Aula on-line dia 28/10/2020 (quarta-feira).

Profa . Ana Peron; apperon@icmc.usp.br

Conteúdo
1 Regra da Cadeia 1
1.1 Função (real) de várias variáveis composta com Curva . . . . . . 1
1.2 Função (real) de várias variáveis composta com Função (vetorial)
de várias variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Derivação implı́cita 6
2.1 Teorema da Função Implı́cita, caso f (x, y) = 0 . . . . . . . . . . 7
2.2 Teorema da Função Implı́cita, caso f (x, y, z) = 0 . . . . . . . . . 8

1 Regra da Cadeia
Em Cálculo 1: Se f e γ são funções diferenciáveis (deriváveis), então
d
(f ◦ γ)(t) = f 0 (γ(t))γ 0 (t)
dt
ou, escrevendo y = f (γ(t)) na forma y = f (x) onde x = γ(t) temos
dy df dγ dy dx
= f 0 (γ(t))γ 0 (t) = (γ(t)) (t) =
dt dx dt dx dt

1.1 Função (real) de várias variáveis composta com Curva

Se
• γ : Dγ ⊆ R → Rn é uma curva
• f : Df ⊆ Rn → R com Im(γ) ⊆ Df é uma função de várias variáveis
• t0 ponto interior de Dγ
• p = γ(t0 ) ponto interior de Df
• γ é diferenciável em t0 , i.e.,
γ(t) − γ(t0 )
∃ lim = γ 0 (t0 )
t→t0 t − t0

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 • f é diferenciável em p = γ(t0 ), i.e.,
f (x) − f (γ(t0 )) − ∇f (γ(t0 )) · (x − γ(t0 ))
lim = 0,
x→γ(t0 ) kx − γ(t0 )k
então:
(f ◦ γ)0 (t0 ) =

f (γ(t)) − f (γ(t0 ))
= lim
t→t0 t − t0
 
f (γ(t)) − f (γ(t0 )) − ∇f (γ(t0 )) · (γ(t) − γ(t0 )) + ∇f (γ(t0 )) · (γ(t) − γ(t0 ))
= lim
t→t0 t − t0

f (γ(t)) − f (γ(t0 )) − ∇f (γ(t0 )) · (γ(t) − γ(t0 )) kγ(t) − γ(t0 )k
= lim +
t→t0 kγ(t) − γ(t0 )k t − t0

γ(t) − γ(t0 )
+ ∇f (γ(t0 )) ·
t − t0
γ dif.,cont.
= 0(±kγ 0 (t0 )k) + ∇f (γ(t0 )) · γ 0 (t0 )
f dif.

= ∇f (γ(t0 )) · γ 0 (t0 )

(f ◦ γ)0 (t0 ) = f 0 (γ(t0 )) · γ 0 (t0 )

Teorema 1.1. Nas condições anteriores, se γ é diferenciável em t0 e f é dife-
renciável em p = γ(t0 ), então
F := f ◦ γ : Dγ ⊂ R → R é diferenciável em t0 e vale

F 0 (t0 ) = (f ◦ γ)0 (t0 ) = ∇f (γ(t0 )) · γ 0 (t0 )

n = 2: z = f (x, y); γ(t) = (x(t), y(t)): x = x(t) e y = y(t) temos:

dF ∂f dx ∂f dy
(t) = (x(t), y(t)) (t) + (x(t), y(t)) (t)
dt ∂x dt ∂y dt

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 • Exemplo: Seja F = f (x, y), onde x = t3 , y = e2t e f é uma função
dF
diferenciável dada. Calcule F 0 = .
dt

1.2 Função (real) de várias variáveis composta com Função (veto-

rial) de várias variáveis
Se (m, n ≥ 1)
• g : Dg ⊆ Rm → Rn é uma função de várias variáveis a valores vetoriais
• f : Df ⊆ Rn → R, com Im(g) ⊆ Df , é uma função de várias variáveis a
valores reais
• p0 é ponto interior de Dg
• p = g(p0 ) é ponto interior de Df
• g é diferenciável em p0
• f é diferenciável em p = g(p0 ),
então F := f ◦ g : Dg ⊂ Rm → R é diferenciável em p0 e vale

F 0 (p0 ) = (f ◦ g)0 (p0 ) = f 0 (g(p0 ))“ ” g0 (p0 )

Entendendo que:

f : Df ⊆ Rn → R, f = f (x1 , . . . , xn )

g : Dg ⊆ Rm → Rn , g = g(u1 , . . . , um ) = (g1 (u1 , . . . , um ), . . . , gn (u1 , . . . , um ))

F = f ◦ g : Dg ⊂ Rm → R, F = F (u1 , . . . , um )
 
∂F ∂F ∂F
F 0 (p0 ) = ∇F (p0 ) ∼
= (p0 ) . . . (p0 ) . . . (p0 )
∂u1 ∂uk ∂um 1×m

 
∂f ∂f ∂f
f 0 (g(p0 )) = ∇f (g(p0 )) ∼
= (g(p0 )) . . . (g(p0 )) . . . (g(p0 ))
∂x1 ∂xj ∂xn 1×n

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  
 ∇g1 (p0 ) 
 .. 

 . 

g0 (p0 ) = (g10 (p0 ), . . . , gn0 (p0 )) ∼
 
= ∇gj (p0 )  , onde
 .. 

 . 

 
∇gn (p0 )
n×m

∂g1 ∂g1 ∂g1

   
∇g1 (p0 ) (p0 ) · · · (p0 ) · · · (p0 )
   ∂u1 ∂uk ∂um 
 ..   .. .. .. 

 . 


 . . . 

   ∂gj ∂gj ∂gj 
∇gj (p0 )  :=  (p0 ) · · · (p0 ) · · · (p0 )
  
∂u1 ∂uk ∂um
  
 
 ..   

 . 
 



   ∂gn ∂gn ∂gn 
∇gn (p0 ) (p0 ) · · · (p0 ) · · · (p0 )
n×m ∂u1 ∂uk ∂um n×m

chamada Matriz Jacobiana

Portanto a operação “ ” é produto de matrizes e F 0 (p0 ) é representada

por uma matriz de ordem 1 × m cuja i-ésima coluna é dada por

∂F ∂f ∂g1 ∂f ∂gj ∂f ∂gn

(p0 ) = (g(p0 )) (p0 )+. . .+ (g(p0 )) (p0 )+. . .+ (g(p0 )) (p0 ).
∂u1 ∂x1 ∂u1 ∂xj ∂u1 ∂xn ∂u1

[ Lembre : F (u1 , . . . , un ) = f (g1 (u1 , . . . , um ), . . . , gn (u1 , . . . , um )) ]

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 n, m = 2: f = f (x, y), g(u, v) = (g1 (u, v), g2 (u, v))

f (g(u, v)) = f (g1 (u, v), g2 (u, v)) = F (u, v)

f = f (x, y), x = g1 (u, v) e y = g2 (u, v) =⇒ f = F (u, v)

∂F ∂f ∂x ∂f ∂y
(u, v) = (g(u, v), h(u, v)) (u, v) + (g(u, v), h(u, v)) (u, v)
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
e
∂F ∂f ∂x ∂f ∂y
(u, v) = (g(u, v), h(u, v)) (u, v) + (g(u, v), h(u, v)) (u, v)
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v

• Exemplo: Seja F (u, v) = f (ue2uv , 2v − u), onde f é uma função dife-

∂F
renciável dada. Calcule .
∂u

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2 Derivação implı́cita
A função y = g(x) é definida implicitamente pela equação f (x, y) = 0
quando
f (x, g(x)) = 0, x ∈ Dg .

Em Cálculo 1: y = g(x) tal que y 2 + 2xy 3 = 0, y 0 =?:

0 3 2 0 −2y 3 0
2yy + 2y + 6xy y = 0 =⇒ y = , desde que 2y + 6xy 2 6= 0
2y + 6xy 2

Agora também podemos usar a Regra da Cadeia para funções de várias

variáveis: se f e g são funções diferenciáveis e

F = f (x, y), x = x y = g(x), f (x, g(x)) = 0, x ∈ Dg .

Então,
d
[f (x, g(x))] = 0
dx

dF ∂f dx ∂f dy ∂f ∂f 0
= + = + g (x) = 0,
dx ∂x dx ∂y dx ∂x ∂y
o que implica

dy fx (x, g(x))
y 0 = g 0 (x) = =− , desde que fy (x, g(x)) 6= 0.
dx fy (x, g(x))

f (x, y) = y 2 + 2xy 3 = 0, y = g(x), y 0 =?:

fx (x, y) = 2y 3 fy (x, y) = 2y + 6xy 2

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 Se z = g(x, y) é tal que f (x, y, z) = 0, onde f e g são funções diferenciáveis,
então:
∂z
=??
∂y

F = f (x, y, z), x = x, y = y, z = g(x, y), f (x, y, g(x, y)) = 0

∂
[f (x, y, g(x, y))] = 0
∂y

∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z ∂f ∂f ∂z
+ + = + = 0,
∂x ∂y ∂y ∂y ∂z ∂y ∂y ∂z ∂y
o que implica

∂z fy (x, y, g(x, y))

=− , desde que fz (x, y, g(x, y)) 6= 0.
∂y fz (x, y, g(x, y))

2.1 Teorema da Função Implı́cita, caso f (x, y) = 0

Sejam
• D ⊂ R2 um conjunto aberto
• f = f (x, y) uma função de classe C 1 (D)
• (a, b) ∈ D tal que f (a, b) = 0.
Se
∂f
(a, b) 6= 0,
∂y
então exitem intervalos abertos I e J tais que
• a∈I eb∈J
• para cada x ∈ I existe um único g(x) ∈ J com f (x, g(x)) = 0.
Além disso, a função g : I → J é diferenciável e vale
fx (x, g(x))
g 0 (x) = − , x ∈ I.
fy (x, g(x))

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2.2 Teorema da Função Implı́cita, caso f (x, y, z) = 0
Sejam
• D ⊂ R3 um conjunto aberto
• f = f (x, y, z) uma função de classe C 1 (D)
• (a, b, c) ∈ D tal que f (a, b, c) = 0.
Se
∂f
(a, b, c) 6= 0,
∂z
então exitem uma bola aberta B e um intervalo aberto J tais que
• (a, b) ∈ B e c ∈ J
• para cada (x, y) ∈ B existe um único g(x, y) ∈ J com f (x, y, g(x, y)) = 0.
Além disso, a função g : B → J é diferenciável e vale
fx (x, y, g(x, y)) fy (x, y, g(x, y))
gx (x, y) = − , gy (x, y) = − , (x, y) ∈ B.
fz (x, y, g(x, y)) fz (x, y, g(x, y))

• Exemplo:
A equação y 3 + 2xyz 5 + x2 + z = 4 define implicitamente alguma função
diferenciável z = g(x, y)?
∂z
Se sim, expresse em função de x, y e z.
∂x

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