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Judeus por trás da pornografia 1

A presença judaica na indústria pornográfica


está dividida em dois grupos (que às vezes se
sobrepõem): pornógrafos e artistas. Apesar de os
judeus representarem apenas 2% da população dos
Estados Unidos, ocupam posição de destaque na
área da pornografia. Entre 1890 e 1940, muitos dos
livreiros especializados em literatura erótica eram
imigrantes judeus de origem alemã. Segundo Jay
A. Gertzman, que escreveu um livro a respeito do
negócio na pornografia, "judeus eram proeminentes na
distribuição de gallantiana, [ficção sobre temas eróti‐
cos e livros de piadas e versos obscenos] romances
avant-garde de sexo explícito, revistas impressas em
papel barato, textos sobre sexologia... "

No período pós-guerra, Reuben Sturman, o "Walt


Disney da pornografia", era a figura mais notória do
ramo na América. De acordo com o Departamento
de Justiça dos Estados Unidos, Sturman controlou a
maior parte do material pornográfico em circulação
no país durante toda a década de 1970. Nascido em
1924, ele cresceu na parte leste de Cleveland. No
início, vendia principalmente revistas de quadrinhos.
Mas quando percebeu que a venda de revistas
sobre sexo dava um lucro vinte vezes maior do que
o obtido com os quadrinhos, passou a comercializar
exclusivamente material pornográfico, chegando mais
tarde a produzir seus próprios títulos e a montar lojas
de varejo. No final dos anos 1960, Sturman ocupava
o topo da lista de distribuidores de revistas de sexo
e em meados dos anos 1970 tinha mais de duzentas
livrarias para adultos. Ele também introduziu no
mercado versões modernas das tradicionais cabinas
escuras, individuais, e o espectador agora assiste a
filmes de sexo explícito num pequeno monitor de
TV. Dizia-se que Sturman não controlava a indústria
de entretenimento para adultos – mas que ele era a
indústria. Foi condenado por evasão fiscal e outros
crimes e morreu em desgraça na prisão, em 1977. O
filho David continuou dirigindo os negócios da família.

A versão contemporânea de Sturman é Steven Hirsch,


43 anos, também de Cleveland, descrito como "o
Donald Trump da pornografia". A ligação entre ambos
é Fred, pai de Steven, ex-corretor de ações e braço
direito de Sturman. Hoje, Hirsch comanda o Vivid
Entertainment Group, uma espécie de Microsoft do
mundo da pornografia, a maior produtora de filmes
"adultos" dos Estados Unidos. Sua especialidade era
trazer técnicas de marketing para a indústria. De fato,
o grupo adota práticas semelhantes às empregadas
pelos grandes estúdios de Hollywood nas décadas
de 1930 e 1940, em particular quanto aos contratos
de exclusividade que firma com astros do cinema
contratados e moldados por Hirsch.

Moças e rapazes de família


A maioria dos atores principais e boa parte das atrizes
nos filmes de sexo explícito produzidos nas décadas
de 1970 e 1980 é de judeus. O veterano entre os gara‐
nhões é Ron Jeremy. Conhecido no meio pornográfico
como "o porco-espinho", Jeremy é um dos grandes
astros norte-americanos da categoria. Tem 51 anos,
vem de uma família judia de classe média alta de
Queens, atuou em mais de mil e seiscentos filmes
para adultos e dirigiu outros cem. Ídolo na América,
um herói para judeus e não judeus de todas as idades,
personaliza aquele homem desmazelado, gordo, feio
e cabeludo que infalivelmente leva dúzias de lindas
mulheres para a cama. Jeremy simboliza uma espécie
de rei David dos dias de hoje, um supergaranhão
que desbanca os tradicionais heróis judeus. Sua
importância na indústria foi recentemente destacada
com o pornodocumentário sobre sua vida, Porn Star:
The Legend of Ron Jeremy. Como o astro pornográfico
judeu provavelmente mais conhecido dos EUA,
Jeremy fez maravilhas em favor da psiquê dos
homens judeus americanos. Ele também lançou um
CD, Bang-a-Long-With Ron Jeremy. Por uma módica
quantia (que inclui o frete), é possível ouvir as histórias
prediletas da carreira de Jeremy narradas pelo próprio
ídolo.

Nascido Adam Glasser, Seymore Butts é tudo o que


Ron Jeremy não é: jovem, atraente e musculoso.
Glasser, um judeu de 39 anos de Nova York, abriu
uma academia em Los Angeles em 1991. Quando
ninguém apareceu, ele pediu emprestado uma câmara
de vídeo por 24 horas, foi a um clube de strip-tease,
recrutou uma mulher, voltou ao seu estabelecimento
e começou a gravar. Apesar do fracasso da fita, uma
boa dose de hutzpá e alguns cartões com seu nome
e atividade comercial, ele fez um acordo com um
fabricante e começou a produzir vídeos pornográficos.
Em poucos anos, montou uma das maiores franquias
no ramo de filmes para adultos. Rei absoluto do
gênero "gonzo" (caracterizado pela câmara nas mãos
e a ilusão de espontaneidade dos vídeos caseiros), ele
é hoje, possivelmente, o magnata judeu mais famoso
da indústria. Seymore Inc., sua empresa, lança cerca
de 36 filmes por ano, cada um custando menos de
US$ 15 mil, mas que rendem mais de dez vezes esta
quantia. Glasser emprega doze pessoas, incluindo a
própria mãe (a "madame" da foto) responsável pela
contabilidade do "negócio da família", sorridente e
bem-humorada [aquela figura forçada da tal "mãe
judia", tão decantada pelo cinema e pela mídia
judaica?] e incansável na busca de uma noiva para o
filho e seu primo Stevie, tão adorável quanto voraz.
Atualmente, Glasser tem até um programa de TV,
"Family Business," mistura de novela e documentário
em dez episódios, cujos créditos de abertura exibem
sua foto no dia do bar-mitzvá.

Atrás do dinheiro

Judeus sempre estiveram presentes na indústria


cinematográfica basicamente porque foram aceitos.
Alguns partiram para a pornografia; outros, para
Hollywood. Tudo era tão novo que as barreiras
restritivas vigorando em tantas outras áreas do
cenário americano na época ainda não tinham sido
erguidas. Na pornografia, nunca houve qualquer
discriminação. E, na época, início do século passado,
um homem de negócios não precisava de muito
dinheiro para fazer um filme. Para a exibição, tudo de
que precisava era um projetor, uma tela e algumas
cadeiras. Livres da obrigação de manter o status
quo e sem nada a perder com inovações, os judeus
estavam dispostos a explorar maneiras inéditas de
ganhar a vida. Gertzman explica que quando os judeus
se viam excluídos de alguma atividade, voltavam-se
para um ofício onde sentiam que poderiam prosperar
ao lado de colegas, num regime de esforço coletivo...
Há muito tempo começaram a cultivar os dons e o
temperamento característico dos que trabalham como
intermediários e têm orgulho de suas habilidades.
Última modificação: 13 de abr de 2019

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