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No ano de 2020, se espalhou pelo mundo uma pandemia devido ao contágio pelo
novo corona vírus, que até então era desconhecido pela ciência e poderia ser letal. Diante
deste cenário, adotou-se uma medida mundial de isolamento social a fim de conter a
propagação do vírus, fazendo com que a população se mantivesse dentro de casa em
tempo integral para se protegerem. Esta nova realidade fez com que os índices de
violência doméstica aumentassem bruscamente no Brasil, devido à ampla convivência
familiar forçada, instabilidade emocional e econômica da população. De acordo com a
Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, registrou-se um aumento de 18% no volume
de denúncias de violência doméstica no Brasil, entre os dias 1 e 25 de Março de 2020,
mês que iniciou o lockdown no Brasil. A partir disso, o acesso aos serviços de apoio às
vítimas, foi reduzido e as vítimas evitam a busca de ajuda presencial devido ao temor do
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contágio pelo novo corona vírus, fazendo com que a procura por plataformas digitais e
canais de atendimento online ganhassem espaço. Além disso, a utilização de redes
informais de suporte social tem um papel importante no encorajamento, identificação e
rede de apoio entre vítimas, bem como servem como uma alerta aos agressores de que
as mulheres estão se aliando em prol desta causa (VIEIRA; GARCIA; MACIEL, 2020).
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A assistência social continua mapeando as demandas e identificando situações de
urgência com relação ao atendimento das vítimas de violência doméstica ao longo do
período pandêmico, que necessitam de adequações para garantir segurança à vítima,
realizando monitoramento, encaminhando as vítimas para alojamentos emergenciais
quando necessário e ofertando a possibilidade de atendimento psicossocial remoto, salvo
em casos onde o agressor reside com a vítima e se faz necessário o atendimento
presencial individual em ambiente seguro com distanciamento social (BRASIL, 2020).
Contudo, muitas comunidades e municípios de pequeno porte não possuem a infra-
estrutura necessária para prestar um atendimento de qualidade à estas vítimas, com a
escassez de recursos tecnológicos de qualidade, além de que nem sempre a vítima
possui à sua disposição um aparelho eletrônico que possibilite o atendimento remoto por
vídeo chamada. Deste modo, muitas vezes o atendimento presencial acaba
sobrecarregado, dificultando a contingência do novo corona vírus e a proteção desta
população, tanto das vítimas quanto dos trabalhadores da área. Diante disso, acredito que
o governo federal deva disponibilizar aos municípios e comunidades mais carentes, os
recursos necessários para que o atendimento remoto possa ser realizado e efetivo,
disponibilizando smartphones ou computadores aos trabalhadores e vítimas que
necessitam deste serviço.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
REZENDE, G. Jovem usa rede social para denunciar agressões de ex: 'Quando
conseguia emprego, ele me espancava de novo'. Portal G1, 31 de Dezembro de 2020.
Disponível em: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2020/12/31/jovem-usa-
rede-social-para-denunciar-agressoes-de-ex-quando-conseguia-emprego-ele-me-
espancava-de-novo.ghtml Acessado em 30 de Abril de 2021.
VASCONCELOS, T. Mulher que pediu socorro na web após apanhar do marido fala
sobre agressões: ‘Ele bebia e me batia’. Portal G1, 27 de Fevereiro de 2021. Disponível
em: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2021/02/27/mulher-
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que-pediu-socorro-na-web-apos-apanhar-do-marido-fala-sobre-agressoes-ele-bebia-e-
me-batia.ghtml Acessado em: 30 de Abril de 2021.