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SINOPSE
Estudo demonstrando que a substituição do Ensaio por Ultrassom Convencional A-Scan pelo
Ultrassom Phased Array Manual S-Scan com base no ASME V Art. 4 ( 1 ), passa a ser uma
ferramenta que agrega maior confiabilidade na inspeção de soldas, possibilitando melhores
respostas de amplitude, devido à melhor incidência de perpendicularidade, menor
subjetividade na interpretação de defeitos por parte do inspetor e maior produtividade de
inspeção.
Foram utilizados 09 corpos de prova com espessuras variando de 5,2 a 25,4 mm entre chapas
planas, e tubulações com diâmetros de 50 mm a 302 mm, sendo todos os corpos de prova
radiografados. Desta forma, as imagens obtidas dos defeitos por radiografia foram
comparadas com as respostas do ultrassom convencional manual A-Scan e ultrassom phased
array manual, sendo este o objeto de avaliação e o ultrassom convencional utilizado como
referência de base, devido a seu elevado domínio pelo público envolvido.
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¹ US/LP/PM-N3, Engenheiro Industrial Mecânico – POLIEND
² Mestre, Consultor Sênior – PETROBRÁS- ENGENHARIA/SL/SEQUI/CI
³ Engenheira Mecânica, Técnica de Projetos - PETROBRÁS- ENGENHARIA/SL/SEQUI/CI
4
Técnico de Projetos - PETROBRÁS- ENGENHARIA/SL/SEQUI/CI
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1. INTRODUÇÃO
Diante da utilização de processos mais eficientes com laudos mais precisos, principalmente
nas soldas de construção e montagem, o ensaio de ultrassom vem contribuindo
significativamente neste campo, deixando de ser uma ferramenta de laboratório e passando
para sua real efetivação.
O ultrassom clínico veio auxiliar a avaliação mais precisa e veloz dos diagnósticos na área da
saúde, mas aparelhos com softwares sofisticados e grandes dimensões, tornavam seu uso para
a indústria um desafio.
Através da miniaturização dos equipamentos, foi possível chegar até a indústria uma geração
de aparelhos que pudessem auxiliar os diagnósticos das inspeções com maior velocidade,
precisão e grande diminuição de sua subjetividade.
Já são conhecidos no Brasil sistemas sofisticados - de laudos por imagem industrial, como,
por exemplo, o ultrassom automatizado, que agrega vários perfis de visualização. A utilização
destes sistemas traz a compreensão de que a substituição das técnicas convencionais por
técnicas mais avançadas contribua também nas condições de precisão e produtividade nos
laudos na área industrial.
Dada a situação de trabalho em que algumas variações complexas de juntas não são atendidas
por sistemas automatizados, o Setor de Engenharia e Qualificação Industrial da Petrobrás se
interessou pelo desenvolvimento do estudo da técnica de ultrassom phased array manual,
dando início à busca por profissionais e empresas capazes de desenvolver este trabalho. Com
esse objetivo, o SEQUI solicitou visitas da GE e da POLIend, – na presença do seu
profissional US N3, ocasião em que receberam as orientações e regras que culminaram na
construção da metodologia e evidências para a qualificação de um procedimento nesta
técnica.
Norma
Item Corpo de Prova Descrição do CP
Inspeção/Laudo
Na fase de testes dos corpos de prova, deveria ser demonstrada a detecção mínima de defeitos
pela técnica do ultrassom phased array manual, através da sua comparação com as técnicas de
radiografia e ultrassom convencional.
Para tanto, foi definida a seguinte metodologia para a realização da parte prática do trabalho:
9 Radiografia de cada corpo de prova com a definição dos defeitos com sua respectiva
imagem ou região de detecção;
9 Inspeção por ultrassom convencional, considerando ASME V (1) e norma Petrobrás (4)
para faixa de espessura até 25,4 mm com furo de referência de Ø 2,4 mm;
9 Inspeção por ultrassom phased array com varredura manual, considerando ASME V e
Code Case – 2557 (2) para a faixa de espessura até 25,4 mm com furo de referência de Ø
2,4 mm, sendo que espessuras inferiores a 19 mm, a inspeção foi executada com 4 MHz e
espessuras superiores a 19 mm a inspeção também foi realizada com 2,25 MHz.
Para o desenvolvimento da fase prática de análise dos corpos de prova, foi utilizado o
conjunto de aparelhagem de ultrassom descrito na tabela 2 a seguir:
Transdutor
MWB 45, 60 e 70 - 4 MHz GE
Convencional
115-500-013
Transdutor Phased
Array 4 MHz, 16 elementos, pitch 0,5 mm,
GE
elevação 9,0 mm
115-500-017
Transdutor Phased
Array 2,25 MHz, 16 elementos, pitch 1,0
GE
mm, elevação 13,0 mm
9 Setorial;
9 Não focalizado;
Nas figuras Nº 1 e 2, ficam definidas as distâncias de varredura necessárias para atender aos
requisitos propostos pelo Código ASME V para o transdutor de 4 MHz com tamanho do
cristal de 8 x 9 mm, que determina a cobertura da área inspecionada através da incidência de
02 ângulos com diferença superior de 10° na mesma região. Desta forma, a figura 1 incide o
maior ângulo na parte superior da raiz da solda e a figura 2 complementa a varredura na parte
superior da solda.
Figura 1: 1ª. Varredura: Incidência na raiz e Figura 2: 2ª. Varredura: Incidência e perpendicularidade
perpendicularidade de 60º na parte inferior da solda: de 60º na parte superior da solda: ORIGIN OFFSET= 80
ORIGIN OFFSET= 54 mm mm
Coordenadas Vermelha e Azul indicam limite máximo da variação de ± 10º de incidência prevista em relação ao feixe
incidente perpendicular ao chanfro de 30º
Nas figuras Nº 3 e 4, ficam definidas as distâncias de varredura necessárias para atender aos
requisitos propostos pelo Código ASME V para o transdutor de 2,25 MHz com tamanho do
cristal de 13 x 16 mm, que determina a cobertura da área inspecionada através da incidência
de 02 ângulos com diferença superior de 10° na mesma região. Desta forma, a figura 3 incide
o maior ângulo na parte superior da raiz da solda e a figura 4 complementa a varredura na
parte superior da solda.
SETUP de 2,25 MHz - Obtenção das varreduras necessárias: Distâncias OFFSET
Figura 3: 1ª. Varredura: Incidência na raiz e Figura 4: 2ª. Varredura: Incidência e perpendicularidade
perpendicularidade de 60º na parte inferior da solda: de 61º na parte superior da solda: ORIGIN OFFSET= 76
ORIGIN OFFSET= 50 mm mm
Coordenadas Vermelha e Azul indicam limite máximo da variação de ± 10º da incidência prevista em relação ao feixe
incidente perpendicular ao chanfro de 30º
Para estabelecer um parâmetro comparativo entre as técnicas para a detecção dos defeitos,
foram utilizados o relatório radiográfico e imagens de cada defeito por radiografia figura 5 e
6, o registro no relatório de ultrassom convencional figura 7 e sua comparação com o registro
no relatório de ultrassom phased array figura 8 e 9.
Os limites de registro do ultrassom convencional passaram a ser a base para avaliação do uso
do ultrassom phased array.
Para cada corpo de prova, foram extraídos os comparativos de amplitudes entre as diferenças
obtidas do ultrassom convencional para o ultrassom phased array, sendo as mesmas inseridas
em um gráfico para avaliação dos valores divergentes.
Legenda:
Figura 10: Defeitos Corpo de Prova - Chapa Topo de 25 mm, onde a frequência de 4 Mhz em
PA apresentou todos os defeitos com amplitudes inferiores ao nível de referência do US CV e a
frequência de 2,25 MHz em PA, apresentou 01 indicação inferior e 03 indicações acima do
nível de referência do US CV.
Figura 11: Defeitos Corpo de Prova – Chapa Topo de 10 mm, onde a frequência de 4 MHz
em PA apresentou 03 defeitos, sendo 01 abaixo, 01 coincidente e 01 acima do nível de
referência do US CV. A frequência de 2,25 MHz em PA nesta espessura não foi utilizada.
Figura 12: Defeitos Corpo de Prova -Tubo 12” de 19 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou 04 defeitos coincidentes e 01 acima do nível de referência do US CV. A
freqüência de 2,25 em PA apresentou os 05 defeitos acima do nível de referência do US CV.
Para os corpos de prova seguintes dos gráficos das figuras 13 a 18, a frequência de 2,25 MHz
não foi utilizada.
Figura 13: Defeitos Corpo de Prova - Tubo 8” de 8,0 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou todos os 06 defeitos acima do nível de referência do US CV.
Figura 14: Defeitos Corpo de Prova Tubo 4” de 6,35 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou 01 defeito acima, 01 coincidente e 02 abaixo do nível de referência do US CV.
Figura 15: Defeitos Corpo de Prova - Tubo 3” de 6,35 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou 01 defeito coincidente e 03 acima do nível de referência do US CV.
Figura 16: Defeitos Corpo de Prova - Tubo 3” de 6,35 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou 03 defeitos acima do nível de referência do US CV.
Figura 17: Defeitos Corpo de Prova - Tubo 2” de 5,2 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou 03 defeitos acima do nível de referência do US CV.
Figura 18: Defeito Corpo de Prova Tubo 2” de 5,2 mm, onde a frequência de 4 MHz em
PA apresentou somente 01 defeito, sendo este acima do nível de referência do US CV.
Dos valores acima expostos, foram levantadas as condições percentuais conforme tabela 3 a
seguir:
9 Confiabilidade de detecção em 100% dos defeitos, sendo 14,28% dos mesmos detectados
dentro de -2,6 dB da curva de referência e 85,72 % iguais ou maiores que a curva de
referência;
9 Facilidade de detecção com cabeçote de 2,25 MHz em espessuras superiores a 19,0 mm,
devido à baixa perda de atenuação, equilíbrio entre campo próximo médio (em torno de 54,0
mm) e a baixa divergência;
9 Maior produtividade de inspeção, suprimindo uma ou até duas varreduras com movimentos
do tipo avança-recua;
2.9. Desvantagens
9 Este sistema não atende aos requisitos do ASME VIII Div. 2 (6 ) e o ASME CODE CASE
2235 ( 5 ), quanto à substituição do ensaio radiográfico pelo ensaio de ultrassom.
3. CONCLUSÃO
Desta forma, pode-se concluir que a substituição do Ultrassom Convencional Manual pelo
Ultrassom Phased Array Manual passa a ser uma ferramenta de melhor eficiência e
produtividade na inspeção em soldas de topo, conforme requisitos do ASME Seção V Art. 4
(2).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - ASME. Ultrasonic Examination Methods for Welds (Section V - Art. 4). in: 2007 ASME
Boiler & Pressure Vessel Code. Ed. 2007, Addenda 2009.
2 - ASME. Code Case 2557 – Use of Phased Array S-Scan ultrasonic Examination Per
Article 4 – Section V. Set/2006.
5 - ASME. Code Case 2235-9. Use of Ultrasonic Examination in Lieu of Radiography Section
I; Section VIII, Divisions 1 and 2; and Section XII. Out/2005.
6 - ASME. Rules for Construction of Pressure Vessels Alternative Rules (Section VIII - Div.
2). in: 2007 ASME Boiler & Pressure Vessel Code. Ed. 2007, Addenda 2009.