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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

CONCRETO PROTENDIDO

PERDAS DE PROTENSÃO

•PERDAS IMEDIATAS

•PERDAS PROGRESSIVAS
CONCRETO PROTENDIDO:

A peça de concreto está submetida a força de protensão:

 eliminação ou redução da tensão de tração;


 impedimento ou limitação da fissuração do concreto.

FORÇA DE PROTENSÃO:

É de caráter permanente, porém ela está sujeita a variações de


intensidade.
A diminuição da intensidade da força de protensão é chamada
de perda de protensão.
PERDAS DE PROTENSÃO
PERDAS DA FORÇA DE PROTENSÃO:

São todas as perdas verificadas nos esforços aplicados aos cabos


de protensão.
Essas perdas devem ser previstas para serem compensadas
durante a aplicação da força de protensão.

As perdas de protensão podem ser divididas em:

 Perdas imediatas: ocorrem durante o estiramento e ancoragem


dos cabos de protensão.

 Perdas progressivas: ocorrem ao longo do tempo.


PERDAS IMEDIATAS

As três principais perdas imediatas são:

A. Perda por atrito (cabo – bainha)

B. Perda por deformação da ancoragem

C. Perda por deformação imediata do concreto


A. Perda por atrito (cabo – bainha)

No caso de protensão com aderência posterior (pós-tração), em


que a armadura ativa é tracionada após a concretagem da peça,
o atrito entre o cabo e a bainha acarreta perda de protensão.

Esse atrito é maior nos trechos curvos (maior contato cabo –


bainha), entretanto, pode haver atrito também nos trechos
retilíneos, em consequência de ondulações parasitas que
ocorrem na prática.
A. Perda por atrito (cabo – bainha)
EXEMPLO (Perda por atrito): Calcular as tensões de protensão
nos pontos A, B e C do cabo logo após a efetivação da protensão.
Considerar que a tensão inicial de protensão aplicada nas
extremidades do cabo é σpo=120 kN/cm2; μ = 0,23 e β=0,01rad/m.
B. Perda por deformação da ancoragem

Quando é efetiva a ancoragem de um cabo há sempre um


pequeno retrocesso no cabo que estava esticado, provocando
uma queda de tensão no mesmo (perda de protensão).

A perda de protensão por deformação da ancoragem pode ou


não afetar todo o cabo, para isso é necessário encontrar o
ponto indeslocável (PI).

• Se houver PI: a deformação da ancoragem não afeta todo o


cabo, ou seja, não é todo cabo que sofre a perda.

• Se não houver PI: todo o cabo é afetado pela deformação


da ancoragem, ou seja, todo o cabo sofre a perda.
B. Perda por deformação da ancoragem

• A magnitude dessa perda depende do tipo de


ancoragem, enfim, do sistema de protensão adotado, e
do comprimento dos cabos pelo qual se distribui a
distância de acomodação da ancoragem.

• Para compensar esse efeito na execução da pós-tração,


pode-se programar a aplicação de forças de protensão
um pouco maiores, prevendo-se essa acomodação.
(MPa . m)

(MPa . m)
EXEMPLO (Perda por deformação da ancoragem): Calcular a
tensão de protensão ao longo do cabo após a ancoragem do
mesmo. Considera que é usada aderência posterior e a tensão de
protensão na extremidade ativa é de 1377 MPa, coeficiente de
atrito μ=0,20; β=0,01rad/m; ΔL=6mm e EP=200000 MPa.
C. Perda por deformação imediata do concreto

No caso de protensão com aderência inicial, a armadura de protensão é


pré-tracionada com certo valor de tensão. Com a liberação da armadura das
ancoragens nas cabeceiras da pista, a força de protensão é transferida ao
concreto, que se deforma.

Essa deformação acarreta perda de tensão na armadura, que está aderida


ao concreto.

Essa perda de protensão é inerente ao processo de execução, uma vez que,


para haver instalação da força de protensão, é necessário que haja
deformação do concreto.

Por esta razão, pode-se também dizer que este fenômeno corresponde a
uma "queda de tensão na armadura" e não propriamente a uma "perda de
protensão".
C. Perda por deformação imediata do concreto

Quando se tem um caso de pós-tração com mais de um cabo,


normalmente, a protensão total é obtida estirando-se,
sequencialmente, um cabo por vez.

A protensão de um cabo provoca deformação imediata no


concreto (encurtamento) e, consequentemente, o afrouxando os
cabos anteriormente protendidos, provocando uma perda de
protensão.

No caso de haver só um cabo na peça, ou mais que um, mas todos


protendidos ao mesmo tempo, não se tem perda alguma de
protensão por deformação imediata do concreto.
EXEMPLO (Perda por deformação imediata do concreto):
Calcular a perda de protensão do cabo representante dos 16 cabos
que atuam na seção de extremidade da peça, cuja seção
transversal está indicada na figura. Considerar que a tangente a
trajetória dos cabos (todos) na seção é horizontal e que a força nos
mesmos após a ancoragem é de 1400 kN. Dados característicos da
seção transversal: A=6,15 m2; I=1,683 m4; yi=0,8595m e h=1,30 m.
Relação entre os módulos de elasticidade aço de protensão e
concreto: αP=7. Desconsiderar o peso próprio da peça.
PERDAS PROGRESSIVAS

As principais perdas progressivas são:

A. Perda por retração do concreto

B. Perda por fluência do concreto

C. Perda por relaxação do aço de protensão


A. Perda por retração do concreto

A retração é a variação volumétrica (encurtamento) que o


concreto sofre logo após seu lançamento e que se manifesta
ao longo do tempo, devido a saída de água que não reage
com o cimento.

Para determinar a perda de protensão que a retração do


concreto causa só interessa a parte do fenômeno que ocorre
depois da atuação da protensão.
A perda de protensão causada pela retração do concreto é dada
por:

A deformação por retração pode ser tabelada (Tabela 1) ou


calculada por:
Tabela 1
Tabela 2
Ábaco 1
Tabela 3
EXEMPLO (Perda por retração do concreto): Calcular a perda
por retração do concreto que um cabo sofrerá atuando em uma
viga que tem b = 0,86m e h = 2m, protendida com o concreto
com 5 dias de idade e em um ambiente de Ur = 75%.
Considerar Ep = 1,95 .105 MPa.

Observação:
Como não especificou o tempo (t) que deseja saber a perda de protensão por
retração do concreto, consideramos a perda no tempo infinito (t = t∞).
B. Perda por fluência do concreto

O fenômeno de retração ocorre independente da introdução de


ações externas.

Já o fenômeno de fluência ocorre quando o concreto é


submetido a ações externas de longa duração, provocando
também o encurtamento do concreto.
A perda de protensão causada pela fluência do concreto é dada
por:

O coeficiente de deformação por fluência pode ser tabelado


(Tabela 1) ou calculado por:
Ábaco 2
EXEMPLO (Perda por retração e fluência do concreto): Calcular
as perdas por retração e por fluência do concreto em uma viga,
decorridos 24 meses. Essa viga possui b=0,86m e h= 2,0 m, foi
protendida com 30 dias de idade e um ambiente de Ur=90%.
Considerar Ep = 1,95 .105 MPa, fck = 30 MPa e σcgp = 4 MPa.
Considerar como dados adicionais concreto com abatimento entre
5 e 9 cm , temperatura média de 20OC e cimento de alta
resistência inicial.
C. Perda por relaxação do aço de protensão

A relaxação do aço de protensão corresponde à diminuição da


tensão no aço (afrouxamento do aço com o passar do tempo),
que ocorre quando a armadura, deformada por uma solicitação
inicial, é mantida com o comprimento constante.

A perda de protensão causada pela relaxação do aço de


protensão é dada por:
(t e t0 em dias)
EXEMPLO (Perda por relaxação do aço): Calcular a perda por
relaxação de um cabo que na seção em que esta sendo
analisado tem uma tensão no tempo zero (após as perdas
imediatas) 1247 MPa. Considerar aço Cordoalha CP190RB.

Observação:
Como não especificou o tempo (t) que deseja saber a perda de protensão por
relaxação do aço, consideramos a perda no tempo infinito (t = t∞).
Tabela 4

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