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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

APONTAMENTOS DE MICROECONOMIA PARA O PRIMEIRO SEMESTRE


2020/21

Luanda/2020
UnIA FOTO
Universidade Independente de Angola
Ficha de Avaliação Contínua 2020
Nome do Aluno: ………………………………………………………………………................................................

Nº de Aluno: ………. Curso: …………Turma…………… Ano: …………Telefone…....………………………….

Primeira inscrição na cadeira: Sim Não idade ……Trabalhador estudante: Sim Não

Março Abril Maio Junho Julho Agosto Set. Out. Nov. Dez.

Dias AC F AC F AC F AC F AC F AC F AC F AC F AC F AC F
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31

1º Caso 2º Caso 3º Caso 4º Caso

Obs:…………………………………………......................................................................

Professor: Adilson Janota


ÍNDICE

Capítulo II – Modelo do mercado competitivo ........................................................................1

2.1 Noção de mercado competitivo .....................................................................................1

2.1.1 Elementos do mercado competitivo.........................................................................2

2.1.1.1 A curva da procura ...............................................................................................2

2.1.1.1.1 Excepções à lei da procura ................................................................................4

2.1.1.2 A curva da oferta .................................................................................................5

2.1.1.3 O equilíbrio do mercado ..........................................................................................7

2.1.1.4 Alterações na procura e na oferta .............................................................................8

2.1.1.4.1 Desvio da curva da procura ...............................................................................8

2.1.1.4.2 Desvio da curva da oferta ................................................................................ 10

2.1.1.5. Alteração do preço de equilíbrio........................................................................ 13

Bibliografia .......................................................................................................................... 15
Capítulo II – Modelo do mercado competitivo
De acordo com (NABAIS e FERREIRA, 2010), a Microeconomia aborda o funcionamento
detalhado do mecanismo do mercado, nomeadamente na resolução de questões que se
colocam a qualquer economia: o que produzir, em que quantidades, como produzir, para
quem produzir e a que preços. Ainda segundo ao mesmo autor, as respostas a estas questões
passam pela análise do funcionamento do modelo de oferta e da procura de um mercado
competitivo. Já para (VARIAN, 2006, p. 1), «a economia avança com base no
desenvolvimento de modelos de fenómenos sociais». Ainda para o mesmo autor, por modelo
entende-se uma representação simplificada da realidade. O mesmo é válido para um modelo
económico que tente descrever todos aspectos da realidade.

Porém, a importância do modelo provém da eliminação dos detalhes irrelevantes, o que


permite ao economista concentrar-se nas características essenciais da realidade económica
que procura compreender.

2.1 Noção de mercado competitivo

No sentido restrito o corrente, o mercado é um lugar de encontro entre compradores e


vendedores de bens e serviços, com caracter permanente e inserido num certo contexto
regional. Já no sentido lato ou económico é uma de confronto entre compradores e
vendedores, que se realiza de acordo a uma periodicidade temporal, com ou sem necessidade
de se encontrarem num determinado local (NABAIS e FERREIRA, 2010).

Muitos são os escritos em que autores citam Adam Smith defendendo que o mercado é
designado como um mecanismo de preços a funcionar num ambiente automático e impessoal
– a mão invisível – que responde as questões, “o que produzir”, “como produzir” ou “como
repartir o rendimento”. É o mercado liberal ou concorrencial (concorrência perfeita) que teve
o seu apogeu no século XVIII e princípios de XIX.

Importa lembrar que qualquer economia comporta, entre outros os seguintes mercados: o
mercado de bens e serviços, o mercado de matérias-primas, mercado de trabalho, o mercado
monetário e o mercado de títulos.

Nota: o mercado é o mecanismo coordenador da economia, que responde a questões que


se coloca a qualquer sociedade organizada ou não. Assim estamos em presença de um
mercado competitivo, isto é, um mercado onde há muitos compradores e vendedores
referentes a um determinado bem ou serviço e nenhum deles domina o mercado.

Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 1


2.1.1 Elementos do mercado competitivo
Quando um mercado é competitivo, o seu comportamento é descrito pelo modelo da oferta e
da procura. E como maioria dos mercados são competitivos, o modelo da oferta e da procura é
de grande importância pera compreender os mercados e o funcionamento da economia
(NABAIS e FERREIRA, 2010). Ainda para o autor citado neste parágrafo, pode-se considerar
cinco elementos neste modelo:
- A curva da procura;
- A curva da oferta;
- A formação do preço de equilíbrio;
- O conjunto de factores que levam a curva da procura e a curva da oferta a desviar-se
para a esquerda ou para a direita;
- A alteração do preço de equilíbrio quando se verifica o desvio da curva da procura ou
da oferta.
Nota: para compreender o modelo da procura e da oferta é necessário analisar cada um
dos cinco elementos referidos.

2.1.1.1 A curva da procura


Representação gráfica da função procura, a qual traduz algebricamente a relação entre a
quantidade procurada de um determinado bem e o seu preço de mercado, mantendo-se
constantes os outros factores que podem alterar o consumo de bens. Geralmente mantendo-se
constante os outros que fazem variar a procura de um bem, verifica-se que, quanto mais
elevado for o preço do bem, menor será a quantidade procurada desse mesmo bem (NABAIS
e FERREIRA, 2010). Ainda para o mesmo autor, a quantidade de um bem que os
consumidores estão dispostos a adquirir depende do preço do bem, do preço do sucedâneo, do
preço do complementar, do rendimento disponível, do gosto e da tradição etc. se os diversos
factores que afectam a procura se mantiverem constantes, hipótese ceteris paribus, podemos
relacionar a procura do bem com o seu preço. Esta relação entre o preço e a quantidade pode
ser analisada através da tabela numérica da procura ou através da curva da procura. Por
exemplo:
Preço (Kwanzas por Kg de peixe) Quantidade (Milhares)
10 18
8 20
6 24
4 30
2 40

Assim, para cada preço de mercado há uma quantidade definida de Kg de peixe que os
consumidores pretendem comprar, se o preço do bem, por exemplo baixa de 6 para 4

Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 2


Kwanzas, a quantidade do peixe aumentará, ao preço de 10 Kwanzas os consumidores
consomem menos quantidades de peixe.

Ainda sobre a análise da curva da procura, segundo (PINHO, 2012), a procura de um


determinado bem (bem X) (QdX) depende de inúmeras determinantes, entre elas: (i) o preço
do próprio bem (Px); (ii) rendimento (R); (iii) preço de outros bens (Py); (iv) gostos ou
preferências (G); (v) factores exógenos, não controláveis; (vi) outros. Estas relações podem
ser traduzidas matematicamente:

De modos a evitar incompreensões de análises do ponto de vista económico e por força do


narrado nos parágrafos acima, é comum a metodologia económica adotar o conceito Ceteris
Paribus (informação reiterada), que consiste em condicionar o estudo à variabilidade de
apenas uma das variáveis mantendo as demais constantes. Assim para efeitos de compreensão
considera-se que o preço do próprio bem é a única variável que pode sofrer alterações, com
efeito, a relação anterior passa a ser descrita por:
; sendo:

Por outro lado a expressão analítica da função procura é decorrente da análise Ceteris
Paribus, pois a nomenclatura da curva do bem X equivale matematicamente a seguinte
expressão analítica:

Sendo a e b parâmetros; Qdx a variável dependente ou explicada e P a variável independente


ou explicativa. O parâmetro a representa Qdx quando Px é nulo e b representa o declive da
reta: .

Nota: os parâmetros a e b resultam do facto de admitir-se como constantes as outras


determinantes da quantidade procurada de um bem, à excepção do preço desse bem.

Também se usa a expressão curva da procura como sinónimo da lei da procura: a quantidade
procurada de um bem aumenta quando o preço desce, e desce quando o preço aumenta. Curva
da procura dirige-se para a direita e para baixo e está de acordo com a lei da procura
decrescente. Segundo esta lei, quando o preço de um bem aumenta, mantendo-se os outros
factores constantes, a quantidade procurada desse bem diminui. A justificação passa por
entender que para preços altos apenas famílias com rendimentos altos podem adquirir os bens
ou serviços em causa e as famílias com rendimentos baixos/pobres adquirem pouca
quantidade ou passam a adquirir bens sucedâneos.
Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 3
Graficamente:
P

2.1.1.1.1 Excepções à lei da procura


De acordo com (PINHO, 2012), ainda que a maioria dos bens caia na denominação de bem
normal, existem excepções. As excepções embora raras, acontecem sob várias formas:

- Bens ostentação ou Veblen (em homenagem a Thorstein Veblen) – bens que


tendem a ser tanto mais procurados quanto mais caros são e vice-versa. Bens usados para
exibir um determinado estatuto social. Exemplo: bens de luxo. A curva da procura assume
uma representação ascendente.
Px

0 Qx
- Bens de Giffen (em homenagem a Robert Giffen) – produtos alimentares básicos,
como o pão (e outros) para as famílias pobres. Para estas famílias, se o preço do pão sobe elas
tendem a procura-los ainda em maior quantidade por não existir em outros bens tão baratos
capazes de os substituir. A curva da procura, é também neste caso, ascendente.

- Bens sem substitutos – a quantidade procurada não sofre alterações com variações
no preço do bem. A curva da procura é vertical.
Px

0 Qx

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- Bens com muitos substitutos perfeitos – a quantidade procurada sofre alterações
com variações infinitesimais/pequeníssimas no preço do bem. A curva da procura é
horizontal.

Px

0 Qx

2.1.1.2 A curva da oferta


Representação gráfica da função oferta, a qual traduz algebricamente a relação entre a
quantidade a oferecer de um determinado bem e o seu preço de mercado, mantendo-se
constantes os outros factores que podem alterar a oferta de bens: a tecnologia, a organização e
o custo das matérias-primas (NABAIS e FERREIRA, 2010). A tabela abaixo exemplifica a
função oferta do peixe em kg:
Preço (Kwanzas por Kg de peixe) Quantidade (Milhares)
10 36
8 32
6 24
4 14
Assim, verifica-se que para cada preço de mercado há uma quantidade definida de peixes que
os produtores pretendem vender, ao preço de 6 Kwanzas os produtores estão dispostos a
vender 24 mil Kg de Peixe, a um preço de 4 Kwanzas a quantidade de Peixe diminuirá. Os
produtores ofereceram menos quantidades e ao preço de 10 Kwanzas os produtores estão
dispostos a vender mais Peixe.

De acordo com (PINHO, 2012), a oferta de um (bem X) (Qsx) por parte de uma empresa
depende de inúmeras determinantes, entre elas: (i) o preço do próprio bem (Px); (ii) preço dos
factores produtivos (Pfp); (iii) preço das matérias-primas (Pmp); (iv) tecnologia (T); (v)
políticas regulamentares (Pr); (vi) factores exógenos não controláveis (Fex) e ainda outros.
Estas relações podem ser traduzidas matematicamente como:

Aplicando a semelhança do que foi feito para a procura, o conceito ceteris paribus, passa-se a
ter a seguinte relação entre quantidade oferecida de um bem e o seu preço:

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Ainda na concepção de (PINHO, 2012, p. 20), a lei da oferta resume-se na seguinte
expressão: «preço de um bem e quantidade oferecida variam no mesmo sentido, ceteris
paribus, porque o objectivo de qualquer empresário á a maximização do lucro», ou seja:
Aumenta Px  Aumento Qsx
Diminuição Px  Diminuição Qs.

De acordo com (NABAIS e FERREIRA, 2010), também se usa a expressão curva da oferta
como sinónimo da lei da oferta: a quantidade oferecida de um bem aumenta quando o preço
sobe e diminui quando o preço desce. Com efeito, ao contrário da curva da procura
descendente, a curva da oferta, no caso do peixe acima referenciado, tem normalmente, um
andamento de baixo para cima e da esquerda para a direita. A quantidade oferecida aumenta
quando o preço aumenta.

Normalmente as empresas concorrenciais fornecem mais produtos ou serviços, quando o


preço é elevado, em virtude de obter maiores lucros. Porém, quando o preço do produto desce
acentuadamente em comparação com o custo de produção, as empresas deixam de produzir
ou produzem menos. Verifica-se, então, que o custo de produção é o factor fundamental que
está por detrás da curva da oferta (NABAIS e FERREIRA, 2010).

Nota: a principal preocupação das empresas que intervém no mercado competitivo é tentar
reduzir os custos de produção através da introdução de novas tecnologias e da boa utilização
dos factores produtivos. De modos a que a curva da oferta se desloque para a direita e para
baixo.

Graficamente a curva da oferta tem a seguinte configuração:

Px
C

0 Qx

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2.1.1.3 O equilíbrio do mercado

Se conjugar-se a análise da oferta e da procura determina-se o preço de equilíbrio. O preço de


equilíbrio corresponde ao ponto onde a curva da procura se cruza com a curva da oferta.
Quando o preço se encontra acima do preço de equilíbrio há excesso de produção e
naturalmente o preço tende a baixar. Por outro lado, quando o preço se encontra abaixo do
preço de equilíbrio há escassez de produção e o preço tende a subir.

Por outro lado (PINHO, 2012), defende que o equilíbrio de um mercado pressupõe o encontro
entre a procura e a oferta:

Px

Pe E

0 Qde Qx
Algumas análises devem ser feitas no que tange ao equilíbrio de mercado. assim (PINHO,
2012), apresenta as seguintes combinações:
- Para PPe  QsQdExcesso de oferta ou escassez de procuraos produtores não
conseguem vender toda a quantidade que planearam produziracumulaçao involuntária de
stocksconcorrência selectiva entre produtoresP até Pe;

- Para PPe  QdQsExcesso de procura ou escassez de ofertaos consumidores não


conseguem adquirir toda a quantidade que planeavamconcorrência selectiva entre
consumidoresP  até Pe;

- Para Pe  Qd=Qsnão existe excesso de oferta ou excesso de procura  articulação dos


planos dos consumidores e produtores o preço não tem tendência a alterar

1. Único preço de mercado em condições de estabilidade;

2. Único preço de mercado para o qual a quantidade que os consumidores desejam comprar
iguala a quantidade que os produtores desejam vender  articulação ou harmonização dos
planos de consumidores e produtores;

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3. Único preço de mercado que garante a igualdade entre as grandezas ex-ante ou planeadas e
as grandezas ex-post ou efectivamente realizadas;

4. Preço para o qual a quantidade transacionada é máxima.

Em conclusão:

- Num mercado competitivo as forças de mercado de oferta e procura afectam recursos


eficientemente. Isto é, embora cada um dos consumidores e vendedores no mercado esteja
preocupado só com o seu bem-estar, em conjunto, são levados para o equilíbrio pela mão
invisível;

- Num mercado suficientemente competitivo, se o preço estiver acima do preço de equilíbrio,


haverá excesso de mercadorias (oferta maior que a procura) e as empresas não terão
incentivos para produzir aquela quantidade. Assim, preço e quantidade produzida diminuem e
o mercado alcança o equilíbrio. Caso o preço esteja abaixo do preço mercado, a procura será
maior que a oferta e a mercadoria tornar-se-á mais escassa, fazendo com que o preço aumente
e a quantidade procurada diminua, trazendo a economia para o equilíbrio.

2.1.1.4 Alterações na procura e na oferta

2.1.1.4.1 Desvio da curva da procura

A lei da procura traduz-se em deslocações ao longo da curva e em deslocações da curva


para direita ou para esquerda. O movimento ao longo da curva da procura é o resultado de
uma alteração do preço do bem, mantendo os outros factores constantes, como se referiu
anteriormente. O aumento da procura ao mesmo preço do bem é o resultado do desvio da
procura do bem, neste caso para a direita, devido a factores favoráveis (NABAIS e
FERREIRA, 2010).

Justifica-se que a curva da procura muda de posição como referido no parágrafo anterior, por
conta dos factores determinantes da procura, excepto o preço do bem, muda constantemente:
rendimento, preço do bem sucedâneo, preço do bem complementar, gosto e outros.
P
D1 D2

0 Q1 Q2 Q
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D1 D2
Kz D3
Na deslocação de D1 para D3, a
quantidade procurada do bem é
menor, para todos os preços
possíveis.

De D1 para D2 é menor.
0 Q
Segundo (NABAIS e FERREIRA, 2010), em conclusão esta deslocação para esquerda é o
resultado:

 Da diminuição do rendimento médio dos consumidores para bens normais;


 Do aumento do rendimento médio dos consumidores para bens inferiores;
 Da variação desfavorável dos gostos dos consumidores;
 Da variação nos preços de bens sucedâneos (diminuição) ou bens complementares
(aumento).

Na deslocação de D1 para D2, a quantidade procurada do bem é maior, para todos os preços
possíveis. Esta deslocação para direita é o resultado:

 Do aumento do rendimento medio dos consumidores para bens normais;


 Da diminuição do rendimento médio dos consumidores para bens inferiores;
 Da variação dos gostos dos consumidores, no sentido do produto em causa ser agora
mais atractivo e, por isso, os consumidores estarem dispostos a comprar maiores
quantidades, aos mesmos preços;
 Da variação nos preços de bens sucedâneos (aumento) ou bens complementares
(diminuição).

Ainda sobre a mesma análise, (NABAIS e FERREIRA, 2010), o rendimento é um dos


factores que faz desviar a curva da procura do bem. Esta relação do rendimento com a procura
de um bem está expressa nas curvas de Engel. O efeito do rendimento na procura do bem
depende do tipo de bem a considerar.

R
Bens inferiores Bens normais

Q
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Em nota importa realçar que os bens inferiores são aqueles cuja quantidade procurada varia
inversamente, em relação ao rendimento, depois de este ultrapassar determinado nível. Os
bens normais são aqueles cuja quantidade procurada varia directamente com o rendimento. O
desvio da procura de um bem depende das variações do preço de outro tipo de bens.

Em conclusão:

 Se aumentar o preço de um bem sucedâneo, (Ex.:arroz), parte dos consumidores


desloca a procura desse bem, cujo o preço aumentou, para outro semelhante ao bem
em causa (Ex.: massa alimentar), desviando a curva da procura para a direita;
 No caso dos bens complementares (Ex.: combustíveis), o aumento do consumo de um
destes bens, devido à diminuição do preço, arrasta consigo o aumento do consumo do
outro (Ex.: utilização do automóvel) e assim se justifica a deslocaçao da curva da
procura para a direita;
 No caso de bens independentes (Ex.: chá e esferográficas) a quantidade procurada é
invariável com a variação do preço do outro.

2.1.1.4.2 Desvio da curva da oferta


Graficamente, a lei da oferta traduz-se em deslocações ao longo da curva e a deslocações da
curva. O movimento ao longo da curva da oferta é o resultado de uma alteração do preço do
bem mantendo os outros factores constantes. A diminuição da oferta ao mesmo preço do bem
é o resultado do desvio da oferta do bem, neste caso para a esquerda devido a factores
desfavoráveis (aumento dos custos de produção, crise financeira e outros).

P
S2
S1

Movimento ao longo da curva


B A

Q
De acordo com (PINHO, 2012), se apenas variar o preço do bem, ceteris paribus, então dá-se
um movimento ao longo da curva da oferta: para cima (se o preço aumenta) ou para baixo (se
o preço diminui)  Variação da quantidade oferecida.

Se PX  PQsx (ceteris paribus)


 Movimento ao longo da curva da oferta 

 Variação da quantidade oferecida.


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Px

P1

P2

0 Q1 Q2 Qsx
Ainda segundo (PINHO, 2012), se variar qualquer determinante da oferta que não o preço do
próprio bem (por exemplo, o preço dos factores produtivos), ocorre uma violação da condição
ceteris paribus e como tal dá-se uma deslocação (paralela ou não) de toda a curva da oferta
para a direita ou para baixo (aumenta) ou esquerda ou para cima (diminui)  Variação da
oferta.

- Se c ou d ou c e d  Deslocação da curva da oferta  Variação oferta.


Qsx´
Px
Qsx
Qsx´´

0 Qsx
Assim, o autor também fala em relação as razões para aumento da oferta:

 Diminuição dos preços dos factores produtivos;


 Diminuição dos preços das matérias-primas;
 Progresso tecnológico;
 Alterações regulamentares favoráveis à empresa;
 Alterações climatéricas e outras…
Qs
P
Qs´x

0 Qs Qs´ Q
Razões para diminuição da oferta:

 Aumento dos preços dos factores produtivos;

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 Aumento dos preços das matérias-primas;
 Alterações regulamentares desfavoráveis à empresa;
 Alterações climatéricas e outras…
Qs´x
P
Qs

0 Qs´ Qs Q
Ainda no que concerne a análise sobre o desvio da curva da oferta, importa enfatizar o
posicionamento de (NABAIS e FERREIRA, 2010), que explica o aumento e diminuição da
quantidade oferecida em um único gráfico como abaixo representamos:

O autor citado no parágrafo P S3


S1 S2
anterior, explica que na
deslocação de S1 para S2, a
quantidade oferecida do bem
é maior, para os diversos
preços. Por outro lado, de S1
para S3, a quantidade
oferecida é menor.
Q

Ainda (NABAIS e FERREIRA, 2010), em gesto de conclusão enfatiza que a deslocação da


oferta, de S1 para S2 é o resultado:

 Da diminuição dos custos de produção (descida dos preços das matérias-primas,


descida do preço da mão-de-obra, progressos ou melhorias organizativas) as empresas
querem oferecer mais ao mesmo preço;
 Das condições climatéricas favoráveis proporcionarem condições de aumentos de
produção com os mesmos custos;
 Das inovações tecnológicas melhorarem as técnicas de produção com reflexos na
oferta.

A deslocação da oferta, de S1 para S3 é o resultado:

 Do aumento dos custos de produção (aumento dos preços das matérias-primas,


aumento dos salários), as empresas podem produzir menos com os mesmos factores
produtivos;

Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 12


 Das condições climatéricas desfavoráveis, possibilitam menos quantidades
produzidas com os mesmos custos;
 Da instabilidade política e social;
 Da crise financeira que agrava a situação conjuntural com reflexos na vida das
empresas.

2.1.1.5. Alteração do preço de equilíbrio


De acordo com (NABAIS e FERREIRA, 2010), equilíbrio significa estabilidade e o preço de
equilíbrio representa, de facto, um ponto de estabilidade de mercado. Contudo, o preço de
equilíbrio pode modificar-se em resposta às deslocações das curvas da oferta e/ou da procura.

O autor citado no parágrafo anterior, trás um exemplo interessante e o mesmo começa com a
seguinte questão: o que acontece quando há um desvio da curva da procura? E o mesmo passa
a explicar o seguinte: o vinho e a cerveja são bens sucedâneos têm influencia na procura do
outro bem. Se o preço da cerveja aumenta (ou diminui), a procura do vinho aumentará (ou
diminuirá). Como é que o preço da cerveja, o rendimento dos consumidores ou o gosto
afectará o mercado do vinho?

Aumento da
D2 Em conclusão: quando a
P S procura de um bem aumenta, a
curva da procura desvia-se para
D2
Neste caso, devido, por D1 a direita, aumentado a
E2
exemplo, a um aumento do P´ quantidade e o preço de
rendimento, a curva da procura E1 equilíbrio.
P
desvia-se para a direita.
Aumento do preço
de equilíbrio
0 Qs Qs´ Q

Para explicar a alteração do preço de equilíbrio em função a um desvio da curva da oferta, o


autor apresenta o seguinte gráfico:
Aumento
da D2

Diminuição do preço de
P D S1 equilíbrio.
E1 S2
Com o desvio da curva da
oferta, neste caso para a direita, P Em conclusão quando a oferta de
E2
a situação de equilíbrio altera- P´ um bem aumenta, o preço de
se. equilíbrio do bem diminui e a
quantidade de equilíbrio aumenta.

0 Qs Qs´ Q
Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 13
Diminuição da
S1 oferta
D2
S2
P
E2

D1
E1
P
Grande aumento
da procura

0 Qs Qs´ Q
Um desvio simultâneo das duas curvas vai alterar igualmente a situação de equilíbrio.
Podendo surgir duas situações:

Na situação referente ao gráfico anterior:

 O aumento da procura é relativamente maior que a diminuição da oferta, o que origina


o aumento do preço de equilíbrio e da quantidade de equilíbrio.

Grande Diminuição
S2 da oferta

P D2 E2 S1
D1

E1
P
Aumento da
procura

0 Qs Qs´ Q
Nesta ultima situação: a diminuição da oferta é relativamente maior que o aumento da
procura, o que originará o aumento do preço de equilíbrio e a diminuição da quantidade de
equilíbrio.

Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 14


Bibliografia
NABAIS, C.; FERREIRA, R. V. Microeconomia: lições e exercícios. Porto: Lidel, 2010.

PINHO, M. Microeconomia: teoria e prática simplificada. Lisboa: [s.n.], 2012.

VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos, uma abordagem moderna. São Paulo:


Elsevier, 2006.

Modelo Competitivo/2020. Professor: Janota Página 15

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