Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Lic Matemática
Departamento de Matemática
Gabinete: EC 3.27
Extensão: 253604093
jsoares@math.uminho.pt
I - INTERPOLAÇÃO
Interpolação Polinomial
No que se segue, para n ∈ N, Pn−1 designa o espaço dos polinómios (de
coeficientes reais) de grau não superior a n − 1.
Problema Básico de Interpolação Polinomial
Dados
I x1 , . . . , xn ∈ R, distintos (nós ou abcissas)
I y1 , . . . , y n ∈ R
Construir um polinómio P ∈ Pn−1 que satisfaça
P (xi ) = yi , i = 1, 2, . . . , n.
P (xi ) = yi ; i = 1, 2, . . . , n. (1)
Demonstração
Existência
Se encontrarmos n polinómios de grau n − 1, L1 (x), . . . , Ln (x), tais que
Li (xj ) = δij (i.e. tais que Li (xj ) = 1, se i = j, e Li (xj ) = 0, se i 6= j), então é
imediato reconhecer que o polinómio P dado por
n
X
P (x) = Li (x)yi
i=1
Li de grau n − 1 e Li (xj ) = 0; j 6= i
⇔ Li (x) = Ai (x − x1 ) . . . (x − xi−1 )(x − xi+1 ) . . . (x − xn )
P (xi ) = yi e Q(xi ) = yi ; i = 1, . . . , n.
n n
X Y x − x j
P (x) = yi (3)
xi − xj
i=1 j=1
j6=i
Definição
A forma (3) do polinómio interpolador é dita forma de Lagrange ou forma
cardinal desse polinómio.
Nota: Em geral, designaremos o polinómio anterior por Pn−1 , para explicitar
qual o seu grau.
mjs análise numérica II 7 / 35
Exemplo (Interpolação Linear, n = 2)
x1 , x2 , y1 , y2 −→ P = P1 ∈ P1
x − x2 x − x1
L1 (x) = , L2 (x) = .
x1 − x2 x2 − x1
x − x2 x − x1
P1 (x) = y1 + y2
x1 − x2 x2 − x1
x − x1 + x1 − x2 x − x1
= y1 + y2
x1 − x2 x2 − x1
y2 − y1
= y1 + (x − x1 )
x2 − x1
↓
Equação da reta que passa pelos pontos (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ).
n
y (n) (ξ) Y
y(x̄) − Pn−1 (x̄) = (x̄ − xi ) (4)
n!
i=1
Obtemos, assim
n
Y hn hn
|x − xi | ≤ j!(n − j)! ≤ (n − 1)!
i=1
4 4
Teorema
Nas condições do teorema anterior, tem-se:
√
3 3
1 |y(x) − P2 (x)| ≤ 27 h M3 , ∀x ∈ [a, b]
3 4
2 |y(x) − P3 (x)| ≤ 128 h M4 , ∀x ∈ [a, b]
Este será o caso, por exemplo, da função y(x) = sin(x) no intervalo [0, π].
mjs análise numérica II 18 / 35
Fenómeno de Runge
1
Mas, as suas derivadas não são uniformemente limitadas.
mjs análise numérica II 19 / 35
Fenómeno de Runge
P4 P6
1 1.2
0.8 1
0.6 0.8
0.4 0.6
0.2 0.4
0 0.2
−0.2 0
−0.4 −0.2
−1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 −1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
P8 P10
1 2
0.8
0.6 1.5
0.4
0.2 1
−0.2 0.5
−0.4
−0.6 0
−0.8
−1 −0.5
−1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 −1 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Objetivo
Encontrar uma representação do polinómio interpolador que permita obter
Pn−1 , a partir de Pn−2 , por junção de mais um termo; isto é, determinar
Qn−1 (x) de tal modo que
ou seja
n
X
Pn−1 (x) = y1 + [y1 , . . . , yi ](x − x1 ) . . . (x − xi−1 ) (9)
i=2
Comecemos por notar que a fórmula acima mostra que o valor de uma
diferença dividida [y1 , . . . , yn ] é independente da ordem dos seus
argumentos, isto é, se p for uma permutação do conjunto {1, . . . , n},
tem-se
[y1 , y2 , . . . , yn ] = [yp(1) , yp(2) , . . . , yp(n) ].
de onde se obtém
ou, finalmente,
[y2 , . . . , yn−1 , yn ] − [y1 , y2 , . . . , yn−1 ]
[y1 , y2 ,. . ., yn ] =
xn − x1
pelo que
ou seja, temos
Note-se que a estimativa anterior é igual ao termo que terı́amos de adicionar a Pn−1 (x̄)
para obter Pn (x̄), onde Pn é o polinómio interpolador dos (n+1) pontos
(x1 , y1 ), . . . , (xn , yn ), (xn+1 , yn+1 ), ou seja, é igual a Pn (x̄) − Pn−1 (x̄).
y (n−1) (ξ)
y[x1 , x2 , . . . , xn ] =
(n − 1)!