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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Mariana Cadorini da Silva

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA SÍNDROME DA BEXIGA


HIPERATIVA EM ADULTOS: revisão bibliográfica

Taubaté-SP
2019
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Mariana Cadorini da Silva

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA SÍNDROME DA BEXIGA


HIPERATIVA EM ADULTOS: revisão bibliográfica

Trabalho de Graduação para obtenção do


título de Bacharel em Fisioterapia,
Departamento de Fisioterapia,
Universidade de Taubaté.

Orientadora: Drᵃ Elaine Cristina Alves


Pereira

Taubaté- SP
2019
Mariana Cadorini da Silva
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA SÍNDROME DA
BEXIGA HIPERATIVA EM ADULTOS: revisão bibliográfica

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Departamento de
Fisioterapia da Universidade de
Taubaté, como parte dos requisitos
para obtenção do título de
Fisioterapeuta.
Orientadora: Professora Draª Elaine
Cristina Alves Pereira

DATA: 27/11/2019
RESULTADO:___________.

BANCA EXAMINADORA
DATA:27/11/2019
RESULTADO___________.

BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. ___________________, Universidade Taubaté
Assinatura: __________________

Prof. Dra. ___________________, Universidade Taubaté


Assinatura: __________________

Prof. Dra. ___________________, Universidade Taubaté


Assinatura: __________________
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por me dar toda a capacidade, o
discernimento e a força para a realização desse trabalho e a conclusão desse curso.
Sou grata também pelo dom que ele me deu, de cuidar do próximo, de tirar a dor
com as mãos e trazer de volta a vontade de viver. Agradeço por nesses quase 5
anos, ele sempre me mostrar que os planos dele são melhores que os meus.
Agradeço ao meu filho Eduardo, por ter me escolhido no meio da faculdade
para ser sua mãe e dali para frente ter se tornado minha maior motivação, o meu
combustível de todos os dias e por ter me dado forças para eu nunca desistir.
Agradeço imensamente minha mãe Rosângela, meu pai Alfredo, meu irmão
Matheus e a toda a minha família por sempre acreditarem no meu potencial e
sempre me incentivarem cada um da sua maneira. Sem vocês eu não estaria onde
estou hoje e não chegarei onde quero chegar.
Agradeço de coração a todos os meus amigos, aqueles que a faculdade me
deu de presente, que dividiram comigo todas as alegrias, as angustias e os
aprendizados. E em especial á aquelas que caminham comigo há mais tempo,
Gabriela, Ana Laura e Giovanna, por sempre fazerem questão de me dizer que eu
era capaz e que eu nunca estaria sozinha. Não poderia deixar de agradecer também
ao meu amigo de faculdade Leonardo, que iniciou em dupla comigo esse trabalho e
por motivos de forças maiores precisou seguir seu caminho.
E por ultimo mas não menos importante, agradeço imensamente a minha
orientadora, Professora Doutora Elaine, no meu coração Nani, por ter aceitado o
convite de me orientar nesse trabalho, estar lado a lado comigo em todos os
desafios que enfrentamos para chegar até aqui. Por todo conhecimento transmitido
e todo tempo dedicado. Obrigada!
A mente que se abre a uma nova ideia,
jamais voltara ao seu tamanho original.
Albert Einstein.
RESUMO

Introdução: A Síndrome da Bexiga Hiperativa (SBH), segundo a Sociedade


Internacional de Continência é uma condição clínica composta por diversos sintomas
urinários, como aumento da frequência urinária, noctúria, urgência miccional
associado ou não a incontinência urinária. Tem como causa mais frequente a
hiperatividade do músculo detrusor que é responsável pela contração e
esvaziamento da bexiga, podendo ser de origem neurogênica ou idiopática.
Objetivo: Discorrer sobre o tratamento fisioterapêutico na SBH em adultos. Método :
Trata-se de uma revisão bibliográfica que descreveu todas as técnicas
fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da SBH em adultos, destacando as mais
utilizadas e seus efeitos fisiológicos. Para tanto, foram incluídos artigos disponíveis
na íntegra nas bases de dados Scielo, Medline e PEDro, nos idiomas português e
inglês, publicados entre os anos de 2009 e 2019, encontrados a partir das palavras
chaves bexiga hiperativa, tratamento fisioterapêutico, incontinência urinária,
overactive bladder, physical therapy treatment e urinay incontinence. Resultados: Os
principais recursos fisioterapêuticos utilizados para o tratamento são a
eletroestimulação, com inibição do músculo detrusor preferencialmente pelo nervo
tibial posterior, utilizando a corrente TENS com os parâmetros de frequência entre 5
e 20 Hz, largura de pulso de 200 a 250 µs e intensidade no limiar sensitivo do
paciente, a terapia comportamental, como mudanças nos hábitos alimentares e
ingesta hídrica; o treinamento vesical, com programação gradativa dos intervalos
entre as micções; e os exercícios de cinesioterapia para musculatura do assoalho
pélvico, tanto para fibras rápidas quanto para as fibras lentas. Conclusão: Segundo
os artigos encontrados, todos os recursos fisioterapêuticos apresentam resultados
positivos na melhora do quadro de BH, no entanto, o uso conjunto de todas as
técnicas tem demostrado resultados superiores na melhora expressiva do quadro ou
na cura total, sendo recomendado pela Organização Mundial da Saúde como
primeira linha de tratamento.
Palavras-chave: Bexiga hiperativa. Tratamento fisioterapêutico. Incontinência
urinária.
ABSTRACT

Introduction: Hyperactive Bladder Syndrome (BHS), according to the International


Continence Society, is a clinical condition composed of several urinary symptoms,
such as increased urinary frequency, nocturia, associated urinary urgency or urinary
incontinence. Its most frequent cause is hyperactivity of the detrusor muscle, which is
responsible for bladder contraction and emptying, and may be of neurogenic or
idiopathic origin. Objective: To discuss physiotherapeutic treatment in BHS in adults.
Method: This is a literature review that described all the physiotherapeutic techniques
used in the treatment of BHS, highlighting the most used and their physiological
effects. Therefore, articles available in full in the Scielo, Medline and PEDro
databases, in Portuguese and English, published between 2009 and 2019, found
from the keywords overactive bladder, physical therapy treatment, urinary
incontinence, overactive were included. bladder, physical therapy treatment and
urinay incontinence. Results: The main physiotherapeutic resources used for the
treatment are electrostimulation, with inhibition of the detrusor muscle preferentially
by the posterior tibial nerve, using the TENS current with frequency parameters
between 5 and 20 Hz, pulse width of 200 to 250 µs and intensity. at the patient's
sensory threshold, behavioral therapy, such as changes in eating habits and water
intake; bladder training, with gradual programming of the intervals between
urinations; and kinesiotherapy exercises for pelvic floor muscles for both fast and
slow fibers. Conclusion: According to the articles found, all physical therapy
resources have positive results in the improvement of BH, however, the combined
use of all techniques has shown superior results in expressive improvement or total
cure, being recommended by the World Organization. Health as the first line of
treatment.

Keywords: Overactive bladder. Physical therapy treatment. Urinary incontinence


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8

2 OBJETIVO 9

3 REVISÃO DA LITERATURA 10

3.1 Anatomia do trato urinário inferior e fisiologia da micção 10

3.2 Definição e diagnóstico da bexiga hiperativa 12

3.3 Fatores de risco 14

3.4 Prevalência da bexiga hiperativa 14

3.5 Qualidade de vida do paciente com bexiga hiperativa 15

3.6 Tratamento da bexiga hiperativa 15

3.6.1 Tratamento médico 16

3.6.2 Tratamento fisioterapêutico 16

4 MÉTODO 19

5 DISCUSSÃO 20

6 CONCLUSÃO 24

REFERÊNCIAS 25
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBi/UNITAU
Biblioteca Setorial de Biociências

S586 Silva, Mariana Cadorini


Tratamento fisioterapêutico na síndrome da bexiga
hiperativaem adultos : revisão bibliográfica / Mariana Cadorini
Silva. – 2019.
30 f. : il.

Monografia (Graduação) – Universidade de Taubaté,


Departamento de Fisioterapia, 2019.
Orientador: Profa. Dra. Elaine Cristina Alves Pereira,
Departamento de Fisioterapia.

1. Bexiga urinária hiperativa. 2. Tratamento fisioterapêutico.


3. Incontinência urinária. I. Título.

CDD- 615.82

Elaborada pelo(a) Bibliotecário(a) Ana Beatriz Ramos – CRB-8/6318


8

1 INTRODUÇÃO

A Síndrome da Bexiga Hiperativa (SBH), segundo a International Continence


Society (ICS), 20021,é uma condição clínica composta por diversos sintomas urinários,
como aumento da frequência urinária, urgência miccional associado ou não a urge-
incontinência, noctúria e incontinência urinária. Podem compor esta síndrome também
sintomas secundários como hesitação, esforço e fluxo lento e/ou interrompido, todos eles
na ausência de infecção urinaria e alterações metabólicas. Tem como causa mais
frequente a hiperatividade do músculo detrusor que é responsável pela contração e
esvaziamento da bexiga, podendo ser de origem neurogênica ou idiopática1.
A SBH se associa a alguns fatores de riscos como a obesidade, o envelhecimento,
o consumo de álcool, o tabagismo, a hipertensão arterial sistêmica e a depressão, que
aumenta em três vezes as chances de desenvolver a síndrome.2
Segundo a diretriz, Canadian Urological Association (CUA)1, em seu guideline para
o tratamento de bexiga hiperativa em adultos, a prevalência dessa síndrome varia de 7%
a 27% em homens, e de 9% a 43% em mulheres, podendo ser diretamente relacionado
com o aumento da idade(12,2% para <60 anos e 23,8% para >60 anos) 1..
Com relação aos sintomas, 50% dos pacientes apresentam apenas dois dos
possíveis sintomas da síndrome, e um terço apresentam três 1. A BH interfere diretamente
na qualidade de vida, alterando aspectos da vida social, ocupacional, doméstica,
psicológica e sexual, sendo que quanto maior a presença de sintomas, pior a qualidade
de vida do paciente3.
Considerando a alta prevalência da BH, sua causa idiopática na maioria dos casos
e o importante comprometimento da qualidade de vida, existe a necessidade da
disponibilidade de tratamentos conservadores e de baixo custo. Neste sentido a
fisioterapia apresenta recursos como a terapia comportamental, a eletroestimulação para
inibição do músculo detrusor e a cinesioterapia para músculo do assoalho
pélvico como uma opção segura, com alta resolutividade e sem efeitos colaterais,
evitando com que o paciente se exponha a cirurgias desnecessárias ou com poucos
resultados ou a medicamentos repletos de efeitos colaterais 4,5.
9

2 OBJETIVO

Discorrer sobre o tratamento fisioterapêutico na Síndrome da Bexiga Hiperativa em


adultos.
10

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Anatomia do trato urinário inferior e fisiologia da micção

O sistema urinário é responsável por produzir, conduzir, armazenar e eliminar a


urina, além de sua função reguladora do sangue, da água e dos resíduos do corpo
humano por meio dos rins. O trato urinário inferior especificamente fica responsável pelo
armazenamento e a eliminação da urina. É composto pelos ureteres que são dois tubos
responsáveis pelo transporte da urina dos rins para a bexiga, que ocorre por meio de
movimentos peristálticos. Após percorrer o caminho, a urina passa pelos óstios dos
ureteres, estrutura que se encontra no assoalho na bexiga urinária6.
A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo,
anatomicamente ela se difere entre o sistema urinário feminino onde é mais curta, apenas
com aproximadamente 3,8 centímetros e no sistema urinário masculino em média 20
centímetros, por possuir função reprodutiva também. Na uretra também temos o óstio
interno da uretra, que permite a passagem da urina da bexiga para a uretra. Limitada
pelos três óstios temos o trígono vesical que é uma região que se mantém lisa mesmo
quando a bexiga se encontra vazia, é um órgão sensitivo que da a sensação de plenitude
vesical7.
Externamente á uretra temos os esfíncteres, o interno que se contrai
involuntariamente para permitir o armazenamento da urina dentro da bexiga e o externo
que se contrai de maneira voluntária para que seja possível a eliminação da urina pela
uretra6,7.
A bexiga por sua vez é o principal órgão do trato urinário inferior, ela é composta
por um tecido muscular chamado detrusor oco, liso e tem uma grande complacência, sua
capacidade de armazenamento é de 600 a 700 ml de urina, sendo que o primeiro desejo
miccional ocorre por volta dos 200 ml, onde o detrusor se contrai para o esvaziamento da
bexiga6.
A figura 1 apresenta a bexiga urinária e suas principais estruturas.
11

Figura 1: A bexiga urinária e suas principais


estruturas.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A micção compreende dois momentos, o armazenamento ou enchimento vesical e


o esvaziamento ou expulsão, estes estão sob controle do sistema nervoso central
(Sistema Autonômico Simpático - SNA simpático e Sistema Autonômico Parassimpático –
SNA parassimpático) e sistema nervoso periférico (somático)8.
O Sistema Nervoso Autônomo Simpático tem origem na medula espinhal, entre os
segmentos T10 a T12 e é representado principalmente pelo nervo hipogástrico. Podem
atuar nos receptores alfa e beta. Os receptores alfa são de predomínio na uretra e quando
estimulados promovem a contração do esfíncter externo da uretra; enquanto os
receptores beta tem predomínio na bexiga e quando estimulados relaxam o músculo
detrusor. Sendo assim o SNA Simpático tem atuação na fase de armazenamento vesical 9.
O Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático tem origem na medula sacral, nos
níveis S2, S3 e S4, e é representado pelo nervo pélvico. Tem como neurotransmissor a
acetilcolina que produz a contração do músculo detrusor e o relaxamento do esfíncter
externo uretral. Sendo assim, o SNA parassimpático tem atuação na fase de
esvaziamento vesical8,9.
O Sistema Nervoso Somático tem origem na medula sacral, é representado pelo
nervo pudendo que inerva a musculatura do diafragma pélvico, esfíncter externo da
uretra, e envia algumas fibras para o trato urinário inferior. É responsável pelo início do
esvaziamento e enchimento vesical, com a contração e relaxamento dos músculos do
assoalho pélvico e musculatura estriada da uretra, através do controle voluntário da
micção10.
12

3.2 Definição e diagnóstico da Bexiga Hiperativa

Segundo a Sociedade Internacional de Continência, Bexiga Hiperativa (BH) é


definida como uma síndrome composta pelos sintomas de urgência, com ou sem urge-
incontinência, aumenta da frequência diurna e noctúria, na ausência de outras etiologias 3.
O primeiro passo em direção ao diagnóstico será excluir a possibilidade da
existência de outras patologias que apresentem sintomas semelhantes ao da BH. Em
seguida, durante a coleta da história da moléstia atual, será imprescindível diferenciar a
urgência patológica, descrita como um desejo repentino e impetuoso de urinar, da
urgência miccional normal, que acontece em todos os indivíduos como um desejo
miccional que gradativamente vai se tornando intenso durante a fase de enchimento da
bexiga11.
A urgência é o principal sintoma da BH, e como consequência de sua presença
ocorrerá à diminuição do tempo entre as micções, o aumento da frequência, e a
diminuição do volume urinário. Em um período de 24 horas é considerado normal uma
média de oito micções, no entanto, deve-se considerar para esta análise a ingesta hídrica,
o clima, as alterações emocionais e as micções preventivas, com o objetivo de evitar a
incontinência quando ela esta presente, pois todos estes fatores podem interferir na
frequência urinária12.
Além de uma detalhada anamnese, o exame físico vaginal para as mulheres e o
retal para os homens, será complementar na identificação de alterações físicas que
contribuem para o aparecimento da BH. Dentre os achados mais relevantes destacam-se
a fraqueza da musculatura do assoalho pélvico, a alteração estrutural da fáscia de
sustentação da bexiga e da uretra e os prolapsos genitais femininos 12.
Para melhor compreensão dos sintomas urinários apresentados pelo paciente, bem
como sua frequência, intensidade e situações em que aparecem, utiliza-se para
complementar o diagnóstico o Diário Miccional. Este recurso deve conter informações
referentes a sete dias consecutivos, no entanto, a literatura sugere que as informações de
três dias consecutivos possuem a mesma qualidade de setes dias, apresentando a
vantagem de maior adesão por parte do paciente 13.
As informações pesquisadas pelo diário miccional são a frequência urinária durante
o dia e durante a noite, a presença de urgência e sua intensidade, episódios de perda
urinária e a situação da perda, o volume miccional e o volume e tipo da ingesta hídrica).
13

Ele é de extrema importância tanto para avaliação quanto para o monitoramento do


tratamento, mas vale reforçar que, sua fidedignidade só será possível se houver plena
compreensão de sua importância por parte do paciente e a dedicação para um
preenchimento correto14.
A complementação da avaliação deverá ser feita por meio da aplicação de
questionários validados, que tem por finalidade avaliar a qualidade de vida e o impacto
que os sintomas da síndrome da bexiga hiperativa podem trazer ao paciente, sendo
utilizados no início do tratamento e durante todo o seu transcorrer, para adequado
monitoramento da evolução. A tabela 1 apresenta os questionários recomendados pela
ICS, traduzidos para o português e com grau de evidência A15,16,17.

Tabela 1: Questionários recomendados pela International Continence Society para pacientes de ambos os
sexos com suspeita de bexiga hiperativa, traduzidos e validados para o português.

Fonte: Urofisioterapia: aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do
assoalho pélvico, Diagnóstico da Síndrome da Bexiga Hiperativa, página 134.
14

3.3 Fatores de risco

Dentre os fatores de risco mais citados em estudos sobre a bexiga hiperativa estão
o índice de massa corporal >30 e a obesidade, que são fatores fortemente ligados a IU e
noctúria8. Embora, em outros estudos a relação entre o IMC e a Síndrome da bexiga
Hiperativa não esteja bem definido quando comparados 18,19.
Devido a própria fisiologia do envelhecimento, associado ou não a outros fatores,
considera-se também uma maior incidência a partir dos 65 anos 20,21,22. Síndromes
metabólicas também são descritas como fator de risco, consumo de álcool e
tabagismo23,24, HAS25, ansiedade e depressão 26,27
.
Um limitador em potencial foi a escassez de estudos referentes a Síndrome da
Bexiga Hiperativa no sexo masculino, que contextualizaria melhor o presente trabalho; o
que fica como incentivo para novas pesquisas.

3.4 Prevalência da Bexiga Hiperativa

Segundo a diretriz, CUA guideline on adult overactive bladder de 2017, no geral


as taxas epidemiológicas dessa síndrome têm uma variação muito grande, sendo de 7% a
27% em homens e 9% a 43% em mulheres, podendo ser diretamente relacionado com o
aumento da idade ( 23,8% para >60 anos e 12,2% para <60 anos) 1.
Números mundiais sugerem que em indivíduos com idades menor ou igual a 20
anos, houve um aumento de 20,1% em um período de dez anos, de 2008 a 2018, sendo
que em 2018 546 milhões de pessoas dentro desta faixa etária apresentaram o quadro de
SBH, sempre havendo uma maior incidência no sexo feminino 20,28.
Dados epidemiológicos norte-americanos indicam uma prevalência de 16% para
o continente. No Brasil a estimativa alcança 18%; valores que concordam com uma
pesquisa realizada em Porto Alegre com 846 indivíduos com faixa etária entre 15 e 55
anos, onde a partir do resultado de um questionário autoaplicável a prevalência foi de
18,9% sendo que 14% para o sexo masculino e 23,2% para o sexo feminino20,28.
15

3.5 Qualidade de vida do paciente com bexiga hiperativa

Diversas morbidades estão associadas à SBH, o que repercute negativamente na


qualidade de vida do indivíduo que possui o quadro clínico; repercutindo em perda da
autoconfiança, autoestima e levando até ao desenvolvimento de quadros de angústia e
depressão29,30,31.
Os sintomas da SBH geram comprometimentos na vida-social, psicológica,
doméstica, ocupacional, física e sexual. Devido a esses fatores, há uma crescente
preocupação com a qualidade de vida desses indivíduos, o que levou a recomendação da
qualidade de vida desses pacientes; a partir de questionários específicos e validados para
esta população, de forma que compreenda globalmente essa patologia32.
Apesar da subjetividade da aplicação dos questionários, eles vem ganhando
relevância para o tratamento, pois diferentes de outros métodos avaliativos, contempla o
cotidiano do paciente com SBH. Validados para o Brasil e traduzidos na língua
portuguesa estão o, King’s Health Questionnaire e o ICIQ-SF International Consultation
16,33
on Incontinence Questionaire – Short Form .

3.6 Tratamento da bexiga hiperativa

Segundo a literatura há vários tratamentos eficazes para minimizar os sintomas da


Síndrome da Bexiga Hiperativa, tendo em vista que na maioria das vezes sua causa é
idiopática há uma variabilidade de modalidades de tratamento. Os tratamentos mais
utilizados atualmente são o medicamentoso quando prescrito corretamente, a terapia
comportamental que visa orientar e adequar hábitos de vida e a fisioterapia propriamente
dita, que atua por meio de diversos recursos como a cinesioterapia e a eletroterapia34.
16

3.6.1 Tratamento médico

Um dos medicamentos mais utilizados no tratamento da síndrome da bexiga


hiperativa são os anticolinérgicos ou antimuscarinicos, que por meio de sua ação
parassimpática, impedem a interação da acetilcolina com o receptor inibindo a
transmissão do impulso pós-sináptico, diminuindo assim as contrações vesicais
involuntárias do músculo detrusor da bexiga, aumentando o volume vesical até a primeira
contração involuntária e aumentando a capacidade funcional da bexiga34.
Existem dois tipos de anticolinérgicos, os mistos que combinam ações antimuscarínica
com relaxante muscular direta (independente de receptores) e anestésica local. E o tipo
puro, que age somente na junção mioneural 4 .
O cloridrato de oxitinina foi o primeiro anticolinérgico utilizado no tratamento da
bexiga hiperativa (aprovado pela FDA em 1975). É uma amina terciária, habitualmente
utilizada por via oral. Quando absorvido, no trato gastrointestinal superior, possui
metabolismo hepático. Sua eficácia foi amplamente comprovada nos últimos anos em
diversos estudos, assim como sua difícil aceitação decorrente dos efeitos sistêmicos
desagradáveis, já que o bloqueio dos receptores muscarínicos não ocorre apenas na
bexiga. Entre as principais queixas dos pacientes destacam-se a sonolência, visão turva,
tontura, constipação e principalmente a boca seca4.

3.6.2 Tratamento fisioterapêutico

As técnicas não invasivas encontram sua principal utilidade no manejo dos


sintomas urinários no nível do cuidado primário, geralmente indicados para pacientes com
sintomas leves a moderados; que desejem evitar ou apresentem contraindicações a
tratamentos mais invasivos. Os principais atrativos são que despertam a noção de serem
mais simples que as outras formas de tratamento, bem como possivelmente são mais
acessíveis financeiramente. Outras razões para seu uso incluem o baixo risco de efeitos
adversos, não trazem prejuízo a eventuais tratamentos subsequentes, e são uma
alternativa viável no caso de contraindicações específicas para outras formas de
tratamento.
17

Constituem os principais técnicas e recursos utilizados no tratamento


fisioterapêutico:
A- Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico(TMAP): definido segundo o
ICS como contrações voluntárias seletivas e repetitivas desses músculos seguido por seu
relaxamento. Apesar de o TMAP ser fácil de realizar em casa, não requerer equipamentos
especiais e de não apresentar efeitos adversos significativos, necessita ser realizado
seguindo-se princípios da fisiologia do exercício relacionados à sua frequência,
intensidade e duração, de modo a proporcionar sua efetividade. Para tanto, a motivação
das pacientes para realizar o TMAP é um aspecto essencial para o sucesso desta
terapêutica, considerada de primeira linha no tratamento da SBH 35.
B- Biofeedback: trata-se de uma técnica que torna um processo fisiológico
inconsciente, consciente. No tratamento da BH consiste em apresentar para a paciente a
contração da musculatura do assoalho pélvico por meio de sinais sonoros, visuais ou
táteis. À medida que o paciente toma consciência do que é a contração e de como ela
deve ser realizada, o processo de aprendizado ocorre de maneira mais fácil e a qualidade
da contração se aperfeiçoa mais rapidamente 36.
C- Cones Vaginais: são dispositivos compostos de aço inoxidável, revestidos de
plástico com um fio de nylon em sua extremidade para facilitar sua remoção. São
utilizados jogos de cinco a nove cones, cada um com peso que varia de 20g a 100g. Sua
utilização objetiva proporcionar um treinamento funcional dos musculatura do assoalho
pélvico(MAP) durante a realização de atividades de vida diária. As pacientes são
orientadas a inserir o cone na vagina e deambular, neste momento haverá a sensação de
perda do dispositivo, proporcionando a contração dos MAP. Deve-se ter atenção ao
aparecimento de dor na região vaginal, que poderá ocorrer devido à diminuição do
suprimento sanguíneo para os MAP e redução do consumo de oxigênio, isto em
decorrência da manutenção da contração muscular por um longo período37.
D- Eletroterapia: é o tratamento por meio do uso de corrente elétrica. A
estimulação elétrica pode melhorar a função urinária melhorando a força e a coordenação
dos MAP e inibindo as contrações da musculatura detrusora. Nas disfunções do trato
urinário inferior a estimulação elétrica vem sendo feita por meio de eletrodos de superfície
ou intracavitários, no entanto, foram relatados efeitos adversos da estimulação elétrica
com uso de eletrodo intravaginal, tais como irritação e infecção vaginal, dor, sangramento
vaginal, e infecção do trato urinário.
18

Os parâmetros de estimulação (tipo de corrente, frequência do estímulo, intensidade,


frequência e duração), variam consideravelmente nos diversos estudos, acarretando
heterogeneidade nos resultados. Os protocolos de tratamento que mostraram maior
efetividade foram os mais intensivos (parâmetros de estimulação, número de sessões e
duração da terapia), combinando sessões supervisionadas em clínicas com uso de
estimulação elétrica com equipamentos de uso domiciliar autoaplicáveis38.
E- Treinamento Vesical: consiste em um processo educativo onde os pacientes
são treinados a aumentar gradualmente o intervalo entre o desejo miccional e o
esvaziamento vesical. Apesar de não existirem descritos efeitos adversos do treinamento
vesical e do mesmo ser considerado um tratamento de primeira linha na bexiga hiperativa,
é indicado apenas para pacientes adultos que estejam fisicamente bem, com capacidade
cognitiva preservada e altamente motivados 39.
F- Terapia Comportamental: são mudanças no comportamento, ou seja, no estilo
de vida, que podem acarretar melhoras significativas nos sintomas e perda urinária. Esta
terapia é proposta considerando que alguns hábitos podem interferir no comportamento
vesical, sendo eles principalmente: 1) o excesso da ingesta líquida após as 18 horas, pois
piora os episódios de noctúria 40; 2) altas doses de bebidas ou alimentos ricos em cafeína
aumentam os sintomas de frequência, urgência e urge-incontinência 41; 3) o consumo de
bebidas alcoólicas, por seu efeito diurético e pela irritação direta da mucosa vesical 42; 4) o
uso do tabaco que acarreta hiperatividade detrusora e aumento da pressão intra-
abdominal em caso de tosse crônica43.
19

4 MÉTODO

Trata-se de uma revisão bibliográfica que descreveu todas as técnicas


fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da SBH em adultos, destacando as mais
utilizadas e seus efeitos fisiológicos.
Para tanto, foram incluídos artigos disponíveis na íntegra nas bases de dados
Scielo, Medline e PEdro, nos idiomas português e inglês, publicados entre os anos de
2009 e 2019, encontrados a partir das palavras chaves bexiga hiperativa, tratamento
fisioterapêutico e incontinência urinária, overactive bladder, physical therapy treatment e
urinay incontinence.
20

5 DISCUSSÃO

A literatura mostra que as principais ferramentas utilizadas no tratamento


fisioterapêutico da BH são a eletroestimulação, principalmente do nervo tibial posterior,
por meio da corrente de TENS, com os parâmetros de 5 a 20Hz de frequência, 200 a 250
µs de largura de pulso, intensidade no limiar sensitivo do paciente, por um período de 15
a 30 minutos; além de terapia comportamental, treinamento vesical, e exercícios de
cinesioterapia, principalmente para fibras lentas.
Em se tratando da eletroestimulação para inibição do detrusor, a escolha do nervo
tibial posterior ocorre geralmente pela facilidade do acesso (membro inferior), pelo
conforto do paciente manter-se vestido, e pelos efeitos colaterais mínimos, como coceira
ou qualquer outra irritação cutânea pelo contato com os eletrodos de silicone. No entanto,
é contraindicado para pacientes que apresentem alteração de sensibilidade em membros
inferiores, dermatites ou lesões cutâneas nas regiões onde deverão ser colocados os
eletrodos44.
O nervo tibial posterior representa o maior ramo terminal do nervo isquiático.
Origina-se das divisões anteriores de L4, L5, S1, S2 e S3. Desce quase verticalmente
pela fossa poplítea, lateralmente à artéria poplítea. Posteriormente ao joelho emerge
superficialmente à artéria poplítea, mas logo a baixo, passa para seu lado medial. Após
inervar o músculo poplíteo, cruza para o lado lateral dos vasos tibiais posteriores e
progride inferiormente ao longo do músculo tibial posterior, inervando-o, assim como os
músculos sóleo, flexor comum dos dedos e flexor longo do hálux 45.
A bexiga apresenta inervação preferencialmente parassimpática por meio do nervo
pélvico (S2, S3 e S4), estando a inervação simpática ao nível do trígono vesical e colo
vesical, porém, por meio do nervo hipogástrico (T11. T12, L1 e L2). Os impulsos nervosos
trafegam na medula pelos tratos corticorregulador e sensitivo chegando ao tronco
encefálico onde se localiza o centro da micção. A partir desse centro, conexões para o
cerebelo e principalmente para o córtex cerebral torna a micção um ato consciente45.
A medicina tradicional chinesa utiliza para o tratamento de problemas urinários os
pontos conhecidos como “sanyinjiao” ou “spleen-6”, localizados exatamente na região do
maléolo medial do tornozelo, trajeto do nervo tibial posterior, motivo pelo qual essa área
foi escolhida para o tratamento da bexiga hiperativa por meio da eletroestimulação46.
21

A correta colocação do eletrodo sob o nervo tibial posterior irá causar um estímulo
motor e sensitivo, que será projetado para medula espinhal, na mesma área onde as
projeções da bexiga são encontradas. De tal maneira que a estimulação nessa região
desencadeará estímulos sobre a bexiga produzindo o efeito deste tratamento.
Estimulando o nervo tibial posterior irá ocorrer uma inibição das contrações involuntárias
da bexiga47.
A estimulação elétrica do nervo tibial posterior é realizada por meio da utilização de
aparelho específico conhecido pela sigla TENS (Estimulação Neurológica Elétrica
Transcutânea), com a qual se utilizam eletrodos de superfície. Os eletrodos são
posicionados lateral e posteriormente ao maléolo medial e na face medial da perna, cerca
de dez centímetros acima do maléolo ipsilateral. A conexão dos cabos entre o aparelho a
A regulagem é estabelecida na frequência 10 hertz, largura de pulso de 200 a 250 µs. A
intensidade é regulada ao nível mais alto possível, porém nunca capaz de gerar dor ao
paciente. O tratamento com a estimulação elétrica transcutânea do nervo tibial posterior
dura 12 semanas e é realizado duas a três vezes por semana, tendo cada sessão a
duração de 20 a 30 minutos48.
Outro recurso muito utilizado no tratamento fisioterapêutico da BH é a terapia
comportamental, pois constitui um procedimento eficiente, de baixo risco e sem efeitos
colaterais. Esta técnica é hoje o tratamento de primeira escolha para hiperatividade do
detrusor idiopática. As intervenções comportamentais podem auxiliar a paciente a
reeducar o controle miccional e desenvolvendo estratégias para minimizar e/ou eliminar
as disfunções miccionais49.
Uma das orientações que são realizadas é em relação á alimentação, como evitar
o consumo de alguns alimentos irritativos para a bexiga, dentre eles a cafeína que se
encontra presente no café, nos chás pretos, no chocolate e em refrigerantes, assim como
bebidas alcoólicas. Os pacientes são orientados também com relação ao consumo de
tabaco e os seus efeitos maléficos para a condição clínica 40.
Fisiologicamente a cafeína em altas doses causa hiperatividade vesical devido ao
fato de possuir um efeito excitante sobre o sistema nervoso como um todo e
consequentemente age na musculatura lisa do detrusor, causando instabilidade que pode
levar a incontinência urinaria e aumento das contrações involuntárias. Além disso, a
cafeína tem efeito diurético nos rins, causando assim um maior desejo miccional50.
O consumo do tabaco gera dois tipos de ação na SBH. O efeito mecânico é
causado pela tosse característica do fumante, com ela há um aumento da pressão
22

abdominal, consequentemente um aumento da pressão vesical podendo levar a


incontinência urinaria por esforço. Já o efeito químico, é causado por substancias
presentes no tabaco que em contato com o nosso organismo causam efeitos
indesejáveis. Uma dessas substancias é a nicotina, que ao entrar em contato com as
nossas vias colinérgicas do sistema nervoso gera uma hiperatividade do músculo
detrusor43.
Associado a terapia comportamental, utiliza-se também o treinamento vesical,
recurso considerado indispensável para o tratamento da SBH, pois se trata de um método
simples e muito eficaz. Para o treinamento preconiza-se a utilização: 1) Diário miccional
durante três dias para registro da ingesta líquida, volume urinário e perdas; 2) Micções
Programadas a cada três horas para evitar o volume vesical que desencadeia a contração
involuntária do detrusor; 3)Tentativa de Controlar a Urgência evitando correr para o
banheiro e sim se sentando primeiro e ir caminhando até o local e 4) Programação da
Ingesta de Líquidos, evitando o consumo três horas antes de dormir. Segundo alguns
autores, seus efeitos são semelhantes ao de medicamentos anticolinérgicos, porém com
efeitos mais prolongados51.
Fisiologicamente o treinamento gera um aumento da inibição em nível cortical
das contrações involuntárias do músculo detrusor, melhora da modulação central dos
impulsos aferentes sensoriais e melhora a modulação central dos impulsos no
fechamento uretral durante a fase de enchimento vesical. Além disso, o treinamento
proporciona ao paciente maior consciência corporal em situações de perda urinária,
consequentemente aumenta a capacidade de reserva urinária, evitando constrangimentos
e trazendo uma melhor qualidade de vida 39,52.
Recomendado pela International Continence Society como primeira linha de
tratamento da urge-incontinência em mulheres, os exercícios do assoalho pélvico, ou
cinesioterapia, representam importante ferramenta no tratamento da SBH.
A cinesioterapia preconiza contrações voluntárias e repetitivas dos músculos
assoalho pélvico, com consequente aumento da força muscular e continência urinária por
meio do treinamento do esfíncter uretral. Sem contar com a melhora na sustentação do
colo vesical, que sendo menos estirado, diminui também a aferência do trígono vesical,
geralmente hipersensível53.Ocorre a diminuição da urge-incontinência porque a contração
do assoalho pélvico em conjunto com o esfíncter externo da uretra provoca a inibição do
detrusor, diminuindo o desejo miccional 54.
23

Segundo Shafik e Shafik, 2003 e Messer et al.. 2007, para melhora no quadro da
BH devem ser feitas 45 a 50 repetições dos exercícios pélvicos todos os dias. No entanto,
devem ser divididos em duas ou três vezes ao dia para evitar a fadiga muscular, e as
contrações devem ser sustentadas por no mínimo dez segundos com repouso igual entre
elas53,54.
Como grande parte das pacientes não conseguem sustentar a contração por este
período, deve-se iniciar os exercícios no limiar alcançado pela paciente durante a
avaliação física, e ser aumentado gradativamente 55.
São inúmeros os recursos fisioterapêuticos disponíveis para o tratamento da BH,
no entanto, o presente estudo encontrou como limitação um restrito número de artigos
recentes disponibilizados gratuitamente e na íntegra, o que aponta a necessidade de
maior compartilhamento dos avanços científicos sem atrelar este fato a interesses
financeiros.
24

6 CONCLUSÃO

Segundo os artigos encontrados, todos os recursos fisioterapêuticos apresentam


resultados positivos na melhora do quadro de BH em adultos, no entanto, o uso conjunto
de todas as técnicas tem demostrado resultados superiores na melhora expressiva do
quadro ou na cura total, sendo a fisioterapia recomendada pela Organização Mundial da
Saúde como primeira linha de tratamento.
25

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