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É Possível Reverter a Sarcopenia

com Suplementação em Vitamina


D? - Scoping Review

Scoping Review apresentada à Universidade Católica Portuguesa,


Instituto de Ciências da Saúde
para obtenção do Grau de Pós-Graduado em Nutrição em Oncologia

Ana Lúcia Morais Carromeu

Orientador:
Prof. Doutor Manuel Luís Capelas

Lisboa, outubro de 2020


Pós-graduação em Nutrição em Oncologia | | Universidade Católica Portuguesa

É Possível Reverter a Sarcopenia com Suplementação de


Vitamina D? - Scoping Review
Autores
Carromeu, Ana1 Neves, Pedro1, Capelas, Manuel Luís1,2

1. Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, Portugal


2. Universidade Católica Portuguesa, Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), Portugal

Resumo
Objetivo: Identificar quais os efeitos da suplementação de Vitamina D em doentes oncológicos com sarcopenia e/ou
perda de massa ou força muscular, descritos na literatura.

Introdução: Um dos principais problemas nutricionais vivenciados pelos doentes com cancro é a perda de massa
muscular, também chamada de sarcopenia ou miopenia. A sarcopenia é caracterizada por uma diminuição da massa
corporal magra com impacto na força e função física, que pode diminuir a qualidade de vida. Por vezes a sarcopenia
já se encontra presente no início da quimioterapia ou acaba por se desenvolver em doentes que ficam mais debilitados
ou durante a quimioterapia neoadjuvante ou quimioterapia paliativa. Os resultados clínicos são desfavoravelmente
influenciados pela presença de sarcopenia antes ou durante o tratamento. Dado o papel da massa muscular e do
tecido adiposo nos resultados dos tratamentos oncológicos, as estratégias para otimizar a composição corporal
desempenham aqui um papel extremamente importante. Por conseguinte, o papel da vitamina D no tratamento da
sarcopenia tem vindo a ser cada vez mais relatado e alguns estudos referem a suplementação de vitamina D como útil
na melhoria da massa muscular, podendo reverter a sarcopenia, contribuindo desta forma para uma otimização dos
resultados no tratamento do cancro.

Critérios de Inclusão: Foram considerados artigos de humanos com doença oncológica e com sarcopenia ou com perda
de força muscular ou de massa muscular, que tenham sido suplementados com vitamina D. Apenas foram incluídos
artigos publicados nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola.

Métodos: Foi seguida a metodologia proposta pelo The Joanna Briggs Institute (JBI) para scoping reviews. Efetuou-se
uma pesquisa em duas bases de dados distintas, a Pubmed e a CINAHL (via EBSCO) com o objetivo de incluir estudos
relevantes que respondam aos critérios definidos. Os estudos foram selecionados por 2 revisores independentes, de
acordo com o diagrama de fluxo Prefered Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses
(PRISMA). Posteriormente a extração de dados seguiu as recomendações do JBI para scoping reviews.

Resultados: Foram encontrados 160 artigos no total, publicados entre os anos 2008 e 2020, tendo sido incluídos
apenas 5 destes. Os principais resultados apontam para a existência de benefícios na melhoria da massa e força
muscular, bem como na sarcopenia, resultante da suplementação de vitamina D.

Conclusões: De acordo com a pergunta de revisão que se colocou nesta scoping review, foi possível concluir que
a literatura disponível sobre a suplementação de vitamina D em doentes oncológicos com sarcopenia ainda é muito
escassa, não existindo evidências científicas suficientes, para que seja exequível concluir se é realmente possível
reverter ou não a sarcopenia com a suplementação de vitamina D.

Ana Carromeu 1
Pós-graduação em Nutrição em Oncologia | | Universidade Católica Portuguesa

Palavras-chave
Oncologia, Neoplasma, Vitamina D, Sarcopenia, Fraqueza Muscular

Introdução
O cancro é uma doença multifatorial que se desenvolve através de múltiplas interações entre os genes e o meio
ambiente 1. O cancro afeta milhões de pessoas em todo o mundo e é atualmente, uma das principais causas de
mortalidade1,2. Um dos principais problemas nutricionais vivenciados pelos doentes com cancro é a perda de massa
muscular, também chamada de sarcopenia ou miopenia2. Esta perda de massa muscular é um preditor de menor
qualidade de vida, menor taxa de sobrevivência e maior número de complicações associadas como infeções pós-
operatórias, necessidade de reabilitação dos utentes internados, hospitalizações recorrentes, aumento da duração
dos internamentos, complicações respiratórias, entre outras1,2,5.

O termo sarcopenia foi utilizado por Irwin Rosenberg em 1988, para descrever a perda de massa muscular em idosos3.
Esta grande perda de massa muscular, supostamente involuntária foi, em parte, considerada responsável pela
diminuição da capacidade funcional relacionada com a idade4,5. Estima-se que a sarcopenia afete cerca de 6 a 22% dos
adultos com idade igual ou superior a 65 anos6. A sarcopenia é caracterizada por uma diminuição da massa corporal
magra com impacto na força e função física, que pode diminuir a qualidade de vida. Contudo, ainda não é claro se a
diminuição da capacidade funcional decorre da perda de massa muscular e/ou do comprometimento da qualidade do
tecido muscular1,2,6. No que diz respeito à fisiopatologia e alterações estruturais do músculo esquelético, a sarcopenia
resulta da redução do número e do tamanho das fibras musculares, particularmente do tipo 2, conhecidas por serem
as fibras de contração rápida e as que mais contribuem para a força e crescimento muscular. Além da atrofia das fibras
musculares do tipo II, a deficiência de vitamina D está associada à miosteatose e à perda de células satélites necessárias
para a regeneração muscular5. Enquanto no idoso, a sarcopenia é medida com base na função e défice muscular, no
doente oncológico, a sarcopenia mede-se através da análise da massa muscular e do peso em comparação com valores
padrão5. A sarcopenia pode ser definida como grave perante um quadro de falta de massa muscular, redução da força
muscular e diminuição no desempenho físico, comparativamente com valores padronizados para a população geral5.
Os métodos disponíveis para avaliar a massa muscular são a absortometria radiológica de dupla energia (DEXA), a
tomografia computadorizada ao nível da 3ª vértebra e a análise de bioimpedância (BIA)1,5. Para descrever a perda de
massa muscular nos doentes obesos é utilizado o termo obesidade sarcopênica1,5. Alguns antineoplásicos, como a
cisplatina estão associados ao desenvolvimento de obesidade sarcopénica, por levarem a um aumento da massa gorda
e por vezes um aumento ponderal durante a quimioterapia. Este facto traduz-se numa mudança desfavorável na
composição corporal, acarretando conclusões erradas e precipitadas, como, a atribuição do aumento ponderal a um
sinal de recuperação5.

No início dos anos 2000, constatou-se que existiam inúmeras causas de sarcopenia, podendo esta ser classificada
como: sarcopenia primária - sobretudo relacionada com a idade; ou sarcopenia secundária - relacionada com outras
doenças como diabetes mellitus, cancro, doença pulmonar obstrutiva crónica ou insuficiência cardíaca2,3,7. O cancro
tem sido a doença mais associada à sarcopenia secundária. As definições específicas para este tipo de sarcopenia são
baseadas na taxa de mortalidade, complicações cirúrgicas e toxicidade da quimioterapia.3 Até ao presente ainda é
questionável se a sarcopenia secundária pode ser considerada apenas sarcopenia ou uma caquexia precoce3. Por vezes
a sarcopenia já se encontra presente no início da quimioterapia, ou em doentes que ficam mais debilitados e que
desenvolvem sarcopenia durante a quimioterapia neoadjuvante ou quimioterapia paliativa. Os resultados clínicos são
desfavoravelmente influenciados pela presença de sarcopenia antes do tratamento ou com o desenvolvimento de
sarcopenia durante o tratamento. Assim, existem alguns fármacos antineoplásicos que podem levar ao
desenvolvimento de sarcopenia, mas, em contrapartida, existem outros que podem prevenir ou reverter a sarcopenia

Ana Carromeu 2
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por melhorarem a massa muscular5. Portanto, além da doença, também os tratamentos, quer com antineoplásicos
quer cirúrgicos, têm um impacto significativo no estado nutricional dos doentes oncológicos1.

Dado o papel da massa muscular e do tecido adiposo nos resultados dos tratamentos oncológicos, as estratégias para
otimizar a composição corporal desempenham aqui um papel importante1,5. Durante a última década, o papel da
vitamina D na sarcopenia tem sido cada vez mais relatado e tem sido sobretudo estudada em idosos saudáveis para
prevenir ou tratar a perda de massa muscular. Este facto pode vir a ser útil também para o tratamento da perda de
massa muscular nos doentes oncológicos. Sabe-se que com o envelhecimento, os níveis de 1,25 hidroxivitamina D
diminuem e existem estudos que descrevem a associação entre os baixos níveis de hidroxivitamina D e valores mais
baixos de massa muscular, falta de força, perda de equilíbrio e aumento do número de quedas2,8,9. Esta deficiência de
vitamina D associada à idade pode estar relacionada com a diminuição da exposição solar e com a redução do consumo
de fontes alimentares ricas em vitamina D. A isto acresce ainda a diminuição da capacidade da pele em sintetizar
vitamina D7. No entanto, para obter efeito no músculo esquelético, a vitamina D precisa de se ligar ao recetor
VDR (Recetor de intracelular de vitamina D)9. Ao se ligar ao recetor VDR, as fibras musculares aumentam de tamanho,
o que permite otimizar a força muscular e o desempenho físico. Contudo, durante o processo de envelhecimento, o
número de recetores VDR no tecido muscular vai diminuindo progressivamente e há uma menor resposta funcional à
vitamina D e consequentemente maior perda de massa e de força muscular7. No cancro, alguns fatores como a
redução da ingestão alimentar, por diminuição do apetite, alterações no paladar, alterações metabólicas, menor
absorção de nutrientes, entre outros, levam ao desgaste e deterioração muscular1.Também tem vindo a ser referido
em alguns estudos que valores suficientes de vitamina D podem ser necessários para que outros suplementos sejam
mais eficazes no tratamento ou prevenção da sarcopenia2. A suplementação com vitamina D tem vindo a ser referida
como útil na melhoria da massa muscular, podendo reverter a sarcopenia, sobretudo numa fase inicial, o que pode
contribuir para optimizar os resultados dos tratamentos do cancro2,3,5.

Esta scoping review foi orientada metodologicamente pelas recomedações do The Joanna Briggs Institute (JBI), para
scoping reviews10 e pretende sintetizar e fornecer uma visão geral do que existe na literatura sobre o papel da vitamina
D na possível reversão da sarcopenia. Neste sentido, foi realizada inicialmente uma pesquisa bibliográfica nas bases
de dados PubMed e CINAHL, que possibilitou confirmar não existirem scoping reviews publicadas sobre este tema. O
objetivo, os critérios de inclusão e os métodos para esta revisão foram descritos e documentados seguindo o protocolo
acima referido10.

Pergunta da Revisão
Esta revisão procura determinar se é possível reverter a sarcopenia nos doentes oncológicos com suplementação de
vitamina D para que no futuro seja possível definir qual o procedimento clínico a adotar.

A pergunta de revisão que se colocou de acordo com o acrónimo PCC (população, conceito e contexto) foi:

O que se sabe da literatura existente sobre o efeito da suplementação de Vitamina D em doentes oncológicos com
sarcopenia?

Critérios de Inclusão
Participantes

Nesta scoping review foram considerados artigos de humanos com doença oncológica, com sarcopenia ou com perda
de força ou de massa muscular.

Ana Carromeu 3
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Conceito

Esta revisão considerou os estudos em que os participantes tivessem sido suplementados com vitamina D.

Contexto

Foram considerados estudos que avaliaram o resultado da suplementação da vitamina D no tratamento e prevenção
da sarcopenia.

Tipos de Fontes

Para a realização desta scoping review foram considerados três artigos de revisão, um estudo piloto e um estudo de
coorte prospectivo, resultantes de uma pesquisa realizada em duas bases de dados, a Pubmed e a CINHAL (via
EBSCO), com resumo disponível.

Foram excluídos estudos em animais, estudos em humanos que não sejam doentes oncológicos com sarcopenia ou
com perda de força ou de massa muscular. Artigos que tenham resultado da pesquisa, mas que não sejam de acesso
gratuito, foram igualmente excluídos.

Métodos
O referencial utilizado para esta revisão foi o the Joanna Briggs Institute (JBI) para Soping Reviews10. O presente artigo
trata-se de uma scoping review, que tem como objetivo identificar quais os efeitos da suplementação de vitamina D
na Sarcopenia, para se verificar se é possível ou não reverter a sarcopenia com a suplementação de vitamina
D. Secundariamente pretende-se averiguar se, no futuro, esta poderá ser uma ferramenta informativa de suporte na
tomada de decisão na prática clínica dos profissionais de saúde perante doentes oncológicos com sarcopenia ou com
perda de massa e/ou de força muscular.

Estratégia de pesquisa

Esta scoping review assentou na estratégia da definição dos participantes, conceito e contexto (PCC). Assim,
relativamente aos participantes a revisão foi guiada de forma a incluir estudos de doentes oncológicos com sarcopenia
e/ou perda de massa ou de força muscular. No que respeita aos conceitos este scoping review procurou incluir artigos
em que os participantes tenham sido suplementados com vitamina D. Quanto ao contexto, foram integrados os artigos
que apresentam resultados da suplementação da vitamina D no tratamento e prevenção da sarcopenia e ou na perda
de massa ou força muscular.

O primeiro passo foi uma pesquisa genérica em 2 bases de dados distintas, a PubMed e a CINAHL (via EBSCO) das
palavras-chave sobre o tema. O segundo passo permitiu identificar quais os termos MeSh para esta pesquisa, como
se pode consultar no Apêndice I. A pesquisa na CINHAL seguiu os mesmos procedimentos. Foram selecionados os
artigos mais relevantes com base nos títulos e resumos resultantes dessa pesquisa, que tenham sido publicados de
2008 a 28 de abril de 2020.

Na Pubmed a pesquisa incluiu os seguintes termos "Mesh": neoplasm, neoplasia, tumor, tumour, cancer, vitamin D,
cholecalciferol, hydroxycholecalciferol, 24,25-dihydroxyvitamin D 3, calciterol, calcifediol, dihydroxycholecalciferols,

Ana Carromeu 4
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sarcopenia, muscle weakness e muscular atrophy. Na CINHAL foram utilizados como CINAHL® subject heading os
seguintes termos: Neoplasm, neoplasia, tumor, tumour, cancer, Vitamin D, cholecalciferol, calcitriol, sarcopenia,
muscle weakness e muscular atrophy vinculadas pelo uso do termo Booleano "OR" e associadas pelo uso do termo
"AND". Como resultado destas pesquisas foram selecionados diversos tipos de estudo, como artigos de revisão,
guidelines, ensaios clínicos e estudos observacionais escritos em Inglês, Português ou Espanhol.

A pesquisa na PubMed forneceu a maioria dos artigos, 126 no total e pode ser consultada no Apêndice I. Da pesquisa
realizada na CINAHL (via EBSCO) resultaram 34 artigos.

Seleção dos estudos

Após a pesquisa, todos os artigos identificados foram agrupados e enviados para o Mendley Desktop 1.9.4 onde foram
removidos os duplicados, resultando num total de 141 artigos. Posteriormente os artigos foram transferidos para a
Rayyan QCRI, aplicativo online para revisões sistemáticas, onde dois revisores independentes examinaram os artigos
a fim de, com base nos títulos e resumos, excluir aqueles que não atendiam aos critérios de elegibilidade. Foram
excluídos alguns artigos que não estavam nos idiomas definidos e alguns estudos em animais. A maioria dos artigos
excluídos tiveram como motivo de exclusão o facto de não estarem de acordo com a temática em questão. O processo
de decisão dos estudos encontra-se sistematizado num diagrama de fluxo de Itens de Relatório Preferenciais para
Revisões Sistemáticas e Meta-análises - PRISMA11 (figura 1). Os estudos que preenchiam os critérios de elegibilidade,
foram visualizados na íntegra. Através da plataforma Rayyan foram selecionados 24 artigos. Posteriormente foram
excluídos 4 por não serem de acesso gratuito. Após leitura do texto integral, foram excluídos ainda 9 artigos. A
significativa discrepância entre o número de artigos identificados na pesquisa inicial e o número de artigos incluídos
no estudo, deve-se ao facto de na grande maioria os artigos não corresponderem aos critérios de inclusão por falarem
apenas de sarcopenia ou de vitamina D sem que seja feita uma associação entre ambos os temas, como objetivado ou
pelo facto da população do estudo não serem doentes oncológicos. Assim, para a realização desta scoping review,
resultaram apenas 5 artigos.

Ana Carromeu 5
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Número de artigos
identificados nas bases de
Identificção

dados Pubmed (126) e


CINAHL (34)
(n =160 )

Número de artigos após exclusão de


artigos duplicados
(n =134 )
Análise

Número de artigos
Número de artigos
excluídos por
analisados (n = 134)
conteúdo não
pertinente(n =120 )

Número de artigos Artigos excluídos por


Elegibilidade

analisados pelo texto não terem disponível o


integral (n = 14 ) texto na íntegra
(n = 9 )

Número de artigos incluídos na revisão


Inclusão

(n =5)

Figura 1: Diagrama de fluxo do processo de pesquisa e seleção dos estudos (PRISMA)

Extração de Dados

Os dados mais relevantes foram extraídos dos estudos incluídos para abordar a pergunta de revisão desta scoping
review, através de um protocolo desenvolvido (Apêndice II) seguindo as recomendações do Joanna Briggs Institute
para scoping reviews10. Estes dados foram extraídos apenas por um revisor. A qualidade dos dados extraídos não foi
avaliada antes da inclusão por não ser de carácter obrigatório para a realização desta scoping review. Os dados
extraídos incluíram: autor (es); ano da publicação; objetivo ou propósito; população do estudo e tamanho da amostra
(se aplicável); metodologia ou métodos; tipo de intervenção e detalhes destes (se aplicável); duração da Intervenção
(se aplicável) e principais resultados relacionados com a pergunta de revisão. Os principais resultados encontram-se
disponíveis para consulta no apêndice III.

Ana Carromeu 6
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Apresentação dos Resultados

Dos artigos incluídos destacam-se: três revisões bibliográficas, um estudo piloto e um estudo de coorte prospectivo.
Todos os artigos se encontram disponíveis em Inglês. Nesta scoping review inclui-se um artigo de 2009, dois de 2018,
um de 2019 e um de 2020. Os dados dos estudos apresentam-se disponíveis no quadro I no apêndice III e encontram-
se descritos de seguida.

O estudo de Davis Mellar P. et al (A1)5, artigo de revisão sobre a sarcopenia associada à quimioterapia e agentes
antineoplásicos, são abordadas opções não farmacológicas para reduzir a sarcopenia durante a quimioterapia e
terapias farmacológicas onde se inclui a reposição de vitamina D. Neste artigo também é feita referência às perdas
musculares nas fibras tipo II, que podem ser evitadas pela manutenção dos níveis de 25 hidroxivitamina D. Níveis
baixos de 25 hidroxivitamina D e níveis elevados da hormona paratiroide (PTH) estão também associados a um risco
aumentado de sarcopenia5. Acredita-se que uma abordagem multifatorial e abrangente seja mais eficaz, mas este
facto ainda carece de validação5. Os autores referem ainda que uma ingestão adequada de proteínas, acompanhada
de exercício, suplementação com vitamina D, um metabolito de leucina, cálcio e β-hidroxi β-metil butirato, parecem
ser uma abordagem eficaz na prevenção e tratamento da sarcopenia5. Contudo, não se tem conhecimento se prevenir
ou reverter a sarcopenia traz algum benefício clínico no que diz respeito a uma melhoria da tolerância às terapias
antineoplásicas, função física, bem-estar, resposta ao tumor e sobrevivência5

O estudo de Waltman et al (A2)12 é um estudo exploratório com 29 mulheres sobreviventes de cancro da mama em
terapia com inibidores da aromatase. Os principais objetivos deste estudo foram: determinar se os níveis séricos de
concentração de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D) estavam abaixo do normal (<30 ng/ml) numa amostra de 29
sobreviventes de cancro de mama em terapia com inibidores de aromatase por pelo menos 2 meses e descrever quais
os sintomas musculoesqueléticos experimentados para determinar se esses sintomas musculoesqueléticos (dores nas
articulações e rigidez, dores nos ossos e músculos e fraqueza muscular) estavam relacionados com os níveis que
apresentavam de vitamina D. Foi utilizado um questionário - Aromatase Inhibitor Questionnaire com 48 itens12,
desenvolvido pelo investigador para questionar o tipo e doses dos inibidores da Aromatase, ingestão de
suplementação de vitamina D, o tempo passado ao ar livre durante o dia sem protetor solar e sintomas
musculoesqueléticos atuais. Apenas 4 (14%) apresentavam níveis séricos de vitamina D iguais ou acima de 30 ng/mL12.
As restantes 25 (86%) tinham níveis séricos insuficientes de 25 (OH) D; 23 tinham uma insuficiência moderada de
vitamina D (20–29 ng/ml) e nenhuma apresentava valores séricos abaixo de 10 ng/ml, mas 2 apresentavam uma
insuficiência grave de vitamina D e ambas estavam a tomar letrozol. No entanto, 2 das 4 com níveis séricos normais
de 25 (OH) D também estavam a tomar letrozol12. No momento da colheita de sangue, as 29 mulheres relataram uma
ingestão suplementar média de vitamina D de 665 ± 424 UI12. Vinte e seis (90%) relataram fazer suplementação de
vitamina D e cálcio e/ou um multivitamínico. Mas concluiu-se não haver uma correlação significativa dos níveis séricos
de 25 (OH) D com UI de ingestão de vitamina D12. Foi possível averiguar que na semana anterior a maioria dessas
mulheres tinham passado um tempo médio de cerca de 39 minutos ao sol. Quatro mulheres (14%) não receberam luz
do sol durante essa semana. Quanto aos sintomas musculoesqueléticos, 5 mulheres (17%) não relataram ter quaisquer
sintomas. Nas restantes 24, a classificação média mais alta foi para dores musculares nas costas e pescoço e houve
uma relação inversa significativa entre essa dor muscular e os níveis séricos de 25 (OH) D (r = −0,422, p<0,05)12. A
prevalência de insuficiência de vitamina D nesta amostra foi alta, apesar da ingestão média diária de suplementação
de vitamina D ter sido de 665 UI e o tempo médio ao sol na semana anterior ter sido de 39 minutos12.

No estudo de S. Nejatinamin et al( A3)13, um estudo de coorte prospetivo, o objetivo foi avaliar as alterações no estado
vitamínico durante o tratamento em doentes de cancro cabeça-pescoço em relação à composição corporal, inflamação
e mucosite. A população deste estudo foram 30 utentes com cancro cabeça-pescoço do Cross Cancer Institute, no
Canadá13. No início do diagnóstico e após o tratamento (6 a 8 semanas de radioterapia com ou sem quimioterapia) foi
avaliada a ingestão alimentar por meio do registo alimentar de 3 dias, os níveis plasmáticos de vitaminas e proteína C
reativa. Imagens de tomografia computadorizada foram utilizadas para quantificar a composição corporal e as
Ana Carromeu 7
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informações sobre a mucosite foram recolhidas dos registos de saúde dos utentes. Este estudo avaliou
prospectivamente a relação entre concentrações circulantes de 25-hidroxivitamina D e mudanças longitudinais na
massa muscular em utentes com cancro cabeça e pescoço13. Ao longo do tratamento, estes utentes tiveram uma
perda ponderal considerável, o que pode ser explicado por perdas iguais de músculo e gordura. É igualmente relevante
a alta prevalência da deficiência ou insuficiência de vitamina D nestes utentes. Os níveis plasmáticos de 25-
hidroxivitamina D estão relacionados com a massa muscular e existe tendência para haver uma maior perda de
músculo nos utentes com menores concentrações de 25-hidroxivitamina D13. Os utentes com cancro cabeça-pescoço
que não obtiveram uma ingestão recomendada de vitamina D perderam duas vezes mais músculo esquelético durante
o tratamento. Contudo tratou-se de uma amostra com baixo nível de significancia13.

Relativamente ao estudo de Carla Prado et al (A4), trata-se de um artigo de revisão deste ano, sobre uma visão geral
das estratégias de nutrição destinadas a melhorar a massa muscular em doentes oncológicos, com o objetivo de
discutir estratégias para atenuar as limitações das intervenções nutricionais2. O artigo faz referência a um ensaio
randomizado com idosos que receberam um suplemento nutricional (HMB, arginina e lisina) em que foi possível
verificar que, embora a massa muscular tenha aumentado em ambos os grupos (de tratamento e placebo) a força
muscular apenas aumentou naqueles que apresentavam níveis basais de vitamina D suficientes (≥30 ng 25OH-vitamina
D3 / ml)2. Também se sabe que a vitamina D combinada com a proteína do soro melhora a função muscular e a massa
muscular em idosos com ou sem exercício. Assim, conclui-se que níveis suficientes de Vitamina D podem ser
necessários para que outros suplementos sejam mais eficazes. O artigo termina recomendando a suplementação
vitamina D de 600-800 unidades internacionais para doentes oncológicos, o que pode ser vantajosa na prevenção ou
tratamento de uma massa muscular diminuída destes doentes2.

Por fim, uma revisão bibliográfica de 2019, o estudo de Paula Ravasco (A5)1, teve como objetivo fornecer informações
e apresentar uma visão geral da literatura mais recente sobre os principais aspetos nutricionais nos doentes com
cancro. É mencionada a existente associação entre baixos níveis de vitamina D e perda de massa muscular, podendo
esta ser necessária para otimizar a eficácia dos suplementos de proteína. Neste artigo é uma vez mais referido que a
suplementação de vitamina D com 600–800 UI em pacientes com cancro pode prevenir a perda muscular, mas são
necessárias mais pesquisas sobre o tema1.

Discussão dos Resultados


De modo geral, os 5 artigos referem a existência de algumas evidências que apoiam a importância da suplementação
de vitamina D na prevenção e tratamento da sarcopenia. Contudo, o papel exato da sua suplementação ainda é
incerto, sendo recomendado, pela maioria dos artigos o desenvolvimento futuro de estudos adicionais para se
esclarecer efetivamente o efeito da suplementação de vitamina D na sarcopenia e posteriormente determinar quais
as doses mais adequadas. Uma outra conclusão comum na maioria destes artigos é a existência de um agravamento
da função muscular ou maior perda de massa muscular associada a níveis insuficientes de vitamina D.

Todos os artigos recomendam verificar os níveis de vitamina D e repô-los caso sejam insuficientes, salientando-se o
estudo de Davis Mellar P, que refere que uma deficiência prolongada de vitamina D leva a uma maior perda muscular
e fraqueza5. As perdas musculares são mais gravosas nas fibras musculares do tipo II, sendo recomendado que estas
sejam evitadas como uma manutenção de níveis de 25 hidroxivitamina D > 20 ng / ml. Além de Davis Mellar P. et al,
também no estudo de Carla Prado et al (A4) 2 se refere que uma terapia combinada, por exemplo, de vitamina D com
exercício físico, ingestão adequada de proteínas e outros suplementos, β-hidroxi β-metil butirato, parecem ser eficazes
no tratamento e prevenção da sarcopenia2,5. Ambos os estudos referem que os valores de vitamina D devem ser
monitorizados e suplementados perante défice ou insuficiência e é recomendada a realização de ensaios clínicos
randomizados de maior dimensão para validar os resultados de estudos pequenos2,5.

Ana Carromeu 8
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No estudo piloto de Waltman et al12 os pesquisadores constataram que as queixas musculoesqueléticas das
sobreviventes de cancro da mama podem ser resultado de baixos níveis de vitamina D, existindo uma correlação
inversa e significativa entre o nível de dor muscular e os níveis séricos de vitamina D12. Contudo níveis plasmáticos de
vitamina D mais baixos podem estar associados aos inibidores da aromatase, uma vez que estes são metabolizados
pelo CYP34A , e a utilização metabólica do sistema CYP34A aumenta as necessidades de vitamina D. Ainda assim,
verificou-se uma melhoria geral nas queixas musculoesqueléticas destas sobreviventes de cancro da mama quando
suplementadas com vitamina D, mas recomenda-se a realização de estudos com uma dimensão populacional maior,
com diferentes faixas etárias, etnias, estilos de vida e de diferentes áreas geográficas para melhor se determinar as
relações entre os níveis plasmáticos de vitamina D e sintomas musculo-esqueléticos12.

O estudo de S. Nejatinamin et al13 foi o primeiro a avaliar prospectivamente a relação entre concentrações circulantes
de 25-hidroxivitamina D e as alterações longitudinais na massa muscular em doentes de cancro cabeça-pescoço, ao
revelar que o valores plasmáticos de 25-hidroxivitamina D estavam relacionados com a massa muscular esquelética,
mesmo após considerar os fatores de confundidores13. Este estudo confirmou uma correlação entre níveis plasmáticos
de 25-hidroxivitamina D com a massa muscular, com a tendência para a perda de músculo em doentes com menores
concentrações de 25-hidroxivitamina D. Tendo-se evidenciado uma melhoria na força muscular associada à
suplementação de vitamina D. Também este estudo , uma vez que se tratou de uma amostra populacional pequena,
apresentou um baixo nível de significância, sendo igualmente importante uma amostra maior para estudos futuros13.

O estudo de Paula Ravasco (A5), evidenciou a importância da massa muscular e do tecido adiposo nos resultados
oncológicos, sendo de extrema importância definir estratégias para otimizar a composição corporal, como parte
importante do sucesso da terapia do cancro. Para tal é feita a recomendação de uma suplementação de vitamina D
de 600-800 UI para prevenir a perda muscular em doentes com cancro 1. Esta mesma recomendação é igualmente
apresentada pelo estudo de Carl Prado et al2. As causas da perda de massa muscular podem diferir de acordo com o
tipo e / ou estádio da doença oncológica, como por exemplo, nos doentes de cancro cabeça e pescoço, que podem
estar mais comprometidos resultante das complicações associadas ao tipo de cancro, nomeadamente,
comprometendo a capacidade para ingerir alimentos, enquanto que outros tipos de cancro, como um tipo de cancro
metastizado, pode já estar associado a vários fatores metabólicos.

Conclusões
De acordo com a pergunta de revisão que se colocou nesta scoping review, foi possível concluir que a literatura
disponível sobre a suplementação de vitamina D em indivíduos com sarcopenia ainda é controversa e não existem
evidências científicas suficientes, para que seja exequível concluir se é realmente possível reverter a sarcopenia com
a suplementação de vitamina D. No entanto é possível afirmar que níveis plasmáticos de vitamina D em défice ou
insuficientes comprometem negativamente a massa muscular e a sua função, tendo como consequência um
agravamento de sintomas músculo-esqueléticos e comprometendo os resultados dos tratamentos oncológicos.
Importa referir, que na prática clínica é recomendado avaliar as doses de vitamina D existentes e suplementar sempre
que estas estejam em défice. As evidências disponíveis fornecem apenas uma certeza muito baixa de que a
suplementação de vitamina D de 600-800 UI em doentes oncológicos pode ser vantajosa na prevenção ou tratamento
da sarcopenia. Uma vez que a sarcopenia é uma patologia de etiologia multifatorial, são também relatados
benefícios associados á suplementação de vitamina D juntamente com a prática de exercício físico, ingestão adequada
de proteínas e outros nutrientes, não podendo estes benefícios ser atribuídos apenas à vitamina D.

Conclui-se desta forma que, a suplementação de vitamina D é um ponto importante a ser considerado na prevenção
e tratamento da sarcopenia, mas salienta-se a importância de pesquisas futuras a fim de se compreender melhor os
efeitos que advêm da suplementação de vitamina D, consoante a faixa etária, diferentes etnias, estilos de vida,
diferentes zonas geográficas e até mesmo consoante o tipo de cancro. Espera-se que esta scoping review venha a

Ana Carromeu 9
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constituir um exercício preliminar que justifique a formulação de questões específicas e desenvolvimento de outros
estudos sobre o papel da vitamina D no tratamento da sarcopenia.

Limitações do Estudo

Consideram-se como limitações desta scoping review o facto de apenas terem sido incluídos estudos em português,
inglês ou espanhol e que se encontraram disponíveis, gratuitamente e com texto integral, podendo condicionar os
resultados por se excluírem estudos com resultados possivelmente importantes para o tema.

A utilização de apenas 2 bases de dados pode ter condicionado o resultado final da pesquisa. A qualidade dos dados
extraídos não foi avaliada antes da inclusão, uma vez que também não é determinante numa scoping review, nem foi
realizada uma avaliação da qualidade dos mesmos.

A seleção de uma scoping review surgiu para lidar com a falta de estudos epidemiológicos disponíveis sobre o papel
da vitamina D no tratamento da sarcopenia, pelos quais, teria sido possível tirar conclusões mais exatas e relevantes
sobre esta temática, indo assertivamente mais ao encontro da resposta à pergunta de investigação que se colocou na
elaboração desta scoping review.

Agradecimentos
Professora Doutora Paula Ravasco pelo apoio prestado na elaboração desta scoping review.

Conflitos de Interesses
Os autores referem não haver conflitos de interesse.

Referências Bibliográficas
1. Ravasco P. Nutrition in Cancer Patients. Journal of clinical medicine. 2019 Aug;8(8).
2. Prado CM, Purcell SA, Laviano A. Nutrition interventions to treat low muscle mass in cancer. Journal of cachexia,
sarcopenia and muscle. 2020 Apr;11(2):380.
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Position Paper. Journal of cachexia, sarcopenia and muscle. 2019 Oct;10(5):961.
4. Rolland Y, Czerwinski S, Van Kan GA, Morley JE, Cesari M, Onder G, et al. Sarcopenia: Its assessment, etiology,
pathogenesis, consequences and future perspectives. Journal of Nutrition, Health and Aging. 2008;12(7):450.
5. Davis MP, Panikkar R, Nejatinamini S, Debenham BJ, Clugston RD, Mawani A, et al. Sarcopenia associated with
chemotherapy and targeted agents for cancer therapy. Nutrients. 2019 Apr;8(2):101.
6. Dent E, Morley JE, Cruz-Jentoft AJ, Arai H, Kritchevsky SB, Guralnik J, et al. International Clinical Practice Guidelines
for Sarcopenia(ICFSR): Screening, Diagnosis and Management. Intramural Research Program of the National Institute
on Aging, USA. 2018;2(10):1161.
7. Sato M, Morishita T, Katayama T, Satomura S, Okuno H, Sumida N, et al. Vitamin D Deficiency and Sarcopenia in
Older Persons. Journal of Medical Investigation. 2020;67(1.2):157.
8. Garcia M, Seelaender M, Sotiropoulos A, Coletti D, Lancha AH. Vitamin D, muscle recovery, sarcopenia, cachexia,
and muscle atrophy. Nutrition. 2019;60(October):69.
9. Wintermeyer E, Ihle C, Ehnert S, Stöckle U, Ochs G, de Zwart P, et al. Crucial role of vitamin D in the
musculoskeletal system. Nutrients. 2016;8(6).
Ana Carromeu 10
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10. The Joanna Briggs Institute. The Joanna Briggs Institute Reviewers’ Manual 2015: Methodology for JBI scoping
reviews. 2015;1–24.
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the PRISMA statement. Journal of clinical epidemiology. 2009;62(10):1012.
12. Waltman NL, Ott CD, Twiss JJ, Gross GJ, Lindsey AM, NL W, et al. Vitamin D insufficiency and musculoskeletal
symptoms in breast cancer survivors on aromatase inhibitor therapy. Cancer Nursing. 2009 Mar;32(2):150.
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Associated with Skeletal Muscle Loss and Mucositis in Head and Neck Cancer Patients. Nutrients. 2018 Sep;10(9).

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APÊNDICE I – ESTRATÉGIA DE PESQUISA

PubMed – pesquisa realizada a 28 de Abril de 2020

Pesquisa Resultados
((((((((((Neoplasm*[MeSH Terms]) OR (Neoplasm*[Title/Abstract])) OR (Neoplasia*[Title/Abstract]) 126
OR (Tumor*[Title/Abstract]) OR (Tumour*[Title/Abstract]) OR (Cancer*[Title/Abstract]) OR
(malignancy[Title/Abstract]) OR (Malignancies[Title/Abstract]))))))))) AND
(((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((((Vitamin D[MeSH Terms]) OR (Vitamin D[Title/Abstract])) OR
(Cholecalciferol[MeSH Terms])) OR (Cholecalciferol[Title/Abstract])) OR (Calciol[Title/Abstract]))
OR (Vitamin D 3[Title/Abstract])) OR (Vitamin D3[Title/Abstract])) OR
(Cholecalciferols[Title/Abstract])) OR (Hydroxycholecalciferols[MeSH Terms])) OR
(Hydroxycholecalciferols[Title/Abstract])) OR (Hydroxyvitamins D[Title/Abstract])) OR
(Hydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (24,25-Dihydroxyvitamin D 3[MeSH Terms])) OR
(24,25-Dihydroxyvitamin D 3[Title/Abstract])) OR (24,25-Dihydroxyvitamin D3[Title/Abstract])) OR
(24,25-Dihydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (24,25 Dihydroxyvitamin D3[Title/Abstract]))
OR (Dihydroxyvitamin D3, 24,25[Title/Abstract])) OR (Dihydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR
(Calcitriol[MeSH Terms])) OR (Calcitriol[Title/Abstract])) OR (1 alpha,25-Dihydroxyvitamin
D3[Title/Abstract])) OR (1 alpha,25 Dihydroxyvitamin D3[Title/Abstract])) OR (D3, 1 alpha,25-
Dihydroxyvitamin[Title/Abstract])) OR (1,25-Dihydroxyvitamin D3[Title/Abstract])) OR (1,25
Dihydroxyvitamin D3[Title/Abstract])) OR (D3, 1,25-Dihydroxyvitamin[Title/Abstract])) OR (1
alpha,25-Dihydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (1,25-
Dihydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (1,25 Dihydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR
(Calcifediol[MeSH Terms])) OR (Calcifediol[Title/Abstract])) OR (25-Hydroxyvitamin D
3[Title/Abstract])) OR (25 Hydroxyvitamin D 3[Title/Abstract])) OR (25-Hydroxycholecalciferol
Monohydrate[Title/Abstract])) OR (25 Hydroxycholecalciferol Monohydrate[Title/Abstract])) OR
(Monohydrate, 25-Hydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (25-Hydroxyvitamin
D3[Title/Abstract])) OR (25 Hydroxyvitamin D3[Title/Abstract])) OR (Calcidiol[Title/Abstract])) OR
(25-Hydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR (25 Hydroxycholecalciferol[Title/Abstract])) OR
(Dihydroxycholecalciferols[MeSH Terms])) OR (Dihydroxycholecalciferols[Title/Abstract])) OR
(Dihydroxyvitamins D[Title/Abstract]))) AND (((sarcopenia*[MeSH Terms]) OR
(sarcopenia*[Title/Abstract])) OR (myopenia[Title/Abstract]) OR (Muscle weakness [MeSH Terms])
OR (Muscle weakness [Title/Abstract]) OR (Muscular Atrophy[MeSH Terms]) OR (Muscular
Atrophy[Title/Abstract]))

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APÊNDICE II- INSTRUMENTO DE EXTRAÇÃO DE DADOS

Título: É Possível Reverter a Sarcopenia com Suplementação de Vitamina D? - Scoping Review

Objetivo: Identificar quais os efeitos da suplementação de Vitamina D em doentes com sarcopenia, descritos na
literatura

Pergunta da Revisão:

O que se sabe da literatura existente sobre o efeito da suplementação de Vitamina D em doentes com sarcopenia?

Critérios de Inclusão/ Exclusão:

População: Humanos com sarcopenia ou com perda de força muscular ou de massa muscular e também estudos de
doentes com cancro com perda de força ou de massa muscular e/ou sarcopenia, que tenham sido suplementados
com vitamina D.

Conceito: Estudos em humanos com sarcopenia ou com perda de força muscular ou de massa muscular e também
estudos de doentes com cancro com perda de força ou de massa muscular e/ou sarcopenia, que tenham sido
suplementados com vitamina D.

Contexto: Foram considerados estudos que avaliaram o resultado da suplementação da vitamina D no tratamento e
prevenção da sarcopenia.

Tipos de Estudos: Apenas estudos publicados quer de dados quantitativos quer de dados qualitativos e revisões
sistemáticas, com resumos e texto integral disponíveis gratuitamente.

Detalhes e Características do Estudo:

a) Autor/Autores___________________________________________________________
b) Ano da publicação________________________________________________________
c) Objetivo/Propósito _______________________________________________________
d) População do estudo e tamanho da amostra (se aplicável)________________________
e) Metodologia/ Métodos ___________________________________________________
f) Tipo de intervenção e detalhes destes (se aplicável_ ____________________________
g) Duração da Intervenção (se aplicável) ________________________________________
h) Principais resultados relacionados com a pergunta da Scoping Review ______________

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APÊNDICE III- QUADRO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS ARTIGOS

Autores/ Ano Objetivo do Estudo População Metodologia Tipo de Principais Resultados


da publicação (se intervenção e
aplicável) Duração (se
aplicável)

A1 Davis, Mellar Revisão da literatura N/A Artigo de N/A As perdas musculares nas
P. sobre sarcopenia e Revisão fibras tipo II podem ser
Panikkar, opções não evitadas pela manutenção
Rajiv et al. farmacológicas para de níveis de 25 hidroxi
2018 reduzir a sarcopenia vitamina D. Uma ingestão
durante a adequada de proteínas,
quimioterapia e acompanhada de
agentes exercício, suplementação
antineoplásicos. com Vitamina D,
metabolito de leucina,
cálcio e β-hidroxi β-metil
butirato, parecem ser uma
abordagem eficaz na
prevenção e tratamento
da sarcopenia.
A2 Waltman et Determinar se os 29 mulheres Estudo piloto Após 2 meses Queixas
al. níveis séricos de 25- sobrevivente exploratório em tratamento musculoesqueléticas de
2009 hidroxivitamina D s de cancro com inibidores sobreviventes do cancro
numa amostra de 29 da mama, da aromatase, da mama podem ser
sobreviventes do em terapia foi aplicado um resultado de níveis baixos
cancro de mama em com questionário- de vitamina D, existindo
terapia com inibidores da Aromatase uma correlação inversa
inibidores de aromatase Inhibitor significativa entre o nível
aromatase por um Questionnaire - de dor muscular e os
período de 2 meses e para averiguar o níveis séricos de vitamina
quais os sintomas tipo e a dose de D.
musculoesqueléticos inibidores da
experimentados e se Aromatase,
estão relacionados suplementação
com os níveis que de vitamina D, o
apresentam de tempo passado
vitamina D. ao ar livre
durante o dia
sem protetor
solar e sintomas
musculoesquelé
ticos atuais.

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A3 S. Avaliar as alterações 30 utentes Estudo de No início do Os níveis plasmáticos de


Nejatinamin, no estado vitamínico com cancro Coorte diagnóstico e 25-Hidroxivitamina D
B. Debenham, em doentes de cabeça- Prospetivo pós-tratamento estão relacionados com a
R. Clugston, cancro cabeça- pescoço do foi avaliada a massa muscular e
et al. pescoço em relação à Cross Cancer ingestão verificou-se uma
2018 composição corporal, Institute, no alimentar por tendência para se
inflamação e Canadá. meio do registro desenvolver uma maior
mucosite, durante o alimentar de 3 perda de músculo em
tratamento. dias, dos níveis utentes com menores
plasmáticos de concentrações de 25-
vitaminas e hidroxivitamina D.
proteína C
reativa. Foram
utilizadas
imagens de
tomografia
computadorizad
a para
quantificar a
composição
corporal.
A4 C.M. Prado et Visão geral das N/A Artigo de N/A A suplementação
al. estratégias de Revisão recomendada de vitamina
2020 nutrição destinadas a D de 600-800 UI para
melhorar a massa doentes oncológicos pode
muscular e discutir ser vantajosa na
estratégias para prevenção ou tratamento
atenuar as limitações de uma massa muscular
das intervenções diminuída.
nutricionais em
doentes oncológicos.
A5 Paula Ravasco Fornecer N/A Artigo de N/A A vitamina D é necessária
2019 informações e uma Revisão para otimizar a eficácia
visão geral da dos suplementos de
literatura mais proteína, com o objetivo
recente sobre os de reduzir a perda de
principais aspetos massa muscular. A
nutricionais em suplementação de
doentes com cancro. vitamina D com 600–800
unidades internacionais
(RDA) em utentes com
cancro pode prevenir a
perda muscular, mas são
necessárias mais pesquisas
sobre o tema.

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