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Santos
2019
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Santos
2019
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, em especial, aos meus pais, que sempre me
incentivaram a estudar e me permitiram cursar a graduação concedendo todo o apoio necessário.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço à todas as pessoas que contribuíram de alguma maneira com este trabalho e
também com a minha jornada profissional e pessoal até o momento, direta ou indiretamente;
Agradeço à minha orientadora e co-orientadores pelo auxílio em diversas fases da
pesquisa;
Agradeço à minha família pelo apoio concedido durante toda a graduação;
Agradeço aos colegas de turma e universidade, pelos bons momentos vivenciados e
estudos em grupo;
Agradeço ao professor Ricardo Luís Fernandes Guerra e ao Programa de Educação
Tutorial-Educação Física pelos aprendizados, que foram tão significativos para o meu crescimento
pessoal e acadêmico/profissional;
Agradeço ao professor Rogério Cruz de Oliveira, pelo amparo em diversos módulos,
questões acadêmicas e contribuições neste trabalho;
Agradeço ao professor Ronaldo Vagner Thomatieli dos Santos, pela dedicação para com
os estudantes e contribuição em meu aprendizado;
Agradeço aos meus amigos mais próximos, em especial, ao Rodrigo Fernandes de
Souza, por compreenderem os momentos de ausência devido à dedicação com a faculdade e
presente trabalho;
Agradeço aos professores do ensino escolar e técnicos esportivos que demonstraram se
importar com a minha pessoa e contribuíram, cada um à sua maneira, com os diversos aprendizados
e proporcionaram momentos recordáveis;
Agradeço aos preceptores de estágio que se demonstraram empenhados em me auxiliar
nas atividades práticas e teóricas;
Por fim, expresso muita gratidão por poder completar esta etapa da minha vida, por
cursar Educação Física, e realizar o sonho de me formar numa universidade pública.
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RESUMO
Diversas abordagens de tratamento não medicamentoso para a hipertensão arterial sistêmica vêm
sendo estudadas para reduzir os efeitos adversos desta condição clínica. Além do exercício físico,
que já possui muitas das suas modalidades consolidadas no âmbito científico, as práticas
integrativas e complementares ganham força e merecem atenção no cenário da ciência e tratamento
da HAS. A literatura aponta que a meditação gera numerosos benefícios para a saúde, sendo um
deles o controle da pressão sanguínea. Em vista disso, o presente estudo possuiu o objetivo de
avaliar o efeito agudo da meditação na pressão arterial de indivíduos adultos hipertensos. Para tanto,
foi desenvolvida uma pesquisa de abordagem quantitativa, que avaliou a pressão arterial de 5
mulheres adultas hipertensas controladas com idade entre 30 e 50 anos. Como instrumento de coleta
de dados foi utilizada a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial após duas sessões, sendo
uma sessão controle e outra meditação. Foram avaliadas as pressões arteriais sistólica (PAS),
diastólica (PAD), média (PAM), e frequência cardíaca (FC) nos momentos pré e pós sessão, com
medidas clínicas, e de maneira ambulatorial nos períodos diurno, noturno, matutino e de 24 horas.
Calculou-se ainda a área sobre a curva de cada uma das variáveis ambulatoriais mencionadas. A
análise de dados se deu por meio teste T student, e o valor de significância adotado foi p ≤ 0,05. Os
principais resultados encontrados foram a redução estatisticamente significativa da PAS do período
matutino e tendência a diminuição significante da PAM do mesmo período (p=0,057). As demais
variáveis analisadas não apresentaram alterações significativas. Portanto, concluímos que uma única
sessão de meditação foi eficaz somente na redução de PAS e PAM do período matutino.
ABSTRACT
Several non-drug treatment approaches for systemic arterial hypertension have been studied to
reduce the adverse effects of this clinical condition. In addition to exercise training, which already
has many of its modalities consolidated in the scientific field, integrative and complementary
practices have gain strength and deserve attention in the scenario of science and treatment of
hypertension. The literature points out that meditation has numerous health benefits, one of which is
the control of blood pressure. In view of this, the present study aimed to evaluate the acute effect of
meditation on blood pressure in hypertensive adult individuals. Therefore, a quantitative approach
research was developed, which evaluated the blood pressure of 5 hypertensive controlled adult
women. As data collection instrument was used Ambulatory Blood Pressure Monitoring after two
sessions, being a control session and another meditation. Systolic (SBP), diastolic (DBP) and mean
blood pressure (MBP), were evaluated at the pre and post-session moments besides heart rate (HR),
with clinical and ambulatorial measurements, during the day, night, morning and 24 hours periods.
The area on the curve of each of the mentioned ambulatorial variables was also calculated. Data
analysis was performed using T student test. The main results found were a statistically significant
reduction in SBP in the morning and a tendency to a significant decrease in MBP in the same period
(p = 0.057). The other variables analyzed showed no significant changes. Therefore, we concluded
that a single meditation session was effective only in reducing morning SBP and MAP.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
2. MÉTODO ....................................................................................................................... 15
3. RESULTADOS............................................................................................................... 19
4. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 23
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 27
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 28
7. ANEXOS ......................................................................................................................... 31
8. APÊNDICES................................................................................................................... 43
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1. INTRODUÇÃO
redução aproximada de 8,3 mmHg na PAS e 5,2 mmHg na PAD. A recomendação para o
treinamento aeróbio é que o mesmo seja realizado por pelo menos 3 vezes na semana por 30
minutos (ideal seria 5 vezes na semana entre 40 e 50 minutos) (MALACHIAS et al., 2016). A
intensidade deve ser moderada e as práticas possíveis de realização para este treinamento são
diversas (MALACHIAS et al., 2016).
Também foram realizadas pesquisas que abordaram os efeitos do exercício resistido
(exercício de força) sobre os níveis pressóricos de indivíduos hipertensos e pré-hipertensos. Sobre
este tipo de exercício físico ainda são necessários mais estudos para consolidação dos resultados
encontrados. Todavia, até o momento sabe-se que o treinamento resistido dinâmico é responsável
pela redução aproximada de 2 a 3 mmHg nos indivíduos hipertensos (MACDONALD et al., 2016).
O exercício resistido isométrico também reduz a PA destas pessoas, porém, ainda são necessárias
mais pesquisas sobre o tema (CARLSON, 2014).
Desse modo, o exercício físico e atividade física devem fazer parte da prática clínica
diária do indivíduo com HAS, de maneira que possa contribuir com a redução dos níveis
pressóricos, controle dos FR, e melhora da qualidade de vida destes sujeitos. Portanto, os exercícios
físicos aeróbio e resistido são benéficos para este público, sendo que o treinamento aeróbio é o mais
recomendado, e o treinamento resistido é indicado como complementar ao aeróbio.
As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) similarmente demonstram seus efeitos
sobre os níveis pressóricos. Por definição, tratam-se de práticas heterogêneas que não pertencem ao
propósito da medicina convencional, sendo condizentes, segundo Carvalho e Nobrega (2017), com
a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e medicina
complementar/alternativas. Diversas destas práticas têm sido abordadas em estudos com
hipertensos, como o Pilates, yoga e meditação. Estudos com yoga e Pilates apresentaram resultados
positivos na redução da PA e qualidade de vida de indivíduos hipertensos (MIZUNO et al., 2015;
PINHEIRO et al., 2007; JUNGES et al., MARTINS-MENESES et al., 2015).
A meditação é uma prática oriental realizada há mais de 2500 anos e leva o nome de
Buda como principal representante (GOLEMAN, 1997 apud SBISSA, 2009). Entretanto, a prática
meditativa vem se popularizando no ocidente, sendo que as primeiras pesquisas foram realizadas
por Robert Benson, nos EUA em 1975 (SBISSA, 2009).
A definição de “meditação” é bastante diversificada na literatura, não sendo, inclusive,
preocupação de muitos autores defini-la. Neste estudo utilizaremos a definição proposta por
Cardoso et al. (2004), que indica que a meditação é um procedimento que envolve cinco
parâmetros: um estado necessariamente auto induzido (1), aplicado através de uma técnica
específica (claramente definida) (2), usando uma habilidade de autofoco (cunhado “âncora”) (3),
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Muito recentemente comecei a me interessar pelo estudo das PIC, destacando-se entre
elas a meditação. Como já era de minha preferência e afinidade estudar aspectos psicobiológicos e
cardiovasculares, decidi escolher esta temática para a pesquisa, visto que a meditação pode ser
relacionada com ambas as áreas de estudo.
A literatura já está repleta de trabalhos que investigam os efeitos do exercício físico
aeróbio e resistido sobre a HAS, sendo, muitos dos assuntos relacionados a estes temas já
consolidados. Nota-se que o estudo das PIC atrelado à saúde e HAS têm aumentado nos últimos
anos, destacando-se, segundo Cardoso et al. (2008) entre estes trabalhos a evolução e
reconhecimento acadêmico da prática meditativa, que tem sido apontada como método promissor
para tratamento de determinadas condições clínicas. Entretanto, são escassas as pesquisas que
abordam uma sessão única de meditação para avaliar a pressão arterial. Neste sentido, o presente
estudo demonstra-se importante para contribuir com novos trabalhos sobre o assunto em questão e
descobertas sobre o tema.
Em relação à educação física, o desenvolvimento deste tema colabora para que
profissionais que trabalhem com a meditação e/ou práticas contemplativas possam se aprofundar na
temática e descobrir novas perspectivas para atuação. Trata-se, ainda, de uma ferramenta não
onerosa e de fácil aplicação, que pode se tornar uma alternativa de tratamento para a HAS pela
educação física dentro do SUS.
Partindo do pressuposto de que a HAS gera danos à saúde da população acometida,
reduzindo a qualidade de vida da mesma, além de acarretar em elevados custos para a saúde
pública, este trabalho afirma sua relevância ao estudar métodos alternativos de tratamento para a
doença.
Como hipótese, acreditava-se que o efeito agudo da meditação seria capaz de reduzir a
pressão arterial de indivíduos adultos hipertensos.
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2. MÉTODO
Voluntários de Pesquisa
A amostra foi constituída de mulheres adultas hipertensas, com idade entre 30 e 50
anos. No total foram 5 voluntárias, e todas elas realizaram uma intervenção com meditação e uma
intervenção sem meditação (controle).
Os critérios de inclusão foram:
• Serem hipertensas controladas;
• Não praticantes de exercício físico sistematizado há pelo menos 6 meses;
• Possuírem idade entre 30 e 50 anos;
• Não possuírem experiência com meditação ou nunca ter meditado.
Os critérios de exclusão foram:
• Indivíduos que apresentassem outras doenças que impossibilitassem e/ou dificultassem a
prática e/ou ainda, influenciassem na pressão arterial;
• Indivíduos que faltassem em alguma etapa do estudo.
Para caracterizar a amostra quanto ao nível de atividade física foi aplicado a versão
curta do questionário internacional de atividade física (IPAQ) (MATSUDO, 2001), no início do
programa (anexo B).
O recrutamento das voluntárias ocorreu através de redes sociais (Instagram, Facebook,
WhatsApp) e cartazes dispostos na Universidade Federal de São Paulo e alguns outros locais
públicos e privados.
Etapas do Estudo
Os experimentos da presente pesquisa foram elaborados a partir de 3 encontros
realizados com cada voluntária. No primeiro ocorreram procedimentos de caracterização da
16
Sessão Meditação
A intervenção com meditação consistiu de uma única sessão de mindfulness MBSR,
com duração de 30 minutos. A sessão foi baseada no conteúdo dos dois primeiros
encontros/semanas do Programa de Redução do Estresse Baseado em Mindfulness - MBSR
(Mindfulness Based Stress Reduction).
A sessão foi organizada no seguinte formato:
• Parte inicial: foram realizadas orientações sobre meditação e postura adequada para a
realização da prática; esta etapa teve duração de 5 minutos.
• Escaneamento corporal: foi trabalhada a prática do “Body Scan” ou escaneamento corporal
através de prática guiada por áudio (utilização da caixa de som); esta etapa teve duração de
15 minutos.
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Sessão Controle
A intervenção sem meditação consistiu em um período de 30 minutos, e foi organizada
da seguinte maneira:
• Parte inicial: foi realizado um diálogo e explicações sobre a presente pesquisa; esta etapa
teve duração de 5 minutos;
• Posicionamento em decúbito dorsal: nesta etapa os indivíduos permaneceram deitados em
decúbito dorsal sem tarefa determinada durante 15 minutos;
• Escolha da posição: neste momento foi sugerido que os indivíduos adotassem a posição de
maior conforto; etapa com duração de 5 minutos;
• Parte final: a intervenção foi finalizada, com a realização de comentários e observações;
etapa com duração de 5 minutos.
Avaliações Propostas
Foram realizadas avaliações para caracterização da amostra e da PA de cada indivíduo.
Para as primeiras avaliações mencionadas foram verificados os seguintes parâmetros: idade,
estatura (cm), massa corporal (kg), IMC, fármacos utilizados, nível de atividade física, e foi ainda
realizada uma anamnese para verificação dos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa. Nesta
etapa foram utilizados os seguintes equipamentos: estadiômetro de bolso da marca Cescorf para a
medida de estatura; balança bipolar da marca Tanita para verificação da massa corporal.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizada a Monitorização Ambulatorial da
Pressão Arterial (MAPA) em ambas as sessões. O modelo do aparelho utilizado para a aferição foi
o Dyna-MAPA da marca Cardios. A PA foi aferida de maneira clínica no período pré-
meditação/controle e pós meditação/controle, sendo que após a intervenção os indivíduos
permaneceram com a MAPA durante as próximas 24 h. Foram avaliadas as pressões arteriais
sistólica, diastólica, média e frequência cardíaca nos momentos pré e pós sessões, e nos períodos
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diurno, noturno, matutino e de 24 horas. Calculou-se ainda a área sob a curva de cada uma das
variáveis ambulatoriais mencionadas.
Análise Estatística
Para a análise estatística foi utilizado o programa GraphPad Prism 5.0. Os resultados
foram expressos como média ± desvio padrão e foram submetidos ao teste de normalidade de
D’Agostino e Pearson (D’AGOSTINO e PEARSON, 1973) e submetidos ao teste T student
(STUDENT [GOSSET], 1908). Em todos os resultados apresentados, foi adotado 5% como limite
de significância estatística (p<0,05).
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3. RESULTADOS
Nº de anti-hipertensivos 1-3
Diuréticos 20%
Betabloqueadores 20%
Outros anti-hipertensivos 0%
IPAQ
Ativo 80%
Tabagismo 1
Álcool 3
Menopausa 2
Etnia
Parda 3
Preta 2
Estado civil
Solteira 2
Casada 3
Escolaridade
Superior completo 3
Superior incompleto 1
Fundamental I incompleto 1
PAS (mmHg) 131,8 ± 12,62 130,0 ± 17,38 127,2 ± 16,18 133,6 ± 18,77
PAD (mmHg) 85,0 ± 8,03 85,2 ± 7,66 83,0 ± 10,30 82,0 ± 11,47
PAM (mmHg) 105,2 ± 9,83 105,6 ± 11,26 102,0 ± 11,07 105,6 ± 14,60
Gráfico 1: Dados de Pressão Arterial das Voluntárias Obtidos ao Longo das 24h. A- Pressão
arterial sistólica (PAS), B- Pressão arterial média (PAM)
A- PAS
B- PAM
4. DISCUSSÃO
2006). Ambas as técnicas resultaram em redução da PAS e PAD, sendo que a da respiração lenta
gerou resultados mais significativos em ambas as variáveis (KAUSHIK et al., 2006).
Já o estudo de Kretzer et al. (2007) buscou melhorar o quadro de hipertensão através da
técnica do Ho’oponopono (combina exercícios de respiração, orações e meditação). Participaram
deste estudo 23 indivíduos adultos de ambos os sexos com idade acima de 30 anos que
apresentavam pré-hipertensão ou hipertensão controladas, e a intervenção foi realizada em uma aula
de 4 horas (KRETZER et al., 2007). Como resultado, observou-se o aumento da PAM no próprio
dia da intervenção (KRETZER et al., 2007).
Por fim, Chen et al. (2013) verificaram que uma prática breve de mindfulness foi eficaz
na redução da PAS. Foram separados igualmente em grupo meditação e grupo controle 60
estudantes com pressão arterial normal, de ambos os sexos e com idades entre 18 e 22 anos, sendo
que o grupo meditação realizou a prática do mindfulness por 30 minutos diariamente por um
período de 7 dias consecutivos (CHEN et al. 2013) e o grupo controle não recebeu nenhuma
intervenção (CHEN et al. 2013). Foi observado que a PA reduziu mais no grupo meditação do que
no controle, com uma redução de 2,2 mmHg (CHEN et al. 2013).
Todavia, foram encontradas maiores quantidades de trabalhos científicos que abordam a
HAS associada à meditação, MBSR ou PIC, independentemente do tempo de intervenção, amostra
e metodologia. Sendo assim, podemos equiparar os achados desta pesquisa com os demais estudos
mencionados.
Uma revisão sistemática da literatura publicada no ano de 2018 (LÓPEZ, 2018)
analisou 5 artigos e discutiu a eficácia do MBSR para a PA em adultos com PA elevada ou
hipertensão. Os artigos analisados nesta revisão foram publicados entre 2012 e 2017, e todos eles
tinham como intervenção o programa MBSR desenvolvido por John Kabat-Zinn. Intervenções
curtas do programa mencionado ou intervenções baseadas em mindfulness não descritas como
MBSR foram excluídas da revisão. Trata-se da primeira revisão sistemática que aborda os assuntos
de MBSR e pressão arterial em hipertensos (LÓPEZ, 2018). Os resultados deste estudo indicam a
falta de outras pesquisas com MBSR e riscos cardiovasculares, além de ressaltar que a maior parte
dos estudos mostrou maiores reduções na PAS e PAD dos grupos intervenção comparado aos
grupos controle, sendo que estas respostas foram observadas somente na PA clínica e não na
ambulatorial. Ademais, reduções clinicamente relevantes da PA clínica também são constatadas nos
grupos intervenção, considerando o pré e pós teste (LÓPEZ, 2018).
Outros tipos de meditação também têm sido estudados e relacionados com a redução da
PA. A meditação transcendental é apontada em alguns estudos como sendo eficaz na redução da PA
em adolescentes e adultos (BARNES e ORME-JOHNSON, 2012). Um outro trabalho verificou
redução de 4 mmHg para a PAS e 2 mmHg para a PAD (OOI e GIOVINO e PAK, 2017). Os
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mecanismos que justificam estes resultados parecem consistir na redução da reatividade ao estresse
e reduções agudas e longitudinais no tônus simpático (BARNES e JOHNSON, 2012).
Alguns estudos se dedicaram à investigação do efeito das práticas yoga e Pilates na PA,
ampliando ainda mais o universo de possibilidades de tratamento não farmacológico para a HAS
através das PIC. Em relação ao Pilates, revisão da literatura recente indica o método como sendo
promissor para o tratamento da HAS (GONZÁLES et al. 2016). Rocha et al. (2019) mostraram em
seu trabalho que mesmo uma única sessão de Pilates parece gerar redução da PA, tendo sido
encontrado neste estudo que uma sessão de Pilates foi capaz de gerar efeito hipotensor pelo
exercício realizado durante 60 minutos em hipertensos controlados (ROCHA et al. 2019). Contudo,
ainda são necessários mais trabalhos científicos que investiguem os efeitos hemodinâmicos do
Pilates na população hipertensa (GONZÁLES et al. 2016), elucidando também os mecanismos
fisiológicos envolvidos.
Intervenção breve de yoga (12 semanas) realizada com adultos hipertensos não
encontrou resultados favoráveis para a redução da PA, sendo que os achados deste estudo
apresentaram diferença não significativa da redução da PA no grupo intervenção quando comparado
ao controle (WOLFF et al. 2016). Cramer et al. (2018) verificaram que apenas yoga sem posturas
de yoga (associação de respiração e meditação) induziu redução significativa de curto prazo na PAS
ambulatorial de hipertensos (CRAMER et al. 2018). Os autores concluíram também, que o yoga
pode ser recomendado no tratamento adicional da HAS (CRAMER et al. 2018).
Percebe-se que as PIC são potentes alternativas de tratamento coadjuvante e não
medicamentoso para a HAS, já que proporcionam redução da PA e/ou são eficazes na melhora da
qualidade de vida, aquisição de hábitos mais saudáveis, e demais parâmetros ou variáveis. Mais
estudos são necessários para confirmar os resultados, hipóteses e discussões da literatura sobre esta
temática, além de elucidar os mecanismos fisiológicos envolvidos nos resultados encontrados.
Tendo em consideração a meditação, nota-se ainda muitas limitações de estudo e erros
metodológicos nas pesquisas (LEVINE et al. 2017; GOLEMAN, 1997 apud SBISSA, 2009).
Dentre as principais limitações estão a baixa quantidade de estudos randomizados de alta qualidade
publicados, que envolvam a meditação e avaliação da PA; diferentes populações estudadas; altas
taxas de desistência dos voluntários; viés na metodologia de medição da PA e na apuração de
dados; variação ampla da magnitude das reduções da PA nas pesquisas (LEVINE et al. 2017).
Todos os fatores mencionados contribuem com a heterogeneidade nos resultados dos estudos
publicados até o momento.
Nesta pesquisa também foram identificadas algumas limitações, como o número baixo
de voluntárias, e a variação da temperatura do ambiente nos momentos intervenção e controle (entre
21°C e 24,5°C). A primeira limitação mencionada pode mascarar resultados pelo fato de que a
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pesquisa realiza sua conclusão sobre um número reduzido de participantes, além de que os testes
estatísticos podem não verificar diferenças significantes com um n baixo. Quanto ao fator
temperatura, era esperado na pesquisa o controle da mesma entre 23 e 25°C, entretanto, não foi
possível devido às condições do espaço. O controle da temperatura é relevante por conta da
influência desta variável sobre a PA, principal ponto deste estudo. No entanto, esclarecemos que
essas variações influenciariam significativamente apenas nas respostas das medidas clínicas da PA,
e não nas medidas de 24 h. Ressaltamos também que as variações ocorreram tanto nas sessões
meditação quanto controle, o que ameniza a interferência das diferentes temperaturas nos resultados
encontrados.
27
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
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GOLEMAN, D. A mente meditativa. 5.ed. São Paulo: Ática, 1997 apud SBISSA, A. S. et al.
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Hypertension, v. 30, n. 10, p. 1-7, 2016.
31
7. ANEXOS
Nome:_________________________________________________________________
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu
dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao
redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender quão ativos somos em relação a pessoas de
outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na
ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar
a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no
jardim. Suas respostas são muito importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que
considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!
• atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e
que fazem respirar MUITO mais forte que o normal;
• atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que
fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder às perguntas pense somente nas atividades que você realiza por, pelo menos, 10
minutos contínuos de cada vez:
1a. Em quantos dias da última semana você caminhou por, pelo menos, 10 minutos contínuos em
casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer
ou como forma de exercício?
1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total
você gastou caminhando por dia?
2a. Em quantos dias da última semana você realizou atividades MODERADAS por, pelo menos,
10 minutos contínuos, como, por exemplo, pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica
aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no
quintal ou no jardim, como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR, NÃO INCLUA
CAMINHADA)?
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por, pelo menos, 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gastou realizando-as por dia?
3a. Em quantos dias da última semana você realizou atividades VIGOROSAS por, pelo menos, 10
minutos contínuos, como, por exemplo, correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar
rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou
cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua
respiração ou batimentos do coração?
3b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por, pelo menos, 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gastou realizando-as por dia?
• Não fumar, ingerir bebidas alcoólicas, café ou bebidas que continham cafeína
nas horas que antecediam o encontro;
• Não praticar exercício físico nas horas que antecediam o encontro;
• Não estar com a “bexiga cheia” /vontade de ir ao banheiro no momento em que
a voluntária estiver na sala de realização da sessão.
finalização da sessão). Foi anda explicado que uma sessão controle de um estudo é a sessão onde as
atividades experimentais não são realizadas, e possui o objetivo de ser um comparativo para com a
sessão experimental, de modo que os resultados sejam comparados e que se teste a validade dos
mesmos.
8. APÊNDICE