: f NFIDENCIAL

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C A P A DE A C E
AGÊNCIA N." AGE/ANO , TOTAL FLi. SIGILO

20669/fá. 36
VALIDADE INIOIAL ^-» \
FLUXO DO PROCESSO
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ENTRADA NA SE/SS PESQ. ARÜ. REMESSA AO Clii ACE PROCESSADO
FRAÇÃO RESPONSÁVEL

VÍ/QM/(& JO/ v /% ^ / ^ / ^

ACESSO INICIAL

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DOCUMENTOS COMPONENTES
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PO/NÚMERO/ÓRGÂO/ANO NRE(NRá)ANO
ORO.

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25

OBSERVAÇÕES E INSTRUÇÕES ADICIONAIS

CONFIDENCIAL FM-148
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(CONF lOlllToiA |_ I "i/

AÇÕES QUALIFICADAS COMO TERRORISTAS OCORRIDAS NOS

" - •É M ^ W ^ ^ ^ M J J ^ ^ ^ "T- I •-• •I-IIIIIIPI | | | . ^ p HMII •lll.ll J •!! I . . I„ _l.UI J*l •••!• •• 111 | l IIMH • ' -1 • in-TI ••..—>!»••—ÉB»M» Im—IBI I — M M I f l ' < MI um •! —

LISTADOS DO RIO DE JANEIRO E ESPIRITO SANTO

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k
1. No E s t a d o do RIO DE JANEIRO, o c o r r e r a m situa -

ções, em p e r í o d o s distintos, que p o r s u a n a t u r e z a o e s p e c u l e i da

de, foram q u a l i f i c a d a s como a t o s terroristas. Os f a t o s principais

o c o r r e r a m n o s a n o s de 1980 e 1 9 8 1 , com s u c e s s i v a s e x p l o s õ e s de

bombas, seguindo-se a estes outros atentados de m e n o r importân

c i a mas, também, alvos de d i v e r s o s inquéritos.

Segue a b a i x o a r e t r o s p e c t i v a dos acontecimen

t o s de m a i o r r e p e r c u s s ã o n o Estado:

a. Em 27 AGO 8 0 , uma c a r t a - b o m b a enviada ã se-

de d a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, s e ç ã o RIO DE JANEIRO (OAB/

s
nu—.1. ii»... ' — — ^ — — 1 ri -•• ri -- • 111 n - ii.i iiiiiBiiiM • - i ii i - - • • i • * • • • • num • iimirfiiru m» * *

RJ), explodiu e matou a secretaria da entidade, LYDA MONTEIRO DA

SILVA, que havia aberto a encomenda. 0 Inquérito Policial inscu
rado na época, não conseguiu apontar os responsáveis.
Nesse mesmo dia, outra bomba explodiu no Ga
bine te cio Vereador do PMDB/RJ, ANTÔNIO CARLOS DE CARVALHO, na Ca
mara dos Vereadores. O incidente causou um total de 06 (seis) pes
soas feridas, entre elas o funcionário JOSÉ RIBAMAR SAMPAIO DE
FREITAS, contínuo da câmara, tio o assessor do Vereador, que te-
ve ferimentos graves. O laudo dos peritos não foi divulgado.
Também uma convencional bomba-relógio, arma
da para explodir naquela madrugada, danificou instalações do jor
nal "Tribuna da Luta Operária". Não Cicou caracterizada nenhuma
informação a respeito desse episódio. (Z7:"A";

Zl : B1C - ARQUIVO
W/FS^/00192/120/B7J/080492 ( . '. " .' , t ' ~|
|' • ': IIJLiNK,! A L
 I C O N r l D l i i ; OI AL | 02/oy

b. Em 26 MAR 81, 15 (quinze) homens invadiram a

pede do Jornal "Tribuna da Imprensa", retiraram os funcionários e
exp, diram toda a oficina, reivindicando a ação para um grupo de-
nominado "COMANDO I1ERZ0G" .
Foram realizadas inúmeras investigações, sen
do detidas mais de 60 (sessenta) pessoas e cerca de .100 (cem) ar-
mas apreendidas. O Inquérito terminou som indiciados .(Z7:"B")
c. Em ABR 81, uma bomba explodiu no interior de
um carro PUMA estacionado no RIQCENTRQ, em JACAREPAGUÃ, onde esta
va havendo um show com vários cantores de Musica Popular Brasilei
ra (MPB). 0 PUMA era dirigido pelo então Capitão do Exército W1L
SON MACHADO, que ficou gravemente ferido, sendo que o seu compa -
nheiro io veículo, o Sargento do Exercito GUILHERME ROSÁRIO, mor
reu no local.
Os e f e i t o s d e s s a bomba foram d e v a s t a d o r e s e

um homem de nome LUIZ CARLOS SERPA, de um movimento denominado"FÃ

TRIA E LIBERDADE - COMANDO DELTA", a s s u m i u a a u t o r i a da "OPERAÇÃO

RIOCENTRO", em c a r t a e n v i a d a à d e p u t a d o s e s e n a d o r e s , em BRASf

LIA/DF. O p r o c e s s o i n s t a u r a d o f o i a r q u i v a d o p o r f a l t a de p r o v a s .

(Z7:"C")

d. Em 0 6 JUL 8 1 , o f a x i n e i r o e e x - s o l d a d o fuzi-
l e i r o n a v a l PAULO DA SILVA DUARTE, do 22 a n o s , f o i a c u s a d o de ter
b a l e a d o o S a r g e n t o do E x é r c i t o c a s s a d o DALTRO JACODES D'ORNELLAS.
PAULO DUARTE f o i d e t i d o e a c u s a d o de t e r r o r i s m o , tendo o fato ti-
do r e p e r c u s s ã o p e l a i m p r e n s a . (27%"D")
e . Em 02 AGQ 8 8 , o t é c n i c o mecânico .JOÃO. BATISr
TA BERNARDES COSTA t e n t o u e x p l o d i r , com uma bomba, um a v i ã o da
 03/09 '
ICO ' 1
'
IU t ! ' 1'

IA L j

p o n t e - a é r e a RIO-SÃO PAULO, com 10 0 (cera) p e s s o a s a b o r d o . E l e foi

j u l g a d o e condenado a 05 ( c i n c o ) anos de r e c l u s ã o . O J u i z e n t e n -
deu que o m e c â n i c o a g i u cora " i n s e n s i b i l i d a d e moral e p o r ganância"
p o i s p r e t e n d i a s i m u l a r a p r ó p r i a morte p a r a r e c e b e r 02 ( d o i s ) se-
g u r o s de v i d a . (Z7:"F")
f. Em 02 MAI 89, p o r v o l t a d a s 0 3 : 1 5 l i s , uma
bomba d e s t r u i u o r e c é m - i n a u g u r a d o "Memorial 9 DE NOVEMBRO", c o n s -
t r u í d o em VOLTA REDONDA/RJ, em homenagem a o s 0 3 ( t r ê s ) trabalhado
r e s mortos durante c o n f l i t o s com s o l d a d o s do E x é r c i t o na COMPA
NHIA SIDERÚRGICA NACIONAL (CSN), no ano anterior.
Ura g r u p o denominado "FALANGE PATRIÓTICA" a s -
sumiu a r e s p o n s a b i l i d a d e p e l o a t e n t a d o , i n f o r m a n d o que haviam l u -
t a d o c o n t r a o movimento m i l i t a r em 19 6 4 .
Ninguém f i c o u f e r i d o cora a e x p l o s ã o , mas o-
c o r r e r a m m u i t o s p r e j u í z o s em á r e a s p r ó x i m a s ao a t e n t a d o .
A P o l i c i a F e d e r a l p a r t i c i p o u das i n v e s t i g a -
ç õ e s , em a p o i o â p o l í c i a do RIO, no i n q u é r i t o na 9 4 a . Delegaciade
VOLTA REDONDA, mas não f o i p o s s í v e l a p o n t a r os a u t o r e s . (Z7:"G")
g. Também mereceram destaque a l g u n s a c o n t e c i m e n -
tos, f o r a do â m b i t o do RIO DE JANEIRO, como a bomba d e s a t i v a d a nua
a v i ã o da JAPAN AIR LINES (JAL) em SÃO PAULO/SP, p e l o t é c n i c o da
INFRAERO JOSÉ LUÍS PRADO STIEDLER no d i a 09 JUL 9 1 , que terminou
p r e s o como r e s p o n s á v e l e m e n t o r do e p i s ó d i o (%7: "II") ; a bomba que
d a n i f i c o u o monumento "DUQUE DE CAXIAS", na P r a ç a P r i n c e s a Izabel,
no C e n t r o de SÃO PAULO/SP, f a t o e s t e o c o r r i d o em 15 AGO 9KZ7:"I");
e uma bomba e n c o n t r a d a era 28 DEZ 9 1 , n a s p r o x i m i d a d e s do "BOLO DG
NOIVA", anexo ao P a l á c i o do I t a m a r a t i , cm BRASlLIA/DP (27:"J")

( t>:•!
 I—,

, ; u O i i í li' .: ,(AL Ü4/09

Oor %

Em ambos os casos, não houve identificação dos culpados.

2. No £stado dOvESPlRIT0 SANTO, os fatos de maior

relevância ocorreram nos anos de 1981, 83, 84 e 89, destacando -
se, em quase todos, a ameaça ou a explosão de bombas.

São os seguintes os principais acontecimentos

registrados:
a. Em 25 MAL 81, uma bomba explodiu nas depen-
dências do jornal "A Tribuna", em VITORIA, atingindo a redação do
referido jornal e destruindo o DEPARTAMENTO DE CIRCULAÇÃO e o Ar
quivo. O inquérito instaurado foi posteriormente arquivado, sen-
do este acontecimento bastante divulgado pela imprensa local.

Após isto, passou-se a veicular uma série de

boatos sobre a existência de "bombas" em outros locais, geralmen
te em imóveis ocupados por repartições públicas (BANCO PO BRASIL
e COMPANHIA VALE DO RIO DOCE) . (Z7:"!,")
b. Em 09 NOV 81, ocorreu o incêndio da lancha
"ÇONDUSA XI", pertencente a COMPANHIA DL MELHORAMENTOS,,E_ DESF.N -
VOLVIMENTO URBANO (CONDUSA), empresa estadual que faz o transpor
I -,.,-1.1..- IMI.I. II I. 1,11,- -_ - „ • _ . . f i~ J L _ _

te marítimo intermunicipal de passageiros entre VILA VELHA e VI-

TORIA. 0 fato ocorreu de fi -ma misteriosa e embora não se tenha
dado importância ao mesmo (sendo atribuído, na época, a uma fa-
lha mecânica), havia indícios nítido:; de sabotagem.
c. Em 02 DEZ 81, uma bomba de fabricação casei
ra, de alto poder explosivo, foi colocada na CÂMARA DE VEREADO -
RES DE VITORIA, nas proximidades do Gabinete do Presidente. O ar
tefato não chegou a explodir, pois foi detectado a tempo. O In -
quérito Policial instaurado também foi arquivado, sem nenhuma
prova. (Z7:"M")
 r _..__ ... 06|õ|b
" CO-rií (iJLri :. í. I os/os
~*~ ••••<•• — „ _ , ....'

d. Em 0 3 DEZ 81, às 02:30 lis, uma bomba expio -

diu no interior da lancha "CONDUSA IX", também pertencente ã CON-

DUSA, e que se encontrava atracada no Terminal Aquaviário de VITÔ

RIA, causando danos materiais, sem vítimas.

A explosão da "CONDUSA IX" foi, de todos os

atentados mencionados, o que teve maior repercussão. Foi indicia-

do e preso, como autor, o japonês naturalizado EDSON MAMORU MAE DA,

não sendo descobertos os outros mentores. (Z'7: "M", "N", "O" e

"P") .

e. Após os acontecimentos na câmara dos Vereado

res e na lancha "CONDUSA IX", novamente ocorreram boatos em torno

da presença de outras bombas, quase sempre em instalações ocupa -

das por repartições públicas ou pontos estratégicos. Foram alvos

de ameaças os seguintes locais:

(1) Edifício FÁBIO RUSCHI, da COMPANHIA VALE

DO RIO DOCE;

(2) Agencia Centro do BANCO DO BRASIL, em VI

TÔRIA;

(3) Edifício Galerão, onde funcionava a em-

presa de fornecimento de energia elétrica no Estado, ESPÍRITO SAN

TO CENTRAIS ELÉTRICAS S/AT

(4) Quartel do 389 Batalhão de Infantaria do

Exército;

(5) Reservatório de Agua da COMPANHIA ESPIRI

TOSANTENSE DE SANEAMENTO (CESAN);

(6) Palácio ANCHIETA, sede do executivo esta

dual:
 06/0
CONRIfT:'.-'. 1.1 |
Q4f%
(7) ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESPIRITO.SAN-

TO (ALES)

(8) Edifício do INSTITUTO NACIONAL DE ASSIS

TÊNCIA MÉDICA E PREVIDÊNCIA SOCIAL (INAMPS); e

(9) Edifício UV.1I> dO BANCO DO ESTADO DO E S -

PIRITO SANTO.

f. Em 1 3 SET 8 3 , 02 (duas) bombas explodiramem

M u n i c í p i o s da Grande V i t ó r i a . A primeira e x p l o d i u por v o l t a das

0 3 : 0 0 h s , em CARIACICA, num p r é d i o o n d e r e s i d i a m p o l í t i c o s como

o Deputado E s t a d u a l JOSÉ CASAGRANDE do PMDB; VICENTE SANTORIO FAN

TINI FILHO,, f i l h o do P r e f e i t o de CARIACICA; e o 1 ? S u p l e n t e do

Vereador deste Município, RAIMUNDO BATISTA.

A s e g u n d a bomba e x p l o d i u n o C e n t r o de VITÓ-

RIA, n a s e d e do i n f o r m a t i v o "JORNAL DA CIDADE", d e s t r u i n d o o s ar

q u i v o s do j o r n a l , a sala do d i r e t o r e a cozinha.

Em ambos o s c a s o s , não houve v í t i m a s e os

autores dos a t e n t a d o s n ã o foram identificados.(Z7:"Q")

g . Em 1 7 JAN 8 4 , de a u t o r i a também desconheci-

d a e sem c a u s a r v í t i m a s , uma n o v a e x p l o s ã o foi registrada nas

dependências do " J o r n a l da C i d a d e " , não tendo grande repercussão.

Na é p o c a , ocorreram comentários de q u e a bomba t e r i a sido coloca

da p e l o s p r o p r i e t á r i o s do p r ó p r i o jornal, que e n c o n t r a v a m - s e com

p r o b l e m a s de o r d e m f i n a n c e i r a , mas n a d a ficou c o n s t a t a d o . (Z7:"Q")

h . Em 09 JUN 8 9 , a m e a ç a s de bomba n a Agenciado

BANCO FRANCÊS E BRASILEIRO (BFB), em VITORIA:

i. Em 1 3 JUN 8 9 , a m e a ç a e p o s t e r i o r explosãocb

bomba c o l o c a d a em um b a n h e i r o n a s d e p e n d ê n c i a s d a REDE GAZETA DE

COMUNICAÇÕES, em VITORIA.

(
[CONFIDuNOlAL
 V1
" ' ' ' gjWIPCNCI ] %M
Um homem, com c e r e i do \2 .mor;, de n a c i o n a l !
dade e g í p c i a , a s s u m i u a a u t o r i a do a t e n t a d o , d i z e n d o - s e membro
de uma s u p o s t a o r g a n i z a ç ã o t e r r o r i s t a a que I n t i t u l o u de ORGANIZA
CÃO PARA O TERRORISMO INTERNACIONAL (OPTI). D l " i i o r i s t a não c h e -
gou a s e r p r e s o e manteve c o n t a t o com um r e p ó r t e r de "A GAZETA" ,
a t r i b u i n d o ã sua organização a r e s p o n s a b i l i d a d e pelo atentado ao
monumento dos o p e r á r i o s m o r t o s em VOLTA REDONDA/RJ, o c o r r i d o em
02 MAI 8 9 , bem como a ameaça de bombas na a g ê n c i a do BFB de VITO-
RIA, o c o r r i d a em 09 JUN 8 9 . E x p l i c o u , também, que a OPTI não p r e -
t e n d i a m a t a r ninguém, mas t ã o somente chamar a a t e n ç ã o do g o v e r n o
b r a s i l e i r o p a r a os p r o b l e m a s de m i s é r i a e fome da p o p u l a ç ã o . (Z7íR)

j. Em 20 JUN 8 9 , houve mais uma ameaça de bomba

no p r é d i o do s e t o r de a r r e c a d a ç ã o da PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA
VELHA e n a s d e p e n d ê n c i a s da SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, em
VITORIA.

1 . Em 21 JUN 8 9 , ameaça de bomba na E s c o l a Muni

c i p a l ERNESTINA PESSOA, em VITORIA. A e s c o l a f u n c i o n a como JARDIM
DE INFÂNCIA, a t e n d e n d o c r i a n ç a s de 03 ( t r ê s ) a 06 ( s e i s ) anos de
idade.

m. Em 24 AGO 8 9 , uma bomba e x p l o d i u n a s depen -

d ê n c i a s do Fórum do M u n i c í p i o de CONCEIÇÃO DA BARRA, c a u s a n d o da-
n o s m a t e r i a i s . O a t e n t a d o t e v e l i g a ç ã o com a q u e s t ã o f u n d i á r i a na
r e g i ã o N o r t e do ES q u e , na o c a s i ã o v i v i a o auge da v i o l ê n c i a r e -
s u l t a n t e dos c o n f l i t o s e n t r e o Movimento dos S e m - T e r r a s e o s p r o -
p r i e t á r i o s r u r a i s , que j ã haviam c a u s a d o 0< (quatro) mortes.
(Z7: "S")

n . Nos d i a s 19 e 2? SET e L7 NOV 89, ocorreram

C O . u iiJL ' ; J ' (

várias ameaças de bombas, respectivamente, nas dependências do
Colégio ESTADUAL DE VITORIA, na agência do BANCO REAL e na em-
presa IBM, também naquela cidade.
O. Em 15 DEZ 89, o Deputado Federal PEDRO
CEOLIN e seu filho PLÁCIDO DOMINGOS CEOLIN, foram seqüestrados
e mantidos como reféns de marginais, identificados como mem-
bros da "Falange Vermelha", que anteriormente já haviam assal-
tado a residência do deputado. PEDRO CEOLIN e seu filho foram
usados para proteger a fuga dos marginais em direção ã cidade
do RIO DE JANEIRO, sendo libertados naquela cidade, na mesma
noite do seqüestro, após o pagamento de um resgate. (Z7:"T")

3. Embora os fatos mencionados no ES não tenham

causado vítimas, resultaram, na maioria das vezes, em danos ma
feriais e sempre foram seguidos de pânico por parte da popula-
ção, sensação de insegurança e prejuízos financeiros, notadamen
te, quando os alvos das ameaças foram órgãos públicos.
Vale ressaltar que, mesmo não se tendo con -
-firmado qualquer vínculo, ê interessante destacar que os acon-
tecimentos ocorridos em VITÓRIA, em 1981, sucederam-se â ou
tros semelhantes ocorridos no Estado do RIO DE JANEIRO, quase
na mesma época, como as bombas explodidas no RIOCENTRO, naOAB/
RJ e na Câmara dos Vereadores. Porém, no RJ, esses casos causa
ram vítimas.
Tamfm as ações denominadas terroristas vêm so-
frendo um constante declínio em suas incidências, atualmente
não ocorrendo fatos tão significativos, nem de grande repercus
 !
" j I CONFIDENCIAL] 09/09

s ã o , q u a n t o no i n í c i o dos anos 8 0 .
Destaca-se, também, em q u a s e t o d o s o s c a s o s , a im

p u n i d a d e dos c u l p a d o s e o d e s g a s t e d a s a u t o r i d a d e s c o m p e t e n t e s ,

e s t a n d o , no momento, a m a i o r i a dos p r o c e s s o s arquivados.

27 : "A" a "T" - CÓPIAS DE RECORTES DE JORNAIS E REVISTAS

1981 a 1991

(CON IOL

D i / mil pessoas transformaram o enterro da funcionária da OAlt üuma manifestação contra o terror da direita
REPORTAGEM DE CAPA
Entram os assassino8
Num sangrento desafio à abertura do
presidente Figueiredo, o terror de direita explode
bombas no Rio e mata funcionária da OAB
S etr anos depois do assassínio do
delegado Otávio Gonçalves Morei-
ra Júnior, fuzilado por extremistas
de esquerda no Rio de Janeiro, a direita
radica! virou a página do livro negro do
(error. Às 13h46 da última quarta-teira,
Lyda Monteiro da Silva, 59 anos, funci-
onária da Ordem dos Advogados do
Brasil, desde 1934, abriu um pequeno
embrulho provavelmente endereçado ao
jurista Eduardo Seabra Fagundes, presi-
dente do Conselho Federai da OAB.
Imediatamente, uma explosão estilhaçou
janelas, derrubou paredes, destruiu me-
sas e cadeiras, e atraiu para o 4." andar,
onde ficava a sala de dona Lyda, deze-
nas de assustados funcionários c advoga-
dos que estavam no prédio da avenida
Marechal Câmara, no cen do Rio de
Janeiro.
Primeiro a chegar á sala, TheoJoio
Assunção, funcionário da tesouraria,
testemunhou o começo da agonia da pri-
meira vitima fatal da onda de atentados
promovidos por terroristas de direita.
"Foi uma bomba", balbuc, i dona Ly-
da. Ela estava sem a mão esquerda.
Ifi
Brasil
depois encontrada na marquise do 3."
andar. Tinha o braço dilacerado, exibia
fundas lesões no tórax e no rosto, e,
soube-se logo depois, seu pulmão
esquerdo fora perfurado. Conduzida ao
Hospital Souza Aguiar 10 minutos mais
tarde, a mais antiga funcionária da
OAB, viúva de um promotor público, só
teve tempo de perguntar por seu filho
Luís Felipe Dias, 24 anos, estudante de
Direito da PUC. Morreu quando médi-
cos tentavam prolongar-lhe a sobrevida
com respiração artificial.
BRAÇO AMPUTADO — O estrondo que
matou dona Lyda e feriu o servente José
Ramiro dos Santos, que tive a perna es-
querda rasgada por estilhaços de vidro,
foi o mais forte disparo contra a abertura
política consumado desde 1978. Mas
não foi o único desafio reservado ao
governo do presidente João Figueiredo
numa quarta-feira em que terroristas co-
memoraram a sua maneira o primeiro
aniversário da assinatura do decreto de
anistia. Na madrugada, uma versão de
bomba-relógio explodira na sede do jor-
j i;%/". KM
âtefed
1/1
nal Tribuna Operária, incluído no índex
dos responsáveis por recentes atentados
a bancas de jornais e revistas. Às 14h40,
enquanto dona Lyda Monteiro da Silva
morria no Hospital Souza Aguiar, um
terceiro estrondo sacudiu o gabinete do
vereador Antônio Carlos de Carvalho,
do PMDB fluminense, na Câmara de
Vereadores do Rio de Janeiro.
O funcionário José Ribamar Sampaio
de Freitas, 63 anos, tio e assessor do ve-
reador Carvalho, estava de pé ao lado da
mesa em que a bomba explodiu. Seu
braço esquerdo, estraçalhado, teve de
ser amputado. Cego do olho direito há
alguns anos, Freitas, que já sofreu três
enfartes, pode agora perder também a
vista esquerda, sensivelmente afetada
pela explosão. Mais cinco pessoas —
entre elas a servente Paula Auxiliadora
Brás, grávida de seis meses — saíram
feridas do atentado praticado contra a
Câmara de Vereadores.
O 27 de agosto de sangue atraiu para
o Rio os chefes de partidos oposicionis-
tas, incendiou os debates no Congresso,
tirou de casa o velho liberal Prado Kel-
VEJA, 3 DE SETEMBRO. 1980
 ( ) i S I A! O 1)1 S PAULO
„„,».,„ || oG g|

99
Inquérito d a "Tribuna
termina, sem indiciados
D* sucursal d e sido praticado por pessoas da própria O juiz da 1' Auditoria da Marinha,
RIO Tribuna da Imprensa. Mas, na Câmara Siqueira Júnior, pediu substituição por
dos Deputados, o jornalista afirmava que se considerar envolvido com o jornal por
a ação fora organizada "por gente multo laços de amizade, ficando o caso para a
Depois de 78 dias de investigações, superior à CPI, o CodI-DOr, e garantia juíza Rosali Cunha Machado Lima. Os
feitas Inicialmente pela Secretaria de ter «ido feita por sete homens do II responsáveis pelo Inquérito — que só
Segurança a depois pela Polida Federal, Exército, cedidos pelo general Milton mudaram de Unha após solicitação do
o inquérito do atentado contra o jornal Tavares de Sousa, seis homens da IV proprietário do jornal ao ministro da Jus-
Tribuna d a Imprensa foi remetido on- Divisão de Exército, cedidos pelo general tiça para que os funcionários do jornal
tem a 1* Auditoria da Marinha, no Rio, Coelho Neto, e apenas dois do X Exército, nao fossem mais Importunados — pedi-
sem apontar sequer um provável autor. para não fitar caracterizada como uma ram e receberam mais vinte dias de pra-
O atentado ocorreu na madrugada do ação praticada por gente do Rio. zo, de acordo com a Lei de Segurança
dia tfí de marco, quando 15 homens inva- As Investigações foram conduzidas Nacional, e na última sexta-feira envia-
diram a sede do jorna!, retiraram os pela Policia Federal, dentro da Unha de ram os autos. Imediatamente foi aberta
funcionários n explodiram toda a oficina. raciocínio do general Aym*. - nm segui- vista ao procurador, Luís Sérgio Chama,
Nas pai ides, escreveram com Spray al- dos interrogatórios de funcionários do que agora dispõe de 15 dias para emitir
gumas palavras de ordem, reivindicando jornal e levantamento das fichas funcio- seu parecer.
a ação para um Comando Herzog. nais de empregados demitidos há até três
Uma semana após o atentado, en- anos. Em seu depoimento no Inquérito, "Não estou nem um pouco preocupa-
quanto o proprietário do jornal, Hélio Hélio Fernandes resumiu a opinião colo- do com isso — afirmou Hélio Fernandes
Fernandes, prestava depoimento na CPI cada na CPI, actuando mais uma vez o —, pois sempre disse que mV, haveria
do Terror, o então chefe do Estndo-Malor DOI-Codi como úniro responsável pelo indiciados. Nem vou constituir advogado
do Exército, general Braanl Ayrosa, su- atentado e reiterando a lista de envolvi- para acompanhar, porque é perda de
geria em entrevista que o atentado havia dos diretos na ação. tempo."

Gomando Delta envia carta
ttftt
e assume ação no Riocentro
.i .Em carta enviada simultaneamente•3 a alcance, sem desfalecimento, a canalha co-
deputados e aenadorea em Brasília e à reda-
ção da revista Fato* e Fotos, no Rio, um certo
Luiz Carlos Serpa reivindica, em nome da
'liderança nacional" do movimento Pátria e
Uberdade — Comando Delta, a autoria da
"operação Riocentro" e promete combater "a
canalha comunista e todos aqueles que pre-
ttfitíem levar este pais pari o comunismo, a
.pretexto de uma Inexequível abertura demo-
crática".
A carta, em envelope comum, com tarja
verde e amarela, foi colocada dia 11 na agen-
cia Avenida das Nações Unidas (Bonsucesso),
,çpmo se verifica pelo carimbo aplicado sobre
os selos. O remetente usou um endereço que
existe de tato, na Rua Toneleros, em Copaca-
bana, onde mora um barbeiro, italiano de
nascimento e pai de cinco Olhos.
A carta
- • Eis na integra a carta de Pátria e Liberda-
de — Comando Delta:
"Nossa liderança nacional, em razáo de
autocrítica tirada dos resultados da operação
Riocentro, reivindica a sua autoria e decidiu
informar que:
1. Infelizmente, as vitimas não foram as
que visávamos e nos penitenciamos com o
Exército brasileiro e os familiares do Capltáo
Wilson e sargento Guilherme
2 Os orgáos de segurança, que um dia
perseguiam os nossos mesmos objetivos, hoje
sáo meros joguetes desorientados nas máos
de camarilha do Planalto que pretende entre-
gar nosso povo ao jugo comunista.
3 Apesar do relativo insucesso, reafirma-
mos nossos propósitos de salvar a pátria,
.cojnbatendo com todos os meios ao nosso
• í.i ,,,\., f >i U ,| (
JORNAL DO BRASIL
t UIVAM U#
13 ' 05 fl
munista etodosaqueles que pretendem levar
este pais para o comunismo, a pretexto de
uma Inexequível abertura democrática.
4. Desculpem-nos os antigos companhei-
ros, mas náo hesitaremos em tê-los como
inimigos, se vestirem a camisa pelo avesso.
Quem náo estiver conosco estará contra nós.
Ousar lu»ar. ousar vencer.
Brasil, acima de tudo."
Indignação
No endereço em Copacabana usado pelo
delicio Luiz Carlos Serpe para localizar o
remetente, mora um barbeiro, com a mulher e
cinco filhos. Trata-se de um apartamento de
dois quartos e u unais dependências, alugado
por Cri 30 mil e mais as taxas de condomínio,
de Crp 4 mil 200.
Em seu trabalho, onde entra ás 9h (e do
qual sal ás vt ' s ás 21h), o barbeiro, de 49
anos (há 30 no Brasil), multo nervoso com a
utilização de seu endereço, afirmava, indig-
nado:
— Isso é revoltante, náo se fu Logo eu,
que vivo para o trabalho e para • minha
família. Nfto tenho inimigos e náo acredito
que algum amigo tivesse feito isso só por
brincadeira. Com sobrenome Serpa eu so co-
nheço aquele do vestibular (Carlos Alberto
Serpa de Oliveira, da Fundação Cesgranrlo).
Na parte superior da carta, além do slogan
Pátria e Uberdade, escrito em letras decalca-
das, com algumas fora de nível, há ainda uma
espécie de logotipo — um circulo em branco
no qual estão inscritos quatro outros círculos
menores, opostos dois a dois, e entre.eles
quatro pequenos sinais, cubelíormes.
\

Ex-soldado fuzileiro
acusado de terrorismo
continua incomunicável
Sem prisão em flagrante ou
mandado Judicial e mesmo de-
pois de ser identificado como
primário e de ter feito "prova
de trabalho", o faxineiro e ex-
soldado fuzileiro naval Paulo
da Silva Duarte, de 22 anos,
passou ontem seu segundo dia
numa delegacia, acusado de
ter baleado o sargento do Exér-
cito cassado Ualtro Jacques
0'Urnelías, durante um "aten-
tado terrorista", em Julho.
Apesar de os policiais das .1*
e 28? DPs afirmarem que Pau-
lo está "acautelado para salva-
guardar sua integridade físi-
ca", o faxineiro continua Inco-
municável.
Paulo Duarte foi detluo
quinta-feira à noite, quando,
em meio a 700 militares cassa-
dos e convidados para a confe-
rência "As Forças Armadas e
-, vj_ d
24%.^
""' I
O GLOBO
• mçAn !i 50 oá> ?|
a abertura politica", foi denun-
ciado pelo sargento Jacques
Dornellas como seu agressor.
Paulo, que deixou a Marinha
após a conclusBo dos três anos
no Corpo de Fuzileiros Navais,
em 1379, estuda Ciências Con-
tábeis e inglês e pretende ten-
tar, p«la segunda vez, vestibu-
lar para KnRcnhnrla. Ele conti-
nua a sustentar que é Inocente.
O ex-fuzileiro trabalha há
mais de um ano como faxineiro
e caseiro na residência de d.
Alcina Imbassahy, em Ipane-
ma. Lá, seu» colegas, a enfer-
meira Maria José de Souza
Porto, de 55 anos, c o menino
•"tõnio Ivanlldo da Silva Cruz,
de 15, asseguram que Paulo da
Silva estava trabalhando no
dia do suposto atentado (% de
julho) c só saiu para seu curso,
voltando dentro do horário.
 I -J I: l.WirWLoAb l i L U Ü l

O ESTADO DE S. PAULO
EDIÇÃO DE £Qi sfji %'•$

Foram 27 bombas nos

últimos quatro anos
Bombas moderna», eficientes, como de reslo qualquer outra infor-
construídas com evidente conheci- mação a respeito das duas "armas'
mento técnico: estas têm sido as desses episódios.
características básicas dos artefa-
tos empregados em 27 atentados a De acordo com altas fontes do
bomba registrados no Brasil, no pe- sistema de segurança nacional, as-
ríodo que marca a volta do terror á sim como aconteceu com o carro-
atividade, iniciado com a explosão bomba que explodiu no estaciona-
do terraço da Escola Pedro Lessa, mento externo do prédio dos jor-
no Rio de Janeiro, durante uma nais O Estado e JT, no início da
greve de professores em setembro noite de segunda-feira, em muitos
de 1979. A conclusão é de especia- episódios "houve a clara intenção
listas militares procurados por O de dissimular a presença profissio-
Estado que salientam ainda "a nal com a introdução de componen-
usual previsão do petardo nas mais tes domésticos". Essa singularida-
, diversas ocasiões". de é que qualificaria como obra de
especialistas, os artefatos emprega-
O material utilizado tem sido dos em outros dez atentados:
quase sempre uma inteligente com-
binação de recursos caseiros, com 1 — Explosão no carro do jorna-
poderosos elementos detonantes, lista Hélio Fernandes, da Tribuna
como no caso da bomba-de-tempo de Imprensa.
encontrada na sede da Confedera-
ção Nacional da Agricultura, em uma2bomba — Tentativa de fazer detonar
Brasília, a 22 de maio de 1980, pou- onde estava no Hotel Everest — Rio,
hospedado Leonel Bri-
co antes de uma conferência do zola.
líder comunista Gregório Bezerra. tradaAe bomba, de tempo, foi encon-
desmontada.
O mecanismo foi desmontado e re-
velou cuidados íncomuns, como a 3 — Pequena carga explosiva
compactação do conjunto, ou a pre- que danificou a agência da Cader-
sença de explosivos sólidos raros neta de Poupança Letra, no bairro
Mesmo nos incêndios de bancas de de Madureira, no Rio, onde esta-
jornais, em 8ão Paulo, Bio de Ja- vam sendo vendidos ingressos para
neiro, Brasília, Niterói, Belo Hori- o show do Rlocentro, em Io de maio
zonte « Santa Rosa, o elemento ati- de 1980.
vo variou da gasolina gelatinosa
(uma variaçdo simplificada do na- 4 — Duas bombas colocadas na
palm> ao fósforo branco, multo in- sede do jornal Hora do Povo, que
flamável, usado durante o guerra além da carga de concv*sCo provo-
do Vietnã em bombas lançadas de caram a aspersão de uma certa
avião contra posições da guerrilha quantidade de ácido, atingindo má-
vletcong na «eiva. quinas, móveis, paredes e arquivos.
O caso do Rlocentro, em abril ff — Explosão no carro do depu-
de 1981, é um bom exemplo. O arte- tado do PMDB carioca, Marcelo
fato que explodiu no interior de um Cerqueira.
Puma dirigido pelo capitão Wilson 8 — Bomba incendiária de fós-
Machado, ferindo gravemente o ofi- foro consumindo em poucos minu-
cial e matando seu companheiro, o tos uma banca d ornais que tam-
sargento Guilherme Rosário, esta- bém vendia rep*j<- :tes e flores,
va contido em uma lata de óleo no centro de Belo t^Hzonte.
lubrificante, em camadas diversas.
Havia nitroglicerina pastosa, mui- 7 — Uma bomba definida como
to mais estável que a da forma sendo "altamente sofisticada" é en-
liquida. E também trotil, o trinHro- contrada dentro de um furgão
tolueno da TNT. Com pouco mais abandonado nas proximidades da
de meio quilo de peso, os efeitos Faculdade di Direito da VSP, no
foram devastadores. largo de 8ão Francisco. É desmon-
tada, e examinada. O episódio Ja-
Da mesma forma, a carta bom mais foi revelado.
ba que matou a funcionária da Or
dem dos Advogados do Brasil, Luda 8 — Uma bomba é desarmada
Monteiro, no Bio de Janeiro, era um no interior de um apartamento, na
pequeno porém complexo sistema rua almirante Alexandrina, no Rio
dotado provavelmente de um deto- de Janeiro. O local exato nfio é
nador a eletreto, ou seja, com carga revelado pelas autoridades.
eléirica própria e assim impossível
de ser detectado por eiame externo. 9 —- Uma série de bombas é
A perícia achou que todos os seus colmada nas oficinas do jornal Tri-
componentes eram semilíquidos. buna da Imprensa, no Rio, por um
No mesmo dia (27 de agosto de grupo que Invade o Jornal, todos
1980), outra carta-bomba era aberta armados Os artefatos nflo funcio-
pelo contínuo da Câmara Munici- nam bem e apenas um detona, mas
pal do Bio de Janeiro. José Riba- mesmo assim, queimando a rota-
mar, no gabinete do vereador do tiva ,
PMDP António Carlos. O envelope 10 — A Gráfica Americana, que
era pequeno, comum — e o funcio- imprimiu
nário Imaginuu que se pudesse tra- tidades dematerial para vdrlas en-
tar de uma circular comercial. Fi- uma bombaesquerda,
contida
é atingida por
em uma caixa
cou cepo. perdeu um braço e leve
lesões no cérebro das quais prova- vazia de soruele. Um operário sai
velmente não se recuperará. O lau- ferido,
do dos peritos não foi divulgado, ROBERTO OODOY

ESTADO DE SÃQ PAULO
Juiz condena mecânico
que tentou explodir avião
*"v%
Kuftfailo SA»lo/AK-l2/lO/llll
Costa: seguro de vida
Mudança facilita localização
J o ã o B a t i s t a Bernardes
Costa foi preso em Belo Hori-
zonte por agentes da Policia Fe-
deral na tarde do dia 12 de outu-
bro. Ele já estava com a família
na capital mineira havia cerca
de um mês, período em que ficou
sob constante vigilância dos fe-
derais. Os agentes da PF conse-
guiram seu endereço através da
empresa que fez sua mudança do
Rio para Belo Horizonte.
Um dia depois de sua prisão
ele confessou tudo em depoi-
mento ao delegado Romeu Tu-
Livtl KLSAiá ULUUI
EDIÇÃO DE S S
O técnico mecânico Jofto
Batista Bernardes Costa, que no
dia 2 de agosto de 88 tentou ex-
plodir um avião da ponteaéroa
Rio-Sâo Paulo, com cem pes-
soas entre passageiros e tripu-
lantes, foi condenado ontem a
cinco anos *e reclusão e a pagar
multa de NCzs 383,40. A senten-
ça foi proferida pelo juiz BInvai
Antunes de Souza, da 11» Vara
da Justiça Federal de Sfto Pau-
lo. Proso preventivamente, des-
de o dia 12 de outubro, João Ba-
tista nao poderá apolar da sen-
tença em liberdade.
O juiz entendeu que o mecâ-
nico agiu com "insensibilidade
moral e por ganância", pois pre-
tendia simular a própria morte,
para receber dois seguros, no
valor total de CzS 60 milhões (á
época). Slnval Antunes de Sou-
ma Júnior. Durante sete horas
João Batista revelou como pla-
nejara a ação e disse que, apõe
conseguir o dinheiro das apóli-
ces de seguro, fugiria para o Pa-
raguai, onde viveria por uns
tempos com identidade falsa.
Chorando, ele disse estai" arre-
pendido.
Na casa onde Jofto Batista
estava morando em Belo Hori-
zonte os policiais encontraram
uma mala com quatro tubos de
gás paralisante, caixas de balas
calibre 38, um revólver, roupas
I <?C &^}
za afirmou, em sua sentença,
que João Batista confessou com
detalhes, na polícia e na Justi-
ça, a ação criminosa, pois nao
teve outra saída diante da "exu-
berância das provas".
Ao ver que o plano fracassa-
ra, o mecânico fugiu para Belo
Horizonte, com a mulher e um
filho de seis anos, informando
antes ao zelador do prédio em
que morava, no Rio, de que esta-
va se mudando para o Ceará. A
bomba foi confeccionada com
tiner, querosene, pólvora, ro-
jões e balas. Ela deveria explo-
dir pela ação térmica dos focos
de duas antenas, mas o disposi-
tivo falhou-porque o comparti-
mento destinado às bagagens,
onde se encontrava, era refrige-
rado.
de lixeiro da prefeitura do Rio e
o que mais chamou a atenção:
uma agenda com nomes de em-
presários cariocas e suas famí-
lias, bem como dos bicheiros
Anislo Abraão David e Raul Ca-
pitão. Embora o mecânico náo
explicasse o motivo de todo
aquele material, os policiais
suspeitaram de que ele estives-
' se planejando praticar seques-
tros contra famílias ricas do
Rio. A razão dos nomes dos bi-
cheiros na agenda nunca foi es-
clarecida.

Bomba destrói memoria
de operários
De madrugada, atentado
terrorista destroça
monumento para lembrar
trabalhadores mortos
VOLTA REDONDA - Uma
bomba destruiu, por volta das
3hl5 da madrugada de ontem, o
Memorial 9 de Novembro, cons-
truído em Volta Redonda em
homenagem aos três trabalha-
dores mortos durante conflito
com soldados do Exército na
Companhia Siderúrgica Nacio-
nal (CSN), ano passado. O mo-
numento, projetado pelo arqui-
teto Oscar Nlemeyer, havia sido
inaugurado anteontem, duran-
te as comemorações do Dia do
Trabalho. A praça onde fica o
monumento passou a se chamar
Prefeito José Juarez Antunes, o
metalúrgico que morreu em
acidente de automóvel em 21 de
fevereiro.
Um grupo denominado Fa*
lange Patriótica ligou para vá-
rios jornais do Rio assumindo a
responsabilidade pelo atentado
e informando que lutou contra o
movimento militar em 64.
À noite, o presidente José
Barney lamentou o atentado e
afirmou ser contra "todo tipo
de violência". O presidente co-
locou á disposição dos governos
estaduais as autoridades fede-
rais para auxiliar nas investiga-
ções.
Ninguém ficou ferido com a
explosão mas num raio de 300
metros todos os vidros foram
quebrados e até a bomba de ga-
solina de um posto próximo uo
local foi arrancada do chão.
Grande número de pessoas,
acordadas pelo barulho da ex-
plosão, já se aglomerava no lo-
cal quando, ás 3h40, o Corpo de
Bombeiros isolou a área. ',
TENSÃO
O momento de maior tensão
ocorreu ás 12h30, quando uma
equipe da coordenação de apoio
operacional da Polícia Civil do
Rio de Janeiro, com oito ho-
mens, começou os trabalhos de
Livií KLoAS ULULli
ESTADO DE SÃO PAULO
inspeção e encontrou um cor-
del, que Indicava a existência de
outra bomba. O perito especia-
lista em explosivos Carlos Al-
berto Maugaz achou entre os
destroços uma mochila camu-
flada com outra bomba, que lo-
go foi d e s a t i v a d a . Segundo
Maugaz, os responsáveis pela
colocação das bombas fizeram
um trabalho profissional: "Se a
bomba tivesse explodido do lado
da usina, provocaria um aciden-
te do proporções muito maio-
res, porque nessa direção está
instalada uma das fábricas de
oxigênio da CSN". Ele acredita
que a bomba desativada é do ti-
po pirotécnica, explosivo usado
em fundições e pedreiras.
C perito disse ainda que, se
as duas bombas estivessem em
conexão pelo cordel, explodi-
riam simultaneamente. "A que
explodiu tinha um cordel com
uma espoleta na ponta, o que
indica que a pessoa que a acio-
nou saiu correndo em direção
contrária", explicou. !
O delegado t i t u l a r da 94*
Delegacia de Polícia de Volta
Redonda, Sérgio Valença abriu
inquérito para apurar a autoria
da explosão pedido pelo Depar-
tamento de Polícia do Interior
da Secretaria de Estado de Polí-
cia Civil do Rio de Janeiro.
O advogado criminalista do
Sindicato dos Metalúrgicos da
cidade, Márcio Doniccl, entre-
gou ao delegado Valença farra-
pos da mochila que explodiu
com a bomba para serem anali-
sados. Entre os pedaços de pa,;o,
foram encontrados dois peque-
nos papéis amarelados com as
letras MBEL.
O prefeito de Volta Redon-
da, Wanildo de Carvalho, repu-
diou, em nota oficial, "o ato de
terrorismo que destruiu o me-
morial dos operários". Também
ontem, o presidente do Sindica-
to dos Metalúrgicos, Marcelo
Felício, foi a Brasília pedir ao
ministro da Justiça, Oscar Dias
Corrêa, a imediata apuração do
atentado e punição dos respon-
sáveis.
S)
*. •>
 récnico pôs bomba em avião da JAL
SÃO PAULO — Não precisou mui-
to tempo para que o delegado João Cãn-
cio. do Serviço de Planejamento Opera-
cional da Policia Federal, descobrisse
quem pôs a bomba em uma das malas
que embarcariam no vôo JL 063, da
Japan Air Lines (JAL), na noite de 9 de
julho. O dono da bomba é José Luís
Prado Stiebler. de 33 anos. técnico em
segurança da Jnfraero (Infra-estrutura
Aeroportuária), órgão do Ministério da
Aeronáutica que administra os aeropor-
tos.
Na época. Stiebler foi apontado co-
mo o grande herói da história, pois foi
quem descobriu e desativou a bomba. Na
noite de segunda-feira, ele foi indiciado
por deliberadamente ameaçar a vida e o
patrimônio de terceiros Se condenado,
poderá pegar de três a seis anos de pri-
são.
Além de Stiebler. o delegado Câncio
indiciou Armando Sander Júnior, fun-
cionário da Varig. responsável pela vigi-
lância das bagagens naquela noite. Dis-
plicente. Sander Júnior não teve o
cuidado de trancar as seis malas que
chegaram de Assunção, no Paraguai, no
vôo 903 da Varig, e que mais tarde,
embarcariam com destino aJoquio, pela
JAL.
A chave para a solução do mistério
foi um pedaço de fita colante usada para
prender a caixa de papelão em que estava
guardada a bomba. O pento da Policia
Federal Eduardo Caetano Laria Filho
descobriu que a ponta do adesivo encai-
xava-se com perfeição na extremidade do
rolo de fita colante que Stiebler guardava
em sua casa, na cidade de Jundiaí. a 70
quilômetros de São Paulo. Laria Filho
provou que aquele pedaço de fita fora
rasgado do rolo encontrado com o fun-
cionário da lnfraero.
A Polícia Federal supõe que o cená-
rio armado por Stiebler não passava de
uma estratégia de autopromoção. Amea-
çado de perder o bico que fazia na JAL
desde a Guerra do Golfo, Stiebler. diz o
delegado, quis mostrar que era realmente
o melhor técnico em raio-X. Ao achar a
bomba, com sua suposta competência,
foi apontado como o herói que impediu
que o avião da empresa japonesa explo-
disse. Imaginava, assim, garantir o em-
prego c até, talvez, conseguir mais um.
Ninguém jamais desconfiou da compe-
tência de Stiebler, que trabalha há quase
sete anos em Cumbica. Era tão prestigia-
do que a í.fraero o encarregou de dar
cursos de identificação de material ex-
plosivo através de raio-X.
S e m i m a g i n a ç ã o — Bom na
identificação, mas fraco em criatividade:
a Polícia Federal descobriu que a bomba
do avião da JAL foi feita com base numa
ilustração em uma apostila que Stiebler
usava em suas aulas. Para tirá-la do pa-
pel, o técnico usou uma caixa de papelão,
fios elétricos, um despertador e uma lata
de refrigerante com pólvora.
Stiebler, ontem, ou não sabia que
havia sido indiciado ou se fazia de desen-
tendido. Em casa desde q-» foi afastado
da lnfraero, no inicio das investigações,
ele apostava que na próxima semana já
estaria d: volta ao trabalho. Com vee-
mência, jurava ser um dos que mais tor-
ciam para que o mistério acabasse logo.
Nem se contrangia em auto-elogiar-se:
— Imagine o que aconteceria se eu
não tivesse visto a bomba. Poderia acon-
tecer, pois eu não sou infalível.
Desde o inícioo delegado Câncio diz
ter estranhado muito a "intimidade de
Stiebler com a bomba". Afina!, mesmo;
sendo o melhor técnico em raio-X do
Aeroporto Internacional de Cumbica,
Stiebler, apenas pelo visor da máquina,
jamais conseguiria dimensionar o tama-
nho do estrago que a bomba poderia
causar. Mesmo assim, numa atitude mui-
to suspeita, o funcionário da lnfraero
não titubeou em abrir o fecho-éclair da
mala onde foi encontrada a bomba. E
ousadia ainda mais suspeita foi carrega-.
la no colo até a Base Aérea de Cumbica,
onde a fez explodir com cinco disparos
de uma pistola Taurus calibre 380. A.
suposta valentia de seu funcionário não.
entusiasmou a lnfraero nem a Polícia
Federal. Quando se encontra um explosi-"
vo é norma esperar por um perito —
precaução que não foi tomada por Stie-
bler nem peio delegado Antônio Santia-.
go. chefe da Policia Federal no aeropor-
to.
 , III I K.l

JORNAL DQ BRASIL
EDIÇÃO DF (j& I C? I «?(

Bomba danifica monumento São Paulo — Edmundo Carlos/Diário Popular

Mo PAULO — Uma bomba de
fabricação caseira explodiu ontem de
madrugada na base do monumenlo ao
patrono do Exército, Duque de Caxias,
na Praça Princesa Isabel, no Centro de
Sâo Paulo. Os danos se limitaram a um
dos quatro cavalos de bronze que com-
põem a estátua eqüestre. A 100 metros
da estátua, a polícia encontrou o con-
tracheque e alguns documentos do ele-
tricista Geraldo Magela Braga, de 42
anos, por enquanto o principal suspeito
pela colocação da bomba. Junto com o
contracheque, policiais acharam uma
Bíblia e livros, De acordo com o delega-
do responsável pelo caso. Mário Tadc;.
Paes, do 77» Distrito Policial, os docu-
mentos du eletricistas podem ter side
roubados.
Pouco depois da explosão, o repór-
ter Alberto Gonçalves, do jornal Diário
Popular, recebeu telefonema anônimo
de um homem que dizia pertencer às
Foiças Armadas e assumiu a autoria do
atentado. De acordo com Gonçalves, o
homem estava familiarizado com temas
A bomba caseira desmontou um dos cavalos do monumento
militares. "Ele disse que o atentado era
para chamar a atenção", contou. "Fa-
iou também que os salários dos milita- entrou em um automóvel que parecia afastara hipótese de atentado. "Foi um
res estavam baixos demais e que o au- ser um Chevette verde, onde dois ho- ato de vandalismo deplorável", definiu.
mento de 20% concedido pelo mens esperavam. De acordo com o de- "Ainda mais tão próximo das comemo-
Congresso Nacional não significou na- legado Mário Tadeu Paes, esta é a única rações pela Semana do Soldado." A
da." pista. O delegado deve agora procurar respeito do telefonema à redação do
N o v o s a t e n t a d o s — Para Alber- os dois menores. "Ainda não sei de
Diário Popular, o general afirmou que
to Gonçalves, o homem era "razoavel- nada", afirmou Paes. "Nem mesmo so-
bre o carro tenho certeza. Pelo que me "o Exercito brasileiro não se atém a
mente inteligente" e não parecia estar telefonemas anônimos."
simplesmente passando um trote. Ter- disseram, pode ser até um Passat."
minou o telefonema afirmando que os O general Murillo Neves Tavares da O explosivo pesava cerca de 4 quilos
militares têm direito à isononiia salarial Silva, chefe do Estado-Maior do Co- e um exame preliminar feito por três
entre os três poderes — e anunciou a mando Militar do Sudeste, afirmou que policiais identificou pólvora como com-
possibilidade de novos atentados. "Ele a posição oficial do Exército é não con- ponente principal. Resíduos da bomba
disse que se a situação dos militares não siderar a explosão como um atentado e foram levados para análise na polícia
mudar, novas coisas vão vir por aí", muito menos ligado ao problema dos técnica e não há previsão para a divul-
afirmou Gonçalves.
soldos. "Sobre salários fala o ministro gação do laudo. Como se trata de um
Dois meninos de rua que costumam do Exército", disse. "Só sei que o dele- explosivo, o caso foi entregue ao Grupo
dormir na Praça Princesa Isabel disse- gado encontrou uma sacola de plástico de Ações Táticas Especiais (Gate), mas
ram à polícia que viram quando um prelo com o nome do civil." De acordo as investigações serão feitas pelo 77°
homem colocou a bomba na estátua e com o general Murillo, isso basta para Distrito Policial.

3P, Ü , T/.
ÍPolícia acha que bomba
4
seria usada em atentado
« BRASÍLIA — Era de fabricação ca-
L seira, mas de alto teor explosivo, a bom-
*ba encontrada sábado de manhã no esta-
cionamento do Bolo de Noiva, anexo do
^Palácio do Itamarati utilizado pelo presi-
dente Fernando Collor para elaborar seu
J plano de governo após a eleição de 1989,
^Envolvido em papel fino para presente,
'% com bolinhas brancas e um arranjo ca-
prichoso de fitas vermelhas, o artefato
, estava programado para explodir ao ser
.aberta a caixa de madeira na qual havia
;{,sido acomodado. Os peritos do Departa-
mento de Investigaç, Criminal da Polí-
l
4,cia Federal encontraram fragmentos de
- uma mola que acionaria o detonador
.assim que a tampa da caixa fosse puxa-
Jda.
p,,i "Pelo teor de destruição da bomba,
•fica difícil imaginar que se tratasse de
i.mero ato de vandalismo", deduziu o
agente Júlio, de plantão ontem no De-
I parlamento de Criminalística. A hipótese
f mais provável é que a bomba, encontra-
is da por três garis do Serviço de Limpeza
,v Urbana de Brasília quando faziam a fa-
[%%ína rotineira, seria utilizada em algum
1
atentado, mas o autor (ou autores), por
í"'àlgum motivo, não pôde realizar o inten-
, 40 e teria se livrado do artefato na pri-
i meira oportunidade. A partir de hoje, a
i cPF inicia o trabalho de investigação em
^ tampo, com varredura do local, levanta-
mento das aparições de autoridades pro-
iV.gramadas para o fim de semana e toma-
/ida de depoimentos.
'*'' C i r c u n s t â n c i a » — A bomba foi
'encontrada pelos garis Aldeir Lemos,
^Manoel Teixeira e Pedro Soares da Silva,
':numc sacola abandonada no asfalto do
L I . . I i, - v «o L>LuU I
V
EDIÇÃO DE
estacionamento, a dez metros do Bolo de
Noiva. Os operários escaparam porque
tiveram o cuidado de verificar o conteú-
do por uma pequena fresta aberta na
caixa. Eles comunicaram o achado aos
vigias do prédio, que acionaram a Polícia
Militar e o Corpo de Bombeiros. Consta-
tado que se tratava de uma situação
delicada, a Policia Federal enviou para o
local três carros, comandados pela dele-
gada de plantão, Samira de Oliveira
Buciras, e um perito em explosivos.
Isolado o local, a bomba foi cuidado-
samente removida para um terreno
abandonado, a cem metros e, a seguir,
detonada por controle remoto. A explo-
são foi tão forte que estremeceu as vidra-
ças dos prédios vizinhos. Os peritos cal-
cularam que a potência do artefato seria
suficiente para destruir um andar inteiro
de Bolo de Noiva. O edifício, que deve o
nome á suu semelhança com >m bolo,
(em como vizinhos mais próxii JS o Mi-
nistério da Saúde e o Congresso Nacio-
nal, mas fica também perto do Palácio
do Planalto e do Supremo Tribunal Fe- ,
deral. Os quatro endereços, além do pró-
prio Itamarati, apresentam algum tipo de
motivação para eventuais atentados.
No sábado, o presidente Collor, cuja
popularidade está caindo, estava agenda-
do para trabalhar no Palácio do Planal-
to. O ministro da Saúde, Alceni Guerra,
. que nurrniiliiienie ikapucna ao« «y-iado*.
também deve ter conquistado mujtos ini-
migos por conta dos escândalos ocorri-
dos em sua pasta. O STF, por sua vez,
derrubou o reajuste de 147% para os
aposentados e o Congresso tornou-se um
foco de conflitos de interesses.
 VOX POHJLI PMES PM / 2

JORNAL: * f H)M<»A D A I A : ^ 3 / ^ BtG:_

As bombas mudaram a rotina

da Grande Vitória
.&
Após o atentado a bomba sofrido por A TRI- viário. Acabara de explodir uma bomba de alto teor
BUNA na madrugada do dia 25 de maio do ano pas- explosivo a bordo da Comdusa IX. uma lancha
sado, uma segunda-feira, a população de Vitoria para 200 passageiros que estava ancorada no cais
passou varias semanas sobressaltada devido as flutuante da avenida Beira-Mar. Como em A
ameaças anônimas de novas explosões, principal- TRIBUNA, não houve vitimas fatais, mas os
mente em repartições públicas. Muitas delas foram prejuízos ultrapassaram os Cr$ 30 milhões, sem falar
obrigadas, inclusive, a inteiremper seus expedientes nos milhões perdidos nos dias subsequentes devido a
após telefonemas de supostos terroristas, para cons- volia dos alarmes falsos. No dia seguinte ao do aten-
tatar, depois de minuciosas revistas de especialistas tado foram bruscamente interrompidos os expedien-
da Policia Federal, que tudo não passara de mais um tes na Companhia Vale do Rio Doce, no Banco do
alarme falso. Brasil no Palácio Anchieta, entre outras repar-
Em A TRIBUNA, já no dia seguinte ao do aten- tições. E, no dia seguinte ao do atentado, chegou a
tado, a descoberta de fragmentos de alumínio e ser retirada, pouco antes de explodir, uma bomba <£>
outros componentes das duas bombas que des- de fabricação casei ia do gabinete do presidente da
truíram o Departamento de Circulação e Arquivo, Câmara Municipal de Vitória.
tiraram quaisquer dúvidas que ainda restavam de
que te tratava nvhnente de um atentado terrorista, Como acontecera por ocasião do atentado a A
hipótese logo depois robustecida por uma carta TRIBUNA, também desta vez um misterioso
anônima enviad» à Assembleia Legislativa. Levan- "Comando Delta" responsabilizou-se pela destruição
tamento posterior mostrou também que o prejuízo, do Comdusa IX e seu porta-voz, por telefone, pro-
cerca de Cr$ 2 milhões, foi pequeno em relação aos meteu que novas explosões ocorreriam, afirmando:
danos históricai, já que A TRIBUNA perdeu parte "Nossa principal meta é injetar um pouco de ideal
muito importante de seu; arquivos, que se consti- democrático no povo e, para isso. lançaremos mão de
p a m numa parte ponderável da memória do Es- qualquer meio. Somes muito bem disciplinados,
pirito Santo durante os anos 70. temos recursos materiais em abundância — Cr$ 10
O atentado foi assunto obrigatório em Vitória milhões depositados no Rio, só para financiar
durante muitas semanas ainda, e muitas suspeitas operações no Espirito Santo — e faremos literalmen-
infundadas chegaram a ser levantadas devido á falta te tudo que nosso comando supremo decidir".
de informações concretas. A Policia Federal, como
sempre,.mantinha tudo que apurava, e até hoje man-
tém, sob o mais rigoroso sigilo, e a Policia Civil, por
sua ME, que desenvolvia apurações paralelas, nada
conseguiu descobri! ,E os alarmes falsos continuavam-)
/ g y ' Em meados de novembro o assunto já estava com-
pletamente esquecido. As bombas passaram a ser ura
lenorheno distante, > constátavei «través dos meios
de comunicação que, vez^por outra, noticiavam a
destruição do bancas de revistas nos mais' distantes
pontos do; Pais. Até mesmo o atentado á OAB, no
dia 27 de agosto de 1980, e a explosão do Riooentro,
ás vésperas do '1° de maio, já estavam recolhidos num
canto qualquer da memória popular.
Um fato, porém, fez com que os atentados a bom-
ba voltassem ás conversas: o incêndio de uma lancha
da Comdusa que deixava Vila Velhw carregada de
-passageiros por pouco nlo se transforma numa ver-
dadeira tragédia. Por muita sorte, quando o incêndio
irrompeu, a embarcação não estava muito longe da
costa e ninguém se feriu gravemente. Entretanto,
permaneceu a pergunta até hoje ainda sem resposta:
qual a origem do incêndio?
Pouco tempo depois, na madrugada do dia irto
(3) de dezembro passado, o centro da capital acordou
com o ruído de uma formidável explosão que chegou
até mesmo a quebrar vidraças de edifícios situados
nas imediações do principal cais do sistema aqua-
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FUNDADO EM 1938
A TRIBUNA w- V

UM IDEAL JOÃO SANTOS FILHO

•pe^-t-^? , u >
VITORIA. ESPIRITO SANTO. SEXTA-FEIRA. 04 DE d ! J UMHttD 1>E 1981 WOM.III* V u.699 • EDIÇÃO DE 24 PÁGINAS Elv.JOIS CADERNOS . PREÇO DO EXEMPLAR CRS 30.00

Terror explode lancha da Comdusa lOMjuten Nune.

Menos de 24 horas depois do Imstrado atentado
a bomba à Câmara Municipal de Vitória. um outro
petardo explodiu.no interior da lancha Comdusa
IX. do Sistema Aquaviario da Grande Vitoria, d es
truindo-a completamente. Não houve vitimas já
que a explosão ocorreu de madrugada, quando
apenas o segurança e um mecânico do terminal
localizado no Centro encontravam-se nas proximi-
dades. O segundo atentado serviu para alertar as
autoridades estaduais e federais da gravidade da
situação. Durante o dia de ontem, somente a
Policia Federal recebeu mais de 15 chamados
telefônicos, denunciando a ,>resença de bombas em
vários locais Todos não passaram de rebate fal-
so, inclusive o do Palácio Anchieta, que mobilizou
agentes federais na busca do artefato que poderia
estar em algum local da sede do Executivo, mas as
buscas, foram em vão. Um outro alarme, também
falso, provocou a evacuação do edifício Fábio Rus-
chi ,onde funciona a sede da Cia. Vale do Rio
Doce, no centro de Vitoria.

FITÍCO pede auxílio ao

Ministério da Justiça
Os atentados terroristas ocorridos em Vitória
vão ser investigados por uma equipe especial de
peritos do Departamento de Policia Federal, desig-
nados ontem pelo ministro da Justiça. Ibrtihim Abi
Ackel. por solicitação do governador Eurico Re-
zende. A equipe está comandada pelo delegado
federal Hélio Romão Dâmaso-II. A solicitação da
intervenção federal nas investigações foi feita
através de telex com explicação O J governador de
que " o Espirito Santo não tem < jndições cécnicas
para enfrentar investidas terroris as"

Bomba da Câmara ainda

chegou intacta à PF
A bomba que foi encontrada.anteontem.no lado
externo do gabinete do presidente da Câmara de
Vitória,não tinha sido desativada pelo continuo que
a encontrou e esteve na iminência de explodir no
interior do prédio da Policia Federal, aonde chegou
Com * ««ploaão. m U n d u lioou totalmente demtnUd*,cmummodo um prejuízo à < omdusa superfof a CrS 20 milhões ainda intacta. Os agentes correram um grande ris-
R e m e t o Mendímça co de vida. depois de confiarem na informação do
responsável pela segurança da Câmara de que o ar-
tefato já estava desligado Apesar de atender a
HlHi todos OK chamados de bomba a Policia Federal es-
tá mais preocupada com aquelas que não são
anunciadas corr antecedência
tt

Com i iiplosão, • lancha ficou totalmente d«truMa,eau>and<> um prehilzo à Comdusa superior a O S 20 rollhòe»
Joaquim Nunes
O Impacto da explosão destruiu diversas vidraças do edlfldo Banoo"Mlnelro
locah/.aüo lio Lcnuw emxmuatum se na.s uru&imi
dades. O segundo atentado serviu para alertar as
autoridades estaduais e federais da gravidade d»
situação. Durante o dia de ontem, somente a
Policia Federal receoeu mais de 15 chamados
telefônicos, denunciando a presença de bombas em
vários locais. Todos não passaram de rebate fal-
so, inclusive o do Palácio Anchieta, que mobilizou
agentes federais na busca do artefato que poderia
estar em algum local da sede do Executivo, mas as
buscas feiram em vão Um outro alarme, também
falso, provocou a evacuação do edifício Fábio Rus-
chi onde funciona a sede da Cia Vale do Rio
Doce, no centro de Vitoria.
Eurico pede auxílio ao
Ministério da Justiça
Os atentados terroristas ocorridos em Vitória
vão ser investigados por uma equipe especial de
peritos do Departamento de Policia Federal, desig-
nados ontem pelo ministro da Justiça Ibrahim Abi
Aciel. por solicitação do governador Eurico Re-
zende. A equipe está comandada pelo delegado
federal Hélio Romão Damaso-II A solicitação da
intervenção federal nas investigações foi feita
através de telex, com explicação elo governador de
que "o Espirito Santo não tem condições técnicas
para enfrentar investidas terroristas".
Bomba da Câmara ainda
chegou intacta à PF
A bomba que foi encontrada,anteontem,no lado
externo do gabinete do presidente da Câmara de
Vitoria,nào tinha sido desativada pelo continuo que
a encontrou e esteve na iminência de explodir no
interior do prédio da Policia Federal, aonde chegou
ainda intacta. Os agentes correram um grande ris-
RoraCTO Mendonça co de vida, depois de confiarem na informação do
responsável pela segurança da Câmara d e q i e o ar-
tefato já estava desligado Apesar de atender a
todos os chamados de bomba, a Policia Federal es-
tá mais preocupada com aquelas que não são
anunciadas com antecedência.
"Comando Delta" assume
todos os atentados
Em telefonema a este jornal,ontem, ás 13h30,
e falando diretamente com o editor de Policia, um
homem de vor pausada afirmou que todos os aten-
tados terroristas ocorridos em Vitoria, assim como
no Rio de laneiro. eram da responsabilidade do
"Comando Delta", ao qual ele dizia pertencer.
Afirmou que o grupo ainda iria explodir mais 15
bombas na cidade, em diversos locais. No tele-
fonema, a mesma pessoa anunciou a existência de
uma bomba nas dependências do Palácio
Anchieta. Para o governador Eurico Rezende, os
atentados ocorridos podem ter sido ação de um
maluco, mas "possivelmente há um caráter po-
Outro alarme falso de bomba levou a Polida Federal até o Palácio Anchieta litico" . Páginas Ide l i e Editorial - Página 6
Pagina 10 ATRIBUNA —Viiõria. ES. sexta-feira, 04 de dezembro de 1%

Ainda perplexo, o presidente da Comdusa,

§ ATENTADO Antônio José Peixoto Miguel, só conseguia
dizer: "A embarcação foi totalmente destruída
A BOMBA e uma parte do cais foi arrancada." O atentado foi
o único assunto da cidade, ontem, quando mais de 15
telefonemas anônimos com alarmes falsos
mobilizaram todo o efetivo da Policia Federal.

Lancha da Comdusa é destruída

<f
Joaquim Nunes
Uma bomba explodiu ornem de Ainda de manhã, a Comdusa ex-
'Comando Delta" assume madrugada dentro da lancha Comdusa pediu nota oficial a ser desitríbuida à
IX, que estava estacionada no terminal população. A nota esclarecia o ocorrido
autoria dos atentados aquaviário do centro da cidade. Devido e pedia 3 compreensão dos usuários
ao horário da explosão, acenas um para as eventuais deficiências que poi-
lala .oiti t> editor de Policia" Com este mecânico e um vigia se encontravam no sam ocorrer no sistema aquaviário, até
m i m a um p o u c o r o u c a , e m b o r a fir-
rumão de editores de A TRIBUNA local, não havendo vitimas do atentado. que ele seja normalizado.
horas d e urilem " T e n h o uma infor- A bomba colocada na Comdusa IX, O presidente da Comdusa, Peixoto
~'(i!inOoli — e e s p e t o que vocês explodiu aproximadamente ás 2hJ0 da Miguel, disse que os prejuízos ainda
iiar sacrdicio desnecessário* de pes
defltro de a p r o x i m a d a m e n t e IS minutos madrugada. As partes central e traseira não haviam sido calculados mas que o
l.'dii no PaJacio Anchieta E desla vei foram as mais destruídas. O teto valor médio de uma lancha como a
icdii c o m o h z c r t m a i m o p e t a r d o que cedeu e os bancos e escadas ficaram Comdusa IX é de CrS 20 a Cr$ 30
de \ iiona despedaçados. Alem disso, a explosão
M* •. nu í air milhões. Os prejuízos. entretanto,
s ponde min a avalanche de pergunta» atingiu também outra lancha, a Com- não serão pagos pelo seguro porque não
qur lhe loiam dn*%tdas pelo tornalista a n u ioi eicta-
recendo todas as duvidas d e m o n s t r a n d o , inclusive, ser àt
dusa IV, além de uma lancha de houve acidente e sim um alentado.
uma pessoa- hasi.t-nie culia. q u e sabe o que quer Deu, m praticagem a " Prático Brandão". "Tenho certeza" — disse o diretor da
clusise a i m p i e w i o de que n ã o hesitaria um segundo ern O deslocamento de ar provocou Comdusa — de que o setor de transpor-
lançar mao de ^malquer meio ao seu alcance para alcançar também avarias nas vidraças do edifício tes do Governo Estadual e Federal nos
seus ubwtiitis ajudará com recursos financeiros.
• • Mtmos eu c os |_j Loippanlíciros q u e e s t ã o c o m i g o Banco Mineiro, nas instalações da
todos umv, isiiaxiosdas mats diversas áreas integrantes do G s a n e do Bar Escandinávia, locali-
Comando Delia Fomos nos q u e explodimos d u a s bom zados do outro lado da avenida Beira
basal no sen lomal l"sia l e m b r a d o " Mar, em frente ao aquaviário. Com a HORÁRIO
Antes de om ir a resposta a v o / c o n t i n u o u n e n h u m de
I H » c njuitiit stvi t s p u \ i o "santo Pc.ttticer.icA a u m a m -
explosão, os estilhaços de vidro se es- A Comdusa iem uma frota de 12
gani/ai,ão MCltma) com células espalhadas por i o d o o palharam pela área de acesso dos lanchas. Cinco delas estavam em re-j
Pais Cada chila icm uma d e n o m i n a r ã o diferente Aqui A lanche da Comdusa I X não linha seguro para sua recaperacão usuários que se dirigem a Porto de San- paros e as sete restantes foram dis-j
no i s p i n i o l a n i o c o m o eu ta disse, somos c o n h e c i d o * tana. tribuidas para atender à população dei
como t o m a n d o Delia Mimos todos d e s c e d e n t e s de fa-
mílias rua*, mas J n « l i m o s l a / e r alguma coisa pelo nosso
Pais em »e/ de n o s a i o n i o d a r m o s a situação que h e r d a m o s
de berço Vossa principal meta_e inteiar um p o u c o de idea'
d e m o i r a u c o no po»o e para ÍM0 lançaremos m ã o de
Atos de terrorismo NERVOSISMO Porto de Santana, Paul e Vila Velha.I
Ontem, de manhã, o diretor da Com I
dusa não sabia ainda explicar quais a: 1
qualquer meio t o m o s muito bem disciplinados, temos
recurvos m a l e i t a s em a b u n d â n c i a — . Cr>_K> milhões
de^MTãTícKTrnTíio so para hnanctar o p e r a ç õ e s n o ~ E ?
pirtto San ir e taremos literalmente t u d o que nosso
revoltam Eurico Rezende
O gsAemador Eurico Rezende considerou poliliou I o terrorismo è uma brutalidade em
No momento da explosão, estavam
no local o vigia Carlos Alberto Vascon-
cellos. que trabalha das 20 às 5 horas
da madrugada e o mecânico José
modificações que seriam feitas para qu I
nenhuma das linhas sofra grand'
prejuízos.
Devido á explosão, o primeit
comando s u p r e m u d e t i d i r profundamente revoltante' a e i p l o s i o de uma termos de crMlc"
Fnquanio 0 loinahsi.i tentava obter respostas mais bomba numa lancha da Comdusa. na madrugada
Moura Rios, que trabalha fazendo horário de funcionamento das lanchi
Aindrf esta semana o colunista Carlos Cas- reparos de lanchas. As 8 horas da
claras «obre u l.> 1 ornando Delta ía/endo per de onlem entendendo ser maior a revolta porque telo B r a m o em sua coluna d o .tomai d o Braill. sofreu um atraso de cerca de uma hot
gunias sohn olo^icas do grupo a vo/ conti houve agressão a u m bem material paia o lembrou que desde a explosão d» bomba no
manhã, o vigia já hasia se retirado do Mesmo assim, segundo o sr José
n u a . j a laia; >»r 1 iteram um exemplo do que cheír do Executivo, pode ter sido um malucoe Ritsrntri- <m maio nâo ocorreram mais e i
local e o mecânico José Mour". demons- Peixoto Miguel, não ocorreram inci-
que aconteceu com a lancha da possivelmente ha um caráter politico trando muito nervosismo, disse que não
P • uquaii.,' não queremos ótimas p i m b a Isso porque segundo o colunista o
podia dar informações Segundo co- dentes, pois a Comdusa deslocou fun-
D u r a n t e a m a n h a de ontem E u n c o Rezende presidem, 1 igueircdofe? ute acordocom „ linha
itos nao hesitaremos em pariu
esteve em reunião com o secretario da Segurança mentários entretanto, foi o mecânico cionários para os terminais, para que a
•qiÉi-siros Mas anies disso ainda dura ' do I sereno Fomos sorteados mav n a o e
Parente r rota e com o presidente d a Comdusa A quem presenciou a explosão. população fosse avisada sobre o ooor-
• • ••.•.MU n tahris amos para et e.se o sorteio que queremos quer emir- s o r l f i o d o
•• t -. 'M •,•!».. •, Kepe!im"s que tarde cie se uimunicou com o ministro d. , ( s e i rídu As 1 horas tia manhã, as lamhas
.viu Valtri Pires, da Marinha M a i i m i a n o d a
Logo que ela ocorreu o presidente srtmei ir im .i funcionai normalmente

gomas pi'ii{unu\ >oce nao [ta muito objetivo O que
pretende u tomando Delll ahnat.' Cor que estão agindo
agora apena-.no I spirito Santo, um Estado que. afinal de
contas, não tem muno peso politico'1 bossas reistndi
nçòn hfípOttdru — sao bem simples Queremos que o
Governo pense mais no pswo. nem sequer cogite de im-
plantar o ensino Superior pago; reconheça o Magistério
em lodos os niseis e impeça o avanço das multinacionais
que m i o pouco a pouco engolindo este Pais"
— E vocês pretendem conseguir isso dessa maneira.
togando bombas em serviços de utilidade publica, como é
o caso das lanchas da Comdusa'' Você acha que o povo
aprovaria tais metodov' Por acaso você não acha que esiào
incorrendo no mesmo erro dos guerrilheiro* da década dos
AO, que tinham tnats ou menos o mesmo objetivo, mas
procuraram alcança-los por caminhos que acabaram tor-
nando-os impopulares'.'
—E lhesitou um pouco» so que hoic estamos em
oulro contento Há muito mais miséria e confiamos em que
nossa causa encontrará receptividade, principalmente
porque faremos tudo para evitar vitimas embora de vez
em quando não possamos evitá-las treleriu-sc aos aten-
tados à OAB e á Câmara carioca, que o grupo afirma ser
de sua autoria* De qualquer maneira, será que você não
entende' Precisamos chamar a atenção, precisamos ser
ou sidos precisamos acabar com a letargia cotetisa. e para
isso não lemos outro caminho Estamos dispostos a correr
os riscos que forem necessários E veja bem se for pre-
ciso, não hesitaremos em destuir jornais inclusive o seu
outra se/ E respondendo a uma de suas perguntas lem-
bro-lhe que ia disw que atuamos em lodosos catados
Depois disso, o homem desligou o telefone dizendo
queestasanahorade avisarmos o Palácio Anchieta
\ Funcionários da Vale r pórter fotográfico Josemar Gonçalves, de A
retirados do p édio
Um telefonema anónimo dado por um homem "as Uh.%) de
ontem . tirou a tranquilidade dos inúmeros funcionários da
Companhia Vak- do Rio Doce que Iralhavani normalmente no
Edifício Fábio Ruschi locali/adu na Avenida Pnnccsa Isabel. O
estranho garanitu que uma bomba relógio iria explodi; exata-
mente "as \^ horas e desligou o aparelho sem dar maiores ex-
plicações
Em termoi.de esquema de segurança incorreram muitas falhas,
especialmente ao tocante ao iss»lament ti da área cm torno do
prédio que. a pariu das \A horas, foi examinado por peritos da
Policia rederal No horário pies isto para a explosão da suposta
bomba, centenas ife pessoas estavam aglomeradas na porta do
edifício e o trânsito não foi desviado
O adiunio ue operações da Cia Vale do Rio Doce Luiz
M m . disse que tudo ocorreu muito rápido Por volta de
I3h 30, um huanem mantinha contatos com uma drs saias do 11°
andar do EdiDcio Fábio Rusch; tnlormando queas I S horas uma
bomba-relógio colocada num lugar ná<» determinado dentro
daquele prédio iria explodir e no mesmo instante desligou o
aparelho
— A primeira prosidènaa nossa loi manler contatos com a
Policia e ir preparando 0 espirito das pcswas que estavam no in
lerior do edifício . disse um dos funcionários da Vale que ficou
do outro lado da rua observando a movimentação em tomo da
área do Fábio Ruschi
As 14 horas, peritos do Departamento de Policia Federal en-
traram no prédio e iniciaram uma cautelosa vistoria sendo que i
evacuação leve inicio'as |4bl5 Em algumas fisionomias neta-
vmn-se pânico Outras pessoas mais tranquilas ate brincaram afir-
mando que "so assim a gentf descansa um pouco e se diverte com
os comentários Isto nao passa de um simples trote'
As 14h2S chegava a guarnição da viatura militar RP hV sob
comando do tenenie Nunes, seguida pela patrulha de prefixo RP
mt liderada pelo cato Neucimar Os militares lambem auxi-
liaram na resista que estas» sendo feita pelo federais e alguns
deles permaneram no saguão, reforçando o serviço de segurança
da Cia Vale do Rio Doce
Com muita dificuldades, um funcionário da Vale conseguiu
penetrar 00 prédio mesmo sob protesto dos seguranças, para
apanhar a chave de seu apartamento A movimentação dos
policiais e a curiosidade de pessoas que trabalhavam nas ime
diaçòes. atraiu centenas de pessoas, e o tramito apresentou um
ligeiro congestionamento, não sendo preciso a mobilização de
muitos guardas da Companhia de Trânsito da PMES
A Ululo também de curiosidade, motoristas estacionaram
veículos em locais proibidos e (oram multados por um guarda
que alua naquele seior da avenida Princesa Izabel Em torno do
Fábio Ruschi nao coloraram cordões de isolamento r exatamen-
te as I ^ horas - horário previsto para a explosão da anunciada
bomba relógio — uma multidão continuava na porta principal do
prédio olhando paia o alto
Batedores dreaneiras aproveitaram a oportunidade e agiram
com tranquilidade levando os periencrs de Josuel Pm lo Gomei.
Marcelo Luiz Gomes, de Ih e Manos respectivamente residen
tesem Vila Velba ( arkw Eduardo Pereira, de »** mt» casado.,
residenie em ( amp> i " ifhk Paulo Eduardo Siqueira de Irí
anos reviu • V i Paula Uma d* "' anos casada
mor.nii" t ' , nirgrarani grupurie i uriosoá
TERRORISMO
Para o governador, o ocorrido "não é terroris-
mo em lermca organizacionais, mas temo» de
presumir que essas bombas tenham inspiração
política. Estou mais inclinado a admitir que esse»
fatos refletem instintos terroristas e de caráter
DPF recebe 15 alarmes falsos
"Se houvesse uma bomba, mesmo, muita
gente morreria", comentou um popular que pas-
sava ontem á tarde em frente ao Palácio
Anchieta criticando a atuação da segurança
governamental que ao ser avisada de que havia
tuna bomba no prédio, 'não o evacuou, não
fechou o trânsito, nem afastou os curiosos que
se aglomeraram para ver o que eslava se pas-
sando Por sorte não havia nenhuma bomba
O rebate era falso
O superintendente em exercício da Polícia
Federal. Renato de Mattos Goulart, disse que
•ontem seus homens saíram mais de IS vuespara
atender chamados de vários pontos da cidade, c
todos eram falso* Ele tnuncou a chegada de
um perito em bombas de outro Estado, que não
quis p»ecis;»r, e lambem não deu esclarecimen-
tos sobre o mecanismos do artefato desativado
no gabinete do presidente da Câmara dos
Vereadores e o que explodiu ontem de ma-
drugada, na lancha da Comdusa Kojc ele passa
o cargo ao bacharel Eliud Gonçalves Pereira,
Durante o lumuho que se formou em frente
ao Palácio do Governo, agentes federais inti-
maram o repórter José Carlos Bachetli e o re-
Gazeta", a prestarem esclarecimentos na
Superintendência da Policia Federal Eles pen-
savam que os dois tinham levado a notícia da
possível existência da bomba no Palácio á por-
taria, o que nào era verdade Depois que tudo
ficou explicado, não foi preciso a presença deles
nooTgão
TELEFONEMA
As \MiMi de uniem a edilona de policia de
A TRIBUNA recebeu um telefonema anônimo
dando conta da existência de uma bomba no
Palácio Anchieta Enquanto dois repórteres
seguiam ao local a chefia de reportagem te-
lefonava ao Palácio informando o recebimento
da ameaça Chegando no local, os repórteres de
A TRIBUNA começaram z colher informação.
quando chegou uma equipe da Policia Federal e
mandou que os lornalistas se retirassem Ao
mesmo tempo pediam os nomes dos reportes de
A Gazeta Rachem e Josemar não se negaram
a fornecer seus nomes
Preocupados com a presença dos repór-
teres, os federais que não se preocuparam em
checar se havia alguma bomba no local não
evacuaram o prédio, não interditaram o trânsito
e deixaram que populares ficassem em frente ao
Palácio Os funcionários do Palácio saíram por
conta própria, enquanto sarios veículos pas-
savam normalmente
Ao mesmo tempo, o governador Eurico
Rezende se reunia em seu gabinete com vários
prefeitos para assinai uma Lei que dispõe sobre
o índice de participação dos Municípios capi
xabas no 1CM Do lado de fora, aumentava o
numero de curiosos Os agentes federais apa
O erUffcfn Fahin R u v h l foi evacuado d t p
i Utmaiuvei t , , . . , , ! , . nat' puniu ite p es st ws
residentes no Ispinto Santo. Aqui não ha pessoas
capazes de fazerem coisas tão terríveis como es
s»" Para ;-, t « H | | H o u t , í menor e Transportes.
Syro Tcdoldí Netto. com estes atentados quem
perdeéopovo. nàooGoverno Nao esperava que
no Espirito Santo, fossem acontecer coisa» tão
terríveis
nhavam informações
Souza, explicas» e.o porteiro
a reportagem que Datr LuísèsU
entrara de
horas e qi.eo porieiroda manhã. Waidir Cabral,
ia se retirara
INTIMAÇÃO
Reunidos do lado de fora os jornalistas
foram abordados pelos federais que procuravam
por Bachetli e Josemar Se enganaram com o
reporter fotográfico Rornem Mendonça, de A
TRIBUNA . e pediram que o acompanhassem ate
a Superintendência da Policia Federal. Romcrose
recusou e saiu de perto, quando B tchettt se iden-
tificou. Um dos agentes se queixou de que Ho-
mero se indisporá com a polícia O repórter Paulo
Jordão, de A TRIBUNA . lembrou que o mesmo
agente o tratara de mesma forma quando da
chegada ao Palácio, e se retirou com Romero, en-
quanto Bachetti e Josemar conversavam com os
policiais, que se retiraram a seguir
BachMti disse que linha sido convidado á
comparecer, com Josemar. à Superintendência da
PF para dar explicações sobre sua cheegada ao
local e sobre a informação que ele teria dado ao
porteiro, que Aquela aluíra não sabia de nada-
Mas o jornalista, na verdade, nao (ora o por-
tador da noticia, que partiu das editorias de
reportagens dos dots jornaisyic Vuõria. As duas
equipes de reportagem saíram do local, com
Bachati indo com o colega *o Sindicato di* Jor-
nalistas, procurar o advogado Joaquim Silva
NA.SUPERINTENDÊNCIA
A equipe de A TRIBUNA seguiu à Superui
tendência da Policia Federal para saber o resul-
tado da conversa com Bachetti Lã. o Superinten-
dente em exercício. Renato Goulart, explicou que
tudo não passara de um mal entendido e destacou
que nào havia mais necessidade da ida de Bachet-
ti e Josemar para prestarem esclarecimentos.
Falou que recebera um telefonema do general
Darci Pacheco de Queiroz diretor responsável de
"A Gazeia", e lhe explicou que Nachelti estava
sendo responsabilizado de ter dado o alarme fal-
so, mas acabou aceitando as ponderações do*
outros jornabstas de que a culpa nào era de
Bachetti
Na ocasião, Renato Goulart disse que so-
mente ontem recebeu mais de IS telefonem»!
dando conta da existènrit de bombas em diverso»
locais. Antes de mandar as equipes de policiais,
aconselhou a seus interlocutores que tomassem as
medidas de praxe, como manter as po ias e fi-
ndas abertas, colocar móveis juntos aos era
brulhos considerados suspeitos, etc. Mas todo»
os alarmes eram falsos.
Ele disse ainda que um L <>;o vindodeoutro
Estado estava desembarcando no aeroporto de
Vitoria, para ajudar no» trabalhos Ele nào lalou
sobre o mecanismo de bombas desativadas e que
explodiram recentemente em Vitória.
M u r i l o dá Rocha
t~eücral e Ba burttt tia utaUí ugada uma
viatura da Policia Militar, a RF 69, foi
enviada para que os policiais impedis-
sem a entrada de curiosos. Em volta do
cordão de isolamento a populaça"» se
aglomerava para olhar as lanchas atin-
gidas e comentar o ocorrido.
Apuração fica com os federais
BRASÍLIA (Do Correspoadotte) —
O ministro da Justiça, Ibrahim Abi-
Ackel, designou lontem| o delegado es-
pecializado do Departamento de Policia
Federal (DPF), Hélio Romão Dâmaso-
II, e mais uma comissão de peritos
criminais para apurarem os atentados a
bomba que vêm ocorrendo em Vitória.
A medida do ministro foi em aten-
dimento a uma solicitação feita por
telex pelo governador do Estado,
Deputados repudiam os atentados
O deputado Roberto Valadão (PMDBl.afir
mou ontem, que quem colocou a bomba na
Câmara Municipal de Vitoria e a que explodiu
na lancha da Comdusa durante a madrugada de
ontem, "pertence ao mesmo grupo responsável
pelos alentados do Riocentro. da Câmara de
Vereadores do Rio. pelo sequestro do bispo de
Nova Iguaçu. Dom Hipólito, e pela explosão em
ATaUmmur
Já o deputado Jorge Daher. do PDS. as-
sociou os dois artefatos a greve da Construção
Civil, afirmando ter tirado conclusões sub-
jetivas", após saber que Unte pessoas vieram
de oulrws Estados paia insultar o movimento dos
operários" Para o deputado Oito Rezende.
também do PÜS, essas bombas são coisas da
direita
VINCULAÇÃO
Roberto Valadão. após concluir que os ar-
tefatos têm a mesma origem, também lez vin-
culação ao movimento dos operários da Cons-
trução Civil No seu entendimento, 'isso fun-
ciona, lambem como um processo de intimi-
dação aos moumentos populares, que visam
melhores condições de vida e salários mais dig-
nos para os trabalhadores
O líder da bancada do PDS na Assembleia.
Lúcio Merçon. depois de voltar do Palácio An-
chieta, onde correu o rumor de que uma bomba
eslava prestes a explodir, considerou esses
acontecimentos como "lamentáveis e que em
hipótese alguma deveriam ocorrer. Infelizmente
estão ocorrendo".
O deputado Merçon preferiu náo fazer li-
gação com a greve da Construção Civil consi-
derando que "seria arriscado No entanto,
frisou ter sido constatada "a presença de ele-
mentos de outros Estados^agiiando o movimento
dos operários"
GROTESCO
Em Irente ao Palácio Anchieta, para onde se
deslocou "quando wube que uma bomba havia
sido colocada em seu interior", o deputado
Nelson Alves de Aguiar, do PMDB. afirmava
náo saber nem orno opinar Isso é algo tão
grotesco t chocante que só pode ser obra de
delinquentes sociais
segundo Nelson Aguiar se o «erronsia com
uma bomba provoca o terror, consegue seus
objetivos E claro que o obieim» maior e de
nalure/a politica. Esta claro, mais uma vez. que
ludo isso cobra da extrema direita"
Para o deputado Jorge Dalton deve ru*ei
algum grupo tentando tumultuar a urdem", em
hora se ia diíicil para ele •«iber se e um giupoda
direita ou da esquerda A direita lana-1isso por
juê ' L a esquerda que motisos leria O par
lamentai lamenta o fato de anteriormente
lerem (tcurTKltn tanm rebates f<ilv\ Mais
bem esteve nu local fcle disse que a
Capitania enviou dois peritos para
verificar o «tentado e pediu lambem
auxílio de peritos do Corpo de Bom-
beiros. Foram abertos dois inquéritos,
um pela Capitania dos Portos e outro
pelo Departamento de Policia Federal.
Eurico Rezende, relatando as conse-
quências do atentado que sofreu o Sis-
tema Aqu a viário da Grande Vitoria,
com a destruição de duas lanchas, c os
possíveis desdobramentos.
Segundo ainda o governador Eurico
Rezende, no telex ao ministro, os
episódios das bombas ocorreram
durante a greve dos trabalhadores na
Construção Civil e o Estado não possui
recursos técnicos para enfrentar os atos
terroristas.
irução Civil. ,a que vieram para ca elementos
de outros Estados O movimento dos operários é
perfeitamente legal mas o teiio com que con-
duziram a gteve foi imaiuro Quando soube que
veio gente de (ora participar do movimento,
comecei atirar minhas conclusões"
MOLEQUES
Na opinião do deputado Oi .o Resende
(PDS» isso que está ocorrendo e coisa de
moleques" O parlamentar afuma não acreuitar
que se trate de terrorismo organizado Deve ser
gente brincando de direita iluminada". E garan-
tiu: "Eu não tenho medo de bombas
' plena.no da Assembleia, partilhando da
me... a mesa que o deputado Oito Rezende, o
deputado Samuel Batista Cru; iPMDB} também
tem o mesmo pensamento do pnmeiro. ou seja.
que se traia de coisa dr moleques"
Para ele. essas bombas de*em estar partindo
de gente irresponsável que esta brincando com a
vida dosoulms Pode ser coisa de algum inimigo
dos grevistas, querendo deturpar O movimento
O deputado acredita que seta Jgtiem que faz as
coisas sem imaginar asconsequénoas"
O deputado Edson Machado (PDS», que *
temoem promoior de Justiça, acha que isso não
de para entender Logo depois indagou "Será
que vale a pena falar sobre isso? Não tenho a
menor idéia da origem dessas bombas"
— Quando penso nesses acontecimentos —
continuou Edson Machado — me pergunto. Por
que uma bomba na Câmara de Vitória? Por que
no Banco do Brasil. onde trabalham funcio-
nários humildes'* Por que dinamitar uma lancha
que é instrumento de uso coletivo? Onde está a
insatisfação, tá que a Nação caminha a passos
largos para o reencontro democrático?"
Edson Machado acha que quem quer a
abertura não deve pretendê-la por meios violen-
los. A forma pacifica e o voto. especialmente o
voto secreto e universal, e esse esta garantido
Logo não podem ser os qu? querem a abertura
Os que não querem a abertura nos não co-
nhecemos"
RIOCENTRO
Para 0 deputado lederai Luiz Raptisla. do
Partido Popular, ocorreu um ato de violência
que "e a continuação do Riocentro Agora, o
radicalismo de direita usara o mesmo processo
que culminou na explosão do Riocentro *
Lu» Baptista acha que isso e obra do ra-
dicalismo do Oo*erno" onde segundo ele. "se
situa um mostmenio paramilitar' Na sua
opinião casos como esse nao i negam a ameaçar
as eleições i!o prrrxuuo ano. naná cies esrão
usando este procãaaO de vonfusão porque quan-
to mais barulho melhor par* intimidar 0 elei-
torado Usam os mecanismos de pressão para
assustara consciência BáCtOOssI mas náo con
seguirão seu intento O deputado Alcino Santos
iPI>^ evitou vmwniBl assunto Dr hmíbas
<"

a c3*2_erzu °s-t>&z ar

tentado estão sob sigilo
Equipes especializadas
iniciaram ontem os levantamen-
tos periciais na lancha Comdusa
IX, destruída pela explosão de
uma bomba, na madrugada de
quinta-feira, no cais de Vitória. O
inicio dos trabalhos foi coordena-
do pelo delegado Hélio Romão
Damas Segundo, de Brasília, de
acordo com nota oficial divulgada
nao dia do atentado pelo
Ministério da Justiça. Toda a
operação esta sob sigilo.
O delegado Hélio Segundo
esta em Vitória desde ontem
acompanhado de outro agente,
mr< a Superintendência Regional
<!e !'alMl Federal revelou que ele
nao t v participando das inves-
tigações, dentro do sigilo que esta
cercando os trabalhos. A Divisão
de Polícia Técnica e Cientifica da
Superintendência de Policia Civil
pouca coisa conseguiu no
levantamento devido à falta de
indícios, destruídos com a pene-
tração de água e vazamento de
> 61eo da lancha.
— Sabei que se trata de uma
bomba, todo inundo sabe, mas
qual o explosivo usado na sua fa-
bricação será muito difícil detec-
tar devido a falta de indícios. A
d e c l a r a ç ã o e do perito
criminallsitico José Luís Cani. da
Divisão de Polícia Técnica e
Científica, que esteve no local da
explosão minutos após o atenta-
do.
Ele foi auxiliado por um
sargento do Exercito que tem
experiência em explosivos, mas
somente puderam perceber um
forte cheiro de pólvora no ar.
além de coletar uma alça de
uma pasta tipo 007. Os trabalhos
foram prejudicados devido A
lancha ter furado o casco dando
espaço à água que penetrou por
aproximadamente meio metro, do
vazamento de óleo.
O material encontrado na
lancha Comdusa IX foi entregue
ao delegado de plantão, no dia da
explosão. Josino Bragança, da
Delegacia de Defraudarftes e
Falsificações, no sentido de que
p r o v i d e n c i a s s e seu e n -
caminhameiiio para a Polícia Fe-
deral, que é a responsável pela
coordenação dos trabalhos.
Somente ontem a perícia da
Polícia Federal c do Corro de
A GAZE IA — VITORIA (ES), SÁBADO. 5 DE DEZEMBRO DE 1981
do da Capitania dos Portos,
compareceram ao local para
realizar os levantamentos téc-
nicos.
A Polícia Federal procurou a
lodo custo desviar as atenções dos
jornalistas que procuraram o
órgão em husca de informações.
O seior de C o m u n i c a v a o
Social revelou que Hélio Segundo
é c o o r d e n a d o r c e n t r a l do
Departamento da Policia Federal,
cm Brasília, e só peio a Vitória
para a posse do novo superinten-
dente do órgão.
Acrescentou que o trabalho
pericial ficará a cargo de um peri
to do Instituto Nacional de
Criminalística, de Brasília,
mantendo seu nome em sigilo. No
entanto, uma nota divulgada no
dia do atentado pelo
da Justiça informava qn , Policia
Federal, em Brasília, navia en-
caminhado ao Espirito Santo o
delegado Hélie Koniao Dâmaso
Segundo. acnmpanr.adu de peri-
tos.
Fot distribuída a seguinte
nota oficial: O ministro da Jusii
ça, Ibrain Abi-Ackel. acaba de
receber telex do governador do
Espírito Santo. Eurico Rezende,
dando conta de que (quarta-
feira) ontem foi encontrada e
desativada no edifício da Câmara
Municipal de Vitória uma bomba
(IC alto poder explosivo. E que na
madrugada .!•• hoje (quinta feira),
uma outra bomba explodiu numa
lancha da Sistema Metropolitano
de transporte Marítimo"
f iii nnscquCncta, n xmer
ministro da Justiça sua pronta
colaboração, através da Polícia
Federal, em virtude o Estado não
dispor de recursos técnicos para
enfrentar possíveis desdobramen-
tos".
Ontem mesmo (quinta-
feira), o ministro da Justiça deter-
minou que a Policia Federal
enviasse urgentemente para Vi-
tória o delegado Hélio Romão
Damasõ.acompanhado de peritos
criminais".
A Policia Federal no Espírito
Santo informou ontem que serão
intensificados us trabalhos até
que o caso seja apurado.
Circularam boatos, ontem,
sobre prisão de estudantes
ocorrida no centro da cidade, por
agentes federais que apuram a
existência do "Comando Delta",
que seria formado por um grupo
de estudantes universitários. No
entanto, o boato foi desmentido
posteriormente pelo Diretório
Central dos Estudantes que
distribuiu a nota esclarecendo os
fatos.
O Diretório Central do»
Estudantes da Universidade Fe-
deral do Espírito Santo, por deli-
beração de sua diretoria, traz à
sociedade capixaba o mais
veemente repudio aos insólitos e
torpes atos terroristas que
grassam o solo brasileiro e. por
último, capixaba, com a explosão
de barcos do aquaviàrio de Vi-
tória e ameaça de explosão à
Câmara Municipal e outros
..••no locais", diz um trecho da nota»
Mais adiante, os estudantes
afirmam. "Repudiamos todos os
argumentos usados pelo auto-
denominado "Comando Delta",
que se faz passar por estudantes
universitários, "em luta contar o
ensino pago, etc".
DESMENTIDO
O secretário de Comunicação
Social do governo do Estado. Ed-
mar Lucas do Amaral, revelou
ontem que o governador Eurico
Rezende nunca tez qualquer liga-
ção entre atentado I « greve dos
operários da construção civil,
conforme noiiciaram alguns
jornais do sul do País
- O governador manifestou
essa preocupação, «m Brasília.
depois de tei lidi • noticiário de
 Identificado autor de telefonemas anônimos
O delegado Denteio Kleim, da
Superintendência Regional d a Policia Fe
deral, revelou, ontem, que um menor de 17
snos, filho de um funcionário publico fe-
d e r a l foi identificado como um dos
autores dos telefonemas falsos dados às
empresas de que havia uma bomba para
explodir em poucos minutos, colocando as
pessoas cm pânico.
A Policio Federal conseguiu, segundo
ele, detectar vários telefones que foram
usados nos trotes « prender o menor.
Explicou ainda que quando o fato foi leva-
do ao conhecimento do pai. ele nao quis
acreditar que o filho, o qual preferiu nao
revelar nomes, teria praticado esse a t a
No entanto, frisou que conseguiu provar
através dos levantamentos.
Benicio Kleim disse que nao poderia
talar muito sobre os atentados a bomba,
porque isto ficara a cargo d o novo
superintendente da PF. F. foi taxativo ao
informar que nao será difícil para a policia
conseguir resultados positivos, devido ao
trabalho que está sendo re lizado. Ele
preferiu nâo tecer outros comentários,
dando apenas a entender que os trabalhos
csiáo hasianie adiantados, mas nao pode
fornecer detalhes
Benicio estava ao lado do delegado da
Delegacia de Ordem Volitiva e Social
lDeops-1. Napoleão De Viela, que foi
questionado sobre o seu trabalho, deu um
sorriso discreto e disse que ainda nao pode
revelar n a d j . mostrando o total sigilo que
vem sendo feito em torno dos levantamen-
tos sobre os atentados a bomba e m Vi-
tória. Na Policia Federal ninguém loca no
assunto.
telefone mas anônimos voltaram a
criar terror e pânico go centro de Vitória.
ontem.á tarde, dando conta da existência
de bombas na Fscelsa. Instituto de Ad
ministraçfto Financeira da Previdência So-
cial (lapas). Sistema Nacional de Fm
pregos (Sine) í Secretaria de Saúde. No-
vamente, o grupo intitulado "Comando
Delta" assumiu a autoria d a existência de
bombas nas repartições, mas nenhuma
explodiu e a Superintendência Regional de
Policia Federal nem enviou peritos para
vasculhar a possível existência de explosi-
vos O primeiro ataim? aconteceu na
Fscelsa. localizada na rua General Osório.
1IP-A. edifício Galerao A telefonista
conhecida conto Bete atendeu às
Uh.Khn um chamado com voz de mulher,
dizendo que uma bomba estava colocada
no 8" andar, onde atua a presidência. A
telefonista imediatamente avisa a nona ria,
que transmitiu para a segurança, que de-
terminou a salda dos funcionários, criando
um clima de dúvidas e incertezas.
f Delegado da Deops não faz comentários
O delegado d i Deops, Napoleão De
Vicia, que está trabalhando juntamente
com a Policia Federal nas investigações d »
«tentado S lancha da Comdusa, nada
informou a respeito do depoimento toma-
do do mecânico losé Moura Rios. prestado
no final d a tarde de quinta-feira. Inicial-
mente estava prevista a liberação do
depoimento, m a : o superintendente de
Investigações Especiais, major Sebastião
Gonsarves. mantendo o sigile, como as
demais autoridades envolvidas no caso.
preferiu dizer que nao tinha em má os ms
declarações do mecânico e o delegado da
Deops disse n&o poder liberá-las.
Ontem o delegado passou prati
ca mente o dia todo acompanhando as
investigações com a Policia Federal Na
da foi informado \ t desse trabalho
constou alguma tomaria df depoimento e
qual será o procedimento da Deops em
relaváo ao inquerit" <) uipenntendeme de
A PM esteve nos prédio* evacuado*
Em frente ao edifício d a Fscelsa.
começa a ser formado um grupo de
curiosos e empregados da empresa O
assunto dominante era a bomba que
estava prestes a explodir Os rumores
ressaltavam que Comando Delta" nâp
passa de pessoas anarquistas que provo-
cam medo e expectativa na população
para tirar proveito politico ou qualquer
coisa parecida Mas. os funcionários
entendiam diferente, c ás 2h25m quando
chegou a R P - 0 da Policia Militar, todos
mantinham se em frente ao prédio.
Somente com a chegada de diretores d a
empresa que entraram em contato com o
Departamento de Policia Federal, relatan
do o episódio e a consequência liberação
para entrada dos empregados da Fscelsa é
que. em fila indiana, lentamente o* mais
corajoso* começam a emrai.
Na portaria, o vigilante d a Vip.
(arios Alberto Penha Rosa. foi taxativo
'Olha pessoal a ordem é para subir Agora
somente para funcionários '. iti/ia. A de-
terminação paniu de um assessor da
presidência sugerindo que o\ bngadis
tas", pcstoal treinado de combate a in-
cêndio, realizasse uma Mstoria. a pro-
cura de objetos estrantiov C aso tosse
encontrado qualquer coisa, deserta ser
comunicado â assessoria para tomar pro-
vidências junto ao organismo policial.
Eram 15 horas quando terminou o
tumulto em irenie à Fscelsa Logo depois,
novo telefonema, desta ve/ para o lapas.
também na rua General Osório O secre-
láriode Planejamento. Alberto Torres, um
Investigações Especiais, major Sebas
liso Gonçalves, por sua vez. disse que na-
da tinha a informar, pois nada tinha rece-
bido de concreiodo delega do Na poleio De
Vkta.
No gabinete do major Gonçalves,
várias reuniões com elementos direi* men
le ligados ao setor de informações d a
Policia Civil foram realizadas, tratando
diretamente do alentado A lancha d a
Comdus* O teor de tais reuniões, d a
mesma forma que as informações, nao
toi liberado Alguns dos participantes
chegaram mesmo a informar que se trata-
va de assunto de rotina, nada tendo a ver
com a explosão na lancha.
O depoimento do mecânico José
Moura Rios. que estava no local na hora
da eiplosâo n í o foi liberado para a im-
prensa 0 maior Gonçalves explicou que
- suas tlebiaraçóei rttflVIMl i n, poder do
.Irlegado t!.i Dopt Napoleão De Vicia
Nfta lenho nidi contigo I siü todo com o
tanto agitado, mandava que todos os
funcionários st retirassem. Uma voz de
homem bastam segura, alegava para eva-
cuar o edifício, sois um explosivo estava
pronto. " O Con ndo Delta" assegurava
novamente a autoria. ,
O expediente foi encerrado, e os
funcionários ali m o s t r a v a m medo..
Ninguém queria subir, nem mesmo o se
cretáriodo lanas. "Pode ser verdade e nao
pode. O c r » , p i o é da lancha da Com
dusa . justificava. Fram lo horas. Outro
alarme surgia, com voz de homem O
"Comando Delta voltou a ameaçar, a
agenciado Inamps. localizada na avenida
Getúho Vargas, com uma explosão
Segundo um agente da entidade, foi uma
\ o / pausada e muito rápida Entretanto.
nada de bombas, e os funcionários aca
baram indo embora. O funcionamento da
agência do Inamps foi encerrado Os
A-gurados que estiveram no local retor-
naram sem poder solucionar os seus pro
nlemasde saúde. No edifício Eloy Chaves,
só ficaram na porta principal os vigilantes
da Sentinela — Serviços de Guardas e
Vigilantes.
As IbhJOm. era a vez do Sme. órgão
ligado ao Ministério do Trabalho. O
c o o r d e n a d o r estadual R o b e r t o Lu.z
Comper recebeu o c h a m a d o d o
"Comando Delta". No momento estava
sendo realizada a aula de encerramento do
treinamento interno. Relações Humanas
no Trabalho e Técnica de Arquivo, cm
convênio com o Senac
delegado da Dops. que se encontra tra
balhandv.com a Policia Federal t o que
tenho para informar. A única coisa que
posso dizer é que o mecânico prestou de-
clarações, mas o teor das m e s n s s n l o é
do mtu conhecimento", disse o maior.
O superintendente considerou que a
pericia está tendo muito mais condições de
trabalhar no caso do que na época da
explosão no jornal "A Tribuna" No
atentado ao jornal, o local atingido foi
violado várias vezes por pessoas que nada
ilinham a ver com a perícia No caso da
lancha a área foi isolada de pronto, impe
d indo o acesso de estranhos e cunosos e
até mesmo de diretores da Comdusa. que
só puderam observar a embarcação de
longe "Nu atentado a "A Tribuna' muita
gente esteve no local. Agora nâo. a área foi
isolada e poderemos coletar todos os
elementos necessários para a elucidação
doesto"
 ATWBUNA — Vitoria, ES. terça-feira, 16 de fevereiro de 1982
--•-.i....- ..,— •, —.,— = , - • - . . - . . . . - 1 •—•.., i - - i — - —i •• H - _ _ .,. • • • ,i i i -ii .. - — , . - . , 1 , - . .ii I.MJP— m I-'I 1 ii— - i . " — '• • » • . • •' • ' • — —• — * — M — — — W I

Laudo de atentado a bomba

ia Comdusa pouco esclarece No prazo estipulado a I a Auditoria da Aero-
náutica da I a Circunscrição Judiciária Militar re-
meteu de volta ao Departamento de Policia Federal
o inquérito que apura o atentado a bomba no ter-
minai centro do Sistema Aquaviário de Vitória,
ocorrido por volta de 2h30 do dia três de dezembro
do ano passado, ocasião cm que ioi destruída a lan-
cha Comdusa IX e atingida uma outra embarcação
da linha Porto de Santana-Vitória. A Policia Federal
também já está de posse do laudo pericial realizado
no local por peritos do Serviço de Criminalística do
Rio de Janeiro que detalharam com precisão os es-
tragos e os objetos recolhidos na érea.
De acordo com o laudo o mesmo tipo de bomba-
relógio que destruiu uma e danificou parcialmente
outra lancha da Comdusa — Companhia de Me-
lhoramentos e Desenvolvimento Jrbano — foi
desativada após ser recolhida num dos setores da
Câmara Municipal de Vitória, onde poderia ter
provocado elevados dnnos materiais e humanos;
SIGILO
Para não ter prejuízo nas investigações a Policia
Federal mantém sigilo absoluto em torno do que até
ontem havia sido apurado em relação ao atentado
no Sistema Aquaviário de Vitória, mas adiantou
que toda uma equipe tem trabalhado no caso diutur-
namente ouvindo testemunhas ou coletando pistas
dos principais suspeitos.
O juiz auditor Teócrito Rodrigues de Miranda,
depois de examinar o inquérito instaurado pelo
Departamento de Policia Federal do Espirito Santo
baixou os autos, concedendo "prazo necessário"
para a conclusão do inquérito. Ontem o Departa-
mento de Policia Federal recebeu o volume que
contém mais Oe 70 laudas datilografadas e deu pros-
seguimento aos trabalhos de investigação.
A Perícia que ás nove horas do dia quatro de
dezembro esteve nesta Capital para os levantamen-
tos necessários, constatou que o atentado foi regis-
trado na ocasião em que o sistema de transporte no
cais das barcas estava desativado.
A lancha destruída tinha casco de fibra de vidro,
cabine de madeira dotada.de dois motores diesel e
capacidade para 200 passageiros. Am bis as embar-
cações atingidas pela explosão que oco reu na casa
das máquinas da Comdusa IX esi-"a, i atracadas
paralelamente.
ESCOMBROS
Ao realizarem a remoção parcial dos escombros
os peritos da Polícia Federal chegaram à casa das
máquinas, onde ocorreu a explosão, e depois de um
minucioso levantamento da área apuraram que na
parede de madeira que separa a parte que dá acesso
às duas cabines de passageiros, existe na parte in-
ferior, junto aos bancos da parte de ré, uma tábua
quadioda, que permite o acesso á bomba injetora
dos motores e que é usada para qualquer reparo na
mesma, quando necessário, sem que tenha de ser
retirado o piso para o acesso ao interior da casa das
máquinas.
Essa janela, de acordo com as conclusões dos
peritos, permite que um passageiro sentado no ban-
co junto ao madeirame tenhc acesso ao local onde
ocorreu a explosão. Até mesmo através da outra
Iam' j o autor do atentado poderia, facilmente,
colocar ali a bomba relógio.
PASTA
O terrorista colocou a bomba no interior de um*
pasta preta tipo 007 com forro de tecido bordeaux,
guarnições externas de alumínio, cujo fabricante
não foi possível identificar. Também foram encon-
tradas na área duas peças de metal, de relógio des-
pertador. Uma das peças é usada para fixar a corda
do relógio, que é adaptada a um eixo com reduções,
e ainda uma trava da mola do pino de comando do
despertador (travamento de sineta).
Por enquanto a parte mais importante do laudo
é mantida em sigilo, sendo apenas adiantado para a
Imprensa que o mesmo tipo de explosivo foi uti-
lizado na Câmara Municipal de Vitória, cuja bomba
relógio foi desativada minuto; antes de explodir. As
investigações prosseguem em ritmo bastante ace-
lerado, segundo explicou o delegado que preside o
inquérito.
O laudo pericial foi minucioso em todos os pon-
tos, facilitando, portanto, o desenvolvimento do
trabalho em tomo do Caso Comdusa, e tudo indica
que as investigações serão concluídas no mais breve
prazo possível. *
 8
/Q 7-R/dUAíA o4 «4il Z.

A TRIBUNA — Vitória, ES, quinta-feira, 04 de março de 1982

Federais já sabem quem

explodiu a Comdusa IX
Um japunêsi de identidade ainda não Arquivo AT/ Joaquim Nunes
revelada, coro passagem clandestina pela
Argentina artes de chegar ao Brasil, está
sendo caçad' nela Superintendência de
Policia Federal lc São Paulo, acusado do
atentado a bomba que destruiu a lancha
Comdusa DC, que estava ancorada no cais
flutuante da avenida Beira-Mar, na ma-
drugada do dia três de dezembro último.
O suspeito não é ligado a qualquer or-
ganização extremista, mas instrumento de
uma empresa interessada em participar da
venda de lanchas à Comdusa, segundo in-
formações de credenciada autoridade es-
tadual.
ATENTADO DIREITISTA
O japonês teria fugido para São Paulo
logo após a explosão, mas um mandado de
prisão foi expedido assim que os encar-
regados das investigações chegaram ao
nome do suspeito, através de denúncia de
lua ex-amante, residente era Vitória.
Agentes da Policia Federai capixaba
nada declararam sobre o inquérito, mas
fontes da Secretaria de Segurança e da
Comdusa confirmam que o japonês é, de Para a TF o atentado foi praticado por um japonês que viaja com documentos lalsot
fato, o principal suspeito identificado pela
Policia Federal. O resultado do inquérito só restrito ao Exércto. No entanto, alertou: ("por questão de segurança", como alerta
não foi divulgado ainda para facilitar sua "Se vocês publicarem isto eu desminto". um policial), a Federal desenvolveu uma
prisão, série de outras investigações complemen-
E um resultado considerado, na ver- DELAÇÃO tares e chegou i conclusão de que ele seria
dade, pouco consistente. Uma fonte que mesmo o autor do atentado.
acompanhou o desenvolvirasnto do in- Os trabalhos técnicos da Policia Fe- Com o relatório concluído, o encar-
quérito acha inverossímil a conclusão da deral para se chegar ao japonês foram regado das investigações solicitou á Au-
Policia Federal e acredita mesmo que o iniciados a partir da perícia feita na lancha ditoria da Marinha, no Rio, a decretação da
atentado seja da responsabilidade de grupos Comdusa IX. Nesta perícia, constatou-se prisão do suspeiu» Após alguns dias no Rio.
de extrematdireita, interessados em inti- que o artefato estava numa bolsa tipo 007 e o inquérito retornou a Vitória com o pedido
midar o intenso movimento reivindicatório pode ter sido colocado lá por um passageiro aceito integralmente.
doa operários da ConstruçãoCivil em Vi- ou não. O lc ai onde explodiu fica próximo O mandado de prisão foi expedido para
toria, que estava no auge no período em que íuma janela de fácil acesso. a Superintendência da Policia Federal em
ocorreu a explosão. Contudo, poucas conclusões de consis- São Paulo, roas ainda não foi cumprido. O
Para fortalecer essa hipótese, sabe-se tência desejável foram conseguidas com os homem que, segundo a Policia Federal, ex-
que,no dia seguinte ao da explosão da lan- trabalhos técnicos, e. então, a Policia plodiu a lancha da Comdusa na madrugada
cha, um outro artefato, rapidamente de- Federal paniu para a forma de atuação que do dia três de dezembro, ainda não foi en-
sativado, foi encontrada na Câmara de sempre pautou seus trabalhos: a delação contrado. Há indícios, inclusive, de que ele
Vitória' e a Perícia constatou que seus Segundo a ex-amante, o japonês foi o tenha fugido do País usando outra iden-
elementos explosivos são semelhantes aos da homem que saiu da Argentina usando nome tidade e documentos falsos
bomba detonada. falso e veio para o Espirito Santo explodir a A sfc confirmar esra suspeita, fervirá
Conforme constatações do delegado A lancha da Comdusa. Cumprida sua missão. para robustecer ainda mais as desconfian-
dão, que tomou a frente das investigações teria fugido para São Paulo e ela não teve ças dos que acreditam ter sido aquele um
após a prisão do (III lar da Delops, Benfcio mais nenhuma noticia dele atentado de algum grupo de direita.
Klein, o petardo desativado na Câmara "Somente com a ajuda de uma organização
Municipal de Vitória foi construTdo com o PEDIDO DE PRISÃO clandestina ele poderia conseguir documen-
mesmo material da bomba da Comdusa. O tos falsos com facilidade", argumentou um
mesmo delegado foi quem informou ter A partir das denuncias desta mulher, de experimentado policial partidário da versão
sido a bomba feita com materiais de uso identidad » antida <,.n sigilo pela Polícia de atentado politico.
k3 s e r S# "&OMÍ5M 6*\ CAMfo at&A/DGr €- AXO tfX>/U^*C 7X1 C(E»4|)£

Página 10 — POLICIA
âol^

Jornal da Cidade soft

A explosão foi às 3b30 da madrugada. Os motivos do atentado são desconh

Bomba-relógio explode
em rua de Campo Grande
Uma bomba-relogio de fabrica çáo caseira explodiu
durante a.m.adrugada de ontem em treme ao prédio
\de númgfü 8)na avenida Expedito Garcia, em Campo
g r a n d e . Estilhaços do artefato foram levados ontem a
exame no Departamento de Perícia Técnica e Cien-
tífica pelo deputado José Casagt ande do PMDB.
Em frente ao prédio em uue a bomba explodiu
residem o filho do prefeito Vicente San tório Fantini.
Vicente Santório Filho, o primeiro suplente da
Câmara dos Vereadores de Cariacica, Raimundo
Batista, e o deputado Jo\c Casagrande. Ao ser abor-
dado sobre o assunto o deputado opinou que, pos-
sivelmente,os autores da acuo tinham a imensa" de
atrair a atenção da Policia para poderem praticai
outro atentado, que aconteceu contra o Jornal du
Çidade-às 3h40.
A explosão da bomba em C ampo Grande acon-
teceu aproximadamente as 3 horas, 0 artefato, de
acordo com o deputado José Casagnwdc, foi colocado
sob um caminhão carregado de \erdtiras que estava
estacionado no local Sobre os amores a Polícia não
conseguiu nenhuma pista Segundo José Casagrande
a explosão causou apenas danos nas vidraças do
prédio e no caminhão, que foi deslocado do local por
seu proprietário, prejudicando, assim, o serviço de
perícia.
O deputado José Casagrande foi ouvido na de-
legacia de. plantão, onde. relatou a movimentação
ocorrida no locai iugo após a explosão. O chefe do
Serviço de Informações da Policia Civil, major Pio
Lemos, declarou,após observar os estilhaços do ar-
tefato, que o mesmo era uma bomba de fabricação
caseira. O mesmo material utilizado para labnear es-
ta bomba, de acordo com o major, foi usado no ar-
tefato que explodiu nas dependências do Jornal da
Cidade.
Homero Mendonça

Os prejuízos do atentado ao Jornal da Cidade alnt

Nilce responsabiliza Guilru

A diretora do Jornal da Cidade. Batalhão de 1,
Maria Nilce Magalhães.responsabili/ou que responsa'
o presidente do Banestes Carlos tudo • i que o» •
Guilherme Lima, pela explosão ocor pessor. tísica'
rida à:. Mv30 &.\ madrugada de ontem declarou o '
na sede do jornal na rua Graciano Pública Du
Neves. 180, no centro de Vitoria. Lm nhecimento dt
resposta, Carlos Guilherme Lima disse Maria Nilo
que não duvido de que tenha sido a Elcio Alvares
própria Maria Nilce quem colocou a seguidos, mas
00* bomba para ser indenizada" Agora com t
M-,. M;I. sarios são cov,

ATMBUNA — Vitória. ES. auarta-feira. 14 de setembro de 1%3
e atentado a bomba
ecidos, 0 arquivo do jornal foi totalmente destruído. Nenhuma
Romero Mendonça Uma bomba de alto teor explosivo
detonada às 3h30 da madrugada de on-
tem na sede do Jornal de Cidade, na
rua Graciano Neves, 180, no centro de
Vitória, embora sem vítimas, causou
grandes' danos materiais destruindo
todo o arquivo, parte da cozinha,
geladeira, teto da sala do diretor, la-
boratório fotográfico, além de derrubar
paredes, arrancar pias e estourar o en-
canamento de água.
A Escola Mont Serrat, que faz divira
com o jornal, teve seu muro destruído
pela explosão, que quebrou vidros das
janelas de cinco prédios vizinhos. O
edifício São José, distante cerca de 80
metros do jornal, teve todos os vidros
das janelas da frente quebrados desde o
térreo até o sétimo andar.
VIOLÊNCIA
A explosão, que chegou segundo
vizinhos a estremecer os prédios,
quebrou vidros de lojas, bares e lan-
chonetes das proximidades, além de
arrancar o reboco da parede de um
Posto de Assistência Médica do
Inamps, defronte ao jornal. Segundo a
direção do jornal o valor dos prejuízi s
ainda é incalculável "pelo volume dos
estragos".
A oficina do Jornal da Cidade, que
esta com seguro vencido, não foi atin-
gida, por ser localizada no bairro de
Marúípe. na Zona Norte de Vitória, en-
quanto que a sede localizada na Rua
Graciano Neves, no centro de Vitória,
local da explosão, não tem qualquer
tipo de seguro. Logo depois da explosão
às 3h30 da madrugada de onte™
chegaram ao local guarnições do
Corpo de Bombeiros e da Polícia
Militar. As polícias federal ecivil
chegaram ao looal por volta das 8 horas
da manhã.
Um morador do edifício São José.
localizado a cerca de 80 metros do local
da explosão,disse que estava dormindo
e acordou com a explosão,que segundo
sua mulher dava uma impressão de que o
prédio estava caindo. Esse morador
disse que imediatamente chegou à
a são incalculáveis janela e viu uma enorme nuvem de
fumaça branca com um cheiro forte de
!f me Lima ácido e não notou nenhum veiculo
saindo do local ou trafegando pela rua.
dantana em Vila Velha Segundo o morador "o curioso é que
iliza Carlos Lima por diariamente defronte ao jornal e ao longo
irra ao jorna! c a nossa de toda a rua Graciano Neves ficam
Segundo cia própria veículos estacionados durante toda a
icretório de Segurança noite, sendo que no momento da ex-
eu Cardoso, tem co- plosão não tinha nenhum veículo es-
se documento. tacionado.como sempre ocorre".
disse que "no Governo
nós fomos muito per- SEM VITIMAS
o F.lcio jogava limpo.
Na costumeira e enorme fila para
PMDB, nossos adver- atendimento do Inamps defronte ao
'des e mio tem coragem
iornal. na hora da explosão.havia
-Jaz..cDosicào ao
ã£
vítima.
local falou à Imprensa.
O major José Pio Lemos,que pro-
curou sempre enfatizar que rio local e
sem um resultado definitivo da perícia
qualquer opinião iem de ser consi-
derada como um mero palpite.inclusive
a dele, disse que "ainda estamos na fase
de levantamento pericial. Tenho a im-
pressão de que foram duas bombas de al-
to teor explosivo, podendo ser até à
base de TNT. Acho que a bomba foi pro-
gramada e feita por profissionais que
entendem do assunto".
SEM IDENTIFICAÇÃO
Segundo o assessor de informações
do secretário de Segurança Pública,
Dirceu Cardoso, major do Exército José
Pio Lemos, o 38° Batalhão de Infan-
taria,situado na Prainha,em Vila Velha,
foi logo informado e "não se pode ainda
identificar a origem ideológica ou
politica do atentado, ou mesmo se tem
conotação politica". Segundo ele "o
objetivo de causar impacto junto à
opinião pública foi atingido,porque a
bomba foi feita pra valer, embora ainda
não existam suspeitos porque tudo está
condicionado".
O diretor do Jornal da Cidade, Djal-
ma Juarez Magalhães, disse que tinha
chegado do Rio de Janeiro a 1 hora da
madrugada (duas horas e meia antes da
explosão) e foi avisado da ocorrência
através de um telefonema vindo de
Brasília às 7h30 do ex-governador
Eurico Rezende, querendo saber da ex-
tensão do estrago e colocando-se à dis-
posição do jornal para qualquer assun-
to, inclusive de ordem jurídica.
A edição de ontem do Jornal da
Cidade -circulou normalmente e segun-
do Djalma Magalhães não deixará de
circular "e terão de existir muitas
outras bombas para tentar calar o jor-
nal". Djalma Magalhães disse que não
se intimida com esse tipo de pressão e
garantiu que o atentado ao seu jornal
tem características semelhantes ao
sofrido pelo jornal A TRIBUNA, onde
a finalidade foi "intimidar sem des-
truir".
O diretor-presidente do Jornal da
Cidade disse não saber as origens da
bomba,.porque seu iornal ataca muito
as frentes oposicionistas, e que seria de
sua parte "uma irresponsabilidade
querer no momento caracterizar ou
nominar alguém como responsável pelo
atentado". Djalma Magalhães disse
que "a bomba foi feita e colocada no
arquivo do jornal por profissionais es-
pecialistas que conhecem explosivos".
INIMIGOS
Djalma Magalhães justificou não
poder apontar ninguém como respon-
sável pela explosão porque seu jornal
jmmiàõLjMBmm
 •1UISA/U ,Hlll UtllUIlulll
&4^
de nos entre:
dizendo que Carlos Guilherme Uma "é preferem co
um homem vaidoso e cruel e encontrou alheias".
dessa maneira a forma de vingar os O presider
Lasagrandf levou partes da bomba à perícia ataques violentos que recebeu do jor- Guilherme Lirr
nal, que prejudicaram seus interesses por telefone a
comerciais". Segundo Marta Nilce "o
Atentado pode ter responsável pela explosão foi Carlos
Lima, com a participação de elementos
quisesse falai
demonstrou s
nhecimerto c
do PMDB". Ela disse que não culpa o
relação com roubo governador Gerson Camata, que uJu
tem nada contra a gente".
foram imptit,
Magalhães.
Carlos Lim
em firma na P. do Suá
O atentados bomba â Redação do Jornal da CM» de ocorrido na
A diretora do Jornal da Cidade disse
que,"quando o Jornal da Cidade es-
"a denúncia n
porque não tt
Segundo Cari,
creveu artigos violentos contra Carlos
madrugada de onienvpode não ter sido um caso isolado, devendo Lima, ele andou rondando nossa casa Jornal da Cid
ter ligações com o arrombamento ã firma (.'haplin Cinematográfica gjiiiae.». e un,
Ltda, localizada na rua Neves Arrr.,;nd. 184, na Praia do Sua. na Praia do Canto a altas horas da noite,
ocorrido cerca de 2h3l> antes. Da firma [oram roubados materiais jogando farol alto na janela e fa/.endo "Não duvido d<
fotogáficos e de filmagem, afiliados em Cri 15 milhões pelo pro- ameaças por telefone". Maria Nilce .Maria Nilce c
prietário.Marco Antônio /\ives iiiito disse que "temos um documento no 38° para ser indeni;
Esta possível ligação está sendo investigada pela Policia Federal
de forma sigilosa, como vem lambem ocorrendo com o atentado ao
Jornal da Cidade. Alem de roubarem materiais fotográfico» e de fil-
magem da firma Chaplin Cinematográfica Ltda. os arromba-
Governador quer provas i
dores destruíram vários móveis. "Que ela prove em Juízo-foi a res- levantadas pi
Procurando usar de muita precaução, o proprietário da Chaplin posta taxativa do governador Gerson vimas, "alia
Cinematográfica Ltda, Marco Antônio Alves Pinto, comentou a pos- Camata ao comentar ontem as acu-
sibilidade do atentado ao jornal "ter algum fato em comum com a é". Cabidelle r
invasão de minha firma". sações formuladas pela proprietária do Governo de
Ele comentou que o Jornal da Cidade havia tomado partido a Jornal da Cidade, Marta Nilce Ma- de todos os rei
seu favor, ao destacar em reportagem, no ultimo dia 30. a produção galhães, segundo as quais o Governo apuração ma
de um comercial para u Governo do Estado sobre a campanha da do Estado e, mais especificamente, o
Secretaria da Fazenda relacionada com a sonegação do Imposto Cabidelle, inch
sobre Circulação de Mercadoria. presidente do Banestes, Carlos Gui- no episódio i
— Nós ganhamos a concorrência, mas não levamos, e per isso a lherme Lima, seriam os responsáveis tificando que, i
MariaNilce repercutiu o assunto", afirmou Marco Antônio Alves pela colocação e explosão de uma bom- da Cidade é p
Hntc, que está estabelecido na rua Neves Aimond ha quatro anos. ba no arquivo daquele jornal. inexpressivo, c
"Nâo'posso responsabilizar ninguém, mas acredito que os aten-
tados podem ter algum relacionamento." enlatizou. O governador não soube explicar o quadro atual"
porquê de as suspeitas terem caído
INVASÃO sobre seu Governo, "Eu não sei de O chefe di
nada. Foi ela quem levantou as acu- rone, por sua
Marco Antônio arriscou que os responsáveis pelo arrombamento sações e portanto caberá a ela prová- abominando
em sua firma não são "criminosos comuns. Parece mais um ato de
vanualismo, pois havii> .vários outros objetos de valor que po- las", rebateu enfaticamente o gover- rorismo. "Rep
deriam ser roubados, mas,«om exceção do que levaram, eles se nador, alertando que dará todo o apoio principalmenti
preocuparam mais em destruir os móveis e um armáno. alem de necessário à Polícia Federal para que o Imprensa. Nãi
quebrar vidros". acrescentou episódio seja solucionado o mais rapida- prensa não o
u e acordo com informações obtidas pelo proprietário da mente possível. samento politi
Chapin Cinematográfica Ltda. através de uma vizinha, o arrom- Disse ainda qt
bamento deve ter ocorrido por voltada I hora da madrugada. LEVIANAS
Foi roubada uma máquina filmadora de 16 mm de origem suíça, preocupa muit
marca Bolex n° 350833, no valor de Cr$ 10 milhões, adquirida Já para o secretário de Comunicação que se const
recentemente. Cr$ 2 milhões em filme 35 mm virgem, um fotômetro Social , Edgar Cabidelle, as suspeitas direita".
no valor de 400 mil e outros objetos de pequeno custo.
Para entrarem na firma, os ladrões arrombaram duas grades das
janelas laterais aiu^ando, possivelmente, pê-de-cabra, segundo
•ui/crmaçôes de Antônio Carlos.
Romero Mendonça
Três bombas exp
em Vitória em:
o atentado ,i h,,„ih,i ocorrido n.i ma circulaçfii e o arq
drugada de ontem no Jornal da Cidade foi n plosóes se cerifii
terceiro ocorrido na Grande Vitória em menos minuto aproxima
Je ire, anos O primeiro ocorreu na mu incêndio que só fi
drogada do dia 25 de maio de IQSI. no depur pelii Corpo de I
lamento de circulação do iornal A TRIBUNA. ouvido a um quili
e até hoje não foi esclarecido. O segundo alem de destrui
ocorreu na madrugada do dia três de de/em dqíartamenlos d,-
bro de 1981, contra uma lancha da Com d usa e lelhadosdecasa
desiruindo-a totalmente. A perícia da I
A Policia Federal conseguiu localizar e comprovou que i
prender um dos autores do atentadopraticado praticado com ma
comia ii lancha da Comdlisa Edson Mamuro No local foram
Maeda. denunciado por sua amante Fie con- namite Í íra^nu
fessou o crime c apontou o» comparsas.co ;>,ira confecção ,
nhecidos corno Joiio Luiz e Ave que nflo bombas de (abrk
foram localizados, Maeda foi condenado pela bananas dedinam
auditoria da Marinha no Rio de lane iro e en ri autor do
eonira-sc prwo i < • eito baldio qtr
iornal depoi*
A Tl N I Alui ama lanela ,n<i\
Na madrugada do dia .. - de m •.••. lisi , pois 11,
WM ocorria t> pnmeiri atentai . pc lietlte 'Mi <i ir...
ii.i inunde Vjiúria quando ,lu.is explusõt" -••i M; lar >e ene,'
destruíram completamente o departnmenti de lado du prédio
A Chaplin Cinematográfica perdeu muito material
4
ttar cara a cara. Eles
OCftT em risco vidas
le do Biiiiesies Carlos
a, não se negou a atender
Imprensa, embora não
muito sobro o assunto e
urpresa ao tomar cô-
as acusações que lhe
tdas por Maria Nilce
a limitou-se a dizer que
ão merece nem resposta,
nho^ cara de terrorista".
% Lima "a diretora do
ade, Mana Nilce Ma-
i vigarista", e finalizou:
5 que tenha sido a própria
luem colocou a bomba,
ada".
ia Justiça
r Maria Nilce são .le-
> como toda acusação o
eafirmou a disposição do
dotar a Policia Federal
-.ursos disponíveis para a
s rápida do ocorrido,
sive.saüentou que não vê
«notação política, jus-
ta sua opinião, o "Jornal
oliticamenie um jornal
ue não altera cm nada o
t Casa Civil, Gilson Ca-
ez, repudiou o ocorrido,
lualquer forma de ter-
udio esse ato que atenta
• contra a liberdade de
) importa se essa Im-
>munga o mesmo pen-
co do nosso Governo".
e esse tipo de episódio o
\ na "exata medida em
ita a ação da ultra-
Iodem
somente, segundo moradores, auas 'Camata, «^.-.,.. .
ao presidente do Banestes,
mulheres, um homem e uma criança, Carlos Guilherme Lima, e ao secretário
que não foram atingidos pela bomba, de comunicação do Governo, Edgard
que encontrou resistência nas paredes Cabidelle. Segundo ele "essas são as
òÚ
que derrubou do arquivo do jornal. pessoas que atacamos nominalmente,
Cinco peritos da Polícia Civil estiveram inclusive a própria Igreja, Já cheguei a
no local fazendo levantamento para atacar até o arcebispo metropolitano de
exames, enquanto a Polícia Federal Vitória, Dom Jcro Batista da Motta e
acompanhava o levantamento e ouvia o Albuquerque".
depoimento do diretor-presidente do O deputado João Miguel Feu Rosa
Jornal da Cidade. (PDS)«que esteve no local, disse que "é
Segundo o assessor de informações difícil saber a origem da explosão. Mas
do secretário de Segurança Pública, quem deve ter maior interesse em
Dirceu Cardoso, major do Exército apurar o atentado são aqueles a quem
José Pio Lemos,a Policia Civil vai repas- o jornal fazia oposição mais ferrenha,
sar os dados levantados e o resultado da para desvincular qualquer suspeita
perícia, que deve sair dentro de 15 sobre eles". Segundo Feu Rosa atual-
dias. para a Polícia Federal instaurar mente o Jornal da Cidade "faz oposição
inquérito. Nenhum dos homens das ao Governo do PMDB e sempre fez à
policias federal e civil que estiveram no esquerda".
Polícia inicia r
investigação e CIDADE ABERTA
Pedro Maia
ouve testemunhas
A Superintendência Re-
gional da Policia Federal no Es-
pirito Santo já tem um delegado
investigando o atentado a bom-
Ato covarde!
Mais uma vez o terrorismo covarde estende
ba a redação do Jornal da
seus u.aços malignos e atinge de maneira
Cidade e. a partir de hoje.
começa a ouvir depoimentos de
traiçoeira um jornal de Vitória na vã esperança
testemunhas, a fim de tentar de calar a Imprensa por intermédio do terror,
identificar os autores. Os pri- arma dos mesquinhos e poltrões. Não faz muito
meiros a serem ouvidos serão os tempo, mais precisamente em maio de 1981,
diretores do jornal, Maria Nilce fizeram o mesmo em A TRIBUNA. Porém,
Magalhães e Djalma Juarez como sempre acontece nestes casos, o feitiço
Magalhães. virou contra o feiticeiro. O atentado só fez for-
talecer este jornal e criar novos ânimos para se
A Policia Federal foi infor- levar avante o sagrado direito de informar ao
mada do atentado ao jornal por
volta das 8 horas e vários agen-
público aquilo que alguns acomodados se esfor-
tes se dirigiram ao local, jun- çam em ocultar.
tamente com peritos, para Não comungamos com a linha editorial do
realizarem os levantamentos. jornal que agora foi vítima da mesma covardia
Mas, como ao chegarem à rua •aplicada contra A TRIBUNA em 1981. Mas res-
Graciano Neves já haviam sido peitamos o direito do livre pensar de cada ci-
iniciados os trabalhos pelos dadão e, acima de tudo, a liberdade de expres-
peritos da Superintendência de são dos órgãos de Imprensa. O terrorismo é a
Policia Técnica c Cientifica da mais virulenta das ações,principatmente quando
Policia Civil, eles se limitaram seus agentes mergulham no anonimato que con-
a colher iníormaçôer que
serão aproveitadas pelo de-
legado que vai presidir o in-
firma a covardia.
Existem armas muito mais dignas para se
quérito. contestarem idéias. O Pais caminha para a de-

\anos Mas a Policia Federal terá

uvode A TRIBUNA. Ase v
ram num intervalo de um
damente, provocando um
i debelado uma hora depois
íombeiros. O barulho foi
metro do local e o impacto.
as instalações daqueles
empresa destruiu vidraças
vi/inha.s
'olieia Técnica e Cientifica
almente fora um atentado
ena! de alto teor explosivo,
•ncontrados pavios de di
itos de invólucros usados
os petardos Foram duas
içâo caseira, compostas de
ie amarradas em pacotes
entado penetrou por um
se lirrita com os muros do
de quebrar os vidros de
indo-se em seguiJa sem
queia data não havia ex-
I. Somente um guarda da
IIrasa de serviço do outro
que aguardar çc-ca_de jj5_dias
paia__reçeber o resultado _dç_
laudo feito pelos peritos" da
Superintendência de Policia
Técnica e Cientifica, conforme
revelou o chefe do setor. Wilson
Vilela '—
Os trabalhos dos peritos
foram realizados em duas
etapas, pela manhã e à tarde.
Nos primeiros levantamentos os
peritos recolheram materiais
que indicavam terem os respon-
sáveis pelo atentado utilizado
apenas uma bomba, mas à tar-
de 0 perito Wilson Vilela,
localizou material indicando
que foram colocadas duas bom-
bas de fabricação caseira.
Pelo material encontrado no
local, segundo o perito, os au-
tores do atentado utilizaram
frascos plásticos, possivelmente
idênticos aos utilizados para
acondicionar soro.
mocracia plena e irrevogável onde não se pode
admitir que grupelhos, em nome de idéias in-
definidas, venham perturbar esta caminhada,
que tem sido penosa para muitos Brasileiros.
Sejr.m es;« grupos de direita ou de esquerda,
cristãos ou ateus, pretos ou brancos.
Cabe agora às autoridades policiais do Es-
tado identificar e punir os responsáveis pela
sabotagem que atingiu a Redação do jornal, des-
truindo-a de um só golpe. Afinal, esta Redação
fica em uma rua no centro úa uaade. em meio a
muitos prédios que, por certo, possuem vigias
noturnos. Um destes vigias deve ter algo a con-
tar. Basta uma investigação racional e bem
direcionada para se chegar a uma informação
positiva.
Entretanto é bom alertar sobre as especu-
lações que sempre surgem nestas ocasiões, o que
acaba causando confusão e atrapalhando as in-
vestigações. A necessidade de um paradeiro a
este tipo de coisa no Espirito Santo é uma ques-
tão de honra para nossas autoridades e para os
homens de bem deste sol rido ; .>i«ido.

Li 3 W 89 -"ZofiAVá tf A Rei>e dr-A-zerA
x*-
Bomba explode na Rede
Gazeta mas só assusta
Uir- bomba de fabricação caseira
explodiu ontem às 15h30m na porta de
umbanheiro do prédio da Rede Gazeta,
assustando os funcionários mas sem
causar qualquer estrago c u f«rir al-
guém. O artefato foi feito tendo por ba-
se um foguete (fogo de artifício) de três
tiros e disparado com o uso de uma
ponta de cigarro.
A diretoria da Rede Gazeta comuni-
cou o fato à Polícia Federal, que enviou
peritos à empresa para os primeiros le-
vantamentos. A autoria do atentado foi
assumida por um grupo que se auto-
intitula Organização Para o Turorismo
Internacional (OPTI), que assumiu
também, para a reportagem de A GA-
ZETA, a explosão ocorrida no memo-
rial aos operários mortos, em Volta Re-
donda, e a ameaça de explosão registra-
da na última sexta-feira, no Banco
Francês, em Vitória.
Contato
O homem que se identificou como
membro da OPTI e autor da bomba
que explodiu em A GAZETA tentava,
desde domingo à noite, manter contato
com a imprensa eficourevoltado ao ver
que ninguém acreditava no que dizia.
Ontem a tarde, pouco antes da explosão
ele tentou um novo contato telefônico
com uma das repórteres da editoria de
Geral e disse que daria "um sinal" de
sua passagem pelo prédio. Cerca de 20
minutos depois ocorria a explosão. E
menos de quinze minutos após ligou de
novo para pergun^r se acreditavam en-
tão no que dizia, insistindo em manter
contato com um repórter.
Após alguns entendimentos, nos
quais constava que o repórter não dete-
ria avisar à Policia nem levar fotógrafo,
foi marcado um encontro na Avenida
Beira-Mar, que aconteceu às If horas.
O homem se dizia egípcio e ter 32 anos e
- * % : ' #
\ , f
iHp
explicou que a Organização para o Ter-
rorismo Internacional não pretende ma-
tar ninguém, mas tão-somente chamar a
atenção do governo brasileiro para os
problemas de miséria e fome da popula-
ção. "Não aceitamos que um pais tão
rico como o Brasil deixe seu povo viver
numa situação de tanta miséria", disse.
E acrescentou: "Não temos objetivo
político ou religioso, aliás não acredita-
mos que religião salve alguém. O que a
humanidade precisa é de boa qualidade
de vida, uma vida sem fome, sem neces-
sidade. Ninguém pode viver com o salá-
rio que se paga no Brasil".
"Traição »»
Depois de afirmar que a organização
foi "traída" por alguns jornalistas de
outros órgãos da imprensa nacional,
que preferiram dar o crédito da explo-
são do memorial de Volta Redonda a
entidades políticas ou paramilitares ape-
sar de terem sido avisados antes, o ter-
rorista fe% questão de deixar bem claro
que os atentados vão continuar, até que
o Governo brasileiro se sensibilize da
necessidade de dar mais atenção aos
problemas do povo. "Vamos mostrar o
que somos capazes de fazer. Não vamos
machucar ninguém, mas é melhor que
prestem atenção em nós".
Sempre vigiando muito os movimen-
tos do repórter e a todo momento mani-
pulando uma caixa de fósforo onde dis-
se que havia uma cápsula de cianureto e
um pequeno explosivo plástico, o ho-
mem avisava que não adiantava a polí-
cia chegar, porque em caso de traição
do repórter poderiam morrer os dois.
Após mais de 30 minutos de conversa,
ao se despedir do repórter, ele disse que
se a matéria não fosse publicada poderia
agir novamente colcaudo bombas em
outros locais de Vitória.
J
 # ^ - 2 4 à-Orra & ? _ "froM*A A^a F^R.VM 3f C^w C ^ 2>/f ?/WAd/^
llcC A GAZETA i-.
sH-KH ICIA C\?

Bomba explode em Fórum depois de

soube atribuir o atentado a qualquer fac-
Os moradores próximos se ção. Revelou que, antes de liberar os qua-
tro acusados da morte de José Machado,
assustaram com a recebeu telegramas de várias partes do
explosão, mas preferiram País, inclusive, um do Movimento dos
não sair de casa Sem-Terra do Paraná, contendo ameaça
de invasão ao Fórum.
inteiioi e supenoi do kow.u, lançando os
estilhaços a uma distância de 10 metros. O
perito Cícero acrescentou que a bomba po-
deria ter matado uma pessoa, que se en-
contrasse na parte de baixo do prédio. A
PM enviou agentes do Serviço Secreto para
realizar diligências.

Linhares (Sucursal) — Uma bomba ex-
)lodiu ontem de madrugada na porta do
:
órum de Conceição da Barra, quebrando
'idraças e provocando rachaduras no pré-
lio. A explosão ocorreu por volta das
ih30m e também atingiu uma residência si-
uada na Avenida Mário Vello Silvares, em
rente ao Fórum. A vidraça do pequeno
>ratório da casa foi destruída. Nenhum
;rupo.assumiu a autoria do atentado.
A explosão ocorreu 48 horas após a jui-
:a Victória Consuelo de Lima relaxar a pri-
ão de quatro trabalhadores rurais acusa-
los de participação no assassinato do fa-
endeno José Machado Neto e do PM Scr-
po Narciso da Silva, a cinco de junho, em
>edro Canário, e quatro dias depois de ar-
ombamento da sede da Comissão Pasto-
al ua Terra (CPT), no Bairro Sernambi,
>ão Mateus.
Para moradores da cidade, o incidente
stá vinculado à onda de violência no Nor-
e do Estado em consequência do confron-
o entre a UDR e o Movimento dos Traba-
hadores Rurais Sem-Terra, que, no pri-
meiro semestre deste ano, resultou em qua-
ro mortes: do produtor José Machado, do
'M Sérgio Narciso, além dos sindicalistas
ferino Sossai e Paulo Damião Tristão, o
'tirinha, ligados a Igreja e aos Movimen-
)s Populares.
A juíza Victona Consuelo de Lima não
Disse não temer qualquer tipo de amea- Ameaça i
ça. Ontem mesmo, a juíza solicitou à Polí-
cia Militar o envio de soldados para guar- A explosão da bomba coincindiu tam-
necerem as dependências do Fórum. No bém com as ameaças de morte sofridas,
início do ano, o prédio foi arrombado por nos últimos dias, pela família do fazendei-
desconhecidos que levaram diversas armas. ro José Machado. As filhas do produtor
Por causa do incidente, o Fórum recebeu procuraram, no início da semana, a juíza
segurança durante algum tempo, mas, logo Victória Consuelo e solicitaram garantias
depois, a vigilância foi afrouxada. de vida. Ontem, a juíza revelou que entra-
ria em contato com o comando da PM pa
Explosão ra solicitar segurança para família do
fazendeiro.
A explosão da bomba assustou os mo- O padre Domingos, vigário de Concei-
radores da cidade, mas ninguém se atreveu ção da Barra, considerou o atentado "um
ir a rua para ver o que estava acontecendo. ato de estupidez que não conduz a nada".
Moradores da Bugia e da Favica, distantes Lamentou o recrudescimento da violência
cerca de dois quilômetros do Centro, ouvi- no Norte do Estado e revelou que está sen-
ram o barulho da detonação. O capitão da do ameaçado de morte, mesmo não sendo
Marinha José Ribamar Júnior disse que o ligado à UDR e nem ao PT. "Estou sendo
estrondo foi semelhante à explosão de um acusado de todos os lados. Há quem diga
bujào de gás. Uma hoteleira comparou o que incentivo a invasão de terras e também
barulho à explosão de um transformador há quem afirme que sou simpatizante da
de rede elétrica. UDR. Minha causa é a Igreja e, na verda-
A perícia não conseguiu precisar o tipo de, quero apenas que a paz volte a reinar
de explosivo utilizado. A perita Sheila ga- na região".
rantiu que o petardo é de baixo teor explo- O delegado de Conceição da Barra,
sivo, embora pudesse ter avariado a estru- Walter Barcelos, abriu, ontem, inquérito
tura do Fórum, se explodisse no interior do para apurar as causas do atentado. A dele-
prédio. Lia foi auxiliada pelo perito Cíce- gacia Regional de Linhares, Zoraydes Isa-
ro. Os policiais não conseguiram encontrar bel Duboc, esteve ontem em Conceição da
o estopim. Barra e confirmou sua participação nas
A bomba destruiu a^ vidraças da parte apurações.
>MftA h^ FoRüA! 1>Ç <L&*s C e-yC^fS 7>/í t/WAà/c-

A GAZETA VITÓRIA (ES), SENTAI EiKA, 25 DE AGOSTO DE i

de em Fórum depois de ameaças ajuíz

uir o atentado a qualquer fác- inlciiüi e supenoi do Fóiutit, lançando os
il que, antes de liberar os qua- estilhaços a uma distância de 10 metros. O
s da morte de José Machado, perito Cícero acrescentou que a bomba po-
legramas de várias partes do deria ter matado uma pessoa, que se en-
sive, um do Movimento dos contrasse na parte de baixo do prédio. A
do Paraná, contendo ameaça PM enviou agentes do Serviço Secreto para
ao Fórum. realizar diligências.
ão temer qualquer tipo d: amea- Ameaça
rnesmo, a juíza solicitou à Polí-
o envio de soldados para guar- A explosão da bomba coincindiu tam-
s dependências do Fórum. No bém com as ameaças de morte sofridas,
no, o prédio foi arrombado por nos últimos dias, pela família do fazendei-
idos que levaram diversas armas, ro José Machado. As filhas do produtor
do incidente, o Fórum recebeu procuraram, no início da semana, a juíza
durante algum tempo, mas, logo Victória Consuelo e solicitaram garantias
vigilância foi afrouxada. de vida. Ontem, a juíza revelou que entra-
ria em contato com o comando da PM pa-
Explosão ra solicitar segurança para família do
faztíHeiro.
são da bomba assustou os mo- O padre Domingos, vigário de Concei-
cidade, mas ninguém se atreveu ção da Barra, considerou o atentado "um
ra ver o que estava acontecendo. ato de estupidez que não conduz a nada".
s da Bugia e da Favica, distantes Lamentou o recrudescimento da violência
ois quilômetros do Centro, ouvi- no Norte do Estado e revelou que está sen-
lho da detonação. O capitão da do ameaçado de morte, mesmo não sendo
osé Ribamar Júnior disse que o ligado à UDR e nem ao PT. "Estou sendo
oi semelhante à explosão de um acusado de todos os lados. Há quem diga
gás. Uma hoteleira comparou o que incentivo a invasão de terras e também
explosão de um transformador há quem afirme que sou simpatizante da
trica. UDR. Minha causa é a Igreja e, na verda-
cia não conseguiu precisar o tipo de, quero apenas que a paz volte a reinar
vo utilizado. A perita Sheila ga- na região".
o petardo é de baixo teor explo- O delegado de Conceição da Barra,
ra pudesse ter avariado a estru Walter Barcelos, abriu, ontem, inquérito
rum, se explodisse no interior do para apurar as causas do atentado. A dele-
a foi auxiliada pelo perito Cíce- gacia Regional de Linhares, Zoraydes Isa-
iciais não conseguiram encontrar bel Duboc, esteve ontem em Conceição da
Barra e confirmou sua participação nas
ba destruiu as vidraças da parte apurações.

10'A TRIBUNA
FALANGE SEQUESTRA DEPUTADO
Os sequestradores na varanda com CeoNn. saindo do prédio a no carro blindado
Família vsve 14 horas de medo-n
7 Aoroj — bando toma de assalto 0
prédio após dominar o deputado Pedro
Ceolin e o exportador de r a f é j n â o Bosco e
começa a saquear os ires Apartamento*, a
partir do V andar
I0ht2 •— o gerente da firma C a f r r n .
Waldcmar Zampter, cujo casal de filhos foi
rendido no apartamento 20I entra cm
contato com a Policia M i l i t a r
10h20 — chegam à rua l.udwick Ma-
cal duas guarnições, interditando o local.
I0H3Í — chegam mais quatro viatu-
ras e todos o.i andares do prédio, com exce-
ção do primeiro, onde as vitimas estavam
dominadas, sío invadidos por atiradores de
elite, o mesmo aconiecendo com terraços
de prédios vizinhos
I0h40 — chegam os agentes da Polí-
cia Federa), que não entram no prédio de-
vido à presença no local da P M
IlhOO — o chefe do bando, que aten-
dia pelo apelido de Carioca ou Franco ini-
cia a negociação com o diretor administra-
tivo da Telest, Francisco Junger, e exige
um carro blindado, que c logo providencia-
do
I1H05 — o filho do deputado Ceolin.
Pl.ít ido Domingos, sai com um dos seques
dadores t o m destino a agências do Banes
' lei pata recolher as duas parcelas de N C z l
íflfl mil exigidos para o resgate
I2H20 — chegam ao local os párocos
d,i Igreja Santa Rua de Cássia, l.indolivo
Soarei e Romualdo M a r t t n u c i . 60.
I2h.10 — o comandante do Policia-
mento Metropolitano, coronel W l l l i i Jun*
quilho, c n coronel Freire chegam ao local
p.ir.t m u i nova rodada de negociações
13 hnrnx - n t olimel Junqiulho con
-.. gne t hegnt .i sacada dn prédio c i onversa
com o líder dos sequesliadores. que exige a
retirada dos policiais r la/, a primeira
imeaça inalar uma das crianças e jogá-la
pela [anela, se não forem afastados os poli-
• iaia do loi ai
I3h05 — chega o carro da Minas For
lc que. por exigência dos sequestradores, c
i nlocarlo na entrada do prédio
13h09 — um policial sai do prédio e
la/ sinal com o polegar indicando que as
negociações não evoluíram.
13h20 — chega ao lotai o secretário
da Justiça, Sandro C h a m o n , que se oferece
para ser trotado pelos reféns Sua prnposla
iiàn foi sequer levada ao conhecimento dos
seqüestradores
IShii — chegam ,io local o superin
tendente de Políeis Indiciária Carlos l.u
SEQUESTRO
chi, e o delegado Jorge Mcyer, que come
çam a participar das negociações postado;
em frente ao prédio
13h40 — o líder do bando exige, pui
telefone, que o diretor da Telest Lobo Jun-
ger providencie uni helicópiero
13K42 — chega ao local o j u i / . Anuiu
Abiguenem. Ele »c nega a dar entrevistas '.
começa a participar das negociações
13H45 — é feito um contato com o se-
cretário de Segurança Pública, coronel
Luí» Sérgio A u r i c h , que pede 5 minutos de
tempo para entrar cm contato com a Casa
Militar
13h55 — o deputado Ceolin nova
mente é levado à varanda, dá adeus para as
pessoal t pede calma.
14hl5 — o helicóptero sobrevoa o
bairro Jardim da Penha e segue para o ae-
roporto e depois para a área da Vitoriawa-
gen, em Ca rapina
I4h20 — novamente os bandidos che-
gam com o deputado na varanda do pri-
meiro andar e ameaçam atirar em que pas-
sar em frente ao prédio e pedem para a
área ser evacuada.
!4h30 — são liberados os primeiros
I4H40 — os bandidos saem tio prédio
e entram no carro forte levando o deputa-
do, o fotógrafo de A Tribuna r.dson Rome
ro Mendonça e o exportador de café João
Bosco Meneghclli
14h41 — i.l na avenida Uanlc Miche
l i n i , um dos seqüestradores que segurava o
deputado Ceolin pelo pescoço dá dois uros
para o ar
Hh.ll) — vários agenlcs da Polícia h
ileral chegam ao aeroporto de Goiabeiras,
enquanto que outros com a Polícia M i l i -
tar, continuam seguindo os sequestradores
15h40 — tis seqüestradores chegam ao
planalto de Carapina e exigem que os jor
nalislas fiquem próximo ao helicóptero e o
carro blindado
15h45 — depois de libertar o fológra
fo e o exportador de café, os bandidos le-
vantam vôo cm direção ao norte Depois de
sobrevovar i região de Manguinhos, retor-
nam tomando o rumo do Rio de Janeiro
18h05 — os três seqüestradores aban-
donam o deputado Ceolin. o piloto Carlos
Kduardo Vintena c o mecânico de bordo na
Barra da Tijuca.
21h20 — o quarto seqüesiradoi libei
ia o filho do deputado Ceolin, Plácido em
Copacabana
A família do
deputado li
deral Pedro
Cenlin (PM.)
s i\ cu tintem
14 horas dt
i.ih\.i depois
que quatro
b.llitlltliis iii
\ ,t il ) l .1 lli
edilTi lo M a c
tos Vinícius
na m a l . i i i l
wick Matai,
c m J a r d i m da
Penha, íazen
d o I 7 pessoas
de reféns
E n t r e os
reféns esta-
vam quatro
crianças e o
deputado Ir
deral Pedro
Ceolin (PFL),
q u e foi levado
de helicóptero
e abandonado
às 18 horas na B a r r a d a T i -
j u c a , no R i o , depois de pa-
gar u m resgate de N C z $
400 m i l aos sequestradores
Para d e i x a r e m o pré-
d i o , três dos q u a t r o seqües-
tradores — u m havia saído
per volta das 11 horas c o m
o filho tio d e p u t a d o C e o l i n ,
Plácido C e o l i n , para ir a
duas agências d o Banestes
pegar N C z $ 200 m i l e m ca-
da — l e v a r a m , além d o
parlamentar, o exportador
de café J o ã o Bosco M e n e -
guelli e o f o t ó g r a f o R o m e r o
Sequestro começou na portaria
L o g o depois que os se-
qüestradores se f o r a m c o m
os reféns todos os m o r a d o -
res saíram do edifício M a r -
cos V i n í c i u s , na r u a L u d -
WÍC M a t a i , e f o r a m para
(usa de a m i g o s , em J a r d i m
da Penha M o r a d o r e s de
prédios v i z i n h o s e parentes
das v í t i m a s c o n ; a v a m o
que sabiam sobre o assalto
Segundo a c u n h a d a d o
e x p o r t a d o r de café J o ã o
Hosto M e n e g u c l l i , os se-
qüestradores c h e g a r a m n o
p r é d i o e x a t a m e n t e às 7 ho-
ras, q u a n d o o vigia da m u
ie já estava sentado sobre a
m i l í c i a , a g u a r d a n d o o co
lega que iria r e n t l f - l o . D o i s
homens c h e g a r a m n o por-
tão c p r o c u r a r a m pelo de-
p u t a d o federal Pedro Ceo-
lin (PFL).
VIGIA
O v i g i a falou que o de-
p u t a d o a i n d a não havia
acordado e os dois homens
p e r g u n t a r a m se p o d e r i a m
a g u a r d a r e c o n t i n u a r a m na
calçada, p r ó x i m o ao por
tão M i n u t o s depois descia
do p r é d i o o e x p o r t a d o r de
VITÕRIA-tS-SABADO-
tmnitii 0e Jttitiò
Mendonça, < t< I Tribuna
Hostil c R t i i i u i • I "
, .nu abandonados c m C a
rapina logo depois O filho
,it d e p u t a d o só foi ,illandi
nacli • às 11 h2fl c m ( I n p a t ,i
bana, i i " K m . c entrou cm
, ,)iii,ii" i oiii a família, cm
V i t ó r i a , t r a n q ü i l i z a n d o ,i
imitis tjiit t e m i a m que
sequestro tiveste o u t r o dei
fecho
INVASÃO
Oi seqüestradores
c h e g a r a m no p r é d i o por
volta das 7 horas e dois de-
les p e r g u n t a r a m ao v i g i a
pelo d e p u t a d o C e o l i n L o
go em seguida, q u a n d o o
p a r l a m e n t a r descia c o m o
e x p o r t a d o r de café J o ã o
Bosco, f o r a m avisados que
se t r a t a v a de u m assalto
Depois de r e n d e r e m
todas as pessoas — o p r é d i o
t e m u m a p a r t a m e n t o por
a n d a r — e c h e g a r e m ao
a p a r t a m e n t o do d e p u t a d o
C e o l i n , os seqüestradores
c o m e ç a r a m a negociar c o m
o parlamentar e exigiram
N C z t 400 m i l
Por exigência dos c r i -
minosos, o deputado ligou
para duas agências d o Ba-
nestes — seus endereços
não f o r a m d i v u l g a d o s — c
conversou diretamente
c o m os gerentes a u t o r i z a n -
do e n t r e g a r ao seu filho
Plácido D o m i n g o s o d i -
café João Bosco M e n e g u e l -
l i , m o r a d o r do 3 o a n d a r , e
Pedro C e o l i n , d o I o . O
edifício M a r c o s Vinícius
tem três apartamentos,
sendo u m por a n d a r
L o g o que o d e p u t a d o
chegou d o lado de f o r a . o
vigia faiou que os dois ho-
mens o a g u a r d a v a m e,
q u a n d o foi atendê-los n o
p o r t ã o , os seqüestradores
disseram que era u m assai
t o , sacando de revólveres
O u t r o s d o i s , que estavam
escondidos atrás d o m u r o .
apareceram armados do
m e t r a l h a d o r a e pistola
O vigia, o deputado e
João Bosco e t a m b é m o vi-
gia que i r i a render seu cole-
ga c chegou na h o r a , f o r a m
levados p a r a o terceiro a n -
dar, onde estava E l i z a b c t h
M e n e g u c l l i e os três filhos,
menores de 6 anos. V á r i o s
objetos f o r a m q u e b r a d o s
na casa, mas nada foi leva-
d o , segundo i n f o r m o u a
cunhada de J o ã o Bosco,
que não quis se i d e n t i f i c a r
A m a n i c u r e de Kliza
b e t h , de n u m e G r a ç a , que
está g r á v i d a de o i t o meses.
€— T ' /
A família do
deputado federal
Pedro Ceolin
pagou 400 mil
pe/r resçjte
ih, dividido
iguais
\s I I horas, Plácidi
tlei n tpartamento en
ihi.i th .no tios >t
ulules no l.s, or
XR- vinho GM-5093 ' I
m o v i m e n t o foi o b l c r v a d i
por u m v i z i n h o d o p r é d i o
que logo e n t r o u e m contato
c o m ,i Polícia M i l i t a r I m c
t l i a t a m e n t e a área l o i cerca-
da e c o m e ç a r a m as nego
ciaçSes
Por solicitação d o pró
p n o d e p u t a d o C e o l i n . che
gou ao loca] seu a m i g o , i
d i r e t o r a d m i n i s t r a t i v o d,i
T e l e s t , Francisco J u n g e r
q u e atendeu à p r i m e i r a exi
gência dos seqüestradores,
q u e ( o r a m logo avisando
q u e e r a m integrantes da
Falange V e r m e l h a e, por
l a n t o , profissionais
m a r a m a i n d a que não esta-
Afír
v a m dopados
A p r i m e i r a exigência,
logo p r o v i d e n c i a d a , foi u m
c a r r o b l i n d a d o , q u e foi
conseguido j u n t o à M i n a s
F o r t e e, a p a r t i r daí.
seguiram-se o u t r a s nego-
ciações a c o m p a n h a d a s de
m u i t a tensão até às 14h55.
q u a n d o f o r a m soltos os p r i -
meiros reféns: a m a n i c u r e
G r a ç a e q u a t r o crianças
chegou n o a p a r t a m e n t o r
t a m b é m foi r e n d i d a e todos
f o r a m k v a d o i p a r a o se-
gundo andar, onde mora a
f a m í l i a Z a m p i e r r e , sendo
que estavam em u>sa os ir
mãos J o ã o C a r l o s e V i l z a ,
ambos maiores, e a
empregada
D a l i todos f o r a m para
o apartamento do deputado
Pedro C e o l i n e colocados
no b a n h e i r o da residência
L o g o Pedro C e o l i n e n t r o u
em contato com o sobrinho
Ronaldo Ceolin. pedindo
que ele fosse sozinho ao seu
a p a r t a m e n t o , o q u e acoute
( c u m o m e n t o s depois
N a casa do d e p u t a d o
estava a filha V â n i a , u m a
c r i a n ç a , o filho P l á c i d o D o -
mingos Ceolin e a nora Ja
n i n e , que r e t o r n a r a m na
ú l t i m a q u a r t a - f e i r a de u m a
v i a g e m de l u a - d e - m e l , pois
se casaram há 15 dias A
m u l h e r de Pedro C e o l i n .
A l a i r C e o l i n , nada sabia o
i hegtiu a V i t ó r i a proceden-
te de Brasília às 15 horas,
q u a n d o foi colocada a par
dos a c o n t e u m e n n i o s
^WWMBWM