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CGã_Êš?I§Â9 BIELIOÊRÃFECÊ

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AUTORES; REMACLO FISCHER JÚNIOR
EDSON CARVALHO DE SOUZÀ**
JOAO RGBERTO NXÍA¬~¬ **

DR.ANISIO LUDWIG **:

*
TRABALHO REAEIzADo'fiO S.A.N.E. DO HOSPITAL INFANTIL
JOANA DE GUOMÃO ~ FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINAI

**
ESTUDANTES DA ll? FASE DO CUROO DE GRADUAÇÃO EM
MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA.

***
ORÍENTADOR.

FLORIANOPOLIS ~ JUDRO DE 1982.

l_.4. _ _ _ E ._
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L
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FW Ú É F É
.›- ..

- RESUMO
I , , , , , , , , ,,

II - ÍNTRODUÇÂO ,,, , , , , ,,,,_,,,,,,,

1i1 - REv1sÃo BÃBLIUGRÃFICA ,_,,,,,, , ,

Iv » cAsUísT1cA E MÊIQDQ ,,,_ | III! It

V - RESULTADO* , _ _ , ,_

VI - DISCUSSÃO ,,,, IIIEIEÍEI _ I I I I III ll


vil « c0NcLusöE<C
(`

,., vn: 1 ¡|| :eu 3

v111 - SUMMARY ....... .. IIIIIIIIIIII III i

lx - REFERÊNCIAS BIBLI (D G3 33 3:4 "Fi (`)


Í.> U)
I----!
›-»›.~

___ 32.7
, - .`
\__›
C;
.
ZÂZ

Os autores cstudaram de forma retrospectiva 10 (dez)

çasos de afogamento em
\
os
0"
'
,_.
ë Qâlgada e
x
oz Ur: C CJ doce, admitidos no Hoâ

pital Infantil Joana dc Gusmão ~ Floriandpoliõ ~ U) no p:r§1k› de

Ol de janeiro do 1980 a 31 do março de 1982.


\ \

Constaram do referido estudo, o quadro clínico na inte;


I

noçao, o tipo de afogamento, a conduta diagndstlco, a terupëutizo

efetuada, o tempo de internação e o estado do paciente na alta hoâ

pitalar.

\
Ao final do estudo os autores propõe uma conduta
.
Q. 9.: ÇÍ-J
53 ,J
.:. Ã/I

tica e terapêutica de rotina, baseado em revisão bibliogräfica too

do em vista a diversidade de conduta encontt Qi .CL '23 nos casos analise

dos.
\

I'
Iaraanutšn

O afogamento ë uma das tres maiores causas de morte aci

dental nosifistados Unidos. Durante os últimos 25 anos mais de


135.000 pessoas morreram por afogamento, sendo que Z/3 destas ví
timas foram crianças e adultos jovens, com predominio da segunda
z
decada 1 ° 2
.

Nas ultimas décadas a taxa de Óbitos, aproximadamente '

3:100.000 pessoas, tem ficado constante apesar do grande cresci-


mento da indüstria aquática e da popularidade dos esportes näu--
ticos, indicando que muitos pacientes não representados na esta~
tistica acima podem ter sofrido um acidente aquatico mas, com
tratamento aplopriado, sobreviveram sem sequelas
' ' '
~ z _ .
.

No presente estudo os autores apresentam 10 (dez) casos


de internaçao por afogamento em agua U7 Q? 3.4
`- Q»
UC 'Jú
~_
n f°'

e doce no Hospital
lnfantil Joana de Gusmão no periodo de janeiro de 1980 a março de
›- o- CO
'
r-z..

Revisaram a bibliografia existente sobre o assunto quanto


a íüúfipêüflflfiía, conduta diagnõstica o terapêutica, segu' _L..-
._z
-
» ão-se

uma analise dos casos quanto ao tipo de afogamento. proceifincí ,

\
raixa etaria, sexo, quadro nlco na irrfrwft to Ju;
1
C.â¿ »

tl ×
nõstica, tratamento efetuado, tempo do pcymanenciu hospitalar Ç

condições na alta.

Justifica~se este trabalho pela escassez de publicações

nacionais referentes ao assunto.

L
X

111. Rfivisâo B .-;


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,-
CD
- 21
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F--Q
(M) «
LI*

III. 1. - CONCEITG:

c ¿Afogamento ë a morto por asfixia, resultante da submer~


N oa
Sao na Çfix
OQ C SD

III.2. - FÍSIOPATGLOGÍA:

III.2.l.- ASPE CU O =='-"E


U1 GERAIS:

A principal consequência do afogamento 5 a hlpoxemla


1,4,7 .
A
Dez por cento
~ -»
das pessoas que se afogam nao aspiram aguafl _
.

c 1 2 4 7
devido ao lar1ngo~espasmo rcílexo parada da respiraçao
.

a
. . ° ' `
.

Nestes casos se a vitima ë socorrida rapidamente e venti1¢da an~


I

tes de ocorrerem danoszxunflfiõgicos irreversíveis, a PaO7 *eterna


rapidamente a niveis normais e a recuperação ë completa. Tos ca-
sos em que ocorre aspíraçao as altelacoes
›.fz..
sao de maior gââvidade, .

exigindo-se uma terapêutica mais complexa.

Existe muita discussao sobre o que acontece no «"oqamen~


^
to por agua -f gwüa e doce quais as reens consequencias que
. . .
")
V 'I L.
e -
")
..._ 1 .__
I

trazem ä vítima, fazendo com que ocorram dúvidas quanto as medí


das praticas a serem tomadas com o afogado. Para isto G impor -

tante se ter conhecimento das alterações que ocorrem, para que


se possa tomar condutas coerentes.

Quando se aspira agua salgada, por esta ser hipertõni-


ca em relação ao alvëolo, ocorre passagem de plasma para dentro
deste. O alvëolo cheio de li uido,
t
e com a rela ão ventila¬ão
_% /
~
perrusao dlminuida, funciona como se fosse uma atelectasia, for
,_ . . ‹' . .

mando um enorme shunt intra-pulmonar e gerando hipõxia e edema


intersticial. Se a quantidade aspirada ê muito grande sz pode
haver passagem de muito líquido para os alvëolos e consequente'
hipovolemia l°7.

~ 4 ^
Quando ha aspiraçao de agua doce, esta por ser hipote-
,‹ ,
~

nica em relaçäo ao plasma, passa para a circulação. Sua passa -

gem,torna o alvëolo instável, por alterações na substância sur»


'

1.7
factante, ocorrendo atelectasia
,

e shuntintra-pulmonar
,
'

Em ambos os casos ha diminuição da complacência gulmo «

HEUÍ (-2
. _
A
ëiUm(`:IllÍO (lã 'lCS`¬lStG1'1Cl¿1 dãb VIBS ÂCFGERS
» -
1,7
W
- .‹

Na fase de recuperação pode persistir a hipdxia o o pa »

ciente respira somente ar ambiúntc, melhorando com a admizistra -

cão de oxigonio. No entanto, mesmo com 2 administração de oxipÍn¿â


(f."
... . _
Q "

Í*
Ílipozíenúa e a acido:-se poalzrm po1*s;Ê..sti'›` por bom tempo, o que
não acontoce com a hipercarbía, que decrcsce rapidamente.
Isto pode estar relacionado a edema intersticial ou alveo-
membrana
-_ __ - 7
lar, dano~ alvcoio - capliar ou 1nfecçao
._
a
_

.
i¿Jl
o

Ill. 2.2. ~ VOLU%E SANGUÍNEG:

As variações do volume sanguíneo dependem da tonicidade


e da quantidade do liquido aspirado. Após aspiraçao de água
doce hi absorção rapida dos pulmões para a circulação, com aumep
z
to transitoiio de volume sanguineo. Apos aspiraçao de salga
<- z- _.
QM (T3. C SD

da- erde-se li uido da circulacão ara os aulmões devido a hi -

ertonicidade do li uido asâirado;


1 a hi P ovolemia resultante ode
4 7
ersistir por 48 horas Como a Q uantidade de li uido ue a
. . . .
°
.
1

vitima de afogamento aspira ë variável, não se pode fazer previ-


são da variação do volume sanguíneo, exceto que as alterações de
pendem do volume e do liquido aspirado, e que elas sao tran5itÕ~
rias. Apds aspiração de grandes volumes de liquido, quantidade
'

significante de líquidos pode ser perdida pelos pulmões por ede-

ma pulmonar, requerendo reposiçao.l,2,7 -

III. 2.3. ~ HBMQGLÚBINA E HÉMÂTÕCRÍTOI ,

Por ocasião de aspiração de agua salgada pode ocorrer um


aumento na hemoglobina e no hematšcrito por causa da hemezonccu »

tragšo do plasma, e, opôs aapiracšo de ëgua doce_ uma


›I›"|
.__
:U
.....
.__

diminuieao, resultante da hemodiluiçao lol


~ .. ~ °)°
Y 7
Entretantg, qunn
. . . . .
'

do a hemoglobina e o hematõcrito de 83 pacientes, vitimas de


11
quase afogamento íoram analisados, o \wi1eI'1nëdii> de Iiemog, O v-‹
.

H ;_, üi eni ví~


timas de afogamento por agua doce foi de 15,2 g/100 ml, sendo
que em agua salgada foi de l3,4g/100 ml (Modell e co1. 1906).
Não houve diferença na media da concentração do hematõcrito en -

tre os dois grupos de pacientes. Alterações importantes na heme~


globina e no hematõcrito são raras, fazendo crer que as vitimas Y

de quase afogamento não aspiram grandes quantidades de líquidos


1 2 _
'
. Quando grandes volumes de QM (70. C ÇJ doce sao absorvidos,
.

pode
ocorrer hemõlise, causando aumento Q o :J Q-"

m Eš o W 1-*
obina plasmãtica.
4
Esta hemolise nao devida somente hipotonicidade, mas esta
.‹ ._
a
,...

e
~ ^ 1 7
relacionada _

a pressao arterial de oxigenio (hipoxemia) . . . _ _


'
.

III.2.4. - ELETRÕLÍTOS SÉRICOS:

As alterações que ocorrem na concentração dos elftrõli


tos séricos apõs afogamento tambem dependem do tipo e do volume
de šgna aspirado, e são inversamente proporcionais as D--J P.
rf ~
››-J
z
L
'

cf? dx
do volume sanguíneo. Modell e Davis P-*
'O
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KO 5O Ui r-.“

raram em u estu
do que menos que 15% das vitimas de afogamento que morrer.m na
L \
Co irc
.'“'
,_. Ç.:
tinham concentracao dos oleti .
C2 L._J
'

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t+ O 'I` sdricos indicam* aspi
\
raçao de mais
deL;\lp1íäÍ_iid;;ía./Isto pode exp1icnr perene
L
al
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. .ê
`.`;..

.¬¿ U3 ._
1 11

tcragoes na concentragao dos eletrolitos seiicos nao fr Q,


sido
 1 2 7
rola -àsI em mas de quase afogamento
.
Cl.. ' °
D3, ›¬
Ff
.
_z_z.

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r/

Modell et al. estudaraa as concentrações de eletrõli ~

\
tos em 83 pacientes que quase se afogaram em 2-2
(F2 C 'éèi
doce e m ea ›--=
U1”. IJ -

da. Nas vitimas de SIH


(TJ C $`-'J
salgada, as «concentrações medias fo ~

ram as seguintes; Na - 146 mEq/1, Cl - lQ5mEq/l,k - 3,9 mEq/l.


As vitimas de SIH
OG
Cí Ç"-`›
doce tiveram as seguintes concentraçoes:
Na - 138 mEq/1, Cl ~ 97 Meq/l,k - 3,9 mšg/l.

Dos valores do grupo total, independente do tipo de


agua aspiradäs, foram os seguintes: Na - 126 a 160 mEq/1, Cl -

86 a 176 mEq/l, k - 2 ~u
4 a 6,3 mEq/l. Embora as vitimas de qua
se afogamento mostrassem um ligeiro aumento na concentração dos

elotrõlitos séricos extra~celulares,istonão¿pQde sei* consjúierado risco

de vida, sugerindo que a importancia da terapia imediata por


alterações dos eletrõlítos apõs quase afogamento tem sido hi
per~estimada e que 0 estado dos eletrõlitos de cada pacien-

tes deve ser avaliado antes de ser iniciada a terapia càrrcti


l
va. .
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l\)
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è CHRDIO~Vfi5CULARI
,

As alteragoes na funcao cãrdio-vascular durante qua»


se afogamento são causadas predominantemente por alterações na

PaO2 e no equilibrio ácido-básico (Noble e Sharpe, 1963; Modell

e Moya, 1966; Modell e col. 1967, 1968 a, l9ó8b,l976). As varia

goes no volume sanguíneo e na concentragao dos eletrõlitos sëri

cos também podem contribuir para as alterações cãrdio-vascula -

res. Entretanto, menos de P-' (fi em


das vitimas de afogamento aspiram

agua suficiente para causar tais alterações (Modell e Davis,


1969). Alterações eletrocardiogršficos foram relatadas em estu-

ea
dos experimentais de afogamento em agua doce e salgada. Fibri ~

laçao
\§ ventricular pode
-
'
` _._z
OYo O rrer secundariamgnte ao afogamento_em
agua doce4(Swann e col., 1947; Swann e Bruxe, 1949). A morte por
fibrilação ventricular não ocorreuem cães que aspiraram 22 ml /

kwÕ ou menos de SIH


(IQ C SJ doce Modell e Mova,l956
.J . Porém, «uando
cerca de 44 ml/kgÍbip5pDfidÇ,ocorreu fibrilação em quase 8*% dos

animais estudados (Modell e Moya, 1966). Somente dois cas s de

fibrilação ventricular foram documentados em homens (Nidd"eton,

iaóz; Redding, iaóõy.


111

A ptosâno orte›iuI opus «ouso afogamento -. ._z



C. C3
I
‹'=

Õ ,S

mal, elevada ou hwíxa {Roth,lJ53; Dwmitru e Hvmzi


\
Á:

.
fx ~.¡ ›..J
,_
. y.

z
`._z

_
..

Punier, 1903; Modeli, ifloš; Monroe, 1304). Estas ternuof sx» 11.?
}...a

f ez, ao
secundários no ostuoo de oxigomegúo,
-

oquilibtio
\ f.›,. -”z~..
f flzfi fle1do~oazteo r- .z

fLuigãt› col Éizu:1 C V


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cateeoleminos circnluntos. A PVC
`“-`-z. dfl z~aõe -›-V .`
-~.â áiminoiçmo
moâtiam
baixa nas vitimoo .¬¬
Qtogúmento
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volume gmgunmg que ocoire quando o plasma e ocrúioo


e
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Dulmoes 1 .

III. 2.6.- FUNÇÃO `J É ICA E RFNAL:


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Z C2
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C-) É.. LA

Há relatos de pacientes qúe forem resouscitados uoös


submersão em água doce por 10 (Ohlsson e Beckman,]96i) .¢.
1`\)
O

(Ohlsson e Beakman, 19 C\ H _,.-


\..J
.

, 22 (Kvittingan e Naess, 1963) e 40


\
(Siebke e col., 1975) minutos e em TJ (754 Ca salgada por 17 (Kink e

Wesbstor, l9Ó4)minutos‹ Todos estes pacientes estavam em hipo-


termia e 3 (tres) deles desenvolveram deficit neurológico pro-
longado. É importante ressalt ar que em todos os casos os faci-
entes estavam em hmxnomma dev ido o baixa temperatura do Êocal 1

fazendo com que ocorresse dim inuiçëo do metabolismo celul r e

tornando a cëluln capaz de _= portar po: mais tempo a híp5.ia. fl

Ctnnde parto da lite» ÃC »: $


›«
crf;
luta afogamento em rogiões muito
,{:-

frias, que criando um estado de hipotermia, melhoram o prognös


tico. Ja em climas tropicais, onde a temperatura mais elevada
altera o prognostico, O numero de publicações Ê pequeno. O

risco de ressuscitagao de uma vitima de quase afogamento que


pode ter um deficit neurolõgico prolongado está sempre presen~
~
te. Entretanto, ha grande variagao na capacidade do
,‹
hnüYÍäx›em
tolerar a submersão e a subsequente hipõxia.

. _A função renal permanece normal em muitos pacientes '

que são ressuscitados apos quase afogamento, embora albuminu -

ria,h§mQglObinüria, oliguria poâäwlocorrem (Roth, 1953,Fu1ler,


1965 b; Kvittinger e Naess, 1965; Kink e Webster, 1964;Munroe,
1964; Redding e Pearson, 1964; Çambino, 1969]. A lesão renal
também pode progredir para necrose tubular aguda ( Fuller,
1963 b), desconhecendo-se se ë secundário a acídose metabõlica
severa ou hipoxomia, ou ambas, ou aos efeitos bioquí
micos da agua aspirada 1.

111.5. - TRÁTAMENTOI
8

O principal objetivo do tratamento de emerg5ne,z da

vitima de quase afogamento 5 restaurar os gases sangufnecâ ar


teriais o o equilíbrio acido-básico tão rapidamente qtànto
«x¬;›~3 |

›'/.'
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p.b.:l.t._..
1
.

O tratamento imediato no local do afogamento 5 "



y.:
“ ez ,_

c ä F"'r'

CJ W ,J
...L

te para a sobrevivência da vitima. Como a hipõxia e a acidoée '

são os problemas primordiais, o manejo consis rf (D na ventilação i»

mediata, oxigenação e suporte circulatõrio. Se a vitima está

em apnéia quando salva, deve ser iniciada Ventilação boca-aeboca

ou nariz~boca imediatamente, a ser substituída logo que possivel

por ventilação com pressão positiva capaz de fornecer concentra-

- z ^ 1 3 4 5 6 7
goes maximas de oxigenio
. _ .
* ' ° ° ”
.

A massagem cardíaca externa deve ser ionada ao su


.

,(1)
QL
H (7

porte Ventilatorio se nao houver circulagao efetiva 1


_. - _ ~ _ - .
'
2 ”
3 °*”“'
É E
6.7 f

\
Quando o paciente nao aspira 33
UG C ÇLI
sua parada cárúio
respiratõria deve~se ao laringoospasmo reflexo ã impossibilidade

de resairar.
I
A ventilação
- imediata vode recu erar totalmenäê o

paciente. Quando este aspira, mesmo apos reoobrar a consciš1cia,

persiste a hipoxemia ÊJ m4
›.
r+ C; HL
a
§.‹' Ç-5 |-...J Oz €VOHdO“S@ COHÍiDU8T 3 VEDÍÂÍH ~

cao mesmo apos a recuperação da conmjencrâ,pois¡v Q ;šof»o::a~da pa


‹'_¬.
J
If.
1..
._

nos cerebrais irreversíveis. Como não se sabe se o paciente aê-


pirou, concentrações maiores de oxigênio devem ser adminis@ra~
das até a chegam _.

» ,J
¢~
ao nospiral 1
- 1 ` 2 ” 5 ' 7
.

TERÃPÍÁ BOS? É V*-J.

'J> E'¬
É
1' 'I

É bom enfatizar que o retorno da consciencia não signi


"`
FÕ re cu per a.ão 1to t a l, podendo ainda haver "~-
‹“ morte por hipo.
;_»
'
'

__________.__`___
“H “ i
ç
'

S19 A
'
'-
_

Xía, devida a lesão pulmonar nos casos em que houve aspirações


1,2

O aciento Quase afofiado


O deve ser observado no minino
L
'

por 24 horas. Conforme o seu estado, a conduta ë variada. Se

está alerta e aspirou pouco liquido a administração de oxigênio


por máscara facial ë suficiente. Porem, se aspirou muito liquido
deve haver intervençao ventilatõria mais agressiva. Assim que
possivel devem ser dosados pH, pC02, pO2 bocarhonato. Se

e ha
acidose, deve ser administrado bicarbonato ã razão de Peso X BE

X 0,25 2°3'5. I

Se a lesão pulmonar causa hipõxia, que não pode ser cor

rígida com menos do 4U% do 'Ô


FU
o paciente deve receber PEEP
(pressão positiva no final da expiração? ou CPAP (pressão trans-
pulmonar positiva contÍnu¿}¬ que ammenfam a capacidade £uncio~
~
._ l, -

nal residual e de to modo melhoram a relação ventilação/y rínsãa


1,2
O nivel de 13%? ou CPA? deve fier de modo que não cause
.

.p. _- « 7
shunt intra pulmonar fisiologieo, nem oanos circulatorios
_ L ¬_
4 _
,
. _

. bx-
¬

perimentalmente, tem sido demonstrado que a diminuição do dõbito


cardíaco causado por aumento da pressão expiratõria ë bem m&iOr
quando ventjlaçao mecânica controlada (CMV) combinada
_.
com
,.
a e

PEEP, do que quando CPAP ê aplúcada em niveis equivalentes ä


~ _.
pressao expiygunqa ~ ^ l
durante .
a ventilagao espontânea
.

lsto suge-
_
.

re que se`o paciente pode melhorar seus niveis de CO, e se os e-


feitos desejados sobre o shunt intrapulmonar forem obtidos com
CPAP, a ele deve ser permitido respirar espontaneamente.
baixos QL (D CPAP podem ser aplicados com uma mascara facial espe
da
Níveis
-

l ~ ~
cial a pacientes alertas Pacientes que nao Cgtag alertas, que
. _ .

necessitam de ventilação mecânica para retirar o CO2, que não


toleram CPAP administrada por uma máscara facial deverão ser en-
~ ^ ~
tmnubsz. PEEP ou CPAP _
e ventilaçao mecanica deverao ser retira -

2
dos gradativamente
.

Se ha brencoespasmo, nebulizaçao com isqneonenolou


epinefrina racëmica (O,5 ml e, 3,5 a 4,5 ml SF) podem ser Cx (-A
"
O _L¬Ju

'JI

l,Z,4 ,_ _-
. Ocasionalmente os diureticos podem tambem
p
f ` _.-
serU bene.1cos na
_ _ .
p

~ 1 7 4 z
mobilizagao do edema puimonar
¬
intersticial porem devem
. _ . . . .
` °
,

ser utilifiados cautelosamente, uma vez que podem causar d minui ~

ção do volume sanguíneo em paeientes ja híponatramicos.


f°¬ _.

,___

.'*

A broncoseopia É indicada somente se houver aspiraç¡0 de ali»


1 ¿ 7
mento ou material solido
. .
° ”
.

O uso de antibióticos de forma profilãtica, bem como'

o uso de corticöides para o tratamento das lesões pulmonares


,
nao recomendado, nao ser nos casos em que houve aspiraçag
,__ _. ..
e a

de suco gástrico. Alguns autores citam o uso de corticõides e

antibiõticos quando outras medidas para melhorar


»\_
a Ventilação e
l
a oxigenagao do paciente falharam Recomenda-se uso de dexa
.

o
.

metazona na dose de 2,0 mg EV em crianças menores e 4,0 mg EV


em crianças maiores, sendo a dose de manutençao a metade da
.
_n
inicial, a cada seis horas
. _
2,5 _
_
.

As alteraçoes que ocorrem nos eletrõlitos séricos apõs


quase afogamento variam com o tipo e o volume do liquido aspira
do. Entretanto, poucas vitimas de quase afogamento aspiram agua

em quantidade que requeira tratamento especifico l 2 7


Altera ~
. . .
° '
.

goes importantes no volume sanguíneo também dependem do tipo a

do volume do fluido aspiradoz Grandes quantidades de flui o po~


dem ser perdidas pelos pulmões, resultante do edema pulmo ar ,

podendo ser necessaria a expansão de volume com plasma, selução


Cristaloide
.z. l,2,7 ^
em alguns casos, sangue A ocorrencia eo
. _ .

e .
1

homolise rara, porem se detectada, devera ser considere


.‹ z- ,ú ,z
e a a

reposição de hcmšceas para aumentar a capacidade do paciente em


'L'I`íl`}"Í*-Í”-.I` OX! ;í"'I`1'l.(Í\«
~ ll
-~

Os exames laboratoriais mais uteis para verificar as

condiçoes do paciente sao n doterminnnao dos gases arteriais


e o equilibrio ãcido~bãsico pO2zpUO2, pH e bicarbonato). Ou -

tros incluem ainda os eletrõlitos séricos, hemoglobina, hema~


z z l,2
tocrito, e RX de torax
.

A monitorização dos pacientes inclui: temperatura cor»


poral, pulso,pressao arterial, ritmo respiratõrio, débito car ~

¬,
diaco, BCG, sinais neurologicos
. . z. e medida .¬12
._ da PVL '
.

Conn e colaboradores divulgaram um estudo em que onfati


zavam a importancia da recuperacao cerebral no controle do atoga
do, relacionando cinco fatores: resposta fisiolõgica da vitima,
T “
desenvolvimento e grau de hipotermia da imersao, duracao na imer x

são, a eficácia da ressuscitação inicial e os cuidados críticos


para apoiar a sobrevivência cerebral.

Dividiu os acientes em tres Lqru os, de acordo com o

quadro clinico na internação em:lucidos, onde empregou a terapia


já descrita; embotados, em que havia inconsciência com reàpira -

ção e respostas nourolõgicas normais, aument.ndo a diure:¬, a

rrstrição de líquidos, administracao do O2 0 mais de 69%, nor 5 ~


termia e barbitfiricos, apos o retorno da consciência. Nor casos
comutosos indica a WL§g¿§g;Q5§¿§§ que consiste em combater cin~
to alterucšes principais: nl bíperidrntacäo, atraves do zzmonto
^' z" ._ _, :"
QC
"` '

O
' '
'

..
l`{ÉLÚl`l›}O
'
1
x,

íiil (fi].U`¿.`LÍ`.ÍÍ'.Í Í* T`(IÍ'¿'L.V`i(_`.íXQ iÍ!TÊ1J\LU_`)Í.`¬ (1`I_í`? (ill CU`Ll.*.=4.Í'.\`i \ 1


" "`.zf"3
1;.-1,'
""

hipervontilueâo, atinves de entubaguo píragao Coutroli


_, .‹ _. .,

b) e Te

du; C) hiperteNvio,muntendo o paciente em hipotermia se jã os


tiver ou promovë~1a no; espaço de duas horas apos o sa1vamon~
to; d) hiperexcitabilidade, atraves da administração de feno -

barbital c eorticšidesg e) hípertoniu, utilizando d~tubocurare.

Foram obtidos bons resultados quanto a recuperação cg


rebral com o emprego da hiper-terapia, porém nocessita~so de
8
estudos mais concluslvos
. .

.
IV e (l..í'àÍlÍ“Í_YÍ3f t
-~,
/"\
.

.
".\
f E Í=-"z='ÍÊ'.í"«'Ç>šrÍif_ 'JI
,z-. ...›

No presente estudo 5 feito uma analise retrospeftiva

dos prontuários de pacientes vitimas de afogamento, interna -

dos no Hospital Infantil Joana de Gusmão, no periodo de

Ol de Janeiro de 1980 a 31 de Março de 1982.


\ \

Dos referidos prontuãrios foram extraídos dados refe

rentes a sexo, idade, procedência dos pacientes, tipo de afo~

gamento, quadro clínico, exames complementares solicitados 4

tratamento efetuado, tempo de internação e estado do pacien-

te na alta hospitalar.

Os resultados foram agrupados em tabelas anexo,

I
\f -»
I1liEÊlJI,í`/&l)()(

Os autores encontraram 10 (dez) casos de afogumonto .

Destes, 7 sete) eram do sexo masculino f7OE`


\ e 3 tresš .
do
sexo feminino (30%) (tahelnl).

'rf»B1?,LA_; z

Afogamento em águas doce e salgada (10 casos)


Incidência quanto ao sexo
z~.

Florianopolis - 1980/1982

SEXO NQ
1

MASCULINO 7 70
'TJ ÍTJ `í?' ›-_›. --é ›__.‹
z- V-'-i

ZO 3 30
3

T O T A L 10 1 OO
I
, 1

.A. icíuxlc vz›:^)cnx c1xt¡`@ 1 (Inn) cê 1 1 (1 1) u11of¬, ccnn .zí .z 1

<~ 0,07 anus (iabclu li).

Tfi“FVA
'\l)1;› II' . z

Afogamentú em Água doce e salgada (IO casos)


Incídcncia por idade
Florianópolis » 1980/1982

IDADE N? DE CASOS. %

9 5 30

1 2 20

5 2 20

7 1 10

10 1 10 E

ll 1 20

z. ,
zz _. L_ -..,, z._, _ _, __ Í _ , __, _...-_.....__. _--....___..-..____._.__...

T O T A L 10 100
5
~
v

- /
L

"
Quanto u procedência, 9 (novo)
,. . cr z wâ
. 1
>¬:
:Q Iauv11unu¡H¿l¿~
`

(90,0$) e 1 (um) de São Pau lo (l0,0$) (Tabela Ill)

TABEQ§_III:

Afogamento em ã g ua d oce e salgada (10 casos)

I
'f
ncldcncia cua'
1 -nto a .~ `°
ploceduncia

Florianõpolis ~ 1980/1982.

PROCEDÊNCIA N? %

FLORIANÕPOLI CD 9 90

OUTROS LOCAIS 1 10 _

.._ zz _ L.._._. Í . Í ,,._

T O T A L 10 100
Forzux czuyontlxadoó 7 (ââfte) â1fo3nrMn1tos (nn ngàul sf* fl

da (70,0%) O 5 (Tres) cm Água doce (30,0$) (Tabela IV).

Afogamento em ãgua doce e salgadà (10 casos)

Incidência quanto ao tipo de afogamento

Florianõpolis - 1980/1982

TIPO DE ÁGUA N? %
, _ ,.-, "_ ¡_ 0 -,-._ _, _ ,____ ,_,_ _. ,

SALGADA 7 70

DOCE 3 30

T O T A L 10 100
¡`¡
`

."

1. cz

Quanto ao quadro clinico, a dispnéia foi 0 sintomz pre~

dominante, aparocendo em 802 dos casos ; cianosc e cstcrtofos cm

6 (seis) casos (60,0%); taquipnêia cm S (cinco) casos (50$OZ) ,

diminuição do murmurio Vesicular e hipertermia em 4 (quatro) ca-

dos (40,0%]; taquicardia, gomência- vômitos em Sfitrës) casos '

(30,0%); 5ono1ência,tiragens e hipotermia-em 2 (dois) casos '

A
(20,0%); irritabilidade, sonolencia, convulsao coma (um
._.

e 1 )

caso (10,0%). Um caso foi a õbito.

E
./'V
/.

'T'f'\T›x:¡; f¬\ ';\r.


" .
J. .l JV.-.‹ ./.

Afogamcntø um água doce 0 salgada (10 casos)


Sinais e sintomas na incidencia
Florianšpolis - 1980/1982

SINAIS E SINTOMAS N? 9
o

Dispnëia 8 80

Cianose 6 60

Estertores Ó 60
Taquípnëia 5
1

50

DínzMurmurio vesicu1ar` 4 40

Hipertermia 4 40

Taquicardia 3 30
A
Gemencía 3
1
30

Võmitos 3 1

30

Sonolëncia 2
1

20
T'› 1.. '¬¿
Ç": Q _;
3r 2 20
1

Hipolurmífl 2
Í

20
Irritubilída de 1 10
E oišncia
ff*
`
1 10
Convulsfio
1

1 1

10

Coma I

V
1 10
"
(_)
`r-

Ao Rx Gu tflrux, oa sinais predominantcsforum as conso-

liduções alveolarus em ambos os pulmões, com 4 (quatro) casos


(4U,O%]; congcstuo pulmonar apareceu em 2 (dois) casos (ÉU,O%L

sinais do aspiração em l (um) caso (l0,0%); raio X normal em

1 (um) caso (l0,0%) e prejudicado 4 (quatro) casos (40,0%).

(Tabela VI).
. .

\
z"¬¡¡
~. z z

/,. -1

TÃEWRÀ VE:

Afogamcnto em šgua doce e salgada (10 casos)


Sinais radiolëgicos no Rx tõrax
Floriunôpolis - 1980/1982

RX TÕRAX

CONSOLIDAÇÕBS ALVEOLARES
BILAIERAISÍ

CONGESTÃO PULMONAR j

SINAIS DE ASPIRAÇÃO

NORMAL
z

PREJUDICADO ~

__, ,LH z
._¬
,.×l`¡
›¿_,

O hemogrâmn foi solicštado em 6 (seis) casos (b0,U2).

Considerando o Ht normal entre 36 e 45% e 0 lencograma normal

com leucócitos totais entre 6 e 8 mil, com SL z


.. o\°

de neutrõfilos,
45% de linfšcitos , 2% de basõfilos e UI o='>

de eosinõfilos, sem

desvio para À esquerda (menos de 400 bastõcs), encontramos '

Valores do Ht entre 38 e 40%; leucocitose em 5 (cinco) casos,

cujos valores variaram entre 89600 e 26.300, havendo desvio

para esquerda em 2 (dois) casos. (Tabela VII).

I
`
¡

E Yllfi

Afmøamonto em äçua sâlvadz


(J .J x.)
e ãnuu doce '10 cauos J
s..

Homograma
Florianõpolis - 1980/1982

l
'
~ - ~ \ ~ -‹ ~ ~ ~~-f~¢--‹--~ f #›-~~ 'WT-~~¬~~<~ ¬ -' - v

HT 1

40 PREJUD. 39 39 40 38
LEUC 6500 20320 2ô3o1 9700 9700 8600
EAST O5 07 z
09 O 0 O

SEG 70 75 74 45 ó7 51
EOSIM O \
Prírjud. 5 3 09 O2
LINF Í
24 Prejud.l 12 50 22 45
MO N GCI..
1
O3 Prejud.¿ 1 02 oz O2
HG 13,3 Prejud.\ 118 12 111 Prejud
`

_A~ I
vz ¬_ _, fz __ _‹'..._
/:_

Foi solicitado dosagem de sšdio o potíssio serize em

6 (seis) casos (60,0%). Considerando o sõdio normal entre 155

a 145 mfiq/l, encontramos uma variação entrelši e 1á8 mEq/1, com

mëdia de 141, mEq/1, havendo alteração; em 3 (três) casos(30,0@.

Destes, 2 (dois) eram por hipernatremia (Z0,0%) e 1 (um) por

hiponatremia (l0,0%). Considerando 0 potássio normal entre 3,5

e 4,5 mEq/1, encontramos uma variação entre 3,2 e 4,0 mEq/1,com

media de 3, 56 mEq/1. Houve alteração em 3 (três) casos,

onde se verificou hipopotassemia (30,0%). (Tabela VII).


*
J 1

'I`_/`\.BI_í ¡...^. VI I Í I

Afogamento em água salgada e doce (10 casos)

Dnsagem de eletrõlítos

F1@rian6p@1iâ - 1930/1982


*

ELETROLITOS z ..
MEDIA
\
5

NA
¬

148 148 1391 144 139 134 141,3


Í

K 3,4 3,2 3,61 3,6 3,3 3,56


A

1
4 '

i

A gasomotria foi solicitada em 6 (seis) casos


Considerando normal o H entfe 1 7 5
35
,. O 7,4 ln *C3
C)
NJ
de 85:

pC02 de 39,6 5,5; bicarbonato do 24: 2; BE de Í; 2; veiiíi l


Í
uma um; variação do fil entre Z20e 7,46, havendo alteração on 4 (quifui ca

sos (40,U%), com media de 7,34. A pO2 estava alterada em


_,
"
51
co) casos (50,0%), apresentando hipoxemia, variando entre 18 e

90, com média de 47,6. Não houve alteração da pCO2, que mo5trou
valores entre 26,3 a 44,0, com média de 33,2. O bicarbonato
mostrou-se alterado em 4 (quatro) casos (40,0%), com valeies va
riando entre 17,7 e 27,0 e media de 21,2. O BE variou de - ll 5

com media de 3,85, estando alterado em


,.
a + 2,9, - 4 (quatro) ca
sos (40,0%). (tabela IX).

TABFIA
J 7X' _: z

Afogamento em agua salgada e água doce (10 casoõ)


Gasometria
,_
Florianõpolis ~ 1980/1982

_ ._ -
_.._._... ~ _ .._..‹..__. ___. 1.-.. z_ -~1›z......_ _.__ -

_lricr,ll-io .l¬a_r V
.-1--___, _. .V z, fz, z~ _...._.....__..........._..__._` __..._.._......___.._._ W.-.
l
__. __ ...__ ._ _...
pH 7,27
.-
/ ,42 7,46 7,26 l

7,2Ú *

7,44
rca, 27,? J/ 50,4 44 38,8 2b,J
..› ,¬,

3
4

..-

P027 49,5 ,ss ,9 49,3 '

18 44,8 ~

90
Hcuš 13,ó ,is 6 21.9 17,2 V
l9,¡
nr 7- 11,5 4

+7 1
9 +01 _¿ d,o
Ç r
»2,1
Namco-o -~-- izê ,Z
×
Fx)
5,3 ,20,3 17,7 25,»
_. . ..._ .__.._,. _.,_ -_ .;...___.__-..,__-.___ ..-_,___..¡'._ .,_....__.______.L___ __...¬,_ ..._ __.- __--. .-.__ ....._-_,__...-__.__,_ .,____,_,,_..1,___.__..,______ __ _ ,._ _.- l
-.
JJ ._

A conduta terapšntica constou basicamcnie em hidro


tação paronteral com soro giicosudo e soro fisiolõgico nos 10

(dez) casos (100,0$). Diurëticos foram utilizados em 8 (oito)


casos (80,0%); antibioticotcrapia em 9 (nove) casos (90,0%) ,

sendo a penicilina usada isoladamente em 5 (cinco) casos(50,0ä


e associada a aminoglicosideo em 2 (dois) casos (20,0%); cefa-
losporinu em 1 (um) caso (10,0%) e ampicilina em 1 (um) caso
(10,0%). Antitërmicos foram utilizados em 7 (sete) casos
(70,0%). Assistência vontilatõria foi executada em 8 (oitoL
sondo 5 (cinco) casos por nebulização com 02 (50,0%); 2(dois)
casos por cateter de O2 (20,0%) e 1 (um) caso por ventilação '

mecânica (10,0%). A corticoçorapiàx foi usada em 2 (dois) ca-


sos (Z0,0%)- (Tabela X).
'
__ l

J z

ThRfLfi XI

Afogamento em água doce e salgada (10 casos


Tratamento efetuado
Florianõpolís - 1980/1982

,_ ... _ ____ ... __ , _;_.,

TERAPÊUTICA J

___ z
7..__,L........'zz . W ,, ___ ,¿ __
i

HIDRATAÇÃQ '

100
DIURETICOS *

80

ANTIBIÕTICOS PENICILINA 50
0

PENICILINA + AMINOGLICQSIDEQ E
\
20
1

CEFALOSPORINA 10

AMPICILINA 10

ANTLTERMICOS `

70

Ass1sT.VENT1LATÓRIA
NEBUL.co2 50

CATETER 02 ä
20
VENTIL.MECÃNICA 10

CORTICÕIDE 20

_¬..¬.._z Áfl. _* z ¡
z A
`Í'7
__ 1 1
,zé

Quanto o ovolugào, 7 (sete) pacientes tiveram alto em


bom estado goràl, sem complicações (?0,0$); 2 (dois) apresemtä
rum crises convulsivas, sendo acompanhados no ambulatório de

neuropediatria, sendo que os BEC foram normais opôs 30 e oO

dias; 1 (um) paciente foi u Õbito (10,0%), no terceiro dia de

internagao. (Tabela XI).

TABELA xi;

Afogamento por SIH (ICT C SD salgada e doce (10 casos)


Evoluçao
Florianopolis - 1980/1982

coND1çors DE ALTA E
NQ DE CASOS %

ALTA SEM COMPLICAÇÓES


1

7 70

ALTA c/SEQUELAS NEUROLÓQICAS 2 20


A

ÓBITO 1 10
\

O tempo de internação variou de 2 (dois) a 5 (cio 3) dias,


sendo a mšdia de 5,5 dias.
.‹›

M ,
_*
\¬\“"í _ f ¿~.. ,z-1-1;»
zw

¿'_Çí.z¿ .-zÊ_%ͧiÍ¿”_-É.

Existe muita discussão sobre o manejo do afoga Ô...

O desde

os primeiros atendimentos até as condutas diagndsticas e terapëuti

cas de impottãncia. Para isto 5 necessário rever alguns aspectos

relevantes.
`
Apenas lO% doe recem-afogados não aspira água, tendo pa

rada cardío'_-respiratõria devido ao laringe espasmo reflexo ã ig

._` 7,1,2,4 Nos casos em que ha


z
aspiraçao,
~
possibilidade
`.
de respiiar
. . _
,
.

tanto o alveolo cheio de liquido por aspiraçao de agua salgada,qu@i


.‹ ...
.- `

to a instabilidade do alvëolo por alterações na substância sur-

factante decorrentes de aspiração de ms


UG C 91 doce, fazem com que os

pulmoes íuncioncm como se houvesse uma atelectasia, com diminuição

da relação ventilação~perfusão gerando as principais alterações fi

siopatolõgicas do afogamento, que são a hipoxemia arterial e a

acidose4*7'1. ,

Esta hipoxemia pode se manter por longo periodo mesmo

apos recobrada a consciência, rol cionando~se isto ä pros nça do

edema Étntorsticial ou alveolar, dano ä membrana alvÕolo~.¶filar ou


›¬

alterações estão muito sujeitas Quant;


f)

infecção/`1”°. As domn s a

dado o ao tipo do líquidâ aspirado, sunlo que na maioria os caso?


p.-f. z

...
, ,

a quantidade do líquido aspirsdo nuo Õ suficiente para fa or cf

que ocorram estas alteraçoos 7,12


s
. baseado nisto passamos
_
_ _
a discu
0 ^¡.
tir nossa casuistica, dando onrase 4
a conduta diagnostica terapeu

. . .

tica.

O raio~x do tãrax foi o exame mais solicitado (100% dos

camx smub ocnmdnipnmbmhnmteo de consolidagixsalveolares e inters

ticiais. Apesar de ser importante na avaliação do quadro respiratê

rio, devendo ser pedido de rotina, 0 raio-X não pode, isoladamente,

s@"decisivo na avaliação do estado do paciente, visto que pode ha


Ver hipoxemia persistente, e esta causar lesões neurolõgicas.

O hemograma foi solicitado em 70% dos casosv Em nossa


" “ ¬"
opiniao, o hemogiama
.f
e necessario e ceve ser solicitado de
1
rotina

uma vez que a maioria dos casos ocorreram em mr


m Frspoluidas. Servo

de padrão e controle durante a internação, dos p^C U) .D I-H


<'. (D |›.â.
if)
casos de

infecção secundaria. Alterações no hematõcrito e hemoglobina são

raras, uma vez que para haver alteração são necessãrias=aspirações

do grandes quantidades de liquido, o que nomalmonte não ocorre.

A dosagem de eletrõlitos solicitada em 6 (sois) casos ,

revelou alterações em 3 (tres) Cê..


(D les, porem não foram do š1portän~

cia que mcrocesse correção, estando de acordo com a bibliffrafia ~

7 l 2
cowsultada 4 ” ° ^

. Lousideramos ser adequada


.

o dosagem
.

,‹×
V.-

,-.
V
. /*J »_.z

Ô FV
«.

C
.

à-.

V
,lx
1

_.
ac
._

litos para que se procodnm estudos mais conclusivos o este rvamv.“

Nu ocasião da internação o exame dos graus arteriais foi

realizado em Ó (seis) casos, encontrando~so na maioria dos casos

acidose metabõlica e hipoxomia. Sendo estas as alterações mais im»

portantes
- -«,
.
do ponto de vista clinico, consideramos
'
,
ser fundamental
`*'..'
~.','1. .z`z.~.
f .f ~- . 4- 1
a
.

solicitagao da gasometria.

A sintomatologia predominante constou de dispnëia, ta~


~
quipnšia, cianose, taquicardia e, na ausculta pulmonar, diminuiçao

do murmurio vesicular e estertores disseminados.

A assistência ventilatãria foi realizada em 8 (oito) ca-

sos (80%), comprovando~se a idéia de ser esta a prircipal medida

terapêutica. Nos cauxsem que não se realizou a assistência ventila-

tõria, havia pa02 baixa, merecendo portanto que ela fosse efetuada

Em outro paciente, não foi realizada gasometria, apesar do pacien


te apresentar~se dispneico.

O critério de uso da ventilação depende basicamente do

estado do paciente. Se este estiver alerta, pode-se mel


~

tr 13 ,__.

'¬š sua

oxigenação atravës de cateter de 02 ou mãscara facial. Nos ossos em

que não hã melhora ou então quando surgem alterações da conscien

cia, deve ser procedida a cntubação e administrada PEEP fx CPKP,


x
dando preferência a esta por interferir menos do ,¬
._U
C?
_..

ez _L.J‹

r+ C3 caz ›«'-s

aco.
-..À

Outra altéraçjo de importancia foi a ocorrenciú de xvídi

se que foi encontrada em 50% dos casos. Outros autores citam a ocuí

rõncia de acidose em 80% dos casos. Em nenhum dos casos analisa

dos foi feita ourrecão. Julgamos ser necessario fazer nwlWn^proguÉ-

tico, pois a acidoso faz com que ocorra lesão venocapilar, aumen~

tando a transudação do líquido para o pulüíã'U'4°2°7°1.

Os diurëticos foram utilizados em 80% dos casos,senà3que

em 6 (seis) oportunidades o afogamento foi por wx


UQ C SD salgada e em

2 (duas) oportunidades foi por agua doce. Apesar de alguns autores

indicarem o uso de diurêtíco para remover edema intersticial4°7,con

sideramos que deve haver cautela no uso de diurëtico, principalmen-

te nos afogamentos por agua salgada? pois ocorre passagem de plasma

para dentro do pulmão e o aumento da diurcse poderá provocar hipo

volemia7. Jã no afogamento por agua doce o uso de diurëtico ënnis

aceito pela possibilidade ocorrer hipervolemia, haveudoxennumns no

aumento da diurese. No entanto, não existem trabalhos comprovando a


'
1
\
(TJ Hñ ¡..|.

ÔDÕ ›An 9-7


do uso de diurãtícos em qualquer tipo de afogamento. Reco~

menda-se a utilizaçã O de drenagem postural e aspiração de vias aë~ p(

TGHS.
A corficoternpia "
P""¡
U1 utilizada em slü dos casos.
×J f"'

Existe

controvërsia na literatura ouunto as vantagens da utilizacio


_
| .¡ .
dos
«.. ) V7
,+
z

W
esterozues O
.

quadro pulmonar .“, hntretantd, o uso


V

z
1,
. . -. '
,

"71 Ç; M. ¡.¿z
z~
/".
\
}‹,›_¬¿

L: ›-J
I'
›z-› f' ,a
..

.

_'
7

de corticdidvi tumbdw ustd indicado quando ndo hd retorno da fi r. t. ›-'


-_
.

ciGncia upõs adequada assistencia ventilatdria e correção do equiíí


Q
L;io acido-basico ”.
F-J

Em nosso estudo encontramos diferenças em relaçäo a pu

blicaçoes estrangeiras em diversos aspectos. Em nosso meio encontra

mos locais onde hã altas concentrações de irritantes, estando indi-

‹.^.
li D. O o uso de mnticdhbs para prevenção de pneumonite quimica. A pre

sença de alto grau de poluição das águas na nossa região aconselha


a utilização profilãtica de anti 1U '-1-
O\ ‹+ FJ.
O O U1 diferindo da bibliografia
que os indicam somente na presença de infecção comprovada por cultu
z
ra e/ou exame radiologico . 2,4,5,7
de pulmao Fodavia, se for compro-
. .
, .
.

Vade que o local do afogamento não ê contaminado, sugere-se fazer


controle radiolõgico e laboratorial e estabelecer conduta adequada
quando estabelecida a infecçao.
-4

Quanto ao prognõstico, a maioria das publicações estran-

geiras refere ser bom, porem deve-se ressaltar que os estudos reali

zados foram com pacientes que se afogaram em aguas geladas. que des

te modo baixavam rapidamente a temperatura corporal e aumentavam


.`..
bastante -~._-
à resistencia
-z W-
,¬ celulas - -.z 1,8
das cereorais a bipoxia
-
,
. . 1 - ~

A proposta da hiperterapia nos pacientes em coma de qual


quer grau deve ser indicada nas primeiras Zi horas up à
o ato
- HÍ3 --

gamonto, pois casos de aparente morto cerobral podem apresentar gran

de melhora neste período. Se apõs 24 horas não houver sinal do Yfl C2

lhora deve-se abandonar esta terapêutica nos casos de maxima gravi~

dade, Durante a utilização da híperterapia deve-se fazer contra


~
le da pressao 1ntra«cran1ana 8
. .

.
'<`
›--»ú

1
N mWt~.M_z_.
âz»-~zaÀi§â»¬zuzz¿

01. Apesar de ocorrerem por mecanismos diferentes, as consequências


fisiopatolõgicas mais importantes no afogamento em 9-H
GQ .C
C2 salgada

e doce são iguais, quais sejam, a hipoxemia arterial e a acido


se metabólica.

O2. No afogamento em água salgada, quando houve aspiração de grande


quantidade de liquido, pode ocorrer hipovolemia que necessite
reposição e edema pulmonar.

O3. Em água doce, ao contrário, pode ocorrer hiporvolemia, necessi


tando«se de um aumento na diurcse.

04. Na conduta diagnõstica do paciente ê de fundamental importância


solicitar a gasometria e o Rx de tõrax, para avaliação H. C3 |-Ja
Ú f-.I.¡

Q) If-J

05. Metodos complementares incluem o hemograma e a dosagem do sõdio


e potássio.

A
O6. A conduta terapeutica basica limita-se a assistência xcntikufiria
conforme o estado do paciente, correção do equilibrio ícido~b5»
sico, drenagem postural e aspiração de vias aereas.

U7. O uso de antibídticos 6 indicado quando o local do riogamenro


for poluído. sendo qse estos devem ser de amplo espectro.
A
~ #5 ~

A utilização do diurëtico para controle do edema pulmrnar n

afogamento em água salgada dove ser feita com cautela pois po


de agravar a hipovolemia.

Os corticõides estão indicados em duas situações: afogamento


em locais muito poluidos com irritantes químicos, para prevcn
ção de lesões pulmonares e nos casos em que não houve retorno
A 4
da consciencia apos normalizado o equilíbrio acido~bãsico e os
gases arteriais.

Afogamento em regiões frias são de melhor prognõstico do que


em regioes mais quentes devido a melhor resistência das celu-
-.

las cerebrais ã hipõxia.


1

As vitimas de afogamento devem sercmservwk5por}mníodo minimo~


de 24 horas uma vez que a hipõxia pode persistir mesmo com o

paciente consciente.
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The authors studied in retrospection ten cases of neur-

drowning in5¿¡1water and fresh water, edmitted in the " Hospital

Infantil Joana de Gusmão ", Florianõpolis, SC, in the tmriod frmn

Jzznuzzry ft, 1980 to maz~¢1¬_ sist, 1982.


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They reported the clinical features in the admission;Um

water's variety, the diagnosis, the therapeutics, the intornation


time and the patient state in the discharge of the hospital.

At the end of the study they propose adiagxsthzbehmüour

and a routine therapeutics, based on a bibliographic revfim'uxmídaúng

the different behaviour found in the analysed cases.


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TCC N Chflm TCC UFSC PE 0056
UFSC Autor Fischer Jumor Re
PE Tltulo Afogamento em água salgada e doc
0056

Ex.l
Exl UFSC BSCCSM

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