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PROTEÇÕES E ANALISE
DE FALHAS EM CIRCUITOS
COM AOPs
Neste capítulo, apresentaremos algumas técnicas de proteções para circuitos com AOPs que
permitem ao projetista aumentar a confiabilidade e a segurança de um sist ema no qual esses
circuitos se acham inseridos. Por outro lado, apresentaremos também alguns comentários e
procedimentos muito úteis quando se deseja pesquisar falhas ou defeitos em circuitos com
AOPs.
FIGURA 6 .1
Atualmente a maioria dos AOPs possui proteção interna contra curto-circuito na saída.
O AOP 741, por exemplo, apresenta essa proteção. Se consultrumos a folha de dados do fabri-
cante do AOP 741, encontraremos para a corrente de curto-circuito de saída u1n valor de 25
mA. O fabricante garante que a duração do curto-circuito de saída pode ser ili1nitada ou inde-
tenninada, desde que a capacidade de dissipação térmica do co1nponente não seja excedida
(31 Om W para o AOP 741 com encapsulamento plástico de 8 pinos e 500111 W para o encapsu-
la1nento metálico). Note que estamos falando da capacidade de dissipação térmica do compo-
nente e não da potência de consumo do mesmo, a qual é da ordem de 50mW (típico) sob
te1nperatura ambiente de 25ºC.
O AOP 709 não possui proteção interna contra curto-circuito na saída e, portanto, o
tàbricante recomenda a colocação de um resistor externo para essa finalidade.
2
6
FI G URA 6 .2
Essa é uma das mais importantes técnicas de proteção de AOPs. Se a polaridade das
tensões de alirnentação do AOP forem invertidas, o co,nponente ficará irremediavelmente
danificado. De fato, a inversão de polaridade significa polarizar incorretamente quase todos
os componentes que fazem parte do circuito interno do AOP. Isso irá provocar o apareci-
rnento de tensões e correntes internas não condizentes co1n o circuito, causando a sua des-
truição.
A Figura 6.3(a) (p. 150) nos 1nostra a fonna correta de proteger uni AOP contra uma
provável inversão de polaridade da fonte de alimentação. No caso de se ter uni banco de
AOPs alimentados por uma única fonte simétrica, poderemos utilizar o circuito da Figura
6.3(b). Em an1bos os casos os diodos são diodos retificadores comuns ( IN4001 ou outro
equivalente).
(a)
-Vcc
Fusível
FIGURA 6.3
Rt
v, a
Vo
R2 b
V2
DVM
R
/
Voltímetro digital
FI G URA 6 .4
Urna leitura muito alta na situação anterior indica algurn defeito no circuito, tais corno:
R 1 ou R2 en1 curto; Rr aberto; ou AOP com estágio diferencial de entrada danificado.
Em realimentação positiva, o circuito apresenta alto grau de instabilidade e, normal-
mente, a saída apresenta-se saturada. Nessa situação, a tensão diferencial de entrada é relativa-
1nente alta (da ordeu1de alguns volts). Assitn sendo, em u,n circuito realimentado positivamente,
se verificarmos que a tensão está muito baixa em relação a ±Vcc ou se encontrarn,os urn valor
de tensão rnuito baixo entre os tenninais de entrada, é bem provável que o AOP esteja danifi-
cado.
Finahnente, consideremos o AOP em operação com malha aberta. A análise de falhas é
aproximadamente idêntica à situação anterior. De fato, o AOP estará basicamente funcionan-
do co1110 comparador e a tensão de saída deverá estar sempre saturada em ULn valor positivo
próx.i1no a +Vcc (cerca de l V a menos) ou em um valor negativo próximo a -Vcc (cerca de
1 V a mais). Por outro lado, devido à inexistência do curto-circuito virtual, a tensão entre os
terminais de entrada é da ordem de alguns volts.
152
Á '
Existem alguns testes interessantes e eficazes para estabelecermos se um AOP está dani-
ficado ou não, quando este se acha inserido num sistema ou circuito de alto porte.
Considere1nos a Figura 6.5, na qual o AOP est,1 reali,nentado negativamente. Se fizer-
mos u,n curto-circuito entre os pontos a e b, garantindo, assi,n, un1 curto-circuito virtual,
deveremos ter aproxi1nadan1ente O (zero) volts na saída. Caso isto não ocorra, o AOP está
danificado. Esse teste é denominado teste de saída nula.
abrir o circuito
nCSIC ponto para
proteger o estágio
R1 seguinte
a
curto
circu.ito • b
R2
DVM
R3
--
FIGURA 6 .5
Outro teste importante é o denom.inado teste de ganho CC. A Figura 6.6 (p. 153) ilusu·a
o circuito necessário ao teste. Note que devere,nos abrir o circuito nos terminais de entrada e
saída de sinal para evitar interações dos estágios ante1ior e posterior ao estágio sob teste. Esse
teste é muito útil para determinar se um AOP está danificado, pois, nesse caso, surge uma
perda de ganho no sistema.
Medindo Vi e V0, o técnico pode estabelecer se o AOP está trabalhando corretamente,
pois deven1 existir a seguinte relação (já estudada no Capítulo 3):
Rr
V =--V·
o Ri 1
Outro teste muito in1portante, principalmente quando o AOP trabalha em CA, é o deno-
minado teste de retomo CC para terra. Sabemos que o AOP só pode trabalhar corretamente se
seu estágio diferencial estiver devidan1ente polaiizado, ou seja, deverá existir un1 caminho de
circulação livre para as correntes CC de polarização das entradas (IBr e ls2) para o terra. En1
circuitos com sinais CA costuma-se colocar capacitores para bloquear sinais CC e, nesse caso,
o técnico deve tomar cuidado para não interro,nper a circulação das correntes I.Bl e 102·
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PROTEÇOES E ANA LI SE DE FALHAS EM CIRCUITOS COM AOPs 153
circuito
aberto
circuito
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;
bateria
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IOKA, , _ _ ___.
1,5V
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OVM medirV0
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FIGURA 6.6
154 ELETRONICA ANA LOGICA: AMP LI FICADOR ES OPERACIONAIS E FILTROS ATI VOS
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PROTEÇOES E ANALISE DE FALHAS EM CIRCUITOS COM AOPs 155
Considerando que o sinal aplicado é detenninado pelo próprio técnico, torna-se fácil
para o 1nes1no prever os tipos de sinais a serem obtidos na saída de cada u1n dos estágios do
sistema e, por co1nparação, deduzir se um estágio apresenta ou não alguma falha.
Fizen1os uma análise geral dos proceditnentos norn1ais para pesquisar falhas e.111 circui-
tos e sistemas com AOPs. Contudo, nunca é demais acrescentar alguns procedimentos extras,
que o técnico pode aplicar de imediato antes de proceder a uma análise mais minuciosa do
defeito. Esses procedimentos são os seguintes:
l. Conferir a polaridade da alim.e ntação.
2. Conferir as conexões de todos os pinos.
3. Se o AOP estiver se aquecendo, verificar se a saída está curto-circuitada ou se a carga é
111uito alta (valor ôhmico baixo).
4. Se a saída de um amplificador (inversor ou não-inversor) estiver saturada, verificar se a
111alha de realimentação está abe1ta (Rr= oo) ou se o resistor de entrada está e1n curto (R 1
=0).
5. Verificar se o ten·a do sinal de entrada é o 1nes1no do AOP.
6. Verificar se a impedância de entrada do circuito não está muito baixa, comparada à
impedância de saída da fonte de sinal.
7. Se o AOP não possui proteção interna contra latch-up, verificar se a proteção externa foi
utilizada.
8. Verificar se as entradas têtn retorno CC para o terra.
9. Verificar a continuidade dos condutores.
10. Verificar se as pistas e pinos inetalizados da placa de circuito impresso não estão abertos
ou curto-circuitados.
11. Verificar todos os pontos de solda (solda fria).
Quais as prováveis falhas nu111 circuito con1 AOP quando o mesmo estiver se aquecen-
do?
Por que a ali111entação invertida pode danificar o AOP? Apresentar algumas razões,
baseando-se no circuito interno do integrado (ton1ar o CA 741 como exe111plo).
Supondo u111 amplificador não-inversor, detennine qual será o efeito sobre o nível de
tensão na saída, em cada uma das situações a seguir:
a) resistor de realimentação aberto
b) resistor de realimentação em curto
c) resistor de entrada aberto
d) resistor de entrada em curto
Qual o efeito sobre a saída de u,n amplificador inversor, caso a sua entrada não-inversora
esteja "flutuando"?
Onde se situa o ponto comum (terra ou referência) de u1n AOP aliinentado simeu·ica-
111ente? Justificar sua resposta.
Citar as características gerais do AOP e1n cada um dos seus u·ês 1nodos básicos de ope-
ração.
Citar os procedimentos que u1n técnico de 1nanutenção pode aplicar de itnediato antes
de proceder a urna análise 1nais minuciosa de um defeito em u1n circuito ou sistema com
AOP.
Citar alguns fatores ambientais que podem ser prejudiciais aos circuitos ou sistemas
eletrônicos.
Considerando uma usina hidrelétrica, citar pelo menos dois fatores a1nbientais prejudi-
ciais aos circuitos ou siste1nas de controle eletrônicos instalados próximos à mesma.
Citar algumas medidas preventivas ulilizadas como proteção contra os fatores ambien-
tais nocivos aos circuitos ou sisten1as eletrônicos.
PESQUISA - Faça u1na pesquisa sobre os efeitos das radiações eletro1nagnéticas nos
equipamentos eletrônicos e as formas de protegê-los. Você já ouviu tàlar em blindagem
eletromagnética ou e1n interferência eletromagnética? Provavelmente você encontrará
esses conceitos na pesquisa que irá fazer. Utilize a Internet.