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José Edson Cavalcante da Silva
Carla Emanuele Messias de Farias
Matusalém Alves Oliveira
(Organizadores)
V COLETÂNEA DE
ARTIGOS CIENTÍFICOS DA
EDITORA PERFORMANCE
Pesquisadores contemporâneos em evidência
2021
-3-
© COPYRIGHT 2020 BY JOSÉ EDSON CAVALCANTE, CARLA EMENUELE E MATUSALÉM ALVES (ORGS)
Editora Performance
www.editoraperformance.com
223 p.
ISBN: 978-65-89563-53-2
DOI: 10.29327/540975
1. Educação 2. Pesquisas 3. Artigos Científicos 4. Produções
Científicas I. Título.
CDD 370
Índices para catálogo sistemático:
1. Educação - 370
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V COLETÂNEA DE
ARTIGOS CIENTÍFICOS DA
EDITORA PERFORMANCE
Pesquisadores contemporâneos em evidência
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Conselho Científico Editorial
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Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que
acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashik
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
SABERES E PRÁTICA DOCENTE: Reflexões das literaturas sobre a realidade
das escolas ribeirinhas na Amazônia. Luiz Carlos Pinto de Holanda e Clara
Roseane da Silva Azevedo Mont’Alverne.............................13
CAPÍTULO 2
GESTÃO DE PESSOAS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS: DESAFIOS E
APROXIMAÇÕES. Ana Maria Queiroz da Silva, Sheyle Rose de Souza
Macedo e Valdemir da Silva Macedo...................................................................28
CAPÍTULO 3
ENSINO MODULAR COMO ALTERNATIVA PARA AS ESCOLAS DO
CAMPO NO ESTADO DO AMAPÁ. Luiz Carlos Pinto de Holanda e Clara
Roseane da Silva Azevedo Mont’Alverne...........................................................43
CAPÍTULO 4
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO CONTEXTO ESCOLAR. Prof. Dr.
Matusalém Alves Oliveira.....................................................................................57
CAPÍTULO 5
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR EM DIÁLOGO COM A
EDUCAÇÃO INFANTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA. Rosiete Augusto
Martiniano Santos e Kedma Augusto Martiniano Santos.................................70
CAPÍTULO 6
METEOROS, SUA ORIGEM, E A PRIMEIRA ESTAÇÃO DE
VIDEOMONITORAMENTO DE METEOROS EM ALAGOAS. Kécia Maria da
Silva.....................................................................................................................84
CAPÍTULO 7
DIZERES DE CAMISETAS: UMA MANEIRA DE INCENTIVAR O
APRENDIZADO DA LÍNGUA INGLESA NA SALA DE AULA. Jeane
Tertuliano da Silva..................................................................................................97
CAPÍTULO 8
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO SOB A PERSPECTIVA DA
-9-
NEUROCIENCIA. Cícero Quitério Batista de Santana...................................112
CAPÍTULO 9
O PLANETÁRIO E CASA DA CIÊNCIA: UM ESPAÇO DIGITAL E
PEDAGÓGICO EXTENSIVO À COMUNIDADE E ÀS ESCOLAS
ABORDANDO ATIVIDADES ASTRONÔMICAS EM ARAPIRACA – AL.
José Edson Cavalcante da Silva, Jhonatan David Santos das Neves, Lívia
Emanuela dos S. da Silva e Aldo da Silva Santos.............................................127
CAPÍTULO 10
INTERAÇÕES RESPONSIVAS PARA A APRENDIZAGEM. Rosângela Maria
Sobrinho Sousa, Ana Virgínia de Sousa Soares e Francimeire Marques
Pinheiro Bezerra....................................................................................................138
CAPÍTULO 11
UMA VIAGEM AO ESPAÇO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
INTERDISCIPLINAR DE ENSINO DE ASTRONOMIA EM UMA ESCOLA
PÚBLICA DA PARAÍBA. Felipe Sérvulo Maciel Costa..................................156
CAPÍTULO 12
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NO ENSINO SUPERIOR. Prof. Dr.
Matusalém Alves Oliveira...................................................................................169
CAPÍTULO 13
PLANETÁRIO DE ARAPIRACA: A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO
DE SESSÕES OBSERVACIONAIS NO PERÍODO NOTURNO COMO
ATIVIDADES DE PESQUISA EM ASTRONOMIA. Jhonatan David Santos
das Neves, José Edson Cavalcante da Silva, Lívia Emanuela dos S. da Silva e
Aldo da Silva Santos.............................................................................................189
CAPÍTULO 14
PLANEJAMENTO E SUA RELEVÂNCIA NO ÂMBITO EDUCACONAL.
Ana Maria Queiroz da Silva................................................................................198
CAPÍTULO 15
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
ESCOLA DEMOCRÁTICA. Alba Cordeiro dos Santos. Carla Emanuele
Messias de Farias Costa ......................................................................................210
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PREFÁCIO
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qualidade dos padrões editoriais dentre todas as suas áreas do
conhecimento.
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CAPÍTULO 1
RESUMO
1
Artigo apresentado como exigência final para obtenção do título de Mestre em Educação pela
Universidad Autônoma de Asunción – UAA.
2
Licenciado em Educação Física. Mestrando em Ciências da Educação. Pós-graduação em Aprendizagem
Motora. luizholanda2010@hotmail.com
3
Orientadora do artigo. Doutora em Ciência da Educação pela Universidad Autônoma de Asunción - UAA
(2011). Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Pará -UFPA (2006). Especialista em
Educação na Perspectiva do Ensino Estruturado para Autistas (2015). Especialista em Administração
Escolar - UCAM (2005). Especialista em Ensino Superior pela Universidade da Amazônia - UNAMA (2001).
Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade da Amazônia - UNAMA -1989 -.
Pedagoga da Secretaria Executiva de Educação do Estado do Pará-SEDUC (1993). Pedagoga da
Coordenação da Educação Especial - COEES (2012). E-mail: clarazevedo@globo.com
- 13 -
realidade do aluno vai exigir desse profissional habilidades que
perpassam pela sua formação e pela sua própria experiência em sala
de aula.
- 14 -
inclusão de todos os indivíduos de uma sociedade no sistema
educacional, objetivando a equidade social, adequando-se as
diversidades inerentes às realidades onde se apresenta.
Prazeres e Carmo (2011, p. 10) consideram que “[...] outros aspectos
também se apresentam com bastante intensidade e dificultam cada vez
mais o cotidiano dos sujeitos do campo”. Muitas fronteiras precisam
ser superadas, principalmente quando se confronta o discurso do
poder público com o que é disponibilizado por ele financeiramente
para fortalecer a qualidade de ensino nas escolas do campo.
Nessa conjuntura, esta obra aborda a educação dos povos
ribeirinhos, dentro dos saberes do cotidiano existente, que alça a
investigação por meio de literatura específica, atentando para discutir
as características dessas escolas e fazendo emergir algumas
proposições que servem de base para a reflexão de futuras analogias.
Tudo isso, possibilita a compreensão da dinâmica desenvolvida nessa
realidade, que fazem sentido para a vida dos alunos (saber popular)
com o saber escolar, mediados pela prática docente.
Assim sendo, o presente artigo busca destacar como ocorre a
Educação do Campo na Amazônia e o foco de estudo são as relações
entre os diversos saberes e a prática pedagógica das escolas ribeirinhas.
Os estudos realizados por Almeida (2010) em escolas ribeirinhas
paraenses, localizadas em comunidades que apresentam
características ambientais e socioculturais semelhantes às encontradas
no interior dos diversos municípios da região Amazônica, incluindo o
município de Macapá/Amapá, são consideradas como referência.
Assim mesmo, os estudos de Tardif (2002) sobre os saberes que
envolvem o processo de ensino, são utilizados no presente estudo
como embasamento teórico para traçar uma reflexão sobre os saberes
e a prática pedagógica desenvolvida nestas instituições de ensino que
ofertam a educação básica na Amazônia ribeirinha.
- 15 -
1. Educação no contexto da Amazônia
- 17 -
[...] estudar nessas condições desfavoráveis, não
estimula os professores e os estudantes a
permanecer na escola, ou sentir orgulho de estudar
em sua própria comunidade, fortalecendo ainda
mais o estigma da escolarização empobrecida que
tem sido ofertada no meio rural, e incentivando as
populações do campo a buscar alternativas de
estudar na cidade, como solução dos problemas
enfrentados (HAGE, 2008, não paginado).
3. Os Saberes
- 20 -
Ao fazer a relação com as escolas ribeirinhas da Amazônia, onde há
escassez de informação sobre a dinâmica do processo educacional
desenvolvido nesse ambiente, se destaca a importância dada por
Tardif (2002, p. 23) ao enfatizar que é preciso repensar os conteúdos
ensinados na formação inicial do professor “[...] levando em conta os
saberes dos professores e as realidades específicas de seu trabalho
cotidiano”, para sua adequação a uma prática que atenda os anseios
desse povo.
A sistematização do conhecimento que envolve esses saberes são
pontos importantes e essenciais na prática docente, pois a habilidade
de organizá-los e trabalhá-los com os recursos didáticos disponíveis,
constituem agentes necessários para facilitar o processo de ensino e
aprendizagem nas escolas ribeirinhas.
Na conjuntura dos saberes sistêmicos, Tardif (2002, p. 38) esclarece
a importância da pertinência dos saberes curriculares no contexto
escolar, pois eles baseiam-se nos “[...] discursos, objetivos, conteúdos e
métodos [...]” para elaborar o seu planejamento educacional, sendo
essa organização sustentada universalmente como correta e
desenvolvida dentro de moldes científicos adequados, considerando
ainda, a capacidade do professor em dominá-los para que possam ser
efetivados e aplicados na prática.
Baseado no exposto acima se percebe ainda falhas desses elementos
constitutivos dos saberes curriculares no planejamento das escolas do
campo. As situações cotidianas vividas pelas comunidades ribeirinhas
constituem um subsídio importante para fomentar um planejamento
pedagógico significativo para as escolas do campo. De modo que os
conteúdos selecionados tendem a ser discutidos, e devidamente
repensados numa vertente local, problematizando e concatenando
com a atualidade, em meio a isto o professor que labora na área
ribeirinha, que é conhecedor do saber curricular/científico, necessita
ter o conhecimento dos saberes populares (locais) que irá dar o
alinhamento da pedagogia para uma educação de qualidade.
Para tanto é necessário um planejamento flexível e participativo
que esteja suscetível às mudanças, de objetivos, conteúdos e métodos
à medida que a realidade se manifesta, cabendo ao professor ponderar
- 21 -
a interação do saber escolar com o saber popular, típico de cada
realidade ribeirinha, sem privilegiar esse ou aquele conhecimento, mas
dialogando com os saberes em uma perspectiva intercultural.
- 22 -
Questiono as condições físicas e pedagógicas que as
escolas ribeirinhas, de maneira geral, apresentam
para que os alunos possam ter condições plenas
para estudar: falta de materiais didáticos
adequados, merenda escolar, transporte escolar,
infraestrutura e professores qualificados são
recorrentes nas escolas brasileiras, sejam elas
urbanas ou rurais.
- 23 -
possam ter um maior aporte dada as condições nestas localidades com
o devido apoio técnico-pedagógico a professores e alunos.
Segundo Almeida (2010, p. 132) sobre o fazer pedagógico “a escola
de verdade é a ribeirinha, que não faz parte do currículo dos cursos de
formação de professores; nele não há espaço para discutir a realidade
do caboclo da Amazônia, apesar da escola de formação estar situada
no interior desta região [...]”. Ao questionar que não há espaço para
discussões no currículo escolar sobre a realidade do povo amazônida,
o autor demonstra que as políticas públicas não atingiram de fato as
prioridades necessárias para Educação do Campo da Amazônia.
A partir dessa realidade, fazer a socialização entre os saberes
necessários ao processo de ensino e aprendizagem, vai depender da
capacidade de auto superação do professor e de querer fazer um
trabalho diferenciado no momento de organizar e executar o seu
planejamento, pois é imprescindível que ele faça uso de sua bagagem
cultural associada à sua percepção de mundo, com prevalência do bom
senso. Diante da jornada pedagógica, construir e reconstruir diálogos
são atitudes eficientes que podem despertar no aluno os mais variados
interesses, seja para a vida no campo ou na cidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 24 -
REFERÊNCIAS
- 25 -
HIPÓLIDE, M. Contextualizar é reconhecer o significado do
conhecimento científico. São Paulo, Phorte, 2012.
- 26 -
diferenças mudando paradigmas. Brasília-DF, 2007. Disponível em: <
https://portal.mec.gov.br/.../secad-educacao.../13605-cadernos-
tematicos-da-secad >. Acesso em 10abr.2020.
- 27 -
CAPÍTULO 2
RESUMO
- 28 -
INTRODUÇÃO
- 29 -
qualitativa, por não se preocupar com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social,
de uma organização, etc. (GOLDENBERG, 1997, p. 34). Assim, nos
próximos tópicos estão contextualizados a administração pública, a
gestão de pessoas, os desafios e como funciona essagestão dentro
das universidades.
1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- 30 -
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: [...]” (BRASIL, 1988). Tais princípios administrativos devem
nortear a atividade dos administradores públicos e seus servidores,
trazendo para o campo pragmático as exigências e anseios da
consciência coletiva.
O princípio da legalidade se aplica normalmente à
administração pública, de forma rigorosa e especial, norteando o
administrador público a fazer somente o que estiver expressamente
autorizado em lei, pois é permitido apenas realizar o que a lei não
proíbe. O princípio de impessoalidade impõe a prática do ato para o
seu fim legal, tendo como objetivo o interesse público. Ele veda a
prática de ato administrativo sem interesse público ou conveniência
para a administração. Pelo princípio da moralidadeadministrativa, não
bastará ao administrador o estrito cumprimento da legalidade no
exercício de sua função pública, mas também respeitar os princípios
éticos da razoabilidade e justiça, pois a moralidade constitui, a partir
da constituição de 1988, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública.
A publicidade consiste na divulgação oficial de todo ato
administrativo, para conhecimento do público e início de seus efeitos
externos. Em princípio, todo ato administrativo deve ser publicado,
porque pública é a administração que o realiza, somente se admitindo
sigilo nos casos de segurança nacional e investigações policiais. O
princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, para
obtenção de resultados positivos ao serviço público e atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros.
2 GESTÃO DE PESSOAS
- 31 -
nível de capital financeiro que simplesmente desapareceram. Por
causa desse cenário de instabilidade que ocasionou constantes
mudanças no cenário econômico e cultural das organizações. Essas
mudanças estãoafetando diretamente a todas as áreas da organização.
Por isso se fez necessário redefinir os profissionais e olhar com mais
atenção ao principal recurso das organizações que é o capital humano
(SANTOS, 2004).
As empresas são construídas de pessoas, mas estas nem sempre são
adequadamente utilizadas e motivadas pelas organizações, muitas
das vezes são submetidos a uma cultura organizacional bitolada e
estreita com chefias igualmente obtusas, que se baseiam ainda na teoria
da burocracia. Mesmo depois de anos continuam com o pensamento
obsoleto, vendo as pessoas como maquinas e como tal devendo ser
padronizadas e não as valorizam como pessoas, ou seja, como aliadas
no desenvolvimento de qualquer organização. É bem mais barato
administrar inteligência, do que tocar a empresa exclusivamente com a
força de capital financeiro, que depende da força humana
(CHIAVENATO, 2000).
- 32 -
das organizações que eram tradicionais, tudo isso para sobreviver
dentro do novo cenário cultural e econômico, que se encontra o mundo.
Será um grande desafio para a área de gestão de pessoas,abordar as
pessoas como seres humanos, e não como um simples recurso
organizacional (CHIAVENATO, 2000).
Pensando nisso Bolgar (2002) disse que na medida em que há
mudanças nas organizações por causa das constantes pressões e por
conta da grande competitividade, será mais frequente e presente os
novos papeis do profissional de gestão de pessoas. Afirmou ainda que
as metas assumidas pela área de gestão de pessoas são mais complexas,
múltiplas e interdependentes, os quais possuem um objetivo de criar
valor e trazer resultados para a organização. Os objetivos estratégicos
da organização devem estar alinhados, de acordo com as metas da
organização. Cada setor possui uma meta a ser cumprida,
estimulando assim o crescimento e o fortalecimento dos setores dentro
da organização (VILAS et al, 2009,p. 35).
Visto isso, compreendemos que a área de gestão de pessoas é um
processo de planejamento, organização, direção e controle de pessoas
dentro da organização. Promovendo o desempenho eficiente de
pessoas, para alcançar os objetivos organizacionais e individuais,
relacionados direto ou indiretamente com a empresa (VILAS et all,
2009). Dessa forma, com esse novo desafio pela frente, os profissionais
de gestão de pessoas foram os primeiros a se reinventar. Através dos
principais processos da gestão de pessoas, iniciou-se todo o processo.
Prover as organizaçõesde pessoas necessárias (provisão), aplicar elas
aos seus cargos e funções (aplicação), manter as pessoas trabalhando
(manutenção), desenvolver as pessoas quanto as suas atribuições e
funções (desenvolvimento) e controlá-las (monitoração), esses cinco
processos estão interligados e são independentes na área de gestão de
pessoas. De acordo com Bolgar (2002) a gestão de pessoas deve
encontrar um ponto de equilíbrio adequado, onde os seus principais
papeis dentro de uma organização deve funcionar adequadamente.
Bolgar (2002) diz também que a gestão de pessoas deve ter tempo,
foco em estratégia ao longo prazo e operacional a curto prazo tudo isso
simultaneamente, englobando a administração de processos e a de
- 33 -
pessoas tradicionais. Através dessa perspectiva a gestão de pessoas
deve concentrar sua atenção nas metas e resultados da organização a
ser alcançada, essa combinação dará a organização um sucesso de
forma sustentada.
- 34 -
cidadão ficarão comprometidas.
Dado isso, é visível que o grande desafio das empresas de hoje é
administrar bem seus recursos humanos, pois são as pessoas que
obtêm e mantêm vantagens competitivas, por isso, é de vital
importância selecionar e desenvolver líderes, é necessário saber como
recompensar o bom desempenho, controlar os custos de mão de obra
e ao mesmo tempo manter um tratamento justo aos empregados. Gerir
pessoas significa conhecer tanto processos operacionais e estratégicos
quanto pessoais, pois a maior dificuldade na gestão de pessoas é a falta
de qualificação dos profissionais, além dos baixos investimentos em
capacitação.
- 36 -
Administração Federal e Reforma do Estado, instituiu o Plano Diretor
da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), que mostrava “a
ausência de uma política de Recursos Humanos coerente com as
necessidades do aparelho do Estado” (ULRICH, 2003, p. 44).
O documento apontava a necessidade de mudanças na área de
Recursos Humanos, dentro das instituições públicas e colaborava com
a aproximação dos modelos de gestão das iniciativas pública e privada
(ULRICH, 2003, p. 44). Com isso,houve um novo direcionamento para
o planejamento estratégico, para que, além de colaborar com o Estado
nas atividades que já exerciam, pudessem também ingressarem áreas
as quais era preciso a intervenção estatal, ou, até mesmo “inventar o
futuro” (MORAES, 2004, p. 171), ou seja, empreender positivamente
em novas práticas que se fizessem necessárias. A necessidade de
acompanhar a velocidade de evolução das políticas e tecnologias
transformou o modo com que os gestores enxergam e atuam sobre os
processos gerenciais os quais são responsáveis e os que influenciam
diretamente ou indiretamente as atividades que estão sobre os seus
cuidados. Os gestores precisam ser “capazes de compreender
exatamente como as pessoas criam valor e como medir o processo de
criação de valor” (MORAES, 2004, p. 171).
E o primeiro grande passo para a criação de um novo paradigma de
valores na área de pessoas, desde a Lei nº 8112, de 11 de dezembro
de 1990, deu-se pelo reconhecimento da integração de atividades
dentro das próprias instituições deensino, ratificada pela Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, que estableceu a nova LDB, afirmando a
necessidade de integração das políticas e planos educacionais, de
trabalho e de carreira entre União, estados e municípios e orientadapelo
novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que teve a sua
primeira definição de uso no Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001,
que dispõe sobre a avaliação de cursos superiores, colocando o PDI
como um dos elementos a serem considerados e usados para a
avaliação dos cursos e instituições.
Em 2001, o Parecer CNE/CES nº 1366 destacou a importância
fundamental do Plano, “que determina a missão de cada instituição e
as estratégias que as mesmas livremente elegem para atingir metas e
- 37 -
objetivos” (BRASIL, 2001, p. 3). Além disso, omesmo parecer ordena
que as instituições de ensino superior elaborem seus PDIs e define o
documento como “elemento fundamental da política do Ensino
Superior brasileira” (BRASIL, 2001, p. 3).
Em 2002, uma diretriz de orientação para elaboração do PDI o
define da seguintemaneira: O Plano de Desenvolvimento Institucional
– PDI, elaborado para um períodode cinco anos, é o documento que
identifica a Instituição de Ensino Superior (IES), noque diz respeito à
sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes
pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e
às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que pretende
desenvolver (BRASIL, 2002, p. 2).
Em 2002, a Resolução CNE nº 10, em seu artigo 7º, ampliou a
importância do PDI para as instituições, incluindo a mudança de
discurso nos documentos oficiais e o aumento significativo de
instituições que precisariam construir seus PDIs (SEGENREICH,
2005, p. 152) citando que: O Plano de Desenvolvimento Institucional,
que se constitui em compromisso da instituição com o MEC, é
requisito aos atos de credenciamento e recredenciamento das
instituições de ensino superior e poderá ser exigido também no
âmbito das ações de supervisão realizadas pelo SESu/MEC,
devendo sofrer aditamento no caso de sua modificação, conforme
previsto no §7º, doart. 6º desta Resolução (BRASIL, 2002, p. 3).
O documento continuou a ter sua importância cada vez mais
destacada pelo Ministério da Educação (MEC) a partir da instituição
do Sistema Nacional da Educação Superior, pela Lei nº 10.861, de
14 de abril de 2004, onde uma das dimensões consideradas para a
avaliação das IFE é a missão aliada ao seu PDI. Pouco depois, no ano
de 2005, houve a publicação do novo Plano de Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), que já prevê, em
seu artigo 24, um plano de desenvolvimento dos integrantes do Plano
de Carreira dentro do PDI de cada instituição.
Esse valor foi ainda mais elevado a partir da publicação do Decreto
nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que, dentre os meios de regulação,
supervisão e avaliação das IFE, impõe definitivamente a todas as
- 38 -
instituições que entreguem seus PDIs dentre os documentos
obrigatórios para credenciamento e recredenciamento dos cursos, o
quefez os gestores estudarem e conhecerem ainda mais os métodos de
construção e asdiretrizes às quais a confecção do documento deveria
se seguir, além de constar, inserido em um dos eixos temáticos do
Plano, a necessidade de se organizar as políticas de gestão.
O outro elemento fundamental para a mudança de paradigma da
Gestão de Pessoas foi a instituição do Decreto nº 5.707, de 23 de
fevereiro de 2006, que instituiu a política e as diretrizes para o
desenvolvimento de pessoal no serviço público federal. O Decreto
permitiu uma nova compreensão sobre desenvolvimento de pessoal, o
que, até então, era entendido pela adminsitração pública, como,
somente, algo vinculado à capacitação dos servidores – tanto que foi
publicado, em anos anteriores ao estabelecimento da Política Nacional
de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP), o Decreto nº 2.794, de 1º de
outubro de 1998, em que era instituída a Política Nacional de
Capacitação dos Servidores Federais (que foi revogada pela PNDP).
O novo Decreto estabelece as seguintes finalidades: - Melhoria da
eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos prestados ao
cidadão; - Desenvolvimento permanente do servidor público; -
Adequação das competências requeridas dos servidores aos objetivos
das instituições, tendo como referência o Plano Plurianual; -
Divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e -
Racionalização e efetividade dos gastos com capacitação.
Pela primeira vez, a compreensão sobre o desenvolvimento
humano na organização ultrapassava a barreira da capacidade técnica,
ou seja, a de que o funcionário só poderia evoluir em seu ofício se
participasse de ações de capacitação estritamente voltadas para suas
tarefas cotidianas; assim, passou-se a percebê-lo como alguém
possuidor de padrões de comportamento que alteravam nitidamente o
resultado final do trabalho, tornando a Gestão de Pessoas fundamental
e necessariamente integrada com os processos sistêmicos e a gestão
estratégica.
De acordo com Bittencourt (2010) (...) deixar de pensar apenas nas
questões administrativas e operacionais, ou seja, na rotina de prestar
- 39 -
serviços internos, preocupando-se também em vincular essas
atividades às políticas e estratégias organizacionais, passando a ajustar
as políticas e práticas de gestão de pessoas às estratégias
organizacionais e aos resultados desejados (BITTENCOURT, 2010, p.
81).
A nova lógica organizacional da gestão pública de pessoas, que
vislumbra o desenvolvimento para além da capacitação, como o
desempenho humano na instituição, está levando os órgãos públicos a
repensarem suas políticas, de modo a se obter maior engajamento dos
funcionários no alcance dos objetivos organizacionais, enquanto
colaboram na satisfação de neessidades físicas e psicológicas
(BITTENCOURT, 2010, p. 81).
E, dentre as várias práticas para desenvolver pessoas que existem,
a PNDP determinou a criação de um sistema de gestão por
competências (artigo 5º, inciso I), caminhando de acordo com o
objetivo explícito do decreto, de criar uma política que conduzisse a
capacitação no Governo Federal a ser orientada por competências
(MORAES, 2004, p. 172).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 40 -
desenvolver as suas atividades. E por conta da discussão, em muitos
casos ser demorada, por precisar ouvir todas as partes envolvidas em
um país de grandes proporções como o Brasil, a publicação dessas leis
e decretos se torna demorada, prejudicando até a aplicabilidade das
mesmas porparte das instituições.
A caminhada é longa e contínua, pois as práticas de gestão vão
evoluindo no decorrer do tempo e a Gestão de Pessoas também
acompanha esse processo. Porém, é preciso que o Governo Federal
acompanhe o processo de criação, fomentoe implementação das leis e
decretos que orientam as atividades de Gestão de Pessoas, garantindo
as condições econômicas e estruturais para que, em tempo hábil, elas
sejam inseridas dentro dos processos das instituições públicas – em
especial, as Universidades Federais, que são objeto de discussão no
trabalho - sem prejuízo dos outros setores.
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 3
RESUMO
Asunción - UAA (2011). Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Pará -UFPA
(2006). Especialista em Educação na Perspectiva do Ensino Estruturado para Autistas
(2015).Especialista em Administração Escolar - UCAM (2005). Especialista em Ensino Superior
pela Universidade da Amazônia - UNAMA (2001). Graduada em Licenciatura Plena em
Pedagogia pela Universidade da Amazônia - UNAMA -1989 -. Pedagoga da Secretaria Executiva
de Educação do Estado do Pará-SEDUC (1993). Pedagoga da Coordenação da Educação
Especial - COEES (2012). E-mail: clarazevedo@globo.com.
- 43 -
secreraria de educação. Concluída a investigação, ficou evidenciado
um delineamento na forma em que esta metodologia seriada é
estruturada e organizada, adaptando-se as exigências legais para
legitimar de fato e de direito as responsabilidades socioeducacionais
do Estado com as comunidades situadas no campo.
INTRODUÇÃO
- 45 -
diretrizes que fixam as normas para a EC (BRASIL, 2002), possibilitou
aos sistemas de ensino a abertura para desenvolver experiências de
escolarização básica, desde que não acarretasse prejuízos no contexto
geral da educação estipulado no currículo pleno da base nacional
comum. Diante dessa flexibilidade disponibilizada na Lei, o SOME,
tornou-se uma alternativa viável para solucionar os problemas
educacionais no contexto das escolas do campo no Estado do Amapá.
Pode-se conceituar o SOME a partir do exposto no Capitulo I, Art.
1º de seu Regimento Interno como sendo “[...] um Projeto de Educação
Seriada definida no decorrer de um ano, em forma de blocos de
disciplinas, em número de (04) módulos” (SOME/DEM, 2001, p. 2) e se
enquadra nas especificidades das escolas do campo e atende os
dispositivos previstos nas Leis que regem a Educação Básica do
Campo, oferecendo suporte aos anos finais do Ensino Fundamental (6º
ao 9º ano) e Médio nas diversas populações existentes no Estado,
independente das “[...] formas de produção de vida - agricultores
familiares, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados
e acampados da Reforma Agrária, quilombolas, caiçaras, indígenas e
outros” (BRASIL, 2008, p. 25).
Apesar das adversidades serem constantes para executar esse
atendimento, o ensino modular tem se fortalecido como uma medida
educacional de política pública e continua se expandindo e sinalizando
como êxito, a possibilidade de ofertar educação às comunidades
geograficamente distantes da capital e das sedes dos municípios.
Possui uma dinâmica própria de organização, pois o processo de
viabilidade de condução e de execução proporciona a abertura de
caminhos para superação de fronteiras geográficas.
A crescente demanda populacional aliada à ineficácia de
planejamento educacional, faz com que a administração pública
busque medidas paliativas ou excepcionais para resolver as questões
educacionais, pois, é obrigação do Estado garantir o direito de acesso
à educação básica nos espaços do campo amapaense. Essa obrigação
com o modular para que aconteça de fato, começa quando os alunos
terminam os anos iniciais do Ensino Fundamental, e
- 46 -
consequentemente, quando encerram os anos finais do Ensino
Fundamental e pleiteiam a implantação do Ensino Médio.
Esse procedimento administrativo não acontece de forma
automática, pois, algumas questões precisam ser observadas para
disponibilizar o atendimento e continuidade dos estudos dos alunos
que moram nos espaços do campo. O trâmite documental pode ser
percebido nas informações expressas pelo Professor B, ressaltando que
a Secretaria de Educação analisa de acordo com os preceitos legais a
possibilidade de atender ou não o pedido de implantação do ensino
modular nas comunidades pleiteantes. Nas comunidades em que o
SOME é implantado, um dos princípios fundamentais para garantir a
presença do docente na comunidade é a disponibilidade de
alojamento, onde os professores permanecerão por um período de
aproximadamente dois meses (ou cinquenta dias letivos), o mesmo é
previsto no Artigo 59 da Lei Estadual 0949/2005 (AMAPÁ, 2005).
O Estado do Amapá faz parte da Amazônia, onde é comum no meio
rural as populações não se distribuírem de forma homogênea ao longo
desse território, o que condicionou o uso da ‘nucleação rural’ (BRASIL,
2008, Art. 5º) como melhor solução para disponibilizar o atendimento
e deslocamento dos alunos que residem mais distantes da comunidade
selecionada para funcionar a escola-núcleo. Neste sentido, a escola-
núcleo é aquela que suporta a demanda de alunos e que
geograficamente seja mais centralizada em relação as outras
comunidades, sendo necessário a utilização de transporte escolar para
que os alunos possam ter acesso a mesma.
Assim, cada comunidade onde a escola contemplada com o ensino
modular está situada, configura-se novos horizontes de conhecimento,
pois superar as barreiras dos costumes, das diferenças de ambientes
(ribeirinhos e terra firme), estimulando e favorecendo meios que
venham reduzir as distâncias entre os moradores e as escolas, com
metodologias que possam correlacionar, na medida do possível o
conteúdo com o cotidiano de cada comunidade, objetivando promover
a exploração adequada dos recursos naturais para subsistência e com
fins econômicos peculiares em cada região do Estado, bem como sua
comercialização eficiente.
- 47 -
1. Expansão do SOME
- 48 -
com que os professores arquem com determinados custos através de
seus próprios recursos.
É imprescindível também, que informações a respeito do acesso,
condições de alojamento, energia elétrica e outras dificuldades
(físico/naturais e de infraestrutura) em que se apresenta cada contexto
das escolas do campo do estado do Amapá, sejam disponibilizadas ao
professor, pois vai exigir uma adaptação logística de atendimento
pedagógico peculiar em cada situação onde o ensino modular está
presente, tendo em vista a redução de paradoxos característico local ou
regional, delineando as ações que, associadas ao projeto em cada
escola, seja efetivado um trabalho de qualidade.
- 49 -
dobrada” - situação que acontece dois dias seguidos a cada quinzena,
o que coincide com as fases da lua, quarto minguante e crescente
(Morador da comunidade). Nesses dois dias, os alunos ficam os dois
turnos (manhã e tarde) na escola estudando, constituindo-se em uma
forma de compensar a carga horária dos dias em que o tempo de aula
foi reduzido.
Dentre as dificuldades enfrentadas pelos alunos, a distância é um
fator relevante para alguns alunos, pois eles dependem do transporte
escolar fluvial, terrestre ou em alguns casos, os dois, tornando a
viagem cansativa e que pode interferir na aprendizagem.
Ainda com base em circunstâncias que afetam o andamento do
processo educacional do SOME, o Professor A ressalta, que a falta de
energia elétrica pública 24 horas em muitas comunidades, “[...] não
proporciona o uso de mídias... todavia, alguns professores superam
esta dificuldade levando seu próprio gerador”.
A precariedade de infraestrutura e de energia elétrica pública,
retarda o contato do educando com as tecnologias que são atualmente
utilizadas como ferramentas de apoio no processo de aprendizagem,
itens esses imprescindíveis, para propiciar novas e diferentes
experiências no âmbito educacional. Nesse sentido, Oliveira (2012)
considera que a educação oferecida aos povos do campo, deve
favorecer conhecimentos de maneira que não deixem os alunos “[...]
alienados ao modo de viver e saberes da cidade” (p. 806), que são
indispensáveis à sua formação integral.
A influência da maré, no caso de muitos ribeirinhos, é necessário
que o docente organize o planejamento para atender a realidade do
campo/ribeirinho da Amazônia, entendendo que “não há um método
único de ensino, mas uma variedade de métodos, cuja escolha depende
das situações didáticas específicas e das caracteríticas sócio-culturais
dos alunos” (LIBÂNEO, 2004, p. 26). Aqui, Libâneo coloca que é
possível atender as especificidades do ambiente onde a escola está
inserida, partindo da realidade que circunda o aluno, bem como, das
dificuldades naturais e infraestruturais da escola ressignificando o
planejamento e as atividades pedagógicas.
- 50 -
3. Importância no Contexto socioeducacional
Potencializar os desafios para o mundo contemporâneo tem
sido um dos objetivos do SOME. O produto desse trabalho também
reflete na mudança de paradigmas, onde a inserção dos saberes
sistematizado aliado aos saberes populares, colabora para uma
concepção diferenciada do cotidiano encontrado em cada
comunidade, abrindo portas para a efetivação de atitudes que
favoreçam a percepção crítica para melhoria de uma qualidade de vida
digna. O desenvolvimento desses parâmetros ajuda a amenizar vários
problemas sociais enfrentados por adolescentes amazônidas, visto que:
4. Características do SOME
Com base nos textos que sustentam a legalidade do SOME e a
sua organização funcional, foi possível elencar algumas de suas
características:
a) Ação institucional de Educação - O SOME deixou de ser um
projeto experimental e tornou-se uma medida de política pública com
características próprias que foi implantado para solucionar os
- 51 -
problemas da Educação Básica dos alunos que moram na zona rural
do Estado do Amapá, garantindo assim, a sua permanência na
comunidade (BRASIL, 2002, art 8º);
b) Objeto educacional da Educação do Campo – se insere nas
determinações que norteiam o funcionamento das escolas do campo,
sendo as aulas ministradas na escola da própria comunidade ou em
uma escola polo que suporte a demanda de alunos que vem de outras
comunidades adjacentes, ou que morem isolados ao longo dos rios ou
das estradas, disponibilizando ainda o seu deslocamento de maneira
segura (BRASIL, 2008, art 10);
c) Apresenta rotatividade de professores nas escolas - após o
término de cada módulo, onde foi cumprido o príodo letivo (cinquenta
dias) e assegurado três dias de recuperação conforme o exposto no Art.
11, § 2º do Regimento Escolar (AMAPÁ, 2014b), os professores
retornam para a capital do Estado (Macapá), onde através de sorteio
serão designados para outras escolas.
d) Organização diferenciada - o período letivo de cada módulo
equivale a 50 (cinquenta) dias letivos, onde é possível organizar os
blocos de disciplinas para cumprirem a carga horária mínima prevista,
conforme Art. 11, § 1º e 2º do Regimento Escolar (AMAPÁ, 2014b).
e) Diversidades inerentes às comunidades - cada comunidade
apresenta um contexto peculiar. O cotidiano escolar é variável na zona
rural, seja de ordem cultural, social, econômica, religiosa, ambiental e
espacial – distância entre a residência dos alunos e a escola e sua
infraestrutura física, tanto interna como em seu entorno (BRASIL, 2002,
art 5º);
f) Localização das escolas - as escolas estão situadas tanto em
área de terra firme quanto em áreas ribeirinhas. O estado do Amapá é
banhado pelo Rio Amazonas e existem muitas comunidades situadas
ao longo de seu litoral e com outros afluentes que se conhecem como
braços (nome dado pelos ribeirinhos). O acesso para essas
comunidades dá-se através de pequenas embarcações (catraias)
motorizadas, que em algumas situações dependem da enchente da
maré para poder chegar à escola ou retornar para suas residências.
Outras escolas estão situadas em área de terra firme, onde o acesso se
- 52 -
dá através de automóvel. Em alguns casos, os alunos e os professores
necessitam dos dois meios de transportes para chegarem à instituição
escolar (BRASIL, 2008, art 10);
g) Experiência profissional - cada escola que o professor atua
serve de aprendizado, para esse profissional que vai acumulando
vivencias pois essas escolas seguem ritmos diferenciados, tanto na
organização e na estrutura como nas especificidades do cotidiano dos
alunos. Essa experiência possibilita um repensar na construção de um
novo planejamento para ser aplicado nas escolas seguintes. Em outras
palavras, cada escola exige uma abordagem pedagógica diferenciada
(BRASIL, 2002, art 8º).
O ensino modular representa um marco na educação
amapaense, direito garantido constitucionalmente, atende e soluciona
a continuidade dos estudos dos alunos da educação básica que vivem
nas comunidades do campo, organizadas em vilas ou em casas
distribuídas ao longo dos rios e das estradas. Através dos subsídios
inerentes a esse povo, possibilitou -se projetar e enquadrar a sua
dinâmica dentro das especificidades estipuladas em lei, e assim,
disponibilizar um trabalho efetivo e que sirva de ponte entre os
interesses dos alunos e da sociedade contemporanea.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema modular tem possibilitado a construção de
conhecimentos e orientações que permitem aos alunos reflitirem sobre
sua vida e a realidade. Esta construção se dá principalmente por meio
de projetos interdisciplinares, que envolvem a escola e a comunidade
com atividades culturais, esportivas, reflexivas, palestras e várias
outras atividades. Outro ponto que vale considerar é que o ensino
modular atravessou as fronteiras do tempo e dos espaços ambientais
para cumprir o seu papel educacional junto às comunidades rurais do
Estado do Amapá, imbuída de responsabilidade que a “educação nos
dias atuais assume novos contornos na sociedade brasileira e
especialmente entre os educadores, que, por excelência, buscam
- 53 -
assumir o compromisso de socializar, construir e desvendar novos
conhecimentos” (PIANA, 2009, p. 74).
Com base nas palavras da autora, acredita-se que o SOME
encontra sua identidade incutida nesse panorama, que o qualifica
como objeto educacional atuante na educação do estado do Amapá.
Assim, independentemente da localização da escola, seu espaço
geográfico e os critérios que permitem sua implantação na
comunidade, desenvolve suas atividades, superando as intempéries,
assumindo compromisso, construindo e transformando saberes.
Saberes necessários, que precisam ser registrados como prática de vida
pessoal, grupal e docente, servindo de acervo para os acadêmicos,
professores e a própria secretaria de educação.
REFERÊNCIAS
- 54 -
Brasília, 2002. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/secretaria.../13200-resolucao-ceb-2002>. Acesso em
14abr.2019.
_______. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 28 DE ABRIL DE 2008. Estabelece
diretrizes complementares, normas e princípios para o
desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação
Básica do Campo. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],
Brasília, DF, Nº 81, terça-feira, 29 de abril de 2008. 2008. Seção 1, p. 25-
26. Disponível em < http://www.mpf.mp.br/atuacao-
tematica/ccr6/documentos-e-publicacoes/documentos-e-
Publicacoes/docs/docs_outros_documentos/resolucao_02_2008_CNE.
pdf>. Acesso em 15mar.2019.
HAGE, Salomão Antônio Mufarrej. Transgressão do Paradigma da
(Multi)Seriação como Referência para a Construção da Escola Pública
do Campo. Educ. Soc., Campinas, v. 35, nº. 129, p. 1165-1182, out.-dez.,
2014. Disponível em
<http://: www.scielo.br/pdf/es/v35n129/0101-7330-es-35-129-165.pdf>.
Acesso em 22mar.2019.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2004.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno. Educação inclusiva em escolas
multisseriadas do campo na Amazônia: Um olhar para as práticas dos
professores. XVI ENDIPE – Encontro nacional de Didática e Práticas
de Ensino – UNICAMP – Campinas – 2012. Disponível em
<http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/.../1931b.pdf>.
Acesso 28mar.2018.
- 55 -
em : <http://ojs.fe.unicamp.br/ged/oldhistedbr/article/view/5585>.
Acesso em 25abr.2019.
SANTOS, Janio Ribeiro dos. Da Educação Rural à Educação do
Campo: um enfoque sobre as classes multisseriadas. IV Colóquio
Internacional Educação e Contemporaneidade - ISSN 1982-3657. 2010.
Disponível em < www.gepec.ufscar.br/.../educacao...campo/da-
educacao-rural...educacao-do- campo-um-enfoque.../file>. Acesso em
24set.2019
Sistema Organizacional Modular de Ensino / Divisão de Ensino Médio
(SOME/DEM). Regimento Interno do SOME. Macapá, 2001. (Apostila)
- 56 -
CAPÍTULO 4
INTRODUÇÃO
- 57 -
prestígio, o homem tem se tornado cada vez mais incansável. Isto se
reflete na demanda e carga de trabalho e, consequentemente,
influencia suas relações no ambiente no qual está inserido. Além disso,
torna este ambiente mais competitivo e essa busca por ser melhor que
o outro se evidencia no cotidiano. Cria-se sem perceber, portanto, um
distanciamento a partir da mecanização das emoções, sensações e da
humanidade (SOARES, 2018).
Há exemplo disto, tem-se o ambiente escolar, que tem como
prioridade o desenvolvimento acadêmico, voltado a preparação dos
alunos para o mercado de trabalho e aprovação em exames teóricos
complexos, no entanto, não há uma preparação para a vida, o que
distancia a expressão das emoções deste processo, embora sejam uma
força constante e, muitas vezes, a mais complexa de se entender e de
lidar (NUNES-VALENTE; MONTEIRO, 2016). Isto torna o processo
educativo mecanizado e reflete a dificuldade que muitas vezes ocorre
na gestão de conflitos e de emoções de professores e alunos, o que é
uma barreira construída para ambos e que enfatiza a necessidade de
uma gestão eficaz das emoções.
Alguém privado das suas emoções, dificilmente consegue tomar
decisões racionais e mesmo que sem emoções não existirão raciocínios
assertivos. Não há decisões puramente lógicas nem decisões
puramente emocionais, sendo que o elo de ligação entre as duas é
imprescindível para a tomada de decisões adequadas (SILVA;
DUARTE, 2012). Diante disto, entende-se que levantar o conceito de
inteligência emocional, discuti-lo e aplicá-lo no ambiente escolar é de
fundamental importância, tanto para o trabalho do professor quanto
para o que se entende como sucesso escolar.
As concepções atuais sobre inteligência constituem o produto do
pensamento, trabalho e investigações de centenas de pesquisadores,
que ao longo da história, definiram o que é ser inteligente. Assim como
atualmente é possível perceber evoluções no pensamento em muitas
áreas, também tem sido levantada a necessidade de se repensar o que
se entende por inteligência e por comportamento inteligente. A
verificação das relações entre cognição e emoção poderia resultar no
reconhecimento da capacidade do homem lidar com seu mundo
- 58 -
emocional de forma inteligente, compatível com seus objetivos mais
amplos de vida (WOYCIEKOSKI; HUTZ, 2009).
Nesse sentido, este trabalho objetiva discutir a Inteligência
Emocional (IE) refletindo acerca de sua importância, suas implicações
e vantagens no contexto escolar, tanto como estratégia para o alcance
do sucesso escolar, quanto sobre sua utilização na gestão das emoções,
conflitos e situações decorrentes da vivência neste ambiente.
- 59 -
Conforme Mayer, Salovey e Caruso (2000) a IE é agrupada em
modelos divididos em dois grupos muito amplos: de aptidões, focados
nas aptidões mentais, emoções e como elas interagem com a
inteligência; e os modelos mistos, que levam em consideração as
aptidões mentais e uma diversidade de características, a exemplo da
atividade social, motivação e qualidades pessoais específicas, como um
agrupamento único.
De modo geral, pode-se dizer que é possível distinguir dois tipos de
modelos de IE: os modelos de capacidade mental e os modelos mistos
(FERNÁNDEZ-BERROCAL; RUIZ-ARANDA; CABELLO, 2008). Os
Skill models, que são modelos focados nas competências mentais têm
como objetivo auxiliar o sujeito quanto ao uso da informação oriunda
das emoções a fim de aprimorar e desenvolver seus processos
cognitivos, concentrando-se na aptidão para o processamento da
informação afetiva (GOLEMAN, 2001; FERNANDEZ-BERROCAL;
RUIZ-ARANDA; CABELLO, 2008).
Um exemplo deste tipo de modelo é o elaborado por Mayer e
Salovey (1997) e Mayer et. al. (2004), chamado branch ability model, que
separa as habilidades e competências de IE em quatro domínios:
percepção e expressão de emoções, assimilação de emoções,
compreensão e análise das emoções e gestão de emoções.
O primeiro domínio (Percepção, avaliação e expressão de emoções)
diz respeito ao mais simples dos processos psicológicos que fazem
parte da Inteligência Emocional e reporta-se à capacidade de uma
pessoa identificar com precisão as emoções e o conteúdo que estas
possuem, primeiro em si mesma, e depois nos outros e, finalmente, nas
diversas maneiras de expressão das emoções. Também diz respeito à
capacidade de alguém expressar seus sentimentos e os anseios que se
fazem presentes. Junto a isto, encontra-se o pressuposto de que as
emoções são funcionam como um veículo de informações essenciais às
relações sociais.
O domínio da assimilação de emoções, trata-se do uso da emoção
com o objetivo de facilitar a ação e o pensamento, alcançando a
assimilação de experiências emocionais consideradas básicas para a
- 60 -
vida mental. Para tanto, parte-se do princípio de que podemos usar a
emoção para melhorar nossos processos cognitivos.
O domínio da compreensão e o pensamento diz respeito ao
processamento das emoções, sobre o modo como agimos sobre diante
das emoções, ou seja, este domínio abrange a percepção da
autenticidade subjacente a emoções específicas e a compreensão de
problemas emocionais. Ele é baseado no entendimento de que as
emoções se desenvolvem conforme padrões previsíveis que se
relacionam diretamente com o desenvolvimento em complexas
situações sociais. O ganho de competências que fazem parte deste
domínio caracterizou-se como um passo de extrema relevância para a
adequada resolução de problemas sociais.
O último domínio (gestão de emoções), refere-se co controle da
emoção em si próprio e nos outros e revela-se como o nível mais
elevado na hierarquia das competências da IE. Ele possui como
pressuposto a existência da possibilidade de pôr em prática o
conhecimento emocional com o objetivo de resolver problemas de
modo mais adequado e satisfatório, o que decorre na compreensão do
desenvolvimento das emoções em si, nos outros e nas relações.
Mayer et al. (2004) explicam que a ordem de apresentação dos
domínios é o indicativo sobre o nível no qual a competência se
encontra interligada aos sistemas psicológicos individuais da sua
personalidade, em termos desenvolvimentais e de complexidade de
aquisição de competência.
Entende-se, de maneira geral, que a Inteligência Emocional pode ser
compreendida como a interação entre o estado cognitivo e as emoções
com objetivo de preparar o sujeito para adaptação de forma adequada
ao meio. Segundo Goleman (1999) a IE diz respeito a capacidade que o
indivíduo possui de identificar os próprios sentimentos e dos outros,
motivar-se e gerenciar as próprias emoções e nos relacionamentos que
constrói ao longo da vida. Pode-se dizer, portanto, que a IE é a
capacidade que o indivíduo tem de perceber e exprimir as suas
emoções, assemelhar emoções aos pensamentos, compreender e
raciocinar com as emoções e saber regulá-las tanto em si próprio
- 61 -
quanto nas suas relações com os outros (MAYER; SALOVEY;
CARUSO, 2000).
- 62 -
relações mais positivas consigo e com os outros, quando comparados
com outras pessoas que demonstram sinais de pouca competência
emocional, explicam Damásio (1995) e Goleman (1999). Nesse sentido,
a importância da educação emocional pode nos ser remetida ao
considerarmos que as particularidades dos professores na relação
pedagógica são capazes de gerar comportamentos e emoções no
estudantes.
Segundo a International Society of Applied Emotional Intelligence
(ISAEI), a inteligência emocional possui características como:
autoestima; controle emocional; controle emocional - controlar os seus
sentimentos e gerir o seu humor; autoestima - ter bons sentimentos a
seu respeito, independentemente das situações exteriores; gestão do
stress - controlar o stress e criar mudanças; aptidões sociais - ser capaz
de relacionar-se com os outros e ser empático; controle da
impulsividade - controlar a sua impulsividade e aceitar adiar as suas
gratificações; equilíbrio - manter o equilíbrio entre o trabalho e a casa,
as obrigações e o prazer; aptidões de comunicação - comunicar
eficazmente com os outros; gestão de metas e de objetivos - fixar metas
realistas em todas as esferas da vida; automotivação - motivar-se a si
próprio na prossecução das suas metas, ser capaz de criar energia
interna; e atitude positiva - manter uma atitude positiva e realista
mesmo nos momentos mais difíceis (CHABOT, 2001).
Segundo Bhattacharjee (2016), a preparação, por meio de programas
de formação, é imprescindível para preparar os professores para o
desenvolvimento da inteligência emocional em si mesmos. A partir do
desenvolvimento destas habilidades de inteligência emocional será
possível trabalhar melhor com os estudantes. Para Nunes-Valente e
Monteiro (2016, p. 5) “os professores devem dominar as competências
da inteligência emocional, para que as transmitam aos alunos, com a
finalidade de trabalhar com eles o desenvolvimento destas mesmas
capacidades”.
Muitos estudiosos defendem diversos motivos para a
implementação de programas de educação emocional, utilizando
como referência o dado que as habilidades socioemocionais se
caracterizam como um aspecto imprescindível ao desenvolvimento
- 63 -
humano (BARRANTES-ELIZONDO, 2016; BISQUERRA; RENOM,
2007; FERNÁNDEZ-BERROCAL; EXTREMERA , 2002; SÁNCHEZ,
2014). Isto seria útil para a regulação das emoções e prevenção de
comportamentos de risco, bem como necessário a preparação para
resolver situações imprevisíveis e que são difíceis de controlar no
contexto escolar (BARRANTES-ELIZONDO, 2016).
Professores com maior pontuação em testes de controle emocional
reportam maior satisfação laboral e menor cansaço, é o que foi
concluído em estudo realizado por Brackett et al. (2010). Do mesmo
modo, pesquisas realizadas por Battistich et al. (2000) indicaram
anteriormente que em escolas nas quais foram desenvolvidos
programas que incentivam a construção de relações saudáveis, de
suporte mútuo e emotivas foram reveladas reduções no
comportamento antissocial, consumo de drogas e, por outro lado, um
aumento nas atitudes pró sociais.
No entanto, a falta de competências estratégicas de gestão de
conflitos e relacionais do professor, que muitas vezes possui exímia
qualificação em sua área de disciplina, não permite o estabelecimento
de um contato com os estudantes e, neste caso, a escola peca em
continuar privilegiando os conteúdos a serem administrados (NUNES-
VALENTE; MONTEIRO, 2016).
Após elaboração de uma análise de diferentes programas
curriculares de diversas instituições de ensino superior portuguesas
voltadas para a formação de professores, Jesus (2002) concluiu que a
formação clássica destes profissionais limitava ou, ao menos, não
estimulava o componente afetivo do professor.
O fato é que a formação oferecida aos docentes contribui
insignificativamente para sua adaptação aos percalços do futuro no
contexto escolar (ESTEVÃO, 2012). Por estar tradicionalmente pautado
na simples transmissão de informações, dando valor a quantidade e
não a qualidade, o sistema de educação deixa toda a comunidade
educativa estressada e desconfortável. Segundo Nunes-Valente e
Monteiro (2016):
CONCLUSÃO
- 65 -
definidor do desempenho deste conhecimento sobre as emoções para
cada um.
REFERÊNCIAS
- 66 -
FERNÁNDEZ-BERROCAL, P.; EXTREMERA, N. La inteligência
emocional como una habilidade essencial en la escuela. Revista
Iberoamericana de Educación, v. 29, p. 1-6. 2002.
- 67 -
MAYER, J. D.; SALOVEY, P.; CARUSO, D. Emotional intelligence:
Theory, findings, and implications. Psychological Inquiry, v. 15, p.
197–215. 2004.
- 68 -
CAPÍTULO 5
RESUMO
- 69 -
sujeito ativo no processo de aprendizagem. Importância do papel ativo
do educador no processo de aprendizagem e a BNCC se sustenta por
considerar a experiência como base para a aprendizagem. Os pareceres
reforçam a relevância de contínuas releituras e análises da BNCC.
1 INTRODUÇÃO
- 70 -
prerrogativas do Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL,2018).
Para Ausubel (2003), uma aprendizagem significativa “É o produto
significativo de um processo psicológico cognitivo (“saber”) que
envolve a interação entre ideias “logicamente” (culturalmente)
significativas, ideias anteriores (“ancoradas”)” (AUSUBEL,2003, p.VI).
Assim, para uma aprendizagem não mecânica, é importante que o
conteúdo seja significativo e próximo da realidade do aprendiz. Deste
modo, este estudo objetivou identificar e analisar a produção científica
nacional sobre a BNCC na EI e a relação com a aprendizagem
significativa.
2 DESENVOLVIMENTO
1.Método
- 71 -
disponíveis para download e que abordassem a BNCC, EI e
aprendizagem significativa. Foram excluídos materiais como: livros,
dissertações, teses e textos não disponíveis na íntegra e produções que
não se relacionavam com a temática. E não houve repetições de artigos
entre descritores, interbase e intrabase. O descritor “Base nacional
comum curricular AND Aprendizagem significativa” não apresentou
nenhum resultado em nenhuma das bases utilizadas.
A seleção dos estudos pautou-se em duas etapas. Na primeira, os
artigos foram selecionados a partir da leitura do título, resumo e
palavras-chave, para constatar se adequavam-se aos critérios de
inclusão. Posteriormente, os estudos selecionados foram lidos na
íntegra, para ver se adequavam com a proposta desta pesquisa. Para
análise dos artigos selecionados utilizou-se um instrumento elaborado
pelas pesquisadoras, com as seguintes informações: descritor de
seleção; base de dados; autor(es); ano de publicação; título do
periódico; país do periódico; área da revista científica; tipo de estudo;
idioma; objetivo da pesquisa; localização do estudo; método;
principais resultados; e conclusão. E para análise do conteúdo dos
estudos, utilizou-se Bardin (2011), para orientar a construção das
categorias temáticas, que compôs (1) na leitura flutuante dos artigos,
(2) seleção das unidades de análise orientada pelo problema de
pesquisa e (3) categorização.
2. Resultados e Discussão
- 72 -
estudos foram realizados no Brasil e no idioma português. E quanto à
localidade dos autores: Sudeste (3), Nordeste (1), Centro-Oeste e
Nordeste (1). As áreas do conhecimento dos cinco artigos são:
Educação (4) e Jornalismo e Ensino (1). Sobre a metodologia, todos
basearam-se em métodos qualitativos, e a análise qualitativa dos cinco
artigos propiciou a identificação de duas categorias temáticas descritas
a seguir.
- 73 -
O estudo de Marchelli (2021), objetivou o levantamento e análise de
documentos e discursos produzidos por instituições e seus agentes
atrelados ao processo de implementação da BNCC em Sergipe, em
diálogo com a Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria Municipal
de Educação de Aracaju e a Universidade Federal de Sergipe. Por meio
da análise de documentos e de narrativas, mostrou-se como estes
foram formando-se no embate com a BNNC, para as formulações de
políticas públicas necessárias frente à superação de dificuldades
regionais, assim como os contingentes provenientes da Educação
Básica. Através da análise documental das políticas públicas que
atravessam a implementação da BNCC, oportunizou o alcance do
currículo sergipano a um maior nível de clareza quanto as
necessidades e peculiaridades do Estado, contudo, limitaram a
abrangência conceitual necessária para um documento autenticamente
original. O autor conclui que a análise documental e a descrição
analítica do processo para implementação da BNCC em Sergipe foram
de grande contribuição, e assim, o documento estadual foi possível. A
pesquisa apontou como os documentos e os discursos sobre o currículo
são constituídos por meio do embate entre propostas centralizadas,
como ocorre com a BNCC, e para solucionar tal questão, mostram-se
cabíveis políticas públicas que, contribuam para superação das
dificuldades provenientes das regiões brasileiras e os seus
atravessamentos na Educação Básica
Cezari e colaboradores (2016) objetivou abordar o
desenvolvimento do Currículo Nacional no Brasil para a EI, e como
este se apresenta na BNCC. Uma dificuldade quanto a nomenclatura
de “currículo” frente as ações pedagógicas foram apontadas, pois
variadas formas de aprendizagens são desconsideradas. Assim, um
currículo bem elaborado prioriza as demandas dos alunos. Segundo a
Lei de Diretrizes de Base, a EI passou a incorporar a Educação Básica,
e a elaboração da BNCC fez-se necessária, pois aponta para as formas
como as crianças aprendem, como seus direitos. Os autores propõem
uma discussão quanto ao não reducionismo das práticas
educativas/pedagógicas, e a necessidade de releitura da BNCC. Uma
limitação da BNCC é posta sobre a preposição de que toda escola
- 74 -
efetive o cumprimento do mesmo programa didático, e isso não
garante o desaparecimento da desigualdade entre as escolas
brasileiras. E é importante conceber a criança quanto um ser ativo, para
além de reprodutor de conhecimento. Os autores mostram a
importância de considerar as aprendizagens que foram significativas,
contribuindo para priorização de valores pessoais e conhecimentos
relevantes. Para a implementação da BNCC, um currículo integrado
faz-se necessário - interrelação entre as disciplinas-
interdisciplinaridade. Há necessidade de formação dos professores –
inicial e continuada – sendo este um ponto faltante e crucial para o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. E concluem que a EI
necessita ser configurada como um período de aprendizagem, e é
imprescindível que o repertório das vivências e experiências das
crianças sejam alargadas, propiciando à autonomia destas.
Por meio desta categoria, (CEZARI; SOUSA; CUNHA, 2016;
CUNHA; SILVA, 2019), concebem a criança como detentora de direitos
(6) da aprendizagem e desenvolvimento. Um sujeito ativo em seu
processo de aprendizagem e com potências a serem consideradas.
Estudos (FERNANDES et al., 2016; SINTRA, 2018) enfatizam que a
criança tem um papel ativo no seu processo de aprendizagem, e
através do auxílio do educador é possível uma aprendizagem
significativa. Além disso, (CEZARI; SOUSA; CUNHA, 2016; CUNHA;
SILVA, 2019; MARCHELLI, 2021) apontaram que a BNCC se sustenta
por ter a experiência como combustível para a aprendizagem. Tais
dados corroboram com Souza (2020), que aborda a importância de que
o ensino-aprendizagem na EI ocorra de forma planejada, e possibilite
um ambiente propício para interação, e que contribua para que os
direitos de aprendizagem propostos pela BNCC sejam cumpridos.
Não obstante, os estudos desta categoria tencionam a necessidade
de releituras da BNCC, e uma postura crítica, reflexiva e emancipatória
dos educadores, e que continuem em formação. As particularidades
das escolas também necessitam ser consideradas, e os documentos
oficiais para a Educação necessitam ser utilizados de uma forma não
automatizada, para evitar um “metodologismo” vazio. Ressalta-se
que, Marchelli, (2021) exemplifica uma análise da BNCC com
- 75 -
discussões entre profissionais da Educação, e aborda como esta
propiciou um outro documento, que considerou a BNCC e as
especificidades de Sergipe. Uma postura ativa dos profissionais da
área sobre o currículo pode contribuir para construções de políticas
que atenuem as dificuldades de cada região brasileira. Assim, os três
estudos desta categoria, apesar de um parecer favorável à BNCC,
demarcam a necessidade de releitura, discussão e análise da BNCC,
para que o currículo seja implementado de forma crítica e
emancipatória pelos educadores e gestores. Estudos (PERTUZATTI;
DICKMANN, 2019; SOUZA, 2020; FRANCO; MUNFORD, 2018),
salientam uma multiplicidade de pesquisas que podem ser
desenvolvidas sobre a temática desta revisão. Há distintas
possibilidades de reflexões sobre o tema, atravessados por debates
democráticos e aprofundados sobre a BNCC. E novos estudos podem
contribuir para construção de políticas educacionais.
- 76 -
quanto a BNCC. Os resultados apontaram a BNCC como um
instrumento de caráter normativo, e assim, não contribui com a
perspectiva de uma educação pautada na emancipação, e favorece a
desigualdade de oportunidades para uma educação que visa uma
ampliação e contextualização. E grande parte dos envolvidos na
elaboração da BNCC não levaram em consideração os movimentos
socias. A BNCC instaura um currículo pré-estabelecido, e as
práticas/saberes e conhecimentos do contexto de cada escola é
desconsiderado, contudo, estes conhecimentos/experiências
necessitavam ser atentados. É imprescindível a participação de
profissionais da área na implementação e avaliação da política pública
de Educação. Não é necessária uma referência única, pois os distintos
contextos educacionais carregam as particularidades de cada sujeito.
Conclui-se que a BNCC nega certos discursos que se vincula à
constante luta pela democratização da educação. É indispensável uma
contínua investigação sobre os impactos e prescrições da BNCC, como
a formação dos professores, os currículos escolares da El, e a
importância de ouvir as crianças e os docentes.
Observar-se nesta categoria (ABRAMOWICZ; TEBET, 2017;
NOVAIS; NUNES, 2018), uma definição da BNCC pautada na lógica
privatista e a implementação deste documento enquanto norte
pedagógico e educativo demarca uma perda quanto ao diferente, ao
não universal. A BNCC com seu currículo pré-estabelecido, não se
baseia na emancipação, devido seu caráter normativo. Assim, é
importante que não se instaure uma referência única. Dourado e
Siqueira (2019) salientam que, o discurso em defesa da BNCC quanto
ao combate da desigualdade social/educacional mostra-se insuficiente
para garantir uma igualdade na educação, contudo, este documento
pode contribuir para naturalização das desigualdades. O estudo de
Gomes (2017) realizado com professores da EI, apontou que os
educadores possuem uma visão tradicional da BNCC, e não
participaram de sua construção como era pretendido por lei. Em
algumas situações, a BNCC não contempla a prática dos professores,
pelo distanciamento entre o proposto e a prática, pois falta material,
experiência, e estrutura física. O que reforça a padronização do
- 77 -
currículo em um país diversificado, e torna o professor um simples
cumpridor da política. E a nomenclatura “participação da população”
sobre a elaboração da BNCC caracteriza-se como uma manobra para
sua aceitação e implementação.
A importância da ininterrupta investigação da BNCC, a contínua
formação dos educadores, assim como considerá-los e ouvi-los quanto
a construção do currículo, é apontado nos estudos desta categoria.
Outros estudos (MELLO; SUDBRACK, 2019; DOURADO; SIQUEIRA,
2019) enfatizam a imprescindível e constante análise da BNCC, e
debates críticos, visando a emancipação dos sujeitos e dos grupos
sociais. Mello e Sudbrack (2019) anseiam a superação das lacunas
apresentadas na BNCC, e a necessidade de investimentos (financeiros,
legislativos e políticos).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 78 -
primordial na implementação da BNCC: se será um documento
limitador ou emancipatório.
Observou-se uma não discussão da BNCC e a aprendizagem
significativa na EI. Conquanto, um artigo referiu a importância de uma
aprendizagem significativa para as crianças, mas sem nenhuma
discussão teórica a respeito, o que demarca a ausência de estudos sobre
esse possível diálogo entre uma aprendizagem significativa na EI e a
BNCC. Diante do exposto, espera-se que esta revisão possa contribuir
para as discussões sobre a temática abordada, e demarca a importância
de novos estudos para que possam contribuir com políticas públicas e
com o processo de ensino-aprendizagem significativo.
REFERÊNCIAS
- 81 -
SOUZA, M. B. D. de. Contribuições da BNCC para a Educação
Infantil: perspectivas de ensino-aprendizagem na pré-
escola. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento, v. 06, ed.10, p. 108-120, 2020. Disponível
em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/contribui
coes-da-bncc. Acesso em: 15 abril 2021.
- 82 -
CAPÍTULO 6
RESUMO
- 83 -
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
- 84 -
Os meteoroides são detritos interplanetários que orbitam nas
imediações dos planetas do sistema solar. A sua origem normalmente
surge, em menor fração, do impacto de colisão de asteroides e,
majoritariamente, de detritos deixados pelos cometas em seus
periélios. O tamanho desses objetos que evaporam como riscos
luminosos brilhando em nossa atmosfera se estende de alguns
milímetros a dezenas de metros; os mais recorrentes em nossa
atmosfera possuem dimensões de 0,05mm e 20 cm (Ceplecha et al.,
1998).
A origem destes pequenos corpos é normalmente asteroidal ou
cometária. Estima-se que a maior parte dos asteroides mapeados se
encontram no cinturão de asteroides principal, entre as órbitas de
Marte e Júpiter, uma região de restos de formação do sistema solar.
Objetos com distância de 1.3 UA (Unidade Astronômica) da Terra, são
considerados NEOs (Near Earth Objects, em português, Objetos
Próximos à Terra).
Os NEOs subdividem-se nas duas categorias: NECs (Near Earth
Comets), os de origem cometária. E os de origem asteroidal: NEAs
(Near Earth Asteroids). Tais objetos têm recebido atenção pela
sociedade científica e agências espaciais por representarem ameaça
iminente ao Planeta, podendo, ao atingirem a Terra, causar danos
locais e até globais, como o que deu fim aos dinossauros.
Já os cometas costumam vir da nuvem de Oort, um agrupamento
de grandes corpos de poeira e gelo que encobre as extremidades do
sistema solar, onde a atuação da radiação e força gravitacional solar é
menos intensa e seus objetos são densos e frios, em grande proporção
constituídos por gelo. É da Nuvem de Oort que se originam os cometas
de longo período que, sem suas órbitas conhecidas, são considerados
a maior ameaça de impacto catastrófico ao planeta. Além disso, os
cometas são os maiores responsáveis pelas chuvas de meteoros
conhecidas e catalogadas pela IAU (International Astronomical Union
– União Astronômica Internacional).
- 85 -
Gráfico 1-2 - NEOs
- 86 -
substância pelo qual é formado o meteoro (Olga Popova, 2005).
O pré-aquecimento de um pequeno corpo espacial inicia-se na
termosfera, quando entra em uma altitude de 400 a 100 km e sua
temperatura superficial sobe na média de 626 graus celsius,
aumentando seu fluxo de radiação térmica até o meteoroide começar a
desacelerar e perder energia cinética, com a evaporação.
Esse estágio de perda de massa e transferência de energia cinética
para o meio é definido por “ablação”, é onde o meteoroide chega a uma
temperatura média de 1.926°C. Nessa fase, os corpos menores atingem
uma altitude de 120 a 80 km, e os maiores, podem penetrar a atmosfera
até os 20 km, a partir de onde a partícula desacelera e perde energia
luminosa, dando início a ao terceiro estágio, do voo apagado.
No voo apagado o fragmento restante é resfriado e passa a cair em
queda livre, com uma velocidade de até 3 km/s, sem emitir radiação,
por não haver mais excitação e ionização das partículas com o meio.
Sua velocidade aí cai exponencialmente de acordo com a raiz quadrada
da densidade do ar. Nessa fase, uma crosta de fusão é formada na
superfície, que dá uma característica particular ao meteorito, quando
chega ao solo, sua última fase.
- 87 -
“Um fenômeno de queda de um meteorito é indicado como três regimes:
preaquecimento (400-120 km), ablação (120-20 km) e voo apagado. (<20 km)”.
2.2 Classificação
▪ Perseids
Anualmente, a partir do dia 17 de julho, a terra adentra no fluxo de
resquícios do gigante cometa de 26 quilômetros de diâmetro, Swift-
Tuttle, dando início a grande chuva de meteoros Perseids, nomeada
- 89 -
pela IAU por PER. A nuvem perseids consiste em um fluxo de
partículas que estão datadas em mais de mil anos (P. Brown and J.
Jones /1998), e a cada 133 anos são renovadas com a passagem do
cometa que lhe dá origem, ejetando em sua órbita um novo filamento
de partículas.
A ocorrência dessa chuva continua até aproximadamente o dia 24
de agosto, tendo radiante na constelação de Perseus, e tem a sua
máxima (pico) variavelmente entre as noites 11 e 13, com uma taxa
superior a 60 meteoros por hora, podendo passar de 200, dependendo
da densidade de detritos na intersecção das órbitas.
Essa chuva foi observada há mais de 2.000 anos pelos chineses. Foi
através de cálculos do astrônomo Schiaparelli que os parâmetros
orbitais da chuva foram relacionados aos do cometa.
▪ Geminids.
Curiosamente, geminids é uma das duas chuvas ocasionadas por
um asteroide. Seus meteoroides são resquícios do asteroide 3200
Phaeton, que tem órbita de 523,5 dias, e geram meteoros de passagem
- 90 -
lenta na atmosfera. Catalogada pela IAU como GEM, essa é uma das
maiores chuvas registradas em cada ano, com THZ (Taxa Zenital
Horária) de 120 a 160 meteoros por hora, sob boas condições climáticas.
Os meteoroides da nuvem geminids normalmente riscam o céu entre
os dias 06 e 14 de dezembro, de cada ano, partindo da constelação de
Gêmeos. A primeira vez que foi observada foi em 1862, mais recente
que Leonids ( 902 d.C) e Perseids ( 36 d.C).
- 91 -
No quadro abaixo pode-se perceber, por ordem, a eficiência e
acuidade das principais técnicas de monitoramento de meteoros ao
registrá-los, é abaixo será ressaltado a técnica de videomonitoramento.
.
- 92 -
Figura 3 - Equipamentos.
FONTE: Sonotaco.com
- 93 -
e movimento relativo das estrelas, informando de onde saiu
determinado evento luminoso em determinado instante.
Um segundo software de análise foi desenvolvido pelos
especialistas da exoss para uma análise mais direta e que exiija menos
esforço dos associados, chamado AnalyzerHelper.
Dados: As câmeras possuem campos de visão sobrepostos, o que
significa que a mesma bola de fogo pode ser detectada por mais de
uma câmera. Isso nos permite calcular a altura da bola de fogo e quão
rápido ela está indo.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 94 -
REFERÊNCIAS
- 95 -
CAPÍTULO 7
RESUMO
- 96 -
Palavras-chave: Ensino da Língua Inglesa; Dizeres de Camisetas; Sala
de Aula.
ABSTRACT
- 97 -
INTRODUÇÃO
- 99 -
entendimento, pois não basta apenas mostrar ao leigo algo
desconhecido, esperando que a concentração deste seja
automaticamente cativada, sabe-se que alguns necessitam ser
convencidos de que todo conhecimento é bem-vindo e extremamente
importante para a evolução do aprendiz.
METODOLOGIA
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS GERAIS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
- 103 -
caracterizar uma dominação ideológica e uma violência ao direito à
plena cidadania. Saber e poder ler é ter a possibilidade de ter a
prerrogativa de poder escolher mais conscientemente, sem se deixar
levar pelo marketingde que consumir produtos estrangeiros é melhor
e dá status, é um direito de todo indivíduo. Assim, o uso do inglês
indiscriminadamente também pode ser visto como uma forma de
dominação, uma forma de poder através do uso da linguagem. Não
compreender o que está escrito é uma forma de exclusão social.
- 106 -
Embora estejamos no início do século XXI, ainda é comum
nos depararmos, em conversas do cotidiano sobre
aprendizagem de uma segunda língua (L20, com alguns
comentários como: “aprender uma língua é saber sua
estrutura, é saber como organizar sentenças”; “saber uma
língua é saber se comunicar” e “saber bem como uma
língua é ter a pronúncia correta”.
CONCLUSÃO
- 108 -
necessário reaver as condições das instituições e dos alunos da rede
pública. Existem três fatores que contribuemefetivamente para o
fracasso do ensino da oralidade em sala de aula. São eles: o
preconceito, o fator econômico e o social.
- 109 -
de reconhecer a existência de inúmeras outras possibilidades de
análise do mesmo.
REFERÊNCIAS
- 110 -
SILVA, M.D.S. Dificuldades no ensino da oralidade em aulas de
Língua inglesa. Revista Fronteira Digital, 2011.
TSUTIYA, A.M. Os desafios da escola pública Paranaense na
perspectiva do professor, 2013.
- 111 -
CAPÍTULO 8
RESUMO
Este artigo tem como objetivo descrever, investigar e compreender
por meio de pesquisa bibliográfica e qualitativa, como se dão os
princípios neurológicos na apreensão da leitura e escrita da língua no
processo de alfabetização infantil e da importância na sequência
didática como seguimento da aprendizagem. A alfabetização consiste
em um exercício cerebral que exige concentração, atenção, memória e
muitas outras atividades neurais, e, por isso, considera-se pertinente à
colaboração da neurociência junto à educação. O cerebelo é
primariamente um centro para o controle do movimento que possui
extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal e que, ao
contrário dos hemisférios cerebrais, cada hemisfério do cerebelo
controla exatamente o mesmo lado do organismo.
Palavras-Chave: Aprendizagem. Educação. Letramento.
Neurociência.
- 112 -
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
______________________________________
- 118 -
TEA, aumentaram o meu desejo de buscar respostas para tantas
inquietações, pois no dia a dia, vivenciamos mais incertezas do que
assertivas nessa caminhada. Neste sentido, encontrar respostas para
esses conflitos não é simples. São bastante amplas as perspectivas, pois
muitos e distintos são os aspectos que necessitam ser pensados,
ressignificados e reformulados, para a efetivação da inclusão, dentro
de uma escola que “não atende às diferenças de aprendizagem dos
alunos sem deficiência.” (COSTA, 2012, p. 94).
Assim, a alfabetização assume um significado de legitimar a
competência linguística e desenvolver a potencialidade criativa
individual e social, indo muito além de um simples processo de
memorização mecânica das palavras, mas como um processo de
criação e recriação. Em outras palavras, a alfabetização, como um
conceito e como uma prática social historicamente vinculada, assume
muitas facetas na sua interpretação devido a seu significado político e
ideológico. Como ideológica, a alfabetização pode ser encarada como
uma construção social que está sempre implícita na organização da
visão de história do presente e do futuro do indivíduo (adulto, jovem
e criança), permitindo que os mesmos participem da compreensão e da
transformação de sua sociedade.
E, como domínio de habilidades específicas e de formas particulares
de conhecimento, a alfabetização torna-se uma precondição de
emancipação social e cultural. Durante muitos anos, Paulo Freire
preocupou-se com a questão dos déficits alarmantes de analfabetismo
de pessoas adultas no País, por entender que se constituíam obstáculos
ao desenvolvimento nacional e da criação de uma mentalidade
democrática. Mesmo num clima de dúvidas, ambiguidades e medos, o
educador foi tomando espaço com ousadia, valentia e tenacidade,
“acreditando nas pessoas, nos sonhos democráticos, num Brasil
melhor com a participação das classes populares”, conforme nos conta
Ana Maria Araújo Freire (2006, p.129). Essa “paixão” o levou a,
- 119 -
juntamente com um grupo de intelectuais, nos anos de 1960,
organizarem trabalhos educativos.
Essas experiências de educação popular de adultos, orientadas por
Paulo Freire e desenvolvidas pelo grupo de intelectuais, buscavam,
principalmente, resgatar a cultura popular (ARAÚJO FREIRE, 2006,
p.129). Neste contexto, Paulo Freire e seus colaboradores começaram a
se perguntar sobre a possibilidade de fazer algo, como um método
dirigido á alfabetização de adultos, que fosse ativo, dialogal, capaz de
criticar o homem através do debate de situações desafiadoras, postas
diante do grupo. Essas situações teriam de ser existenciais para os
alfabetizandos. O menino associava a imagem e a pronúncia de
Nescau, que vira na propaganda da televisão, com a palavra inscrita
num painel de propaganda de rua desse alimento que ele conhecia.
Desse modo, o menino fazia a relação apreendida e aprendida
através da televisão, entre a imagem e o som, e a percepção baseada na
capacidade própria da consciência humana de desvelar a palavra
conhecida, mas escrita em outro contexto. Assim, é partindo do
cotidiano que os sujeitos - crianças e adultos -, ao se conscientizarem e
se alfabetizarem, podem ter a possibilidade de transformar o mundo
decodificando o mundo cotidiano codificado. Foi isso que Paulo Freire
fez na sua compreensão de educação “ao tomar o óbvio do cotidiano
como ponto de partida do sem sentido e sem legitimidade superando-
o, como um inédito-viável possível de concretização no campo do real,
do prudente, do coerente para a vida de milhões de brasileiros e
brasileiros” (ARAÚJO FREIRE, 2006, p. 336).
Nesse sentido, só os seres humanos podem refletir sobre sua
situação vivencial porque “são consciência de si e, assim, consciência
do mundo, porque são um corpo consciente, vivem uma relação
dialética entre os condicionamentos e sua liberdade” (FREIRE, 2005, p.
104). E mais: propõe Freire que tal reflexão se faça como um “encontro
amoroso dos homens que, mediatizados pelo mundo, o pronunciam,
- 120 -
isto é, o transformam, e, transformando-os, o humanizam para a
humanização de todos” (FREIRE, 1992, p. 43). Esse levantamento das
palavras significativas, provindas não só da própria experiência
existencial, mas também de uma reflexão crítica das relações homem,
mundo e homens, é uma das tarefas do educador na etapa inicial da
alfabetização, ao fazer essa Pesquisa do Universo Vocabular, realizada
por meio de uma metodologia conscientizadora que leva os homens a
pensar criticamente seu mundo. Em outras palavras, cabe ao educador
problematizar as visões determinísticas que apresentam a realidade
como dada, assim como questionar um a um os aspectos de existência
do educando, levando-o a posicionar-se como sujeito de sua própria
ação no mundo em que vive.
No entanto, na medida em que os alfabetizandos não conseguirem
captar e compreender a sua realidade vivencial na sua relação com o
todo social, faz-se necessário um desafio ao pensamento: ver o contexto
ver-se no contexto e, ainda, identificar elementos no contexto que o
fazem parte de algo maior. Da mesma forma, ver-se como sujeito que
integra essa relação contexto e todo social, e pode, também,
transformá-la. Buscar compreender como o ser humano aprende a ler
e a escrever foi uma das questões que nos intrigaram, por estar
diretamente influenciando a escolha dos métodos e atividades a serem
desenvolvidas nas turmas de alfabetização com as quais trabalhamos.
Também, por observar que a prática escolar promove uma
ampliação nos significados dos conceitos com os quais os educandos
expressam o seu cotidiano. Assim, começamos a perguntar: por que e
como isso ocorre? Como teóricos das Ciências Humanas podem nos
auxiliar a compreender essas constatações e a dar respostas a essas
perguntas? A mediação, de acordo com as pesquisas de Vigotsky, é um
dos elementos presentes no processo de aprendizado. São através do
aprendizado que são despertados processos internos do indivíduo,
levando o ser humano a se desenvolver plenamente. Assim, outro
- 121 -
sujeito ocupa o papel de mediador entre o educando e o objeto de
conhecimento. De acordo com a abordagem vigotskyana, a leitura e a
escrita não são habilidades inatas, mas práticas culturais que precisam
ser adquiridas em processos de ensino e aprendizagem. São processos
cuja aprendizagem requer, em uma ação, apropriar-se de um produto
cultural que é o sistema de escrita.
Esse conceito alfabetizar pode parecer simples de conceitualizar,
porém, quando analisamos numa perspectiva mais abrangente, onde a
compreensão pelo alfabetizando do que é lido e escrito esteja presente,
percebemos a extensão e a diversidade das habilidades individuais que
estão envolvidas nos processos de ensino e aprendizagem da leitura e
da escrita. Processo esse que leve a uma nova releitura de mundo,
capaz de possibilitar uma transformação constante da realidade rumo
à “humanização dos homens, que rejeita toda forma de manipulação,
na medida em que esta contradiz sua libertação” (FREIRE, 1992, p. 74).
A psicologia como uma ciência comprometida com o ser humano, com
seus problemas e dificuldades no desenvolvimento, deve insistir em
uma educação mais eficiente que permita uma educação para todos e
de qualidade, que garanta uma aprendizagem eficiente para todos os
estudantes e com ela, o pleno desenvolvimento do ser humano.
Fica assim evidente que a atividade de ensino corroborará o
enriquecimento do universo de significações dos indivíduos, devendo
o professor compreender a influência dos conhecimentos científicos,
artísticos e filosóficos na formação do psiquismo. Quando estamos
diante de algo que não conhecemos ou não compreendemos
costumamos dizer que somos “analfabetos”. Nos dias de hoje é muito
comum escutar pessoas dizendo que são “analfabetas digitais”, por
exemplo, referindo-se a inoperância diante dos aparelhos e máquinas
que fazem parte do mundo digital. O ensino de Ciências no âmbito da
escola é de suma importância para o movimento de alfabetização
científica, sendo consenso entre os professores e pesquisadores da área
- 122 -
de educação em Ciência, que uma das principais funções desse ensino
é a “formação do cidadão cientificamente alfabetizado” (KRASILSHIK,
1998, p. 19). Esse cidadão segundo as autoras deve ter a capacidade
além da identificação do vocabulário científico, compreender conceitos
e usá-los no enfrentamento de desafios e na reflexão do seu cotidiano.
Analfabeto é aquele que é privado do alfabeto, a que falta o alfabeto,
ou seja, aquele que não conhece o alfabeto, que não sabe ler e escrever;
analfabetismo é o estado, uma condição, o modo de proceder daquele
que é analfabeto; alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e
escrever; alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar “alfabeto” Tal
motivação dos alunos gerou um ganho cognitivo significativo sobre os
conteúdos trabalhados, ou seja, houve aprendizagem dos conteúdos
conceituais a partir das visitas aos Espaços Não Formais; foram
desenvolvidos conteúdos procedimentais como: observação, registro e
sistematização de informação, que podem ser consolidados caso as
professoras continuem oferecendo outras experiências que exijam esse
tipo de conhecimento; e a partir das visitas houve a possibilidade de
aprendizagem dos conteúdos atitudinais, uma vez que, o contato com
um ambiente natural aliado ao conhecimento sobre a natureza
construído nas aulas pode possibilitar a formação de valores, como o
respeito pela natureza.
_____________
- 123 -
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 124 -
A formação de todo ser humano é sempre um processo que sintetiza
de forma dinâmica um conjunto de elementos produzidos pela
história. Em outras palavras, a singularidade de toda atividade
educativa é sempre uma singularidade histórica e social. Com os
avanços da neurociência foi possível realizar a fundamentação de
outras ciências e das práticas pedagógicas. Compreender como ocorre
a aprendizagem no cérebro humano poderá auxiliar os docentes a
controlar variáveis que favoreçam e desfavoreçam a aprendizagem.
Por mais que se fale na questão do letramento, na compreensão da
leitura num todo, foi possível concluir que a Ciência ou Neurociência,
estudando o cérebro através de imagens, nos mostra que os melhores
métodos de alfabetizar, ainda são os sintéticos, principalmente o fônico
e que o global, como utilizado em muitas escolas, leva a criança pelo
caminho mais longo da compreensão, já que levará mais tempo a
identificar palavras com um mesmo som dentro de textos grandes, e
descobrimos que o cérebro aprende iniciando pela visão, o que ocorre
por pequenas partes.
REFERÊNCIAS
______. Paulo Freire: uma história de vida. 1.ed. Indaituba, SP; Villa
das Letras, 2006.
- 126 -
CAPÍTULO 9
- 127 -
auditório deste Planetário no final do ano. Outra atenção especial que
o Planetário e Casa da Ciência oferece é o atendimento aos estudantes
das escolas de Arapiraca e das cidades circunvizinhas e de outros
estados através do agendamento diário para os três turnos com suas
atividades pedagógicas e digitais. Atividades que passam pelo Cine
Teatro com vídeos sobre Astronomia, uma breve exposição das
galerias científicas no Hall de entrada, continuando na Cúpula
Planetária, assistindo a uma palestra sobre fenômenos astronômicos
vistos na Esfera Celeste do Domo fixo, concluindo este momento com
projeções digitais em boa qualidade de som e imagem numa viagem
espacial, além de contemplarem os painéis e grafismos, elementos
motivadores para registros em fotos e vídeos e a visão panorâmica da
cidade de Arapiraca e do Lago da Perucaba através do Mirante deste
Planetário. Diariamente, esta Casa da Ciência chega a atender até 400
estudantes dentre os níveis fundamental, médio e superior,
aumentando esse número em período que ocorrem fenômenos
pontuais como eclipse, olimpíadas, cursos e encontros científicos com
ênfase em Astronomia. Para os finais de semana, o Planetário e Casa
da Ciência reserva atividades específicas à comunidade em geral,
partindo de palestras e projeção de filmes no Cine Teatro,
acompanhados por sessões astronômicas na Cúpula Planetária e
observações astronômicas com apresentação da Esfera Celeste, das
Constelações e Planetas mostrados com um laser e Sessão de
Observação dos Planetas e da Lua através dos telescópios instalados
no alto do Mirante. Todos os registros das atividades apresentam
valores qualitativos para quem visita o Planetário e Casa da Ciência,
tido como III Centro de apoio às escolas de tempo integral fundado em
2012, resultando em um grandioso índice quantitativo de pessoas em
seu primeiro contato com a Astronomia aumentando ainda mais o seu
conhecimento a cerca da Ciência do Universo.
- 128 -
Palavras-chaves: Atividades Pedagógicas, Olimpíadas, palestras à
Comunidade, Sessões Astronômicas, Projeções Digitais.
- 131 -
objetos observados foram previamente planejados durante as sessões
de palestras utilizando-se de recursos tecnológicos como o Stellarium.
Tomando como referência a frequência e o agendamento para as
atividades de finais de semana, associando estes encontros à presença
do Clube de Astronomia Eclipse, no mês de abril, o planetário
registrou um quantitativo de 110 participantes, desde crianças,
acompanhados com seus pais, adolescentes até adultos de várias
idades. No mês de maio, esse número chegou a 145 visitantes, desde
instituições agendadas até membros da comunidade em geral,
participando da projeção de vídeos no Cine Teatro, da sessão
planetária na cúpula e da sessão de observação da Esfera Celeste no
mirante do Planetário. Nos meses de junho e julho, o planetário foi
palco de três eventos importantes para o nosso projeto de estudo e
divulgação da Astronomia: o XIX Encontro de Astronomia do
Nordeste, que trouxe um público de 120 participantes, a sessão de
observação do Eclipse Lunar Parcial, que participaram cerca de 100
visitantes e o III Seminário de Astronomia e Conhecimentos, que
reuniu os membros do Clube de Astronomia Eclipse atingindo um
público de 30 participantes.
CONCLUSÃO
Dessa forma, pode-se concluir que as atividades relacionadas à
Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica tem colocado o
Planetário em uma posição de destaques na ciência diante do conceito
de educação no Estado de Alagoas, tal como o atendimento aos
estudantes durante a semana e as atividades oferecidas à comunidade
nos finais de semana. Sem dúvida equipe do Planetário de Arapiraca
vêm mudando a rotina de muitas pessoas que fazem desses encontros
uma atração turística de fim de semana, pois o planetário apresenta a
mais linda paisagem vista através do mirante diante do Lago da
Perucaba, do lindo pôr do Sol, das artes de objetos da astronomia em
grafismos nas paredes do prédio e das galerias científicas,
astronômicas e históricas. Desde o resgate do conhecimento em
Astronomia através da abóbada celeste, (A superfície redonda, que dá a
impressão de que as estrelas estão à mesma distância, denominado pelos
antigos estudos, segundo Ronaldo Mourão, 2000) até o aumento na
frequência de visitas periódicas nas sessões divulgadas,
proporcionando o gosto pela ciência dos astros.
- 133 -
Figuras 1,2,3 e 4–Registro dos omentos de observação e sessão na
cúpula planetária.
- 134 -
FONTE: Acervo dos autores
200
150
100
50
0
MANHÃ TARDE
- 136 -
REFERÊNCIAS
AMARAL, Patrícia. O Ensino de Astronomia nas Séries Finais do Ensino
Fundamental: Uma Proposta de Material Didático de Apoio ao Professor.
- 137 -
CAPÍTULO 10
INTRODUÇÃO
- 138 -
Estadual da Assistência Social e Cidadania (SASC). Para detalhamento
do Curso e de seu funcionamento, incluem-se antecedentes históricos;
informações gerais sobre o Programa Primeira Infância no Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) / Programa Criança Feliz (PCF),
além do panorama social e territorial do Estado. O Curso on-line foca
os conceitos de sensibilidade e estimulação, isto é, explora as
potencialidades da sensibilidade cognitiva.
Dentre as Unidades Federativas do Brasil, o Piauí foi selecionado
pelas instituições promotoras do evento para implementar de forma
piloto o Curso, visando posterior replicação em outros Estados,
mediante a celebração do Acordo de Cooperação Técnica n. 37 / 2019,
entre Governo Federal / Ministério da Cidadania e o OISE. Segundo o
Plano de Trabalho estabelecido, o Ministério da Cidadania
responsabilizou-se pelas negociações com o intuito de facilitar a
comunicação com a equipe da Coordenação Estadual para a
implementação do Curso e posterior avaliação. Acrescenta-se que o
projeto de pesquisa foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética da
University of Toronto e, a posteriori, o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, assinado por supervisores e visitadores domiciliares.
- 141 -
seja, envolve várias políticas públicas com a finalidade de prover a
educação integral das crianças no contexto familiar e de vida.
Vê-se, pois, que a atenção integral à criança conquista importância
política e econômica em todo o mundo. Ao longo do século XX, essa
faixa de idade sai do anonimato. Emerge do âmbito doméstico e
familiar. Alcança a esfera do público, do social e do político. Ganha
notória visibilidade mundial. A prova inequívoca é a de que a
Organização das Nações Unidas (ONU), além de proclamar a
Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959, organiza a
Convenção dos Direitos da Criança (1989); leva a cabo a Conferência
Mundial sobre a Criança, em 1990 e assina o documento “Um mundo
para a criança”, ano 2002.
- 142 -
INTERAÇÕES RESPONSIVAS PARA A APRENDIZAGEM:
CURSO DE CAPACITAÇÃO EM SENSIBILIDADE
COGNITIVA NO PIAUÍ
- 144 -
Os conteúdos de aula e os “deveres de casa” abrangiam atividades
múltiplas. Exemplificando: ouvir palestras; assistir vídeos de
interações responsivas para aprendizagem com respectivas
explicações; discutir e classificar as interações mãe x criança; ler
materiais impressos; responder a questionamentos sobre sensibilidade
cognitiva, prática de ensino e instrução ou orientação. Para possibilitar
o processo em tempo ágil, lançou-se mão de um grupo via aplicativo
WhatsApp, o qual favorece a comunicação quase em tempo real com
os envolvidos da turma de intervenção. As sessões interativas, por sua
vez, aconteceram a cada 15 dias através de plataforma de
videoconferências on-line, com estudo dos diferentes módulos
sequenciais, haja vista que as sessões on-line foram gravadas sempre
em vídeos. Posteriormente, ocorreu a resolução de atividades finais via
Plataforma Quercus, e, então, para finalizar, a avaliação das atividades
do Curso sob encargo dos partícipes.
Acrescenta-se, também, outra interessante vertente do Curso, qual
seja, a elaboração de insumos úteis às equipes técnicas do PCF, quando
da sistematização de orientações para as famílias sobre como
estabelecer interações mais responsivas para a aprendizagem.
- 145 -
Tabela 1 – Participantes do “Curso de Interações Responsivas para a
Aprendizagem”, Teresina – Piauí, 2019
N. de participantes 91 90 181
N. de municípios 26 28 54
Idade dos
participantes
< 20 anos 1 1 2
20 - 29 anos 26 34 60
30 - 39 anos 45 34 79
+ 40 anos 18 22 40
ITEM %
Questionários 81
Tarefas on-line 70
Sessões interativas 89
- 148 -
Tabela 3 – Resultados preliminares do “Curso de Interações
Responsivas para a Aprendizagem”: nível de satisfação, Teresina –
Piauí, 2019 (N = 91)
ITEM
- 149 -
COMO AS SESSÕES ON-LINE FORAM REALIZADAS %
Sozinho 1
Sozinho ou em grupo 46
Em grupo 53
Concordo plenamente 79
Concordo 21
Discordo 0
- 150 -
ITEM
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
- 153 -
PIAUÍ. Procuradoria Geral do Estado do Piauí. Decreto n. 17.060, de
20 de março de 2017. Institui o Comitê Estadual Gestor do Programa
Criança Feliz do Piauí. Disponível em: http://www.pge.pi.gov.br.
Acesso em 12 abr. 2021.
- 154 -
CAPÍTULO 11
RESUMO
A astronomia é considerada uma das mais importantes ciências da
humanidade, e a primeira a ser desenvolvida na história, entretanto,
no Brasil, ainda é escasso o ensino desta ciência no âmbito escolar, e
conceitos básicos desta ciência milenar ainda está distante do cotidiano
das pessoas. Visando diminuir essa lacuna, este artigo tem como
propósito apresentar uma experiência pioneiro de ensino de
Astronomia, através da primeira disciplina eletiva de Astronomia
dentro da parte diversificada na Escola Cidadã Integral Técnica
Melquíades Vilar, em Taperoá, estado da Paraíba. Abordou-se,
durante um semestre, conceitos introdutórios da Astronomia, bem
como disciplinas derivadas, tais como Astrofísica, Astrobiologia,
Cosmologia, História da Astronomia, bem como conceitos básicos de
Astronáutica. No decorrer da disciplina, além das aulas teóricas, foram
realizados experimentos de mediação de distâncias de planetas,
construção de maquetes, observações com telescópio e lançamentos de
foguetes caseiros. Ao final do projeto, foram alcançados tanto
resultados de melhoria na aprendizagem dos alunos nas disciplinas da
22Graduado em Física pela UEPB. Mestre em Física com ênfase em Cosmologia pela UFCG.
Fundador do Clube de Astronomia Mistérios do Universo. Sócio da Associação Paraibana de
Astronomia (APA). Membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). E-mail
felipe.costa1@professor.pb.edu.br.
- 155 -
área de Ciências da Natureza e Matemática, da BNCC, ligadas à
Astronomia e Astronáutica (Física, Química, Matemática, Biologia),
tanto no interesse geral pela disciplina, apresentando, por fim,
resultados pedagógicos positivos. O projeto também ajudou na
popularização da Astronomia e Astronáutica na comunidade local,
através da divulgação contínua das ações do projeto nas redes sociais,
aulas de campo e experimentos ao ar livre.
Palavras-chave: Ensino de Astronomia. Astronomia. Popularização
da Ciência. Divulgação Científica.
INTRODUÇÃO
- 156 -
controlando pela primeira vez a natureza à sua volta, dando um passo
decisivo na sua escalada evolutiva. Tal momento – chamado de
revolução agrícola ou revolução neolítica - marcou a transição do
nomadismo para o sedentarismo e ocorreu por volta de 10.000 a.C.,
também evidenciou o momento em que o homem usou pela primeira
vez o céu como um calendário confiável para realizar e organizar suas
atividades práticas diárias (BRONOWSKY, 1979).
Todo o conhecimento astronômico, acumulado através das
gerações humanas, é atualmente contemplado e aplicado nos mais
diversos campos tecnológicos e científicos. Nos dias atuais, a
astronomia, como ciência investigativa, assim como seus diversos
campos de estudo derivados, procura estudar os corpos celestes,
entender como funciona o Universo, investigar a origem da vida na
Terra e em outros planetas, estudar a composição dos corpos celestes,
além de ser capaz de prever possíveis catástrofes planetárias
astronômicas (meteoros, asteroides, tempestades solares). Ademais, o
desenvolvimento da astronáutica – uma das muitas ciências derivadas
da astronomia e que se dedica à exploração do Universo para além da
atmosfera terrestre – já proporcionou e ainda proporciona avanços na
tecnologia, refletindo diretamente no cotidiano da civilização humana.
Sinal de TV e celular, GPS, sondas espaciais, avanços na medicina
(ressonância magnética, tomografia computadorizada, marcapassos,
angioplastia a laser, biópsias, entre outras) são alguns dos exemplos
das inovações tecnológicas que possuem retorno a curto ou longo
prazo para a sociedade, que foram possíveis graças à astronomia e
astronáutica.
Diante do exposto, é inquestionável a importância do estudo da
astronomia na sociedade, entretanto, o ensino de astronomia ainda é
escasso no âmbito educacional. Na educação básica, alguns conceitos
de astronomia passaram a ser aplicados no ensino básico, fazendo
parte dos conteúdos didáticos das componentes curriculares de
- 157 -
Geografia e Ciências (no Ensino Fundamental), e no estudo de
gravitação, Leis de Newton, Leis de Kepler e Física Moderna, dentro
da componente curricular de Física (no Ensino Médio). Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1999), que foram substituídos
pela atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018),
bem como as ações da Olimpíada Brasileira de Astronomia e
Astronáutica (OBA) colocam em pauta a observação celeste como
prática didática desde 1998, todavia, os conceitos básicos de
astronomia nem sempre são trabalhados e considerados, o que reflete
diretamente na prática dos docentes, que na maioria das vezes não
estão preparados para abordar o tema em sala de aula (LANGHI &
NARDI, 2014). Esta escassez é refletida também na falta de material
didático necessário e adequado para a prática pedagógica do ensino de
astronomia e em erros conceituais nos livros didáticos, o que leva a
expandir o problema dentro do ambiente escolar (LANGHI & NARDI,
2009).
Diante desta problemática, a disciplina eletiva de Astronomia
intitulada Uma Viagem ao Espaço foi executada com educandos da
Escola Cidadã Integral Melquíades Vilar, durante o ano letivo de 2018,
no município de Taperoá-PB, e visou apresentar uma proposta de
ensino de astronomia, através de uma abordagem interdisciplinar.
Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia, fala que a
interdisciplinaridade é o processo metodológico de construção do
conhecimento pelo sujeito com base em sua relação com o contexto,
com a realidade, com sua cultura. Segundo ele, a expressão
interdisciplinaridade é a caracterização de dois movimentos dialéticos:
a problematização da situação, pela qual se desvela a realidade, e a
sistematização dos conhecimentos de forma integrada (FREIRE, 1996).
Assim, o projeto visou uma abordagem contextualizada dos conteúdos
por meio de uma abordagem interdisciplinar, mostrando que a
- 158 -
astronomia está presente nas relações humanas e sua importância é
vivenciada até os dias de hoje.
O projeto de disciplina eletiva fundamentou-se em apresentar
conteúdos teóricos e básicos de Astronomia – e os campos de estudo
derivados, como a Astrofísica, Astroquímica, Astrobiologia,
Cosmologia e História da Astronomia – assim como apresentar
atividades práticas e observacionais ligadas ao tema, associando-os aos
conteúdos programáticos dentro da componente curricular de Física
no Ensino Médio, além de abordar direta e indiretamente disciplinas
relacionadas à astronomia, a saber, Química, Matemática, História,
Geografia e Biologia.
Para a execução do projeto da disciplina, foram utilizados diversos
recursos didáticos, tais como vídeos (documentários científicos,
simulações astronômicas, tutoriais e filmes), livros, amostras de óxidos
de meteoritos, miniaturas e maquetes de foguetes e telescópios que
foram produzidos pelos próprios alunos, pôsteres de astronomia, um
globo terrestre e um simulador de eclipses. Além disso, foi utilizado
um telescópio para observação de manchas solares no pátio da escola,
evidenciando, por sua vez, a importância do caráter experimental no
ensino de ciências. Segundo os PCNs (1998), ensinar ciências é
observar, levantar hipóteses, experimentar e confrontar ideias. Já a
BNCC (2014) ainda ressalta que o ensino de ciências deve proporcionar
ao aluno a capacidade de investigação seguindo o método científico:
observar o mundo, analisar problemas, propor hipóteses, planejar com
antecedência o ambiente de experimentação, desenvolver material
para ser utilizado na análise, criar modelos e organizar conclusões.
[...] o processo investigativo deve ser entendido
como elemento central na formação dos estudantes,
em um sentido mais amplo, e cujo desenvolvimento
deve ser atrelado a situações didáticas planejadas ao
longo de toda a educação básica, de modo a
possibilitar aos alunos revisitar de forma reflexiva
- 159 -
seus conhecimentos e sua compreensão acerca do
mundo em que vivem (BNCC, p. 324).
DESENVOLVIMENTO
- 160 -
Figura 1– Exibição do episódio 1 da série Cosmos, de 1980, um dos mais
formidáveis exemplos de projetos de divulgação científica
audiovisual.
- 161 -
Figura 2– Utilizando um filtro de segurança, os alunos aprenderam
como funciona o telescópio refrator e puderam observar as manchas
solares. A ação ocorreu no pátio da escola.
- 162 -
Figura 3– À esquerda: foguete montado pelos alunos da disciplina de
Astronomia, utilizando materiais simples como garrafas pet. À direta,
momento exato em que o foguete abandona a plataforma, com um
lançamento bem-sucedido.
- 163 -
Figura 3– Momento da culminância do projeto, onde foi exibido todo
o material produzido durante a disciplina, bem como todos os recursos
didáticos utilizados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
- 166 -
REFERÊNCIAS
- 167 -
CAPÍTULO 12
INTRODUÇÃO
- 168 -
A educação empreendedora é apontada como uma das formas mais
eficientes de se criar e divulgar a cultura empreendedora e a formação
de novos empreendedores (ROCHA; FREITAS, 2014). No entanto, a
educação, tradicionalmente, é delimitada pela execução de um
processo formal e engessado, que cumpre exigências curriculares e
demandas específicas com objetivo único de auxiliar indivíduos no
processo de construção de saberes, o que comumente é praticado nas
escolas, universidades e demais instituições de ensino (LOPES, 2010).
Na última década o interesse pela educação e aprendizagem
empreendedora cresceu exponencialmente e isto está relacionado a
diversos motivos. Um exemplo é a constatação de que a educação
empreendedora contribui para que novas empresas surjam e,
consequentemente, para a inovação nas organizações e o surgimento
de novas vagas de emprego (GUERRA; GRAZZOTIN, 2010; LIMA et
al., 2015; LANERO et al., 2011). Esta expansão possui a capacidade de
estimular a inovação e o engajamento de diferentes formas de
pensamento acerca do empreendedorismo e como ele influencia essa
evolução, possibilitando a inovação do conhecimento, sua criação e
disseminação, encontrando nas instituições de ensino superior um
ambiente ideal no qual a cultura empreendedora pode ser criada
(SCHAEFER; MINELLO, 2016).
Dolabela (2008) nos diz que para que o desenvolvimento e
disseminação do empreendedorismo sejam alcançados, estes
resultados devem dar-se por meio das universidades, uma vez que
possuem uma maior “força de propagação e porque tem o poder de
‘oficializar’ o empreendedorismo como um conteúdo de
conhecimento” (DOLABELA, 2008, p. 45).
Quanto a diferença entre a formação tradicional e a empreendedora,
Dolabela (2008) afirma que a educação empreendedora desperta
formas inovadoras de relacionamento e do aprendizado. O autor
acredita que para ser empreendedor não basta apenas acumular
- 169 -
conhecimentos, mas também se faz necessário assimilar e desenvolver
valores, comportamentos, atitudes e diferentes maneiras de perceber a
si mesmo e o mundo ao redor, a fim de perseverar, convivendo com a
incerteza, além de inovar e correr riscos.
Melhorar a sociedade através da educação é uma preocupação e
ideia recorrente entre os educadores, entretanto isto não quer dizer que
há uma preocupação em preparar empreendedores capazes de criar
novos empreendimentos (LOPES, 2010). Logo, entende-se que discutir
a educação empreendedora se faz necessário, sobretudo ao
considerarmos os rumos do mercado de trabalho e o modo como os
jovens de hoje vislumbram o futuro num mundo onde a tecnologia
avança e ocupa postos de trabalhos cada vez mais rapidamente.
- 170 -
desenvolvidas nos estudantes, tampouco nas discussões filosóficas de
profissionais da educação. Conforme a referida autora:
Foi dentro das faculdades de administração que se
desenvolveu, e é lá também que são elaboradas as
pesquisas sobre os empreendedores. No entanto, há receio
por parte dos professores de administração ao tratar do
tema, talvez porque existam significativas diferenças entre
formar um administrador e formar um empreendedor
(LOPES, 2010, p. 6).
- 174 -
Nesse processo o foco está na experiência do mundo real por meio
de uma aprendizagem verdadeira, que é caracterizada por atividades
voltadas para a reflexão e as ações dos estudantes, o que leva há um
maior desenvolvimento de habilidades empreendedoras e para um
possível desempenho empresarial que pode beneficiar toda uma
sociedade (KASSEAN et al., 2015).
A educação empreendedora tem como dever o de proporcionar aos
alunos o correto entendimento sobre o processo de empreender, as
habilidades necessárias para ser um empreendedor, as análises e
constatação de oportunidades, além da constatação de fontes de
obtenção de financiamento para o seu empreendimento, é o que
evidencia Dornelas (2015).
Da mesma forma Saes e Pita (2007), Bagheri e Pihie (2009) e Elmuti
et al. (2012) enfatizam que esta forma de ensino tem como objetivo a
preparação de empreendedores com competências, conhecimentos e
habilidades necessários para enfrentar os percalços da abertura,
expansão e crescimento de negócios em diversos panoramas do
mercado.
Em relação às habilidades necessárias ao decorrer do processo de
aprendizagem, entende-se que os estudantes devem desenvolver
algumas habilidades como: habilidades técnicas como saber escrever,
liderar, ouvir e desenvolver um bom trabalho em equipe; habilidades
gerenciais que envolvem o marketing, produção, finanças e outros
conteúdos envolvidos na criação, desenvolvimento e gestão de uma
empresa nova; bem como características pessoais próprias como
persistência, disciplina, capacidade de inovação e disposição para
mudanças e para assumir riscos (Dornelas, 2015).
Conforme Guimarães (2002), para o efetivo desenvolvimento destas
habilidades as metodologias de ensino devem ser orientadas a ações
baseadas no caráter da vivência e da experiência. A participação dos
alunos deve ser priorizado nas aulas a fim de desafiá-los por meio de
- 175 -
trabalhos na prática, possibilitando o contato com pessoas que são, de
fato, empreendedoras. Neste mesmo sentido Cheung e Au (2010)
enfatizam que na educação empreendedora as aulas não devem ser
centradas na didática, mas devem permitir a experiência dos alunos
com a realidade através do contato com empreendedores reais.
Na educação empreendedora ensinar deve ir além de simplesmente
repassar conhecimentos e informações, como ocorre no ensino
convencional (SAES; PITA, 2007). Segundo Dolabela (2008) neste tipo
de educação a teoria é tomada sob uma perspectiva diferente, por meio
da aplicação, na prática, da realidade, tomando as características da
economia e do mercado local como um privilégio. Para Yusoff et al.
(2015) este processo de aprendizagem deve mesclar aulas teóricas e
atividades na prática, preferencialmente fora do ambiente escolar,
possibilitando um significativo impacto e uma enriquecedora
experiência para os alunos.
Dessa forma, entende-se que o ensino deve estimular a criatividade
e a inovação por parte dos alunos por meio da interação de atividades
práticas e da reflexão, através das quais eles desenvolvem habilidades
de análise social, de inovação e de liderança (ELMUTI et al., 2012). Este
ensino tem a necessidade de ser mais envolvente e nele os alunos
devem aplicar os conceitos, fazer a resolução de problemas e a tomada
de decisões para as situações reais, e não somente terem contato com a
teoria vista em sala de aula (HAWTREY, 2007). Para Guimarães (2002),
assim, poderiam se tornar protagonistas deste processo de
aprendizagem, tornando-se capazes de definir e fazer o gerenciamento
de uma empresa além de comandar, de forma independente, o seu
destino profissional.
Para além disso os papéis de aluno e professor são invertidos, sendo
o aluno o agente que gera um conhecimento individualizado e que
pode transmiti-lo aos seus colegas de classe. Segundo Dolabella (2008),
neste caso, o professor se torna responsável somente pela condução do
- 176 -
processo de autoaprendizagem. Para que isto ocorra com mais
eficiência, Kuratko (2005) e Gerba (2012) ressaltam que os professores
têm como dever tornarem-se mais competentes quanto ao uso das
tecnologias educacionais, bem como na expansão dos seus
conhecimentos para que possam integrar abordagens e técnicas
inovadoras em sala de aula durante a educação empreendedora e seu
ensino. Assim, o professor passa a ser um facilitador deste processo de
aprendizagem e se torna responsável pela orientação, coordenação e,
principalmente, pelo apoio aos alunos rumo ao controle da situação
que é vivenciada (NIELSEN; STOVANG, 2015; RAHMAN; DAY, 2015;
SEIKKULA-LEINO et al., 2015).
Conforme Vieira et al. (2013), as práticas pedagógicas mais
empregadas para o ensino de empreendedorismo em mais de 100
instituições de ensino superior são: estudos de casos, aulas expositivas
e trabalhos em grupo. É importante salientar que as aulas expositivas,
como fora mencionado anteriormente, não pode ser a única prática
pedagógica empregada, pois isto pode acarretar num
comprometimento da distinção entre educação empreendedora e
educação tradicional, conforme realizado por Dolabella (2008).
A maior parte dos participantes do estudo realizado por Vieira et
al. (2013) consideraram a disciplina de empreendedorismo como
fundamental no curso de graduação em administração, pois
consideraram que as características individuais que são necessárias ao
empreendedor podem ser transmitidas através do ensino e que,
tratando-se da educação empreendedora, não há disciplina que seja
mais importante. No estudo, teve-se como objetivo a identificação da
forma como o ensino de empreendedorismo ocorre como atividade
que integra os projetos pedagógicos de cursos de graduação em
administração em instituições de ensino superior brasileiras.
Em estudo realizado por Rocha e Freitas (2014), constatou-se que o
perfil empreendedor dos alunos que passaram por um processo de
- 177 -
educação empreendedora demonstrou alterar ações quando
comparado com estudantes que não passaram por este processo e estas
alterações foram verificadas nas dimensões da autorrealização,
planejador, assume riscos e inovador. O objetivo, neste caso, foi
mensurar a aprendizagem do ensino de empreendedorismo em mais
de 400 estudantes incluídos e não incluídos no processo de educação
empreendedora no curso de administração de uma instituição de
ensino superior no estado do Ceará. Para tanto, utilizou-se como
métricas de avaliação do perfil empreendedor as seguintes dimensões:
assumir riscos, planejador, inovador, autorrealização e líder e sociável,
conforme desenvolvido por Schmidt e Bohnenberger (2009).
Os resultados obtidos pelo levantamento mundial sobre o espírito
empreendedor dos universitários Global University Entrepreneurial
Spirit Students’ Survey no contexto dos universitários brasileiros
(GUESSS Brasil) foram comparados por Vieira et al. (2014). Este
levantamento ocorreu junto a mais de 250 alunos paranaenses do curso
de administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Vieira
et al. (2014) conseguiram constatar que estes estudantes apresentaram
características empreendedoras significativas, sobretudo no que tange
as ações de possibilidades e atividades de apoio, há exemplo de
coaching e mentoria, que são atividades de apoio do
empreendedorismo, além do que diz respeito ao acesso a
financiamento.
Também ao recorrer ao Global University Entrepreneurial Spirit
Students’ Survey no contexto dos universitários brasileiros (GUESSS),
Lima et al. (2015), com o objetivo de identificar maneiras de melhorar
a educação empreendedora de mais de 12 mil alunos de 37 instituições
de ensino superior brasileiras, que demonstravam interesse no
gerenciamento do próprio negócio, constataram que o nível de
autoeficácia e a intenção de empreender não se relacionam com as
disciplinas de empreendedorismo realizadas por eles. No entanto,
- 178 -
constatou-se uma relação positiva entre a demanda por educação
empreendedora e a intenção empreendedora, que os autores
destacaram como sendo algo que pode ser usufruído como um
facilitador do aperfeiçoamento deste tipo de educação no país.
Também, foi constatada a necessidade de melhoria da educação
empreendedora no Brasil, enfatizando-se como é essencial a busca por
uma qualidade mais alta, com ênfase na realização de atividades
práticas e no contato com empreendedores reais. Além disso, levanta-
se a relevância dos centros de empreendedorismo nas faculdades e
universidades, que têm responsabilidade de promover ambientes que
propiciam a aprendizagem e o desenvolvimento do
empreendedorismo com diversos tipos de atividades expositivas e a
criação de redes de relacionamento.
Diante dos resultados dos diferentes estudos, entende-se que a
educação empreendedora se caracteriza por um processo no qual estão
envolvidos conhecimentos, atitudes, habilidades e qualidades de
diversas disciplinas, o que é bastante diferente do ensino de uma teoria
(LOPES, 2010). Por essa razão, deve-se tornar possível a expansão de
novos meios de ensino que possibilitem o despertar da inovação e de
uma maior criatividade dos alunos, por meio de práticas pedagógicas
que sejam apropriadas para esta abordagem. Logo, a adequação de
práticas e conteúdos no ensino deve ser realizada para que estes se
tornem mais apropriados para o alcance dos objetivos propostos,
utilizando-se de diferentes métodos de aprendizagem que vão além do
ensino tradicional (HENRIQUE; CUNHA, 2008).
Esta adequação, no entanto, ainda possui relação estreita com a
forma como a educação empreendedora é vista e se é valorizada,
sobretudo nos cursos de administração que, como visto, são os
principais cursos de graduação nos quais as disciplinas de
empreendedorismo estão alocadas. Nesse sentido, Lopes (2010)
explica que:
- 179 -
[...] apesar de a educação empreendedora ser um assunto
em processo de valorização, as resistências internas, a falta
de uma cultura empreendedora e a pouca disposição em
discuti-la de maneira mais ampla, atingindo não uma
disciplina, mas todo o currículo universitário, ainda
bloqueiam os principais efeitos positivos que dela podem
advir (LOPES, 2010, p. 12).
- 180 -
CONCLUSÃO
- 181 -
REFERÊNCIAS
- 182 -
FAYOLLE, A.; GAILLY, B.; LASSAS-CLERC, N. Assessing the impact
of entrepreneurship education programmes: a new methodology.
Journal of European Industrial Training, v. 30, n. 9, p. 701-720. 2006.
- 183 -
KASSEAN, H.; VANEVENHOVEN, J.; LIGUORI, E.; WINKEL, D. E.
Entrepreneurship education: a need for reflection, real-world
experience and action. International Journal of Entrepreneurial
Behaviour & Research, v. 21, n. 5, p. 690-708. 2015.
LIMA, E.; LOPES, R. M. A.; NASSIF, V. M. J.; SILVA, D. Ser seu Próprio
Patrão? Aperfeiçoando-se a educação superior em empreendedorismo.
RAC, v. 19, n. 4, art. 1, p. 419-439, Jul/Ago. Rio de Janeiro, 2015.
CAPÍTULO 13
- 187 -
PLANETÁRIO DE ARAPIRACA: A IMPORTÂNCIA DA
IMPLANTAÇÃO DE SESSÕES OBSERVACIONAIS NO PERÍODO
NOTURNO COMO ATIVIDADES DE PESQUISA EM
ASTRONOMIA.
Resumo
profedsonmsc@outlook.com.
26 Planetário e casa da Ciência, Biologia / Arapiraca-AL, livia.al@hotmail.com.
27 Planetário e casa da Ciência, Geografia / Arapiraca-AL, aldosanttos.al@gmail.com.
- 188 -
participar das atividades das observações astronômicas
acompanhados pelos recursos do laser verde, com melhor
identificação dos objetos celestes e instrumentos como lunetas e
pequenos telescópios para facilitar a visão dos planetas e aglomerados
encontrados. O resultado deste trabalho é detectado pelo aumento
pessoas da comunidade que procuram o planetário e os grupos de
estudos astronômicos a fim de esclarecer suas dúvidas e curiosidades
sobre os conhecimentos da Astronomia e do contexto do Universo.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIAS
- 190 -
IV- Por fim, são instalados lunetas e telescópios para a observação
dos planetas e das nebulosas mais próximas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
- 191 -
recursos, pode-se contar com o auxílio de instrumentos astronômicos
de observação como lunetas, telescópios e laser, facilitando assim, a
localização e a melhor visualização dos objetos e astros celestes.
RESULTADOS
CONCLUSÃO
- 193 -
Figura 1,2,3 e 4– Registro das Atividades
- 194 -
FONTE: Acervo do autor
- 195 -
REFERÊNCIAS
- 196 -
CAPÍTULO 14
RESUMO
INTRODUÇÃO
1- O que é planejamento?
Diante desse contexto, KENSKI, 1995 cita que planejar exige uma
serie de tomadas de decisões que envolve todo processo educativo.
Considerando como a primeira das funções da equipe pedagógica, o
planejamento:
- 202 -
• Indica e seleciona objetivos;
• Analisa recursos e possibilidades;
• Define e prioriza tarefas;
• Estimula tempo e investimentos;
• Provoca modificações em pessoa, tecnologias e
sistemas.
2. Planejamento participativo
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todo o processo educativo está ligado ao contexto social e sua
realidade.
Para a escola ter êxito com a implementação do planejamento
participativo, há um requisito essencial que auxilia no funcionamento
de forma eficaz, assim é fundamental que todos os envolvidos saibam
da realidade interna escolar.
De acordo com a etimologia da palavra, participação organizasse
em latim “participatio” que significa ter parte na ação. Essa ação traz
uma série de benefícios para a escola, como uma aprendizagem com
foco em valores, tais como a cidadania e a contextualização social. Por
tanto, a democracia é a palavra chave no planejamento participativo
escolar é um modelo elaborado administrativo em que a coletividade
influencia a tomada de decisões.
Para ser elaborado, o planejamento participativo faz- se necessário
que todos os integrantes da comunidade escolar apresentam em pautas
e votar sobre elas observando uma ordem dar prioridades e
necessidades da escola, é importante que todos votem (diretor,
professor, aluno e funcionários) visando o avanço escolar.
Contudo é importante que todos estejam conscientes da realidade
da instituição para a elaboração do planejamento participativo, que
por sua vez oferece as seguintes vantagens:
• Construção de uma cultura de planejamento coletivo;
• Fortalecimento das práticas;
• Distribuição horizontal do poder da decisão;
3. Planejamento estratégico
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para que a escola possa aproveitar positivamente as oportunidades do
seu ambiente.
ARGUIN (2000) define o planejamento estratégico como:
4. Planejamento e avaliação
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Sob a ótica de SANT’ ANNA avaliação é:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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ARGUIN, G. O planejamento no meio universitário, tradução de
Valdemar Cadó. Brasilia: Conselho de Reitores das Universidades
brasileiras.1988.
SANT’ ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar?: como avaliar?: critérios
e instrumentos. 3º Edição, Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
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CAPÍTULO 15
RESUMO
____________
- 210 -
promover com prática mediadora do trabalho pedagógico, buscar
mecanismo de novas mudanças, as novas perspectivas educacionais.
A gestão democrática faz parte da luta dos educadores, por
uma educação publica de qualidade para todos,segundo GADOTTI
(2001) de nada adiantaria uma lei de gestão democrática do ensino
publico que concede autonomia pedagógica, administrativa e
financeira ás escolas, se o gestor, professores, alunos e demais autores
do processo desconhecem o significado político da autonomia. Para
autor não é uma da vida mais sim uma construção continua, individual
e coletiva. Nesta perspectiva, efetiva uma gestão democrática implica
a participação de todo o segmento da comunidade escolar levando á
construção de espaços dinâmicos, marcados pela diversidade e pelos
distintos modos de compreender a escola.
Mesmo com tantos desafios devemos nos respaldar no
pressuposto de que toda e qualquer mudança, requer uma
compreensão critica e reflexiva principalmente nas discussões de
debate pedagógicos que norteiam a democratização da gestão escolar,
primeiro porque perpassas todos os aspectos da pratica pedagógica;
segundo porque exige abertura dos envolvidos no processo com
vontade política de mudar; e terceiro, porque os meios para concretizar
as aspirações devem esta em consonância com o contexto histórico.
A força motivadora da implantação de novas formas de ação e
desempenho da gestão deve ser entendida por todos os sujeitos
envolvidos no processo educacional, através de uma equipe e
comunidade, eficaz, e consciente e centrado no trabalho coletivo e
interativo por todos.
Sabe-se que a educação sempre foi à forma árdua utilizada pelo
homem para passar e repassar os conhecimentos por ele adquiridos e
preparar as novas gerações. O caminho em busca da gestão
democrática, no sentido de enfrentar conflitos e obstáculo dentro das
variáveis externas. No entanto com a evolução dos alunos, obrigando-
nos a desenvolver metas e ações para superar todos os obstáculos, criar
condições e situações favoráveis para todos e o papel fundamental da
escola e dependem da atuação dos alimentos que ocupa as diversas
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posições no sentido muito importante para seu papel de líder,
coordenador professor e gestor da política da função social da escola.
Assim, o estudo proposto possibilita compreender as ações e os
desafios na busca da gestão democrática na escola pública,
principalmente no contexto em que vivemos, onde a escola acaba se
distanciando do sentido real da democracia.
De acordo com PARO (2006, p.25), “Nãopode haver
democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-la.
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ou participativas. Portanto será esse motivo, acreditando em um
crescente trancamento entre a dimensão social e subjetiva, na
construção das regras do jogo democrático e no exercício das práticas
administrativas. Principalmente, porque já não se concebe mais a
democracia como um produto acabado, mas como um processo em
permanente construção, historicamente definido.Saviani coloca que: "o
significado mais poderoso da democracia não é formado pela capciosa
retórica política, mas nos detalhes da vida cotidiana". Isso significa
levar a sério as realidades do desenvolvimento do currículo, do ensino,
da avaliação e da vida dos estudantes e dos professores que precisam
participar,cooperar para que as escolas realmente funcionem. Dizer
que as pessoas estão comprometidas com estas questões pode parecer
uma reafirmação do óbvio, mas é necessário cultivar este compromisso
e desenvolver essa cultura do nóspara que se possa, efetivamente,
construir uma gestão democrática na escola.
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(...) Não importa o tanto que o indivíduo seja livre
politicamente se não o é socialmente. Por baixo da falta de liberdade
como sujeição, existe uma falta de liberdade mais fundamental, mais
radical e objetiva,
A falta de liberdade como submissão ao aparato produtivo e
ideológico, que conduz não só a mercado do trabalho e da vida
humana, como de todas as ações realizadas pelos cidadãos e cidadãs.
A consciência da necessidade de superar estes fatores de exclusão e
discriminação social possibilitará a assunção do compromisso de
enquanto gestores da educação, competentemente construir um
mundo mais humano e feliz para todos.
A gestão da educação é responsável por garantir a qualidade
da educação, entendida como "processo de mediação no seio da prática
social global6", por se constituir em um mecanismo de humanização
do ser humano e a formação humana de cidadãos, ultrapassando
formas estritamente racionais, técnicas e mecânicas que a
caracterizaram durante muitos anos.
Um fato importante colocada em relação à construção e ao
aprofundamento da cidadania num país como o Brasil, está em como
controlar o poder de um Estado
que foi formado nessa perspectiva? A democracia que adjetiva a gestão
do ensino público como princípio constitucional não existe sem uma
sociedade nacional.
A democracia é liberdade de pensar, para produzir a unidade
de ação consentida e partilhada. A democracia só vai se realizar pela
educação quando essa for compreendida como o processo de aprender
a pensar, tornando-se capaz de partilhar a vida em comum e de dar a
si e a essa vida comum a sua contribuição necessária e única.
Calazans nos diz que para planejamos outra educação
precisamos conhecer o passado, as formas de constrangimento e de
coerção que atingem, aponta com o .ponto de partida e de chagada a
democratização. Da escola pública.
GESTÃO EDUCACIONALE SEUS ELEMENTOS ESSENCIAIS.
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A gestão da educação pode ser entendida como um dos agentes
responsáveis por garantira qualidade da educação. Ultrapassando as
formas estritamente racionais, técnicas e mecânicas que a
caracterizaram durante muitos anos. Uma vez que o termo “gestão” e
“gestores” vêm das áreas de conhecimento tidas como “exatas” e
passou a ser adotado na educação como alternativa de superação:
De uma crise geral do modelo de organização e administração
que esteve na origem do sistema público nacional de ensino. A
tentativa de superação desta crise tem levado a adoção de diferentes
medidas de caráter político, administrativo e pedagógico de que
sobressai a gestão local da educação, que inclui não só a
descentralização municipal e o reforço da autonomia das escolas.
Reafirma-se que a gestão é uma prática social e política e, por
isso, contraditória e
parcial, podendo gerar formas autoritárias ou participativas,
dependendo dos sujeitos envolvidos no processo.
Sempre existiram no Brasil, experiências isoladas de gestão
colegiada de escolas, mas sem repercussão sobre o sistema de ensino.
Vinculadas a iniciativas isoladas de alguns educadores, logo eram
interrompidas quando estes deixavam a escola. A partir dos anos 1970,
em pleno regime militar, surgiram muitas escolas alternativas que
buscavam autonomia institucional diante da burocracia e controle
estatal. Algumas delas se organizaram como cooperativas outras como
comunitárias e outras ainda como cooperativas e comunitárias. Todas
representavam alguma forma de alternativa e resistência da sociedade
civil à burocracia do sistema de ensino oficial precário e ineficiente.
Uma reversão dessa tendência conservadora ocorreu em 1988,
quando o Brasil promulgou uma nova constituição na qual instituiu
explicitamente a "democracia participativa e a possibilidade de o povo
exercer o poder diretamente". No que se refere à educação, a
Constituição estabeleceu como princípios básicos o
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a gestão democrática da
escola pública" (Art. 206).
Como observa Gadotti³, "estes princípios podem ser
considerados como fundamentos constitucionais da autonomia da
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escola" (p.97). Na trilha da Constituição Federal, as Constituições
Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios (umas mais, outras
menos explicitamente) ratificaram o princípio da gestão democrática
da escola pública e muitos governos estaduais e municipais criaram
conselhos escolares e implantaram a política de eleição de diretores de
escolas. Nessa mesma linha de princípios, o projeto de LDB que, desde
1989 se encontrava no Congresso, também endossou estas diretrizes e
buscou explicitá-las um pouco mais.
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interesses que precisam ser expressos para os administradores. Ao fim
ao cabo, a participação poderá promover
a eficiência, aumentar a produtividade e alcançar os objetivos da
organização porque poderá despertar o compromisso com a
comunidade.
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públicas na trama conturbada das atuais relações econômicas, políticas
e sociais globais.
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processo educacional. A orientação e apoio ao professor, no sentido de
que esteja cada vez melhor preparado ao desempenho de suas funções,
são vitais.
SILVA JUNIOR, (1993), salienta que:
MATERIAIS E METÓDOS
Este artigo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica
possuindo uma abordagem qualitativa incluindo nesta categoria
dentre outrasas analises dos autores GADOTTI,Moacire FREIRE,
Paulo que consideram como o papel do gestor pedagógico o
desenvolvimento de praticas pedagógicas inclusivas. Ao todo, a
metodologia foi embasada nos requisitos básicos em que o processo
educacional está em mãos, principalmente do gestor pedagógico.
CONCLUSÃO
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pode trabalhar sozinho, não adiantará ele oferecer ideias, projetos,
orientações se a equipe de trabalho não estiver pronta para junto com
ele participar deste processo educacional, onde está toda chave do
sucesso da instituição.
A Administração de uma escola precisa de um profissional que
ame o que faz, porque estão nas mãos deste profissional, muitas
decisões, disciplinas, autoridades, organização, planejamento,
coordenação e controle.
Enfim, fazer parte do cumprimento de uma boa gestão exige
muita experiência, entusiasmo, vontade de fazer melhor e diferente,
mesmo a luta sendo grande quando se têm persistência, conseguirá
muitos resultados satisfatórios.
REFERÊNCIAS
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Acesse:
www.editoraperformance.com
E-mail: editoraperformance@gmail.com
(82) 99376-2377 e (82) 99982-6896
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