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CURSO DE ELETRÔNICA - ANÁLISE DE CIRCUITOS – AMPLIFICADOR OPERACIONAL

INSTITUTO FEDERAL SUL-RIOGRANDENSE PELOTAS

CURSO TÉCNICO DE
ELETRÔNICA

ANÁLISE DE CIRCUITOS

PROF. JOSÉ CARLOS PEREIRA NOGUEIRA

AGOSTO DE 2009

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CURSO DE ELETRÔNICA - ANÁLISE DE CIRCUITOS – AMPLIFICADOR OPERACIONAL

AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
INTRODUÇÃO
Os amplificadores operacionais (amp ops ou A.O.) são amplificadores
lineares cujas características apresentam um alto ganho de tensão, alta
impedância de entrada e baixa impedância de saída. As características reais
deste componente se aproximam muito das características consideradas ideais
para um amplificador. Os amp ops são circuitos integrados (CIs) com
aplicações em diversos aparelhos eletrônicos como, por exemplo, em fontes de
alimentação estabilizadas, em conversores analógico digital, em geradores de
funções, em amplificadores de sinais, em instrumentação, em equipamentos
médicos, hospitalar, em circuitos de controle e em muitos outros. O nome
amplificador operacional surgiu de sua aplicação, ainda em circuitos com
componentes discretos, em computadores analógicos, onde realizavam
operações matemáticas, como a soma, a subtração, a multiplicação, a
integração e etc. A representação simbólica do amp op é apresentada na figura
1.

Figura 1.1
O amp op possui duas entradas para aplicação de sinais   e uma
saída para retirada do sinal amplificado . Uma das entradas defasa de 180o
o sinal que amplifica, a outra entrada amplifica, mas conserva a fase do sinal
de entrada. O sinal na saída  é a resultante amplificada dos sinais de
entrada . A entrada que defasa o sinal é chamada de entrada inversora e é
representada pelo sinal (−). A entrada que não defasa o sinal, é chamada de
entrada não inversora e é representada pelo sinal (+). Os terminais +VS e −VS
ou +VCC e –VCC ou simplesmente +V e –V, como às vezes são
representados, são os terminais de alimentação positiva e negativa possíveis
de serem aplicadas ao amplificador operacional.
Existem outros terminais, não representados nos símbolos da maioria
dos diagramas esquemáticos, que variam de componente para componente.
Por exemplo, a alimentação +VS e −VS muitas vezes não são representadas

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nos símbolos em diversos diagramas esquemáticos. Geralmente além dos


terminais básicos, entrada, saída e alimentação, o terminal somente é
representado para mostrar a função que está exercendo, quando esta é
necessária para o entendimento do funcionamento.
A Figura 1.2 mostra o circuito equivalente simplificado do amp op, onde
a impedância de entrada é representada por , a impedância de saída por 
e o ganho de tensão é representado por  .

Figura 1.2
A tensão na saída do amp op, , é a resultante do ganho do
amplificador,  , multiplicado pela tensão diferencial1 de entrada,   ,
ou seja:
    2 1
No caso  é um termo positivo porque é amplificado sem inversão de
fase, ou seja, conserva sua polaridade na composição de . O termo  é

1
Tensão diferencial e a soma algébrica dos  .
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negativo porque está aplicado à entrada (−), onde é amplificado e defasado de


180O, ou seja, aparece com polaridade oposta na composição de .

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CAPÍTULO 1
Neste capítulo alisaremos algumas características elétricas dos amp ops
e faremos uma rápida análise dos circuitos que compõem o CI.

I.I CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO AMP OP IDEAL

Características elétricas ideais são as características desejadas para


que um componente seja considerado perfeito. Devido ao alto desempenho
destes CIs, muitas de suas características elétricas são consideradas como
sendo ideais para a maioria dos estudos teóricos que envolvem este
componente. Algumas características consideradas ideais são:
- Resistência de Entrada   – infinita (∞);
- Resistência Saída  – nula (0);
- Ganho de Tensão em Malha Aberta    – infinito (∞);
- Rejeição de Rádio em Modo Comum  – infinito (∞);
- Banda Passante  – infinita (∞);
- Tensão e Corrente Offset    – nulas (0);
- Insensibilidade à Temperatura;
- Slew Rate (SR) – infinito (∞).
O circuito equivalente simplificado de um amp op ideal está
representado na Figura 1.3.
, resistência de entrada, é a resistência entre a entrada (−) e a entrada
(+).
→  ∞ . Indica um circuito aberto entre os terminais (−) e (+). Esta
característica é desejada para que não haja corrente nas entradas do amp op.
Não havendo corrente não haverá perda do sinal a ser amplificado (vs) e assim
  . Se  fosse finita, então  ≠ 0 e  < . As figuras 1.4 (a) e (b)
ilustram esta situação, onde a fonte de sinal está representada por um gerador
de sinal () em série com a sua resistência interna .

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Figura 1.3

→   0. Significa que no amp op não há resistência nem impedâncias nas


etapas que processam a amplificação do sinal (entre as entradas e a saída).
Com isto não haverá perda de sinal internamente.
→   ∞. Significa que qualquer valor de  aplicado a uma das entradas,
levará  ao máximo valor possível (ao valor ||).
→ CMRR = ∞. Significa que sinais em modo comum, aplicados
simultaneamente às entradas (−) e (+), são totalmente rejeitados. Sinais em
modo comum são sinais iguais, ou seja, têm mesma amplitude e fase.
→ BW = ∞. Significa que o amp op é capaz de amplificar sinais de !0"#; ∞"#!
ou seja é capaz de amplificar desde uma tensão contínua   0"# até um
sinal de   ∞"#.

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(a) Figura 1.4 (b)


→     0. Significa que com as entradas (−) e (+) ligadas à massa,
mesmo estando o amp op alimentado, não haverá corrente nestas entradas e a
tensão de saída, , será nula.
→ Insensibilidade à temperatura significa que o componente mantém suas

características mesmo sob temperatura variada.

→ SR = ∞. Significa que não há atraso entre o estímulo na entrada (aplicação


de ) e a resposta na saída (surgimento pleno de ).
Observação – As características elétricas consideradas ideais podem ser
usadas em muitas situações teóricas e até mesmo em práticas, mas situações
reais que exijam alto grau de precisão devem ser tratadas com as
características elétricas reais fornecidas pelo fabricante do componente.
As características elétricas reais de cada amp op são encontradas nos
datasheets (tabelas de dados) fornecidas pelos fabricantes dos componentes e
distribuídas em manuais impressos, CDs, Internet e etc. Quando queremos
projetar um circuito de muita precisão, é indispensável trabalhar com as
características elétricas reais do componente, mas para a maioria dos estudos
e aplicações poderemos usar as características elétricas consideradas ideais.

1.2 MODOS DE OPERAÇÃO


Nas inúmeras aplicações que o amp op pode ser usado, ele é
operado em uma das duas formas básicas apresentadas nas Figuras 1.5.
A Figura 1.5 (a) mostra a chamada operação em malha aberta, ou seja,
sem realimentação, pois não há ligação externa entre qualquer uma das
entradas e a saída. Nestas condições, o ganho de tensão em malha aberta,
 , é uma característica intrínseca do componente, determinada quando da

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sua fabricação e seu valor pode ser encontrado nos manuais (datasheets) dos
fabricantes. Para a maioria das aplicações, este valor, pode ser considerado
como sendo o ideal, ou seja, infinito (∞). Uma das aplicações do amp op em
malha aberta e na função de circuito comparador.

Figura 1.5
A outra forma básica de usar (de operar) o amplificador operacional é
em malha fechada. Nesta situação existe um elo de ligação externo ao amp op,
entre uma das entradas e a saída. Sempre que o amp op é usado em malha
fechada ele recebe uma realimentação. As Figuras 1.5 (b), (c) e (d) mostram o
amp op sendo usado em malha fechada, ou seja, com realimentação. No
caso das Figuras 1.5 (b) e (d) a realimentação está sendo feita através do
resistor R2 que permite o retorno, à entrada, de parte do sinal de saída. Na
Figura 1.5 (c) todo o sinal de saída está sendo reaplicado à entrada, nesta
situação o circuito é chamado de Buffer.
A realimentação pode ser feita de duas formas, negativa ou positiva. A
realimentação negativa é utilizada na maioria das aplicações com amp op e
se caracteriza por fazer parte da tensão de saída () retornar à entrada
inversora (-) e, portanto, defasada de 180o de . Esta situação está
representada na Figura 1.5 (b). Na Figura 1.5 (c) também temos um caso de
realimentação negativa criado pela ligação direta entre  e a entrada inversora

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do amp op. Nesta condição recebe a maior taxa de realimentação como será
visto mais adiante. Este circuito é chamado buffer e é usado principalmente
como acoplador entre estágios de impedâncias diferentes e como elemento
isolador entre dois circuitos. A Figura 1.5 (d) mostra o amp op recebendo uma
realimentação positiva, pois parte do sinal de saída (), é aplicado à entrada
não inversora (+). O sinal realimentado retorna em fase com  e, por isso,
chamada realimentação positiva. Este tipo de realimentação também tem
aplicação em circuitos comparadores e em circuitos osciladores com amp op.

1.3 O AMP OP REAL

Mesmo que para a maioria das aplicações o amp op possa ser


considerado ideal é importante, e às vezes necessário, conhecer suas
características elétricas reais. Existem muitos tipos de amp ops, diversos
fabricantes, tecnologias diferentes como CMOS, bipolar e BiCMOS. Sob vários
aspectos o desempenho dos amp ops fabricados segundo a tecnologia bipolar
são mais adequados às aplicações em sistemas integrados de muito larga
escala, VLSI. Para analisar as características reais de um amp op usaremos o
741 que é o mais popular CI deste tipo nos dias de hoje. O esquema interno do
amp op 741, apresentado na Figura 1.6, é do µA741 da Philips, embora não
haja grandes variações do amp op 741 fabricados por outras empresas.
Veja que este CI emprega uma grande quantidade de transistores,
alguns resistores e apenas um capacitor. Este fato é oriundo da filosofia de
economia na fabricação de componentes ativos e passivos em forma de CIs.
Pela Figura 1.6, vê-se que o amp op 741 consiste de três estágios que são:
(a) Amplificador diferencial na entrada;
(b) Amplificador intermediário de alto ganho;
(c) Amplificador reforçador na saída (buffer).
O amplificador diferencial é composto pelos transistores de Q1 a Q7 e é
polarizado pelos transistores de Q8 a Q10. Os transistores Q1 e Q2 formam um
circuito seguidor de emissor com função de elevar a resistência de entrada, ,
e entregar sinais diferenciais ao verdadeiro amplificador diferencial formado por
Q3 e Q4. Os transistores Q5, Q6 e Q7 e os resistores R1, R2 e R3 constituem
um espelho de corrente que apresenta uma carga de alta resistência para

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amplificador seguidor de emissor e converte o sinal diferencial em sinal simples


mantendo o ganho de tensão,  , e a rejeição em modo comum, ,
elevados. A saída do estágio diferencial é no coletor de Q6.
O amplificador intermediário é composto pelos transistores Q16, Q17 e
Q13 e pelos resistores R11 e R12. O transistor Q16 opera como seguidor de
emissor, dando uma alta resistência de entrada a este estágio. A alta
resistência do estágio possibilita a obtenção de alto de ganho de tensão. O
transistor Q17 está na configuração emissor comum e tem como carga a fonte
de corrente formada por Q13. Neste caso a fonte de corrente funciona como
uma carga ativa que permite alto valor de ganho de tensão sem ter que usar
alto valor de resistência que é uma situação complicada para ser
confeccionada numa pastilha, além de exigir uma fonte de alimentação de alta
tensão. A saída do estágio intermediário é no coletor de Q17.

Figura 1.6
O estágio de saída é formado pelo par complementar Q14 e Q20 e tem
como finalidade apresentar uma baixa resistência de saída, , e fornecer alta
corrente à carga com baixa dissipação de potência internamente no CI. O
transistor Q18, alimentado pela fonte de corrente formada por Q13, serve para
polarizar os transistores Q14 e Q20.
O capacitor de realimentação, de 30pF, que faz parte da realimentação
do segundo estágio, tem como finalidade fazer uma compensação de

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freqüência. As Figuras 1.7 (a) e 1.7(b) mostram, respectivamente, os gráficos


dos ganhos de tensão em função da freqüência considerando um amp op ideal
e o 741 respectivamente. Na Figura 1.7 (b) a queda uniforme do ganho de
tensão  de 20dBs/década de aumento na freqüência, mostrada na curva
do ganho em malha aberta em função da frequencia é causada pelo capacitor
de 30pF.

Figura 1.7(a)
Na Figura 1.7(b) são apresentadas as características DC do µA741 para
que possam ser comparadas com as características definidas como ideais.
Entre todas elas nota-se que há grande possibilidade de serem substituídas
pelas ideais, com uma margem de erro perfeitamente desprezível para a
maioria das aplicações. No entanto, algumas limitações devem ser levadas em
conta, como por exemplo, o  que está diretamente relacionado à
frequência do sinal aplicado. Veja na Figura 1.7(b) que  é
aproximadamente 200.000 para sinais de 1Hz até uns 7Hz aproximadamente.
Daí para frente cada aumento de uma década na freqüência do sinal o ganho
 caí 20dBs até chegar ao ganho unitário quando o sinal atinge uma
frequencia de ± 800kHz aproximadamente.

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Figura 1.7(b)
Na Figura 1.8 é apresentada à configuração dos pinos. Vê-se que além
dos pinos (terminais) mencionados antes, aparecem os pinos de OFFSET
NULL, pino 1 e pino 5, cuja finalidade é proporcionar a eliminação das
componentes Offset.
Pela tabela da Figura 1.9 vê-se que a  não é infinita, mas sim 90
dBs, que  (%) = 2,0MΩ e não infinita, que Ro (Rout) = 75Ω e não zero e etc.

Figura 1.8

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Figura 1.9
Falamos antes, quando nos referimos à operação em malha aberta e
operação em malha fechada com realimentação positiva, que uma das
aplicações do amp op nestas duas condições é em circuitos comparadores
onde este componente pode ser usado. Na realidade, os amp ops embora
possam ser usados nestas funções, existem os Circuitos Integrados
Comparadores (CIs Comparadores), projetados especificamente para executar
a função de comparação. Os CIs Comparadores serão estudas num capítulo
específico.

1.4 SÍNTESE
Nesta introdução ao estudo dos amp ops e dos CIs comparadores,
foram abordados os aspectos mais importantes e indispensáveis à análise e
aos projetos teóricos de circuitos com estes tipos de CIs. Isto possibilita a

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simplificação dos cálculos e facilita o entendimento da aplicação destes


componentes. Vimos que o amp op tem dois terminais para aplicação de sinais,
um terminal para a saída do sinal e dois terminais para alimentação simétrica.
Aprendemos também, que o sinal de saída, , é o resultado da amplificação
diferencial dos sinais,  , aplicados às suas entradas (+) e (-). Para simplificar
ainda mais as análises, os amp ops e os CIs comparadores podem ser tratados
como componentes ideais nos estudos puramente teóricos onde podemos
considerar que estes componentes apresentam   ∞,   ∞;   0,
  ∞,   0,   0,   ∞, &  ∞ e insensibilidade à
temperatura. Em projetos que exijam muita precisão ou em aplicações práticas
que a temperatura possa influenciar no desempenho, estes componentes
necessitam de maior atenção, devendo nestas situações serem tratados com
suas características reais. As características reais dos amp ops e dos CIs
comparadores são fornecidas nos manuais dos fabricantes destes
componentes, mas cada um possui um capítulo diferente. Mesmo sendo, os
amp ops e os CIs comparadores, tratados como ideais na maioria das análises
teóricas, na prática algumas das características reais necessitarão ser levadas
em consideração.
Vimos que o amp op pode ser operado de duas formas básicas que são:
em malha aberta e em malha fechada. Em malha aberta não há realimentação,
e  é uma característica intrínseca determinada na fabricação do
componente. Em malha fechada o circuito recebe uma realimentação que pode
ser positiva ou negativa. Nesta condição, o ganho de tensão do circuito, , é
controlado pela realimentação como será visto a seguir.
Também foram apresentadas as características elétricas DC do amp op

µA741 da Philips. Finalmente nos reportamos aos CIs comparadores

projetados especificamente para executar a função de comparação em

diversos circuitos. Apresentamos o diagrama esquemático dos CIs

comparadores LM111/211/311, também da Philips, e comentamos suas

semelhanças em relação aos amp ops e suas especificidades que os tornam

mais adequados as funções de comparação.

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1.5 EXERCÍCIOS
Para resolver os exercícios propostos a seguir, considere o amp op
ideal.
E. 1 – Se for aplicada uma  ≠ 0 à entrada do circuito da Figura 1.10 qual será
o valor de ? Por quê?

Figura 1.10
E.2 – Qual é o valor de ' e de ( no circuito anterior com  ≠ 0? Por quê?
E.3 – Se de  aplicada ao circuito anterior for uma banda de intervalo !0"#; ∞"#!,
qual será ? Por quê?

E.4 - Se  é infinito, por que  no circuito da Figura 1.10 não é infinito?


E.5 – Por que  não tem a mesma fase de  no circuito da Figura 1.10?
E.6 – Se 1 e 2 tiverem a mesma fase e amplitude no circuito abaixo, Figura
1.11, qual será o valor de ? Por quê?

Figura 1.11

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CAPÍTULO 2

2 - AMPLIFICADOR INVERSOR, AMPLIFICADOR NÃO INVERSOR E BUFFER


2.1 – INTRODUÇÃO
No Capítulo I vimos que na forma mais básica, o amp op é operado em malha
aberta ou em malha fechada. Neste Capítulo serão estudados os circuitos amplificador
inversor, amplificador não inversor, somador inversor, somador não inversor,
subtrator, integrador e diferenciador. Estes circuitos são elaborados numa das forma
mais básica de operar um amp op, que é em malha fechada. Por serem amplificadores
de sinais, lineares, é necessário que se tenha controle sobre o ganho de tensão  do
circuito. Por esta razão, como já abordado no Capítulo I, para se controlar o ganho de
tensão do circuito, , o amp op deve ser operado em malha fechada, ou seja, com
realimentação. Sempre que o amp op é operado em malha fechada haverá uma
realimentação de sinal no componente. Esta realimentação poderá ser positiva ou
negativa. Na maioria das aplicações, os amplificadores operacionais quando usados com
a função de amplificar sinais, geralmente, recebem uma realimentação negativa. Este
tipo de realimentação, apesar de diminuir o ganho, ajuda a melhorar a qualidade do sinal
amplificado diminuindo possíveis distorções geradas pelo amp op.
O fato de o amp op ter duas entradas, uma inversora (–) e uma não inversora (+),
possibilita que o mesmo seja usado em duas configurações, chamadas configuração
inversora e configuração não inversora. Iniciaremos os estudos pela configuração
inversora.

2.2 AMPLIFICADOR INVERSOR


Começaremos o estudo da configuração inversora pelo circuito amplificador
inversor que é o circuito mais simples desta configuração. Todos os circuitos elaborados
na configuração inversora entregam na sua saída um sinal, , defasado de 180o do sinal
de entrada, de , quando a malha de realimentação é puramente resistiva. Este
defasamento é devido ao fato de o sinal de entrada, , ser aplicado ao terminal inversor
(−) do amp op. A Figura 2.1 mostra um circuito no qual o amp op recebe um sinal, ,
na entrada (−) através de R1 e uma realimentação negativa2através de R2. Esta
constatação permite identificar que o circuito é um amplificador inversor, e que nada

2
Realimentação negativa – É quando parte de  retorna à entrada defasada de 180º de .
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mais é do que um amp op em malha fechada com realimentação negativa e  aplicada


ao terminal inversor.
Nesta situação tem-se total controle sobre o ganho de tensão, , do circuito
como será demonstrado a seguir.
Em um circuito qualquer, o ganho de tensão, , é definido como sendo a razão
)*
entre   , ou seja,   .
)

Figura 2.1
Aplicando-se a lei das correntes de Kirchhoff ao nó de entrada do circuito,
encontra-se:
1  '  0
Pela lei das tensões de Kirchhoff aplicada à malha de entrada encontra-se:
(2) +, +   1   0
Da malha de saída, também pela lei das tensões de Kirchhoff obtém-se:
3 +  +   2 ,  0
Como o amp op está sendo considerado ideal, a resistência de entrada, Ri, e o
ganho de tensão em malha aberta,  , são iguais a ∞. Portanto, pode-se concluir que
devido ao fato de Ri ser ∞, a resistência de entrada equivale a um circuito aberto,
resultando em '  0 e (  0. Daí, pela equação (1) encontra-se:
(4)    .
)*
Como     ,, %/ã ,  . No caso ideal   ∞, portanto
1)*2

,  0. Isto indica que, aparentemente, há um curto-circuito entre as entradas (–) e (+).


Depara-se aí com uma situação conflitante, pois no parágrafo anterior concluiu-se que
havia um circuito aberto entre os terminais de entrada e, neste parágrafo aponta-se um
curto-circuito entre estas entradas. De fato, o circuito aberto e o curto-circuito não são
reais, são meramente virtuais e decorrem da consideração das características elétricas
ideais para Ri e Avol. Isto não altera a validade de trabalhar-se com o amp op como
ideal.

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Sendo ,  0, pela equação (2) concluí-se que:


(5)     1.
Pela equação (3) obtém-se:
(6)     2.
O ganho de tensão do circuito é determinado por:
)*
(7)   .
)

Substituindo-se (5) e (6) em (7) encontra-se:


'3 4
(8)   .
5 4

Como a equação (4) mostra que    , então o ganho de tensão de um


amplificador inversor é determinado por:
'4
 . O sinal negativo, como demonstrado, decorre da configuração ser inversora.
4

É importante fazer-se as seguintes observações:


1o)  não é determinada por R2, mas sim por R1 e . Isto decorre da conclusão
que    .
2o) A impedância de entrada, Zi, do circuito amplificador inversor é igual a
resistência do resistor R1. Esta conclusão é tirada pela equação (5). Note que a
impedância de entrada (Zi) de um circuito é determinada pela razão entre a tensão
aplicada () e a corrente que entra no circuito ( ) em função desta tensão. Desta forma
)
6   1. Como em qualquer amplificador de tensão o principal objetivo é o ganho
5
4
de tensão que neste caso é determinado por  . Como R2 é limitada pelo
4

máximo valor comercial, podemos concluir que este circuito apresenta uma baixa Zi.
Exemplo 1. Calcule Av,  ,  ,  e Zi do circuito da Figura 2.2 sabendo que  
1008%9/ com  1:"#.

Figura 2.2

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Solução:

2 1;
   100
1 10:;
 100%9/8
1    10%9/<
1 10:;

    10%9/<
      100  100%9/8  10%9/ com  1:"#
6  1  10:;
A Figura 2.3 mostra o resultado obtido no simulador EWB para um circuito
como este do exemplo 1 usando o amp op µA741. Não esqueça que neste caso o amp op
tem características elétricas reais.

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Figura 2.3

2.3 - AMPLIFICADOR NÃO INVERSOR


Na Figura 2.4, está esquematizado um amplificador não inversor, ou seja, um
amplificador na configuração não inversora. Como no caso do amplificador inversor

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pode-se notar que este circuito também recebe uma realimentação negativa através de
R2.

Figura 2.4
Neste caso  é aplicado à entrada (+) indicando que não haverá inversão de
polaridade do sinal amplificado (   /ã 8 = o que caracteriza este circuito
como amplificador não inversor. Com base nas mesmas considerações anteriores de
amp op ideal, conclui-se que I −, I+ e vd são iguais a zero, o que nos permite determinar
as seguintes equações:
(1)   1  1  1;
)*
(2)   1 + 2. Como   , então,
)
)* >4 (>4  4 ( 4   4
(3)      4 
1+
) >4  4

Como – e ₊ são iguais a zero, então, 2  1 resultando em:


4 4 (4
(4)   + 1 B   . Esta equação mostra que o ganho de tensão do
4 4

circuito amplificador não inversor é positivo e determinado pela razão entre o resistor
de realimentação (no caso R2) e o resistor ligado entre a entrada (–) e o ponto comum
do circuito (no caso R1) acrescido de 1. Como      podemos concluir que 
está em fase com . Já o fato de Av ser positivo, indica que não há inversão de fase
entre  e . Como (  0, devido à   ∞ (amp op ideal) concluí-se que este
circuito apresenta impedância de entrada 6 infinita.
) )
(5) 6    ∞.
CD E

Exemplo1- Calcule  e  do circuito da Figura 2.5.

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Figura 2.5
820:Ω
 + 1  13
68:Ω
  13  0,3  3,9
Na Figura 2.5B é mostrado o resultado obtido para este circuito, com um amp op real
(< 741, usando o simulador EWB.

Figura 2.5B
Exemplo 2 – Calcule  e 6 do circuito da Figura 2.6.

Figura 2.6
Solução:
62 615:Ω
  2    0,46
2 + 3 15:Ω + 180:Ω
 0,46
6  
1 1
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Como 1  0, então 6  ∞.
2.3.1 Buffer
O circuito da Figura 2.7 mostra um caso particular de amplificador não inversor.
Neste caso o R2 da equação (4) vale 0Ω e R1 é igual a ∞Ω.

Figura 2.7
Pela demonstração anterior, conclui-se que   1. Isto afirma que  é igual a
 em amplitude e em fase.
Este circuito é conhecido como buffer, possui impedância de entrada infinita,
6  ∞, e ganho de tensão,   1. Por estas características este circuito encontra
importantes aplicações como casamento de impedâncias entre estágios e como
acoplamento isolador entre circuitos. No casamento de impedâncias, o buffer, pode ser
usado para acoplar um circuito de alta impedância de saída a outro circuito de baixa
impedância de entrada. Na função de isolador entre estágios, o buffer, é usado para
transferir sinal de um estágio para outro sem interferência na polarização dos mesmos.
Na Figura 2.7A está representado um buffer com o amp op 741 recebendo um   1
e o resultado obtido com o simulador EWB.

Figura 2.7A
Exemplo 3 – Calcule Vo do circuito esquematizado na Figura 2.8.

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Figura 2.8
Solução:
  1    2
100:;
  M + 1N  1  0,8  4,4
22:;
O resultado obtido no simulador EWB, para este circuito com um amp op real, < 741, é
mostrado na Figura 2.8A.

Figura 2.8A

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2.4 EXERCÍCIOS
1) Calcule: (a) Vo; (b) I2 se R2 for substituído por outro resistor de 100:Ω.

Figura E2.1
2) Calcule Zi e Vo e esboce o gráfico de  do circuito da Figura E2.2.

Figura E2.2
3) Calcule    .

Figura E2.3
4) Calcule , 2  1.

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Figura E2.4
5) Considerando os dados contidos no circuito e que os pulsos de  resultem no
módulo de  , Figura. E2.5, calcule  e desenhe o gráfico de .

6) Calcule .

Figura E2.6
7) Calcule R2.

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8) Calcule ,   .

Figura E2.8
9) Calcule   1.

Figura E2.9
10) Calcule   O .

Figura E2.10
11) Calcule , 6  , .

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Figura E2.11

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2.5 PRÁTICA
Objetivos: Comprovar o funcionamento dos circuitos, Amplificador Inversor,
Amplificador Não Inversor e Buffer.
A – Amplificador Inversor
1) Monte o circuito esquematizado na Figura P2.1.

Figura P2.1

2) Usando um Multímetro confira os valores de +&  – & antes de alimentar o


circuito.
3) Através do Gerador de Funções aplique uma   508P Q/=%RB =Q S8 
1:"#. Confira a forma de onda, o valor e a frequência de  aplicada usando o
Osciloscópio e o Multímetro.
4) Com o osciloscópio, observe a forma da onda aplicada e meça o valor de  e a
frequência de  ) . Desenhe a forma de onda e os valores medidos no espaço a
seguir. Forma de Onda   ________ )  ________

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5) Usando o Osciloscópio, canal 1 em  e canal 2 em , observe as formas de onda e


a relação de fase entre estes dois sinais. Anote as observações. Forma de onda de
_________________ Forma de onda de ____________________.
Relação de fase entre   . Os sinais estão ____________________.
6) Desenhe os gráficos de  e de .

7) Escreva uma conclusão sobre o circuito e a prática efetuada.

B – Amplificador Não Inversor


8) Monte o circuito esquematizado na Figura P2.2.

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Figura P2.2
9) Usando um Multímetro confira os valores de +&  – & antes de alimentar o
circuito.
10) Através do Gerador de Funções aplique uma   508%9/ S8  2:"#.
11) Com o osciloscópio, observe a forma da onda aplicada e meça o valor de  e a
frequência de   ) . Desenhe a forma de onda e os valores medidos no espaço a
seguir. Forma de Onda   ________ )  ________
12) Coloque canal 1 do osciloscópio em  e canal 2 do mesmo em  e observe as
formas de onda e a relação de fase entre estes dois sinais. Anote as observações. Forma
de onda de _________________ Forma de onda de ____________________.
Relação de fase entre   . Os sinais estão ____________________.
13) Desenhe os gráficos de  e de .

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14) Escreva uma conclusão sobre o circuito e a prática efetuada.


C – Buffer
15) Monte o circuito esquematizado na Figura P2.3.

Figura P2.3
16) Usando um Multímetro confira os valores de +&  – & antes de alimentar o
circuito.
17) Através do Gerador de Funções aplique uma   1%9/ S8  5:"#.
Confira a forma de onda, o valor e a frequência de  aplicada usando o Osciloscópio.

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18) Com o Osciloscópio, canal 1 em  e canal 2 em , observe as formas de onda, o


valor destes sinais e a relação de fase entre os mesmos. Forma de onda de
____________________ Valores:   ________   ________ )  _______
Relação de fase entre   . _______________________________
19) Desenhe os gráficos de  e de .

20) Escreva uma conclusão sobre o circuito e a prática efetuada.

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3 - SOMADOR INVERSOR, SOMADOR NÃO INVERSOR E SUBTRATOR


3.1 SOMADOR INVERSOR
Quando é aplicado mais de um sinal à entrada inversora do amplificador
inversor, o circuito passa entregar na saída uma  de valor igual é a soma algébrica das
 aplicadas ao circuito e amplificadas pelos seus respectivos ganhos de tensão,  .
Cada entrada recebe uma amplificação, , que é determinado pelo resistor de
realimentação e resistor em série com o respectivo sinal, . Nestas condições, o circuito
é chamado de somador inversor.
A Figura 3.1 mostra um circuito no qual o amp op está sendo operado no modo
malha fechada na configuração inversora. Este circuito possui n entradas e está
recebendo n  . Em conseqüência  é igual à soma algébrica das n  amplificadas
pelos seus respectivos ganhos de tensão, .

Figura 3.1
Aplicando-se o teorema da superposição ao circuito, visando determinar o valor
de  em conseqüência de  , obtém-se o circuito da Figura 3.2, de onde podemos
concluir que:
(1)   .

Figura 3.2

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Pelo mesmo teorema, considerando  , U , …  W , uma por vez, obtém-se
respectivamente:
(2)   ;
(3)  U  U ;
(4)  W  W .
Com isto concluí-se que:
(5)    +  + U + ⋯ + W .
Como ,  0, pela malha de saída tem-se:
(6)   Y   . Substituindo (5) em (6) resulta:
(7)      +  + U + ⋯ + W 
Pela malha de entrada, considerando ,  0, obtém-se:
)5
(8)   4
;
)3
(9)   4
;
)Z
(10) U  4U
;
)[
(11) W  4W
.

Substituindo (8), (9), (10) e (11) em (7) encontra-se:


) ) ) )
(12)     \ 4 5 + 4 3 + 4UZ + ⋯ + 4W[ ]; ou seja,
4Y 4Y 4Y 4Y
(13)   ^\ ]   + \ ]   + \ ]  U + ⋯ + \ ]  W _. Isto
4 4 4U 4W

permite chegar-se a seguinte conclusão:


(14)   1   + 2   + 3  U + ⋯ + %  W .
Vê-se, portanto, que quando é aplicado mais de um sinal à entrada inversora do
amplificador inversor, o circuito passa entregar na saída uma  que é igual à soma
algébrica das  aplicadas ao circuito amplificadas pelos seus respectivos ganhos de
tensão, Avs, ou seja, passa ser um somador inversor.
Exemplo 1. Determine  do circuito somador inversor apresentado na Figura
3.1 considerando   %  ⋯  3  2  1.
Solução: Substituindo-se todos os resistores por R1 na equação (13), encontra-
se,    +  + U + ⋯ + W .  é igual a soma algébrica das  com
mudança de polaridade.
Exemplo 2. Determine o valor de  do circuito da Figura 3.2 considerando
%  ⋯  3  2  1.

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Solução:
Sendo %  ⋯  3  2  1, pela equação (13) encontra-se,  
4Y
\ ]   +  + U + ⋯ + W . Agora  é igual à soma algébrica das 
4
4Y
multiplicada pelo ganho ( ) que é igual para todas as entradas, cujo valor é – .
4

3.2 SOMADOR NÃO INVERSOR


O Somador Não Inversor é um amplificador não inversor com mais de uma 
aplicada à sua entrada. Este circuito efetua a soma dos sinais aplicados à sua entrada e
amplificados pelo ganho de tensão do circuito ( ). Na Figura 3.3 o amplificador não
inversor tem %  aplicados à sua entrada, ou seja, o circuito é um somador não
inversor como demonstraremos a seguir.

Figura 3.3
Para encontrar a equação de , usaremos o teorema da superposição tendo,
portanto,    +  + U + ⋯ + W . Para encontrar  aplicaremos o teorema
da superposição considerando a fonte de sinal  e substituindo as outras % 1 fontes
de sinais por suas resistências internas. Desta ação resulta o circuito da Figura 3.4.

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Figura 3.4

` P `
2||3 … ||%
     a  + 1     
 2||3 … ||% + 1
4b 4 ||4U…||4W
Assim,   \ + 1]  ^  4 _. Considerando a fonte de sinal 
4* ||4U…||4W(4

encontra-se o circuito equivalente da Figura 3.5, de onde encontramos:


P 1||3 … ||%
     ’ a   + 1   ’   
 1||3 … ||% + 2
4b 4 ||4U…||4W
Resultando em   \ + 1]  ^  4 _.
4* ||4U…||4W(4

Figura 3.5
Da mesma forma obtém-se:
P 1||2 … ||%
U    U ` a   + 1  U `  U 
 1||2 … ||% + 3
4b 4 ||4 …||4W
U  \ + 1]  ^U  4 _.
4* ||4 …||4W(4U

P 1||2||3 … ||% 1
W    W ` a   + 1  W `  W 
 1||2||3 … ||% 1 + %
4b 4 ||4 ||4U…||4W' 
W  \ + 1]  ^W  4 _.
4* ||4 ||4U…||4W' (4W

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Com isto  é determinada pela equação a seguir.


4b 4 ||4U…||4W 4 ||4U…||4W
  \ + 1]  d^  4 _ + ^  4 _ + ^U 
4* ||4U…||4W(4 ||4U…||4W(4
4 ||4 …||4W 4 ||4 ||4U…||4W' 
4 ||4 …||4W(4U
_+ ⋯ + ^W  4
||4 ||4U…||4W' (4W
_e

Exemplo 1. Calcule   O do circuito da Figura 3.6.

Figura 3.6
Solução:      ’ , veja Figura 3.7.

Figura 3.7
Pelo teorema da superposição encontra-se:
 ’  1’ + 2’ . Chamando de 1 a fonte de sinal de 1308 e de 2 a fonte de
2708, pode-se, pelo teorema da superposição, obter os circuitos das Figuras 3.8A e
3.8B para o cálculo de 1’  2’ respectivamente.

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A B
Figura 3.8
33:Ω
1’  1308  99,88
10:Ω + 33:Ω
10:Ω
2’  2708  62,88
10:Ω + 33:Ω
 ’  99,88 62,88  37,08
100:Ω
 + 1  6,6
18:Ω
  6,5  378  244,28
244,28
+ 4  100:Ω + 18:Ω  0 a 4   2,07%
100:Ω + 18:Ω

Resposta:   244,28  4  2,1%


Observe na Figura 3.8A os resultados obtidos no EWB.

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Figura 3.8A
Exemplo 2. Calcule RX da Figura 3.9.

Figura 3.9
14,5 56:Ω + f
 ’  a 
 f
14,5  f
 ’ 
56:Ω + f
Pelo teorema da superposição,  ’  1’ + 2’.
2,1  10:Ω 3,3  20:Ω
1’   0,7  2’   2,2
10:Ω + 20:Ω 10:Ω + 20:Ω
’  0,7 + 2,2  2,9
14,5  f
2,9 
56:Ω + f

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162,4:Ω
162,4:Ω + 2,9f  14,5f a f 
11,6
Resposta: f  14:Ω
3.3 SUBTRATOR
O circuito da Figura 3.10 mostra o circuito que executa a operação matemática
da subtração. Observe que o circuito tem um sinal aplicado à entrada inversora e outro
sinal aplicado à entrada não inversor.

Figura 3.10
O sinal aplicado a entrada (−) é amplificado e invertido enquanto que o sinal aplicado à
entrada (+) é amplificado e sua fase é mantida. O sinal na saída é resultado da soma
algébrica destes dois sinais amplificados, ou seja,  é a diferença relativa dos sinais de
entrada amplificados pelos respectivos ganhos de tensão ( g ). Fazendo-se uma escolha
adequada dos resistores 1, 2, 3  4, pode-se obter do circuito um sinal de saída
determinado pela seguinte equação:   2 1. Com estas características, como
será demonstrado a seguir, este circuito é conhecido como subtrator ou amplificador de
diferenças. Para analisar o subtrator consideraremos o circuito da Figura 3.10.
Aplicando o teorema da superposição, considerando primeiro 1 e depois 2,
obteremos os circuitos da Figura 3.11A e Figura 3.11B respectivamente.

Figura 3.11

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Analisando primeiramente a fonte de sinal 1, virtualmente curto-circuitaremos


a fonte 2. Como + 0, então   0. Nestas condições o circuito da Figura 3.11A é
um amplificador inversor, onde:
2
1    1 a 1  M N  1
1
Já o circuito da Figura 3.11B é um amplificador não inversor, cujo sinal aplicado à
entrada é 2’ devido ao divisor de tensão formado por R3 e R4. Desta forma:
4
2    2’ a 2  \ + 1]  2’
4
4O
2`  2  \ ] ou seja:
4U(4O

1 + 2 4
2  2  M N M N
1 3 + 4
Como   1 + 2, então,
2 1 + 2 4
  1  M N + 2  M N M N
1 1 3 + 4

Exemplo 1 – Calcule  do circuito da Figura 3.12.

Figura 3.12
120:Ω 12 0:Ω
  M N  0,5 + M + 1N  2`
10:Ω 10:Ω
2  120:Ω
  6,0 + 132` a   6,0 + 13 
120:Ω + 10:Ω
1,0   12
  6,0 + 13   6,0
13
P/=:   6,0

Na Figura 3.12A está representado o resultado obtido no EWB para o Exemplo 1.

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Figura 3.12A
Exemplo 2 – No circuito da Figura 3.10, considerando 3  1, 4  2  2 
51 escreva a equação de  fazendo.
2 2 2  4
  M N  1 + M + 1N  M N
1 1 3 + 4
51 51 2  2
  M N  1 + M + 1N  M N
1 1 1 + 2
2  51 52
   51 + 6  M N a    51 + 6  M N
1 + 51 6
P/=:   5  2 1
Usando as condições determinadas neste Exemplo (2) e os valores de 1  2 do
Exemplo 1, o simulador EWB mostra os resultados apresentados na Figura 3.12B. Veja
que pela nossa análise, considerando os componentes ideais, o resultado obtido será:
100:Ω
  M N  1,0 0,5 
20:Ω
  5  0,5  2,5
  2,5

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Figura 3.12B

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3.4 - EXERCÍCIOS
(1) Calcule I5 e Vo da Figura E3.1.

(2) Calcule o valor de 1 e de 6 sentida pela fonte de 1,5V no circuito da Figura E3.2.

Figura E3.2
(3) Calcule 2 do circuito da Figura E3.3.

Figura E3.3
(4) Calcule  do circuito da Figura E3.4.

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Figura E3.4
(5) Calcule 1 e 4 do circuito da Figura E3.5 considerando 1  2.

(6) Calcule  do circuito da Figura E3.6.

Figura E3.6
(7) Calcule 1 do circuito da Figura E3.7.

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Figura E3.7
Veja o resultado do exercício 6, obtido no EWB, representado na Figura E3.6A.

Figura E3.6A

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3.5 – PRÁTICA
Objetivo: Comprovar o funcionamento do Somador Inversor.
1 ) Monte o circuito esquematizado na Figura P3.1.

Figura P3.1

2) Com o Gerador de Funções aplique um   0,2%9/ ,  5:"#.


3º) Usando os dois canais do Osciloscópio meça o valor de
, 1, 2, 1, 2, 3  .
  ______ 1  _______ 2  _______ 1  ______ 2  _______
3  _______   _______
4) Também usando os dois canais do Osciloscópio, observe a relação de fase de cada 
e o seu respectivo .
5) Através do cálculo verifique se os valores medidos estão de acordo com o previsto
pela teoria.

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PRÁTICA
Objetivos: Comprovar o funcionamento do Amplificador Não Inversor, do , Buffer e do
Somador Não Inversor.
1) Monte o circuito esquematizado na Figura P3.2.

Figura P3.2
2) Com o Gerador de Funções aplique um   5008%9/ S8  10:"#.
3) Usando os dois canais do Osciloscópio meça o valor de , 1, 2, 1, 2,  .
  ______ 1  _______ 2  _______ 1  ______ 2  _______
  ______
4) Também usando os dois canais do Osciloscópio, observe a relação de fase de cada 
e o seu respectivo .
5) Através do cálculo verifique se os valores medidos estão de acordo com o previsto
pela teoria.
6) Mude o 2 de 120:Ω para 270:Ω.
7) Usando os dois canais do Osciloscópio meça o valor de   

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  ______ 1  _______ 2  _______ 1  ______ 2  _______


  _______
PRÁTICA
Objetivos: Comprovar o funcionamento do Subtrator e do Amplificador Não Inversor.

1) Monte o circuito esquematizado na Figura P3.3.

Figura P3.3
2) Com o Gerador de Funções aplique um   2  5008%9/ S8  10:"#.
3) Anote os valor de:   ______ 1  ______ 2  _______   _______
4) Também usando os dois canais do Osciloscópio, observe a relação de fase entre
1    %/Q 2  .
5) Através do cálculo verifique se os valores medidos estão de acordo com o previsto
pela teoria.
6) Escreva uma conclusão sobre o estado funcional do circuito.

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4 – CIRCUITOS INTEGRADOR E DIFERENCIADOR


4.1 Circuito Integrador
No circuito da Figura 4.1 está representado o circuito chamado Integrador. O
nome do circuito decorre da operação matemática que o mesmo efetua.Veja que o
integrador difere de um amplificador inversor pelo fato de em lugar de um resistor o
mesmo possuir um capacitor na função de realimentação.

Figura 4.1
Como o capacitor é um componente reativo, a sua impedância varia em função
da frequência do sinal (de ) e, com isto, o ganho de tensão do circuito ( ) também
varia. Inicialmente analisaremos a operação matemática de integração que é realizada
pelo circuito quando sinal é aplicado à sua entrada. O comportamento do mesmo em
função da frequência será estudado em outro capítulo.
Considerando que  é um sinal que varia no tempo, então quando / é
aplicada ao circuito haverá uma corrente através de R, a qual é determinada por,
 /  / 
4 /  e, ponto, como o  4 então o / 
 
A corrente o / atravessa o capacitor depositando no mesmo uma carga. Se
considerarmos que / é aplicada ao circuito no instante /  0, então, ao final de um
tempo / qualquer o / terá depositado em  uma carga que é determinada por
q q
pE o /,/ . Devido a esta carga a tensão no capacitor, o /, irá variar de o pE o /,/ .
Se no instante /  0 o capacitor estiver descarregado o , então no instante /  / a
q
tensão no capacitor será o /  pE o /,/ . Considerando que o capacitor tivesse um
o
valor qualquer de tensão VC no instante /  0, então, no instante /  / a tensão no
q
capacitor fica perfeitamente determinada por o /   + pE t /,/. Aplicando-se a
t
lei das tensões de Kirchhoff à malha de saída, encontra-se  / S /   0, ou seja,
q q )q
/  o / e com isto concluí-se que /   p  /,/
o E o
 p
o E 4
,/
q
. Então /  p  / ,/
4o E
 ou seja / é a integral de /. É
importante reforçar que VC é o valor da tensão inicial que havia no capacitor antes do
instante /  0. É, também, interessante observar que como / é a integral temporal
de , então, se for aplicado um  constante no tempo,  crescerá linearmente até
atingir a saturação. Considerando o amp op ideal, a saturação acontece quando  
|&|. A seguir serão apresentados alguns exemplos de análise de circuitos integradores.

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Exemplo 4.1 – Considerando o circuito e o gráfico de / desenhados na Figura


ET4.1, desenhe o gráfico de /.

(a) Circuito Integrador (b) Gráfico de  (c) Gráfico de 


Figura ET4.1
1º) Considerando o intervalo de tempo onde 0 u / < 0,18.
1 q
/  v /,/ 
 E
1 E, x
/  v 50  10'U / ,/ 0
10:Ω  1%w E
1 E, x
/  v 50  10'U /,/
10'y  E
1
/  !50  10'U zE,E
x
10'y 
10y
/  !50  10'U   10'O z

10y 10y
/  !50  10   10 z 
'U 'O !50  10'{ z  50  10' 
 
/  5
2º) Considerando o intervalo no qual 0,18 u / < 0,28.
1 E, x
/  v  50 50  10'U /,/ +  5 
10:Ω  1%w E, x
1 E, x
 /  v 100  10'U  /,/ 5
10'y  E, x
1
 /  ! 100  10'U zE, x
E, x 5
10 
'y

10y
 /  ! 100  10'U   2  10'O  1  10'O z 5

10y 10y
 /  ! 100  10'U   1  10'O z  ! 100  10'{ z 5
 
/  10 5  0
 /  5
3º) Considerando o intervalo no qual 0,28 u / < 0,38.
1 E,Ux
/  v !50  50z  10'U /,/ 5
10:Ω  10Pw E, x

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1 E,Ux
/  v 50  10'U  /,/ + 0
10'|  E, x
1
/  !50  10'U zE,Ux
E, x
10'| 
10 y
/  !50  10'U   3  10'O  2  10'O z

10y 10y
/  !50  10'U   1  10'O z  !50  10'{ z
 
/  5

Exemplo 4.2 – Do circuito da Figura ET4.2, considerando o capacitor descarregado no


instante /  0, determine: (a) /no instante /  5μ; (b) O tempo / no qual no 
entra em saturação.

Figura ET4.2
Solução
‚
(a)   p 1 / ,/
E EZ ~E E€53  E
+0
1 5μ
  !1z‚ 
1  10 'y E
1μ
  5
Resposta: No instante /  5μ   5.
(b) Como o pulso de sinal,   1, então  irá saturar em 15. Desta forma,
1 q
15  v 1/,/ + 0
1μ E
1 1/
15  !1zqE a 15 
1μ 1μ
/  15μ. Veja Figura ET4.2A

Figura ET4.2A

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4.2 – Integrador Prático


Os amp ops reais apresentam uma tensão offset ƒg que, no caso do UA741
pode atingir até 6mV quando o componente é alimentado com |&|  15. O circuito
Integrador tem grande semelhança com o Amplificador Inversor, com a diferença que
em lugar de um resistor  2 no caso do Amplificador Inversor, quem faz a
realimentação é um capacitor  no Integrador. Neste caso, considerando o circuito
o
da Figura 4.1, o ganho de tensão é determinado por  . Como f varia
4
inversamente com as variações da frequência do sinal ) , pode-se concluir que quando
)  0"# então   ∞. Isto pode ser melhor observado pela seguinte
5
o
demonstração:    
3‘’“
. Não esqueça que no caso representa a
4 4 ”Yo4
frequência do sinal, ) . Com esta análise percebe-se que o circuito comporta-se como
um filtro passa-baixas w•. Sinais contínuos, cc, têm  0"# e, portanto, receberão
uma amplificação igual a ∞. Desta forma, apenas a ƒg já levará o amp op a
saturação, antes mesmo da aplicação de um . Para evitar esta saturação prematura,
usa-se um resistor em paralelo com o C surgindo daí o Integrador Prático que é
mostrado na Figura 4.2.

Figura 4.2
4
Veja que agora quando )  0"#, f  ∞, mas   . Isto acontece devido ao
4
fato de nesta condição a impedância, que é determinada por f em paralelo com 2,
tende para o valor de 2. Portanto, a inclusão de 2 limita o módulo do ganho de
4
tensão | | em, no máximo, e, com isto, pode ser evitada a saturação prematura do
4
amp op.
A inclusão de 2 no circuito cria uma frequência de corte  S  que delimita a
atuação do circuito como Integrador ou como Amplificador Inversor. A frequência de
corte é determinada por:
S . Veja que 9S  , —  2   e que portanto 9S  . Mas 9S 
”4 o – 4 o
2˜ S, daí é que resulta a determinação de que S  . Para sinais de < S o
”4 o
circuito funcionará como Amplificador Inversor e para sinais de ™ S o comporta-se
como um Integrador, conhecido como Integrador Prático. A seguir são apresentados
alguns exemplos de análise deste circuito.

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Exemplo 1 – Do circuito abaixo, Figura EP4.1, pede-se: a) Determine qual condição


deve ter a ) para que o circuito funcione como Integrador; b) Considerando que 
seja como o que está sendo representado no gráfico a seguir, desenhe o gráfico de .

Solução
a) Determinação da ) para que o circuito funcione como integrador.
1 1
t    15,9:"#
2˜2 2˜100:Ω100Pw
Para que o circuito funcione como integrador ) 15,9:"#.
No caso, )    20:"#
š E›

Figura EP4.1
Como ) œ t o circuito funcionará como integrador.
q q
b)   p  /,/ +  
4 o E
p /,/
|, ~ EEb E
+ 
q
  p /,/ + 
E,| › E
No intervalo de 0 a 25<, tem-se:
›
  p 0,3 /,/ + 0 =   !0,3zE›  9,15
E,| › E E,| ›
No intervalo de 25< = 50<.
1 E›
  v 0,3 0,3/,/ + 
0,82< ›
E›
=   ! 0,3 0,3 z › 9,15
E,| ›
  18,30 9,15  9,15
Tendo analisado um ciclo completo de / podemos generalizar que estes resultados
se repetirão para os próximos ciclos deste sinal. O gráfico de  é representado na
Figura EP4.1A.

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Figura EP4.1A
Exemplo 2 – Identifique como o circuito da Figura EP4.2 funcionará para o um
/  1 sin 9/ S8  8:"#. Desenhe, num único gráfico, / /.

Figura EP4.2
Solução
1 1
S   723"#
2˜. 2. 1 2˜. 100:Ω. 2,2%w
Como  tem œ S, então, o circuito funciona como integrador.
1 q
 /  v  /,/ + 
1  1 E
1 q
 /  v 1 sin 9/ ,/ + 0
10:Ω  2,2%w E
1
/  ! 1 cos9/zqE
9  10:Ω  2,2%w
1
 /  cos 9/  0,9 cos 9/
1,1
 /  0,9 cos 9/. O resultado obtido no EWB é apresentado na Figura EP4.2A.
ž Ÿ . 9  2˜

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AULA PRÁTICA
1º) Monte o circuito esquematizado na Fig. P4.3.

Fig. P4.3
2º) Alimente o circuito.
3º) Usando um multímetro verifique se o CI está devidamente alimentado.
4º) Usando o gerador de sinais aplique uma   0,8%9/ de  8:"#.
5º) Usando os dois canais do osciloscópio, meça e anote, o valor de  e de  e a
relação de fase que há ente estas duas tensões.
Abaixo, na Figura EP4.2A, estão representados os valores obtidos no simulador
EWB.

Figura EP4.2A

4.3 - Circuito Diferenciador

O circuito diferenciador, Figura 4.3, difere de um amplificador inversor pelo


fato de ter capacitor em série com  e o amp op em lugar de um resistor.

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Figura 4.3
A análise matemática do circuito será feita com base nas considerações de amp
op ideal, portanto   ∞, (  0  '  0. Assim,
(1)   
¡)q
(2)   
¡q
 / +     0
(3)  /    
Substituindo 2 em 1, tem-se:
¡)q
(4)   
¡q
Substituindo-se 3 em 4, encontra-se:
¡)q
(5) /   .
¡q
Com isto concluí-se que  é a derivada de . O produto , é constante uma para
cada circuito, sendo conhecida como constante de derivação. O sinal negativo é
consequência de a configuração ser inversora.

Exemplo 1- Determine o gráfico de  / do circuito da Figura ET4.3 considerando o


/ representado no gráfico da mesma Figura.

Figura ET4.3
Solução
1º) Considerando 0,08 u / < 0,18
¡)q ¡!'E,|>'E,|>z
 /    120:Ω  330Pw  0,6
¡q E, x'E,Ex
 /  0,6
2º) Considerando 0,18 u / < 0,28
¡!E,|>''E,|>z
 /  120:Ω  330Pw  0,6
E, x'E, x

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 /  0,6
3º) Considerando 0,28 u / < 0,38
¡!'E,|>'E,|>z
 /  120:Ω  330Pw  0,6
E,Ux'E, x
 /  0,6

Gráfico de /.

Exemplo 2 – Desenhe o gráfico de  /.

Figura ET4.4
Solução
,/ ,0,5 0,5 
/    680:Ω  150Pw  0,0
,/ 0,38 0,18
No instante em que  é aplicada ao circuito /  0( haverá máxima corrente no
>
capacitor \  ]. Este pico de corrente é limitado pela saturação do amp op. Em
y|E~
seguida o capacitor se carrega e   0. Com isto concluí-se que quanto /  0( ,  
12e que quando / œ 0,08,   0,0.
Gráfico de /

4.4 - Diferenciador Prático

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O circuito diferenciador estudado até aqui, tem o inconveniente de possuir um


4
alto ganho de tensão   para sinais de alta frequência. Note que   , portanto,
o
 2˜ , visto que f  . Com isto pode-se concluir que quando:
”Yo
a) ¢ , | |¢;
b) E£¤ , E£¤ .
O problema ocorre porque ruídos de alta frequência são grandemente amplificados
podendo levar o circuito a uma instabilidade e a tendência em oscilar. Para evitar este
problema coloca-se um resistor em série com o capacitor como mostra a Figura 4.4.

Figura 4.4
A inclusão de R1 faz com que o circuito tenha duas possibilidades de
funcionamento, como diferenciador ou como amplificador inversor. É que com o
resistor R1 no circuito surge uma frequência de corte  S . O circuito funcionará como
diferenciador quando a frequência do sinal de entrada   for menor do que a S.
Quando œ S o circuito funcionará como amplificador inversor. A frequência de
corte é determinada por: S  .
.”.4 .o
Exemplo 1- Desenhe o gráfico de  do circuito da Figura EP4.3 sendo  /  
0,9 sin 9/ com  5:"#.

Figura EP4.3
Solução
Primeiramente devemos identificar como o circuito irá funcionar, para isso calcula-se a
S. S   28,2:"#. Como de  é menor do que S, o circuito
” ~O{Eb
funcionará como diferenciador.
,/ ,0,9 sin 9/
 /  2. 1  2. 1  2. 1. 9. 0,9V. cos 9/
,/ ,/
 /  120:Ω. 470Pw. 2˜. 5:"#. 0,9 cos 9/  1,6 cos 9/
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A Figura EP4.4 mostra os gráficos de  de .

Figura EP4.4
Na Figura EP4.4A está representado o circuito e o resultado obtido no simulador
Eletronics Workbench. Faça a interpretação do resultado apresentado no osciloscópio,
observando a escala de cada canal e o valor de cada onda. Compare este valor com o
obtido no cálculo anterior.

Figura EP4.5

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4.5 - EXERCÍCIOS
1) Identifique cada um dos circuitos abaixo e, considerando o  aplicado, desenhe
o respectivo gráfico de .

Figura EE4.1A Figura EE4.1B

Figura EE4.2A Figura EE4.2B

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Figura EE4.3A Figura EE4.3B

5 – CIRCUITOS COMPARADORES

5.1- Introdução
Até aqui, em todos os circuitos estudados, o amp op foi usado em malha
fechada. O motivo, entre outros fatores de interesse específico, é a necessidade de
amplificação linear e o controle sobre o ganho de tensão do circuito  . Este conjunto
de fatores levou a necessidade do uso da realimentação (malha fechada). Os circuitos
comparadores não são amplificadores lineares, em sua saída ||  |&| quando o amp
op é alimentado com fonte simétrica. Se o amp op for alimentado com alimentação
simples ||  |&| B ||  0. Em outras palavras podemos dizer que saída de um
amp op, usado num circuito comparador, estará sempre na saturação. Pelos motivos de
não ser necessário que amplificação seja linear e por interesse de se obter o maior ganho
de tensão possível do circuito, os circuitos comparadores podem operar em malha
aberta. Em algumas situações será necessário usar uma realimentação (operação em
malha fechada) como será visto mais adiante. Neste tipo de circuito, quando a
realimentação é usada, ela é positiva. Entre as muitas, algumas já apresentadas,
aplicações do amp op, a seguir será estudada mais uma (comparação) que aproveita as
propriedades de amplificador diferencial e do elevado ganho de tensão, Avol, deste
componente para fazer comparações entre duas tensões. O circuito usado para efetuar
comparações entre duas tensões é chamado circuito comparador. Freqüentemente é

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necessário monitorar alguma coisa em diversas atividades profissionais. Independente


do que se queira monitorar, em muitas aplicações, esta tarefa é feita comparando-se
duas tensões. Uma destas tensões é usada como tensão de referência, Vr, e a outra é a
tensão de entrada, Vi, que contém as informações que se deseja analisar. Podemos
simplificar dizendo que um circuito comparador tem como função comparar uma tensão
de entrada, Vi, com uma tensão fixa tida como referência, Vr, e apresentar, em função
disso, como resposta um Vo igual à tensão de saturação positiva ou negativa (+Vsat ou
−Vsat) do amp op.
Existem diversos tipos de circuitos comparadores, alguns deles serão estudados a
seguir.

5.2 – Comparador Não Inversor


A figura 5.1 (a) mostra um exemplo simples de um circuito comparador. Note
que a Vi, representada na figura 5.1 (b), está sendo aplicada à entrada não inversora, (+),
e que a entrada inversora, (−), está ligada à terra do circuito.

(a) Circuito Comparador (b) Gráfico de Vi (c) Função de Transferência


Figura 5.1
No caso a Vi é a tensão que se quer monitorar e a tensão de referência é a Vr. A tensão
Vr está aplica à entrada ¥– ¦ a qual está ligada ao ponto comum do circuito. Desta forma
Q  0. A propriedade de amplificador diferencial do amp op, amplifica a diferença
das tensões aplicadas às suas entradas, sendo que o minuendo é o sinal aplicado à
entrada (+) e o subtraendo é o sinal aplicado à entrada (−). No caso o minuendo é a Vi e
o subtraendo é a Vr. Assim:
     Q
     0
    . Considerando o amp op ideal,   ∞ e, então,
  §∞. Desta forma, por menor que seja o ||, se a  for positiva, então  será
+∞ e se a  for negativa, então   ∞. Não é possível atingir ||  ∞. O

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amp op satura, ou seja,  será limitada no máximo valor das respectivas &. Assim
quando a  for positiva   +& e, quando a  for negativa,   & como
ilustra a Curva Característica de Transferência (ou Função de Transferência), Figura
5.1 (c). Vemos que este comparador, que recebe a Vi na entrada não inversora, entrega
uma Vo positiva quando a Vi é positiva em relação à Vr e uma Vo negativa quando a Vi
é negativa em relação à Vr. Isto significa que Vi e Vo estão em fase, sendo por esta
razão, o circuito chamado de comparador não inversor. Este comparador, por ter a
tensão de referência, Vr, igual a zero é conhecido como dectetor de nível zero. Também
pode ser chamado de comparador não inversor de nível zero ou detector não inversor
de nível zero.

5.3 – PRÁTICA
Objetivo: Comprovar o funcionamento de um Comparador Não Inversor.
a- Monte o circuito esquematizado na Figura 5.2

Figura 5.2
b- Com o Gerador de Funções aplique uma   2008PP com forma de dente de
serra de  1:"#. Meça o valor de Vi com o osciloscópio.
c- Usando os Canais 1 e 2 do Osciloscópio, observe e anote a relação de fase entre Vi e
Vo, meça anote o valor de Vi que faz Vo mudar de estado e o valor de Vo em cada um
dos estados.
Vi = _______ Vo =_______ Valor de Vi que faz Vo mudar = _______
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d- Desenhe o Gráfico da Função de Transferência do Circuito e escreva que tipo de


comparador é este.

Figura 5.3
Na Figura 5.4 é apresentada a tela de osciloscópio usado no simulador EWB. As
observações de Vi, no canal A, e Vo, no canal B. Observe as escalas em que estão os
osciloscópios e os valos de Vi e Vo representados em cada medição.

Figura 5.4
5.4 – Comparador Não Inversor - Tensão de Referência Diferente de Zero

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Na figura 5.5 (a) é apresentado um circuito comparador com Vr ≠ 0. Note que


neste caso a Q  2, portanto:
+&  2
Q 
2 + 1

(a) Comparador com Q  2 (b) Gráfico da Característica de Transferência


A tensão Vi é aplicada à entrada (+), quando  œ Q então a tensão diferencial, Vd,
será positiva, pois ,   Q. Assim quando  œ Q resulta em    
+,  ∞  +,. Desta forma, quando  œ Q a tensão de saída   +&.
Quando  < Q então Vd será negativa e   ∞   ,  &. Por esta análise
concluí-se que este circuito é um comparador não inversor, isto é, circuitos
comparadores que apresentam   +& quando  œ Q e   & quando
 < Q. A Figura 5.5 (b) ilustra a representação do funcionamento do circuito pela
Curva Característica de Transferência.
Exemplo 1 – (a) Identifique (diga que circuito é) o circuito da Figura 5.6; (b) Desenhe o
gráfico da Função de Transferência do mesmo.

Figura 5.6
Solução
Pelo fato de Vi estar aplicado à entrada não inversora e o amp op estar em malha
aberta, pode-se identificar o circuito como sendo um Comparador Não Inversor.
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Para desenhar a Função de Transferência é necessário é necessário


primeiramente determinar o valor da Vr.
12  12:Ω
Q   1,8
12:Ω + 68:Ω
Então quando  œ 1,8,   +12 e quando  < 1,8,   12. O
gráfico da função está representado na Figura 5.6A. Veja que não basta que Vi seja
positivo para que Vo vá para a saturação positiva (+VS). Para que isto ocorra  
+&, Vi deve ser maior do que Vr.

Figura 5.6A
Na Figura E5.6B está representado o resultado obtido no EWB usando um amp op 741
(Componente Real). No caso foi usado um Vi dente de serra de 2V de pico.

Figura 5.6B
5.5 – Comparador Inversor
Neste caso a Vi é aplicada à entrada inversora, (−), e a tensão de referência, Vr, é
aplicada à entrada não inversora, (+).

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(a) Comparador Inversor (b) Característica de Transferência


Figura 5.7
A Figura 5.7 (a) apresenta o esquema de um circuito comparador inversor.
Observe que agora a tensão diferencial, ,  Q , assim quando:
(a)  œ Q a tensão diferencial, Vd, será negativa e disto resulta,
     ,, ou seja,   ∞   ,  & (saturação negativa
do amp op);
(b)  < Q A tensão diferencial, Vd, será positiva, pois ,  Q  . Com
isto,   ∞  +,  +& (saturação positiva do amp op).
A Curva Característica de Transferência deste circuito está representada na
Figura 5.7 (b). Note que agora   & quando  œ Q e que   +& quando
 < Q. Esta atuação classifica este comparador como comparador inversor.
Exemplo 2 – Desenhe o gráfico da Função de Transferência do circuito da Figura 5.8.

Figura 5.8
Solução
> |~
Inicialmente determinaremos a tensão de referência. Q   2,7. Como Vi
|~(| ~

está aplicado à entrada ¥– ¦ quando  < Q, no caso  < 2,7, o amp op irá para a
saturação positiva, ou seja   +&  +15. Com  œ Q,  œ 2,7 o amp op irá
para a saturação negativa,   &  15. O gráfico da Função de Transferência é
representado na Figura 5.7A.

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5.6 – Exercícios
1) Identifique e desenhe a Função de Transferência dos circuitos das Figura E5.1 e
Figura E5.2.

Figura E5.1

Figura E5.2

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2) Complete o esquema elétrico do comparador (incluindo o valor de R3) da Figura


E5.3 de forma que a Lâmpada acenda quando  œ 3.

3) Desenhe um circuito comparador para executar a curva característica


apresentada na Figura E5.4.

Figura E5.4

FIM
Ao Finalizarmos este item 5, deve ficar claro que existem muitos outros circuitos
comparadores e bem mais eficientes. Estes circuitos empregam circuitos integrados
projetados especificamente para a função de comparação. Circuitos comparadores com
CIs Comparadores serão estudados mais adiante.
SUCESSO! ATÉ BREVE!
NOGUEIRA
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