional 26
Matemática Financeira
Aula 01 – Razão 32
Aula 02 – Proporção 34
Aula 03 – Grandezas 36
Aula 04 – Regra de Três Simples 38
Aula 05 – Porcentagem 39
Aula 06 – Operações Sobre Mercadorias 42
Aula 07 – Juros Simples 44
Aula 08 – Juros Compostos 48
Aula 09 – Desconto 49
Aula 10 – Financiamento de Imóveis 52
Noções de Relações Humanas e Éticas
Aula 01 – Relações Humanas 59
Aula 02 – Tipos de Relações Humanas 60
Aula 03 – Empatia e Conceito de Ética 61
Aula 04 – Visão Filosófica da Ética 61
Aula 05 – Objeto de Ética 62
Aula 06 – Código de Ética 63
Aula 07 – Moral 66
Aula 08 – Significação Moral para Corretores de Imóveis 68
Problemas Socioeconômicos Contemporâneos
Aula 01 – O Espaço Brasileiro 73
Aula 02 – Divisão Política do Brasil 75
Aula 03 – Divisão Regional do Brasil 76
Aula 04 – As Desigualdades Regionais 87
Aula 05 – Quais São os Principais Impostos Cobrados no Brasil? 88
Aula 06 – Problemas Sociais do Brasil 90
Aula 07 – Problemas Sociais nos Países Desenvolvidos 92
Aula 08 – Globalização 94

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Economia
e
Mercado
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Aula 01 – Economia e Sociedade

Sumário
Parte 1 - Conceito
- Economia e demais ramos do Conhecimento.
Parte 2 - Objeto de Estudo da Economia.
- Divisão da Economia.
Parte 3 - Diversos Conceitos em Economia.

Parte - 1
CONCEITO

A palavra economia vem do grego oikonomia, de oikos (casa), e nomos


(administração). Ou seja, “administração da casa”, sendo que podemos entender como
“casa”, nossa própria casa, uma empresa, os gastos públicos.

Economia é uma ciência social, pois estuda basicamente a relação entre os indivíduos
de uma sociedade e seus recursos disponíveis. Os recursos existentes em qualquer sociedade
possuem uma certa escassez, ou seja, estes recursos possuem quantidades disponíveis que precisam
servir a todos os indivíduos, portanto precisam ser economizados.
Se os recursos não tivessem fim e existissem sempre em altíssima quantidade, não precisaríamos
estudar como economizá-los, não haveria inflação e não precisaríamos nos preocupar em estudar
economia, mas esta não é a nossa realidade!

A economia não existe sozinha, ela se interliga com outras ciências não só sociais, mas exatas e
até mesmo biológicas.
Para estudos econômicos levamos em consideração ocorrências históricas, políticas, geográficas,
estatísticas, antropológicas, sociais, jurídicas, religiosas e o comportamento humano mais básico: o
instinto de sobrevivência.

Inter-relacionamento da Economia com os demais ramos do conhecimento

1. Economia e Política

A Economia existe há muito mais tempo do que é considerada ciência. No começo, no mundo
grego e romano, era uma parte da política e da filosofia. Acreditava-se que a política estando estável, a
economia também estaria.
Foi com Adam Smith, em 1776, em seu livro “Uma investigação sobre a natureza e as causas da
riqueza das nações” que a economia passou a ser vista como uma ciência merecedora de estudos
particulares.
Hoje é difícil estabelecer a ligação entre economia e política. Se por um lado a economia está
subordinada ao regime político do país, por outro lado, às vezes, a estrutura política está subordinada
ao poder econômico.

2. Economia e Sociologia

‘’A ordem Econômica harmônica é fator importante para que haja ordem social’’
(Confúcio).
O homem é um animal social que visa a satisfação de suas necessidades, e sua limitação é a
escassez dos recursos existentes na natureza, daí a economia ser uma ciência social, pois equilibra a
vontade do homem à possibilidade de satisfazê-la.

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Economia e Psicologia Social: A Psicologia Social estuda o comportamento do Homem, portanto,
liga-se à Economia que estuda a luta empreendida pelo homem para satisfazer as suas
necessidades (ilimitadas), utilizando recursos escassos.

3. Ciência Econômica e Ciência Jurídica

Todos os agentes visam o ganho e muitas vezes eles se atritam. É marcante o conflito
permanente entre os agentes da ação econômica em face de seus interesses serem contraditórios.
Apelou-se, portanto, para a Ciência Jurídica na solução dos litígios constantes causados pelo
que chamamos de Racionalismo Econômico.
Racionalismo Econômico: Comportamento das empresas, de um lado, desejando a maximização
de seus lucros e o comportamento dos consumidores, do outro, buscando obter a maior
quantidade de bens com o mínimo de dispêndio.

4. Economia e Matemática

Apesar de ser uma ciência social, a economia lida com escassez, ou seja, limitações físicas.
Para calcular a possibilidade de satisfação de determinada população com uma certa quantidade de
recursos disponíveis aplicamos a matemática, a estatística, a probabilidade.
Em economia temos funções e cálculos matemáticos que nos ajudam a prever acontecimentos
com as variáveis econômicas (renda, produção, consumo, preço).

5. Economia e História

O estudo da história é um forte aliado aos estudos econômicos. Ao analisar a história podemos
encontrar ciclos econômicos que tendem a se repetir no futuro, colocando-nos em uma posição de
previsão.
Já acontecimentos econômicos podem alterar o rumo da história, por exemplo, o achado de ouro
na América do Sul determinou sua colonização, a abundância de terra determinou a colonização Norte-
Americana; em uma história mais recente, os ciclos do café, do cacau, do açúcar determinaram
desenvolvimentos em determinadas regiões brasileiras.

6. Economia e Geografia

Existem regiões geoeconômicas com estudos distintos e também ramos da economia que se
dedicam a estudos de regiões específicas, como a economia urbana, economia rural, economia dos
polos industriais.

Parte - 2
OBJETO DE ESTUDO DA ECONOMIA

‘’O objeto de estudo da Economia é a atividade humana denominada econômica e


dirigida no sentido de escolher, entre as várias alternativas, o que fazer com os recursos
escassos existentes no mundo’’

O que produzir?
Quando produzir?
Para que produzir?
Para quem produzir?

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DIVISÃO DA ECONOMIA

Os agentes da economia são as famílias, empresas e o governo. Cada um tem um papel


fundamental na análise econômica como um todo. As pessoas são a base da demanda,
que é a quantidade de bens e serviços que os consumidores estão interessados em
adquirir. As empresas são, no mercado, as produtoras e processadoras dos recursos
naturais que servirão a demanda. Os governos são os reguladores e intervêm incentivando, regulando a
economia.
Para efeitos de análise e para um melhor entendimento a econômica divide-se em: Microeconomia e
Macroeconomia.

Microeconomia: Trata dos problemas do indivíduo e da empresa dentro do Sistema


Econômico. Preocupa-se em estudar o consumidor individual que se dirige ao mercado
com uma determinada renda para adquirir bens e serviços e também, a maneira como a
empresa emprega os fatores de produção para obter o maior lucro possível.

Macroeconomia: Estuda o conjunto dos consumidores de uma sociedade, assim como o conjunto de
empresas desta mesma sociedade. Seu interesse é determinar os fatores que influenciam o nível total
de Renda e do Produto do Sistema Econômico. No geral, considera-se a economia do país.
É a análise que procura garantir a manutenção do pleno emprego dos recursos disponíveis dos
sistemas econômicos. Ocupa-se ainda das condições necessárias ao desenvolvimento econômico, bem
como de seus significados, custos e benefícios. Procura também determinar as causas e os efeitos da
inflação e das elevações gerais dos níveis de preço como um todo.

Os desígnios da macroeconomia são:


- crescimento econômico;
- pleno emprego;
- estabilidade de preços;
- controle da inflação.

Parte - 3
DIVERSOS CONCEITOS EM ECONOMIA

Necessidades Humanas

Necessidade, no sentido econômico, é o sentimento de privação de um bem externo que se


tende a possuir.

Podem ser:

Individuais: precisam ser satisfeitas para garantir a sobrevivência dos indivíduos.


Ex.: alimentação, habitação, higiene etc.

Coletivas: são decorrentes da vida do indivíduo em sociedade.


Ex.: educação, transporte coletivo, segurança etc.

Bens

Chama-se “BEM” toda coisa útil, capaz e própria, para satisfazer mediata ou imediatamente as
necessidades do homem.

Podem ser classificados:

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 quanto à raridade:
Bens não econômicos ou livres: aqueles que existem em abundância na natureza e cuja
utilização pelo homem não é controlada (gratuita). Ex.: ar
Bens econômicos: aqueles escassos e que precisam ser produzidos pelo homem com esforço,
tendo valor de troca.
Ex.: alimentos industrializados, vestuário, brinquedos, etc.

 quanto ao destino:
Bens de consumo: aqueles prontos para serem consumidos e que sofrem desgastes, quando
utilizados.
Ex.: combustíveis, remédios etc.
Bens de Produção: aqueles empregados para a obtenção de outros bens. Ex.: aço

Um mesmo bem, dependendo de seu destino, pode ser de consumo ou de produção. Por
exemplo, um ovo; podemos comprar um ovo como bem de consumo para consumi-lo em nossa
refeição, ou o ovo pode ser um bem de produção para uma fábrica de bolos que necessita deste bem
para fazer seu produto final.

 quanto à natureza:
Bens materiais: aqueles que ocupam lugar no espaço.
Ex.: lápis, giz, sapato, carro, casa
Bens imateriais: aqueles que não têm matéria, são intangíveis.
Ex.: serviços em geral (comunicações, comércio, financeiros)

Serviços
Serviços são bens intangíveis e pessoais.

Utilidade
Utilidade econômica é a qualidade que tem os bens de corresponderem às nossas necessidades, de
forma que:

- possuam as qualidades físicas necessárias (utilidade de forma)


- estejam no lugar onde são necessários (utilidade de lugar)
- estejam disponíveis enquanto for preciso (utilidade de tempo)
- estejam na posse da pessoa que deles necessita (utilidade de posse)

A utilidade é o elemento fundamental do valor – se a coisa não é útil, não tem valor.

Valor
A noção de valor é de grande importância na economia.

O conceito de valor pode ser dividido em:


 Valor de uso de um bem: capacidade que ele tem de satisfazer as
necessidades de cada um.

Cuidado: É muito comum confundir-se o conceito de valor de uso com o conceito de


utilidade.

 Valor de Troca: capacidade do bem de poder ser trocado por outro.

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Preço

Valor dos Bens e Serviços expresso em moeda.

1. Tipos de preço
Convencional: determinado pela vontade dos contratantes.
De concorrência: quando ficam fixados pelas alternativas da Oferta e da Procura.
Legal: estabelecido por lei.
Natural: remunera os gastos de produção, incluindo o lucro natural, podendo ser considerado
corrente ou vulgar.

1. Flutuação / Fatores de Preços


É aquela produzida pela Lei da Oferta e da Procura.

2. Fatores de Produção
A agregação das unidades básicas de trabalho, capital, matéria-prima e, ainda, a tecnologia,
utilizadas para a confecção de um bem econômico é a Função da Produção. Explicando melhor:
a função da produção é combinar os fatores de produção, transformando-os em bens e serviços.

Resumindo:
 Trabalho: medida do esforço humano na produção.
 Terra ou matéria-prima ou recursos naturais: tudo que economicamente pode ser
aproveitado da natureza.
 Capital: reunião de bens (dinheiro, equipamentos, ferramentas e máquinas) de um
sistema.
 Tecnologia: fator que estuda qual a melhor combinação para utilização dos demais
recursos.

Aula 02 – Atividade Econômica

Sumário
Parte 1 - Produto da Atividade Econômica
Parte 2 - Agregados Macroeconômicos

Parte - 1
O PRODUTO DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Teoria Econômica

Para compreendermos melhor as implicações históricas sobre a economia e como esses fatos
determinam as conclusões dos analistas e estudiosos, enunciamos alguns fatos de nossa história
recente:

Após a 1ª Guerra Mundial, vários países europeus recomeçaram suas


atividades industriais, ocasionando para os Estados Unidos um excedente de
produção. Caracteriza-se como excedente, o produto da economia de um país que
não consegue ser absorvido internamente.

Uma solução imediata seria a redução brusca dos níveis de atividade produtiva, acarretando
crise econômica e social em curto prazo, reduzindo a lucratividade das empresas e consequentemente
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gerando desemprego. Nesta época, os Estados Unidos passaram a emprestar capitais excedentes a
países carentes, para que pudessem comprar seus produtos. Ocorre que estes países começaram a
adquirir máquinas e acessórios com vistas ao reequipamento de seu parque industrial. Com relação à
produção agrícola americana, esta ficou estocada, criando grandes dívidas dos fazendeiros junto aos
agentes financeiros. Na segunda metade de 1929, houve uma queda nas exportações americanas,
acentuadas pela volta da Inglaterra e da França ao mercado internacional.

Como consequência destes fatos, fazendas passaram a ser propriedades dos


bancos; a redução da produção industrial aumentou o nível de desemprego, com a
queda do emprego, caiu a renda, e consequentemente o consumo, generalizando-se
séria crise econômico-social. O reflexo na Bolsa de Valores foi imediato: quinta-feira,
dia 24 de outubro de 1929, foram colocadas à venda 13 milhões de ações. No dia 29 de
outubro, deu-se o famoso ‘’crack’’ de Wall Street.

Após a análise desta cronologia de fatos, chegamos à conclusão anunciada, na época do crack
da Bolsa de Nova York, com muita precisão pelo economista, psicólogo e matemático John Maynard
Keynes: ‘’o pleno emprego não é necessariamente o nível de equilíbrio da economia’’.

Parte - 2
Principais Agregados Econômicos

Com a divisão da economia em duas partes, o processo produtivo numa visão macroeconômica passou
a ser analisado através de três setores:

1. Primário: responsável pela extração, ligado a terra ou à natureza – (matérias-primas).


2. Secundário: responsável pela transformação - (indústrias)
3. Terciário: responsável pela distribuição de bens e serviços - (comércio em geral).

Cada um desses setores isoladamente forma uma agregação de fatores da produção, daí originando o
aparelho produtivo.

OBTENÇÃO DOS GRANDES AGREGADOS MACROECONÔMICOS

Valor Agregado: valor adicionado à economia, em cada estágio da produção. É a remuneração paga
pelo uso dos fatores de produção que deverá equivaler à renda da economia.
Valor Bruto: soma do valor agregado das diferentes fases do processo produtivo.

Aspectos Demográficos

 População

Total de habitantes de determinado território nacional e de estrangeiros.

 Divisão da População

A demografia também se preocupa com a população como elemento fundamental no fenômeno da


produção, dividindo a população em duas partes:

- população dependente: aquela que não tem condições de oferecer força de trabalho e está
compreendida entre 0-15 anos e acima dos 65.
- população produtiva: parcela da população total que está em idade de trabalhar, ou seja, está
inserida entre 16 ou 65 anos.

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Convém salientar que a população produtiva tem subdivisões, que são as seguintes:

1 - população inativa: A População Economicamente Inativa (PEI) é o conceito utilizado para


classificar o grupo social de pessoas que não integram o mercado de trabalho.
2 - população economicamente ativa: parcela da população total que, realmente, produz para o
sistema, ou seja, parte da população economicamente ativa que está trabalhando.
3 - desempregados: parte da população produtiva que, embora tenha qualificação profissional e
idade de trabalhar, não está inserida no mercado de trabalho.

Aula 03 – O Sistema Econômico

Sumário
Parte 1 - O Sistema Econômico.
Parte 2 – Classificação Sistema Econômico.

Parte - 1
O SISTEMA ECONÔMICO

Definição

Sistema Econômico: reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços
que satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não só sob o ponto de vista econômico,
mas também social, jurídico.
É o conjunto de instituições jurídicas e sociais afins, em que são empregados certos meios
técnicos, organizados em função de determinadas causas dominantes, para assegurar a realização do
equilíbrio econômico.

Reunião de diversos elementos que entram na produção de bens e serviços para satisfazer as
necessidades da sociedade.

Fatores de Produção:

1 - Trabalho (mão-de-obra)
2 - Terra (ou recursos naturais ou, ainda, matéria-prima)
3 - Capital (dinheiro, equipamentos).
4 – Tecnologia ( combinação de demais recursos)

Esses fatores devem ser organizados de tal maneira que sua combinação resulte na formação de um
bem ou serviço (que é a função da produção).

As instituições a que se dão estas combinações são conhecidas como: Unidades Produtoras.

Produção Econômica

É a criação e processamento de bens, serviços e mercadorias.

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Classificação da Produção

A produção econômica pode ser classificada em três categorias:

1. Bens e Serviços de Consumo: aqueles que satisfazem as necessidades das pessoas


quando são consumidos no estado em que se encontram.
Ex.: alimentos, roupas, cinema, sapatos, serviços, diversos etc.

2. Bens e Serviços Intermediários: são aqueles que sofrem transformação para atingir
sua forma definitiva.

3. Bens de Capital: destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo


produtivo.
Ex.: torno mecânico, estradas etc.

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO

O sistema econômico compõe-se de três setores fundamentais:

1 - Setor primário: onde acontecem todas as atividades de extração. Pode ser de origem animal,
vegetal ou mineral.
2 - Setor secundário: responsável pela transformação. Neste setor, utiliza-se em maior quantidade,
o fator de produção capital combinado com o trabalho.
3 - Setor Terciário: distribuição de tudo o que foi produzido na economia. Basicamente é
representado pelos estabelecimentos comerciais, bancos, escolas, serviços em geral etc.

Fluxos do Sistema Econômico

1 - Fluxo Real: constitui a Oferta da Economia, formada pelos bens e serviços produzidos no sistema e
que também recebe o nome de Produto.

2 - Fluxo Nominal ou Monetário: formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem
durante o processo produtivo, também denominado renda.

A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de um sistema econômico; elas
formam o Mercado, lugar onde se realizam as trocas.

O termo Mercado refere-se a todas as compras e vendas realizadas no Sistema Econômico,


tanto de bens de consumo, intermediários e de Capital, como de Serviços.

Parte - 2
Classificação Sistema Econômicos

Sistema Econômico Capitalista

O Capitalismo surgiu durante a Revolução Industrial. As características desse regime político-


econômico são de economia de mercado em que o próprio determina a trajetória da circulação, dos
preços, da produção.
Em um Sistema Capitalista, a maioria dos meios de produção é possuída de modo privado por
indivíduos e por organizações, não pelo governo.

Os indivíduos têm liberdade para vender seus recursos em quantidades que julgarem
adequadas e pelo mais alto preço que puderem obter. Eles também têm liberdade para gastar sua
renda a fim de comprarem bens e serviços que maximizem sua satisfação.
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A concorrência pura ou perfeita supõe a existência no Mercado de muitos vendedores e


compradores, cada qual muito pequeno para influir no preço dos bens e serviços.

As funções do governo são estritamente limitadas à posição para a defesa de alguns serviços básicos e
à imposição de regras gerais para protegerem as liberdades econômicas e políticas.

Sistema Econômico Socialista

Nesse sistema econômico o Estado é o grande controlador dos meios de produção e da


economia.
O Estado prioriza os investimentos em atividades bélicas deixando de lado a produção de bens e
serviços e tornando a economia sem competitividade junto a uma defasagem tecnológica. Teoricamente
baseia-se em uma sociedade igualitária.

Nas Economias Modernas há aspectos importantes:

 uso de mão-de-obra especializada, uma grande quantidade de


equipamento de capital e tecnologia avançada para produzir bens e
serviços com um mínimo de treinamento.
 divisão do trabalho e especialização na produção, permitem grandes
aumentos em produtividade.
 uso da Moeda como um meio de facilitar as trocas.

Em uma economia de Escambo, cada indivíduo teria de procurar outros indivíduos que desejam
o que ele deseja trocar (vender) assim como ter exatamente o que ele deseja comprar (através da
permuta).

A Circulação do Sistema Econômico

Existem diversos comportamentos do mecanismo de preços em diferentes tipos de economia.

Em uma Economia de Livre Empresa, somente as mercadorias pelas quais os consumidores


estão dispostos a pagar um preço unitário suficientemente alto para cobrir o custo total da
produção é que serão ofertadas pelos produtores. Pagando um preço mais alto, os
consumidores podem induzir os produtores a aumentar a quantidade de mercadoria ofertada em
qualquer período de tempo. Por outro lado, uma redução de preço resultará em uma redução na
quantidade ofertada.

Em uma Economia Mista, como a nossa, o governo (por intermédio de impostos, subsídios, suas
próprias despesas etc.), modifica e, em alguns casos substitui a operação do mecanismo de
preços como um meio de determinar o que deve ser produzido.

Em uma Economia Completamente Centralizada, a autoridade central ou mais comumente o


comitê de planejamento define exatamente o que produzir.

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Aula 04 – Evolução da Teoria Econômica

Sumário
Parte 1 - Evolução da Teoria Microeconômica
Parte 2 - Teoria Elementar da Produção.

Parte - 1
A EVOLUÇÃO DA TEORIA MICROECONÔMICA

O Consumidor é o agente econômico que necessita de bens e serviços para satisfazer as suas
necessidades e a Empresa é aquela que produz estes bens ou serviços.

A microeconomia é dividida em Teoria do Consumidor, que estuda o


comportamento das pessoas quando compram bens e serviços, e a Teoria da Empresa,
que estuda o comportamento do empresário ao produzir os bens e serviços que serão
vendidos aos consumidores.

A Utilidade de um bem ou serviço é a sua qualidade de satisfazer as necessidades das pessoas.

O consumidor, agindo racionalmente, tentará obter o máximo de utilidade a partir de sua renda,
que é limitada. Esta renda também chamada de orçamento, será usada na aquisição de bens e
serviços, denominada cesta de mercadorias.

Teoria Cardinal

Esta teoria afirma que a utilidade pode ser medida cardinalmente, em ‘’utis’’ e que a utilidade de
um bem não era influenciada pelo consumo de outros bens. A utilidade total da cesta de mercadorias
seria igual à soma das utilidades de cada bem.

Teoria Ordinal

Conhecida como Teoria Ordinal do Comportamento do Consumidor, considera que a utilidade é


decorrente do consumo combinado e não individual dos bens. Além disso, a utilidade não é medida,
mas sim, ordenada.

Os economistas Edegeworth Antonelli, Fischer e Pareto, que deram forma à Teoria Ordinal, ao
reconhecerem que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, assimilaram que existe uma
ordem de preferência ou prioridade, para qualificar a utilidade.

Assim sendo, podemos dizer que um bem tem mais utilidade do que os outros, não se
estabelece a quantidade de utilidade correspondente a cada um.

Além da utilidade, devemos ressaltar como elementos determinantes na procura de um bem, a


renda das pessoas e os preços dos bens.

17.0 ECONOMIA E MERCADO 16


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CURVA DA DEMANDA

B
R$ 300

R$ 200 A

3 5 Q

A escala da demanda de um indivíduo mostra as quantidades de uma mercadoria que ele está
disposto a comprar e pode comprar, em dado período de tempo, a vários preços alternativos. A
representação gráfica de demanda dos indivíduos é sua Curva da Demanda.

LEI DA PROCURA (DEMANDA)

Elasticidade

Elasticidade mede a reação de compradores e vendedores às mudanças nas condições de


mercado, tais como preço e renda.

Elasticidade Preço da Demanda = variação % na quantidade demandada


variação % no preço.

Elasticidade-Preço da Demanda

A elasticidade–preço estabelece qual é reação dos consumidores em relação a um aumento


ocorrido no preço de determinado bem. Sob o ponto de vista da elasticidade-preço, a demanda pode
ser classificada como:

 Demanda com Elasticidade Unitária: bens cuja elasticidade-preço da demanda é igual a 1.


 Demanda Inelástica: bens cuja elasticidade-preço da demanda é menor do que 1.
 Demanda Elástica: bens cuja elasticidade-preço da demanda é maior do que 1.

Bens Substitutos e Bens Complementares

Os bens substitutos são aqueles que, do ponto de vista do consumidor,


podem
ser trocados no momento do consumo, proporcionando igual satisfação.
Ex.: café substituído pelo chá, carne de vaca por carne de porco etc.
Dois ou mais bens são considerados Complementares do ponto de vista do consumidor, quando
precisam ser consumidos juntos, para que a satisfação do consumidor seja máxima.
Ex.: pão com manteiga, arroz e feijão, etc.

Elasticidade Cruzada da Procura

A Elasticidade Cruzada da Procura mede as reações dos consumidores em relação à


quantidade demandada de um certo bem, quando há variação no preço de outro bem. Estas reações
derivam exatamente do estado de complementaridade ou de substituição dos produtos.

17.0 ECONOMIA E MERCADO 17


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Parte - 2
TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO

A teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta de mercado, com os


produtores que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles
produzidos.

A produção pode ser definida como o processo que combina e transforma os


fatores de produção adquiridos pela empresa, visando a criar bens e serviços que serão oferecidos ao
mercado.

Função da Produção
É a relação técnica entre as quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades
produzidas do bem ou de serviço.

Custos de produção
Na produção, o empresário, ao adquirir os fatores de produção, efetua despesas para
remuneração ou pagamento destes fatores. Os custos de produção são apurados pelo cálculo dos
gastos dos empresários com os fatores de produção.

Receita
Recursos provenientes da venda de produtos ou serviços.

Lucro
Elemento que estimula a atividade empresarial, é a diferença entre os custos de produção mais
as despesas e a receita do empresário.

Curva da Oferta
Os economistas, ao estabelecerem uma relação entre quantidade ofertada de um bem e o seu
preço de mercado, obtiveram uma Curva da Oferta.

B
R$ 1.500,00

R$ 1.000,00 A

200 250 Q

Lei da Oferta

Quanto maior for preço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem.

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ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA

A elasticidade-preço é a reação dos empresários às variações de preço de um determinado bem. Sob o


ponto de vista da elasticidade-preço, a oferta pode ser classificada como:

Oferta com Elasticidade Unitária: é a curva de oferta de bens, cuja resposta em termo de produção é
proporcional à variação do preço do bem, sendo a elasticidade-preço da oferta igual a 1.

Oferta Inelástica: é a curva de oferta de bens, cuja resposta em termos de produção é


proporcionalmente menor do que a variação do preço do bem, sendo a elasticidade-preço menor do que
1.

Oferta Elástica: é a curva de oferta de bens, cuja reposta em termos de produção é proporcionalmente
maior do que a variação do preço do bem, sendo a elasticidade-preço maior do que 1.

Aula 05 – Economia Sustentável

Sumário
Parte 1 - Introdução
- Economia Sustentável
Parte 2 - Utilização dos Recursos

Parte - 1
Introdução.

No auge da Revolução Industrial o mundo se abriu para um período de grande elevação ao


padrão de consumo da humanidade. Não existia a preocupação com a escassez dos recursos naturais.
O número de habitantes do planeta girava em torno de aproximadamente 900 milhões, e não os 7, 6
bilhões dos dias atuais.
Temos consciência, hoje, que os recursos são escassos e finitos. Precisamos urgentemente
mudar nossa atitude com relação a forma de utilizarmos os recursos disponíveis, com o olhar para o
futuro.

Economia sustentável

Conjunto de práticas e teorias econômicas que se baseiam no uso inteligente dos recursos
naturais de forma a satisfazer as necessidades atuais enquanto garantem recursos para as futuras
gerações.

É possível as empresas lucrarem e ter ao mesmo tempo uma consciência ambiental. A


sustentabilidade econômica é a base de uma sociedade estável e mais justa. Empresas que se
preocupam e aderem as práticas de sustentabilidade tem mais chances de alcançarem melhores
resultados.

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Segundo José Eli da Veiga:

“ ...a economia sustentável deve estar diretamente ligada ao conceito de ética, pois seu objetivo deve ser promover o bem.
Portanto mais do que medidas práticas, é um conceito que agrega valor a quem escolhe segui-la”.

https://negativespace.co/lake-dock/

Parte - 2
Utilização de recursos naturais – medidas sustentáveis

Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos governos quanto pela sociedade civil
em geral para a construção de um mundo voltado à sustentabilidade, podemos citar:

- redução ou eliminação do desmatamento;


- reflorestamento de áreas naturais devastadas;
- preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades de conservação de matas
ciliares;
- fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação ao meio ambiente;
- adoção da política dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar);
- contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente para a diminuição de seus impactos;
- diminuição da incidência de queimadas;
- diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés das indústrias quanto pelos
escapamentos de veículos e outros;
- opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos ambientais em larga e
média escala;
- adoção de formas de conscientizar o meio político e social das medidas acimas apresentadas;
- conscientização de seus consumidores agregando assim valor a marca.

A concentração de prédios nos grandes centros urbanos (condomínios) reúne um aglomerado


de pessoas que podem ser conscientizadas a respeito de medidas do dia a dia para colaboração de
uma economia sustentável como:

- coleta seletiva;
- separação óleo cozinha;
- sisternas para acúmulo da água da chuva;
- Diminuição da quantidade de lavagem da área comum.

Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se construir uma sociedade
sustentável que não comprometa mais os recursos tanto na atualidade quanto para o futuro a médio e
longo prazo.

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Aula 06 – O Mercado

Sumário
Parte 1 - Mercado e sua Classificação
Parte 2 - Inflação, Hiperinflação, Deflação

Parte - 1
O MERCADO

Mercado é o encontro da Oferta com a Demanda.

Classificação dos Mercados

1. Concorrência perfeita ou pura: exige um número grande de vendedores. O produto


oferecido neste mercado é homogêneo.

2. Monopólio: apenas uma empresa vende um produto, para o qual não existem bons
substitutos. Ex. serviços exclusivos do governo como abastecimento de água,
eletricidade etc.

3. Oligopólio: há um pequeno número de produtores. Os bens produzidos, apesar de


perfeitamente substituíveis entre si, são diferenciados, permitindo ao consumidor saber
exatamente que empresa o produziu.
Ex.: indústria automobilística.

4. Cartel: é uma associação de produtores na qual as diversas empresas produtoras de um


mesmo ramo fazem acordo sem perderem sua autonomia de operação e administração.
As empresas reunidas no cartel, além de não praticarem concorrência entre si,
concorrem com grande vantagem sobre as empresas situadas fora do cartel.
Ex.: OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Obs.: fazer Cartel é proibido por Lei!!!!

DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE EQUILÍBRIO

Já vimos que existem curvas representativas da oferta e da procura de um mercado,


expressando uma relação entre preços e quantidades. Apesar disso, ao estudarmos isoladamente cada
uma das curvas, não poderemos determinar a quantidade e o preço pelo qual cada bem será
comprovado e vendido.

Preço de Equilíbrio ou de Mercado é aquele cujo valor é igual tanto para a oferta como para a
procura.

CIRCULAÇÃO

A Circulação tem por objetivo a movimentação dos bens e serviços em direção ao consumo.
Pode ser:

a) Circulação Social: não há necessidade de movimentação material, havendo somente a


transferência de propriedade. Ex: Imóveis e terrenos.

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b) Circulação Real: há transporte do bem. Ex: alimentos, sapatos, máquinas, etc.

CONSUMO

Pode ser considerado como a fase final do processo econômico.

a) Consumo Pessoal: consumo para a satisfação das necessidades dos consumidores, tanto por parte
dos indivíduos como do governo.

b) Consumo Empresarial: (privado e governamental) é caracterizado pela não utilização direta dos
bens, mas o aproveitamento das matérias–primas pelas empresas industriais privadas ou estatais. Este
aproveitamento é chamado de Consumo Reprodutivo ou Insumo.

Poupança

A parte da renda não consumida tem o nome de poupança.

Investimento

São os gastos realizados para aumentar a capacidade produtiva do sistema


econômico. Trata-se da aplicação das empresas ou do governo, na aquisição de novos
capitais.

Os investimentos realizados por pessoas físicas, podem ser classificados como


imobiliários (casas, apartamentos, terrenos) ou mobiliários (ações, títulos etc.).

As variáveis que influenciam no nível de investimento são a liquidez, a rentabilidade como fator
estimulante ao investimento e a propensão ao consumo, existente nas economias abertas, cujos bens
de consumo são abundantes.

Padrão de Vida

É o grau de conforto em que vive uma classe de pessoas, em dado momento, em determinado
local. Esse conforto pode ser medido pela soma de utilidades econômicas e serviços à disposição das
pessoas, necessários a sua subsistência e bem-estar.
Se houver um aumento na produção, proporcionalmente maior do que o aumento da população, a
renda per capita também será maior; se este aumento for acompanhado de uma distribuição de renda
mais igualitária, implicará num padrão de vida melhor.

Custo de Vida

Consequência do nível dos preços dos bens e serviços indispensáveis à população. No caso de
um aumento generalizado de preços, sem um aumento proporcional nos salários, existirá fatalmente
uma queda no poder aquisitivo das pessoas, resultando em queda do Padrão de Vida.

Assim sendo, o Padrão de Vida e o Custo de Vida dependem um do outro. O custo de vida está
condicionado a vários fatores, sendo o mais importante a Inflação.

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Parte - 2

A INFLAÇÃO

Definição e Medida da Inflação

A inflação é definida como uma situação em que há um ‘’aumento contínuo e


generalizado de preços’’ isto a torna um processo e não um acontecimento isolado
ou mesmo passageiro.

Desta maneira, quando ocorre uma alta nos preços de determinados bens por um curto período
de tempo, normalizando-se em seguida, não se caracteriza um processo inflacionário. Uma economia é
inflacionada quando os preços aumentam continuamente e por um longo período de tempo.

A inflação vem sendo medida através de diversos métodos. No nosso país, são muito utilizados
os seguintes números-índices, que são fórmulas matemáticas indicadoras do percentual de aumento
nos preços dos bens e serviços, num determinado período de tempo.

Índice do Custo de Vida (ICV): mede a evolução dos gastos de família, com renda de até 5 salários
mínimos, com as despesas realizadas para que ela supra suas necessidades básicas.

Índice de Preços por atacado (IPA): considera a evolução dos preços no nível de comercialização do
atacado.

Índice da construção Civil (ICC): acompanha a evolução dos preços dos materiais, equipamentos e
da mão-de-obra empregados na construção civil.

Índice Geral de Preços (IGP): média ponderada dos índices anteriores, sendo que o IPA tem peso 6, o
ICV peso 3 e o ICC peso 1. É a medida oficial da inflação no Brasil.

Consequências da Inflação

Dentre as principais podemos destacar:

Efeito sobre a distribuição de renda.


Efeito sobre a Balança Comercial.
Diminuição de investimento pelas empresas, reduzindo a capacidade produtiva do sistema econômico.

Inflação de Demanda:

É causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que não é acompanhado pelo
crescimento do produto. Pode ser entendida como excesso de dinheiro na economia.
Entretanto, para que a inflação possa ser identificada como de demanda, é necessário que a
economia esteja próxima do pleno emprego.

Para combater este tipo de inflação, o governo pode adotar duas medidas:

1. Política Monetária que se resume em medidas que visam a reduzir a quantidade de moeda
em circulação na economia.
2. Política Fiscal que consiste em medidas que objetivam diminuir a demanda através do
aumento da carga tributária.

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Inflação de Custos

Esta tem suas causas nas condições de oferta de bens e de serviços da economia; assim, a
demanda permanece inalterada, enquanto aumentam os custos de produção que são repassados para
os preços das mercadorias.
Os oligopólios e monopólios estão associados à inflação: é o controle de preços.

Hiperinflação

Descontrole geral dos preços, processo em que a taxa de inflação aumenta indefinidamente ao
longo do tempo.

Deflação

Contrário de inflação. Processo pelo qual os preços caem (variação negativa dos preços). Isto,
ao contrário do que se possa pensar, não é bom, pois significa que o consumo e a produção estão
caindo, o que conduz à recessão.

Aula 07 – Moeda

Sumário
Parte 1 - Conceito Moeda
- Funções da Moeda.
Parte 2 - Política Monetária, taxa de juros

Parte - 1
MOEDA - CONCEITO

Moeda é tudo aquilo que serve como meio de troca em um Sistema Econômico.

No Sistema Bancário atual, o Banco Central, que é a autoridade máxima do


sistema bancário do país, determina em lei a percentagem dos depósitos de um banco
que pode ser emprestada ou empregada em qualquer negócio, devendo ficar como
garantia ou lastro, o que é chamado de Encaixe.

Funções da Moeda

As Funções da Moeda

A moeda pode ser usada em três funções distintas:

1 - Meio de Troca, ou Instrumento de Troca, ou Meio de Pagamento: a unidade monetária é usada


para pagar os recursos econômicos por serviços prestados, passando assim, a ser o mecanismo para a
distribuição final da produção de bens e de serviços.
2 - Reserva de Valor ou Padrão de Valor: a unidade monetária pode ser poupada, guardada no banco,
em casa ou no bolso.
3 - Unidade de Valor ou Unidade de Conta: a unidade monetária é denominador comum para medir
preços, custos, receitas e rendas. Para se dar valor a um bem ou serviço, usa-se a moeda. Exemplo: o
valor de uma casa, de um carro, etc.

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A oferta da Moeda

Se, num dado período, a emissão for superior ao crescimento do produto, ou seja, se houver
excesso de liquidez, podemos ter inflação.

Por outro lado, se o aumento na oferta da moeda for menor do que o crescimento do produto
podemos ter, entre outras consequências, crise na economia, porque a falta de moeda também
chamada crise de liquidez, dificulta as transações, prejudicando o Sistema Econômico, ocasionando
queda do produto.

Parte - 2
Política Monetária

A palavra monetária é derivada do termo moeda. A política monetária interfere diretamente na


oferta e demanda de moeda. Portanto a política monetária são um conjunto de ferramentas utilizadas
pelo governo para equilibrar o sistema econômico.

Algumas ferramentas de política monetária:

- Recolhimento Compulsório => é um deposito obrigatório para os Bancos e fixado pelo Banco Central
através de taxas. Tem a finalidade de aumentar ou diminuir a circulação de moeda no país.

- Operações com Títulos Públicos (Mercado Aberto) => São considerados ativos de renda fixa,
tornando-se uma boa opção de investimento.

- Redesconto Bancário => Empréstimos disponibilizados aos Bancos Comerciais pelo Banco Central, a
taxas acima do mercado. Quando o Banco Central precisa injetar dinheiro no mercado, baixa as taxas
de juros estimulando a tomada de empréstimos.

Algumas Autoridades Monetárias

- Conselho Monetário Nacional (CMN) Órgão normativo que não possui funções executivas.
Responsável pelas fixações de diretrizes de políticas monetárias, creditícia e cambial.

- Banco Central => órgão normativo e regulador do mercado financeiro nacional.

- Banco do Brasil Responsável pelo crédito rural.

- Banco Nacional de Desenvolvimento responsável pela política de desenvolvimento de longo prazo do


Governo Federal.

TAXA DE JUROS DE EQUILÍBRIO

É determinada no mercado monetário, no qual se encontram, a oferta e a demanda de moeda.


O processo é idêntico ao que determina o preço de uma mercadoria de bens e de serviços, pois, a taxa
de juros é o preço da moeda.

O CRÉDITO E O SISTEMA FINANCEIRO

Crédito é a troca de um bem disponível, no momento, pela promessa de um pagamento, no futuro.


O crédito não envolve apenas a troca de um bem, pois pode envolver também a troca de
dinheiro pela mesma promessa de pagamento futuro, modalidade esta praticada pelo Sistema
Financeiro.

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A operação de crédito envolve dois elementos:
- credor: pessoa que empresta a uma outra.
- devedor: pessoa que deve efetuar o pagamento no futuro.
O Sistema Financeiro realiza a intermediação da moeda entre os agentes econômicos.

TAXA DE CÂMBIO

Se dois países que possuem moedas diferentes transacionam entre si, é necessário descobrir
uma proporção de valor entre essas moedas, para que seja possível a troca de bens e de serviço pelas
mesmas. Pelo fato de ser um preço, a taxa de câmbio é determinada pela oferta e pela procura de
divisas.

BALANÇO DE PAGAMENTOS

A partir do momento em que um país começa a comercializar com outros, surge a necessidade
de se estabelecer um controle sobre o fluxo de pagamento e recebimentos, realizados nas relações
comerciais internacionais.

Para realizar este controle e o de outros fluxos monetários existe o Balanço de Pagamentos, que
é o registro contábil de todas as transações de um país com outros, em um determinado período de
tempo.

BALANÇA COMERCIAL

A política comercial diz respeito às políticas de incentivo à exportação e desestímulo à


importação. É a diferença entre as exportações e as importações por parte de um país em determinado
momento.

Exportações maior que as importações = SUPERÁVIT


Exportações menores que as importações = DÉFIT

As exportações podem ser estimuladas através de: incentivos fiscais, redução de impostos.
As importações podem ser desestimuladas tarifando produtos, impondo barreiras.

Aula 08 – Sistema Monetário Internacional

Sumário
Parte 1 - Funcionamento.
- Termos Importantes.
Parte 2 - Contabilidade Nacional.

Parte - 1
SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL- Funcionamento.

Tem seu funcionamento dentro do esquema das taxas flutuantes de câmbio,


que são determinadas no mercado de divisas pela oferta e pela demanda por moedas
estrangeiras.

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Termos Importantes

Taxa de câmbio: preço em moeda doméstica de uma unidade de moeda estrangeira.


Sistema de Taxa de Câmbio Fixa: sistema em que as moedas domésticas e estrangeiras são fixadas.
Sistema de Taxa de Câmbio Flexível: a taxa de câmbio flutua livremente para encontrar seu nível de
equilíbrio na intercessão das curvas de demanda do mercado de divisas.
Tarifa de Importação: imposto sobre importações.
Termos de Troca: razão de intercâmbio comercial ou a taxa à qual uma mercadoria é trocada por
outra.
Vantagem Comparativa: capacidade de uma nação de produzir uma mercadoria a um custo
relativamente baixo ou a um custo de oportunidade mais baixo que o de outra nação.
Sistema monetário Internacional: conjunto de regras que definem o padrão dos pagamentos
internacionais.
Padrão Ouro sistema monetário no qual a unidade monetária de cada país está lastreada em ouro. Foi
encerrado em 1973.

Parte - 2
CONTABILIDADE NACIONAL

Introdução

As informações desempenham um papel dos mais relevantes para a tomada de decisões. Na


economia, são utilizados diariamente indicadores econômicos: produto interno bruto, produto nacional
bruto, distribuição do rendimento, nível de qualidade de vida. Estes índices servem como parâmetros de
análises macroeconômica.

Conceito

A técnica, que tem por objetivo medir a atividade econômica de um pais nas suas diversas
vertentes é denominada de “Contabilidade Nacional”. Serve como instrumento de análise da situação
econômica. Quantifica e Controla se as metas econômicas vão sendo cumpridas.

PIB

Valor total de mercado de todos os bens finais e serviços produzidos em uma economia durante
um ano, ao alcance da sociedade para seu consumo ou adição ao estoque de capital.

O valor (V) dos bens e serviços é determinado pelo preço (P) vezes as quantidades produzidas
(Q).

Fatores que influenciam o PIB.

 Consumo da População: maior consumo significa crescimento do PIB.


 Juros: baixa taxas de juros significa crescimento do PIB.
 Investimento: Os investimentos das empresas influenciam no PIB. Se crescem, compram
máquinas, equipamentos, expandem suas atividades, contratam movimentam a economia.
 Gastos do Governo: Investimentos em obras, estradas impulsiona o PIB.

PNB - Produto Nacional Bruto

A diferença entre o PIB e o PNB é que no cálculo do PIB não são considerados as rendas enviadas e
recebidas do exterior a partir dos fatores de produção.

Ex.: empresas que tem filiais no exterior.


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Distribuição de Renda

É a repartição da riqueza e dos bens e serviços produzidos entre a população.

Infelizmente ainda a grande concentração da riqueza (metade) encontra-se na mão de poucos.


(https://exame.abril.com.br/economia/milionarios-agora-controlam-metade-da-riqueza-pessoal-do-mundo/).

Nível de qualidade de vida

Indica o nível das condições básicas e suplementares de um grupo de pessoas e sua relação
com o ambiente que o cerca.
Medido através do IDH “Índice de Desenvolvimento Humano” (ONU) avalia a qualidade de vida
dos países, nível de riqueza, de alfabetização, expectativa de vida, etc.

Outros Termos Importantes

Depreciação: é o valor de mercado, do capital consumido de um produto corrente.


Investimento Bruto (IB): soma de todo dispêndio do setor privado em novas instalações, máquinas e
adições ao estoque durante um ano.
Investimento Líquido (IL): soma do dispêndio bruto do setor privado, conforme acima, menos a
depreciação.
Produto Real: nas contas da renda nacional é a população agregada medida em unidades monetárias
constantes.
Renda Pessoal: nas contas da renda nacional, é a soma de renda recebida pelas famílias durante um
ano, antes do pagamento dos impostos pessoais.
Renda Pessoal Disponível: nas contas da renda nacional é a soma da renda que as famílias têm para
despender, depois do pagamento dos impostos pessoais.

REFERENCIAS

ROSSETTI, José Paschoal – Introdução à Economia – 21ª Ed. Atlas - São Paulo – 2016.

VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA Manuel Enriquez – Fundamentos de


Economia – Ed. Especial Anhanguera – Saraiva São Paulo – 2012.

ROTH, Alvim E. – Como Funciona os mercados: a nova economia das combinações e do desenho de
mercado – Ed. 1ª Portfolio Penguin – 2016

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Matemática

Financeira
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Reprodução proibida conforme Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro
de 1998.

Registro do Direito Autoral nº 350.785 Livro 646 Folha 445 de 19.08.2005

Todos Direitos de edição reservados à:

Laudera Participações S/S Ltda.


Praça Marechal Deodoro, 356 - Santa Cecília - São Paulo - SP - CEP: 01150-010
e-mail: institutonacional@institutonacional.com.br
Site: www.institutonacional.com.br

Registro da Marca INED - INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:


827624697 de 05/08/2005, Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Apresentação:

Nos primórdios da civilização, o comércio era realizado à base de trocas de mercadorias, o


chamado “escambo”. Ao longo do tempo, a moeda veio como meio de intermediação das transações
comerciais. Nos dias atuais, com a moeda cada vez mais “virtual”, a Matemática Financeira aparece
como uma ferramenta necessária e imprescindível em situações comerciais, no controle do capital no
mercado financeiro, nas situações mais simples ou complexas do cotidiano.

Vamos analisar algumas situações, como a compra de um carro, por exemplo. Devemos ter
consciência que aquele valor “x” colocado na propaganda tem muitas implicações, decaindo sobre ele
alguns elementos que podem encarecer ou baratear o valor, de acordo com a frequência do
pagamento. Na compra de uma casa, da mesma maneira, se o comprador tiver conhecimento de
algumas regras básicas, com certeza ele conseguirá vantagens na sua ação.
Essas regras são parte da Matemática Financeira, um ramo da matemática que utiliza as noções dela
para gerir dados financeiros de modo geral. Ela é útil tanto para questões pessoais como a compra de
um carro, o financiamento de uma casa, o empréstimo bancário, a compra com cartões de crédito e
crediário, entre outros, até assuntos referentes a investimentos de empresas, negócios da bolsa de
valores etc.

A Matemática Financeira é fundamental para o auxílio de qualquer pessoa, independente da sua


área de atuação, e é por isso que nosso curso vai trazer para você os principais conceitos dessa
ciência, como utilizando para isso exemplos claros e simples.

Para se ter uma ideia da importância do estudo dos conceitos de Matemática Financeira,
observe abaixo o que diz um dos maiores cientistas dos últimos tempos.

“O juro composto é a maior força do universo.


Quem entende, ganha. Quem não entende, paga.”

Albert Einstein

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Aula 01 – Razão

AULA 1 – RAZÃO

Razão de duas grandezas é definida como o quociente entre dois números,


dizemos que a razão entre a e b, onde b ≠ 0, pode ser escrito na forma:
.

Pode ser representada por uma fração ou um número na forma decimal, porcentagem ou até
mesmo por uma divisão com o intuito de comparar grandezas.

Nomenclatura:
Lê-se: “a está para b”

Exemplo 1:

Qual a razão entre 2 e 5?

A razão será o quociente entre 2 e 5

= 2 : 5 = 0,4

Exemplo 2:

Numa prova de matemática, a razão do número de questões certas para o total de questões foi de 3
para 4. Sabendo-se que a prova era composta por 16 questões, quantas questões estavam certas?

Chamando de x o número de questões certas, e sendo a razão dos acertos para o total de
questões 3 para 4, temos:

Resposta: 12 questões estavam certas.

SÉRIE DE RAZÕES IGUAIS OU RAZÕES EQUIVALENTES

Observe as razões:

Podemos escrever:

pois = 2, = 2, = 2

Então concluímos que é uma série de razões iguais.


17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 32
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RAZÕES ESPECIAIS

Temos algumas razões especiais que utilizamos no nosso cotidiano, tais como: velocidade
média, densidade demográfica, escala.

a. Velocidade média

É a razão entre a distância percorrida por um objeto e o tempo por ele gasto para percorrê-la.

Exemplo:

Uma certa pessoa percorreu 150 Km que ligam uma cidade à outra em 3 horas. Qual a velocidade
média desenvolvida por ele?

Velocidade média = = 50 km/h

Resposta: A velocidade média foi de 50 quilômetros por hora.

b. Densidade demográfica

É a razão entre a quantidades de habitantes de uma região e a área dessa região.

Exemplo:

De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, o estado de São Paulo tem uma população de
aproximadamente 41.262.200 habitantes e ocupa uma área aproximada de 248.220 km2. Qual era,
então, a densidade demográfica do Estado?

= 166,2 hab/km2

Resposta: A densidade demográfica de São Paulo era de, aproximadamente, 166,2 habitantes por
quilômetro quadrado.

c. Valor do metro quadrado de construção

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É a razão entre o valor do imóvel e a área construída desse imóvel.

Exemplo:

Calcule o preço do metro quadrado de uma casa no valor de R$ 800.000,00 com 200 m 2 de área
construída.

= 4.000 R$/m2

Resposta: O valor é de R$ 4.000,00 por metro quadrado

d. Taxa percentual

É outro exemplo de razão, nesse caso chamada de razão centesimal ou percentual, pois o seu
consequente (ou denominador) é 100. As taxas percentuais costumam ser indicadas pelo símbolo %,
lê-se “por cento”. Pode ser representada utilizando o símbolo %, por uma fração ou um número decimal.

Exemplos:

a) 20% (vinte por cento) = = 0,2

b) 1% = = 0,01

c) 110% = = 1,1

Aula 02 – Proporção
É a igualdade entre duas razões.

Os números a, b, c e d, todos diferentes de zero, formam nesta ordem,


uma proporção se, e somente se, a razão a : b for igual à razão c : d.

Indicamos esta proporção por:

ou a : b = c : d.

Chamamos aos termos a e d de extremos e aos termos b e c chamamos de meios.

Exemplo:

Lê-se: “Dois está para cinco assim como seis está para quinze”

0,4 0,4

17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 34


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PROPRIEDADE FUNDAMENTAL DA PROPORÇÃO

Em toda proporção o produto dos meios é igual ao produto dos extremos. Essa propriedade é
chamada também de multiplicação cruzada.
produto dos meios

produto dos extremos

Por exemplo:

A proporção acima pode ser escrita da seguinte maneira:

Extremos

2/5 = 6/15 ou 2 : 5 = 6 : 15

Meios

Observe que 5 e 6 são os meios e 2 e 15 são os extremos, logo, aplicando a propriedade


teremos:

5.6 = 2.15

30 = 30
Cálculo do termo desconhecido

Dados três termos de uma proporção, calcule o quarto termo.

Aplicando a propriedade fundamental da proporção:

2∙x=7∙4

2 ∙ x = 28

x=

x=14

17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 35


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Aula 03 – Grandezas
Grandeza é tudo que pode ser mensurado, isto é, tudo que pode ser medido.

Grandezas escalares

São representadas por um valor numérico e uma unidade de medida.

Exemplos:

• Medida de tempo: h (horas); s (segundos) etc.

• Medida de massa: 2 kg (quilos); 3 t (toneladas) etc.

•Temperatura: 20oC (graus Celsius); 60o F (graus Fahrenheit) etc.

• Comprimento: 10 km (quilômetros); 6 m (metros) etc.

São alguns exemplos de grandezas escalares dentre muitas outras existentes.

GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS

São grandezas com o mesmo fator de proporcionalidade. Podemos dizer também que ao
comparar duas grandezas diretamente proporcionais, quando uma aumenta ou diminui, a outra
aumenta ou diminui à mesma proporção.
Distância e tempo são exemplos de duas grandezas diretamente proporcionais, pois
quanto maior a distância maior o tempo gasto para completá-la, ou quanto menor a distância
menor o tempo necessário.

GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS

São as que variam à mesma proporção, porém inversamente, isto é, aumentando uma
delas, a outra diminui à mesma intensidade ou vice-versa.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

Velocidade e tempo são exemplos de duas grandezas inversamente proporcionais.


Quanto maior a velocidade menor o tempo gasto para completar um percurso, ou quanto menor
a velocidade, maior será o tempo gasto.

DIVISÃO DIRETAMENTE PROPORCIONAL OU REGRA DE SOCIEDADE

Há várias propriedades da proporção, mas vamos nos ater a uma delas, pois será
o suficiente para a aplicação da resolução da Regra de Sociedade ou Divisão Diretamente
Proporcional. Em várias outras situações da Matemática Financeira a divisão proporcional é
aplicada.

Propriedade

Em uma série de razões iguais, a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes
assim como qualquer antecedente está para o seu respectivo consequente.

Veja o exemplo abaixo:

Aplicando a propriedade acima, temos:

= = =

(k é a constante de proporcionalidade)
Exemplo

Imagine uma empresa com três sócios, eles compraram um terreno por R$180.000,00. Cada um
colaborou com uma quantidade diferente, Carlos entrou com R$ 90.000,00, Marcos com R$ 60.000,00 e
Fernando R$ 30.000,00. Depois de alguns anos venderam o terreno por R$ 270.000,00. Na hora da
divisão de lucros, a divisão proporcional deve ser utilizada.

Qual é a parte que cabe a cada um deles?

Considerando x, y e z a parte que cabe a cada um dos sócios, temos:

180 000 ∙ x = 270 000 ∙ 90 180 000 ∙ y = 270 000 ∙ 60 180 000 ∙ z = 270 000 ∙ 30
000 000 000

y = 90 000 z = 45 000
x = 135 000

Resposta: Carlos receberá R$ 135.000,00; Marcos R$ 90.000,00 e Fernando R$ 45.000,00

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Outro modo de cálculo: através da constante de proporcionalidade k

x = 90 000 ∙ 1,5 y = 60 000 ∙ 1,5 z = 30 000 ∙ 1,5

x = 135 000 y = 90 000 z = 45 000

Resposta: Carlos receberá R$ 135.000,00; Marcos R$ 90.000,00 e Fernando R$ 45.000,00

Aula 04 – Regra de Três Simples


É o processo realizado em uma situação de proporcionalidade em que são dados três valores e
deve-se calcular o quarto termo.

REGRA DE TRÊS SIMPLES DIRETAMENTE PROPORCIONAL

Uma regra de três é diretamente proporcional quando as razões formadas pelas grandezas
consideradas no problema são diretamente proporcionais entre si.

Exemplo:

Para a construção de uma grande obra, foram necessários 14 caminhões para


transportar 20 toneladas de material. Quantos caminhões seriam necessários para
transportar 30 toneladas de material?

Caminhões Toneladas Observação:


As duas setas estão no mesmo sentido, indicam que as
14 20 grandezas são diretamente proporcionais, pois se
x aumenta a quantidade a ser transportada, deve aumentar
30
também o número de caminhões
Então montamos a seguinte proporção e aplicamos a propriedade fundamental da proporção:

20 ∙ x = 14 ∙ 30
20 ∙ x = 420
x=
x = 21

Resposta: Seriam necessários 21 caminhões.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

REGRA DE TRÊS SIMPLES INVERSAMENTE PROPORCIONAL

Uma regra de três é inversamente proporcional quando as razões formadas pelas grandezas
consideradas no problema são inversamente proporcionais entre si.

Exemplo:

Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia, realizou determinada obra em
20 dias. Se o número de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em quantos dias
essa equipe realizaria o mesmo trabalho?

horas/dia dias Observação:


As duas setas estão em sentido contrários, indicam que as
8 20 grandezas são inversamente proporcionais, pois se
5 x diminui a quantidade de horas trabalhadas por dia, deve
aumentar o número de dias trabalhados.

Temos que a primeira razão é inversamente proporcional a segunda, então, montamos a


proporção apenas invertendo uma das razões, assim:

Aplicando a propriedade fundamental da proporção:

x = 8 ∙ 20

x=

x= 32

Resposta: O trabalho seria realizado em 32 dias.

Aula 05 – Porcentagem
O nome vem do latim “per centum” que significa “por cem”. Pode ser definida como
uma razão centesimal.

Como vimos anteriormente:

20% = = = 0,2

Há diversas maneiras de calcular a porcentagem, veremos algumas delas.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
1º Modo de resolução:

Um corretor de imóveis vendeu um terreno no valor de R$ 130.000,00 e recebeu uma comissão


de 6% sobre esse valor. Quanto recebeu de comissão?

6% de 130 000 = ∙ 130 000 = 0,06 ∙ 130 000 = 7 800

A preposição de é substituída pela multiplicação.

Resposta: Ele recebeu R$ 7.800,00 de comissão.

2º Modo de resolução – Regra de Três

Um corretor de imóveis recebeu R$ 18.000,00 de uma comissão de 6% sobre a venda de um


apartamento. Qual o valor total do imóvel?

Utilizando regra de três, temos

% R$
6 ........... 18.000
100 ........... x

Considerando a proporção:

E aplicando a propriedade fundamental da proporção temos:

6 ∙ x = 18 000 . 100

x=

x = 300 000

Resposta: O valor total do imóvel é de R$ 300.000,00.

3º Modo: através de FÓRMULAS

Chamaremos:

P → porcentagem C → capital, principal ou total i → taxa percentual(%)

a) Cálculo de porcentagem (P)

Sabemos que ou P = c ∙ i (utilizando o sinal de % na calculadora simples)

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
Exemplo:

Um corretor de imóveis vendeu um terreno no valor de R$ 130.000,00 e recebeu uma comissão


de 6% sobre esse valor. Quanto recebeu de comissão?

C= 130.000 i = 6% p=?

P= c ∙ i

P= 130000 ∙ 6% (utilizando a tecla % da calculadora comum ou multiplicar por 0,06)

P= 7800,00

Resposta: Ele recebeu R$ 7.800,00 de comissão.

Tomando como base a fórmula P = c ∙ i, podemos calcular o total ou capital (c) ou a taxa
percentual (i), isolando cada termo procurado.

b) Cálculo do capital ou principal (C)

Isolando o símbolo do capital (C) da fórmula P = c ∙ i, temos:


C=

Exemplo:

Uma pessoa comprou um produto com um desconto de R$ 300,00 que representava 10% do
valor total. Qual o preço original do produto?

P= 300,00 I= 10% C= ?

Então usaremos a fórmula:

C=

C= ou C =

C = 3 000

Resposta: O valor do produto era de R$ 3.000,00

c) Cálculo da taxa (i)

Partindo da fórmula P= c . i e isolando o símbolo (i) da taxa, temos:


i=

Exemplo:

Uma mercadoria que custava R$ 500,00 foi vendida com um desconto de R$ 50,00. Qual a taxa
percentual relativa ao desconto?

C = 500 P= 50 i=?

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
Na fórmula: i =

i=
i= 0,1 =

i= 10%

Resposta: O valor representa 10% do total.

Aula 06 – Operações Sobre Mercadorias

Vamos agora trabalhar com cálculos de lucro em compra ou venda de mercadorias.

1. LUCRO

O lucro pode ser calculado sobre o preço de custo ou sobre o preço da venda.

a. Lucro sobre o preço de custo

Sabemos que: Preço de venda = preço de custo + lucro, logo:

Lucro = preço de venda – preço da custo

Generalizando:

V → preço de venda
C → preço de custo
L → lucro
i → taxa do lucro

Se: V = C + L e L=i∙C
Teremos:

V= C + L

V= C + i ∙ C

Logo, o preço da venda, conhecidos o custo e a taxa de lucro sobre o custo, será:

V = C ∙ (1 + i)

Exemplo:

Uma mercadoria, que custou R$ 500,00, foi vendida com 6% de lucro. Qual o valor da venda?

V= C + i ∙ C ou V = C ∙ (1 + i)
V = 500 + 0,06 ∙ 500 V = 500 ∙ (1 + 0,06)
V = 500 + 30 V = 500 ∙ 1,06
V = 530 V = 530

Logo, o preço de venda é de R$ 530,00

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
b. Lucro sobre o preço da venda

Para o cálculo do preço de venda é necessário considerar o preço de custo e a taxa de lucro
sobre o preço da venda.

Preço da venda – Lucro = Preço da compra

Generalizando:

Se: V – L = C e L= i ∙ V

Então: V – i ∙ V = C
V ∙ (1 – i) = C

Logo: V =

Observe a situação abaixo:

Uma pessoa comprou uma mercadoria por R$ 600,00, vai revendê-la e deseja ganhar 20%
sobre o preço da venda. Qual deve ser este preço?

Como o lucro é de 20% sobre o preço da venda, então:


Lucro = 0,20 do preço da venda

Se:
preço de venda – 0,20 x preço de venda = preço de custo

(1 – 0,2) x preço da venda = preço de custo

Então:
preço da venda = = = 750

O preço da venda deve ser de: R$ 750,00

Podemos também colocar os dados do problema na fórmula:

V=

V= (pois: 20% = 20/100 = 0,2)

V= (pois: 1 – 0,2= 0,8)

V = 750,00

Resposta: O valor da venda deverá ser de R$ 750,00.

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TAXAS

Taxa Efetiva

Para a realização do cálculo de juros deve-se observar se o período em que a taxa está inserida
é o mesmo em relação ao período de capitalização usada diretamente nos cálculos.

Exemplos:

Um capital aplicado a 8% ao ano em 3 anos.


Um capital aplicado a 0,5% ao mês em 4 meses.

Taxa Nominal

Na verdade, trata-se de uma taxa aparente, pois o período a que ela se refere é diferente do
período de capitalização utilizado. Ela não pode ser utilizada diretamente nos cálculos, deve ser
transformada.

a) Exemplos:

Um capital aplicado a 6% ao ano retirado em 5 meses.

Observe que as unidades de tempo são diferentes. Então antes de resolver deve-se transformá-
las para que fiquem iguais.

6% ao ano = = 0,5 ao mês (pois um ano tem 12 meses)

0,5% ao mês em 5 meses

Esses serão os valores utilizados nos cálculos.

b) Outros exemplos

Taxa Nominal Capitalização Período Taxa Efetiva

9% a.a. mensal 0,75% a.m.

0,5% a.m. anual 0,5 x 12 6% a.a.

Aula 07 – Juros Simples


JUROS

São os rendimentos de um capital aplicado à uma determinada taxa


percentual em um determinado intervalo de tempo. Como exemplo podemos citar
uma remuneração paga a um investimento ou cobrada por uma dívida. Veremos a
seguir os dois sistemas de capitalização: os juros simples e os juros compostos.

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1) Juros Simples

Quando o rendimento não compõe o capital para aplicação do próximo período. A taxa sempre
incidirá no valor do capital inicial.

Vamos observar a situação problema abaixo:

Quais os juros que um capital de R$ 1.000,00 aplicados a uma taxa de 2% ao mês produz em 8
meses, no regime de juros simples? E o montante?

Vamos calcular a aplicação mês a mês através da tabela abaixo:

Mês Capital (R$) Juros Montante (R$) M = C+J


01 1 000,00 1000 x 2% = 20 1000 + 20 = 1020
02 1 000,00 1000 x 2% = 20 1020 + 20 = 1040
03 1 000,00 1000 x 2% = 20 1040 + 20 = 1060
04 1 000,00 1000 x 2% = 20 1060 + 20 = 1080
05 1 000,00 1000 x 2% = 20 1080 + 20 = 1100
06 1 000,00 1000 x 2% = 20 1100 + 20 = 1120
07 1 000,00 1000 x 2% = 20 1120 + 20 = 1140
08 1 000,00 1000 x 2% = 20 1140 + 20 = 1160

Resposta: Total dos juros=R$ 160,00 Montante= R$ 1.160,00

Observe que o MONTANTE é a soma entre os juros e o capital inicial.

M= c + j

Para resolver mais rapidamente, podemos utilizar a seguinte fórmula para o cálculo total dos
juros.

J = juros
J=c∙i∙t onde: c = capital
i = taxa
t = tempo

Aplicando a fórmula para resolução do problema acima, teremos:

J = c.i.t J=? C = 1.000,00 i = 2% t = 8 meses


J = 1000 x 2% x 8
J =160

Como vimos no exemplo acima, o montante é igual capital mais juros.

M= C + J
M= 1000 + 160
M= 1 160 Resposta: Os juros serão de R$ 160,00 e o montante R$ 1.160,00.

CÁLCULO DO CAPITAL, TEMPO E TAXA PERCENTUAL

Tomando como base a fórmula para o cálculo de juros (J = c ∙ i ∙ t), podemos deduzir as
formulas para capital, tempo e taxa.

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a) Para o cálculo do capital (C

Isolando o C (capital), na fórmula: j= c.i.t

temos: C =

Exemplo:

Qual o valor do capital aplicado à uma taxa de 0,6% ao mês, que ao final de 4 meses
rendeu R$ 3.000,00 de juros?

C=? i = 0,6% a.m. t = 4 meses j= 3.000

C=

C= (lembrando que 0,6% = 0,006)

C=

C = 125.000

Resposta: O valor do capital aplicado era de R$ 125.000,00

b) Para o cálculo do tempo (t)

Isolando o t (tempo), na fórmula: j= c.i.t

t=

Exemplo:

Em quanto tempo um capital de R$ 120.000,00 aplicado a 9% ao ano rendeu R$ 21.600,00 de


juros?

t=? C = 120.000 i = 9% a. a. j = 21.600

t=

(lembre-se que 9%=0,09)

t=

t=2 Resposta: Resultado de uma aplicação em 2 anos.

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c) Para o cálculo da taxa percentual (i)

Isolando o i, na fórmula: j= c.i.t


i=

Exemplo:

Um capital de R$ 20.000,00 foi aplicado a uma determinada taxa percentual mensal e rendeu R$ R$
600,00 em 3 meses. Qual foi a taxa percentual aplicada?

i=? C = 20.000 j = 600 t = 3 meses

i=

=> i = 0,01 x 100 => i= 1%

Resposta: A taxa aplicada foi de 1%.

CALCULANDO JUROS COM TAXA NOMINAL

Exemplo:

Quais os juros que um capital de R$ 1.000,00 aplicados a uma taxa de 6% ao ano produz em 8
meses? E qual o montante?

Observe que:

i = 6% a.a.
t = 8 meses

6% é a taxa nominal que deve ser transformada em efetiva, assim:

(1 ano tem 12 meses)

Então a taxa efetiva será de 0,5% a.m.

Nas fórmulas:

J=c∙i∙t J= ? c= 1.000 i= 0,5% a.m. t= 8 meses

J = 1000 ∙ 0,5% ∙ 8
J = 40

M= c + j
M= 1 000 + 40
M= 1.040,00

Resposta: Os juros serão de R$ 40,00 e o montante de R$ 1.040,00.

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Aula 08 – Juros Compostos


No sistema de capitalização composta, o rendimento de cada período de
aplicação é somado ao capital anterior para o cálculo dos juros do próximo
período.

Vamos tomar o mesmo exemplo trabalhado anteriormente, porém no


sistema de capitalização composta.

Qual o montante a ser produzido por um capital de R$ 1 000,00 aplicados a uma taxa de 2% ao
mês durante 8 meses, no regime de juros compostos.
Observe os dados colocados na tabela abaixo:

Mês Capital (R$) Juros Montante (R$) M = C+J


01 1 000,00 1000 x 2% = 20 1000 + 20 = 1020
02 1 020,00 1020 x 2% = 20,40 1020 + 20 = 1040,40
03 1 040,40 1040,40 x 2% = 20,81 1040 + 20 = 1061,21
04 1 061,21 1061,21 x 2% = 21,22 1060 + 20 = 1082,43
05 1 082,43 1082,43 x 2% = 21,65 1080 + 20 = 1104,08
06 1 104,08 1104,08 x 2% = 22,08 1100 + 20 = 1126,16
07 1 126,16 1126,16 x 2% = 22,52 1120 + 20 = 1148,68
08 1 148,68 1148,68 x 2% = 22,97 1140 + 20 = 1171,65
Total 171,65 1 171,65

Resposta: Os juros são de R$ 171,65 e o montante R$ 1.171,65

Generalizando:

M = montante, C = capital, i = taxa, n = período


M = C ∙ (1 + i) .......... 1 mês
M = C ∙ (1 + i) ∙ (1 + i) .......... 2 meses
M = C ∙ (1 + i) ∙ (1 + i) ∙ (1 + i) ....... 3 meses

M = C ∙ (1 + i)n .......... n meses

Se: M=C+J e M = C ∙ (1 + i)n

Então:

C + J = C ∙ (1 +i)n

Isolando os juros:

J = C ∙ (1+ i)n – C

Logo:
J= C ∙ [ (1 + i)n – 1)]

Então deduzimos as fórmulas na capitalização composta para:

• Montante Composto: M = C ∙ (1 + i)n


• Juros Compostos: J = C ∙ [ (1 + i)n – 1)]

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Resolvendo o mesmo exemplo acima utilizando as fórmulas, teremos:

Montante Composto Juros compostos

M = C ∙ (1 + i) n J= C ∙ [ (1 + i) n – 1)]
M = 1000 ∙ (1 + 0,02 )8 J= 1000 ∙ [(1 + 0,02 )8- 1]
M = 1000 ∙ 1,1716593 (Como 2% = = 0,02)
M = 1 171,65
J= 1000 ∙ [(1,02)8 – 1]
O montante composto será de R$ 1.171,65. J= 1.000 ∙ [1,1716593 – 1]
J= 1.000 ∙ [0, 1716593]
J= 171,65

Os juros compostos serão de R$ 171,65.

COMPARANDO JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS

O gráfico ao lado ilustra a performance de


um capital aplicado a juros simples que é
representado por uma função linear e o mesmo
capital aplicado a juros compostos é 0representado
por uma função exponencial com um crescimento
mais rápido que no primeiro caso.

Aula 09 – Desconto
Desconto é a quantia a ser abatida do valor nominal, que é a diferença
entre o valor nominal e o valor atual.

DESCONTO SIMPLES

Há diversas situações no mundo financeiro ou comercial, às quais uma pessoa pode observar
aplicações de desconto. Pode ser um título de crédito com uma data prevista para o vencimento que
alguém pode querer resgatá-lo antecipadamente, através de um abatimento em uma compra ou até
mesmo negociações bancárias podem haver descontos financeiros.

Então, nas operações de desconto podemos definir os termos abaixo como:

Vencimento -> é o dia fixado para o pagamento.

Valor nominal (ou valor futuro) -> é o valor a ser pago no dia do vencimento.

Tempo ou prazo -> é o número de períodos de tempo compreendido entre o dia que se negocia
o título até o dia de seu vencimento.

17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 49


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
Exemplo:

Um vestido custa R$ 150,00 em uma loja. No final de semana o dono da loja determinou que
toda venda à vista teria 20% de desconto. Quanto uma pessoa pagou pelo vestido comprado à vista?

1ª Modo de resolução:

Devemos calcular 20% de R$ 150,00.


20% x 150 → (20/100) x 150
0,2 x 150 = 30

Como se trata de um desconto, vamos subtrair R$ 30,00 de R$ 150,00.


R$ 150,00 – R$ 30,00 = R$ 120,00

2ª Modo de resolução:

Se R$ 150,00 é o valor total, portanto vale 100%. Como o desconto será de 20% devemos subtrair a
segunda taxa percentual da primeira.

100% - 20% = 80%


Agora, vamos calcular 80% de R$ 150,00 para encontrar o valor procurado.

80% x 150 = 120

ou:

(80/100) x 150

0,8 x 150= 120

Utilizando a segunda maneira, descobrimos o valor do desconto diretamente. Como


descobrimos anteriormente, o valor pago pela camisa à vista é R$ 120,00.

DESCONTO COMERCIAL

Quando o devedor tem o direito a um desconto por antecipar pagamentos de um


determinado valor futuro, também chamado de desconto bancário ou por fora. É o cálculo do
juro simples produzido pelo valor do título (nominal) à uma taxa fixada em um determinado
período de tempo.

Chamaremos de:

d -> Desconto (valor do desconto comercial)


N -> valor do título (valor nominal)
I -> a taxa de desconto
n -> o tempo (número de períodos)
A -> valor atual comercial
Por definição teremos:

d=N.i.n -> Valor do desconto comercial

17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 50


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
VALOR ATUAL COMERCIAL (A)

O valor atual comercial ou valor descontado comercial é dado por:


A= N – d
Substituindo d pelo seu valor: d= N x i x n
A= N – N . i . n

Então:

A= N(1 – i . n)

Exemplo:

Uma pessoa deseja antecipar o pagamento de um título no valor de R$ 2.000,00 à taxa de 3%


ao mês, 5 meses antes do vencimento. Utilizando o desconto comercial simples determine o valor do
desconto e o valor atual comercial.

Resolução:

Temos
N =2 000
i = 3% a.m. = 0,03
n=5m
d=N.i.n
d =2 000 . 0,03 . 5
d = R$ 300
O desconto será de R$ 300,00

Como:
A= N – d

Então:
A= 2.000,00 – 300,00
A= 1.700

Isto é, o valor atual comercial é de R$ 1.700,00.

DESCONTO COMPOSTO

Descontos são abatimentos que recebemos pelo pagamento de algum título antes do seu
vencimento. São muito utilizados em produtos do meio financeiro, como: financiamentos, consórcios,
leasing, letras de câmbios, dentre outros. Podem ser simples ou compostos. Vamos estudar aqui os
descontos compostos racionais.
Para as situações de desconto, usamos a expressão:

(1 + i)-n => Chamado fator de descapitalização

Para o Valor Atual de um título usamos a expressão:

A = N * (1 + i)–n => Valor Atual

Em que:
A = valor atual
N = valor nominal
i = taxa de desconto
n = tempo (antecipação do desconto)

17.0 MATEMÁTICA FINANCEIRA 51


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
Exemplo:

Determine o valor atual de um título de crédito de R$ 10 000,00 que se deseja saldar 2 meses antes do
seu vencimento, à taxa de desconto composto de 3% ao mês.

i = 3% = 3/100 = 0,03
n=2
A=?

A= N. (1 + i)-n

A= 10 000 . (1 + 0,03)-2

A= 10 000 . (1,03)-2

A= 10 000 .

A= 10 000 .

A= 10 000 . 0,9426

A= 9.426

Resposta: Valor atual: R$ 9.426,00

Aula 10 – Financiamento de Imóveis


Financiar imóveis significa, no caso específico, emprestar dinheiro de uma
instituição financeira para comprar um imóvel. É uma linha de crédito liberada para
utilização na quitação de um bem.
Há vários tipos de financiamentos para esse fim. O comprador deve firmar um
contrato conforme o tipo de financiamento escolhido e os credores apresentam algumas formas de
pagamento, apresentadas em tabelas, para amortização da dívida. O consumidor deve optar por um
sistema de amortização.

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

Apresentaremos aqui alguns tipos de sistemas de amortização:

Sistema de Amortização Constante – SAC


Sistema Price
Sistema Americano

1) SAC: SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES

É um sistema de financiamento em que as parcelas de amortização são iguais, mas as


prestações e juros decrescem.

Exemplo:

Um empréstimo no valor de R$ 20. 000,00 reais deverá ser pago pelo SAC em 5 parcelas
mensais com um juro mensal de 4%. Construa a planilha do pagamento dessa dívida.

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Determinando o valor das amortizações:

20 000 / 5 = 4 000

As amortizações constantes serão de R$ 4 000,00

Para o cálculo das prestações:

Calcular os juros sobre o saldo devedor: 20.000 x 4% = 800

Somar à parcela de amortização: 4.000 + 800 = 4.800 (que será a Prestação)

Repetir a operação a cada período indicado, como na tabela.

Período Saldo Amortização juros Prestação


Devedor
0 20.000 --------- ------- --------
1 16.000 4.000 20.000 x 4%= 800 4.800,00
2 12.000 4.000 16.000 x 4%= 640 4.640,00
3 8.000 4.000 12.000 x 4%= 480 4.480,00
4 4.000 4.000 8.000 x 4%= 320 4.320,00
5 -------------- 4.000 4.000 x 4%= 205 4.205,00
Total -------------- 20.000 2.445,00 22.445,00

SISTEMA PRICE

A Sistema PRICE é muito utilizado, pois permite o pagamento em parcelas iguais ao longo do
prazo de financiamento. Os juros estão inclusos nas prestações e o saldo devedor é amortizado até a
quitação total.
No exemplo abaixo, vamos utilizar uma fórmula para o cálculo da prestação fixa que irá compor
a tabela.
Pode ser utilizada uma calculadora financeira, ou seguir o passo a passo da resolução
apresentada.

Exemplo

1) Temos um financiamento no valor de R$ 20.000,00 a ser quitado em 5 meses, com uma taxa de juros
de 4% ao mês.

Devemos calcular o valor da prestação através da fórmula utilizando taxas de capitalização composta.
(Sendo: PV= valor presente e PMT= valor da prestação)

PMT= PV

PMT= 20 000

PMT= 20 000

PMT= 20 000 .

PMT= 20 000 . 0,2246271

PMT= 4.492,54 => Este será o valor da prestação.


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Período Saldo Devedor Amortização no Juros Valor da


Saldo Devedor Prestação
0 20.000,00 ------------------- ---------------
1 16.307,46 3.692,54 800,00 4.492,54
2 12.467,22 3.840,24 652,30 4.492,54
3 8.473,37 3.993,85 498,69 4.492,54
4 4.319,75 4.153,61 338,93 4.492,54
5 0,00 4.319,75 172,79 4.492,54

Veja que os juros são calculados de acordo com o saldo devedor, na parcela de número 1
temos: 20.000 x 4% = 800.

A amortização é calculada subtraindo o valor da prestação do valor do juro:


4.492,54 – 800 = 3.692,54

O saldo devedor da parcela 1 é calculado subtraindo: 20.000 – 3.692,54 = 16.307,46


E assim respectivamente, até a quitação total do financiamento.

Observe que os juros são decrescentes e as amortizações são crescentes.

2) SISTEMA AMERICANO DE AMORTIZAÇÃO

No Sistema de Amortização, o valor principal é pago através de uma única parcela, mas os juros
devem ser pagos periodicamente ou junto com o capital dependendo do contrato firmado.

Exemplo:

Um empréstimo de R$ 20.000,00 será pago através do sistema americano no prazo de 5 meses, a juros
mensais de 4% ao mês. Veja:

De acordo com o modelo de amortização americana, a quitação do empréstimo ocorrerá no último mês,
então nos meses anteriores a pessoa irá pagar somente o valor dos juros.

Juros = 4% de 20.000 = 800

Período Saldo devedor Amortização Juros Prestações


0 20.000,00 - - -
1 20.000,00 - 800,00 800,00
2 20.000,00 - 800,00 800,00
3 20.000,00 - 800,00 800,00
4 20.000,00 - 800,00 800,00
5 - 20.000,00 800,00 20.800,00
Total - 20.000,00 4.000,00 24.000,00

Conclusão
Esses foram apenas alguns dos conceitos que a Matemática Financeira oferece para você, mas
são as células principais.

Como já dissemos anteriormente, a Matemática Financeira é um elemento de grande auxílio


para as mais variadas configurações pessoais, não importa o motivo ou se você é uma pessoa física ou
jurídica, os conceitos que essa ciência traz só lhe servirão de auxílio.

Não se esqueça de aprofundar mais sobre o assunto e treinar bastante. Bons estudos!
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Bibliografia e sites indicados para


pesquisa
SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira: 5 edição:
Pearson Prentice Hall, 2014.

FARO, C. Fundamentos da Matemática Financeira: Uma introdução ao cálculo financeiro e à análise de


investimentos de risco. São Paulo: Saraiva, 2002.

http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/matematica_fin.pdf
(Matemática Financeira – Roberto J. M. Junior)

http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/35987-educacao-financeira
(Ministério da Educação e Cultura – Projetos de educação financeira)

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Noções de
Relações Humanas
e Éticas
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Reprodução proibida conforme Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro
de 1998.

Registro do Direito Autoral nº 350.785 Livro 646 Folha 445 de 19.08.2005

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827624697 de 05/08/2005, Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.

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Aula 01 – Relações Humanas

Dá-se o nome de Relações Humanas ao conjunto de interações entre os indivíduos de uma


sociedade.

Dessas interações, surgem fortes vínculos entre os seus integrantes, muitas vezes obedecendo
a uma hierarquia, que nem sempre leva a um bom resultado.

Podemos dizer que o relacionamento humano, quando bem-sucedido, é uma arte. No ambiente
de trabalho, por exemplo, quando se compartilham ideias e serviços que requerem a participação de um
grupo, vive-se a dinâmica do bom relacionamento. Desses bons relacionamentos podem surgir práticas
cooperativas, visando sempre o bem comum. Daí dizermos que o relacionamento bem-sucedido é uma
arte.
O estudo das Relações Humanas surgiu durante a grande crise de 1929, na quebra da bolsa de
valores de Nova York.

A Grande Depressão, também conhecida como Crise de 1929, foi uma grande depressão (crise)
econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas
com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de
recessão econômica do século XX. Este período de depressão econômica causou altas taxas
de desemprego, quedas acentuadas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas
drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo o medidor de atividade
econômica, em diversos países no mundo.

Entende-se que neste momento é chegada a hora de humanizar e democratizar a administração,


tornando as relações entre os colaboradores mais afetiva.

Franklin Delano Roosevelt, Membro do Partido Democrata, dos Estados Unidos da América,
foi eleito para quatro mandatos presidenciais, sendo o presidente que ficou mais tempo no cargo.
Dominando seu partido desde 1932, tornou-se também uma figura central dos eventos históricos
mundiais da metade do século XX, liderando os Estados Unidos durante a grande depressão
econômica e a Segunda Guerra Mundial.

Ele encabeçou um programa de ajuda de recuperação e reforma econômica-social, conhecido


como New Deal (“Novo Acordo”), que expandiu a regulamentação, o tamanho e os poderes do governo
federal, especialmente na economia. Como líder dos Democratas, ele construiu a "Coalizão New Deal"
que uniu os grandes sindicatos, as cidades industriais, americanos brancos, afro-americanos e
fazendeiros sulistas brancos para apoiar suas iniciativas políticas. Esta coalizão dominou a política
americana na década de 1930 e 40, redefinindo o liberalismo americano e o movimento progressista do
século XX nos Estados Unidos.

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Aula 02 – Tipos de Relações Humanas


Tipos de relações humanas INTERPESSOAL e INTRAPESSOAL

Importante agora apresentar e explicar os tipos de relações humanas, que se dividem em


interpessoal e intrapessoal.

A relação é interpessoal quando o relacionamento entre pessoas acontece em reunião com


outros, exemplo: na escola, numa empresa, em sua casa etc. Neste caso devemos seguir algumas
regras para um bom relacionamento:

 ACEITAÇÃO – pessoas são falhas, precisam de ajuda


 OUVIR – entender os sentimentos dos outros
 PACIÊNCIA - suportar uns aos outros
 ELOGIAR – estreitar laços de simpatia
 SORRIR – mágica, simpatia, aceitação

Uma relação é intrapessoal quando a comunicação que uma pessoa tem consigo mesma
corresponde ao diálogo interior onde debatemos as nossas dúvidas, perplexidades, dilemas,
orientações e escolhas. Está, de certa forma, relacionada com a reflexão. Esta é um tipo de
comunicação em que o emissor e o receptor são a mesma pessoa, e pode ou não existir um meio por
onde a mensagem é transmitida. Um exemplo do primeiro tipo é a criação de diários.

A qualidade da comunicação na empresa e da empresa sofre grande influência da chamada


comunicação intrapessoal. Este é um nível da comunicação que se processa no interior de um mesmo
indivíduo. Segundo Pierre Janet, "a própria reflexão é uma discussão interior". Para E. Menezes, "a
comunicação ao nível intrapessoal é também social porque representa um diálogo, ainda que num
plano subjetivo".

“A comunicação intrapessoal reflete e alimenta nossas crenças, cultura, valores, hábitos,


virtudes, defeitos e infinitos condicionamentos responsáveis pela nossa dificuldade em mudar muitas
coisas que gostaríamos de mudar em nossas vidas; se a comunicação intrapessoal não abre espaço
para estas mudanças, elas não ocorrem!

Um bom comunicador (cabe lembrar que comunicação é também influência e influência é, em


última análise, Liderança) deve possuir discernimento e o maior grau possível de controle sobre a sua
comunicação intrapessoal consciente. Caso contrário, pensamentos, ordens e condicionamentos
estarão atuando à nossa revelia e nós nem estaremos nos dando conta deles. Tomar consciência dos
seus diálogos interiores e intervir neles, quando necessário, eis um grande e estimulante desafio para
um verdadeiro comunicador".

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Aula 03 – Empatia e Conceito de Ética


EMPATIA

Empatia significa a capacidade de sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na
situação igual à que você estaria passando no momento. Consiste em tentar compreender
sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro
indivíduo. É o oposto da antipatia.

“Quando as pessoas superarem o preconceito, praticarem a empatia e o respeito ao próximo,


independentemente de qualquer fator, talvez o mundo seja um lugar melhor, as pessoas mais evoluídas
e as relações sociais um pouco mais humanas”.
Iedda Carolina

CONCEITO DE ÉTICA

Define-se ética como moral teórica ou ciência da moral, que procura determinar a finalidade da
vida humana e os meios de atingi-la. O termo “Ética” deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de
uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que
ninguém saia prejudicado. A ética formula julgamentos de apreciação (julgamentos de valor), sobre os
atos bons e maus. Princípio ordenador da sociedade.

Aula 04 – Visão Filosófica da Ética


Aristóteles (filósofo grego 384 a 322 a.C.) é o criador da
disciplina filosófica da Ética. Seu principal objetivo é o bem humano, a
felicidade.

A Ética na filosofia procura descobrir o que motiva cada indivíduo


de agir de um determinado jeito, diferencia também o que significa o
bom e o mau, e o mal e o bem.

Os princípios éticos incluem os valores do bem e do moral e, por


essa razão, abrangem sempre os costumes, delineando posturas de
determinados grupos sociais, que garantam a harmonia baseada na
expressão de regra de conduta.

Os princípios éticos procuram estabelecer uma convivência para


a prática da justiça.

A Ética serve à organização de grupos sociais porque estabelece regras e princípios, sem os
quais nenhum grupo ou sociedade se mantém.
Os atos éticos precisam ser conscientes, o que significa que cada um deve fazer do ato de seguir as
regras do grupo, um ato voluntário. Se fizermos algo simplesmente por fazer, ou porque os outros
fazem, nossos atos podem ser bons, mas, certamente não são éticos.

Nossas ações devem estar orientadas por uma postura de caráter, de acordo com o grupo em
que vivemos, e, ao agirmos, temos de estar conscientes de nossas ações, tornando-nos responsáveis
por elas.

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 61


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A Ética estabelece diretrizes para uma definição dos valores, formulando teorias, estabelecendo
doutrinas e fixando princípios. Enfim, educando o indivíduo com os hábitos morais.
Toda ação do homem deve caminhar no sentido de respeitar a consciência e os valores do seu
grupo.

Dentro de cada cultura podemos estabelecer os valores que vão definir os atos morais.

Dessa maneira podemos dizer que é ético:


 Agir com consciência, justiça e compreensão;
 Assumir com dignidade os erros;
 Antes de agir, distinguir, dentre várias ações, a mais justa e oportuna.

Aula 05 – Objeto de Ética


Nas relações cotidianas dos indivíduos entre si, surgem continuamente problemas. Os indivíduos
se defrontam com a necessidade de pautar o seu comportamento por normas que se julgam mais
apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas. Essas normas são aceitas intimamente e
reconhecidas como obrigatórias. De acordo com elas, os indivíduos compreendem que têm o dever de
agir desta ou daquela maneira. Nestes casos, dizemos que o homem age moralmente e que neste seu
comportamento, evidenciam-se vários traços característicos que o diferenciam de outras formas de
conduta humana. Sobre este compromisso, que é o resultado de uma decisão refletida, e por isso, não
puramente espontânea ou natural, os outros julgam de acordo também com normas estabelecidas, e
formulam juízos como os seguintes:

‘’João agiu bem mentindo naquelas circunstâncias‘’,

“Maria deveria denunciar o seu amigo traidor’’.

Temos, pois, de um lado, atos e formas de comportamento dos


homens em face de determinados problemas, que chamamos morais, e de
outro, juízos que aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos atos.

Se na vida real, um indivíduo enfrentar uma determinada situação,


deverá resolver por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece
e aceita intimamente.

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Aula 06 – Código de Ética


CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS CORRETORES DE IMÓVEIS

O Código de Ética do Corretor de Imóveis está regulamentado pela Resolução COFECI


(Conselho Federal de Corretores de Imóveis) nº 326/92.

RESOLUÇÃO COFECI nº. 326/92

Aprova o Código de Ética Profissional dos Corretores de Imóveis, ‘’Ad-Referendum’’.

O Presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis - COFECI, no uso das atribuições que lhe
são conferidas pelo artigo 10, item VII do Decreto n. º 81.871, de 29 de junho de 1978.

RESOLVE:

ART. 1º - Aprovar o anexo CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

ART. 2º- A presente resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
contrárias, especialmente as Resoluções- COFECI n. º 14/78 e 145/82.

Brasília – DF, 25 de junho de 1992.

WALDYR FRANCO LUCIANO


Presidente

RUBEM RIBAS
Diretor 1º Secretário

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Art. 1º- Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual deve se conduzir o
Corretor de Imóveis, quando no exercício profissional.

Art. 2º- Os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do interesse que lhe é
confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica de transações imobiliárias.

Art. 3º- Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao exercício da profissão, à classe e aos colegas:

I - Considerar a profissão como alto título de honra e não permitir a prática de atos que comprometam
sua dignidade;

II - Prestigiar as entidades de classe, contribuindo sempre que solicitado, para o sucesso de suas
iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da coletividade;

III - Manter constante contato com o Conselho Regional respectivo, procurando aprimorar o trabalho
deste órgão;

IV - Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, aceitando mandatos e
encargos que lhes forem confiados e cooperar com os que foram investidos em tais mandatos e
encargos,

V - Observar os postulados impostos por este Código, exercendo seu mister com dignidade;

VI - Exercer a profissão com zelo, discrição, lealdade e probidade, observando as prescrições legais e
regulamentares;
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VII - Defender os direitos e a reputação mesmo fora do exercício profissional.

VIII - Zelar pela própria reputação mesmo fora do exercício profissional.

IX - Auxiliar a fiscalização do exercício profissional, cuidando do cumprimento deste Código,


comunicando, com discrição e fundamentalmente, aos órgãos competentes, as infrações de que tiver
ciência;

X - Não se referir desairosamente sobre seus colegas;

XI - Relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios de consideração, respeito e solidariedade, em


consonância com os preceitos de harmonia da classe;

XII - Colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundi-la a fim de que seja prestigiado e definido
o legítimo exercício da profissão;

Art. 4º- Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação aos clientes;

I - Inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo.

II - Apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes que o
depreciem, informando o cliente dos riscos e demais circunstâncias que possam comprometer os
negócios.

III - Recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral;

IV - Comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou documentos a ele destinados;

V - Prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio, contas pormenorizadas;

VI - Zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio, reservando ao cliente a
decisão do que lhe interessar pessoalmente.

VII - Restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite;

VIII - Dar recibo das quantias que o cliente lhe pague ou entregue a qualquer título;

IX - Contratar, por escrito, e previamente, a prestação dos serviços profissionais;

X - Receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo mesmo serviço prestado,
salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido consentimento de todos os interessados, ou for
praxe usual na jurisdição;

Art. 5º- O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a
que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas.

Art. 6º- É vedado ao Corretor de Imóveis:

I - Aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições vigentes,
ou ainda que possam prestar-se à fraude;

II - Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos em lei e em resoluções;

III - Promover a intermediação com cobrança de ‘’over-price’’;

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IV - Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente;

V - Receber comissões em desacordo com a Tabela aprovada ou vantagens que não correspondam a
serviços efetiva e licitamente prestados;

VI - Angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou material, ou
desprestígio para outro profissional ou para a classe;

VII - Desviar, por qualquer modo, cliente de outro Corretor de Imóveis;

VIII - Deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou intimações para instrução
de processos;

IX - Aplicar-se por qualquer forma com os que exercem ilegalmente atividades de transações
imobiliárias;

X - Praticar atos de concorrência desleal aos colegas;

XI - Promover transações imobiliárias contra literal da lei;

XII - Abandonar os negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e prévia ciência do cliente;

XIII - Solicitar ou receber do cliente favor em troca de concessões ilícitas;

XIV - Deixar de cumprir prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou autoridade dos
Conselhos, em matéria destes;

XV - Aceitar incumbência de transação que esteja a outro Corretor de Imóveis, sem dar-lhe prévio
conhecimento, por escrito;

XVI - Aceitar incumbência de transação sem contratar com o Corretor de Imóveis com quem tenha de
colaborar ou substituir;

XVII - Anunciar capciosamente;

XVIII - Reter em suas mãos negócio, quando não tiver a probabilidade de realizá-lo;

XIX - Utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no exercício do cargo ou
função em órgão ou entidades de classe;

XX - Receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja expressamente autorizado.

Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se encontrar inscrito o Corretor de Imóveis, a apuração
das faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das penalidades previstas na legislação em
vigor.

Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de Imóveis que desatender na legislação dos
artigos 3º I, V, VI e IX; 4º II, III, IV, V, VII, VIII, IX, X; 6º itens I, III, IV, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX e
XX, e transgressão de natureza leve ou que desatender preceitos deste Código.

Art. 9º - Às regras deste Código obrigam-se os profissionais inscritos nos Conselhos Regionais;

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 65


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

Art. 10 - As Diretorias dos Conselhos Federais e Regionais promoverão a ampla divulgação deste
Código de Ética.

Brasília – DF, 25 de junho de 1992

WALDYR FRANCISCO LUCIANO


Presidente

RUBEM RIBAS
Diretor 1º Secretário

Aula 07 – Moral
Conceito:

Conjunto de normas e regras destinadas a regular as


relações dos indivíduos numa comunidade social dada. O
significado da moral, sua função e validade variam historicamente
nas diferentes sociedades.

Origens da Moral

A moral só pode surgir, e efetivamente surge, quando o


homem supera a sua natureza puramente natural, instintiva, e
possui já uma natureza social, ou seja, quando já é membro de
uma coletividade.

A relação de homem para homem, ou entre o indivíduo e a comunidade, é inseparável da outra


vinculação que se manifesta, antes de tudo, no uso e fabrico de instrumentos, ou seja, no trabalho
humano.

O trabalho do Corretor de Imóveis adquire, necessariamente, um caráter coletivo; fortalecimento


da coletividade se transforma numa necessidade vital.

‘’Segundo a ética, um negócio só será considerado bom se satisfizer as duas partes, pois só será bom
para você se for bom para outrem’’.

Uma ética profissional é baseada na responsabilidade pessoal. Somente quando um sujeito


conhece uma norma, a interioriza e dispõe da possibilidade de cumpri-la, optando livremente entre
várias alternativas, pode-se afirmar que está moralmente obrigado.

O fator pessoal é essencial na obrigação moral, mas este fator não pode ser separado das
relações sociais que se agrupam em cada indivíduo e, portanto, esta obrigação não se pode explicar
como algo estritamente individual, pois também possui caráter social.

Consciência Moral (Consciência ética)

O termo pode ser utilizado em dois sentidos:


 Sentido geral, ou de consciência propriamente dita;
 Sentido específico, que é a consciência moral.

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 66


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Obrigação Moral e a Liberdade

A obrigação moral supõe necessariamente uma escolha. Quando esta não pode verificar-se, como
acontece nos casos de rígida determinação causal, externa ou interna, não é admissível exigir do
agente uma obrigação moral, já que não pode cumpri-la.
A obrigação moral de um Corretor de Imóveis deve ser assumida livre e internamente pelo
sujeito e não imposta de fora. Se acontecer no último caso, estaremos diante de uma obrigação jurídica
ou diante de outra pertencente ao trato social e não de uma ética profissional.
Quando o indivíduo conhece as normas e tem possibilidade de cumpri-las está moralmente obrigado,
porque pode fazer a escolha e não há uma rígida determinação causal. A escolha é do indivíduo, é a
isto que chamamos ética.

A essência da moral

Partindo da definição de que ’’a moral é um conjunto de normas, aceito livre e conscientemente,
que regula o comportamento individual e social dos homens, “encontramos na moral dois planos”:

 Normativo: constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que anunciam algo
que deve ser.
 Factual: ou plano dos fatos morais, constituído por certos atos humanos que se realizam e se
efetivam, isto é, que são independentes de como pensamos que deveriam ser.

O normativo e o factual no terreno moral (a norma e o fato) são dois planos que podem
ser distinguidos, mas não são completamente separados.

Significação Moral do trabalho do Corretor de Imóveis

O trabalho implica o espírito de cooperação e nunca de competição ou concorrência. No


trabalho, o indivíduo vive do valor e seriedade de sua palavra, a qual desenvolve sua capacidade
criadora fazendo surgir um mundo de objetivos, nos quais concretizam seus fins e seus projetos,
imprime seu vestígio ou marca como ser humano.

Uma sociedade vale moralmente o que vale o trabalho como atividade propriamente humana. O
corretor deve colocar os preceitos de ética profissional acima de seus interesses materiais, respeitando-
os incondicionalmente.

Moral e o Trato Social

Com o direito e a moral, o trato social cumpre a função de regulamentar as relações dos
indivíduos.

As regras do trato social, como as normas morais, apresentam-se como obrigatórias e o seu
cumprimento é consideravelmente influenciado pelas opiniões dos demais.

Como acontece na moral, o trato social não conta com dispositivo coercitivo que possa obrigar a
cumprir as regras ou normas, inclusive contra a vontade do sujeito.

As regras do trato social, como as do direito, não exigem o reconhecimento, a adesão íntima ou
seu sincero cumprimento por parte do sujeito. Ainda que se possa dar à regra uma íntima adesão, o
trato social constitui essencialmente um tipo de comportamento humano formal e exterior.

Resumindo: o trato social constitui um comportamento normativo que procura regular, formal e
exteriormente, a convivência dos indivíduos na sociedade, mas sem o apoio da convicção e adesão
íntima do sujeito (características da moral) e sem a imposição do cumprimento das regras (inerentes no
direito).

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 67


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Aula 08 – Significação Moral para


Corretores de Imóveis
SIGNIFICAÇÃO MORAL DO TRABALHO DO CORRETOR DE IMÓVEIS

Ética Profissional

Síntese dos princípios morais que regem o exercício de qualquer profissão liberal.

Seu objetivo é conduzir à observância de uma série de normas de caráter ético, promulgadas
pelas respectivas associações de classes, visando a pautar a conduta moral humana, relacionada com
o exercício da profissão escolhida.

De um modo geral o código de ética de cada profissão enumera o que pode e não pode ser feito.
O exercício profissional deve estar também respaldado por uma série de normas baseadas em
princípios éticos universais.

Deveres do Profissional

- Atuar sempre à luz da verdade.


- Possuir vocação e preparação adequadas para o exercício de atividade profissional e trabalhar
por seu enaltecimento.
- Desenvolver ao máximo seu sentido de responsabilidade.
- Guardar absoluta lealdade, correção e seriedade nas relações com seus superiores, colegas e
demais colaboradores.
- Procurar o culto de suas atividades e conhecimentos, a fim de que seu trabalho seja executado
no mais alto nível de rendimento.
- Atender com esmero, pontualidade, discrição e zelosa diligência as funções de seu cargo.
- Demonstrar uma conduta inatacável em todos os seus atos públicos e privados, para gozar da
confiança da sociedade e dar o necessário prestígio à sua profissão.
- Nunca preterir seu julgamento pessoal aparente à boa marcha da empresa.
- Impedir que, por parte de seus superiores, criem-se favoritismo.
- Ter consciência de que sua responsabilidade é de caráter rigorosamente individual.
- Não descuidar nem abandonar o cargo por obrigação moral, informar-se, quanto lhe seja
possível, de todos os assuntos relativos à sua profissão.
- Praticar a amizade como um fim e não como um meio.
- Ter sempre suas obrigações de cidadão para com a nação.

Em suma, o profissional deve cimentar sua reputação com honradez, trabalho e


capacidade profissional, observando as regras da ética.

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 68


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Constituem faltas contra a dignidade do trabalho:

- Utilizar-se de informações e influências ganhas na posição;


- Realizar diretamente ou por outra pessoa em qualquer forma, questões encaminhadas a
desfazer ou substituir a um colega ou oferecer seus serviços ou prestá-los a menor preço, para
impedir que se encarregue dele outra pessoa;
- Negar-se a prestar colaboração nas distintas dependências da entidade para a qual trabalha;
- Prestar serviço de forma deficiente, demorar injustamente sua execução ou abandonar sem
causa alguma o trabalho que lhe foi solicitado;
- Delegar a outras pessoas a execução de trabalhos estritamente confidenciais que lhe tenham
sido solicitados;
- Fomentar a discórdia;
- Usar tráfico de influência;
- Rechaçar a colaboração na execução de determinado trabalho, quando se fizer necessário;
- Não prestar ajuda aos companheiros;
- Observar com os companheiros a conduta egoísta na transmissão de conhecimentos;
- Fazer publicações indecorosas e inexatas, insinuações malévolas com tendência a infundir
dúvidas sobre e a realização de questões para desfazer ou substituir um colega.

17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 69


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17.0 NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E ÉTICAS 70


Problemas Socioeconômicos
Contemporâneos
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Reprodução proibida conforme Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro
de 1998.

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17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 72


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Aula 01 – O Espaço Brasileiro


O espaço brasileiro deve ser conhecido em suas características e implicações para que, no seu
desempenho, você possa orientar melhor os seus clientes, compreendendo causas e efeitos das
nuances regionais brasileiras

O Brasil está localizado no continente americano, sua dimensão territorial é de aproximadamente


8.515.867,049 km², sendo o maior país da América do Sul, e é o quinto maior do mundo, ficando atrás
da Rússia, Canadá, China e Estados Unidos, sendo considerado um país continental devido sua
dimensão ser maior do que o continente europeu (exceto a Rússia).

O espaço territorial brasileiro é rico em recursos naturais, seu relevo é de modestas altitudes,
recursos minerais, vegetais e energéticos existem em grande quantidade e variedade.

As condições climáticas são ótimas para a agricultura.

É dividido em 27 unidades de federação, sendo 26 estados e um Distrito Federal, onde possui


sua capital.

https://www.sohistoria.com.br/curiosidades/bandeira/

Processo de Regionalização do Brasil

O processo ocorreu a partir do século XVI, no período de desenvolvimento do capitalismo


mercantil na Europa. Os europeus cruzavam o oceano em busca de metais preciosos.

A partir da segunda metade do século XVI, o cultivo da cana-de-açúcar no litoral do Nordeste


iniciou uma nova fase no processo de ocupação do território. Os portugueses implantaram o sistema
agrícola de plantation, com base na grande propriedade de terras, no trabalho escravo e na
monocultura. Dependente do capital da metrópole, esse sistema visava apenas atender aos interesses
europeus.

A primeira divisão regional do Brasil foi realizada através do Tratado de Tordesilhas, em 1494.
Nessa divisão, a parte leste do país ficou sob domínio de Portugal, enquanto a parte oeste ficou sob
domínio da Espanha.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 73


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Em 1534, no período colonial do Brasil, a divisão regional consistia na fragmentação em


capitanias, que consistia em quinze partes de terra. Essa divisão ocorreu para que a Coroa Portuguesa
conseguisse administrar melhor a colônia. Cada capitania tinha um membro da corte no governo, que
deveria promover o desenvolvimento da capitania e respondia diretamente ao rei.

A partir da independência do Brasil, nenhum modelo de divisão regional foi estabelecido ao


certo. No entanto, em 1913 o país iniciou o processo de regionalização até chegar no modelo atual.

Brasil: Divisão regional de Pedro Pinchas Geiger.

Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão regional do país, em
três Regiões Geoeconômicas ou Complexos Regionais.

Esta proposta se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em


conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela se busca refletir a realidade do
país e compreender seus mais profundos contrastes. De acordo com Geiger, são três regiões
geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.

Essa organização regional favoreceu a compreensão das relações sociais e políticas do país,
pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 74


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Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas
às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-
se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.
Essa organização regional é muito útil para a Geografia, pois oferece uma nova maneira de
entender a história da produção do espaço nacional.

Aula 02 – Divisão Política do Brasil


O Brasil ocupa posição centro-oriental do continente sul americano possuindo limites com quase
todos os países da América do Sul, exceto Chile e Equador.

Os países que fazem limite com o Brasil, de acordo com suas respectivas direções são:

 Norte – Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela.


 Noroeste – Colômbia.
 Oeste – Peru e Bolívia.
 Sudoeste – Paraguai e Argentina.
 Sul – Uruguai.
 Noroeste, Leste e Sudeste – Oceâno Atlântico.

A superfície do Brasil está politicamente dividida, ou seja, dividida em estados.

As linhas que separam estas unidades políticas são chamadas fronteiras.

A República Federativa do Brasil compreende um total de 27 unidades politico-administrativas,


que correspondem a 26 estados e 01 Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do Brasil.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 75


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https://www.ibge.gov.br/

Aula 03 – Divisão Regional do Brasil


O Brasil é um país oficialmente dividido em cinco grandes regiões geográficas.

Região geográfica é uma área que apresenta um conjunto de semelhanças físicas (relevo, clima,
vegetação, hidrografia e aspectos humanos parecidos, densidade demográfica, nível econômico,
costumes, tipos étnicos predominantes, grau de desenvolvimento industrial e agrícola etc).

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17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 76
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Região Norte

Tem 3.853.676.948 km2 é a mais extensa das cinco regiões.

Esta região é a mais extensa e também a que apresenta menores índices de ocupação humana,
aproximadamente 4 habitantes por Km2.

Caracteriza-se por um clima quente e úmido, relevo modesto, florestas densas e extensas,
poucas cidades, estradas e produção.

A Região Norte do país é formada por 7 Unidades de Federação:


 Acre – Rio Branco (AC)
 Amapá – Macapá (AP)
 Amazonas – Manaus (AM)
 Pará – Belém (PA)
 Rondônia – Porto Velho (RO)
 Roraima – Boa Vista (RR)
 Tocantins – Palmas (TO)

https://www.ibge.gov.br/

Na Região Norte destaca-se o estado do Amazonas com o seu rio Amazonas, e a Floresta
Amazônica que, por sua importância, vamos, em parte, tratar a seguir.

Em 1850, no dia 5 de setembro, foi criada a Província do Amazonas, desmembrada da Província


do Grão-Pará. Os motivos que levaram à criação da Província do Amazonas foram muitos, em especial,

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 77


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a grandíssima área territorial administrada pelo Grão-Pará, com capital em Belém, e as tentativas
fracassadas do Peru em ampliar suas fronteiras com o Brasil, com o apoio dos Estados Unidos.

Amazonas é uma das 27 unidades federativas o Brasil. Está situado na Região Norte, sendo
o maior estado do país em extensão territorial, com uma área de 1 559 146,876 km², sendo maior que
as áreas da França, Espanha, Suécia e Grécia somadas. Seria o décimo sexto maior país do mundo em
área territorial. É maior que a Região Nordeste com seus nove estados. A área média de seus 62
municípios é de 25 335 km², superior à área do estado brasileiro de Sergipe. O maior de seus
municípios em extensão territorial é Barcelos, com 122 476 km² e o menor é Iranduba, com 2 215 km².
Sua capital é o município de Manaus.

Com mais de 4 milhões de habitantes ou cerca de 2% da população brasileira, é o segundo


estado mais populoso da Região Norte e o décimo terceiro mais populoso do Brasil. No entanto,
apenas dois de seus municípios possuem população acima de 100 mil habitantes: Manaus, a capital e
sua maior cidade com mais de 2,1 milhões de habitantes em 2018 (IBGE) e Parintins, com 113. 168
habitantes. O estado é ainda, subdividido em 4 regiões geográficas intermediárias e 11 regiões
geográficas imediatas. Seus limites são com o estado do Pará ao leste; Mato Grosso ao sudeste;
Rondônia e Acre ao sul e sudoeste; Roraima ao norte; além da Venezuela, Colômbia e Peru ao norte,
noroeste e oeste, respectivamente. O Amazonas possui um dos mais baixos índices de densidade
demográfica no país, superior apenas ao do estado vizinho, Roraima. Conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018, a densidade demográfica equivale a 2,62 habitantes por
quilômetro quadrado.

O território do Amazonas é coberto em sua totalidade pela maior floresta tropical do mundo e
conta com 98% de sua área preservada. Aliando seu potencial ecológico a uma política de negócios
embasada na sustentabilidade, a capital amazonense tornou-se a sexta cidade mais rica do país. O
motivo de tal crescimento na economia é o Polo Industrial de Manaus (PIM), um modelo de
desenvolvimento regional que abriga inúmeras empresas nacionais e internacionais, gerando mais de
100 mil empregos diretos e um faturamento de 35 bilhões de dólares em 2010. A hidrografia do estado,
entretanto, sofre grande influência de vários fatores como precipitação, vegetação e altitude. Em geral,
os rios amazonenses são navegáveis e formam sua maior rede de transporte. O estado possui o quarto
maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o maior PIB per capita entre todos os estados do
Norte do Brasil. A Região Metropolitana de Manaus, com população superior aos 2,1 milhões de
habitantes, é sua única região metropolitana. O Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, (2.995,30 m)
também está localizado no território amazonense.

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17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 78


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Amazônia (também chamada de Floresta Amazônica, Selva Amazônica, Floresta Equatorial


da Amazônia, Floresta Pluvial ou Hileia Amazônica) é uma floresta latifoliada úmida que cobre a
maior parte da Bacia Amazônica da América do Sul. Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem
de um rio principal e seus afluentes. Esta bacia abrange 7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais
5 milhões e meio de quilômetros quadrados são cobertos pela floresta tropical. Esta região inclui
territórios pertencentes a nove nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com 60%
da floresta, seguida pelo Peru com 13% e com partes menores Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia,
Guiana, Suriname e França (Guiana Francesa).

A Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e


compreende a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. É um dos seis grandes biomas
brasileiros.

No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada
"Amazônia Legal" definida a partir da criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
(SUDAM), em 1966. É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do
território e abrange três das cinco divisões regionais do país (Norte, Nordeste e Centro-Oeste), sendo o
maior bioma terrestre do país.

Uma área de seis milhões de hectares no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o Parque
Nacional do Jaú, foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura, em 2000 (com extensão em 2003), Patrimônio da Humanidade.

Região Centro Oeste

A Região Centro-Oeste é formada por 4 unidades de federação, sendo:


 Distrito Federal – Brasília (DF)
 Goiás – Goiânia (GO)
 Mato Grosso – Cuiabá (MT)
 Mato Grosso do Sul – Campo Grande (MS)

O Relevo do Centro-Oeste brasileiro é caracterizado pelo Planalto Central do país, com altitudes
elevadas, onde há presença das Chapadas, como a Chapada dos Guimarães e a Chapada dos
Veadeiros. No Estado do Mato Grosso há a planície do Pantanal, com baixas altitudes que são
inundáveis, formando uma paisagem diferente do restante da região.

Possui grandes áreas de topografia suave, vegetação arbustiva. A região possui uma população
estimada de cerca de 15,7 milhões de habitantes, que vivem em uma área de aproximadamente
1.612.000 km², o que gera uma densidade demográfica de 9,7 habitantes/km². Economicamente a
região está em expansão, principalmente por atividades agrícolas e pecuárias modernas.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 79


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Destacamos o Distrito Federal que é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situado na
Região Centro-Oeste, é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios, sendo
dividida em 31 regiões administrativas, totalizando uma área de 5 779,999 km². Em seu território, está
localizada a capital federal do Brasil, Brasília, que é também a sede do governo do Distrito Federal.

O Distrito Federal é praticamente um enclave no estado de Goiás, não fosse a pequena divisa
de pouco mais de dois quilômetros de extensão com o estado de Minas Gerais, marcada pela
passagem da rodovia DF-285. Por via terrestre, o Distrito Federal se conecta a Minas Gerais por uma
pequena ponte de 130 metros sobre o rio Preto.

Durante o Império, o predecessor ao Distrito Federal atual era o Município Neutro, onde se
situava a corte, na cidade do Rio de Janeiro. Depois da proclamação da república, a cidade do Rio de
Janeiro tornou-se a capital federal, que, no início da década de 1960, foi transferida para Brasília, no
centro do Brasil, no leste do estado de Goiás e a oeste do estado de Minas Gerais, no atual Distrito
Federal. Quando de sua transferência, o território onde se localizava anteriormente o antigo Distrito
Federal, onde a cidade do Rio de Janeiro se situava, passou a ser o estado da Guanabara (de 1960 a
1975).

Com a reordenação republicana do território brasileiro, as províncias passaram a estados e cada


um deles passou a ser uma unidade da federação. Quase todos os estados surgiram das províncias de
mesmos nomes, exceto o Distrito Federal e outros estados criados pela divisão territorial. O atual
Distrito Federal foi idealizado por um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek de mudança da
capital nacional da cidade do Rio de Janeiro para o centro do país.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 80


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Desigualdade social e criminalidade

Brasília possui a maior desigualdade de renda entre as capitais brasileiras, além de ser uma das
capitais em que mais se registram homicídios para cada cem mil habitantes no país. Na região
administrativa de Ceilândia, está localizada a segunda mais populosa favela do Brasil, a comunidade do
Sol Nascente, com 61 mil habitantes — segundo estimativas de lideranças locais, no entanto, a
população seria de 100 mil pessoas, que superaria a da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Os índices de criminalidade são altos principalmente no Entorno do Distrito Federal. Segundo


sociólogos, a criminalidade no Distrito Federal, principalmente nas cidades-satélites, é uma herança do
crescimento desordenado, ainda que assentado em núcleos urbanos planejados. Os níveis de
criminalidade no DF estão entre os maiores do Brasil, chegando ao ponto de haver uma média de até
dois assassinatos diários. Em 2012, houve 1031 homicídios, com taxa de 38,9 por 100 mil habitantes, a
478º maior do país. Existem diversas propostas para tentar diminuir a criminalidade na capital: entre
elas, um maior policiamento, medida esta que, aplicada, tem levado a uma retração da violência.

A Região Nordeste é formada por 9 unidades de federação com 1.548.672 Km2.


 Alagoas – Maceió (AL)
 Bahia – Salvador (BA)
 Ceará – Fortaleza (CE)
 Maranhão – São Luís (MA)
 Paraíba – João Pessoa (PB)
 Pernambuco – Recife (PE)
 Piauí – Teresina (PI)
 Rio Grande do Norte – Natal (RN)
 Sergipe – Aracaju (SE)

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17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 81


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A Região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 1969. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem a
segunda maior população, o terceiro maior território, o segundo maior colégio eleitoral (36 727 931
eleitores em 2010), o menor IDH (2010) e o terceiro maior PIB (2009).

É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia,
Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em função de suas
diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste
e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento humano ao longo de suas zonas
geográficas.

A região Nordeste foi o berço da colonização portuguesa no país, de 1500 até 1532, devido ao
descobrimento por Pedro Álvares Cabral e a posterior colonização exploratória, que consistia, em suma,
na extração de pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza europeia.
Com a criação das capitanias hereditárias, foi fundada a Vila de Olinda, e, anos mais tarde, deu-se o
início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, em 1549. Desde o início, foi criado o
governo-geral no país com a posse de Tomé de Sousa. O Nordeste foi também o centro financeiro do
Brasil até meados do século XVIII, uma vez que a Capitania de Pernambuco foi o principal centro
produtivo da colônia e Recife a cidade de maior importância econômica.

Destacamos Pernambuco e as Invasões holandesas

Em 1630, a Capitania de Pernambuco foi invadida pela Companhia Holandesa das Índias
Ocidentais (West Indische Compagnie). Por ocasião da União Ibérica (1580 a 1640), a então chamada
República Holandesa, antes dominada pela Espanha, tendo depois conseguido sua independência
através da força, veem em Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao
mesmo tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na Bahia, uma vez que Pernambuco era o
principal centro produtivo da colônia. Em 26 de dezembro de 1629, partia de São Vicente, Cabo Verde,
uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses,
desembarcando na praia de Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630
e estabelecem a colônia Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do Rio Doce,
permitiu a invasão, sem grandes contratempos, e derrotou a pequena, porém aguerrida, guarnição do
forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para o Recife através do istmo
que ligava Recife e Olinda.

O Recife, conhecido como Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do Brasil Holandês, tendo
sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos Países Baixos)
Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade do
continente americano. O império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de
fortalezas que iam do Ceará à embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas. Os holandeses
também possuíam uma série de feitorias na Guiné e Angola, situadas no outro lado do Atlântico, o que
lhes dava controle sobre o açúcar e o tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias
Ocidentais.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 82


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As Batalhas dos Guararapes, (1648) episódios decisivos na Insurreição Pernambucana, são


consideradas a origem do Exército Brasileiro.

“Nas duas batalhas dos Guararapes escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de ser um
Brasil só e não dois ou três. O de ser um Brasil fraternalmente mestiço, na raça e na cultura”. Gilberto
Freyre

O conde desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637, acompanhado por uma
equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto, começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada
de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post foi o
responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de
Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo
Mundo. Em 28 de fevereiro de 1644, o Recife (atualmente o Bairro do Recife) foi ligado à Cidade
Maurícia com a construção da primeira ponte da América Latina.

Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos católicos e
calvinistas. Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior
comunidade judaica de todo o continente, e a criação de uma sinagoga, a Kahal Zur Israel, inaugurada
em 1642 e considerada o primeiro templo judaico das Américas do Sul, Central e do Norte.

Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de Maurício de Nassau do
governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco se
rebelou contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num movimento denominado
Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim
foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido
o Exército brasileiro.

Durante o período colonial, no século XVI, a resistência quilombola se iniciou no Brasil, com a
fuga de escravos para o Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de
Alagoas. Nos vários mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em 1694,
o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído, Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua
cabeça degolada e exposta em praça pública no Recife.

A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava


estrategicamente localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de
centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A
atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 83


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Região Sudeste

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A Região Sudeste do Brasil é formada por 4 unidades da Federação:

 Espírito Santo – Vitória (ES)


 Minas Gerais – Belo Horizonte (MG)
 Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (RJ)
 São Paulo – São Paulo (SP)

Essa região possui uma área de aproximadamente 924.511,3 km² e com uma população com
cerca de 86.400.000 habitantes, o que resulta em uma densidade demográfica de 93 habitantes por
km², sendo a maior do país, a região mais povoada.

A região caracteriza-se por um relevo e altitudes médias, população numerosa e de alto nível,
desenvolvimento elevado, maior número de cidades, estradas, produção agrícola e industrial
importantes.

Nesta região situam-se as metrópoles nacionais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 84


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Destacamos a Cidade de São Paulo

Fundação

A povoação de São Paulo de Piratininga surgiu em 25 de janeiro de 1554 com a construção de


um colégio jesuíta formado por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto
de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Tal colégio, que funcionava num
barracão feito de taipa de pilão, tinha, por finalidade, a catequese dos índios que viviam na região do
Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de "Serra de
Paranapiacaba".

O nome São Paulo foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, mesmo
dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme disse o padre
José de Anchieta em carta à Companhia de Jesus.

Pátio do Colégio, no Centro Histórico de São Paulo.

O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 10,7% de todo o
PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de
63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a
produção científica nacional em 2005, e por mais de 40% das patentes produzidas no país. A cidade
também é a sede da B3 (sigla de Brasil, Bolsa, Balcão), a 5.ª maior bolsa de valores do mundo
em capitalização de mercado (dados de 2017), resultado da fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de
Títulos (CETIP). São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os
edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte, entre outros.

A cidade é a 8ª mais populosa do planeta e sua região metropolitana, com cerca de 21 milhões
de habitantes, é a 10ª maior aglomeração urbana do mundo. A capital paulista também possui um
caráter cosmopolita, sendo que, em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes.
Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e
Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que compreendem aglomerações urbanas em
processo de conurbação (é a unificação da mancha urbana de duas ou mais cidades, em consequência
de seu crescimento geográfico), como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado
Complexo Metropolitano Expandido — chegava a 33 milhões de habitantes em 2017 (cerca de 75% da
população do estado e 12% da população do país) formando a primeira megalópole do hemisfério sul,
responsável pela produção de 80% do PIB paulista e de quase 30% do PIB brasileiro.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 85


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Região Sul

https://www.ibge.gov.br/

A Região Sul do Brasil é formada por três unidades da federação:


 Paraná – Curitiba (PR)
 Santa Catarina – Florianópolis (SC)
 Rio Grande do Sul – Porto Alegre (RS)

Essa região é a menor do país, contendo uma área de aproximadamente 576.774,3 km² e com
uma população de cerca de 29 milhões de habitantes, gerando uma densidade demográfica de 50,2
habitantes/km². Com isso é a segunda região mais povoada do Brasil.

A região se caracteriza por seu clima suave, altitudes médias, população numerosa e na maior
parte europeia. Produção agrícola desenvolvida e diversificada. É a segunda região mais industrializada
do país.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 86


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
Destacamos o Estado do Paraná

A comarca de Paranaguá e Curitiba, que integrava a Capitania de São Paulo, foi fundada em 19
de novembro de 1811. Mesmo após a independência do Brasil ter sido proclamada, a região submetia-
se continuamente à Província de São Paulo. Em 6 de fevereiro de 1842, Curitiba foi elevada à categoria
de cidade por uma lei provincial paulista. Em 29 de agosto de 1853, enfim, o imperador Pedro II do
Brasil assinou a Lei Imperial n.º 704, que criou a Província do Paraná, a qual foi criada por motivos
diversos. Podem ser citados três: uma punição pela participação dos paulistas na Revolta Liberal de
1842, um acordo pelo apoio oferecido pelos paranaenses à Revolução Farroupilha e o cultivo lucrativo
da erva-mate; Curitiba foi transformada em capital e Zacarias de Góis foi nomeado como o primeiro
presidente da província. Naquele tempo, bem como o comércio de gado, a produção de erva-mate se
expandiu muito. Devido à reduzida população provincial, foi iniciado um programa oficial de imigração
europeia (especialmente poloneses, alemães e italianos), o qual colaborou para que fossem expandidas
a colonização e o aparecimento de novas economias.

Aula 04 – As Desigualdades Regionais


A integração nacional, além de um bom parâmetro para analisar a organização espacial do país,
é um fator vinculado aos fluxos econômicos inter-regionais que evidenciam aspectos do
desenvolvimento brasileiro, como as desigualdades regionais.

A integração entre as regiões tende a se constituir a partir da expansão da área de influência de


uma região hegemônica, processo que se dá com a formação de redes de comunicação e transportes,
intensificando a circulação de capitais, mercadorias e pessoas, cabendo o controle desses fluxos à
região considerada hegemônica.

Atualmente a Região Sudeste do Brasil desempenha o papel de líder na formação do mercado


interno, sendo o termômetro da economia e do desenvolvimento nacional. Essa polarização começou
com a consolidação da economia cafeeira entre os séculos XIX e XX, que forneceu as bases para o
desenvolvimento industrial. Nas últimas décadas tem-se verificado um movimento de desconcentração
das atividades industriais rumo a outras regiões brasileiras, tendência que fortalece a integração
nacional, pois abre novas frentes de desenvolvimento, sem desarticular o dinamismo econômico do
Sudeste, já que muitas das industrias que migraram para outras regiões mantiveram nesta as suas
sedes administrativas

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 87


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

Aula 05 – Quais São os Principais


Impostos Cobrados no Brasil?

http://www.portalfederativo.gov.br

Afinal, você sabe o quanto paga de imposto? A pergunta pode até parecer óbvia, mas a verdade
é que boa parte dos empreendedores brasileiros não sabe o quanto paga de imposto por mês. Além
disso, existe a diferença entre tributo e imposto. O tributo é o valor recolhido que é direcionado a
grupos específicos, como previdência social, por exemplo. Já o imposto é o valor recolhido e que será
direcionado a serviços para o bem comum da sociedade, como educação ou saúde. No Brasil os
principais impostos e tributos são divididos em federal, estadual e municipal.

Os impostos e tributos federais estão previstos na Constituição Federal de 1988 e devem


ser recolhidos pelas empresas com sedes em todo o território nacional, segundo seus regimes
tributários.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 88


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

– IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física): é o imposto federal mais importante, pois é cobrado de
acordo com a renda dos brasileiros.
Vários fatores contam como isenções de incidência do IRPF, como aposentadoria, pessoas portadoras
de alienação mental, entre outros;

– IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica): o valor cobrado depende da renda bruta das empresas,
independentemente de seus portes ou segmentos. Portanto, todas devem recolhê-lo. As alíquotas são
diferentes, segundo o regime tributário das empresas – 6% sobre o lucro acumulado inflacionário e 15%
sobre o lucro real. Ou seja, elas podem optar por fazer a declaração de IRPJ trimestral ou anualmente;

– INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): o valor recolhido pelo INSS é direcionado para a
aposentadoria social do trabalhador brasileiro. O tributo é incidente nas pessoas físicas e jurídicas, e
descontado diretamente da folha de pagamento do colaborador. As alíquotas variam de 8% a 11%;

– IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): é um imposto cobrado das indústrias. É aplicado aos
produtos industrializados de origem nacional ou internacional, bem como aos itens comprados em
leilão; Performa.AI

– Imposto de Importação: esse imposto é incidente sobre operações de pessoas físicas e jurídicas. É
cobrado todas as vezes que um produto importado chega ao Brasil. Para receber o produto, o
comprador precisa recolher o imposto de importação;

– IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): pessoas físicas ou jurídicas recolhem o IOF. Esse tributo
é incidente em operações que envolvam câmbio, seguro, crédito, títulos ou imobiliárias;

– ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural): como o próprio nome sugere, é um imposto
cobrado apenas das propriedades rurais, cujos donos ou portadores de títulos devem pagar.

Já os impostos estaduais (recolhidos pelos 26 estados brasileiros) são os seguintes:

– ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): é um imposto cuja alíquota varia de
acordo com a região. Cada estado possui autonomia para alterar a tabela de alíquotas. Todas as
empresas que trabalham com compra, venda, transporte e circulação de mercadorias devem recolher o
ICMS;

– IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores): todos os donos de veículos devem
pagar o IPVA de seus veículos, independentemente do tipo de veículo. A alíquota varia de acordo com
os estados e o valor arrecadado é dividido igualmente entre o Estado e o local onde o carro foi
registrado;

– ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação): está relacionado com heranças e
doações. Quando um bem é transmitido de um indivíduo para o outro por causa dessas situações, há a
incidência do imposto e a alíquota varia a cada caso.

Principais impostos e tributos municipais:

– IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana): é incidente sobre qualquer imóvel. O
imposto é cobrado de acordo com o tamanho do terreno, o total de área construída e não construída,
além da localização e o acabamento. O valor é multiplicado pela alíquota que, geralmente, é de 1%
para casas e 3% para prédios e terrenos;

– ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos): toda vez que um imóvel é transmitido de um
indivíduo para outro, há a incidência do ITBI. Em algumas cidades, esse imposto é conhecido como
SISA. A alíquota deste imposto varia entre as cidades. No entanto, gira em torno de 2% do valor do
imóvel;

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 89


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II

– ISS (Imposto sobre Serviços): é incidente em toda empresa que trabalha com a prestação de
serviços, independentemente de seu porte ou segmento, incluindo profissionais com ensino superior
completo que trabalham sem carteira assinada. A alíquota deste imposto é de 2%, mas geralmente
cobra-se 5% sobre o valor da nota fiscal.

Aula 06 – Problemas Sociais do Brasil


O ser humano não vive isolado, vive em sociedade compartilhando dos benefícios que a
comunidade pode lhe oferecer, mas, também divide os inúmeros problemas que afetam vários setores
da população.

Estes problemas são chamados de PROBLEMAS SOCIAIS, e não há nenhum lugar no mundo
onde estes problemas não são encontrados.

Seria impossível tratar sobre todos os problemas que afligem o ser humano, mas, para o nosso
curso vamos detalhar apenas alguns problemas sociais contemporâneos que ocorrem no Brasil.

Nosso interesse é que o Corretor de Imóveis, através destes estudos, possa aprimorar a sua
cultura, inclusive colaborando no auxílio de diminuir estes problemas que afetam a população do nosso
país.

Os problemas sociais do Brasil podem ser compreendidos com o auxílio e interpretação


de indicadores sociais. Houve uma evolução positiva destes indicadores na última década,
especialmente em relação ao aumento da expectativa de vida, queda da mortalidade infantil, acesso a
saneamento básico, coleta de lixo e diminuição da taxa de analfabetismo. Apesar da melhora desses
índices, há nítidas diferenças regionais, especialmente em relação ao nível de renda.

“O Brasil é uma nação em busca de conceito, uma nebulosa movendo-se no curso da história
moderna em busca de articulação, direção. São várias as linhas de pensamento ou mesmo as “famílias”
de explicações do Brasil. São linhas ou famílias que se desenvolvem, recriam ou apenas reiteram. Mas
já estão presentes e evidentes em muitos estudos e narrativas. Da análise de mitos do pensamento e
da cultura brasileiros, conclui-se que os mesmos não são inocentes. Revelam muito do que são as
configurações e os movimentos da sociedade, em diferentes perspectivas, em distintos momentos.
Podem ser vistos como coleções de figuras e figurações, às vezes famílias ou linhagens de
interpretações, com os quais se desenha e movimenta uma cartografia do Brasil, de tal modo que este
parece situado, organizado, compreendido, explicado e decantado”.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 90


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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – MÓDULO II
CONCENTRAÇÃO DE RENDA

Em comparação com o resto do mundo, a divisão pessoal de renda do Brasil é mais discrepante
que a dos outros países de baixo desenvolvimento econômico. Até a última década, alguns países como
Etiópia e Uganda tinham distribuição de renda muito melhor que a brasileira.

No período, os mais ricos tiveram aumento da renda real e os mais pobres também tiveram
aumento de renda, embora o abismo entre as classes sociais tenha ficado ainda maior.

A renda também é clara entre os gêneros. Um estudo da ONU, divulgado em 2010, mostra que,
se analisadas a saúde reprodutiva, (autonomia) e atividade econômica, o país aparece em 80.º lugar
na lista de 138 nações e territórios.

Dados do Censo 2010 revelam que a renda dos mais ricos (média de R$ 16.560,92 mensais) é
maior que a de 40 brasileiros mais pobres (R$ 393,43).

Em 2009, uma pesquisa do IBGE, realizada em setembro de 2008, revelou que os 10% mais
ricos (R$ 4.424 mensais ou mais) concentravam 43% da riqueza, ao passo que os 50% mais pobres
possuem apenas 18%.

O Censo 2010 detectou que 25% da população brasileira recebia até R$ 188,00 mensais e
metade tem renda per capita de R$ 375, valor abaixo do salário mínimo de 2010 (R$ 510).

De acordo com dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) relativos a 2010, cerca de
25% da população brasileira ganha menos de US$ 75 por mês, e a geração de empregos formais é
incipiente. Coincidentemente, o Brasil detém o posto de menor cobertura de seguro-desemprego entre
as economias do G-20.

Em maio de 2011, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome calculou, a partir


de dados do IBGE e estudos do Ipea, que existam 16,2 milhões de brasileiros (8,6% do total) vivendo
na miséria extrema ou com ganho mensal de até R$ 70. Na distribuição da miséria, as regiões Nordeste
(18,1%) e Norte (16,8%) lideram o levantamento, ao passo que o Sul tem menos gente extremamente
pobre (2,6%).

Ainda de acordo com o ministério, metade dos brasileiros mais pobres tem até 19 anos de idade.

O IDH (índice de desenvolvimento humano) de 2011, quando ajustado à desigualdade de renda,


mostra o Brasil na 97.ª posição no ranking de desenvolvimento formado por 187 países.

O Brasil encerrou o ano de 2016 com 24,8 milhões de brasileiros vivendo com renda inferior a ¼
do salário mínimo por mês, o equivalente a R$ 220,00. O resultado representa um aumento de 53% na
comparação com 2014, quando teve início a crise econômica no país.

Isso significa que 12,1% da população do país vive na miséria, conforme aponta a Síntese de
Indicadores Sociais (SIS) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de medidas transversais, ou verticais, de desigualdade a literatura também tira proveito da


riqueza de variáveis das pesquisas domiciliares relacionadas a gênero, raça ou cor, educação assim
como de atributos espaciais. Assim, podemos constatar que entre 2001 e 2009 os maiores ganhos reais
de renda foram em grupos tradicionalmente excluídos. Pessoas de cor preta ganharam aumentos de
43%, já os brancos 21%. O ganho das mulheres foi de 38%, contra 16% dos homens. Os analfabetos
obtiveram ganhos de 47%, enquanto pessoas que já foram à universidade experimentaram queda de
17%. O Maranhão, que era o estado mais pobre, teve ganhos de 46%; São Paulo, o mais rico, de 7,2%.
No Nordeste, 42% contra 16% do Sudeste. No campo, 49% contra 16% nas metrópoles, apesar dos
moradores de favelas terem obtido ganhos de 42%.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 91


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Uma série de variáveis captadas pela Pnad como acesso a bens de consumo duráveis, moradia,
serviços públicos e ativos produtivos consolidam a ideia da última seção de que os ganhos de renda no
período foram maiores para os grupos excluídos. A lista de exemplos é extensa, são na maioria
atributos móveis, mas revelam a magnitude da transformação vivida na década. Todos os atributos
apontam na direção da redução da desigualdade, senão vejamos: Serviços públicos – acesso a
eletricidade (não, 49,1%; sim, 20,2%), a água canalizada (não, 49,7%; sim, 15,7%), a rede de esgoto
(não [fossa rudimentar 34,5%, rio ou lago 24,9%, por exemplo]; sim, 11,02%), a coleta de lixo (não
[terreno baldio 49,1%, queimado 30,8%]; sim, 15%). Moradia – casa própria financiada (não, 24,3%;
sim, 20,2%) e acesso a banheiro (não, 39,8%; sim, 16%). Acesso a bens de consumo — rádio (não,
51,8%; sim, 22%), televisão (não, 70%; sim, 16,5%), geladeira (não, 13,75%; sim, 42,03%), freezer
(não, 43,05%; sim, 3,35%), máquina de lavar roupa (não, 25,14%; sim, 0,52%), computador conectado
com internet (não, 33,77%; sim, 2,22%) e celular (não, 28,84%; sim, 9,25%). Características pessoais –
posição no domicílio (cônjuge, 50,94%, ou filho, 44,83%, e pessoa de referência, 3,01%), migração
(nativo, 32,4%; migrou há mais de 10 anos, 10,89%), frequenta ou frequentou nível superior (não,
23,38%; sim, –17,61%) e posição na ocupação (empregado doméstico, 27%; empregador, –2,37%).

Aula 07 – Problemas Sociais nos


Países Desenvolvidos
Desenvolvimento socioeconômico e industrial é a diferença que qualifica países desenvolvidos e
subdesenvolvidos.

Nos chamados países desenvolvidos, encontramos, um padrão de vida elevado; a renda per
capta alta (renda per capita é uma expressão em latim que significa "renda por cabeça"). É o valor da
renda média por pessoa no país. É um conceito usado na área de economia para avaliar o
desenvolvimento e o crescimento econômico do país.

Indicadores sociais e econômicos altos também definem a distinção entre países desenvolvidos
e subdesenvolvidos.

Desenvolvimento econômico e social

O elevado grau de industrialização e a reduzida dependência financeira são as principais


características econômicas dos países desenvolvidos.

Ter economia estável e em crescimento distingue estes países do considerados


subdesenvolvidos.

Embora os indicadores econômicos tenham peso significativo na classificação dos países quanto
ao desenvolvimento, esta não é condição única para colocar uma nação, no seleto grupo dos países
considerados desenvolvidos. Elevada expectativa de vida e baixas taxas de mortalidade infantil, por
exemplo, são atributos que as nações desenvolvidas devem ter.

Características dos países desenvolvidos

As nações listadas na categoria de países com alto nível de desenvolvimento, não revelam o
mesmo padrão de vida e nem a mesma condição econômica. No entanto, existem particularidades
comuns às nações desenvolvidas. Vejamos:

 Algumas foram nações colonizadoras, no período de expansão do capitalismo comercial.

 Significativa parcela do PIB – Produto Interno Bruto é constituído por atividades econômicas
ligadas à indústria, comércio e serviços.
17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 92
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 Agricultura é especializada e há grande investimento em mecanização e tecnologia.

 Possuem balança comercial favorável – importam produtos agrícolas e primários e exportam


produtos industrializados.

 No cenário global, ocupam posição de dominação econômica – as nações menos desenvolvidas


dependem tecnológica e economicamente desses países.

 A ciência e tecnologia são prioritárias e, por isso, desenvolvidas. Há investimento público e


privado expressivo em pesquisa.

 As redes e serviços de transporte e comunicação são avançados e eficientes.

 A população é altamente urbanizada e por isso, a concentração de pessoas nas atividades


agropecuárias é reduzida.

 As taxas de escolarização são elevadas e o analfabetismo é reduzido, se comparados aos


países subdesenvolvidos.

 As cidades possuem boa infraestrutura de mobilidade, lazer, moradia e segurança.

 Com exceção de alguns países, como os Estados Unidos, o crescimento populacional é


bastante reduzido. As taxas de fecundidade também são baixas.

 Taxas reduzidas de mortalidade infantil e elevadas de expectativa de vida são típicos desses
países com padrão de vida superior.

Quais são os países desenvolvidos?

 No continente americano: Canadá e Estados Unidos

 No continente asiático, países como: Japão, Rússia, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan.

 Na Oceania, as ilhas da Nova Zelândia e Austrália.

 Continente Europeu: Países da Europa Ocidental como Inglaterra, França, Alemanha, Suíça,
Áustria, Mônaco, Holanda entre outros.

Embora o título “país desenvolvido” seja designado com base em múltiplos fatores, nenhum país
da América Latina ou do Continente Africano está classificado no grupo das nações desenvolvidas.
A China possui o segundo maior PIB do mundo – no topo da lista estão os Estados Unidos – mas não é,
em geral, colocada na categoria dos países desenvolvidos por ainda possuir indicadores sociais
reduzidos.

Há pobres nos países desenvolvidos?

Embora as nações desenvolvidas possuam elevado padrão de vida, nesses países também
existem problemas sociais, como violência, analfabetismo, fome e mortalidade infantil. O que difere
esses países dos subdesenvolvidos é que a quantidade de pessoas vivendo em condições precárias é
muito inferior às encontradas nos países pobres. Além disso, em geral, são asseguradas algumas
necessidades básicas – como alimentação e acesso à educação - à população de baixa renda.

17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 93


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Aula 08 – Globalização

(...) As tentativas de construção de um mundo sempre conduziram a conflitos porque se tem


buscado unificar e não unir.

Uma coisa é um sistema de relações, em benefício do maior número, baseado nas


possibilidades reais de um momento histórico; outra coisa é um sistema de relações hierárquico,
construído para perpetuar um sistema de dominação sobre outros subsistemas, em benefícios de
alguns. E é esta última situação que impera em todo o mundo. (Santos apud Husek, 2007, p 18)

(...) Hoje o que é federativo ao nível mundial não é uma vontade de liberdade, mas de
dominação, não é o desejo de cooperação, mas de competição, tudo isso exigindo um rígido esquema
de organização que atravessa todos os rincões da vida humana. Com tais desígnios, o que globaliza
falsifica, corrompe, desequilibra, destrói.

A dimensão mundial é o mercado. A dimensão mundial são as organizações ditas mundiais:


instituições supranacionais, organizações internacionais, universidades mundiais, igrejas dissolventes, o
mundo como fábrica de engano.

Quando o Mundo assim feito está em toda parte, o embate ancestral entre a necessidade e a
liberdade dá-se pela luta entre uma organização coercitiva e o exercício da espontaneidade. O
resultado é a fragmentação.

A dimensão fragmentada é a tribo – união de homens por suas semelhanças – e o lugar, união
dos homens pela cooperação na diferença.

A grande revolta se dá através do espaço, do lugar, ali onde a tribo descobre que não é isolada,
nem pode estar só. Isto acontece em qualquer lugar.

O mundo da globalização doentia é contrariado no lugar.

Desse modo, o lugar torna-se o mundo do verdadeiro e da esperança e o global, mediatizado


por uma organização perversa, o lugar da falsidade e do engodo. Se o lugar nos enganar, é por conta
do mundo.

Nessas condições, o que globaliza separa; é o local que permite a união. (...)
17.0 PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS CONTEMPORÂNEOS 94
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(SANTOS, Milton. "A aceleração contemporânea: tempo mundo e espaço mundo". In: SANTOS,
Milton et al. (Org.). Fim de século e globalização. 3. ed. São Paulo, Hucitec/Anpur, 1997. p. 15-22, p.
19). Adaptado

O Abismo Socioeconômico

É brutal o abismo socioeconômico que separa os ricos e os pobres no mundo inteiro. Podemos
dizer que mais da metade da humanidade ainda enfrenta o drama agudo da fome, da falta de moradia,
do desamparo à saúde e da educação.

Enquanto isso, uma pequena parcela da população mundial de 15% concentra 80% da renda
econômica do planeta, enquanto a grande maioria não tem o mínimo necessário para sobreviver
dignamente, uma minoria pode se dar ao luxo de consumir de tudo e esbanjar o supérfluo.

Várias formas de governo têm sido instaladas em diferentes países sob o pretexto de se
conseguir a igualdade, às mínimas condições ao ser humano, porém, sabemos bem que o orgulho, a
ambição, a corrupção e o descaso com os problemas sociais sempre prevalecem.

Temos recentes notícias que os dois maiores países que possuem arsenal atômico, com o poder
de destruir todo o planeta Terra, romperam seu acordo de proliferação de armas atômicas.

O mundo assiste estarrecido a este fato. Como é possível que dirigentes de duas nações com
população numerosa, desistem de um acordo que poderá levar à morte seus habitantes?

Qual a razão que leva os dirigentes destas nações a reativar uma corrida armamentista com a
finalidade de destruição em massa?

Se não é a destruição o objeto da conservação e construção de armas atômicas, então que


alguém responda a finalidade disto.

Para visualizar melhor e atualizado os problemas sociais do Brasil e do mundo, o site do IBGE
oferece pela internet uma seção de mapas.

Para maiores informações, acesse o site abaixo:

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/educacao-sob-o-aspecto-da-
globalizacao/52702

Bibliografia:
Geografia Espaço e Vivência – 8°Ano - Levon Boligian...[et al] – São Paulo: Saraiva, 2015

ONU – Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano – Relatório
Desenvolvimento Humano – 2015. Disponível em: http://report.hdr.undp.org/
(Husek, 2007, p. 17) Milton Santos (apud Husek, 2007)

SANTOS, Milton. "A aceleração contemporânea: tempo mundo e espaço mundo". In: SANTOS, Milton
et al. (Org.). Fim de século e globalização. 3. ed. São Paulo, Hucitec/Anpur, 1997. p. 15-22, p. 19

Revista Exame - http://exame.abril.com.br/mundo/os-25-paises-mais-desenvolvidos-do-mundo/


https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/24073/O-Minimo-da-Desigualdade-
nc0572a.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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