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Rotas Temáticas

Guia Geral
1
Alcoutim
Martim Balurcos
Longo 2
Furnazinhas
Ameixial
Vaqueiros
Marmelete Monchique
Aljezur 12 8 10 6
Cachopo
11 9
Messines Barranco
do Velho
Salir Castro Marim
7 5
Alte 4
Silves
Bensafrim 3
Loulé São Brás Vila Real de
de Alportel Tavira
Lagoa St. António
Lagos Portimão Albufeira
Vila do Bispo

Olhão Via Algarviana


Faro
Sagres Ligações
Cabo de
São Vicente Sedes de Concelho
Início de Setor

Rota do Contrabandista Rota da Água Rota das Rota da Geologia


1 Percurso Pedestre da Lourinhã 3 Percurso Pedestre Olho Pariz Árvores Monumentais 11 Percurso 1 - Marmelete
2 Percurso Pedestre do Pontal 8 Circuito da Fóia 12 Percurso 2 - Fóia e área envolvente
4 Percurso Pedestre Benémola
9 Circuito da Vila
5 Percurso Pedestre Barranco do Velho 10 Circuito da Picota
6 Percurso Pedestre Chavachã
7 Percurso Pedestre Almarginho

ÍNDICE
Rota do Contrabandista Pág.04 Rota das Árvores Monumentais Pág.22
Rota da Água Pág.10 Rota da Geologia Pág.30

A Grande Rota Pedestre (GR13) - Via Algarviana parte de Alcoutim, nas margens do rio Guadiana, e termina com o oceano
Atlântico à vista, no Cabo de São Vicente. Atravessa o interior do Algarve ao longo de cerca de 300 quilómetros, que o levam a
descobrir uma paisagem rica e diversa: as serras algarvias, o barrocal, a beira-serra e parte do Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e Costa Vicentina.

O território Via Algarviana cresceu e tornou-se cada vez mais variado e atraente para praticantes de caminhada e BTT. Desde
2011, os 14 setores iniciais desta grande rota foram ampliados com uma rede de 12 Percursos Pedestres Complementares, 10
Percursos Áudio Guiados, 9 Ligações e 4 Rotas Temáticas.

Através destas 4 Rotas Temáticas, terá a oportunidade de explorar o território interior algarvio sob um outro olhar. Depois de
partir à descoberta, facilmente entenderá a escolha de cada tema, intimamente ligado às características ou histórias da zona
que cada rota percorre. A pé, de BTT, ou mesmo de carro, esta é a oportunidade de descobrir os itinerários que guardam
memórias da atividade do contrabando em Alcoutim, a riqueza e património hidráulico no concelho de Loulé e a geologia e
património natural únicos que caracterizam o concelho de Monchique.

CÓDIGO DE CONDUTA
- Siga apenas pelos trilhos sinalizados; - Não faça qualquer tipo de lume;
- Não abandone o lixo no caminho; - Evite barulhos e atitudes que perturbem a paz local;
- Não recolha amostras de plantas ou rochas; - Não perturbe os animais;
- Não danifique elementos do património natural ou cultural; - Seja educado com as populações locais.

Deixe a sua pegada verde: Recolha o lixo não orgânico que encontrar durante o percurso e deposite-o nos locais apropriados
quando chegar ao seu destino.

CONSELHO
• Antes de iniciar a caminhada, planeie a viagem e o itinerário a percorrer.
• Leve sempre água e mantimentos consigo.
• Os percursos podem ser realizados todo o ano, embora a primavera seja a época mais interessante e recomendada, quer pela
beleza florística quer pelas condições climatéricas.

Nota: Este guia geral resume a informação essencial. Encontra informação mais detalhada nos guias digitais, que estão
disponíveis para download gratuito. Na página introdutória de cada uma das quatro rotas deste guia encontra um QR Code que
lhe dá acesso ao guia digital. Pode também descarregá-los em www.viaalgarviana.org, na secção “Rotas Temáticas”.
SINALÉTICA DO PERCURSO

Quer saber mais sobre a Rota do Contrabandista?


Faça download do guia detalhado em PDF

Fig.1 - Estátua de um contrabandista no Cais Velho de Alcoutim, de Teresa Paulino e Pedro Félix.

SOBRE A ROTA
Embora as atividades de contrabando entre Portugal e Espanha estivessem, à partida, mais facilitadas nas zonas de “raia seca”, a
pobreza e a falta de oportunidades levaram, desde tempos imemoriais, os habitantes de Alcoutim a dedicarem-se também ao
comércio de mercadorias, ilegal face às leis vigentes.
O contrabando na fronteira entre Portugal e Espanha ter-se-á iniciado no século XIII, após a demarcação mais ou menos
definitiva da fronteira entre os dois países.
O seu auge ocorreu entre os anos 30 e 60 do século XX, muito em particular durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939).

O contrabando organizado sempre teve produtos preferenciais que foram variando ao longo dos tempos. De Portugal saía café,
açúcar, ovos, arroz, sabão, farinha, pão, figos, lã e tabaco, cujo destino eram localidades próximas, como El Granado ou
Villanueva de los Castillejos, ou muito mais distantes como Valverde del Camiño ou Huelva. De Espanha vinha sobretudo
bombazina (tecido então não fabricado no nosso país), sabonetes, perfumes, roupa fina, alfaias, conhaque e miolo de
amêndoa, que eram entregues a comerciantes locais (Alcoutim, Giões, Martinlongo) ou a intermediários.

Seria de esperar que as dificuldades e os riscos inerentes à prática do contrabando numa zona vigiada em permanência
tivessem resultado num sem número de episódios mais ou menos graves, ao longo dos tempos. As coisas, no entanto,
passavam-se de outro modo, pelo menos no que respeita ao lado de cá da fronteira. Numa terra em que toda a gente se
conhecia, não é para admirar que guardas e contrabandistas convivessem lado a lado, por vezes no seio de uma mesma família.

Para contrariar essa prática, o Estado fez construir, através do Ministério da Fazenda, desde finais do século XIX, uma rede
apertada de postos de vigilância da Guarda Fiscal que se estendia ao longo de toda a margem direita do Rio Guadiana e que
possuía correspondência na margem oposta através de postos da Guardia Civil. Se antes o contrabando era uma empreitada
solitária ou familiar, com a instalação, no século XIX, dos postos da Guarda Fiscal ao longo do rio e o apertar da vigilância, a
atividade passou a ter uma estrutura mais apurada.

Este “entendimento diplomático” entre homens que prosseguiam objetivos contrários inspirou esta Rota, onde exploramos
alguns aspectos do contrabando em Alcoutim mas também a presença da Guarda Fiscal no mesmo território.
Descubra os caminhos que contam a história do contrabando através de dois percursos pedestres inseridos nesta Rota.

04
1 LEGENDAS
2 QS Quartel de Alcoutim
3 1 Palanqueira (Mértola)
4 2 Canavial (Mértola)
5 3 Barranco do Álamo (Mértola)
4 Vascão (Alcoutim)

6 5 Enxoval (Alcoutim)
6 Premedeiros (Alcoutim)
7 7 Lourinhã (Alcoutim)
8 Alcaçarinho (Alcoutim)
9 Abrigo Segundo (Alcoutim)
QS
10 Grandacinha (Alcoutim)
8 11 Pontal (Alcoutim)
9 12 Montinho das Laranjeiras (Alcoutim)
13 Guerreiros do Rio (Alcoutim)

10 14 Barranco das Pereiras (Alcoutim)


15 Foz de Odeleite (Castro Marim)
11
12

13

14

15

Mapa 1 - Postos da Guarda Fiscal da região de Alcoutim

A Vila de Alcoutim foi sede de uma Secção da Guarda Fiscal, dependente da Companhia sediada em Vila Real de Santo António e
do Batalhão nº 2 com comando em Évora. Teve a seu cargo 15 postos de controlo espalhados ao longo do rio, incluindo alguns
localizados nos concelhos limítrofes de Mértola e Castro Marim. O concelho de Alcoutim contou com 12 postos da Guarda Fiscal
(GF), incluindo o quartel principal localizado na vila. Cada posto integrava 3 a 4 guardas, chefiados por um cabo.

Ponto 4 – Vascão (Altitude: 35 m. Coordenadas GPS: N37º31’27.71” W7º30’48.64”)


Construído em 1890, situa-se num local sobranceiro ao Guadiana e à foz do Rio Vascão. Abandonados e muitos degradados já
nos anos 80, os dois edifícios deste posto começaram, em inícios do século XXI, a ser recuperados no âmbito de uma iniciativa
privada de turismo rural.

Ponto 5 – Enxoval (Altitude: 30 m. Coordenadas GPS: N37º31’18.97” W7º29’40.70”)


Situado num local fronteiro à povoação de Puerto de la Laja, grande porto mineiro do Baixo Guadiana espanhol, é hoje uma
moradia particular.

Ponto 6 – Premedeiros (Altitude: 25 m. Coordenadas GPS: N37º30’06.25” W7º29’18.90”)


Construído em 1890, situa-se numa pequena elevação, bem perto do rio, estando atualmente este edifício integrado em
moradia particular.
Era no pequeno ancoradouro aqui existente que o minério das minas de cobre e antimónio de Cortes Pereiras era embarcado
ainda em finais do século XIX.

Ponto 7 – Lourinhã (Altitude: 70 m. Coordenadas GPS: N37º29’12.11” W7º28’08.45”)


Atualmente abandonado e em ruínas, foi construído em 1890 e situa-se na extremidade oriental de um serro que domina o
largo meandro do rio logo a montante de Alcoutim.
O que resta deste posto pode ser visitado durante o Percurso Pedestre da Lourinhã integrado nesta Rota Temática.

05
QS – Quartel de Alcoutim (Altitude: 15 m. Coordenadas GPS: N37º28’14.66” W7º28’15.97”)
O quartel da Secção de Alcoutim da GF foi instalado num edifício já existente em meados do século XVI, sendo referido em
documentos do século XVIII como as Casas do Juiz da Alfândega. No século XX, o edifício da Alfândega passou também a
albergar a guarda-florestal que, desde 1883, ocupava outras primitivas instalações nos baixos do edifício dos Paços do
Concelho. Situado frente ao rio, no cimo da Avenida Duarte Pacheco, o edifício possui uma arquitetura militar, simples e
funcional, encontrando-se em bom estado de conservação. A partir de 1999, foi aqui instalada a Repartição de Finanças do
concelho.

Ponto 8 - Alcaçarinho (Altitude: 40 m. Coordenadas GPS: N37º27’30.19” W7º27’56.12”)


Situa-se numa encosta fronteira ao rio, 1,7 km para sul de Alcoutim e à beira da EM 507. O edifício encontra-se recuperado e
transformado em moradia particular.

Ponto 9 - Abrigo Segundo (Altitude: 25 m. Coordenadas GPS: N37º26’54.12” W7º27’35.67”)


Construído em 1890, situa-se numa encosta fronteira ao rio, 3 km para sul de Alcoutim e junto da EM 507. O edifício encontra-se
recuperado e transformado em moradia particular.

Ponto 10 - Grandacinha (Altitude: 35 m. Coordenadas GPS: N37º25’49.64” W7º27’43.32”)


Construído em 1890, situa-se numa encosta sobranceira à foz do Barranco do Vinagre e fronteira ao rio, 5 km para sul de
Alcoutim e à beira da EM 507. O edifício encontra-se abandonado.

Ponto 11 - Pontal (Altitude: 35 m. Coordenadas GPS: N37º25’02.91” W7º27’04.08”)


Situa-se na vertente meridional de um pequeno serro que domina o grande meandro do Pontal, o mais pronunciado do Baixo
Guadiana. O edifício encontra-se abandonado e em ruínas.
O que resta deste posto pode ser visitado durante o Percurso Pedestre do Pontal integrado nesta Rota Temática.

Ponto 12 – Montinho das Laranjeiras (Altitude: 35 m. Coordenadas GPS: N37º24’24.62” W7º27’51.35”)


Abandonado e em ruínas, o edifício situa-se na encosta a norte e um pouco acima da povoação de Montinho das Laranjeiras.

Ponto 13 - Guerreiros do Rio (Altitude: 40 m. Coordenadas GPS: N37º23’50.10” W7º26’55.27”)


Este posto foi dos últimos a ser extinto. O edifício encontra-se abandonado e situa-se na encosta a noroeste e um pouco acima
do antigo hotel de Guerreiros do Rio.

Ponto 14 - Barranco das Pereiras (Altitude: 15 m. Coordenadas GPS: N37º22’33.55” W7º26’26.45”)


Construído em 1890, situa-se numa encosta fronteira ao rio, mesmo junto à EM 507, cerca de 1,5 km a sul da povoação do
Álamo. O edifício encontra-se abandonado e em ruínas.

Fig.2 - Antigo quartel da Guarda Fiscal de Alcoutim e pormenor da estátua de um guarda, de Teresa Paulino e Pedro Félix.
06
ROTA DO CONTRABANDISTA
PERCURSO PEDESTRE DA LOURINHÃ

LEGENDAS
1 Antigo quartel da GF 4 Castelo Velho
2 Estátua do contrabandista 5 Posto da GF da Lourinhã
3 Estalagem da Juventude 6 Várzeas da Lourinhã

Percurso

6
PERFIL TOPOGRÁFICO

5 80

Altitude (m)
40

0 1200 2400 3600 4800


Distância (m)

4
FICHA TÉCNICA
Modalidade recomendada: Pedestre e BTT.
Ponto de partida e de chegada: Cais de embarque de Alcoutim.
Coordenadas GPS do ponto de início:
3 N37°28’15.18” W7°28’15.39”
Extensão: 5,50 km (parte inicial linear e posteriormente circular)
Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
Altitude máxima: 103 m
Altitude mínima: 5 m
2 Subida acumulada: 175 m
Descida acumulada: 164 m
Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal
1 nº 575, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
Exército (CIGeoE), com escala de 1/25.000.

DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
O percurso inicia-se na vila de Alcoutim junto ao cais de
embarque e segue pela EM 507 até ao Centro de Saúde.
Posteriormente segue pela direita, ainda em estrada de
alcatrão, até à Pousada da Juventude. De seguida entra numa
estrada de terra batida, quase sempre paralela ao Rio
Guadiana. Esta parte inicial do trajeto coincide com a GR13 -
Via Algarviana.

Ultrapassado o Barranco do Brejo, abandona-se a GR13 e


segue-se pela esquerda, através de uma subida declivosa
que dá acesso ao posto da Guarda Fiscal da Lourinhã. Ao
longo da subida, terá belas panorâmicas sobre o rio e o
Castelo de San Marcos, sobranceiro a Sanlúcar.

Do posto, continua-se a subir deixando para trás o rio e


entrando numa paisagem típica de serra. Após várias outras
subidas e descidas, o percurso encontra-se novamente com a
Via Algarviana, mas apenas durante cerca de 100 m. Desce-se
à direita pela vertente de um pequeno barranco até atingir as
várzeas do Guadiana. O caminho faz-se agora por entre
hortas e oliveiras de grande porte. Um pouco mais adiante
converge novamente com a GR13, de regresso até Alcoutim.

Fig.3 - Vista do Antigo posto da Guarda Fiscal da Lourinhã.


07
ROTA DO CONTRABANDISTA
PERCURSO PEDESTRE DO PONTAL

1
4

2
3

LEGENDAS FICHA TÉCNICA


1 Miradouro 3 Barranco do Rosal (vau) Modalidade recomendada: Pedestre e BTT.
Ponto de partida e de chegada: Miradouro do Pontal.
2 Posto da GF do Pontal 4 Antena
Coordenadas GPS do ponto de início:
N37°25 ’21.58” W7°27 ’18.56”
Percurso
Extensão: 6 km (circular)
Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
PERFIL TOPOGRÁFICO
Altitude máxima: 154 m
160
Altitude mínima: 8 m
Subida acumulada: 193 m
120 Descida acumulada: 182 m
Altitude (m)

Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal


80
nº 575, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
40 Exército (CIGeoE), com escala de 1/25.000.

0 1200 2400 3600 4800


Distância (m)

DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
Este percurso inicia-se no Miradouro do Pontal coincidindo,
em parte, com a PR2 ALC – “Ladeiras do Pontal”. Caminha-se
com o Guadiana à nossa esquerda, por entre matos e
azinheiras. Pouco depois de começar a descer, abandona-se
a PR2, que segue para baixo, e entra-se à direita para um
trilho largo que, pouco a pouco, se vai estreitando, até atingir
o posto da Guarda Fiscal do Pontal.

Aqui, encontra-se um caminho mais largo que desce na


direção de um pequeno barranco coberto de oliveiras. Logo
abaixo retoma-se novamente a PR2. O trajeto continua por
uma estrada de terra batida, já bem perto do rio, ladeada de
hortas e pomares. Atravessa-se a vau o Barranco do Rosal e
sobe-se ligeiramente até alcançar a EM 507. Daí segue em
frente, deparando-se com um estradão de terra batida com
uma subida bastante íngreme. No cimo abandona a PR2 e
vira à direita para um caminho florestal. A partir deste ponto a
paisagem altera-se, dando lugar a um vasto pinhal. Desce-se
então ao longo de um barranco por entre pinheiros, até
atingir a PR2, virando à direita para baixo. Continuando a
descer, chega à EM 507 que percorre por cerca de 200 m,
tomando depois um desvio à direita até ao Miradouro do
Pontal.
Fig.4 - Antigo posto da Guarda Fiscal do Pontal.
08
SINALÉTICA DO PERCURSO

Quer saber mais sobre a Rota da Água?


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Fig.1 - Nascente com água (Percurso Pedestre Olho Pariz).

SOBRE A ROTA OUTRAS SINALÉTICAS A SEGUIR*:


Loulé sempre foi uma terra de abundante água. Um pouco por todo o
concelho, podemos encontrar centenas de fontes, inúmeros poços, Pequena Rota
dezenas de açudes, muitos quilómetros de levadas e diversas outras
estruturas hidráulicas. Hoje, cerca de 98% da população tem água
canalizada, mas tal facto não deve fazer-nos esquecer e desprezar as
diferentes formas de aproveitamento da água que, durante séculos, os
habitantes deste território arquitetaram e construíram. É esse o objetivo
da presente Rota. A ideia central foi conceber uma Rota da Água em
Percurso Pedestre de Pequena Rota (PR)
Loulé, abrangendo as principais bacias hidrográficas aqui existentes e decorrendo, temporariamente, pelo traçado
que pode ser feita num único dia através de um percurso rodoviário. Esta de uma Grande Rota (GR).
rota permite reter uma panorâmica geral de grande parte do concelho ao
nível da geografia, paisagens, valores naturais e culturais.
Complementarmente são apresentados alguns pequenos itinerários Grande Rota
pedestres opcionais que permitem descobrir locais menos acessíveis e
tornar mais diversificado o próprio percurso.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ROTA DA ÁGUA


Percurso rodoviário: 130 km
Estradas asfaltadas/cimentadas: 119 km
Estradas em piso bom/razoável de terra batida: 11 km * Terá de seguir também esta sinalética em troços
Percursos pedestres propostos: 5 dos seguintes percursos:
Itinerários pedestres (total): 12,1 a 12,5 km Percurso Pedestre Fonte Benémola – PR
Pontos de interesse (incluindo percursos pedestres): 46 Percurso Pedestre Barranco do Velho – PR e GR
Pontos de interesse (excluindo percursos pedestres): 26
Nota: A descrição completa dos itinerários que integram a
Grau de dificuldade:
Rota da Água está disponível no guia digital.
Devido à curta extensão, todos os percursos pedestres inseridos nesta Rota
estão classificados com o grau “Muito Fácil”.

10
Almodovar LEGENDAS
14
Azinhal do Mouros
Corte Pinheiro Ameixial

D Ponto de partida e chegada


Ximeno
Vermelhos
Principais localidades
Besteiros
Principais cruzamentos

15 Percursos pedestres
Almodovar
16 A - Olho Pariz
Malhão B - Benémola
19 18
13 C - Barranco do Velho
D - Chavachã
20
E - Almarginho
Vale da Rosa
17 Portela do Barranco
Alte Cortinhola Cachopo Pontos de interesse
Salir Barranco do Velho 1 - Bicas Velhas
Montes Novos 2 - Ponte do Álamo
Brazieira
Salir 12 3 - Fonte do Cadoiço
22 21 Ameixial 4 - Fonte da Goldra
23
Rocha 5 - Fonte de Apra
SALIR C 6 - Fonte Filipe
Alte Barranco do Velho
E Salir
7 - Moinho do Ti Casinha
Salir 11 8 - Esparrela
Nave do Barão S.Brás de Alportel 9 - Nora da Companhia
Alte Loulé 10 - Pólo Museológico da Água
Corcitos
24 11 - Fonte da Salgada
25 B 12 - Ribª de Odeleite
9 13 - Miradouro do Caldeirão
QUERENÇA
10 14 - Fonte da Seiceira
TÔR Barranco do Velho
Tôr 8 15 - Águas da Rainha
7
26 Porto Nobre 16 - Barragem da Califórnia
6 17 - Fonte do Serro
Loulé A
18 - Fonte dos Cravais
Amendoeira 19 - Barranco da Zambujeira
20 - Rio Arade
S.Romão 21 - Rocha da Pena
S.Brás de Alportel 22 - Fonte Feita
5 23 - Fonte dos Amuados
LOULÉ
24 - Lagoa da Nave
1 3 25 - Fonte do Cerro dos Passarinhos
Alto do Relógio
2
Gorjões 26 - Ponte da Tôr
4

FARO
IC22

Mapa 1 - Pontos de interesse da Rota da Água

Fig.2 - Um tanque de rega (Percurso Pedestre E - Almarginho).


11
DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE INTERESSE
A Rota da Água inicia-se no interior da cidade de Loulé, ao fundo da Praça da República, no Largo Dr. Bernardo Lopes. Os pontos
de interesse assinalados com 1, 2 e 3, na cidade de Loulé podem ser percorridos a pé ou de carro. Para aceder aos pontos
assinalados a partir do número 4 terá de se deslocar de carro.

LEGENDAS

Ponto de partida e chegada

1 Bicas Velhas

2 Ponte dos Álamos

3 Fonte do Cadoiço

Percurso

1 Modalidade

2
Mapa 2 - Percurso da cidade de Loulé

Ponto 1 - Bicas Velhas Loulé (Coordenadas GPS: N37º08’21.2” W8º01’27.1”)


Eram uma das principais fontes de abastecimento público da cidade, remontando a 1366 da era cristã. Muito provavelmente
serão elas que constam no primeiro brasão de armas conhecido de Loulé, publicado em meados do século XVII mas datado de
1402. Anteriormente estavam localizadas uns metros mais acima, junto aos Banhos Islâmicos e frente ao antigo Convento das
Freiras (Convento do Espírito Santo). A localização e estrutura das fontes que hoje observamos são bem mais recentes, datando
de 1837 o início da sua construção.

Ponto 2 - Ponte dos Álamos Loulé (Coordenadas GPS: N37º07’58.1” W8º01’23.3”)


Situa-se numa antiga via romana que ligava Faro a Loulé e que seguia para norte na direção do Alentejo. Embora exista a
referência da sua génese romana, não há características na sua arquitetura que evidenciem essa origem, apesar de ser notória a
sua antiguidade. Embora inicialmente assentasse sobre três arcos, um deles desapareceu aquando da construção de duas
casas em inícios do século XX. Sofreu também várias alterações e reconstruções ao longo dos tempos. Por baixo desta ponte
podemos observar a Ribeira do Cadoiço que, ao juntar-se à Ribeira de Nossa Senhora da Piedade, na Franqueada, forma a
Ribeira do Carcavai que desagua no oceano a poente de Vale de Lobo.

Ponto 3 - Fonte do Cadoiço Loulé (Coordenadas GPS: N37º08’05.6” W8º01’19.0”)


Situada numa furna escavada na rocha, na margem esquerda da ribeira, é possível alcançá-la por umas passadeiras de pedra,
ainda hoje existentes. Outrora, este era um lugar de lazer de preferência para os louletanos, sobretudo ao entardecer nos
longos dias de verão.

Ponto 4 - Fonte da Goldra Loulé (Coordenadas GPS: N37º07’38.9” W7º59’53.9”)


Esta fonte situa-se num meandro muito apertado da Ribeira da Goldra que, mais adiante, forma a Ribeira de São Lourenço e que
desagua no Ludo, na Ria Formosa. Antigamente este era um local onde as pessoas podiam mergulhar na água proveniente das
chuvas que era armazenada num reservatório de pedra com uma abertura frontal. A prática foi interdita a partir de 1976, por
questões sanitárias. A água passou a ser encaminhada para um fontanário, onde as pessoas podiam abastecer de água ou
davam de beber aos animais.

12
Ponto 5 - Fonte de Apra Loulé (Coordenadas GPS: N37º08’52.9” W7º57’34.6”)
Esta fonte muito antiga, de origem romana, situa-se numa zona com vários outros importantes vestígios da época. O próprio
nome do local seria o cognome adotado pelo primitivo proprietário romano destas terras e da “villa Apra” (feminino de aper,
termo de origem celta que significa "javali"). Remonta provavelmente ao século II a.C..

Ponto 6 - Fonte Filipe Querença (Coordenadas GPS: N37º10’50.7” W7º57’47.4”)


Outra nascente subterrânea que escoa as águas provenientes do maciço calcário envolvente. O atual poço com roda foi
instalado nos anos 60. Nos anos 80, construiu-se um fontanário alimentado por uma cisterna com abóbada em pedra para onde
a água era bombeada, que hoje está inoperacional.

Ponto 7 - Moinho do Ti Casinha Querença (Coordenadas GPS: N37º11’18.3” W7º58’58.5”)


Também conhecido por Moinho do Azevedo, designação do local onde se encontra, é hoje mais conhecido pelo nome do seu
antigo moleiro. Pensa-se que este moinho terá origem árabe (século VIII), tendo aí sido descoberta uma pedra com a estrela de
David (comum nas construções islâmicas) aquando da sua recuperação em finais do século XX. Trata-se de um dos principais
monumentos de arqueologia hidráulica de todo o Algarve, com uma invulgar combinação dos dois tipos de engenhos presentes
em moinhos de água. Ao lado do moinho e junto a uma bela eira, pode ainda ver-se um poço provido de cegonha (ou picota), um
engenho muito primitivo de extração de água.

Ponto 8 - Esparrela Querença (Coordenadas GPS: N37º11’33.5” W7º59’39.4”)


Local privilegiado, situado no velho caminho de acesso a Querença (possivelmente um caminho romano) e à beira da Ribeira
das Mercês. A ribeira pode ser atravessada por uma ponte, construída em 1934, a qual terá sido origem de muitos problemas e
acidentes (daí derivando, alegadamente, o nome deste sítio), até ser recuperada em 1992. Na margem esquerda da ribeira,
encontra-se a Fonte da Esparrela, uma velha fonte de mergulho, enquanto na margem direita da ribeira podem ainda
observar-se as ruínas do Moinho do Cró (nome do seu último moleiro, que o fazia funcionar apesar de ser invisual), abandonado
desde os anos 80. A água que acionava a roda da azenha vinha através de uma levada desde o açude da Ponte Nova.

Ponto 9 - Nora da Companhia Querença (Coordenadas GPS: N37º12’09.2” W7º59’36.1”)


Fruto da iniciativa conjunta de umas dezenas de pequenos agricultores locais (daí o seu nome), esta nora, de origem bastante
antiga (possivelmente anterior ao século XIX), foi recuperada e devidamente enquadrada junto à estrada em finais do século XX.
Um bom local para admirar este engenhoso mecanismo que permitia retirar água do poço recorrendo ao esforço de um animal
(burro, mula, macho).

Ponto 10 - Pólo Museológico da Água Querença (Coordenadas GPS: N37º11’56.0” W7º59’15.8”)


Fazendo parte integrante do Museu Municipal de Loulé, este pequeno espaço ocupa uma antiga casa senhorial, provavelmente
do século XVII, onde funcionou durante muitos anos a Junta de Freguesia de Querença. Este centro de interpretação da água
permite que os visitantes conheçam outros percursos existentes em Querença também relacionados com a água, sendo
disponibilizados audioguias que ajudam a descobrir esta riqueza hídrica.

Ponto 11 - Fonte Salgada Querença (Coordenadas GPS: N37º13’51.4” W8º00’13.9”)


O pequeno chafariz isolado junto à estrada foi construído nos anos 60, tendo sido para aqui que a água da nascente primitiva foi
encaminhada. Perto, corre a Ribeira da Salgada, um afluente do Rio Seco, que é atravessada por uma ponte construída no final
da década de 70.

Fig.3 - Vista de montante (Ponto 2 - Ponte dos Álamos).


13
Ponto 12 - Ribeira de Odeleite Salir (Coordenadas GPS: N37º15’35.5” W7º54’57.5”)
Este é o segundo maior curso de água do Algarve, com 100 km de extensão desde as suas origens na Serra do Caldeirão até à foz
no Rio Guadiana. A respetiva bacia hidrográfica é, de longe, a mais extensa, tendo em conta os seus vários afluentes, muito em
particular a Ribeira da Foupana.

Ponto 13 - Miradouro do Caldeirão Ameixial (Coordenadas GPS: N37º18’05.8” W7º57’01.9”)


Um dos principais cumes da Serra do Caldeirão (575 m), localizado cerca de 1 km a SE do ponto culminante desta serra (Pelados,
589 m). O miradouro foi edificado nos anos 40, quando a então bem mais movimentada EN 2, principal acesso para o Alentejo e
Lisboa, foi asfaltada. Deste ponto, pode admirar-se uma panorâmica geral da Serra do Caldeirão, observando duas grandes
bacias hidrográficas separadas pela EN 2: a do Vascão, para norte e poente, e a da Foupana, para nascente.

Ponto 14 - Fonte da Seiceira Ameixial (Coordenadas GPS: N37º22’06.7” W7º58’07.5”)


Uma das fontes mais conhecidas do concelho de Loulé, em grande medida devido às animadas festas e convívios que aí têm
lugar, nomeadamente no dia 1 de maio e durante o verão. A abundante nascente situa-se no próprio local, ao fundo de uma
escadaria, abastecendo um chafariz de uma só bica, encimado por um frontão de cantaria que culmina numa coroa estilizada.

Ponto 15 - Águas da Rainha Salir (Coordenadas GPS: N37º19’12.9” W8º01’42.0”)


A nascente de águas férreas alimenta um velho tanque que outrora regava as hortas desta pequena várzea bastante isolada e
que se encontra algo abandonada. Uma outra nascente situa-se uns 200 m mais acima no barranco. Estas nascentes que
alimentam o Barranco das Águas da Rainha vão engrossar, junto à povoação da Sarnadinha, o caudal do curso superior da
Ribeira do Vascão.

Ponto 16 - Barragem da Califórnia Salir (Coordenadas GPS: N37º18’36.8” W 8º01’15.2”)


Esta barragem foi construída no Barranco da Abrunheira, após o enorme incêndio de 2004 que devastou grande parte da zona
central da Serra do Caldeirão. A finalidade principal desta estrutura, com uma albufeira de dimensões razoáveis, prende-se
justamente com a manutenção de uma reserva de água para abastecimento dos helicópteros de combate a fogos florestais.

Ponto 17 - Fonte do Serro Salir (Coordenadas GPS: N37º17’03.2” W8º02’24.7”)


Esta fonte foi construída por iniciativa de um particular e inaugurada em 1971. A frontaria é decorada com seixos e conchas.

Ponto 18 - Fonte dos Cravais Salir (Coordenadas GPS: N37º18’21.6” W8º04’44.1”)


Integrado na bacia hidrográfica da Ribeira do Vascão, este antigo poço com bomba manual acionada por manivela encontra-se
hoje transformado em fontanário de linhas simples.

Ponto 19 - Barranco da Zambujeira Salir (Coordenadas GPS: N37º18’20.8” W8º05’49.4”)


Aqui terá uma panorâmica sobre as encostas meridionais da cumeada do Malhão e sobre um dos seus mais formosos
barrancos.

Ponto 20 - Rio Arade Salir (Coordenadas GPS: N37º17’11.5” W8º06’08.5”)


Neste ponto, observe a primeira das muitas pontes que fazem a travessia deste conhecido curso de água algarvio. Embora seja
habitualmente designado por rio, ele é apenas o quinto em extensão, com 71 km entre o Malhão e a foz em Portimão. Este é o
curso de água do Algarve há mais tempo condicionado por uma grande obra de retenção hidráulica: em 1956 entrou em
funcionamento a Barragem do Arade, perto de Silves. Constitui um património natural muito notável, com destaque para a
fauna piscícola onde se incluem espécies endémicas como a boga-do-sudoeste ou o escalo-do-Arade.

Fig.4 - Aspeto da fonte (Ponto 17 - Fonte do Serro).


14
Ponto 21 - Rocha da Pena Salir (Coordenadas GPS: N37º15’09.3” W8º05’06.5”)
Com estatuto de proteção desde 1991 como Sítio Classificado (Área de Paisagem Protegida Local a partir de 2010), a Rocha da
Pena é um relevo vigoroso situado na fronteira do Barrocal Algarvio com a Serra do Caldeirão. Possui um valor inestimável do
ponto de vista paisagístico, botânico (vários endemismos e habitats prioritários) e faunístico (presença de morcegos e aves de
rapina). Outra das suas particularidades é funcionar como um gigantesco reservatório de água, sendo referenciado um lago
subterrâneo outrora acessível a partir da gruta situada no planalto superior (Algar dos Mouros). São várias as fontes existentes
em seu redor, quase sempre a 280 a 290 m de altitude (Quinta do Freixo, Brazieira e Vale do Álamo).

Ponto 22 - Fonte Feito Salir (Coordenadas GPS: N37º15’07.1” W8º05’24.2”)


Esta é a nascente da Rocha da Pena situada a maior altitude (370 m). Tem sido alvo de algumas intervenções ao longo dos
tempos, incluindo a criação, pelo proprietário da única habitação vizinha, de um fontanário e de um pequeno espaço de lazer
junto ao tanque de rega abastecido pela água da fonte.

Ponto 23 - Fonte dos Amuados Salir (Coordenadas GPS: N37º15’01.0” W8º05’52.4”)


Caracterizada por uma arquitetura popular moderna, em forma de coroa real, esta obra é fruto da iniciativa de um habitante do
sítio da Rocha (Horácio Martins), em 1978. O nome deste chafariz relaciona-se com o “amuo” com que outros vizinhos
encararam esta louvável iniciativa. Atualmente é um local de paragem obrigatória para os numerosos turistas, montanheiros e
escaladores que frequentam a Rocha da Pena.

Ponto 24 - Lagoa da Nave Salir (Coordenadas GPS: N37º13’09.7” W8º02’58.9”)


A Nave do Barão é uma monumental arquibancada com 100 m de altura, 4 km de comprimento e 1 km de largura. Trata-se de
um “polje” ou vale cego, localmente conhecido por “nave” e que terá resultado do afundamento do maciço calcário do Jurássico
ao longo de uma falha geológica, talvez devido à grande quantidade de fendas, cavidades e grutas subjacentes. No chão da
Nave foi-se acumulando, ao longo de milénios, a “terra-rossa”, solo argiloso e vermelho, produto da ação da água das chuvas
sobre o calcário. Neste local convergem todas as águas do vale, uma vez que não existe nenhuma outra possibilidade de
escoamento superficial, formando uma lagoa cuja profundidade varia de ano para ano, consoante a pluviosidade.

Ponto 25 - Fonte do Cerro dos Passarinhos Salir (Coordenadas GPS: N37º12’41.0” W8º01’55.3”)
Fonte de mergulho que ainda mantém a estrutura original, tendo modernamente sofrido uma intervenção arquitetónica de
cunho popular.

Ponto 26 - Ponte da Tôr Tôr (Coordenadas GPS: N37º11’24.5” W8º01’38.0”)


Antiga ponte romana, situada na via secundária que vinha de Faro (Ossonoba) e Loulé (Olea) a caminho do Alentejo. O cunho
romano não é já muito visível, exceto nos dois arcos mais próximos da margem esquerda e que se encontram meio soterrados.
De aparelhagem rústica, são formados por 15 a 17 aduelas (pedras superiores do arco), notando-se nelas grandes orifícios
resultantes da técnica construtiva então utilizada. Os restantes três arcos, de cavalete bastante acentuado, terão sido
reconstruídos na Baixa Idade Média (século XIV ou XV), apresentando, no arranque dos pilares, siglas medievais e ostentando,
nas aduelas que fecham o arco norte, dois escudos com armas régias portuguesas com escudetes laterais deitados.

Fig.5 - Fonte dos Amuados (Ponto 23).


15
PONTOS DE INTERESSE DOS PERCURSOS PEDESTRES:

ROTA DA ÁGUA
PERCURSO PEDESTRE OLHO PARIZ

LEGENDAS
Ponto de partida e chegada
1 Poço do Ribeiro 3 Olho Pariz
2 Poço da Amendoeira 4 Poço do Olho Pariz

Percurso

4
PERFIL TOPOGRÁFICO
2 245

Altitude (m)
235
1
225

215

3 205
0 400 800 1200 1600 1800
Distância (m)

FICHA TÉCNICA O QUE PODE VER?


Modalidade recomendada: Pedestre 1 - Poço do Ribeiro
Ponto de partida e chegada: Querença (Coordenadas GPS: N37º10’23.6” W7º57’44.6”)
Largo da paragem do autocarro. Este antigo poço comunitário, situado à entrada da povoação, foi
Coordenadas GPS do ponto de início: emparedado e coberto por um telhado. Acede-se à água através
de uma grade de ferro.
N37°10'23.8” W7°57'44.97”
Extensão: 1,6 km (alternativa linear) ou 2 km (alternativa circular) 2 - Poço da Amendoeiras
Altitude máxima: 243 m Querença (Coordenadas GPS: N37º10’25.4” W7º57’41.7”)
Altitude mínima: 216 m Este é um poço particular, hoje tapado e onde foi instalada uma
Subida acumulada: 33 m bomba hidráulica manual, acionada por um manípulo ou alavanca
Descida acumulada: 30 m com movimento vertical.
Cartografia: Traçado do percurso nas Cartas Militares de Portugal 3 - Olho Pariz
nº 597 e 598, provenientes do Centro de Informação Geoespacial Querença (Coordenadas GPS: N37º10’19.3” W7º57’15.5”)
do Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000. Esta exsurgência ou nascente artesiana geralmente seca e só
rebenta quando o nível e a pressão do aquífero subterrâneo que a
alimenta ultrapassam um determinado valor (normalmente após
um período de chuvas intensas e prolongadas). Trata-se de um
local muito interessante do ponto de vista geológico, associado à
existência de um espesso e enorme depósito de tufos calcários
que provocou o entupimento do antigo barranco e um
afundamento progressivo do nível freático de base. Nos períodos
mais chuvosos, a água espalha-se por toda a vasta superfície do
depósito de tufos e esta zona torna-se um importante local de
reprodução de anfíbios.
4 - Poço do Olho Pariz
Querença (Coordenadas GPS: N37º10’28.9” W7º57’23.6”)
Poço antigo de pedra, de coroamento hoje reforçado com
cimento.

Fig.6 - Tufo calcário.


16
ROTA DA ÁGUA
PERCURSO PEDESTRE BENÉMOLA

LEGENDAS
Ponto de partida e chegada
1 Moinho Velho
3
2 Nascentes da Várzea
3 Fonte Benémola

Percurso

2
PERFIL TOPOGRÁFICO

Altitude (m)
150

1 140

130
0 400 800 1200
Distância (m)

FICHA TÉCNICA O QUE PODE VER?


Modalidade recomendada: Pedestre 1 - Moinho Velho
Ponto de partida e chegada: Querença (Coordenadas GPS: N37º12’22.0” W8º00’21.6”)
Junto ao segundo parque de estacionamento. Pequeno moinho de rodízio, com duas moendas, de origem muito
Coordenadas GPS do ponto de início: antiga. Era alimentado pela levada que parte do açude da Fonte
Benémola e cuja água podia aqui ser desviada para as hortas ou
N37°12’21.67” W8°00’11.19”
para o tanque do moinho, hoje parcialmente destruído. Em frente
Extensão: 1,3 km (semicircular)
ao moinho, pode ainda ver-se uma grande nora com o engenho
Altitude máxima: 151 m
situado numa plataforma elevada.
Altitude mínima: 136 m
Subida acumulada: 26 m 2 - Nascentes da Várzea
Descida acumulada: 17 m Querença (Coordenadas GPS: N37º12’27.1” W8º00’28.3”)
Consta que as águas que alimentam as duas nascentes aqui
Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal
situadas (conhecidas localmente como Olho) não têm a mesma
nº 597, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
origem, sendo também diferentes as suas características.
Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000.
Juntamente com a Fonte Benémola, estas nascentes são as
responsáveis pela abundância de água que caracteriza o Vale da
Benémola, um dos poucos locais do Barrocal Algarvio que oferece
água todo o ano. Daí a diversidade de vida existente e que, entre
outras coisas, levou à criação em 1991 do Sítio Classificado da
Fonte Benémola (desde 2010, Área de Paisagem Protegida Local),
de grande valor conservacionista sobretudo devido às paisagens
do vale, património hidráulico (açudes, levadas, moinhos, noras),
densa galeria ripícola, fauna aquática (lontra, cágados, anfíbios) e
presença de várias espécies de morcegos (nas grutas da
Salustreira).
3 - Fonte Benémola
Querença (Coordenadas GPS: N37º12’33.4” W8º00’33.7”)
Localizada junto ao açude com o mesmo nome, na Ribeira dos
Moinhos, esta é uma das nascentes mais conhecidas em todo o
Barrocal Algarvio. As suas águas encontram-se classificadas como
mineromedicinais, tendo natureza hipossalina com
predominância de iões de cálcio e bicarbonato.
A fonte primitiva era uma tradicional fonte de mergulho, junto à
encosta, onde se aproveitava diretamente a água do aquífero cuja
saída natural (exsurgência) se situa um pouco mais à frente em
pleno leito da ribeira, outrora rodeada por um tanque tosco.
Esta ribeira junta-se, a sul do Vale da Benémola, com a Ribeira das
Mercês para constituírem a Ribeira da Tôr, mais adiante designada
por Ribeira de Algibre. Pode dizer-se que possui uma origem dupla
pois desce, por um lado, dos barrancos meridionais da Serra do
Caldeirão (Rio Seco, Ribeira da Salgada) e, por outro lado, drena as
águas da encosta sul da Rocha da Pena.

Fig.7 - Nascentes da Várzea (olho).


17
ROTA DA ÁGUA
PERCURSO PEDESTRE BARRANCO DO VELHO

LEGENDAS
Ponto de partida e chegada
1 Depósitos de água 4 Fonte da Catraia
1
2 2 Fonte do Chafariz 5 Fonte Férrea

3 3 Fonte do Serro Alto 6 Fonte do Monte


Percurso

6 PERFIL TOPOGRÁFICO

Altitude (m)
500

400

5 300
0 1000 2000 3000 4000
4 Distância (m)

O QUE PODE VER?


1 - Depósitos de água
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’31.1” W7º56’19.6”)
Neste cume sobranceiro ao Barranco do Velho, a uma altitude de
512 m, pode observar-se uma panorâmica alargada da Serra do
FICHA TÉCNICA
Caldeirão, numa zona de transição entre a chamada Serra Chã –
Modalidade recomendada: Pedestre
região planáltica que se estende para norte e nordeste – e a Serra
Ponto de partida e chegada:
Brava – região mais acidentada e declivosa situada a sul e que
EN 2, perto do painel informativo, junto à paragem do autocarro.
confina com o “Algarve”. Sendo a segunda zona mais pluviosa do
Coordenadas GPS do ponto de início:
Algarve, a seguir a Monchique, não admira pois a abundância de
N37°14’24.96” W7°56’15.40” água que escorre por estas encostas e que, neste ponto, foi captada
Extensão: 4,50 km (semicircular) e armazenada para distribuição pública local desde os anos 70.
Altitude máxima: 522 m
2 - Fonte do Chafariz
Altitude mínima: 350 m
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’26.3” W7º56’07.7”)
Subida acumulada: 227 m Também conhecida por Fonte do Álamo, foi aqui construído um
Descida acumulada: 227 m depósito, na primeira metade do século XX, tapado com uma
Cartografia: Traçado do percurso nas Cartas Militares de Portugal abóbada, que abastece um chafariz aberto sobre um bebedouro
nº 589 e 598, provenientes do Centro de Informação Geoespacial para os animais, contíguo ao lavadouro. O espaço em volta dispõe
do Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000. de sombra e bancos de pedra, convidando a uma pausa.
3 - Fonte do Serro Alto
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’25.0” W7º56’11.1”)
Típica fonte de mergulho encostada ao serro. Do outro lado do
caminho, pode ver-se um tanque de rega. As águas desta fonte e da
fonte anterior encontram-se classificadas como mineromedicinais
para tratamento de anemias e doenças do fígado. Essas
características aplicam-se, provavelmente, a todas as outras
nascentes do Barranco do Velho.
4 - Fonte da Catraia
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’11.1” W7º56’14.2”)
Chafariz de arquitetura mais moderna, construído em finais do
século XX. Localizado num pequeno espaço cercado e desnivelado
ao qual se acede por umas escadas, tem a forma de uma coluna de
pedra, rodeada por uma pia circular e encimada por uma esfera.
5 - Fonte Férrea
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’13.2” W7º56’32.5”)
A fonte escondida no fundo do barranco é uma estrutura muito
primitiva, com aspeto de uma furna escavada na rocha, com
abertura em arcada sustentada por uma coluna central de grandes
pedras, e protegida por paredes e abóbada de pedra. Aproveite
para merendar na mesa e bancos de pedra que encontra junto a
esta fonte.
6- Fonte do Monte
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’21.8” W7º56’28.8”)
As águas da nascente que abastecem esta fonte são desviadas para
uma bica, onde já se encontram filtradas e menos ferrosas que as
da fonte. Normalmente a fonte seca no verão. Em frente,
encontramos um chafariz mais moderno coberto de azulejos com
um pequeno tanque de lavar roupa e uma pia para os animais.
Fig.8 - Fonte do Chafariz (nascente com abóboda).
18
ROTA DA ÁGUA
PERCURSO PEDESTRE CHAVACHÃ

LEGENDAS
Ponto de partida e chegada
1 Moinho da Chavachã
2 Ribeira do Vascão

Percurso

2 PERFIL TOPOGRÁFICO
1
295

Altitude (m)
290

285

280
0 100 200 300 400
Distância (m)

FICHA TÉCNICA O QUE PODE VER?


Modalidade recomendada: Pedestre 1 - Moinho da Chavachã
Ponto de partida e chegada: EM 503 Ameixial (Coordenadas GPS: N37º20’58.7” W7º59’42.2”)
Coordenadas GPS do ponto de início: Um dos derradeiros moinhos de água do concelho de Loulé a ser
explorado economicamente, tendo deixado de funcionar com
N37°20'59.95” W7°59'37.69”
regularidade apenas em finais do século XX.
Extensão: 0,40 km (linear)
Altitude máxima: 294 m 2 - Rio Vascão
Altitude mínima: 287 m Ameixial (Coordenadas GPS: N37º20’59.9” W7º59’44.6”)
Subida acumulada: 7 m O maior curso de água algarvio, com cerca de 105 km de extensão,
Descida acumulada: 6 m tem um inestimável valor em termos de conservação da natureza,
reconhecido pela inclusão de grande parte do seu curso na Rede
Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal
Natura 2000. O rio, que marca a fronteira entre o Alentejo e o
nº 580, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do Algarve até à sua foz no Rio Guadiana, a norte de Alcoutim, resulta
Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000. da junção da Ribeira do Vascão, formada a partir dos barrancos da
zona central da Serra do Caldeirão, e a Ribeira do Vascanito, que
desce da Serra do Malhão mais a poente.

Fig.9 - Aspeto da ribeira.


19
ROTA DA ÁGUA
PERCURSO PEDESTRE ALMARGINHO

LEGENDAS
Ponto de partida e chegada
1 Fonte Figueira 4 Quatro Ribeiras
2 Almarginho 5 Ribeiro da Brazieira
3 Ponte do Olho

Percurso
4
5

2 PERFIL TOPOGRÁFICO
3
1
230

Altitude (m)
210

190
0 1000 2000 3000
Distância (m)

FICHA TÉCNICA O QUE PODE VER?


Modalidade recomendada: Pedestre 1 - Fonte Figueira
Ponto de partida e chegada: Fonte Figueira Salir (Coordenadas GPS: N37º14’15.5” W8º03’28.5”)
Coordenadas GPS do ponto de início: Antigo poço, tapado e equipado com engenho hidráulico manual
N37º14’15.5” W8º03’28.5” com roda. A base do tubo de sucção encontra-se bastante abaixo
da saída de água, pelo que teve de ser instalada uma câmara-de-
Extensão: 3,60 km (circular)
ar, cúpula em latão inserida entre o engenho e a torneira. Hoje
Altitude máxima: 228 m
como outrora, o poço serve também como local de convívio, tendo
Altitude mínima: 192 m
aqui sido instalada uma mesa de piquenique.
Subida acumulada: 74 m
Descida acumulada: 82 m 2 - Almarginho
Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal Salir (Coordenadas GPS: N37º14’18.9” W8º03’22.2”)
nº 588, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do Um dos locais do Algarve com maior concentração de noras. A
Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000. fertilidade destes solos de várzea conduziu à enorme
compartimentação dos terrenos e à instalação de um grande
número de poços e tanques de rega.
3 - Ponte do Olho
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’7.9” W8º03’10.4”)
Esta ponte encontra-se sobre a Ribeira dos Moinhos. Foi
construída nos anos 80 e fica uns 200 m a montante do local do
Olho, uma exsurgência que, durante décadas, abasteceu de água a
vila de Salir. A Ribeira dos Moinhos é uma das várias origens da
Ribeira de Algibre, escoando essencialmente a água das vertentes
meridionais da Rocha da Pena.
4 - Quatro Ribeiras
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’28.8” W8º03’13.9”)
Neste local podem encontrar-se 4 cursos de água: o Barranco da
Ameijoafra, a leste, que nasce nas encostas do Serro dos Negros; o
Barranco dos Arrodeiros, no centro, que vem do Serro da Bica;
mais a oeste, o Ribeiro da Brazieira; e a Ribeira dos Moinhos, que
se origina precisamente neste ponto, a partir da junção das águas
dos três anteriores. Em períodos de muita chuva, as enxurradas
tornam este local inultrapassável, apesar das velhas passadeiras
que permitem a travessia em dias mais bonançosos. Ali perto,
pode também admirar-se um belo exemplar de nora de eixo
comprido e elevado, dispositivo que permite distribuir a água, com
maior eficácia, para os campos vizinhos.
5 - Ribeiro da Brazieira
Salir (Coordenadas GPS: N37º14’25.9” W8º03’55.6”)
Este ribeiro resulta da junção do Barranco do Vale do Álamo e do
Barranco da Brazieira, que constituem a principal via final de
escoamento das águas que drenam, respetivamente, as vertentes
meridionais e orientais da Rocha da Pena.

Fig.10 - Fonte Figueira, pormenor de roda com câmara de ar.


20
Quer saber mais sobre a
Rota das Árvores Monumentais?
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Fig.1 - Plátano do Barranco dos Pisões.

SOBRE A ROTA
A Serra de Monchique, incluída na Rede Natura 2000, é um território mediterrânico de forte influência atlântica e com intensa
precipitação. São as características climáticas, particularmente as da parte superior da serra, onde a precipitação anual supera o
dobro do verificado em boa parte do Algarve, que levam à originalidade da sua flora, face à restante vegetação da região.
Devido a estas condições climáticas e a uma diversidade litológica, estas superfícies serranas são extremamente ricas do ponto
de vista botânico. Perto do cume dos cerros podem ser encontradas espécies raras como a adelfeira (Rhododendron ponticum
subsp. baeticum), a rosa-albardeira (Paeonia broteroi) e a orquídea Neotinea maculata, característica das formações boscosas.
Com efeito, este matiz atlântico, associado a uma biogeografia particular, fazem com que a Serra de Monchique corresponda,
em certos casos, ao limite sudoeste da distribuição europeia de certas espécies ou agrupamentos vegetais. A comprovar a forte
influência atlântica da parte superior da Serra de Monchique encontram-se espécies como o tojo molar (Ulex minor subsp.
lusitanicus) e a arenária (Arenaria montana L.). De destacar ainda a presença, no sub-bosque dos poucos soutos que restam, de
Doronicum plantagineum que encontra, em Monchique, o limite meridional da sua distribuição em Portugal e ainda Senecio
lopezii, endemismo do sudoeste peninsular que, no nosso país, apenas aqui se pode encontrar. Em superfícies frescas,
subsistem ainda alguns exemplares de Quercus canariensis, carvalho que, em Portugal, apenas cresce de forma espontânea
nestas paisagens serranas, sendo por isso designado vulgarmente como carvalho-de-Monchique.

A Rota das Árvores Monumentais é composta por três circuitos. Todos eles começam no Largo de São Sebastião, no Posto de
Turismo da Vila.

22
ROTA DAS ÁRVORES MONUMENTAIS
CIRCUITO DA FÓIA

5
2

8 4
3
9
3 2
5
10
6

1
4

LEGENDAS FICHA TÉCNICA


Modalidade recomendada: Pedestre e BTT
Percurso pedestre
Ponto de partida e de chegada:
Sobreiro Barranco Largo de São Sebastião, no Posto de Turismo
1 Auracária Quinta da Vila 6
dos Pisões Coordenadas GPS do ponto de início:
2 Magnólia da Quinta Grande 7 Azevinhos N37°18’59.41” W8°33’18.70”
Castanheiro Penedo Extensão: 17 km
3 Eucaliptos Centro de Saúde 8
do Buraco Grau de dificuldade:
4 Araucária Quinta do Viador 9 Adelfeiras da Fóia Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
Altitude máxima: 844 m Altitude mínima: 400 m
5 Plátano Pisões 10 Magnólia Convento
Subida acumulada: 897 m Descida acumulada: 895 m
Cartografia: Traçado do percurso nas Cartas Militares de Portugal
1 Posto de Turismo nº 577 e 585, provenientes do Centro de Informação Geoespacial
2 Moinho do Poucochinho do Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000.

3 Estação de tratamento de água


4 Fóia
5 Convento N.ª Sr.ª do Desterro
6 Povoação de Monchique

PERFIL TOPOGRÁFICO

900
Altitude (m)

700

500

300
0 4 8 12 16
Distância (km)

Fig.6 - Castanheiro do Penedo do Buraco.


23
DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
O percurso passa por algumas das árvores classificadas da vila e continua por caminhos de terra batida ou pouco percorridos,
até encontrar outras árvores de grande porte durante a subida gradual até ao pico da Fóia. Aí pode aproveitar as vistas
espetaculares e, nos meses de junho e julho, pode-se apreciar a floração única das adelfeiras. O regresso à vila é através da GR13
- Via Algarviana, que segue um caminho pouco inclinado, chegando à vila através de um sobreiral bem conservado ao lado das
ruínas do Convento da Senhora do Desterro.

Fig.7 - Adelfeiras (Fóia).

O QUE PODE VER?


5 - Plátano (Barranco dos Pisões)
Localizado no Barranco dos Pisões, este extraordinário plátano (Platanus orientalis L. var. acerifolia Aiton) classificado é um verdadeiro
monumento vivo, com cerca de 150 anos e 41 m de altura.
6 - Sobreiro (Barranco dos Pisões)
Este sobreiro (Quercus suber L.), também localizado no Barranco dos Pisões, a montante do conhecido plátano, foi classificado de interesse
público em maio de 2002. No entanto, em setembro de 2003, o sobreiro centenário (com idade estimada de 200 anos e 15 m de altura) foi
afetado pelo incêndio que deflagrou nesta zona. Antes deste incêndio, este sobreiro era conhecido por produzir um grande volume de
cortiça, havendo referências a quantidades superiores a 50 arrobas (cerca de 750 kg).
7 - Conjunto de Azevinhos (Barranco do Carvalho)
Ao lado do Parque de Merendas no Barranco do Carvalho, localiza-se uma das fontes de água subterrânea que abastece o sistema de água
potável de Monchique. O sistema de água foi construído no início dos anos 50, sendo posto em funcionamento e inaugurado em 1953. A
vedação desta fonte foi delineada, plantando um conjunto de azevinhos (Ilex aquifolium L.).
8 - Castanheiro (Penedo do Buraco)
Este castanheiro (Castanea sativa Mill.), em processo de classificação, apresenta uma altura de 20 m.
Tradicionalmente, em Monchique, a madeira do castanheiro era usada para fabricar portas e janelas, sendo muito resistente às mudanças
da humidade e aos fungos e insetos.
Os soutos em Portugal são produtores de valores de uso direto, com destaque, nos produtos lenhosos, para a madeira, e nos não lenhosos
para o fruto, os cogumelos, a caça, a pastorícia, e o recreio.
9 - Adelfeiras (Barragem da Fóia)
Este endemismo ibérico é porventura o mais notável sobrevivente da Laurissilva que existia no território do continente e que foi
praticamente destruída pelas glaciações que caracterizaram o Pleistocénico (era que se iniciou aproximadamente há 2 milhões de anos e
terminou há cerca de 10 000 anos). Na atualidade, cresce de forma espontânea em pontos localizados da Serra de Monchique e da Serra
do Caramulo, em Portugal, e no Maciço do Aljibe, na Andaluzia espanhola. Dada a sua escassa distribuição geográfica, e o isolamento
destas populações, a espécie encontra-se ameaçada.
Em Monchique, esta espécie encontra-se em solos com elevado teor de humidade, em ambiente subatlântico.

24
ROTA DAS ÁRVORES MONUMENTAIS
CIRCUITO DA VILA

LEGENDAS

Percurso Árvores da Vila - Norte


3 Percurso Árvores da Vila - Sul

42 1 Araucária Quinta da Vila


2 Eucaliptos - Centro de Saúde
4 3 Araucária - Quinta do Viador
5
4 Sobreiral do Convento
3
6 5 Magnólia do Colégio Santa Catarina
5
6 6 Magnólia do Convento

2 7 Carvalho-de-Monchique - Pomar Velho


1
8 Alameda dos Plátanos - Pé da Cruz

7 7
1 Posto de Turismo 6 Convento
1
2 Quinta da Vila e Piscinas 7 Igreja de S. Sebastião
9
3 Bombeiros 8 Pé da Cruz
4 Centro de Saúde 9 GNR
5 Segurança Social

Perfil Topográfico ÁRVORES DA VILA - NORTE


8 560
Altitude (m)

520
8
480
440
400
0 1,00 2,00 3,00 4,00
Distância (km)

Perfil Topográfico ÁRVORES DA VILA - SUL


470
Altitude (m)

430
390
350
0 0,40 0,80 1,20 1,60
Distância (km)

FICHA TÉCNICA
Modalidade recomendada: Pedestre
Ponto de partida e de chegada:
Largo de São Sebastião, no Posto de Turismo.
Coordenadas GPS do ponto de início:
N37°18’59.41” W8°33’18.70”
Extensão total: 6,30 km
Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil

ÁRVORES DA VILA - NORTE


Extensão: 4,25 km
Altitude máxima: 534 m Altitude mínima: 422 m
Subida acumulada: 205 m Descida acumulada: 200 m

ÁRVORES DA VILA - SUL


Extensão: 2 km
Altitude máxima: 462 m Altitude mínima: 399 m
Subida acumulada: 66 m Descida acumulada: 75 m

Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal


nº 585, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000.

Fig.2 - Araucária Quinta da Vila.


25
DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
O Circuito da Vila permite visitar as 5 árvores classificadas ou em vias de classificação, bem como exemplos da paisagem
florestal típica da Serra de Monchique. O circuito segue um percurso com dois setores, um de 4 km e outro de 2 km, sendo este
último o mais acessível para toda a família. Uma vez que se desenrola perto da vila, permite desvios e paragens segundo o
desejo de cada um. O circuito passa por jardins e bosques e é uma oportunidade para apreciar também alguns aspetos da
arquitetura da vila e das tradições da terra.

Fig.3 - Sobreiral perto das ruínas do Convento de Nossa Senhora do Desterro.

O QUE PODE VER?


1 - Araucária (Quinta da Vila)
Situada num pequeno terraço do Parque Municipal, esta árvore classificada, de grande porte e 36,5 m de altura, avista-se de toda a vila de
Monchique, constituindo um marco na paisagem e uma referência na memória local.
Diz-se que esta Araucária-de-norfolk (Araucaria heterophylla (Salisbury) Franco) foi plantada para celebrar um casamento. Em meados do
século passado, e para demonstrar a sua coragem e ser bem visto pelas raparigas da vila, um jovem escalou a árvore para recolher a ponta
(flecha) e regressou são e salvo com a ponta da árvore para mostrar a sua destreza. A árvore sobreviveu a estes danos e agora é possível
ver, a partir do Miradouro do Largo de São Sebastião, as duas pontas de crescimento que a árvore criou.
2 - Eucaliptos (Centro de Saúde)
Este era um conjunto de três eucaliptos de grande porte. Em 2013, uma das árvores caiu. Sobreviveram os dois exemplares maiores, de
grande porte e de cerca de 37 m e 40 m de altura. Estes exemplares de grande beleza e valor paisagístico marcam a saída da vila na direção
de Sabóia e Lisboa, em frente ao Centro de Saúde.
3 - Araucária (Quinta do Viador)
Árvore monumental classificada, uma Araucária-de-norfolk (Araucaria heterophylla (Salisbury) Franco), com cerca de 150 anos e 44 m de
altura. Esta árvore constitui um marco na paisagem e uma referência na memória histórica de Monchique, sendo o maior exemplar de
araucária existente na vila. Esta árvore foi plantada pela família Pacheco para celebrar o nascimento de um filho.
4 - Sobreiral (Ruínas do Convento de Nossa Senhora do Desterro)
Junto às ruínas do Convento de Nossa Senhora do Desterro, fundado em 1631 por Pêro da Silva, encontra um sobreiral. As ruínas do
Convento erguem-se num lugar muito aprazível, rodeado de arvoredo, de onde se desfruta um belo panorama sobre a vila e arredores.
Destaque para 2 sobreiros (Quercus suber), primeiro e segundo à esquerda a descer do Convento, com 24 m e 17 m respetivamente.
5/6 - Magnólia (Ruínas do Convento de Nossa Senhora do Desterro)
Junto às ruínas do Convento de Nossa Senhora do Desterro, existiu uma imponente e secular magnólia, que se pensa que terá sido trazida
por Dom Pêro da Silva, fundador do convento, numa das suas viagens à Índia. Esta magnólia, que foi classificada de interesse público em
1947, alcançou uma altura de 27 metros, sendo a idade estimada superior a 200 anos.
Infelizmente, este que era o maior exemplar da Europa desta espécie de magnólia, a Magnolia grandiflora L., acabou por entrar em
progressiva decadência até à sua queda, em 2016.
7 - Carvalho-de-Monchique (Pomar Velho)
Em superfícies frescas, subsistem ainda alguns exemplares de Quercus canariensis, carvalho que, em Portugal, apenas cresce de forma
espontânea nestas paisagens serranas, sendo por isso designado vulgarmente como carvalho-de-Monchique.
Este é um verdadeiro monumento vivo, quer pela raridade da espécie quer pelo seu porte de 28 m de altura.
8 - Alameda de Plátanos
Encontra esta magnífica alameda de altos e frondosos plátanos implantados de ambos os lados da EN 266 à entrada da vila de Monchique.
A alameda avista-se ao longe e tem grande efeito cenográfico e paisagístico.
Quando foi plantada, a alameda era composta por dois alinhamentos de 14 árvores cada, número relacionado com as 14 Estações da Cruz
que fazem parte da Via Crucis. Na altura, não existiam outros edifícios em redor da alameda, que enquadrava na Ermida do Pé da Cruz,
datada de 1680. Após mais de 100 anos de existência, as 17 árvores existentes com cerca de 30 m de altura são as que têm resistido à
passagem do tempo, não existindo mais espaço para replantação devido à construção erguida entretanto no local.

26
ROTA DAS ÁRVORES MONUMENTAIS
CIRCUITO DA PICOTA

3
4
6 9

1
3
1 2
5

6 8
4
7

LEGENDAS FICHA TÉCNICA


Modalidade recomendada: Pedestre e BTT
Percurso pedestre
Ponto de partida e de chegada:
Largo de São Sebastião, no Posto de Turismo
1 Sobreiral 4 Sobreiro de Corte Grande
Coordenadas GPS do ponto de início:
2 Sobreiral 5 Carvalho-de-Monchique N37°18’59.41” W8°33’18.70”
Extensão: 27 km
3 Sobreiro de Maia 6 Magnólia Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
1 Posto de Turismo 6 Ponto de observação Altitude máxima: 748 m Altitude mínima: 295 m
Subida acumulada: 1253 m Descida acumulada: 1259 m
2 Picota estacionamento 7 Vista panorâmica Cartografia: Traçado do percurso nas Cartas Militares de Portugal
3 Sinalética Picota 8 Parque de Merendas nº 578 e 585, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
Desvio para o Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000.
4 Sobreiro de Maia 9 Castelo de Alferce
5 Desvio para Sobreiro

PERFIL TOPOGRÁFICO
800
Altitude (m)

600

400

200
0 10 20 30
Distância (km)

Fig.4 - Sobreiro (Montinhos da Serra) 1


27
DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
O Circuito da Picota é o mais extenso e mais apropriado para caminhantes experientes. Uma parte do circuito segue a GR13 –
Via Algarviana, subindo à Picota. Os caminhantes podem diminuir a distância apanhando o autocarro entre Alferce e
Monchique. Há oportunidade de observar sobreirais lindíssimos e exemplares dos maiores sobreiros do Algarve. Neste
percurso, há também matos de carvalhiça (Quercus lusitanica Lam.), que é natural de Portugal, e também um bom exemplar do
carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis Willd.) que em Portugal somente se encontra na Serra de Monchique.

Fig.5 - Sobreiro (Montinhos da Serra) 2

O QUE PODE VER?


1 - Sobreiro (Montinhos da Serra) 1
Este sobreiro (Quercus suber L.) tem uma altura de 19,5 m. Em frente a esta árvore, do outro lado da estrada, encontra-se outro sobreiro de
grande porte, com 20 m de altura.
2 - Sobreiro (Montinhos da Serra) 2
Aqui encontrará um sobreiro (Quercus suber L.), com uma altura de 18 m e 25 m de diâmetro médio da copa.
3 - Sobreiro (Maia)
Este sobreiro está incluído neste roteiro devido ao seu porte, com um perímetro de tronco à altura do peito de cerca de 4,80 m (medição de
2009). Esta é uma árvore sobrevivente ao incêndio de 2005. Em 2018, foi novamente atingida pelo incêndio que afetou a zona, perdendo
cerca de 50% do seu porte.
4 - Sobreiro (Corte Grande)
O sobreiro da Corte Grande, o maior do Algarve e um dos maiores do país, situa-se no lugar da Corte Grande na encosta sul da Picota.
Infelizmente, esta árvore foi afetada pelo incêndio que deflagrou em Monchique em 2018. Se caminhar uns 300 metros para sul, terá uma
vista espetacular da costa e da Barragem de Odelouca.
5 - Carvalho-de-Monchique (estrada do Alferce)
Este é um magnífico exemplar com 25 m de altura, considerado raro em Portugal. É representante de um tipo de vegetação de grande valor
científico e botânico. Tem um importante papel na proteção do solo.
6 - Magnólia (Quinta Grande)
Caminhando alguns metros depois do carvalho-de-Monchique, em direção a Monchique, irá avistar esta magnólia (Magnolia grandiflora L.)
no outro lado da margem da Ribeira de Monchique. Situada ao lado da Quinta Grande, perto das ruínas da Ermida de Santa Brígida, esta é
um dos maiores exemplares do concelho, com cerca de 19 m, possivelmente, descendente da magnólia que existiu perto do Convento.

28
SINALÉTICA DO PERCURSO

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Fig.1 - Miradouro da Fóia. Aspetos típicos de uma paisagem sienítica


(amontoados pedregosos, designados por caos de blocos).

SOBRE A ROTA
A forte expressão geomorfológica, os vales bem demarcados, a abundância de linhas de água e nascentes naturais, a flora e
fauna características e a diversidade geológica, com rochas de relativa raridade, conferem à Serra de Monchique marcas únicas
e originais.

A Serra de Monchique, localizada no setor norte do Barlavento Algarvio, do ponto de vista morfológico, apresenta três unidades
principais – Picota (773 m), na parte oriental, Fóia (902 m) e Picos (574 m), na parte ocidental – sendo o setor oriental e o setor
ocidental separados por um vale de orientação nordeste-sudoeste.

É constituída por uma grande variedade de rochas, cuja idade, estrutura e origem são também bastante diversificadas. A maior
parte da Serra de Monchique é formada pelo chamado Complexo Alcalino de Monchique, fazendo parte da Província Ígnea
Alcalina Ibérica que engloba os outros dois maciços portugueses (Sines e Sintra), o Complexo Vulcânico de Lisboa, vários
afloramentos de rochas magmáticas nas bacias mesozoicas portuguesas (Bacia do Algarve e Bacia Lusitânica), o Maciço do
Monte Ormonde e ainda várias intrusões nos Pirenéus.

Ao longo dos percursos foram identificados Locais de Interesse Geológico (LIG) com alguns aspetos característicos da geologia
do concelho. De notar que ao longo dos dois percursos definidos, bem como noutros locais do concelho, podem ser
identificados aspetos geológicos semelhantes aos LIG apresentados nos percursos. Deste modo, qualquer caminhante com um
olhar cuidado e desperto poderá identificar autonomamente, noutros locais, os aspetos geológicos realçados nos vários LIG.

30
ROTA DA GEOLOGIA
PERCURSO 1 - MARMELETE

LIG 4 LIG 5

LIG 3

LIG 2
LIG 1 (Casa antiga)
LIG 1 (Fontanário)

LIG 1 (Lagar)
LIG 1 (Muro)

LIG 1 (Bebedouro)
LIG 1 (Calçada)

LIG 8

LIG 6 (Picos 574m)


LIG 7

LEGENDAS FICHA TÉCNICA


Modalidade recomendada: Pedestre e BTT
Percurso pedestre
Ponto de partida e de chegada: Entrada de Marmelete
Ponto de partida e chegada Coordenadas GPS do ponto de início:
N37°18’27.39” W8°39’53.11”
Locais de Interesse Geológico (LIG) Extensão: 6,23 km
Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
PERFIL TOPOGRÁFICO Altitude máxima: 550 m
Altitude mínima: 373 m
Subida acumulada: 249 m
Altitude (m)

550
500 Descida acumulada: 244 m
450
400 Cartografia: Traçado do percurso na Carta Militar de Portugal
365 nº 585, proveniente do Centro de Informação Geoespacial do
1 2 3 4 5 6 Exército (CIGeoE), com escala de 1:25.000.
Distância (km)

DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
Neste percurso, é possível observar várias evidências que
contam a história geológica deste local. Algumas são visíveis
nas litologias e na deformação tectónica da Formação de
Brejeira, na auréola de metamorfismo de contacto, nos filões
de rochas magmáticas e de quartzo, nas falhas e dobras que
marcam as estruturas tectónicas. Rochas como os xistos
argilosos e grauvaques, corneanas e xistos mosqueados e o
constante sienito nefelínico marcam a cronologia destas
formações. Descubra estes elementos em estado natural e
transformado pela intervenção humana para a aplicação na
construção e no urbanismo.

Fig.2 - Pormenor da calçada das ruas de Marmelete, observando-se os cubos


de sienito nefelínico homogéneo; alguns cubos apresentam faixas de uma
rocha negra (filões de rochas magmáticas básicas).
31
Fig.3 - Pormenor de um filão de rocha magmática básica a cortar o sienito nefelínico (heterogéneo) no afloramento rochoso de Picos.

O QUE PODE VER?


LIG 1 - Utilização das rochas da zona
Ao percorrer as ruas de Marmelete, poderá ver a presença das rochas da zona em diversos aspetos da construção. Repare na calçada;
composta por cubos de sienito nefelínico, observe os cristais bastante homogéneos, bem desenvolvidos e de textura grosseira e elevada
percentagem de nefelina, o mineral que lhe dá o nome.
Outros exemplos são o fontanário na Rua Francisco Furtado e o antigo bebedouro na Rua Inácio Cabrita. Encontrará vários exemplares de
muros e construções mais antigas (anteriores à década de 40 do séc. XX), quer unicamente em sienito, quer de uma mistura de
grauvaques, xistos argilosos, sienitos, corneanas e até rochas magmáticas básicas.
LIG 2 - Fonte Velha
A Fonte Velha, também conhecida por Fonte dos Namorados (1926), por ser o local onde os namorados em tempos se encontravam ao
domingo à tarde depois da missa, é o mais antigo fontanário de Marmelete. A sua água provém de uma mina escavada nas rochas da
Formação de Brejeira, zona de xistos argilosos e grauvaques.
LIG 3 - Junta de Freguesia de Marmelete
As paredes do edifício revestem-se de painéis e blocos de sienito nefelínico, com características idênticas às da calçada. Repare na
diferença do tamanho dos cristais, o que se explica pelo facto de quanto mais rápido tiver sido o arrefecimento do magma que deu origem
à rocha, menor é o tamanho dos cristais que a compõem.
LIG 4 - Formação de Brejeira: estruturas sedimentares e deformação tectónica
Neste afloramento, evidencia-se a sucessão repetida de camadas intercaladas de grauvaques (materiais mais grosseiros) e xistos argilosos
(materiais mais finos). Observe as deformações (dobras e fraturas) resultantes dos movimentos compressivos a que foram sujeitas.
LIG 5 - Formação de Brejeira: estrutura cortada por filões de rochas magmáticas básicas e filões de quartzo
Neste local, as sucessões turbidíticas da Formação da Brejeira (estratos de xistos argilosos e grauvaques intercalados) encontram-se
cortadas por vários filões de rochas magmáticas associadas à instalação do Complexo Alcalino de Monchique, as quais apresentam uma
cor, dureza e aspeto totalmente diferentes.
LIG 6 - Picos
O miradouro dos Picos é o ponto mais elevado (574 m) no extremo oeste do maciço de Monchique. Aqui estamos no anel exterior do
Complexo Alcalino de Monchique, que se caracteriza por ser um amontoado pedregoso, designado por caos de blocos, estruturas típicas
de zonas onde predominam rochas maciças, como os sienitos, os granitos e afins.
LIG 7 - Utilização de rochas da zona: construção em taipa
A técnica da taipa emprega materiais e recursos do próprio ambiente em que a construção se insere. Nesta técnica, é usada a terra
compactada (argila e cascalho) através de moldes de madeira que, depois de secos, formam paredes e muros homogéneos e monolíticos.
LIG 8 - Auréola de metamorfismo
Nesta zona resultante da intrusão de magmas que originaram as rochas do maciço de Monchique, encontramos as rochas encaixantes da
Formação de Brejeira transformadas em corneanas, de cor escura e de aspeto maciço e dureza elevada, e, menos frequentemente, níveis
de xistos mosqueados formados a partir das camadas mais argilosas.

32
ROTA DA GEOLOGIA
PERCURSO 2 - FÓIA E ÁREA ENVOLVENTE

LIG 13
LIG 12
LIG 2

LIG 3
LIG 1 (Fóia 902m) LIG 4

LIG 11

LIG 5
LIG 8
(Auréola de contacto)
LIG 9 LIG 10
LIG 6

LIG 7
LIG 8
(Zona de auréola)

LEGENDAS FICHA TÉCNICA


Percurso pedestre Modalidade recomendada: Pedestre e BTT
Ponto de partida e de chegada: Miradouro da Fóia
Ponto de partida e chegada Coordenadas GPS do ponto de início:
N37°18’55.92” W8°35’33.36”
Locais de Interesse Geológico (LIG)
Extensão: 15,40 km
Grau de dificuldade:
Muito Fácil | Fácil | Algo Difícil | Difícil | Muito Difícil
PERFIL TOPOGRÁFICO Altitude máxima: 895 m
Altitude mínima: 598 m
850 Subida acumulada: 913 m
Altitude (m)

800
750 Descida acumulada: 916 m
700 Cartografia: Traçado do percurso nas Cartas Militares de Portugal
650
615 nº 577 e 585, provenientes do Centro de Informação Geoespacial
2.5 5 7.5 10 12.5 15.3 do Exército (CIGeoE), com escala 1:25.000.
Distância (km)

DESCRIÇÃO DO ITINERÁRIO
Neste percurso é possível observar essencialmente os
aspetos geológicos associados ao maciço alcalino de
Monchique, nomeadamente sienito nefelínico (quer da
unidade heterogénea de bordo, quer da unidade homogénea
nuclear), rochas ultrabásicas, básicas e intermédias,
formações brechóides, auréola de metamorfismo de
contacto com corneanas e xistos mosqueados, aspetos de
meteorização dos sienitos, nascentes de água e exemplos de
exploração e aplicação das rochas locais.

Fig.4 - Afloramento de corneanas (rochas metamórficas de cor escura,


aspeto maciço e elevada dureza).
33
O QUE PODE VER?
LIG 1 - Miradouro da Fóia
A Fóia é o ponto mais elevado do Algarve (902 m). Neste miradouro terá uma vista privilegiada para sul, vislumbrando os terrenos que se
estendem até à linha de costa. No topo, localizamo-nos no anel exterior do Complexo Alcalino de Monchique, em pleno sienito
heterogéneo de bordo (sienito nefelínico com características homogéneas tanto a nível de composição mineral como da sua textura). Na
paisagem, destacam-se amontoados pedregosos designados por caos de blocos.
LIG 2 - Socalcos
Na Serra de Monchique, é comum encontrar zonas com socalcos, que são os tipos de campos de cultivo mais frequente nas áreas
montanhosas. Estão assentes em muros, neste caso, essencialmente de sienito nefelínico. Esta mudança da paisagem natural resultante
da intervenção humana ao longo de muitos anos constitui hoje um valioso património histórico, cultural e agrícola.
LIG 3 - Vista panorâmica para leste: vale, vila de Monchique e Picota
Nesta zona é possível ter uma vista panorâmica para leste, observando um vale pronunciado onde no fundo se vê a vila de Monchique e na
vertente oposta sobressai a Picota, o segundo ponto mais elevado do Algarve (773 m). A Picota e a sua área envolvente localizam-se em
terrenos da unidade de sienito nefelínico nuclear (mais homogéneo, grosseiro e rico em nefelina).
LIG 4 - Zona da unidade de rochas ultrabásicas, básicas e intermédias
As rochas neste local são interpretadas como resultantes dos primeiros pulsos de magmas que originaram o Complexo Alcalino de
Monchique.
LIG 5 - Vista panorâmica para sul: pedreira da Nave
Ao descermos a Serra de Monchique, pela vertente sul, sobressai na paisagem a cicatriz da pedreira da Nave. Esta exploração a céu aberto
de sienitos nefelínicos teve início em 1984 e os produtos daí extraídos são aplicados na construção e no urbanismo tanto no mercado
nacional como internacional.
LIG 6 - Miradouro da Fonte Santa
Este miradouro permite uma vista panorâmica para toda a costa do Barlavento Algarvio. Este é um local muito procurado para
abastecimento da água da fonte, que tem origem na chuva que cai na área envolvente e que se infiltra e circula nas fraturas existentes nas
massas rochosas do maciço de Monchique.
LIG 7 - Brecha sienítica
Pequeno afloramento de uma brecha sienítica constituída por clastos de rochas magmáticas básicas (cor escura) incluídos numa matriz
sienítica (cor clara). Os clastos escuros (xenólitos) são fragmentos de rochas mais antigas do que a massa sienítica de cor clara que os
envolve.
Nas zonas próximas do maciço de Monchique entramos na auréola metamórfica, na zona afetada pelo metamorfismo de contacto,
resultante da intrusão dos magmas que originaram as rochas deste maciço.
LIG 8 - Auréola de metamorfismo: Formação da Brejeira metamorfizada
Nesta auréola encontramos as rochas da Formação da Brejeira (intercalações de estratos de xistos argilosos e grauvaques) transformadas
em rochas metamórficas – corneanas (cor escura, aspeto maciço e dureza elevada) e, menos frequentemente, níveis de xistos
mosqueados (formados a partir das camadas mais argilosas). A sucessão de estratos da Formação da Brejeira encontra-se aqui bastante
intersectada por filões de rochas magmáticas e intrusões de rochas sieníticas.
LIG 9 - Auréola de metamorfismo: Formação da Brejeira metamorfizada cortada por intrusões de rochas básicas alteradas
É possível observar vários filões de rochas magmáticas a intersectar os estratos da Formação da Brejeira. As rochas magmáticas
encontram-se bastante alteradas quimicamente, pelo que a sua cor, a sua dureza e o seu aspeto são totalmente diferentes dos da rocha
original.
LIG 10 - Afloramento de corneanas
As corneanas são rochas metamórficas de cor escura e aspeto maciço que se destacam das rochas envolventes devido à sua elevada
dureza, formando uma pequena crista que pode ser facilmente observada.
LIG 11 - Afloramento de sienito nefelínico cortado por vários filões de rochas intrusivas: princípios da interseção e da inclusão
Tente reconstruir na sua cabeça a sequência de acontecimentos que ocorreu neste local: a instalação de rochas magmáticas básicas; a
instalação de sienito nefelínico, englobando fragmentos das rochas magmáticas básicas; instalação do filão cinzento-escuro através das
rochas magmáticas e do sienito nefelínico; e instalação do fino filão de microssienito através do sienito nefelínico e do filão cinzento-
escuro.
LIG 12 - Zona de formações brechóides
Estas brechas magmáticas são constituídas por fragmentos de rochas variadas cimentados por uma matriz sienítica (cor clara) ou de rocha
intrusiva básica (cor escura). Daí que as construções neste local utilizem maioritariamente este tipo de rocha.

Fig.5 - Afloramento onde é possível identificar uma intrusão de uma rocha magmática (RM) a cortar os xistos argilosos e grauvaques da Formação da Brejeira (FB).
34
FICHA TÉCNICA

Edição e propriedade: Promotor: Almargem Contactos:


Associação de Defesa do Património (+351) 289 412 959
Cultural e Ambiental do Algarve www.almargem.org

Projeto: Via Algarviana www.viaalgarviana.org

Ano de edição: 2021 - Se detetar um incêndio ligue: 117


- Em caso de emergência ligue: 112

Município Parceiro: Contactos Úteis:


Câmara Municipal de Alcoutim - Câmara Municipal de Alcoutim:
(+351) 281 540 500
Conteúdos: - Centro de Saúde de Alcoutim:
Textos: Almargem; (+351) 281 540 140
Fotografia: João Santos - Bombeiros Voluntários de Alcoutim:
(+351) 281 540 450
- Guarda Nacional Republicana - Alcoutim:
(+351) 281 540 010
- Serviço Municipal de Proteção Civil:
(+351) 962 864 914 (COM) / 962 373 348
- Posto de Turismo de Alcoutim:
(+351) 281 546 179

Município Parceiro: Contactos Úteis:


Câmara Municipal de Loulé - Câmara Municipal de Loulé:
(+351) 289 400 600
Conteúdos: - Centro de Saúde de Loulé:
Textos: Almargem; (+351) 289 401 000
Fotografia: Joana Arzileiro, - Bombeiros Municipais de Loulé:
João Madeira, João Santos. (+351) 289 400 560
- Guarda Nacional Republicana - Loulé:
(+351) 289 410 490

Município Parceiro: Contactos Úteis:


Câmara Municipal de Monchique - Câmara Municipal de Monchique:
(+351) 282 910 200
Conteúdos: - Centro de Saúde de Monchique:
Conceito e direitos de autor: (+351) 282 910 100
A Nossa Terra – associação ambiental; - Bombeiros Voluntários de Monchique:
Textos: Stephen Hugman e (+351) 282 910 000
Pedro Nuno Teixeira dos Santos; - Guarda Nacional Republicana - Monchique:
Contribuições: Ana Nunes, Cristina Fernandes, (+351) 282 912 629
Diamantino Silva, Fernão Santos, Dieter Malter, - Posto de Turismo de Monchique:
Isabel Mira, João Mira, Laila Davidson; (+351) 282 911 189
Iniciativa e assistência técnica: Árvores de Portugal;
Fotografia: Stephen Hugman e Árvores de Portugal.

Conteúdos:
Conceito e direitos de autor:
Associação para a Defesa e Divulgação do
Património Geológico do Alentejo e Algarve (DPGA);
Textos, fotografias e imagens:
Francisco Lopes e Tiago Neves.
Guia Geral

Descubra o interior do Algarve com estas quatro Rotas Temáticas da Via Algarviana. A pé, de BTT
ou de carro, percorra os caminhos do contrabando em Alcoutim, conheça a riqueza das
nascentes e linhas de água do concelho de Loulé, aproveitadas pelo engenho humano, e ainda a
geologia única e as árvores monumentais da paisagem verdejante de Monchique.

Promotor Projeto Financiamento

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