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_________________________________________________________________________
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

LUCENIR DA SILVA CRUZ FÉLIX

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANTRAQUINONAS DA BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f): UM


ESTUDO EXPERIMENTAL

FORTALEZA
2023
2

LUCENIR DA SILVA CRUZ FÉLIX

ANTRAQUINONAS DA BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f): UM ESTUDO


EXPERIMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do Curso de
Farmácia do Centro Universitário Maurício
de Nassau – UNINASSAU Fortaleza, Sede
Doroteias, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em Farmácia.

Orientador: Me. Samuel Arruda Rodrigues Pereira


Co-orientadores: Dra. Mary Anne Medeiros Bandeira
Me. Kellen Miranda Sá

FORTALEZA
2023
3

LUCENIR DA SILVA CRUZ FÉLIX

ANTRAQUINONAS DA BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f): UM ESTUDO


EXPERIMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do Curso de
Farmácia do Centro Universitário Maurício
de Nassau – UNINASSAU Fortaleza, Sede
Doroteias, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em Farmácia.
Aprovado em: ___/ ____ / ____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Prof. Me. Samuel Arruda Rodrigues Pereira
Centro Universitário Uninassau - (Orientador/Presidente)

______________________________________________
Prof. Esp. Daniel Soares do Nascimento
Centro Universitário Uninassau - (1º Membro)

______________________________________________
Profa. Dra. Joyce Fonteles Ribeiro
(2º Membro)
4

ANTRAQUINONAS DA BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f): UM ESTUDO


EXPERIMENTAL

Lucenir da Silva Cruz Félix1


Me. Samuel Arruda Rodrigues Pereira2

RESUMO

A espécie vegetal Aloe vera L. Burm. f. (sinonímia principal Aloe barbadenses Miller.) é
conhecida popularmente no Brasil, como babosa. Trata-se de uma planta medicinal de uso
milenar, com vastas propriedades farmacológicas encontradas no látex e no gel da folha. A
maioria dos usos se baseia na composição do gel, tanto para uso cosmético quanto
medicinal. Entretanto, este não deve estar contaminado com o látex, pois o mesmo é rico
em antraquinonas, cujos efeitos tóxicos estão relacionados a problemas hepáticos, bem
como prurido na pele. Partindo-se da hipótese que a imersão em água é relatada
popularmente para minimizar a presença de látex no gel da planta, este trabalho procurou
comprovar cientificamente essa alegação empírica. Trata-se de um estudo experimental, de
cunho qualitativo. Realizou-se limpeza do gel da babosa utilizando como solvente a água
(lavagem em água corrente - banho de imersão por 24 horas – lavagem em água corrente),
bem como testes fitoquímicos( Reação de Borntrager e Cromatografia em Camada
Delgada) antes e depois para identificação de compostos antracênicos. Concluiu-se que
qualitativamente o procedimento foi eficaz em reduzir a concentração dos referidos
compostos.

Descritores: Aloe; Antraquinonas; Desenvolvimento experimental.

1
Graduanda do curso de Farmácia do Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau
2
Profa. Me. Samuel Arruda Rodrigues Pereira do Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau
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ANTHRAQUINONES FROM BABOSA (Aloe vera (L.) Burm. f): AN


EXPERIMENTAL STUDY

ABSTRACT

The plant species Aloe vera L. Burm. f. (main synonym Aloe barbadenses Miller.) is
popularly known in Brazil as aloe vera. It is a medicinal plant that has been used for
thousands of years, with vast pharmacological properties found in the latex and gel of the
leaf. Most uses are based on the composition of the gel, both for cosmetic and medicinal
use. However, it must not be contaminated with latex, as it is rich in anthraquinones, whose
toxic effects are related to kidney problems, as well as itchy skin. Based on the hypothesis
that immersion in water is popularly reported to minimize the presence of latex in the
plant's gel, this work sought to scientifically prove this empirical claim. This is an
experimental study, of a qualitative nature. The aloe vera gel was cleaned using water as a
solvent (washing in running water - immersion bath for 24 hours - washing in running
water), as well as phytochemical tests before and after to identify anthracene compounds. It
was concluded that qualitatively the procedure was effective in reducing the concentration
of the aforementioned compounds.

Descriptors: Aloe, anthraquinones, experimental development


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1. INTRODUÇÃO
A Aloe vera (L.) Burm. f. (sinônima Aloe barbadensis Miller) é uma planta da
família Xanthorrhoeaceae nativa do norte da África, regiões desérticas. Consegue
sobreviver bem em habitats hostis, onde poucas espécies vegetais conseguem. Por isso se
adaptou bem a diversas outras regiões do mundo, especialmente ao Cerrado brasileiro
(Parente et al., 2013).
Com mais de 400 espécies catalogadas A. vera é a espécie mais utilizada do gênero
Aloe, sendo também a planta de uso tradicional mais antigo que se conhece com registros
em preparações como alimento ou cosmético em sistemas tradicionais de saúde
(Cavalcante, 2008).
É uma planta perene, cujo tronco sustenta um tipo de bulbo que desabrocha cerca
cinquenta folhas suculentas, carnudas, serosas de cor verde com margem serrada e
levemente espinhosa com o formato de lanças que crescem em forma de rosetas podendo
chegar a 75 cm de comprimento e a pesar até 2,3kg, A babosa cresce durante anos até que
suas forças vitais longamente acumuladas explodem no verão resultando em sua
inflorescência (Parente et al., 2013).
Segundo Queiroga et al. (2019) a parte de interesse da planta é a folha da qual
deriva dois compostos distintos. O látex, substancia presente nos túbulos periciclicos
localizados na parte interna da casca e adjacente à polpa, tóxica ao organismo e irritante da
pele devido ao seu alto teor de antraquinonas com propriedades laxante, estimulante de
secreções estomacais, digestivas, purgante, catártico e antibacteriana. E o gel, citado como
a parte mais utilizada, contendo uma polpa gelatinosa transparente com forte ação
cicatrizante, hidratante, umectante, regeneradora da pele (ação antiga-queimadura), anti-
inflamatória, dentre outras, sendo utilizada pelas indústrias cosméticas, de higiene,
alimentícia, farmacêutica, bem como de forma empírica pela população em geral (Lorenzi;
Matos, 2008; Queiroga et al., 2019).
Na composição química das folhas de A. vera, segundo Hamman (2008) se
encontram: antraquinonas/antronas, carboidratos/polissacarídeos, cromonas, enzimas,
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compostos inorgânicos, compostos orgânicos diversos incluindo lipídeos, aminoácidos


essenciais e não essenciais, proteínas, monossacarídeos e vitaminas.
Antraquinonas, também conhecidas por antranóides, derivados antracênicos ou
derivados hidroxiantracênicos, são uma subclasse dos metabolitos secundários conhecidos
como quinonas (Maldaner et al., 2021). Possuem várias propriedades farmacológicas, no
entanto, são também as responsáveis pelos efeitos adversos, em sua maioria graves,
relacionados ao uso da A. vera (Queiroga et al., 2019).
Conforme Curciarello et al. (2009), se a babosa for usada internamente, as
antraquinonas podem levar a problemas hepáticos (hepatite). O uso abusivo de
antraquinonas também pode levar à redução do tônus intestinal, pois ocorre a perda de
eletrólitos, e como consequência pode dificultar o funcionamento do intestino (Dutra et al.,
2016). Por esse motivo, no Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
recomenda que o população faça uso da babosa apenas de forma externa, alegando que não
há estudos suficientes que comprovem segurança no consumo da referida planta.
Existem várias técnicas e procedimentos para identificação e extração de
antraquinonas. Dentre os procedimentos de extração estão os métodos de lavagem e
químicos utilizados pela indústria. Já as técnicas de identificação são bem variadas visto
que esses compostos são comumente encontrados na natureza, principalmente no reino
vegetal. Dentre as técnicas mais utilizadas estão as Cromatografias e Reação de Borntrager
(Matos, 2009; Oliveira et al., 2018).
Pelo fato da A. vera ser uma planta bastante utilizada pela população, ser de fácil
acesso, possuir inúmeras propriedades benéficas a saúde humana e por haver cexistência
de relatos de ações indesejadas relacionadas aos compostos antraquinônicos presentes em
seu látex, este trabalho teve como objetivo realizar procedimento de limpeza do gel
(lavagem), de modo a retirar o látex, e analisar de forma qualitativa a eficácia do
procedimento por meio de técnicas padronizadas para detecção de antraquinonas, partindo-
se da hipótese que a imersão em água é relatada popularmente para minimizar a presença
de látex no gel da planta..
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Dessa forma, o estudo é de valor inestimável no desenvolvimento da fitoterapia.


Seja ao contribuir para que os profissionais de saúde, principalmente farmacêuticos,
repassem informações atualizadas a população quanto ao uso racional e seguro da babosa,
seja as farmácias vivas, que tem como objetivo principal orientar a população ao uso das
plantas medicinais, além de subsidiar pesquisadores em novos estudos e assim serem
submetidos a ANVISA para maiores esclarecimentos.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo prospectivo, experimental, de cunho qualitativo, que seguiu a
metodologia proposta por Oliveira et al. (2018) e Matos (2009). Para melhor organização,
os experimentos foram realizados obedecendo às etapas descritas no fluxograma
representado pela Figura 3.

Figura 3. Percurso metodológico experimental da pesquisa.

Folhas de Aloe vera

Gel
Látex
após lavagem em água
líquido amarelado que
corrente - banho de
escorreu por gravidade do
imersão por 24 horas –
gel da folha
lavagem em água corrente;

Cromatografia em Camada Teste Fitoquímico: Reação Cromatografia em Camada Teste Fitoquímico: Reação
Delgada de Borntraeger direta Delgada de Borntraeger direta.

Fonte: Autoria própria, 2023.


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2.1 Obtenção do material vegetal


O material vegetal (folhas de Aloe vera) e os reagentes de laboratório utilizados na
pesquisa foram obtidos do Horto de Plantas Medicinais Prof. F. J. A. Matos. Os testes
experimentais foram realizados no Laboratório de Produtos Naturais (LPN) do Horto de
Plantas Medicinais Prof. F. J. A. Matos. ambos localizados na Universidade Federal do
Ceará (UFC).

2.2 Preparação látex


Após a coleta, a folha de A. vera foi colocada em uma placa de Petri por 10
minutos. Após esse tempo, o látex que escorreu foi coletado e reservado.

2.3 Preparação limpeza gel


Após coleta, a folha foi higienizada com água, esponja e detergente neutro e com
auxilio de uma faca fez-se cortes longitudinais nas extremidades da folha, retirando toda a
parte espinhosa. Em seguida, foram realizadas incisões na parte superior da folha
desligando-a do gel, desse gel exposto foi retirado uma porção, equivalente a uma colher de
sopa, lavado em água corrente por aproximadamente 50 segundos, colocado em um Béquer
adicionado água, de modo a cobri-lo, vedado com plástico filme (PVC) e armazenamento
em geladeira por 24h. Decorridas 24h, o gel foi retirado e novamente lavado em água
corrente por cerca de 50 segundos, sendo em seguida reservado.

2.4 Análise fitoquímica experimental


As descrições das metodologias das análises fitoquímicas experimentais são
apresentadas a seguir.

2.4.1 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) do látex


Extraiu-se 2 ml do látex. Em seguida, a amostra foi homogeneizada com 2 ml de
acetato de etila obtendo duas fases. Da fase superior foi coletado um capilar e colocado dois
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spots em placa de vidro de tamanho 100mm x 50mm contendo sílica gel 0,063-0,2mm/70-
230mesh ASTM (Marca Macherey-Nagel) (fase fixa).
Depois a placa foi colocada dentro de uma cuba de vidro já preparada com 10 ml
(2ml de acetona P.A. (Marca Dinâmica) + 8ml de diclorometano P.A. (Marca Dinâmica))
de solvente/ eluente (fase móvel) e fechada. Após a subida do eluente até restar cerca de 0,5
cm da parte seca a placa foi retirada e colocada para secar ao ar livre. Em seguida foi
visualizada em aparelho de UV Modelo UVLS-28 e revelada em capela de fluxo no vapor
de hidróxido de amônio.

2.4.2 Reação Borntrager direta látex


Com auxílio de uma pipeta de pasteur foram colocadas 2 ml do látex em 2 tubo de
ensaio. (Teste branco) e adicionadas 10 gotas de hidróxido de amônio no tubo teste e
observado quanto a mudança de coloração.

2.4.3. Cromatografia em Camada Delgada (CCD) do gel


Extraiu-se 2 ml do gel. Em seguida, a amostra foi homogeneizada com 2 ml de
acetato de etila obtendo duas fases. Da fase superior foi coletado um capilar e colocado dois
spots em placa de vidro de tamanho 100mm x 50mm contendo sílica gel 0,063-0,2mm/70-
230mesh ASTM (Marca Macherey-Nagel) (fase fixa).
Depois a placa foi colocada dentro de uma cuba de vidro já preparada com 10 ml
(2ml de acetona P.A. (Marca Dinâmica) + 8ml de diclorometano P.A. (Marca Dinâmica))
de solvente/ eluente (fase móvel) e fechada. Após a subida do eluente até restar cerca de 0,5
cm da parte seca a placa foi retirada e colocada para secar ao ar livre. Em seguida foi
visualizada em aparelho de UV Modelo UVLS-28 e revelada em capela de fluxo no vapor
de hidróxido de amônio.

2.4.4. Reação Borntrager direta do gel


Triturou-se o gel resultante do procedimento de lavagem supracitado e com o
auxílio de uma pipeta de pasteur foram colocadas 2 ml do gel em 2 tubo de ensaio (teste
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branco) e adicionadas 10 gotas de hidróxido de amônio no tubo teste e observado quanto a


mudança de coloração.

3. RESULTADOS
Os resultados das análises fitoquímicas experimentais são apresentados a seguir. Na
Figura 4 são apresentadas duas fotografias contendo em (a) o látex recém extraído da folha
de A. vera e em (b) a Cromatografia em Camada Delgada realizada com o mesmo látex,
onde pode ser visualizada a presença de antraquinona. O fator de retenção (Rf) calculado
foi de 0,47. Como esse valor, nas mesmas condições é o indicador para antraquinona, foi
possível concluir que a amostra apresenta o referido composto.

Figura 4. Fotografia do látex (a) e da Cromatografia em Camada Delgada (CCD) do Látex


(b) das folhas de Aloe vera.

Fonte: Autoria própria, 2023.

O segundo teste realizado para o látex foi a reação de Borntrager direta, conforme
Figura 5, onde o resultado foi positivo para presença de antraquinonas, pois houve mudança
de coloração para rósea ou avermelhada.
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Figura 5. Fotografia mostrando a mudança de coloração obtida pela reação direta de


Borntrager no látex das folhas de Aloe vera.

Fonte: Autoria própria, 2023.

Na Figura 6 são apresentadas duas fotografias contendo em (a) o gel recém extraído
da folha de A. vera e em (b) a Cromatografia em Camada Delgada realizada com o mesmo
gel, após procedimento de limpeza, onde não se observa a presença de antraquinona.

Figura 6. Fotografia do gel (a) e da Cromatografia em Camada Delgada (CCD) do gel (b)
das folhas de Aloe vera.

Fonte: Autoria própria, 2023.


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O segundo teste realizado para o gel foi a reação de Borntrager direta, conforme
Figura 7.

Figura 7. Fotografia mostrando a ausência de mudança de coloração obtida pela reação


direta de Borntrager no látex das folhas de Aloe vera.

Fonte: Autoria própria, 2023.

Verifica-se que, diferentemente da mudança de coloração obtida com o látex (Figura


5) onde o resultado foi positivo para presença de antraquinonas, não foi possível observar
mudança de coloração para rósea ou avermelhada no gel que passou pelo processo de
limpeza (lavagem em água).

Análise dos resultados


Simulando uma condição não industrial, foi possível observar que o processo de
limpeza do gel (lavagem em água corrente - banho de imersão por 24 horas – lavagem em
água corrente) foi eficiente na remoção do látex, o que pode ser comprovado
qualitativamente tanto pela ausência de mudança de coloração obtida pela reação direta de
Bornträger no gel das folhas de Aloe vera quanto pela CCD que não evidenciou fator de
retenção tampouco coloração após revelação com hidróxido de amônio.
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4. DISCUSSÃO
As antraquinonas são substâncias polares assim como a água e uma vez que
semelhante dissolve semelhante (Bianchi et al., 2005), a água se torna um ótimo removedor
desses compostos.
Sabe-se que a indústria precisa retirar os compostos antraquinônicos. De acordo
com Queiroga et al. (2019) são estabelecidos métodos de lavagem, métodos químicos, por
gravidade e filtração por carvão ativado para remoção das antraquinonas, quando se deseja
obter o gel a partir da folha. Destes, o mais utilizado pela indústria farmacêutica é o método
de lavagem o qual deve ocorrer preferencialmente com água gelada logo após o processo de
filetagem (Gonçalves, 2008).
De acordo com Maldaner et al. (2021), o teste de Bornträger é frequentemente
usado para detecção de antraquinonas livres em espécies vegetais, onde coloração rósea,
vermelha ou violeta é desenvolvida em meio básico, ocorrendo com base na alta
solubilidade destes compostos em solventes orgânicos apolares que, após a alcalinização,
tornam-se vermelhos (cor decorrente da ionização das hidroxilas fenólicas).
Na espécie A. vera os compostos antracênicos são encontradas exclusivamente no
látex da folha, substancia amarelada que flui naturalmente quando a folha é cortada. Esse
extravasamento do látex se da pelo rompimento dos feixes vasculares, presentes na parte
interna da casca e adjacente a polpa. Com isso durante a manipulação do gel a
contaminação com látex é inevitável (Queiroga et al., 2019).
Apesar de tanto o látex quanto a mucilagem terem utilidades, a mucilagem é que
tem maior uso e ela deve ser isenta de antraquinonas ou ter uma pequena porção
determinada pelos órgãos regulamentadores de cada país (Queiroga et al., 2019).
Com isso, apesar das limitações dos métodos aqui utilizados tais como utilização de
apenas uma técnica de identificação de antraquinonas no gel e baixa reprodutibilidade da
amostra (Matos, 2009), o procedimento de lavagem é eficaz, pois além das características
supracitadas é uma das técnicas mais utilizadas industrialmente (Queiroga et al., 2019),
podendo ser reproduzido em pequena escala.
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5. CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto, que o estudo desenvolvido possui grande relevância para a
sociedade em geral. Visto o êxito ao tentar comprovar cientificamente uma alegação
empírica de remoção de antraquinonas da Aloe vera. Entretanto, pelo fato dos resultados
obtidos serem avaliados somente quanto ao seu caráter qualitativo, pela baixa
reprodutibilidade das amostras e o uso de apenas algumas das técnicas existentes com a
finalidade pretendida, além da escassez na literatura sobre o referido tema o estudo possui
melhor utilidade a pesquisadores, servindo como base para futuras pesquisas, indicadas e
necessárias para viabilidade do presente estudo.

REFERÊNCIAS

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https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/informes/copy_of_48de2012. Acesso
em: 30 de out. 2023

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MATOS, F. J. A. Introdução a fitoquímica experimental. 3 ed. Fortaleza: UFC,


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