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Terapia de esquemas

As 4 dimensões do temperamento proposto por Clonenger


Todas as pessoas tem os 4, mas sempre uns são mais desenvolvidos do que
os outros, geralmente 2.

Evitação de dano:
 Natureza esquiva, passiva e tímida devido à inibição de comportamentos
frente à possibilidade de frustração ou ameaça.
 Corresponde ao indivíduo pessimista, passivo, medroso e tímido.
 Por outro lado, cauteloso e planejador.
 OBS.: Pode ser adicto por medo. Depressão, Transtorno do humor de
Ansiedade.

Busca por novidade:


 Natureza impulsiva, curiosa e impaciente frente à possibilidade de
satisfação.
 Corresponde à impulsividade, irritabilidade, exploração e
extravagâncias.
 Em contrapartida, favorece a inovação, entusiasmo e recompensa.
 OBS.: Bipolar, Borderline (grupo B), TDAH

Dependência de recompensa:
 Natureza sentimental, voltada ao apego e empatia.
 Indivíduo afetivo, sentimental, caloroso e aberto.
 Por outro lado, inseguro, suscetível e submisso. “bonzinho”
 OBS.: Risco de adicção para criar coragem.
 Esquiva / Dependente, suscetível ao bullying. Indivíduo que lhe falta
possibilidades, recursos a serem desenvolvidos.

Persistência:
 Natureza determinada e perfeccionista, capaz de persistir em tarefas de
longa duração e representar obstáculos como desafios.
 Indivíduo assíduo, determinado, entusiástico e perfeccionista.
 Em contrapartida rígido e inadaptado.
 OBS.: Pode ser adicto para aumentar a performance = anfetaminas
 Transtorno do humor, Anti-social, TOC, TAG, Esquizotípicos.
1 – Constituído por fatores transmitidos geneticamente e também pelos que se
desenvolveram durante a vida intrauterina.
2 – Experiências infantis que adquirem relevante importância pela idade em
que ocorrem e são decisivas na formação da personalidade.
3 – Fatores atuais ou desencadeantes produzem a sintomatologia, ou seja,
ativam efeitos ou sintomas.

O que é um esquema?

Padrão imposto à realidade ou à experiência


Ajuda o indivíduo a explicar essa experiência
Media a percepção e guia suas respostas
A Psicologia Cognitiva define-o como plano cognitivo abstrato – interpreta e
soluciona problemas  Necessidade de coerência cognitiva = manter a visão
estável de si e do mundo, mesmo que seja imprecisa e distorcida
Beck – princípio organizativo amplo para se entender a própria experiência

Um esquema pode ser:


 Adaptativo
 Desadaptativo
 Formado na infância ou posteriormente
 Esquemas nocivos podem estar no centro da formação de um transtorno
de personalidade, problemas caracterológicos mais leves ou os do
antigo eixo 1 do DSM IV
 Há esquemas remotos e posteriores
DOMÍNIOS - AMBIENTES
Desconexão e Rejeição

• Neste grupo há a expectativa de que as necessidades de segurança,


estabilidade, carinho, empatia, compartilhamento de sentimentos, aceitação e
respeito não serão atendidas de uma maneira previsível.
• A família de origem é normalmente desligada, fria, rejeitadora, refreadora,
solitária, explosiva, imprevisível ou abusiva.

Desconexão e Rejeição
• Abandono/Instabilidade (AB)
• Desconfiança/Abuso (DA)
• Privação Emocional: Carinho, Empatia, Proteção (PE)
• Defectividade/Vergonha (DV)
• Isolamento Social/Alienação (IS)

Abandono/Instabilidade (AB)
• Instabilidade ou falta de confiabilidade percebida daqueles disponíveis para
apoio e conexão.
• As pessoas significativas não serão capazes de continuar a dar apoio
emocional, conexão, força ou proteção prática por estarem emocionalmente
instáveis e imprevisíveis (por ex. ataques de raiva).
• As pessoas significativas não são confiáveis ou estão presentes de forma
errática, pois morrerão a qualquer momento ou porque abandonarão o paciente
em favor de alguém melhor.

Desconfiança/Abuso (DA)
• A expectativa de que outros vão magoar, abusar, humilhar, enganar, mentir,
manipular ou tirar vantagem.
• Normalmente envolve a percepção de que o dano é intencional ou resultante
de negligência injustificada e extrema.
• Pode incluir a noção de que a pessoa sempre acaba sendo enganada pelos
outros ou a ideia de que a “corda sempre arrebenta do lado mais fraco”.
Privação Emocional: Carinho, Empatia, Proteção (PE)
• Expectativa de que o desejo da pessoa de receber um grau normal de apoio
emocional não será adequadamente atendido pelos outros.
As 3 principais formas de privação são:
• Privação de carinho: ausência de atenção, afeição, carinho ou
companheirismo.
• Privação de empatia: ausência de compreensão, escuta, autorevelação ou
compartilhamento mútuo de sentimentos por parte dos outros.
• Privação de proteção: ausência de força, direcionamento ou orientação por
parte dos outros.

Defectividade/Vergonha (DV)
• O sentimento de que a pessoa é defectiva (defeituosa, inadequada), má,
indesejada, inferior ou sem validade em aspectos importantes ou de que, se
exposta, não seria digna do amor das pessoas significativas.
• Pode envolver hipersensibilidade à crítica, rejeição e acusação;
constrangimento, comparações e insegurança quando está perto dos outros ou
um sentimento de vergonha pelos defeitos percebidos de si mesmo.
• Esses defeitos podem ser privados (por ex. egoísmo, impulsos raivosos,
desejos sexuais inaceitáveis) ou públicos (por ex. aparência física indesejável,
inabilidade social).

Isolamento Social/Alienação (IS)


O sentimento de que a pessoa está isolada do resto do mundo, é diferente das
outras pessoas e/ou não faz parte de nenhum grupo ou comunidade.
AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS

Neste grupo há a expectativa sobre si mesmo e o ambiente que interferem em


sua capacidade percebida de se separar, sobreviver, funcionar de modo
independente ou ter bom desempenho.
A família de origem normalmente é emaranhada, mina a confiança da criança,
é superprotetora ou falha em dar reforço à criança para ter desempenho
competente fora da família.

AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS


 Dependência/Incompetência (DI)
 Vulnerabilidade a Danos e Doenças (VD)
 Emaranhamento/Self Subdesenvolvido (EM)
 Fracasso (FR)

DEPENDÊNCIA/INCOMPETÊNCIA (DI)
 Crença de que a pessoa é incapaz de lidar com as responsabilidades do
dia a dia de maneira competente sem considerável ajuda dos outros (por
ex. cuidar de si mesmo, resolver problemas diários, ter discernimento, se
envolver em novas tarefas, tomar boas decisões).
 Muitas vezes se apresenta como desamparo.

VULNERABILIDADE A DANOS E DOENÇAS (VD)


 Medo exagerado de que uma catástrofe iminente se abaterá a qualquer
momento e que a pessoa não será capaz de evitá-la.
 Os temores estão concentrados em um ou mais dos seguintes:
a) Catástrofes Médicas (por ex. colapso cardíaco, AIDS);
b) Catástrofes emocionais (por ex. enlouquecer);
c) Catátrofes Externas (por ex. o elevador despencar, ser vítima de criminosos,
o avião cair, terremotos)

EMARANHAMENTO/SELF SUBDESENVOLVIDO (EM)


 Envolvimento emocional e proximidade excessivos com uma ou mais
pessoas significativas (geralmente os pais), às custas da individuação total
ou desenvolvimento social normal.
 Muitas vezes envolve a crença de que pelo menos um dos indivíduos
emaranhados não é capaz de sobreviver ou ser feliz sem o constante apoio
do outro.
 Também pode incluir sentimentos de ser sufocado pelos outros ou fundido
com eles ou identidade individual insuficiente.
 Frequentemente experenciado como um sentimento de vazio e de ser
desajeitado, não ter direção ou, em casos extremos, o questionamento da
própria existência.

FRACASSO (FR)
 A crença de que a pessoa fracassou, vai inevitavelmente fracassar ou
de ser fundamentalmente inadequada em relação aos seus pares, em
áreas de conquista (na escola, carreira, esportes, etc.).
 Muitas vezes envolve crenças de que a pessoa é burra, inábil, sem
talento, de ter menor status e menos sucesso do que os outros, etc.
Limites Prejudicados

• Neste grupo há a deficiência em limites internos, responsabilidade com os


outros ou orientação para metas de longo prazo.
• Leva à dificuldade de respeitar os direitos dos outros, cooperar com os outros,
assumir compromissos ou estabelecer e satisfazer metas pessoais não
realistas.
• A família de origem normalmente caracteriza-se pela permissividade, excesso
de indulgência, falta de direcionamento ou um sentimento de superioridade, ao
invés de confrontação, disciplina e limites apropriados em relação a assumir
responsabilidades, cooperar de maneira recíproca e estabelecer metas.
• Em alguns casos, a criança pode não ter sido pressionada para tolerar níveis
normais de desconforto ou não ter recebido supervisão, direcionamento ou
orientação adequados.

Limites Prejudicados
• Merecimento/Grandiosidade (ME)
• Autocontrole/Autodisciplina Insuficientes (ACI)

Merecimento/Grandiosidade (ME)
• A crença de que a pessoa é superior a outras pessoas; merece ter direitos e
privilégios especiais ou de não estar obrigada a seguir regras de reciprocidade
que orientam a interação social normal.
• Muitas vezes envolve a insistência em fazer tudo o que quer, não importando
o que seja realista, o que os outros considerem razoável ou o custo para os
outros ou um enfoque exagerado na superioridade (por ex. estar entre os bem
sucedidos, famosos, ricos) a fim de conquistar poder ou controle (não tanto por
atenção ou aprovação).
• Às vezes inclui excesso de competitividade ou dominação em relação aos
outros: afirmar o próprio poder, impor o próprio ponto de vista ou controlar o
comportamento dos outros em conformidade com os próprios desejos, sem
empatia ou preocupação com as necessidades ou sentimentos dos outros.

Autocontrole/Autodisciplina Insuficientes (ACI)


• Dificuldade ou recusa de exercer autocontrole e tolerância à frustração
suficientes para alcançar as metas pessoais ou de restringir a expressão
excessiva das emoções e impulsos.
• Em sua forma mais branda, o paciente apresenta ênfase exagerada na
evitação do desconforto: evitando dor, conflito, confronto, responsabilidade ou
extenuação, às custas da realização, comprometimento ou integridade pessoal.
Orientação para o outro

 Neste grupo há um enfoque excessivo nos desejos, sentimentos e


respostas dos outros, às custas das próprias necessidades, a fim de
obter amor e aprovação, manter o sentimento de conexão ou evitar
retaliação.
 Normalmente envolve supressão e falta de consciência da própria raiva
e das inclinações naturais.
 A família de origem normalmente baseia-se na aceitação condicional:
crianças devem suprir aspectos importantes de si mesmas a fim de obter
amor, atenção e aprovação.
 Em muitas dessas famílias, as necessidades emocionais e desejos – ou
aceitação e status social – dos pais são mais valorizados do que as
necessidades e sentimentos singulares de cada criança.

Orientação para o outro


 Subjugação (SB)
 Auto-Sacrifício (AS)
 Busca de Aprovação/de Reconhecimento (BA)

Subjugação (SB)
 Rendição excessiva do controle aos outros porque a pessoa se sente
coagida – normalmente para evitar a raiva, retaliação ou abandono. As duas
formas principais de subjugação são:
 Subjugação das Necessidades: supressão das preferências, decisões e
desejos da pessoa
 Subjugação das Emoções: supressão da expressão emocional,
principalmente a raiva.
 Normalmente envolve a percepção de que os próprios desejos, opiniões e
sentimentos não são válidos ou importantes para os outros.
 Frequentemente apresenta-se como complacência excessiva, combinada
com a hipersensibilidade a sentir-se encurralado.
 Em geral leva a um aumento da raiva, manifestada através de sintomas
desadaptativos (por ex. comportamento passivo-agressivo, explosões
descontroladas de raiva, sintomas psicossomáticos, retirada da afeição,
“fingimento de doenças”, abuso de substâncias.

Auto-Sacrifício (AS)
 Enfoque excessivo na satisfação voluntária das necessidades dos outros
em situações do dia a dia, às custas da própria gratificação.
 As razões mais comuns são: evitar causar dor aos outros, evitar a culpa
por sentir-se egoísta ou manter a conexão com outros percebidos como
carentes.
 Geralmente decorre de uma sensibilidade aguda à dor dos outros.
 Às vezes leva a um sentimento de que as próprias necessidades não estão
sendo adequadamente satisfeitas e ao ressentimento em relação àqueles
que estão sendo cuidados (Sobrepõe – se ao conceito de co-dependência).

Busca de Aprovação/de Reconhecimento (BA)


 Ênfase excessiva em obter aprovação, reconhecimento ou atenção das
outras pessoas ou em se adaptar, às custas do desenvolvimento de um
senso seguro e verdadeiro do self.
 O senso de estima da pessoa depende primordialmente das reações dos
outros em vez de depender de suas próprias inclinações naturais.
 Às vezes inclui uma ênfase excessiva no status, na aparência, aceitação
social, dinheiro ou conquista, como meios de obter aprovação, admiração
ou atenção (não tanto pelo poder ou controle).
 Frequentemente resulta em decisões importantes da vida que não são
autênticas ou satisfatórias ou na hipersensibilidade à rejeição.
SUPERVIGILÂNCIA E INIBIÇÃO

 Neste grupo há ênfase excessiva na supressão dos sentimentos, impulsos


e escolhas espontâneas da pessoa ou na obediência a regras e
expectativas internalizadas rígidas quanto ao desempenho e
comportamento ético – geralmente às custas da felicidade, auto-expressão,
relaxamento, relacionamentos íntimos ou saúde.
 A família de origem normalmente é severa, exigente e, às vezes, punitiva:
desempenho, dever, perfeccionismo, obediência às regras, esconder
emoções e evitar erros predominam sobre o prazer, a alegria e o
relaxamento.  Normalmente existe uma propensão ao pessimismo e à
preocupação – de que as coisas poderiam desmoronar se a pessoa não
conseguir ser vigilante e cuidadosa o tempo todo.

SUPERVIGILÂNCIA E INIBIÇÃO
Negativismo/Pessimismo (NP)
Inibição Emocional (IE)
Padrões Inflexíveis/Crítica Exagerada (PI)
Caráter Punitivo (CP)

NEGATIVISMO/PESSIMISMO (NP)
 Um enfoque amplo e permanente nos aspectos negativos da vida (dor,
morte, perda, decepção, conflito, culpa, ressentimento, problemas não
resolvidos, possíveis erros, traição, coisas que poderiam dar errado, etc.) ao
mesmo tempo minimizando ou negligenciando os aspectos positivos ou
otimistas.  Normalmente inclui uma expectativa exagerada – em uma ampla
gama de situações profissionais, financeiras ou interpessoais – de que as
coisas vão acabar dando errado ou de que aspectos da vida da pessoa que
parecem estar indo bem vão acabar desmoronando.
 Normalmente envolve um medo incomum de cometer erros que poderiam
levar a: colapso financeiro, perda, humilhação ou se ver encurralado em uma
situação ruim.
 Como os possíveis resultados negativos são exagerados, esses pacientes
frequentemente se caracterizam por preocupação, vigilância, queixa ou
indecisão crônicas.
INIBIÇÃO EMOCIONAL (IE)
 A inibição emocional da ação, sentimento ou comunicação espontâneos –
normalmente para evitar a desaprovação pelos outros, os sentimentos de
vergonha ou perder o controle dos próprios impulsos.
 As áreas mais comuns de inibição envolvem:
a) inibição da raiva e agressão;
b) inibição dos impulsos positivos (por ex. alegria, afeição, excitação sexual,
brincadeiras);
c) dificuldade de expressar vulnerabilidades ou de comunicar livremente os
próprios sentimentos, necessidades, etc. ou
d) ênfase excessiva na racionalidade ao mesmo tempo desconsiderando as
emoções.

PADRÕES INFLEXÍVEIS/CRÍTICA EXAGERADA (PI)

 A crença subjacente de que a pessoa deve lutar para satisfazer padrões


internalizados muito elevados de comportamento e desempenho,
normalmente para evitar críticas.
 Normalmente resulta em sentimentos de pressão ou dificuldade de
desacelerar e na crítica exagerada em relação a si mesmo e aos outros.
 Deve envolver prejuízo significativo do prazer, relaxamento, saúde,
autoestima, senso de realização ou relacionamentos satisfatórios.

PADRÕES INFLEXÍVEIS/CRÍTICA EXAGERADA (PI)


Os padrões inflexíveis normalmente se apresentam como:
a) Perfeccionismo, atenção extrema aos detalhes ou subestimação do bom
desempenho da pessoa em relação à norma
b) Regras rígidas e “deveres” em muitas áreas da vida, incluindo preceitos
morais, éticos, culturais ou religiosos elevados a um nível irrealista ou
c) Preocupação com tempo e eficiência, de modo que mais possa ser
realizado.

CARÁTER PUNITIVO (CP)


 A crença de que as pessoas devem ser severamente punidas por cometer
erros.
 Envolve a tendência a ter raiva e ser intolerante, punitivo e impaciente
com tais pessoas (incluindo ela mesma) que não satisfazem as
expectativas ou padrões pessoais.
 Normalmente inclui dificuldade de perdoar erros próprios ou alheios, por
uma relutância em levar em conta circunstâncias extenuantes, em admitir
a imperfeição humana ou em se solidarizar com os sentimentos.

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