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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

TESE EM OPÇÃO AO GRAU CIENTÍFICO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA A REABILITAÇÃO DE PACIENTES OBESOS DO

HOSPITAL CENTRAL DO LUBANGO-HUILA

Autor: Fernando Mendes da Costa

Tutora: Lic. Adelki Fernández Gonzáles

Co - tutor: Prof. Til., Alexis Rafael Macías Chávez, Dr. C.

LUBANGO/2017
AGRADECIMENTOS

2
DEDICATÓRIA

3
RESUMO

Durante anos se tem considerado a obesidade como um problema simplesmente


estético, hoje sabemos que a obesidade é uma enfermidade crónica. No município
do Lubango, nos apercebemos que existe pouco conhecimento, ademais de não
prestarem a devida importância a este padecimento dentro da população, donde
existe uma alta incidência. Por esta razão o autor da investigação presente
pretendeu, Elaborar uma proposta de exercícios físicos com carácter integrador que,
desde a cultura física profilática e terapêutica, favoreceu a reabilitação de pacientes
obesos a partir dos resultados obtidos da entrevista, questionário e da observação,
tendo em conta vários aspectos como as características individuais, grau de
preparação, horários bem como o tipo de actividade laboral de cada indivíduo assim
como indicações metodológicas que incluem: a frequência, a intensidade e a duração
das sessões para favorecer a diminuição do peso corporal. A mesma proposta
compreendeu um campo de acção, um objecto de estudo, ligados a Kinesioterapia e
conteúdos. O universo populacional foi de 10 membros dos pacientes obesos do
Hospital Central do Lubango - Huíla. A investigação foi do tipo Mista e desenvolvida
a partir das indagações metodológicas teóricas e empíricas, bem como estatísticas
com predominância do método análise documental, medição, entrevista e
questionário.

Abstract

During years she have simply been considering the obesity as a problem aesthetic,
today we know that the obesity is an illness chronic. In the municipal district of
Lubango, we noticed that little knowledge exists; besides of the render not the due
importance inside to this suffering of the population, from where a high incidence
exists. For this reason the author of the present investigation intended, to Draw a
proposal of physical exercises with character integrator that, from the culture physical
prophylactic and therapeutics, it favored the rehabilitation of patient obese starting
from the obtained results of the interview, questionnaire and of the observation, tends
in bill several aspects as the individual characteristics, preparation degree, schedules
as well as the type of each individual's actividade of work as well as methodological

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indications that include: the frequency, the intensity and the duration of the sessions
to favor the decrease of the corporal weight. The same proposal understood an action
field, a study object, linked Kinesioterapia and contents. The population universe was
of the patients' 10 members that help to the Central Hospital of Lubango - Huíla. The
investigation was of the mixed type and developed starting from the theoretical and
empiric methodological inquiries, as well as statistics with predominance of the
method documental analysis, measurement, interview and questionnaire.

5
ÍNDICE

INTRODUÇÃO pág.

CAPÍTULO I. A REABILITAÇÃO DE PACIENTES OBESOS

I.1.1. Características gerais da obesidade…………………………………………………


I.1.2. Antecedentes dos tratamentos médicos e físicos em pacientes obesos ……….
I.1.3. A Cultura Física Profiláctica e Terapêutica na reabilitação de Pacientes
obesos…………………………………………………………………………………………
I.1.4. Fundamentos teóricos da concepção de sistema de exercícios físicos para a
reabilitação de pacientes obesos desde a Cultura Física profiláctica e
terapêutica…………………………………………………………………………………….

CAPÍULO II. PROPOSTA DE EXERCÍCIOS FÍSICOSPARA A REABILITAÇÃO DE


PACIENTES OBESOS.

II.2.1. Estudo de sistemas de exercícios físicosvigente…………………………………..


II.2.2. Concepção dosistema seleccionado...................................................................
II.2.3. Estrutura e elementos macros de sistema de exercícios físicos para a
reabilitação de pacientes obesos...................................................................................

CAPITULO III. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE EXERCÍCIOS


FÍSICOSTERAPÉUTICOS PARA A REHABILITAÇÃO DEPACIENTES OBESOS.

III.3.1. Avaliação da proposta por expertos....................................................................


III.3.2. Comprovação não experimental da proposta dosexercícios.............................
3.2.1. Tipo de estudo e desenho…………………..........................................................
3.2.2. População amostra............................................................................................
3.2.3. Variáveis e indicadores………………………………………………………………..

6
III.3.3. Análises dos resultados ……………………………………………………………...
3.3.1. Resultados dos indicadores quantitativos...........................................................
3.3.2. Resultados dos indicadores qualitativos.............................................................
III.3.4. Resultados da avaliação da proposta................................................................

CONCLUSÕES..............................................................................................................
RECOMENDAÇÕES......................................................................................................
BIBLIOGRAFIA ………………………………………………………………………………
ANEXOS………………………………………………………………………………………

7
INTRODUÇÃO

Desde que Angola entrou em paz deu-se um grande salto qualitativo em vários

âmbitos sociais, mormente na área do desporto, educação física, saúde e bem-estar

da população. Este facto é notado com a formação de novos profissionais nas áreas

ora referidas, sendo a título de exemplo o autor deste presente estudo, um dos

primeiros profissionais a nível superior no país nas áreas de educação física e

desporto. Partindo deste pressuposto, é importante assinalar que a prática de

desporto e educação física têm grandes efeitos, isto é, como partes integrantes da

cultura física com fins profiláticos e terapêuticos com objectivo de elevar a qualidade

de vida. Com o passar do tempo e com aplicação das novas tecnologias no país se

tem consolidado a aplicação de exercícios terapêuticos através da criação e

ampliação de Áreas Terapêuticas no âmbito da reabilitação de vários pacientes com

enfermidades heterogéneas desde o eclodir da paz em Angola no ano 2002.

Actualmente, torna-se necessária a atenção comunitária desde estas instituições

hospitalar de uma grande enfermidade que tem experimentado cifras alarmantes no

nosso país: a obesidade.

Antes do século XX a obesidade era rara. Haslam (2007). No entanto, em 1997 a,


Organização Mundial da Saúde (OMS) outro partido que desde cedo também muito
se tem preocupado com os estudos de diferentes enfermidades, reconheceu
formalmente a obesidade enquanto epidemia à escala global; e em 2005 estimou-se
a cifra de pessoas obesas em 400 milhões (Djú, AH 2013). Chegando a ocupar o
lugar de uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo,
representando a segunda causa de defunção na maioria dos países desenvolvidos e
em alguns em via de desenvolvimento como é o caso de Angola, taxas de

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prevalência cada vez maiores em adultos e Obesidade infantil (du TOIT e van der
MERWE, 2003, citados por Coucelo, JMCPC 2010).

O desenvolvimento de uma estratégia de perda de peso efectiva depende da análise


de diversos factores. No entanto, o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida ainda
é uma das opções terapêuticas, desde que o bypass jejunoileal foi desenvolvido na
década de 1950 (Ashley, 2001). A cirurgia de obesidade é considerada o método
mais efectivo de redução de peso e sua manutenção nos doentes severamente
obesos. Desde a antiguidade estudiosos da saúde como Hipócrates (séc. VI a III
a.n.e.), Sushruta (séc. VI a.n.e), Platão (séc. III a.n.e.), Mancini e Halpern (2002),
Serdula e tal (2003), Nonino-Borges CB, Borges RM, Dos Santos JE (2006),
Radominski RB, Benchimol AK, e outros (2010), têm orientado a mudança do estilo
de vida alimentar buscando o equilíbrio nutricional bem como a redução de peso por
meios cirúrgicos. Todavia, estes proceder clínico bem como a orientação dietética,
tem vindo a aumentar o impacto psicossocial da enfermidade e as possibilidades de
provocar tantas deficiências orgânicas como as intra-operatórias, os riscos da
anestesia e os problemas pós-operatórios (contaminação bacteriana da alça cega,
desenvolvimento de esteatose hepática e cirrose) (Endocrinologia Básica e Clínica,
2006), e físicas. Não obstante, de acordo com as referências bibliográficas
consultadas, se considera que todavia carece de una integração multifactorial.

No entanto, com o surgimento e evolução da tecnologia e da ciência, novas


tendências de tratamento da obesidade mediante a cultura física terapêutica têm
surgido com a utilização dos exercícios físicos, apresentados por vários autores
como (Shelton et al., 1981), Fred McDonald (1999), haslam DW e James PW. (2006),
Luís, A.Q. e Mannak, M. (2010), Monteiro, A.M.C. (2011), Godinho (2011), Gualano,
B. e Tinucci, T. (2011) e outros como Djú, A.H. (2013). Estes autores consideram nas
suas concepções a actividade física transitória, entretanto aparece limitado o controlo
e o seguimento físico do paciente, que permita a prevenção de enfermidades pôs
cirúrgicas em casos severos, enfermidades associadas e um equilíbrio emocional
dos mesmos. Com a implementação de programas nacionais desde que se deu a
paz no nosso país, se começa a outorgar maior relevância a reabilitação física

9
destes pacientes, dentro da estratégia de atenção médica estabelecida para a
obesidade. Neste sentido, Edith Ferreira médica de clínica geral, reconheceu durante
uma entrevista feita pela Agencia Express (Angop) apontando a actividade física
como um factor decisivo para o combate a obesidade. (Portal de Angola ed.01/2016).
Ainda a nutricionista Lekhrajmam, D. (2016), falou em uma entrevista sobre a
importância da prática de exercícios físicos como factor profilático contra doenças
metabólicas e cardiovasculares e destaca a necessidade de os profissionais de
educação física e desportos a realizarem mais trabalhos e estudos relativos a
obesidade sendo uma enfermidade que tem experimentado cifras maiores.

Todavia, permanece a realidade verificada em Angola, a carência de mais estudos

relacionados com a cultura física terapêutica para tratamento da obesidade. Em

Angola não existem estatísticas sobre obesidade. (Jornal de Angola, ed. 06/2013)

Por um lado deve-se a carência de profissionais no país formados na cultura física

profilática e terapêutica e por outro a forma como é encarada a enfermidade por

parte da nossa sociedade associando-se a isto o estilo de vida que leva a população

em geral bem como os níveis de desenvolvimento socioeconómico que o país tem

experimentado. Em vários hospitais do nosso país, é notada a presença de muitos

pacientes com obesidade e com um fraco acompanhamento transitório. Em destaque

da província da Huíla a causa esta ligada a ingestão de muitos alimentos energéticos

em excesso com ausência de exercícios físicos no geral e a carência dos primeiros

cuidados médicos antes durante e depois do primeiro parto isto para as Mulheres.

Não obstante, nos estudos revisados não se encontram evidências de trabalhos que

conformem uma concepção que permita educar e consciencializar os pacientes

acerca dos benefícios que obteriam ao realizarem actividade física durante toda sua

vida, nem a necessidade de tomar como ponto de partida um diagnóstico integral

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biopsicossocial. Desde modo, não se precisam particularidades da actividade física

de acordo com as etapas que eles transitam, em virtude de manter sua condição

física e alcançar sua reinserção social.

Ora, partindo destes pressupostos para a investigação, se realizou a revisão,

análises e avaliação de documentos e proposta de sistema de exercícios físicos que

regem a reabilitação física de pacientes obesos, durante a qual se pode constatar

que desde o século XX se deram os primeiros passos na Cultura Física Terapêutica

com sistemas de exercícios para obesos e sua reabilitação.

A realidade do tratamento dos pacientes obesos que acodem ao hospital central do

Lubango – Huíla, garante em suas prescrições médicas ademais de orientarem a

mudança do estilo de vida do paciente, a prática de exercícios físicos já que, essa

prática possui um grande efeito fisiológico ocupando assim um lugar relevante em

termos de percentagens. Ora, nessa prescrição médica passada ao paciente consta-

se também os exercícios físicos, porém observa-se uma carência de selecção dos

exercícios físicos que coadunam com o histórico clínico do paciente, ficando assim

simplesmente a prática desta actividade física sem o paciente saber de concreto que

exercícios físicos deverão ser praticados.

Se infere do anteriormente exposto que uma das limitações principais que não

favorece a realização sistemática de exercícios físicos nesses tipos de pacientes, é a

carência de um sistema de exercícios físicos terapêuticos estruturado, factível e

actualizado em correspondência com as exigências para a atenção de pacientes

obesos, que possibilite um seguimento das mesmas.

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Ao ter em conta estas insuficiências detectadas desde a teoria e a prática é que se

revela a contradição que se manifesta entre a aplicação de exercícios físicos para a

reabilitação de pacientes obesos com um carácter transitório e a necessidade de

uma atenção multifactorial com um carácter profiláctico, reabilitador, educativo e

integrador, desde a Cultura Física Profiláctica e Terapêutica.

A partir desta contradição se apresenta o seguinte problema de investigação:

 Como favorecer a diminuição do peso corporal em pacientes obesos do

Hospital Central do Lubango – Huíla Cultura Física Profiláctica e Terapêutica?

A partir desta interrogação se marca o objecto de estudo no processo de

reabilitação física de pacientes obesos do Hospital Central do Lubango – Huíla.

O objectivo geral: Elaborar uma proposta de exercícios físicos com carácter

integrador que, desde a cultura física profilática e terapêutica, favoreça a reabilitação

de pacientes obesosdo Hospital Central do Lubango – Huíla.

Como campo de acção se considera os exercícios físicos profiláticos e terapêuticos

para a reabilitação de pacientes obesos do Hospital Central do Lubango – Huíla.

Como perguntas científicas se apresentam as seguintes:

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1. Quais são os antecedentes médicos e físico para o tratamento de pacientes

obesos?

2. Quais são os fundamentos teóricos - metodológicos que sustentam processo

de reabilitação física de pacientes obesos?

3. Qual é o estado actual que, apresenta os pacientes obesos?

4. Qual é a estrutura, conteúdo e metodologia que deve conformar a proposta de

exercício físico desde a cultura física profilática e terapêutica para a

reabilitação de pacientes obesos?

5. Que evidências de que a proposta pode contribuir para diminuição do peso

corporal de pacientes obesos?

TAREFAS CIENTÍFICAS

Para a execução desta investigação

1- Analise dos antecedentes médico e físico para o tratamento de pacientes

obesos.

2- Determinação de tratamento teórico metodológico que sustentam processo

de reabilitação física de pacientes obesos.

3- Caracterização de pacientes obesos.

4- Determinação da estrutura, conteúdo e metodologia que deve conformar a

proposta de exercício físico desde a cultura física profilática e terapêutica

para a reabilitação de pacientes obesos.

5- Valoração da proposta que pode contribuir para diminuição do peso corporal

de pacientes obesos, mediante a Questionário de opinião.

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Definição de trabalho

Obesidade: (OMS, citado por Godinho MJ 2011).

Peso
Circunferências
Prega Cutâneo
IMC activa
Justificação e significação

Permitirá diminuir o peso corporal de pacientes obesos dentro da nossa população

diminuindo o nível das enfermidades associadas, permitindo sua reinserção na

sociedade de forma a aumentar o conhecimento sobre a obesidade bem como a sua

devida atenção. Ajudará aos futuros profissionais da cultura física a aprofundarem os

seus conhecimentos enquanto a reabilitação de certas enfermidades, de forma a

abrirem-se novos horizontes no estudo da Kinesioterapia no que tange o tratamento

de outras doenças que de facto têm preocupado a nossa sociedade.

MÉTODOS

A nível teórico se aplicou os seguintes métodos

1. Analítico – sintético: Permitiu examinar a prática de exercícios físicos, as

condições em que se foram realizadas estas actividades e todos outros

aspectos ou elementos que conformam o problema até a selecção de um

sistema de exercícios físicos que foi encaminhado a contrastar este problema.

2. Indução – dedução: Permitiu ver através dos diferentes efeitos positivos dos

exercícios físicos sobre o organismo desde os aspectos particulares aos

gerais.

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3. Enfoque Sistémico: Permitiu construir a proposta de exercícios que se deve

ter em conta ao conformar o sistema para a diminuição do peso corporal nas

pessoas com esse flagelo.

A nível empírico, aplicou-se os seguintes métodos

1. Trabalho com documentos: Permitiu revisar as histórias clínicas dos

pacientes obesos, que nos possibilitou assim fundamentar teoricamente o

objecto de investigação.

2. Inquérito: Foi aplicado à amostra que nos possibilitou conhecer suas opiniões

acerca da importância do exercício físico no tratamento da obesidade, suas

necessidades, motivações, interesses e tempo disponível para sua realização.

3. Entrevista: Dirigidas a coordenadora do programa dietético e ao

estomatologista para saber sua opinião sobre a relação entre o exercício físico

e a dieta, seus obstáculos no tratamento com pessoas obesas.

4. Observação: Teve-se em conta de forma pormenorizada e natural cada fase

de desenvolvimento do comportamento de cada indivíduo.

5. Medição: Permitiu diagnosticar seus estados, utilizando o Índice de Massa

Corporal. Ademais propôs-se um intervalo de 3 meses que no final do sistema

possibilitou fazer uma comparação do progresso dos pacientes.

Estadístico - matemático

No processamento da informação recolhida se empregou a estatística descritiva que

nos permitiu realizar a análise percentual e as devidas interpretações a partir dos

resultados obtidos, isto é, do Cálculo % e Média.

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População e amostra

O estudo se realizou na sala de reabilitação física do Hospital Central do município

do Lubango província da Huíla. Com a colaboração dos especialistas de

endocrinologia e Nutrição, e contou-se com uma população de 10 membros dos

pacientes obesos que acodem ao Hospital Central do Lubango – Huíla,

representando o 100%, e se tomará como amostra 6 membros cujas idades estão

entre de 20 a 40 anos que representou o 60% da população com uma obesidade

moderada, seleccionada de forma intencional e deliberada sendo uma amostra do

tipo não probabilística que assistiram a área de reabilitação nos meses

compreendidos entre Janeiro e Maio do ano 2018.

As mesmas amostras obedeceram os seguintes critérios como se vê abaixo:

Critério de inclusão: - Pacientes com obesidades moderadas;

Critério de exclusão:

- Pacientes com obesidades severas;

- Pacientes com complicações endócrinas metabólicas como hipotiroeidismo,

diabetes descompensada;

Perda de seguimento de tratamento:

- Quando deixam de assistir as sessões de tratamento ou indicações médicas que

proíbem a pratica de exercícios.

Se serviu da entrevista inicial (pré-teste) que permitiu realizar uma caracterização


biopsicossocial da amostra, aspecto este que se considera o ponto de partida para

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toda intervenção terapêutica nestas pacientes. A mesma contemplava aspectos
relacionados com: dados pessoais, história da enfermidade actual, história pessoal,
ocupacional, psicossocial familiar, psicossexual da paciente, assim como factores
relacionados com sua situação actual, a reacção ante a enfermidade, as relações
sociais, seu nível de escolaridade e aspectos socioeconómicos. Também se tiveram
em conta dados relacionados com o aspecto físico, a avaliação da mobilidade
articular, a capacidade muscular funcional da do corpo, a dor e o controlo de
medicamentos.

Na investigação se controlaram diferentes variáveis, tais como:

Variáveis Dependentes:

Diminuição de peso corporal

Variáveis Independentes:

Proposta de Exercícios Físicos, Actividade Física;

Variáveis Alheias:

Gasto energético, massa corporal, tratamento médico, alimentação, tipo de trabalho

profissional paciente, idade, dor, limitações de movimento articular, manifestações

psicológicas relacionadas com a ansiedade, depressão e perda da auto-estima,

atitude assumida pelas pacientes e familiares durante a aprendizagem dos exercícios

Estrutura da tese

A tese é conformada pela introdução, três capítulos – que perfazem o

desenvolvimento, conclusões, recomendações, bibliografia e anexos. Na introdução,

consideramos todos aqueles aspectos necessários para uma informação geral e

inicial para o leitor desde a capa à última nota introdutória. No primeiro capítulo se

realiza uma análise teórica do estado do objecto de estudo e campo de acção que

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também é, parte dos resultados da primeira fase de elaboração da proposta; abarca

também os registos históricos e o estado do conhecimento actual, do ponto de vista

médico e físico, dos tratamentos para a reabilitação de paciente obesos e os

fundamentos teóricos da terapia proposta.

No segundo capítulo é apresentada a fundamentação da proposta, se aprofunda nas

fases adaptadas durante sua elaboração e se desenvolve a segunda delas, isto é, a

elaboração concretamente da proposta. Aqui se expõe o resultado de forma mais

elevada; quer dizer, a proposta e os sustentos teóricos. No terceiro capítulo é

desenvolvido a terça, a quarta bem como a quinta fase: se realiza a avaliação por um

grupo de peritos, bem como avaliação da proposta do sistema de exercícios físicos.

Posteriormente se expõe as conclusões e recomendações. E em última instância,

destacamos toda a bibliografia consultada e anexos.

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CAPÍTULO I. A REABILITAÇÃO DE PACIENTES OBESOS

I.1.1. Características gerais da obesidade

A obesidade é uma enfermidade crónica que se caracteriza por um aumento

excessivo de tecido adiposo determinado pela altura de um padrão normal médio e

por consequência de um aumento das reservas energéticas do organismo em forma

de gordura.

Também é a consequência de um desequilíbrio entre o que se ingere e o gasto

calórico, pelo que qualquer solução eficaz ao problema deverá considerar todos os

aspectos que afectam ambos parâmetros. É uma condição corporal caracterizada

pelo armazenamento excessivo de gordura no tecido adiposo baixo a pele e no

interior de certos órgãos, como o músculo. É a forma mais frequente de alteração de

metabolismo gorduroso, que da lugar a acumulação excessiva de gordura. É também

definida como um excesso de tecido adiposo que contem gordura armazenada em

forma de triglicerídeo, resultados de uma excessiva ingestão de energia em relação

com o gasto.

Mas de 90% da energia corporal se armazena em forma de triglicerídeo no tecido

adiposo. As proteínas proporcionam quantidades importantes, porém menores. Os

depósitos de glicogénio são, emcomparação, reduzidos, apesar de queconstituem

uma fonte essencial de glicose durante o exercício e no jejum de curto prazo (Bay,

ML, 2001, citado por Djú, AH, 2013).

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma doença em

que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afectar

a saúde e que, uma vez instalada, tende a evoluir para a cronicidade, constituindo

uma condição complexa de dimensões sociais, biológicas e psicossociais

consideráveis, podendo eventualmente afectar qualquer pessoa de qualquer idade

ou grupo socioeconómico, em qualquer parte do mundo (citado por Godinho MJ

2011).

Apesar dos estudos que salientam a importância de factores genéticos

determinantes na obesidade e a descoberta de péptidos envolvidos na regulação do

peso corporal, estes não conseguem explicar a epidemia da obesidade. A explicação

poderá estar no ambiente actual que promove comportamentos que causam

obesidade. (Hill J. O. e Peters J.C., 1998, citado por Monteiro AMC, 2011).

Os efeitos do excesso de peso na mortalidade e morbilidade são conhecidos há mais

de 2000 anos, tendo sido reconhecido por Hipócrates que “a morte súbita é mais

comum naqueles que são naturalmente gordos do que nos magros”. O aumento do

tecido adiposo produz problemas clínicos quer pelo efeito de massa associado ao

tecido adiposo em excesso, quer pela produção de numerosos péptidos pelo tecido

adiposo. (Bray G. A., 2004, citado por Monteiro AMC, 2011).

Das bibliografias consultadas referente a obesidade, pode-se perceber que todos os

autores a definem de forma similar, utilizando palavras sinónimas, baseadas sempre

em alterações da composição corporal, sobrepeso ou aumento da gordura corporal e

as consequências que pode trazer a saúde.

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Nesta investigação desde nosso ponto de vista se comparte as mesmas teorias

expostas pelos autores consultados e se assume o conceito da O.M.S citado pelo

autor (Godinho MJ 2011), porque não só definiu o que é a obesidade se não que a

levou mais profundo, chegando deste modo a repercussões dentro de uma

determinada sociedade e diferencia-la de sobrepeso.

O tecido adiposo e suas funções

As células que constituem este tecido são os adipocitos e sua vascularização não é
muito abundante. É um tecido que aparece distribuído no corpo humano segundo o
biótipo, sexo, idade, e constitui uma reserva de energia (em forma de triglicerídeos) e
uma protecção frente ao frio.

Este tecido tem outras funções: ao localizar-se debaixo da pele, modela a superfície,
sendo em parte o responsável das diferenças de contorno entre o corpo da mulher
do homem, também forma almofadinhas amortecedoras dos golpes, principalmente
na planta dos pés e a palma das mãos, por outra parte ajuda a manter certos órgãos
em suas posições normais.
 Portanto, assumindo a posição de Djú, AH (2013), infere-se duas funções

quanto a este tecido:

1. A síntese e armazenamento de ácidos gordurosos em forma de triglicerídeos.


2. O armazenamento de ácidos gordurosos como fonte de energia metabólica.

Causas de aumento do peso.

O fenómeno de aumento de peso através da acumulação de triglicerídeo (gordura)


no tecido adiposo é uma resposta do organismo a um desequilíbrio entre o que se
ingere o gasto calórico. Durante as etapas de crescimento, quer dizer, até que se

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alcança a altura de adulto, o organismo aumenta de tamanho pela criação de novas
células (hiperplasia) e o crescimento das existentes (hipertrofia).

Segundo Djú, AH (2013), quanto a isto diz que: ``Estes dois processos são
comuns na maioria dos órgãos e sistemas do corpo, entre eles o tecido
adiposo. Durante o período de crescimento é importante manter um equilíbrio
entre a ingestão e o gasto calórico, para evitar chegar a idade adulta com um
grande número de células de tecido adiposo. As pessoas que durante sua
infância alimentaram-se incorrectamente e não realizaram exercícios físicos
suficientes, desenvolvem grande quantidade de células de tecido adiposo.
Estes indivíduos tornam-se propensos a engordar e têm dificuldades para
emagrecerem, já que seus organismos facilitam a acumulação de gorduras
corporais.

Quando se alcança a idade adulta, deixa de funcionar o processo de hiperplasia e


aumenta o tamanho dos depósitos de gordura, através da hipertrofia das células
existentes. Porém, naqueles casos em que a ingestão calórica é muito superior ao
gasto, chega um momento em que as células do tecido adiposo são incapazes de
armazenar mais triglicerídeos. Então se volta a activar o processo hiperplásico
facilitando o armazenamento da energia sobrante. A maneira como o organismo
decide em que zona do corpo armazenar a gordura se acha regulada pela
lipoproteinlipasa, uma enzima que activa a entrada de ácidos gordos no tecido
adiposo. (Bay, ML, 2001, citado por Djú, AH (2013).

Clasificação da obesidade segundo vários autores.


A obesidade se classifica a partir de quatro pontos:

a) Desde o ponto de vista causal: A obesidade pode ser considerada exógena


ou primária, endógena ou secundária e obesidade mista.

Exógena ou primária: surge por um consumo excessivo de alimentos e por uma


actividade física limitada e é a acumulação de gorduras no organismo, que não está
relacionada directamente com as enfermidades genéticas, metabólicas e endócrinas.

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Endógena o secundária: é aquela que se associa com outros processos
patológicos, como a diabetes mellitus, hipertensão arterial ou o hipotiroeidismo, entre
outros.
Obesidade mista: se produz como resultado da aparição das causas primarias e
secundarias no mesmo indivíduo.

b) A obesidade de acordo com a idade de aparição, se divide em dois grandes


grupos: pré - puberal e pós - puberal.

Obesidade progressiva da infância (pré - puberdade ou hiperplasia): é aquela


que ocorre na primeira etapa da vida, determina câmbios no tecido adiposo, ao
multiplicar-se o número de células normais. Estas pessoas são muito difíceis de faze-
las emagrecer.
Obesidade que começa na idade adulta (pôs puberdade ou hipotrófica):é aquela
que se observa no adulto. O número de adipocitos normais se hipertrofia, quer dizer,
aumenta consideravelmente o tamanho da célula, por seu grande conteúdo em
gordura.

c) Segundo o índice de massa corporal:

- Para OMS 2005 a obesidade está dividida em três graus:

Clasificação IMC

Grau I Obesidade ligeira 30.0 – 34.9

Grau II Obesidade moderada 35.0 – 39.9

Grau III Obesidade Severa >40.0

-Para WHO, 2000, citado por Santos L.A, 2007.

Classificação IMC (kg/m2) Risco de co-morbidades


Baixo peso <18,5 Baixo
Normal (eutrófico) 18,5-24,9 Médio
Sobrepeso/Pré-obeso 25,0-29,9 Aumentado

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Obesidade grau I 30,0-34.9 Moderado
Obesidade grau II 35,0-39,9 Grave
Obesidade grau III ≥40,0 Muito grave

d) Classificação Anatómica: Se baseia na distribuição da gordura.

Obesidade andróide (Maça): se localiza na cara, pescoço, tronco e parte superior


do abdómen, é mais frequente nos homens.
Obesidade ginecóide (Pêra): predomina no abdómen inferior, quadríceps, glúteos,
é mais frequente em mulheres. (Fue Vague 1947, citado por Goderich 2002).

Sintomas da obesidade
A obesidade se caracteriza por diferentes sintomas que se manifestam
fundamentalmente na estética e corpo, na dificuldade para realizar actividades
quotidianas e no estado de saúde, estes sintomas são:
Preguiça, sonolência, fadiga rápida, dispneia, pele fria, húmida e sudorosa, aumento
da massa corporal, dores na região de precordial e edemas, câmbios distróficos do
miocárdio, esterilidade e impotência, anormalidade, pode ocasionar sensíveis
alterações a toda a actividade do organismo (Djú, AH (2013).

Factores que influem na sua aparição

Se trata de uma enfermidade multicausal na qual intervêm:

A ingestâo calórica: A origem de transtorno parece residir em uma ingestão


excessiva e mantida de calorias pela alteração de uma zona específica cerebral que
regulariaa sensação de fome e saciedade.

Gasto energético: normalmente se produz um consumo diário de energia


proveniente dos alimentos (de 15 a 20%) para o mantimento da temperatura
corporal, a digestão e outras funções do organismo. Segundo estudos recentes
parece ser que esse consumo diminui nos obesos.

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Factores socioeconómicos e culturais: se pode considerar que a maioria de
pessoas que vivem hoje em dia eram vivos en 1980 quando as estatísticas de
obesidade eram mais baixas. Nossa genética não mudou mas sim, nosso ambiente.
O ambiente inclui estilo de vida como, o que comemos e o nível de actividade física.
Hoje em dia se consumem mais comidas altas en gordura. Também vários estudos
têm provado que existem uma estreita relação entre a obesidade o baixa nível
educativo. Um exemplo disto, é a compra de comida processada com altas calorias,
que é normalmente barata, fácil de encontrar e preparar que as comidas mais
saudáveis, como as verduras frescas e frutas. (Agbamata Flora R, 2006, citado por
Djú, AH 2013).

Factores genéticos: um estudo americano indica que quando o pai ou a mãe são
obesos, os filhos têm o 40% de probabilidades de ser também obesos ao chegar a
idade adulta. Se tanto o pai como a mãe são obesos, as probabilidades de que os
filhos aumentam até 80%. Apesar que parece que existe uma predisposição genética
a obesidade, os filhos de pais obesos compartilham hábitos de vida e de alimentação
no seio familiar que, na maioria dos casos, são a causa principal da obesidade.

Factores psicológicos: Os transtornos emocionais, que durante um tempo foram


considerados como uma importante causa da obesidade, se consideram actualmente
como uma reacção aos fortes prejuízos e a discriminação contra as pessoas obesas.
Um dos tipos de transtornos emocionais, a imagem negativa de corpo, é um
problema grave para muitas mulheres jovens obesas. Isto conduz a uma insegurança
extrema e mal – estar em certas situações sociais associando a isso os estresses
frequentes.

Actividade física reduzida: Se tem demonstrado que as pessoas obesas realizam menos

exercícios físico ao longo do dia: utilizam mais os ascensores e seus movimentos são mais

lentos, todavia, é difícil precisar se isto é causa ou consequência da obesidade.

Efeitos gerais da obesidade nos diferentes sistemas do organismo humano

25
A obesidade traz como consequências várias afectações e alterações no
funcionamento dos diferentes órgãos e sistemas do corpo. O grau de risco depende,
entre outras coisas, da quantidade relativa de excesso de peso, a localização de la
gordura corporal, quanto terá subido de peso durante a idade adulta e a quantidade
de actividade física.
Sistema respiratório: o obeso é propenso, as infecções respiratórias agudas;
bronquites crónicas, cianoses, hipo -ventilação por obesidade com hipoxia, dióxido
de carbono elevado, hipertensão pulmonar e insuficiência cardiorespiratórias.

Sistema digestivo: aumento de apetite, a sede e as vezes existem diarreias,


hérnias, hemorróides, alterações hepáticas por infiltrações de gorduras e colitiasis.

Sistema nervoso: afectações de sistema nervoso periférico e desordens funcionais


do sistema nervoso central são outras consequências.

Sistema circulatório: o coração trabalha mais nas pessoas obesas devido a grande
massa corporal que necessita de sangue, isto influi no desenvolvimento de várias
enfermidades crónicas cardiovasculares como a hipertensão e a fatiga rápida.

Enfermidades crónicas associadas a obesidade.

Diabetes Mellitus de tipo II: a diabetes é uma enfermidade associada a elevados


níveis de açúcar no sangue (com níveis de insulina altos, são inefectivos a função
reguladora dos níveis de açúcar no sangue). A diabetes mellitus de tipo II é a mais
comum (representa 90 a 95% dos casos). Este tipo de diabetes é o resultado da
interacção entre uma predisposição genética e factores de risco, comportamentos
mentais e meio ambientais.

Ainda que as bases genéticas da enfermidade no se conheçam com certeza, é


evidente que factores de risco modificáveis, como a obesidade ou a inactividade
física, são os principais determinantes na genéticas de sua aparição. (Bay, ML,
2001)

Enfermidades cardiovasculares e hipertensão arterial: A hipertensão significa


pressão arterial alta, que nos adultos é definida, segundo a OMS como uma pressão

26
sistólica superior a 160mm Hg e uma pressão diastólica superior a 95mm Hg. Desde
o ponto de vista médico a relação entre a hipertensão (elevação da pressão arterial)
e a obesidade, está bem documentada, e se calcula que a proporção de hipertensão
atribuível a obesidade é de 30-65% nas populações de Ocidentais. Disto, a pressão
arterial aumenta si se incrementa o IMC; Por cada 10 Kg. de aumento de peso, a
pressão arterial soube 2-3mm Hg. Pelo contrário, si se baixa de peso diminui a
pressão arterial, e normalmente, por cada 1% de redução de peso, a pressão arterial
diminui 1-2mm Hg.
A prevalência da hipertensão em adultos com sobrepeso é três vezes maior que em
adultos sem sobrepeso, e o risco de hipertensão em pessoas com excesso de peso
entre 20-44 anos é quase seis vezes maior que nos adultos com peso normal.

Câncer: Se tem demonstrado a relação directa entre obesidade e determinados tipos


de câncer. Assim, nos homens obesos são mais frequente o câncer da próstata e
intestino grosso, enquanto nas mulheres aumenta o risco de câncer de colo uterino e
mama (Tabak D, 2014).
Osteoartrite: as enfermidades degenerativas das articulações, como do joelho, são
complicações normais associadas a obesidade e o sobrepeso. Se pensa que o dano
mecánico de las articulaciones se produce debido al exceso de peso que tienen que
soportar. Também é mais comum nas pessoas obesas a dor lombar, que pede ser
uma das causas principais de absentismo laboral em pessoas obesas.

Outras complicações: a obesidade favorece a tendência a padecer gota e artroses;


ocasiona uma diminuição das hormonas masculinas, infertilidade e irregularidades
menstruais nas mulheres, aumenta as complicações pôs - cirúrgicas, sobre tudo,
infecções, e favorece a aparição de varizes.

Métodos antropométricos para medir a obesidade


Normalmente mediante métodos simples como o peso ajustado a altura, o índice de
massa corporal (IMC), índice de Cintura Quadril e a determinação da pega cutânea
se pode determinar o grau de obesidade em uma pessoa que apresenta a
enfermidade.

27
2
 IMC = PESO (kg.)/ Altura (m )

Índice de Massa Corporal (IMC): uma pessoa está considerada obesa quando o
seu índice de massa corporal (relação entre altura e peso) está encima de 30 kg.
/cm2. O IMC está dado por uma comparação entre o peso e a altura do indivíduo e
independente do sexo, quer dizer o sexo não tem influência na comparação e não é
género - específico. É o método mais efectivo e mais utilizado hoje. O IMC é um
método simples, rápido, barato, mas tem suas limitações. O IMC não mede porcento
de gordura do corpo directamente, mas é um indicador que nos dá um resultado
mais exacto nas pessoas com sobrepeso e obesidade que confiando no peso
exclusivamente. Por conseguinte, IMC é útil como uma pauta general para analisar e
supervisionar as tendências na população, mas não podemos utilizar como um
método diagnóstico que nos determine o estado de saúde de um paciente.

 Método de Índice Cintura Quadril (ICQ)


Este método consiste em uma comparação entre a medição da cintura e a medida
do quadril. É útil no diagnóstico da quantidade de gordura intra-abdominal:
ICQ= Circunferência de Cintura (cm)
Circunferência do quadril (cm)

Tipo de distribuição ICQ


Inferior <0.78
Intermédio 0.79 – 0.84
Superior >0.85

Este índice é maior no homem que em relação a mulher, precisamente pela


distribuição da gordura em ambos sexos e tende, além do mais, a aumentar com a
idade. Um índice maior de 0,95 no homem e de 0,80 na mulher é um indicador de
aumento de risco de anormalidades metabólicas.

 O grosso da prega cutânea

28
Este método consiste na medição das partes cutâneas em diferentes sítios, com
equaçõese nomogramas para a conversão da grossurapegada em gordurae que se
expressa em percentagem de gordura corporal que deve ser não maior de 28 % em
mulhere não maior de 20 % em homem. Se requerem quatro pegas para estas
medições, que são os de bíceps, tríceps, subscapular e supra ilíaco, apesar de
que tambémé útil a medição de apenas dois. Uma forma menos complicada é a
utilizaçãoseparada de tríceps, que se considera normal na mulher por debaixo de 30
mm eno homem de 23 mm. Isto tem sua explicação a partir da consideração de que
aproximadamente o 50 % da gordura corporal se encontrano tecido celular
subcutâneo. A medição de pregastemo inconveniente de que a distribuição da
gordura difere emindivíduos com igual quantidade de tecido adiposo e que emcertas
formas de obesidade, a gorduratem uma distribuição generalizada, já em outras é
fundamentalmente abdominal. Por outra, a relação gordura subcutânea/gordura
profunda (visceral) pode ser de 0,1 a 0,7, além de que a gordura corporal aumenta
coma idade.
A percentagem de gordura corporal se determina por meio da seguinte equação:
(Parizkova e Buzcova, 1971 citados por Djú, 2013)
%G = 2.745 + 0.0008 (X1) + 0.002 (X2) + 0.637 (X3) + 0.809 (X4)

Onde: %G = Percentagem de gordura corporal


X1 = Prega cutâneo tricipital (mm)
X2 = Prega cutâneainfra-escapular (mm)
X3 = Prega cutâneasupra-ilíaco (mm)
X4 = Prega cutâneabicipital (mm)

Como diminuir o peso corporal?


O tratamento da obesidade se apoia em quatros pilares fundamentais:

Educação para a saúde: o obeso deve conhecer todo que está relacionado coma
obesidade, pelo que a informaçãoconstitui um pilar fundamental. Lhe ajudará a
compreender seu problema e a erradica-lo adequadamente.

29
O apoio psicológico: é um aspecto de muita importância no tratamento destes
pacientes, já que uma grande parte dos obesos são muito ansiosos, e isto lhe dá
mais apetite, além disso, é importante descobriras motivações que podem levar a
cada paciente a interessar-se pelotratamento de redução do peso corporal.

Dieta: se pode emagrecer de um modo seguro se, se mantém uma dieta rica em
carboidratos (60%), um consumo adequado de proteínas (15 a 20%) e um baixo
consumo de gordura (15 a 25%). Para perder 0.5kg de gordura por semana, propõe-
se como meta ter um déficit calórico de 3500 Kcal por semana ou aproximadamente
500 Kcal por dia. O modo mais eficaz é aumentando o gasto de energia e reduzindo
seu consumo de energia. Por exemplo, se seu consumo normal é de 2.500 Kcal por
dia, deveria reduzir seu consumo de calorias a 2.200 Kcal e aumentar o gasto de
energia en 200 Kcal. Isto equivale a um déficit de 500 Kcal por dia. Se a perda de
gorduravai mais lento ou se estanca, reduza ligeiramenteo consumo de calorias ou
aumente a intensidade, frequência ou duração de seu programa de exercícios. O
consumo de calorias nunca deve estar por debaixo do seu índice metabólico basal;
de outro modo, corre o risco de perder tecido magro em excesso, esgotar
absolutamente suas reservas de glicogénioe ter um consumo nutricional insuficiente.
Na prática, a maior parte das pessoas podem emagrecer ingerindo entre 1.500 e
2.000 calorias ao dia, especialmente se aumentam seu nível de actividade. É erróneo
e potencialmente perigoso prescrever dietas hipo - calóricas de 1.000 Kcal ou
menos. Planeie comer pelo menos de 4 a 6 vezes ao dia, distribuindoas comidas a
intervalos regulares(Agbamata Flora R, 2006).

Exercício físico:a aplicação de exercícios físicos a pacientes afectados com a


obesidade joga um papel muito importante na reabilitação da dita enfermidade.
Mediante o exercício físico se gasta energia excessiva (gordura), se pode suprimir o
apetite, melhorar o funcionamento psicológico, se produzem efeitos positivos sobre a
pressão sanguínea, o colesterol sérico, a composição corporal e a tensão
cardiorespiratória independentemente da perda de peso.

30
Os exercícios recomendáveissão os de tipo aeróbio, como a marcha, corrida de
distância larga ou tempo largo (de intensidade baixa ou média) e a participação de
grandes grupos musculares comesforçosdinâmicos. Com estes exercícios se
provoca o uso da gordura como fonte de energia, aumenta o consumo de energia
armazenadae diminuio tecido adiposo do paciente e cria menos produtos de desejos
nocivos ao organismo como oacido láctico, por suautilização como fonte de energia.

O exercício físico consegue incrementar o gasto calórico através de três


mecanismos:
 Gasto calórico durante o exercício físico: a prática de exercício físico em si,
produz um gasto de calorias que está relacionado com suaduração e
intensidade. Assim, quanto mais tempo e mais intensa for a actividade, mais
calorias se gastam.
 Gasto calórico durante a recuperação: nas horas posteriores a realização
de uma sessão de treinamento, o organismo se recupera doesforço activando
processo metabólico que produz um incremento de gasto calórico. Alguns
destes processos estão relacionados com a regeneração de depósitos de
glicogénio muscular e hepático, a metabolização de lactato.
 Aumento de Gasto Metabólico em Repouso: oexercício físico praticado
com regularidade, e especialmente no treinamento da força, provoca um
incremento no GMR como consequência de aumento na massa muscular.
(Bay, ML, 2001).

Este fenómeno fazcom que o exercício físico seja um componente indispensável


emqualquer programa que contemple a perda de peso.

Benefíciosdo exercício físico


Com prática quotidiana e sistemática de um exercício ou uma série de exercícios
alternados, cardiovasculares e de força rápida, obterão os seguintesbenefícios:

 Diminuição da gordura corporal, melhorando o sistema imunológico.


 Diminuição da pressão sanguínea a um ritmo normal.

31
 Aumento de colesterol “bom” (HDL).
 Estimulação da produção de lipoproteínas de alta densidade, responsáveisna
e liminação do colesterol “mau” (LDL).
 Ao estimular a secreção de insulina, aumenta a eficiência do coração e a
função pulmonar, mantendo os níveis de glucose.
 Diminuição da angústia, da depressão e a tensão.

 O exercício físico é um componente de estilo de vida que educa, disciplina,


desenvolve a vontade e a persistência, favorece a auto-estimae gera
autoconfiançae uma, auto imagem mais positiva, permitindoologro pessoal.
 Melhora e fortalece o sistema osteomuscular (ossos, cartilagens, ligamentos,
tendões) contribuindo ao aumento da saúdee grau de independência
especialmente entre as pessoas com mais idade.
 Prolonga o tempo socialmente útil da pessoa; ao melhorar suacapacidade
física, cardiovascular, ósseae muscular, eleva seus níveis produtivos, pelo que
retarda os câmbiospróprios da velhice. Assegura uma maior capacidade de
trabalho e a longevidade ao favorecer a eliminação de toxinas e oxidantes.
 Melhora o aspecto físico da pessoa, melhora a qualidade de sono.
 Regula todos os índices relacionados com hipertensão, glicemia e gorduras no
sangue.

Todos estes benefícios se combinam para ajudar a prevenir o risco de enfermidades


cardiovasculares e de outros níveis associados, toda vez que reduza obesidade
como factor de risco, a hipertensão e o colesterol alto no sangue.
As investigações têm comprovado que quem praticam habitualmente exercício, tem
até um 40% menos de possibilidades de padecer enfermidades cardíacas, e a
metade de problemas de absentismo laboral; se tem dito, ainda, que a combinação
de exercício e a nutrição alarga a vida em 5 ou 6 anos e a juventude em 10 anos.
(Booth M L, Hunter C, y otros, 2000, citado por Djú, AH (2013).

I.1.2. Antecedentes dos tratamentos médicos e físicos em pacientes Obesos.

32
Abordar o tema referido a obesidade supõe um viagem desde as primeiras referencia
sobre sua aparição como enfermidade até a actualidade. Esta busca tem motivado a
elaboração de documentos que demonstram que desde a origem da humanidade se
descreve este padecimento. Em continuação aparece uma síntese de abordes de
estudos realizados sobre esta patologia.

Hipócrates, 400 anos a.C., fala da obesidade como uma doença crónica e concluiu

que ela não só é uma enfermidade crónica senão também o prenúncio de outras e

que a morte súbita está mais ligada a indivíduo obeso. Todavia, não deixa nenhum

documento que se recomendara o tratamento clínico apropriado da obesidade.

Em 2000, a Organização Mundial da Saúde apresentara de forma considerável a

cirurgia de obesidade como o método mais efectivo de redução de peso e sua

manutenção, isto é, nos doentes severamente obesos. E, numa base de custo/kg de

peso perdido, o tratamento cirúrgico torna-se, ao fim de 4 anos, menos dispendioso

que qualquer outro tratamento. De forma simplificada, estes métodos consistem na

aplicação de várias técnicas que baseiam-se ou na restrição da energia ingerida; ou

na má - absorção ou má - digestão alimentar, ou na combinação dos dois.

Geralmente ocorre perda de mais de 20 kg durante os primeiros 12 meses após a

cirurgia, embora algum desse peso seja recuperado dentro de 5-15 anos. Na maioria

dos pacientes a cirurgia melhora também as co-morbilidades associadas à

obesidade. Medidas de qualidade de vida, incluindo empregabilidade, salário médio,

interacção social, mobilidade, auto-estima e depressão estão também beneficiadas

na maioria dos pacientes submetidos a cirurgia anti-obesidade. Todavia, estas

técnicas acarretam um número de complicações graves. Como as intra-operatórias,

os riscos da anestesia e os problemas pós-operatórios (sepsis, contaminação

33
bacteriana da alça cega, desenvolvimento de esteatose hepática e cirrose) são

preocupações comuns.

Goderich, R. (2002) no seu livro temas de medicina interna volume 3, 4 ed.,

caracterizou obesidade como uma enfermidade ligada ao excesso de tecido adiposo

associada enfermidades vasculares, onde recomenda o cálculo do índice de massa

corporal como um meio de diagnóstico mais eficaz isto pelo seu grau de fiabilidade e

facilidade. Classifica-a a partir de quatro pontos de vista que são: o grau da

obesidade, o tipo de tecido celular, a distribuição de gordura e a etiologia. E

apresenta o tratamento profilático que consiste no melhoramento de hábitos

nutricionais e o processo dietoterápico como primeiro passo a se tomar para a

diminuição do peso corporal.

Borges C.B.N, Borges R.M.e Santos J.E (2006) apresentam em seu artigo
Tratamento clínico da obesidade uma estrutura de tratamento da obesidade que
consistiu no diagnóstico clínico de pacientes obesos a partir de vários indicadores
como o peso, idade, estilo de vida e exames físicos, clínicos onde reconheceu o
processo dietoterapêutico bem como o uso de medicações como meios
fundamentais no controlo de peso.

Tabak D. (2014) Hematologista – Oncologista fez um estudo que consistiu na análise


neoplásicas relacionadas a obesidade e concluiu que a obesidade contribui para a
mortalidade e o aumento da incidência de várias patologias e que os mecanismos
fisiológicos resultam de facto não apenas, da maior produção de estradiol no tecido
adiposo pela maior expressão de aromatase.

A partir do século XX, novos estudos se têm incrementado, nos quais os médicos
estão intentando encontrar formas novas, mais eficazes, de tratar a obesidade. Estão
em marcha muitas investigações de procedimentos novos para pacientes com

34
obesidade. Os investigadores estão provando novos fármacos anti - obesidade,
novas doses e pautas de tratamento. Estão trabalhando com vários fármacos e
combinações de fármacos, assim como diversos tipos de hormonoterapia. Também
há uma tendência ainda em estudo de aplicação de novas técnicas cirúrgicas em
casos de obesidade severa que possa vir a diminuir os casos de complicações pôs
cirúrgicas. Estes avanços têm um principal beneficiário (aos pacientes), graças a
dinâmica da ciência ela técnica.

Antecedentes dos tratamentos físicos em pacientes obesos.

No obstante a tendência predominante dos tratamentos médicos como alternativa


para a obesidade em todos estudos feitos sobre esta enfermidade, também há
autores que tem experimentado com exercício físico desde o século XX, todavia,
com pouco êxito na reabilitação física neste período. A pesar disso se realizaram
estudos como por exemplo:

Wilmore et al (1999) fala que actividade física gradual também pode ser favorável na
afectação da distribuição da gordura corporal. Mas não apresenta em nenhum
documento uma estrutura apropriada desta actividade.

Djú, A. (2013) apresentou um sistema de exercícios físicos para a reabilitação da


obesidade, e classificou a obesidade a partir de quatro pontos que os denomina:
quanto a idade de aparição, do ponto de vista causal, segundo o índice de massa
corporal e a classificação anatómica. Apresenta vários factores ligados a sua
aparição destacando sobretudo o nível de ingestão calórica maior que o gasto
energético, baseando-se nas características dos obesos que cujas idades
correspondiam entre 30 e 40 como caminhadas, ginástica aeróbica e actividades de
treinamento de força.

Paes, S. et al (2015) professor universitário fez um estudo que consistiu na revisão

bibliográfica relacionadas aos efeitos do exercício físico sobre diferentes variáveis

metabólicas da obesidade. Demonstrou que há uma associação inversa entre o nível

35
de actividade física e desenvolvimento da obesidade. Concluiu que o exercício físico

mostra-se capaz de diminuir o estado inflamatório sistémico, um dos factores

fisiopatológicos da obesidade. A diminuição desse quadro acarreta a melhoria da

função de diversos sistemas. A magnitude dos benefícios pode variar conforme o

exercício físico. Os principais efeitos oriundos dos exercícios estão vinculados

principalmente à restauração do perfil lipídico bem como na melhoria da composição

corporal.

Partindo da análise de estes estudos e da incidência da obesidade no nosso país e


na nossa província, o autor considera que todavia não é suficiente a atenção física
para estes pacientes, para tal deve-se propor um sistema de exercícios físicos que
abarque um seguimento completo (antes e depois da atenção médica), que permita
prevenir e reabilitaras sequelas físicas da enfermidade e incorporá-los a actividade
física para alcançar um mantimento adequado que evite possíveis reincidências e
mantenha em bom estado fisiológico os sistemas do organismo.

I.1.3- A Cultura Física Profiláctica e Terapêutica na reabilitação de pacientes obesos.

Antes de abordar qualquer critério de autores sobre a atenção a pacientes obesos


faz-se oportuno aludir Popov S. (1988), quando define reabilitação como: o processo
de recuperação da saúde e a capacidade de trabalho dos enfermos. Conceito como
qual se uneo autor e do qual se deriva que a Cultura Física Profiláctica e Terapêutica
deve estar encaminhada a recuperação das possibilidadesfuncionais dos pacientes e
com a utilização de diferentes meios alcançara atitude física, psíquica, profissional e
social do homem (citado porChávez A.R.M.2009, pág.24).

Cultura Física Profiláctica e Terapêutica: no Documento de fundamentação da


especialidade de Cultura Física Profiláctica e Terapêutica da Comissão de Graus
Científicos do Instituto Superior de Cultura Física (ISCF). Manuel Fajardo de (2008),
os autores consideram que, (Chávez A.R.M. 2009):

36
 É a especialidade da Educação Física que se ocupa da organização de
actividades físicas com objectivos higiénicos, de prevenção e reabilitação de
diferentes estados funcionais inadequados, derivados de razões patológicas
ou de outra índole.

 É uma esfera de actuação onde interactuam de maneira particular as ciências


médicas, biológicas e psicológicas com seus processos específicos, mediados
por actividades físicas baixo uma organização metodológica.

 Abarca a reabilitação pós-traumática, os processos de convalescença, a


atenção de enfermidades específicas, incluindo a correcção postural e
contempla as normas higiénicas específicas de qualquer actividade física.

Segundo Ruvalcaba L (2005), a revolução na realização de exercícios físicos com


um objectivo encaminhado a melhorar os níveis de saúde se remontam a década dos
anos 60 doséculo XX com a publicação do livro Aerobics, escrito pelo doutor Cooper
K (1979), o qual facilitou uma sólida base médica a importância do
exercício,especialmente do exercícioaeróbio, para a saúdee melhoramento da
condição física (Chávez A.R.M. 2009).

Neste período em que o mundo se contagia com essa revolução, nosso paísainda se
encontrava isentodesta nova realidade visto que experimentava não mais de 4 anos
de independência, uma das razões da carência de estudos relacionados ao
tratamento da obesidade por meios de exercícios inclusive na nossa provincia.

Para a aplicação da Cultura Física Profiláctica e Terapêutica em pacientes obesos há


que ter em conta os critérios de autores para a reabilitação desta patologia; assim
como as técnicas que são seleccionadas, para combiná-las com o exercício físico.
Com respeito a estes elementos se refere em seguidaas considerações de alguns
autores.

37
Ventafrida V. (1985) considera que a medicina física e reabilitadora é aquela cujo
objectoé a prevenção, diagnóstico e tratamento das sequelas dos processos
patológicos, assim como dos defeitos congénitos e das minusvalias adquiridas,
utilizando para tal agentes físicos e meios reabilitadores a fim de conseguir a
obtenção por parte deindivíduo suas capacidades físicas, psíquicas, laborais,
económicas e sociais óptimas, segundo a entidade da minusvalia (citado por Chávez
A.R.M. 2009).

De forma particular este autor considera que para a reabilitação de pacientes obesos
se deve trabalhar pela recuperação dos sistemas afectados pela enfermidadeem
todas as esferas, pelo que se infere que a atenção deve ser integral.Esta
posiçãorequer que se trabalhe em equipa, para que cada especialista contribuacom
seus conhecimentos teóricos e práticos a este processo, facilitando as condiçõeseos
meios com a finalidade de que todos os pacientes diagnosticados comobesidade
adquiram uma cultura preventiva, reabilitadora e de mantimento emno seu processo
saúde - enfermidadeemantenha sua vida social apesar das suas limitações.

I.1.4- Fundamentos teóricos (metodológicos que sustentam o processo de


reabilitação física obesos)da concepção de sistema de exercícios físicos para a
Reabilitação de pacientes obesos desde a Cultura Física Profiláctica e
Terapêutica.

O tecido adiposo está presente nos animais, e tem como função primordial o
armazenamento de lípidos, substâncias de reserva energética. Como função
secundária, pode actuar como uma protecção contra pancadas e como isolante
térmico, posicionando-se entre a pele e os órgãos internos. Este mesmo tecido que
apresenta estas maravilhosas funções fisiológicas fora sempre em muitos campos
como a filosofia, a medicina antiga, culturas, povos e áreas do desporto um grande
desafio para todos, quando este sofre alterações metabólicas dos indivíduos.

38
Apesar dos grandes esforços realizados pela ciência, a indústria e as instituições
públicas e privadas dos países desenvolvidos do planeta, a guerra contra a
obesidade se considera todavia um capítulo escuro na história da medicina científica.

Partindo destes elementos expostos se poderia perguntar: Será a Cultura


FísicaProfiláctica e Terapêutica uma alternativa para a reabilitação física dos
pacientesobesos?

A incorporação de diferentes grupos etários à prática sistemática de actividades


físicas, o papel que joga as salas de reabilitação e as áreas terapêuticas dos nossos
centros implementado pelo governo,têm permitido elevar os índices de saúde da
populaçãoe constatar a importância da Cultura Física na sociedade moderna. Estes
aspectos se vêm materializados na conservação e fortalecimento da saúde
dospacientes, na preparação para um trabalho altamente produtivo, o
aperfeiçoamento do desenvolvimento físico e espiritual da personalidade.

É inegável que na Cultura Física operam leis, princípios, regularidades e categorias


de diferentes ciências que a sustentam teórica e metodologicamente.

Partindo destes elementos, são vários os autores que têm definido Cultura Física,
entre os quais citamos alguns que nos permitam aproximar a uma compreensão da
mesma:

Santana M (1973), citado por Macías(2009) define a Cultura Física como ``a suma de
tradições, aportes práticos, técnicos e científicos que têm definido ou vem definindo
um desenvolvimento na ciência popular, respeito do papel das actividades físicas
como meio de educação, como base para a saúde, como elemento de ajuda a
produtividade e a produção como testemunho do progresso, como veículo de
relações humanas, como meio de intercâmbio en outros povos, como arma de
defensa de nossa ideologia, como elemento representativo dos nossos alcances e
como factor de preparação para a defesa.

39
García I, Calvo V e col (1973) também citados por Macías(2009),definem a Cultura
Física como ``o conjunto de valoresmateriais e espirituais criados pela humanidade
durante o desenvolvimento do processo de educação física; o desporto e a
recreação, em todas suas manifestações.

Estes autores referenciados em encima concebem a definição da Cultura Física


como um meio de desenvolvimento físico, de melhoramento da saúde, espiritual, de
recreação sã para todo o povo, político e de organização das massas, como via para
mobilizar aos povos ealcançarneles objectivos individuais e colectivos em diferentes
sectores população.
Neste sentido Fleitas I e Zaldivar B (2000) citado por Macías (2009), falam que: A
Cultura Física estuda oprocesso de relação do homem com seu meio através da
actividade física, que se projecta na sua cultura corporal e espiritual; o mesmo tem
um carácter físico- educativo ese evidencia em diferentes e muitas variadas formas
de realização da actividade física: a Educação Física, o Desporto, a Recreação
Física e a Reabilitação Física, assim como naqueles processos que administrame
gerem a presencia destas na sociedade. Nesta definição os autores analisam a
Cultura Física como problema teórico e como fenómeno social.

O investigador partilha oscritérios antes expostos e centra o fundamento de seu


trabalho numa das esferas de actuação da Cultura Física: A Cultura Física
Profiláctica e Terapêutica.

40
CONCLUSÕES

41
42
RECOMENDAÇÕES

BIBLIOGRAFIA

1- Casau P. (2002) Guía de Metodología de la Investigacíon. Buenos Aires-


Argentina. Julio, 2002.

43
2- Djú, A. H. (2013). Sistema de ejercicios físicos para personas obesas de 30-40
años en la comunidad de Belén, Guinea-Bissau.Trabajo de diploma. Escuela
Internacional de Educacion Física y Deporte.Mayabeque, Cuba.
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5- Mezquita, J. C. e Rodríguez J.F. (2002). Los métodos científicos en las
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7- Manuel, C. L. (comunicação pessoal, 20 de Junho de 2016.)
8- Nascimento, L. A. (2013). A percepção do professor de educação física na
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Brasília. Faculdade de educação física. Brasília.
9- http://www.portaldeangola.com/2015/08/a-obesidade-e-um-mal-global/ -
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10- Borges C.B.N, Borges R.M. e Santos J.E (2006). Tratamento clínico da
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11- Goderich R.R (2002) Temas de medicina interna. 4ª ed. La Habana
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12- TabakD. (2014). Obesidade e Câncer. Centro de Tratamento
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13- Paes S. T., Marins J.C.B. e Andreazzi A.E (2015). Efeitos metabólicos
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14- Wilmore JH, Després JP, Stanforth PR, et al. (1999) Alterations in body
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15- Miller, Koceja DM, Hamilton Ej. A meta-analysis oft he past 25 years of weight
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16- Miller, Koceja DM, Hamilton EJ. A meta-analysis oft he past 25 years of weight
loss research using diet, exercice or diet plus exexcice intervention. Int J
ObesRelatMetabDisord 1997; 21:941-7

ANEXOS

Nº.1.

QUESTIONÁRIO DA ENTREVISTA À NUTRICIONISTA.

Objectivo: conhecer como se desenvolve o processo de tratamento dos pacientes

obesos que acodem ao Hospital Central do Lubango – Huíla, bem como os métodos

que utilizam e se, se recomenda a pratica de exercícios físicos.

1. Do seu ponto de vista qual é a vantagem da aplicação de exercícios

físicos para o tratamento de pacientes obesos?

2. Como os profissionais de saúde têm motivado os familiares e os

pacientes obeso na prática de exercícios físicos?

45
3. Nas prescrições médicas destes pacientes qual é a percentagem que

os exercícios físicos ocupam?

4. Tem sido notório o apoio da parte dos familiares destes pacientes a

prática de exercícios físicos?

5. Quais são as dificuldades que enfrentam ao trabalharem com estes

pacientes obesos?

6. Que faixa etária tem sido frequentemente diagnosticada obesidade?

7. Em sua opinião qual é a faixa etária mais propensa à desenvolver a

obesidade?

8. Qual é a sua opinião quanto a este presente estudo no que tange ao

tratamento da obesidade e sua reabilitação mediante os exercícios

físicos?

Nº. 2.

RESUTADO DA ENTREVISTA À NUTRICIONISTA.

Objectivo: conhecer como se desenvolve o processo de tratamento dos pacientes

obesos que acodem ao Hospital Central do Lubango – Huíla, bem como os métodos

que utilizam e se, se recomenda a pratica de exercícios físicos.

1. Os exercícios físicos ajudam a diminuir o peso e a ganhar mais massa

muscula bem como a ter uma alimentação mais livre, porque os músculos vão

gastando mais energia permitindo assim a diminuição da gordura. Verso a

uma pessoa que não pratica exercícios físicos, a tendência é portanto a

46
diminuição da massa muscular e o aumento de gordura deixando assim a

pessoa propensa a desenvolver uma obesidade. Dai que a nossa

recomendação aos pacientes é sempre a prática de exercícios físicos com

ajuda de um profissional desta área. Para muitos pacientes que chegaram de

cumprir esta orientação a prática de exercícios físicos sempre houve muito

sucesso.

2. Quanto aos familiares dos nossos pacientes o contacto tem sido uma

carência, porém a motivação para os nossos pacientes é sobre tudo a

mudança do estilo de vida do paciente que inclui neste caso a família

remetendo-se nesse a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

3. Há pesquisas que dizem que a alimentação ocupa 60%, outras ainda 80 % e

os exercícios físicos o resto da percentagem.

4. Não podemos dizer se sim ou não, pelo facto de que quase sempre não

entramos em comunicação com os tais familiares.

5. As maiores dificuldades que temos enfrentado têm sido a mente dos

pacientes, o factor cultural e o estilo de vida da família. A mente no sentido de

que não tem sido fácil convence-los de que a obesidade é uma doença

crónica e que pode levar a morte a qualquer momento, e o factor cultura sobre

47
tudo, o modo como a nossa sociedade olha para esta doença, e que o magro

é que está doente e o gordo manifesta saúde.

6. Não há, medico – desportista.

7. Dos 20 aos 40.

8. Dos 40 em diante. Porém nas minhas consultas actualmente na nossa

unidade hospitalar tem se diagnosticado mais pessoas com 20 a 30 e que na

maioria são mulheres e que já tiveram um filho, parecendo ate como se fosse

um hábito ou norma que quando a mulher dá a luz tem que engordar, facto

que está ligado aos cuidados antes durante e pois a gravidez.

9. Na verdade é um grande avanço o presente estudo visto que a nossa

sociedade carece de tais profissionais e será de uma grande valia onde não

só os futuros profissionais terão benefícios mais será para toda a nossa

sociedade. E para tal é sugestivo que se façam estudos colectivos,

campanhas, palestras, seminários, publicidades com cartazes e não só.

Anexo nº.3

Planilha de consentimiento

48
Eu___________________________________________________________________
me comprometo a participar na investigação “Sistema de exercícios físicos para a
reabilitação de pacientes obesos do Hospital Central do Lubango - Huíla”, para validar
a presente proposta integradora, baixo ao compromisso pelos autores de não divulgar
nenhuma informação relativa a minha pessoa.

ASSINATURA: ___________

49
50

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