Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Graduada em História pela Para a educadora espanhola Maria Novo, que desde 1996 ocupa a Cátedra
Universidade Federal da Unesco de Educação Ambiental, o destino do educador e da educadora A História Ambiental é um campo
História Ambiental
doutorado pela Universidade impactadas pelas migrações internas no Brasil, como os estados do Mato prefácio da segunda edição indica
Federal da Grande Dourados Grosso do Sul e as consequências ambientais da colonização do Oeste de ser aquele um “estudo ecológico”,
UFGD. Atualmente é professora ou Visão do Paraíso de Sérgio
adjunta no Curso de História da Santa Catarina; e apontam para o futuro com as possibilidades de práticas,
consciência ambiental e em contextos de populações que buscam e vivem Buarque de Holanda, de 1959, com
Universidade Estadual de Mato sua análise dos motivos edénicos
Grosso do Sul - UEMS, onde democracia. Como nos lembra Juan José Bautista Segales, sem a natureza
do descobrimento e colonização do
desenvolve projetos de pesquisa, não somos nada. As comunidades milenares atestam que o ser humano
ensino e extensão; Professora do Brasil.
é uno com a natureza e que ela não é objeto, mas é sujeito. Que a Mãe-
Curso de Pós-graduação Lato sensu Porém a História Ambiental
em Sociedade, Cultura e Meio
Terra, a Patchamama, é tridimensional, isto é, que nós seres humanos
somos parentes da natureza, parentes da Patchamama e, por isso, parentes como disciplina se consolidou no
Ambiente e Mestrado Profissional Brasil apenas no final da década
em História PROFHISTORIA. espirituais. Daí a necessidade de recuperarmos as subjetividades com estes
de 1980 e, atualmente, conta
nossos parentes. E a presente obra nos ajuda a ver o ambiente natural
com professores e pesquisadores
Tânia Regina Zimmermann dentro da História para que vençamos nosso antropocentrismo destruidor espalhados por muitas instituições
Doutora em História pela UFSC da natureza. do país. A produção atual engloba
e estágio de pós-doutorado pela
UFPR. Atualmente é professora Alvori Ahlert trabalhos que abordam temas
titular da Universidade Estadual como florestas e águas, questões
de Mato Grosso do Sul no curso urbanas e industriais, passando
de História e no Mestrado em por colonização, recursos naturais,
Educação e Desenvolvimento Apoio: secas, agricultura e tantos outros.
Regional e Sistemas Produtivos. ISBN: 978-85-94353-89-4
Atua na área de História Moderna Susana Cesco
e Contemporânea, com ênfase Professora da UNIRIO
em: violência, gênero, ensino de Da apresentação
história, intersubjetividades e
literatura.
Teoria e História da
Historiografia no século XXI
Copyright © 2020, Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gon-
çalves e Elbio R. Quinta Junior (org.).
Copyright © 2020, Editora Milfontes.
Avenida Adalberto Simão Nader, 1065/ 302, República, Vitória - ES, 29070-053.
Compra direta e fale conosco: https://editoramilfontes.com.br
Distribuição nacional em: www.amazon.com.br
editor@editoramilfontes.com.br
Brasil
Editor Chefe
Bruno César Nascimento
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alexandre de Sá Avelar (UFU)
Prof. Dr. Arnaldo Pinto Júnior (UNICAMP)
Prof. Dr. Arthur Lima de Ávila (UFRGS)
Prof. Dr. Cristiano P. Alencar Arrais (UFG)
Prof. Dr. Diogo da Silva Roiz (UEMS)
Prof. Dr. Eurico José Gomes Dias (Universidade do Porto)
Prof. Dr. Fábio Franzini (UNIFESP)
Prof. Dr. Hans Urich Gumbrecht (Stanford University)
Profª. Drª. Helena Miranda Mollo (UFOP)
Prof. Dr. Josemar Machado de Oliveira (UFES)
Prof. Dr. Júlio Bentivoglio (UFES)
Prof. Dr. Jurandir Malerba (UFRGS)
Profª. Drª. Karina Anhezini (UNESP - França)
Profª. Drª. Maria Beatriz Nader (UFES)
Prof. Dr. Marcelo de Mello Rangel (UFOP)
Profª. Drª. Rebeca Gontijo (UFRRJ)
Prof. Dr. Ricardo Marques de Mello (UNESPAR)
Prof. Dr. Thiago Lima Nicodemo (Unicamp)
Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo (UFOP)
Profª. Drª Verónica Tozzi (Univerdidad de Buenos Aires)
Marcello Felisberto Morais de Assunção
Sabrina Costa Braga
Murilo Gonçalves
Elbio R. Quinta Junior
(Organizadores)
Teoria e História da
Historiografia no século XXI
Ensaios em homenagem aos dez anos da
Revista de Teoria da História
Editora Milfontes
Vitória, 2020.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida
ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico,
incluindo fotocópia e gravação digital) sem a permissão prévia da editora.
Revisão
De responsabilidade exclusiva dos organizadores
Capa
Imagem da capa:
Autor: Sabrina Costa Braga
Bruno César Nascimento - Aspectos
Formato:
Livro produzido em formato eletrônico, dispensando impressão
Livro eletrônico disponível em:
https://editoramilfontes.com.br/Publica%C3%A7%C3%B5es
T314 Teoria e história da historiografia no século XXI: ensaios em homenagem aos dez anos
da Revista de Teoria da História. Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina
Costa Braga, Murilo Gonçalves e Elbio R. Quinta Junior (organizadres).
Vitória: Editora Milfontes, 2020.
296 p.: 23 cm.
ISBN: 978-65-86207-01-9
Formato eletrônico disponível em:
https://editoramilfontes.com.br/Publica%C3%A7%C3%B5es
CDD 901.02
Sumário
Apresentação...................................................................................... 7
As Ciências Humanas diante do problema das massas................... 19
Ulisses do Valle
Sobre os autores...............................................................................291
História da História do Cinema: arqueologia,
estilo e psicologia social nas obras de Lotte
Eisner e Siegfried Kracauer1
Rafael Morato Zanatto2
169
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
170
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
171
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
172
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
173
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
diante de uma realidade com a qual não se poderia mais contar. Diante da
percepção de que as “cercas firmes, a existência anteriormente limitada”
havia sido destruída, como o historiador acentua na seguinte sentença:
Tudo parece exterior, para que o caos seja transformado em um sonho
ruim, um pesadelo sobre a população sobrecarregada.14
Tal estado de ânimo é observado por Kracauer não apenas no cinema,
mas também nas peças de teatro, pinturas e produções literárias à época
deste “pesadelo”, demasiado intenso para que os alemães, “que sentiram
desde sempre pouca inclinação para a formação cultural, ficarem sóbrios
para explicar a realidade social”.15 Ao comparar o texto de 1939 ao livro
De Caligari a Hitler (1947), Machado salienta que “Kracauer utiliza não só
argumentos semelhantes de sua análise cáustica de seu livro de 1947, mas
frases idênticas”, dada a importância dessa tese para formulação de seu
livro posterior.16
Kracauer estrutura a narrativa histórica de seu artigo a partir
dos filmes O Gabinete do Dr. Caligari (1919), O Golem (1920), O
gabinete das figuras de cera (1924), Sombras (1923), A Rua (1923) e O
último homem (1924). A seleção é importante, pois os três primeiros
filmes encontram-se em profundo diálogo com a pintura, expressão
ortodoxa do caligarismo, enquanto, Sombras (1923), A Rua (1923) e
O último homem (1924) apresentam laços profundos com a realidade,
a começar pelo filme A Rua (1923), “uma obra que já trai claramente
a tendência pelo realismo”, se compreendermos como Kracauer, que
14 KRACAUER, Siegfried. Wiedersehen mit alten Filmen. Baseler National Zeitung,
02.05.1939. In.: Kleine Schriften zum Film (1932-1961). Frankfurt am Main: Suhrkamp
Verlag, 2004, p. 267.
15 Ibidem.
16 Cf. MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. A exterritorialidade como condição do
apátrida transcendental... Op. cit.
174
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
175
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
176
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
177
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
178
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
179
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
180
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
181
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
182
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
34 Cf. EISNER, Lotte H. Comment Écrire l`Histoire du Cinéma. Positif. Revue Mensuelle
du Cinéma, n. 6, p. 37, 1953.
35 Ibidem.
183
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
184
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
185
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
186
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
187
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
Desfecho à brasileira
Nas obras históricas de cinema de Siegfried Kracauer e Lotte Eisner,
existem sensos e dissensos entre os autores no que se refere ao conceito
de história do cinema. Para Kracauer, o cinema era entendido como
uma valiosa fonte para uma pesquisa histórica, psicológica e social, que
poderia demonstrar como os alemães aderiram ao nazismo ao sabor dos
acontecimentos, das crises e desilusões da República de Weimar. Já para
Eisner, arqueóloga de formação, a história era um mosaico que poderia
ser formado a partir da coleta de fragmentos dispersos, procedimento que
a permite discordar muitas vezes de Kracauer, especialmente no debate
sobre o parentesco de Max Reinhardt com o expressionismo no cinema.
No início de 1959, o crítico e historiador de cinema Paulo Emílio Sales
Gomes, consagrado na França pelo desenvolvimento de uma modalidade
histórico biográfica, comenta os livros de Eisner e Kracauer no ensejo de
desenvolver uma narrativa histórica para o cinema nacional.47 Para o brasileiro,
o fato do livro De Caligari a Hitler se tornar cada vez menos convincente, apenas
decorrido uma década de sua publicação, não se devia ao amparo do estudo na
possibilidade de vislumbrar através do cinema, a dinâmica social que levou os
alemães ao hitlerismo, mas por ter forçado sua tese no imediatismo político.48
Sobre essa característica da obra de Kracauer, Vicente Sanchez-Biosca
afirma que advogar em favor da obra de Kracauer deve ser encadeado à
compreensão de que o autor parte do acontecimento hitlerista, retrocedendo
no tempo até encontrar na Paz de Versalhes os sintomas crescentes que
posteriormente se realizaram com a ascensão de Hitler ao poder.
A primeira metáfora do demoníaco, de um tirano de ficção, uma
formação inconsciente do desejo das massas; a segunda metáfora de um
tirano real, a plasmação radical e talvez sinistra de um desejo cumprido.
188
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
189
Teoria e História da Historiografia no Século XXI
Referências:
ALBERA, François. 1945: trois “intrigues” de Georges Sadoul. Cinémas: revue d´études
cinématographiques/Journal of Film Studies, v. 21, n. 3, 2011.
EISNER, Lotte H. A Tela Demoníaca: as influências de Max Reinhardt e do
Expressionismo. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2002.
EISNER, Lotte H. Comment Écrire l`Histoire du Cinéma. Positif-Revue Mensuelle du
Cinéma, n. 6, 1953.
EISNER, Lotte H. Ich hatte einst ein schönes Vaterland - Memorien. Geschrieben von
Martje Grohmann. Mit einem Vorwort von Werner Herzog. Heidelberg: Verlag Das
Wunderhorn, 1984.
GOMES, Paulo Emílio Sales. Lubitsch, esse desconhecido. Crítica de Cinema no
Suplemento Literário. v. 2. Rio de Janeiro: Paz & Terra/Embrafilme, 1982.
GOMES, Paulo Emílio Sales. Crítica de Cinema no Suplemento Literário. v. 1. Rio
de Janeiro: Paz & Terra/Embrafilme, 1982.
HANSEN, Miriam. Perspectivas Descentradas [Prefácio]. In.: KRACAUER, Siegfried.
O Ornamento da Massa. Trad. Carlos Eduardo J. Machado e Marlene Holzhausen.
São Paulo: Cosac & Naify, 2009.
KRACAUER, Siegfried. O ornamento da massa. In.: O Ornamento da Massa. Trad.
Carlos Eduardo J. Machado e Marlene Holzhausen. São Paulo: Cosac/Naify, 2009.
190
Marcello Felisberto Morais de Assunção, Sabrina Costa Braga, Murilo Gonçalves e
Elbio R. Quinta Junior (org.)
191