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Dureza Knoop e desgaste

abrasivo em rochas

Eduardo Brandau Quitete1


Henrique Kahn2

1 - IPT (Instituto de Pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo S.A.)

2 - Universidade de São Paulo - Escola Politécnica - Depto. de Engenharia de


Minas e Petróleo

XLI CBG - setembro de 2002 - João Pessoa


Introdução

Dureza Knoop:
Dureza de micro impressão por ponta de diamante:
Dureza = força aplicada / área da impressão

1451 F
HK = 2
 9,81
l
F = 1,96N (200gf )
HK = 1,09GPa
Introdução
Dureza Knoop:

Impressão losangular, com razão 1:7,1.


Desenvolvida como alternativa à dureza
Vickers, com impressão quadrada.
(Knoop; Peters; Emerson, 1939)

Vantagens:
• Minimizar efeito da recuperação elástica do
material (falseamento do resultado);
• Adequada para materiais menos maleáveis
(menor quebra e fissuramento - melhor leitura).
Introdução
Desgaste abrasivo Amsler:

Medida da susceptibilidade da amostra ao


desgaste por atrito.
Método:
• Amostra pressionada contra disco giratório
de metal alimentado com abrasivo;
• NBR 12042 (ABNT, 1992) - 1.000m de
percurso, areia quartzosa como abrasivo e
controle pela redução média (em milímetros)
da espessura dos 2 corpo-de-prova.
Revisão Bibliográfica

A dureza Knoop é um método estabelecido em


diversas áreas, como: cerâmica, vidro, polímeros
e odontologia.
Pouco foi publicado sobre dureza de micro
impressão em rochas (de minerais não-metálicos).

Dureza Knoop para rochas de revestimento foi


sugerida e desenvolvida por pesquisadores do
Instituto Politécnico de Turim
(Frisa Morandini; Mancini, 1982).
Materiais e métodos

16 amostras de rochas alumino-silicáticas


(granitos, gnaisses, monzonitos, sienito etc),
representativas do Estado de São Paulo -
Catálogo das Rochas Ornamentais, 2000 (CD-ROM)

Desgaste abrasivo Amsler

Dureza Knoop

Análise petrográfica
Materiais e métodos
Amostras (Rochas de Revestimento do Estado de São Paulo - 2000)
Amostra Procedência Classificação
Nome comercial
(IPT-SP) (município) petrográfica
01 Cinza Mauá Suzano Biotita monzogranito porfirítico
02 Vermelho Capão Bonito Capão Bonito Biotita monzogranito
06 Preto Apiaí Apiaí Gabronorito
16 Marrom Itu Salto Monzogranito
17 Dourado Caju Indaiatuba Monzogranito
18 Preto Piracaia Piracaia Biotita-hornblenda quartzo monzonito
19 Vermelho Bragança Bragança Paulista Monzogranito porfirítico
20 Azul Fantástico Bragança Paulista Biotita granodiorito gnáissico
21 Preto Bragança Bragança Paulista Biotita quartzo monzonito
22 Rosa Salmão Bragança Paulista Biotita monzogranito gnáissico
24 Prata Interlagos São Paulo Biotita monzogranito
28 Azul Paulista Lavrinhas Nefelina sienito
30 Rosa Cedro Paraibuna Biotita gnaisse monzogranítico
31 Rosa Biritiba Biritiba-Mirim Biotita sienogranito
32 Verde Mococa Mococa Hiperstênio monzonito gnáissico
33 Marrom São Paulo Itu Monzogranito
Materiais e métodos
Desgaste Amsler

• 2 corpos-de-prova com 7x7x3cm.


• Medida da espessura em 4 pontos, com
relógio comparador, antes e após o desgaste.
• Desgaste por 1.000m,
carga 66N.
Materiais e métodos
Dureza Knoop
Polimento do corpo-de-prova no 1, após desgaste.
40 impressões, regulamente distribuídas.
Materiais e métodos
Dureza Knoop
Materiais e métodos
Dureza Knoop
• Dureza Knoop média (HKmédio)
• Diagrama, ordem crescente de dureza:

• HK25 - Quartil inferior


• HK50 - Mediana
• HK75 - Quartil superior

• HK75 / HK25
(coeficiente de
heterogeneidade)
Materiais e métodos
Análise petrográfica

• Seção delgada com 30m de espessura, colada


em lâmina de vidro.

• Estudada ao microscópio com luz polarizada.

• Complementada por coloração seletiva de feldspatos


em corpo-de-prova com 15x15cm, aproximadamente.

• Composição mineralógica, Classificação


granulação e textura da rocha petrográfica
Resultados
Gráficos de correlação (exemplo)

7,0
16 02
06
6,0 20
17 31 01
HK25 (GPa)

19 24
5,0 22 32
33
28
30 21
4,0

y = -4,1533x + 8,0395
3,0 18
R2 = 0,4932
2,0
0,40 0,60 0,80 1,00 1,20

Desgaste Amsler (mm/1.000m)


Resultados
Principais coeficientes de correlação linear
2 No de
Parâmetros R Restrição
amostras
HK25 Desgaste -0,49 - 16
HK50 Desgaste -0,25 - 16
HK75 Desgaste -0,24 - 16
HKmédia Desgaste -0,32 - 16
HK75/HK25 Desgaste +0,41 - 16
HK25 Desgaste -0,54 Qzo < 10% 5
HKmédia % de quartzo +0,35 - 16
Gran. mínima
HK25 +0,37 Qzo > 10% 11
do Qzo
Conclusões (1/4)

HK25 apresenta melhor correlação com o desgaste,


confirmando bibliografia (Frisa Morandini; Mancini, 1982).

Portanto, os minerais (essenciais) de dureza mais baixa


na rocha devem ser os principais condicionantes da
resistência ao desgaste.

A correlação HK25 com o desgaste é melhor nas rochas


com pouco quartzo, porém poucas amostras (5) com
esta característica foram estudadas.
Conclusões (2/4)

Embora o teor de quartzo influencie na dureza, a


correlação é baixa (0,35 para HKmédio).

Quanto maior o limite inferior de granulação do quartzo,


a dureza tende a aumentar, com baixa correlação (0,37
para HK25).

HKmédio apresenta correlações melhores ou muito


próximas do HK50.
Conclusões (3/4)

Apesar de apresentarem tendência à proporcionalidade


direta, o ensaio de desgaste Amsler não pode prever o
resultado da dureza Knoop e vice-versa.

A dureza de micro impressão e o desgaste abrasivo são


parâmetros que podem ser associados a diversos tipos
de situações com ocorrência de desgaste, seja da rocha
ou de ferramenta utilizada para alterá-la. Nenhuma das
duas propriedades deve ser usada como único meio de
previsão do desempenho ou consumo em equipamentos
de trabalho na rocha.
Conclusões (4/4)
Quando o ensaio de dureza Knoop é realizado
isoladamente, os principais parâmetros que devem ser
utilizados em sua interpretação são o HK25 e a dureza
média.

Ao contrário do desgaste Amsler, a dureza Knoop é


adequada para para estudos de superfície (durabilidade
do polimento, alteração por/em películas).

Apresenta também a vantagem da universalidade, por


ser uma propriedade conhecida por diversas áreas do
conhecimento e em todo o mundo.

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