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QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

Muitos historiadores críticos dizem que a


ressureição de Jesus não pode ser tida como
histórica, por possuir aspectos
transcendentais.
Wolfhart Pannenberg
Propõe outra noção de
“histórico”: “É histórico todo
evento que possa caber em
coordenadas de espaço e
tempo, ou seja, todo evento
que tenha acontecido em
determinado momento e em
determinado lugar.
Ora, ressurreição de Jesus pode ser datada (9
de abril do ano 30, com muita probabilidade),
como também pode ser situada na Palestina,
em Jerusalém, ficando o sepulcro vazio como
indicação topográfica. Daí, poder-se dizer
que a ressurreição de Jesus não foi somente
um fato real, mas também foi um fato
histórico.
CRISTO CONCEBIDO
CRISTO NASCE
CRISTO É BATIZADO
CRISTO PROCLAMA
CRISTO VOCACIONA
CRISTO CURA
CRISTO MILAGRES
CRISTO É PRESO
CRISTO É CRUCIFICADO
CRISTO É MORTO
CRISTO É SEPULTADO
CRISTO É RESSUSCITADO
A ressureição aconteceu....
Tempo História Espaço
Porém, como o mundo
pensava ou entendia
RESSUREIÇÃO?
Se o mundo antigo, não judaico,
tinha uma Bíblia, seu AT era
Homero (um poeta da Grécia Antiga
que nasceu e viveu no século VIII
a.C.) E se Homero tinha alguma
coisa a dizer sobre a ressureição,
ele é bem direto: isto não acontece.
Era uma forma de descrever algo que todos
sabiam que não aconteceria. Nem mesmo
nos mitos isso era permitido. A ressureição
da carne parecia ser uma ideia alarmante,
em contradição com tudo que era aprovado
pela sabedoria entre pessoas educadas.
Para muitos, no mundo antigo,
simplesmente não há vida alguma além-
túmulo. Muitas coisas poderiam acontecer
com os mortos nas crenças da antiguidade
pagã, mas ressureição não era uma das
opções disponíveis.
Os Epicureus (sistema filosófico)
acreditavam que a alma era
composta de partículas
extremamente pequenas de
matéria e era, portanto, dissolvida,
juntamente com o restante da
matéria do ser humano, na morte
física.
Platão alude com
frequência a um futuro
para as almas depois
de sua existência post-
mortem imediata;
alguns voltarão em
novos corpos, ou seja, a
imortalidade da alma.
Os Pitagóricos
acreditavam na
transmigração de
espírito.
Em muitas culturas antigas, era comum sepultar,
juntamente com o falecido, os tipos de objetos
domésticos que supostamente precisaria.
Adornos, amuletos, cosméticos e coisas
parecidas eram comuns.
Ricos poderiam se ver acompanhados de animais
e escravos, e algumas vezes até esposas,
sacrificados para lhe servirem de companhia e
auxílio em suas necessidades no próximo
mundo.
E, como a ressureição era entendida
no Judaísmo Antigo?
Para o israelita, a vida se evidencia
em sua existência. Ao mesmo tempo
que a vida é compreendida no aqui e
agora, passa a adquirir uma “cor
escatológica”, esperando seu
significado último no futuro.
A morte é percebida pelo israelita
com certa naturalidade, uma vez que
o homem, formado do pó, a este deve
retornar, não sendo de forma alguma
divino, mas ser mortal, “ser-para-a-
morte”.
A morte é compreendida de forma
ambígua: é tanto o fim da existência,
quanto a passagem para uma nova
situação, no mundo dos mortos.
Ao mesmo tempo que o Sheol e a situação dos
mortos, demonstra como, na mentalidade
daqueles, a continuação da vida estava atrelada
à posteridade, seja por meio de uma
descendência, seja pelo próprio povo de Israel.
Assim, a morte é especialmente “uma separação
radical do Deus vivo, uma ruptura quase total
com o mundo dos vivos”, não sendo relacionada
à esperança, tal como na mentalidade cristã.
A ressurreição não é uma ideia trazida de
fora e implantada na religião judaica, mas é
a consequência teológica de uma revelação
progressiva do Deus vivo a seu povo: “a fé
na ressurreição nasceu definitivamente da
revelação de Yahweh a Israel”.
O Deus que possui poder sobre a morte,
que é bondoso e justo, não apenas tem
poder como deseja resgatar os seus do
poder da morte. Assim, “a esperança no
além nasceu no seio da união com Deus no
meio dos seus”.
Em que momento isto
ocorre?
Antíoco Epifânio
Quando os crentes
devotos, os hasidim, são
confrontados com um
contexto político
completamente adverso
Alexandre Magno
(sob Alexandre Magno e
principalmente sob
Antíoco Epifânio) e se
mantêm firmes em sua fé,
aparece a ressurreição:
“a ressurreição aparece como a resposta
de Deus àquele que sacrifica tudo para
ser-lhe fiel. A ressurreição é, de certa
forma, a consequência do martírio, a
recompensa do que aceita perder a vida
por Yahweh”.
II Macabeus, 7
1.Havia também sete irmãos que foram um dia presos com sua
mãe, e que o rei, por meio de golpes de azorrague e de nervos de
boi, quis coagir a comerem a proibida carne de porco.*
2.Um dentre eles tomou a palavra e falou assim em nome de
todos: “Que nos pretendes perguntar e saber de nós? Estamos
prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais”.
3.O rei, fora de si, ordenou que aquecessem até a brasa
assadeiras e caldeirões.
4.Logo que ficaram em brasa ordenou que cortassem a língua do
que falara por todos e, depois, que lhe arrancassem a pele da
cabeça e lhe cortassem também as extremidades, tudo isso à
vista de seus irmãos e de sua mãe.
5.Em seguida, mandou conduzi-lo ao fogo inerte e mal
respirando, para assá-lo. Enquanto o vapor da assadeira se
espalhava em profusão, os outros, com sua mãe, exortavam-se
mutua­mente a morrer com coragem.
6.“O Senhor nos vê – diziam – e certamente terá compaixão de
nós, como o diz claramente Moisés no seu cântico de
admoestações: Ele terá compaixão de seus servos.”*
7.Desse modo, morto o primeiro, conduziram o segundo ao
suplício. Arrancaram-lhe a pele da cabeça com os cabelos e
perguntaram-lhe: “Comerás carne de porco, ou preferes que teu
corpo seja torturado membro por membro?”.
8.Ele respondeu: “Não” – no idioma de seu país. Por isso, padeceu
os mesmos tormentos do primeiro.
9.Estando prestes a dar o último suspiro,
disse: “Maldito, tu nos arrebatas a vida
presente, mas o Rei do universo nos
ressuscitará para uma vida eterna, pois
morremos por fidelidade às suas leis”.
A conclusão imediata é clara. O
cristianismo nasceu num mundo onde a
sua afirmação central era conhecida como
falsa. Muitos acreditavam que os mortos
eram não existentes; fora do judaísmo,
ninguém acreditava na ressureição.
E, como a ressureição era
entendida no Judaísmo do
Segundo Templo?
No judaísmo do Segundo Templo havia um
amplo registro de crenças com relação ao
destino dos mortos. Nem todos os judeus
acreditavam em uma ressureição
vindoura.
Porém, havia uma forte tendência de
crença na ressureição, crescendo a
partir da leitura de várias passagens
bíblicas.
O livro de Daniel (12.1-3) dá testemunho da
aparição de uma ideia totalmente nova,
mas da reafirmação, numa nova forma, da
antiga crença israelita na bondade e
dádiva divina do mundo criado e da vida
humana corpórea dentro deste mundo.
¹ Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor
dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca
houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele
tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito
no livro.
² Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a
vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.
³ Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do
firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as
estrelas, sempre e eternamente.

Daniel 12:1-3
Na época em que Macabeus foi escrito, a
metáfora se tonou literal, tendo agora o
referente concreto de uma reincorporação (2
Macabeus 7.9-13).
A ressureição, no mundo do Judaísmo do
segundo templo, era sobre a restauração de
Israel, por um lado, e sobre uma nova vida
corpórea de todo o povo de Deus, por outro,
com ligações próximas entre ambos; e que
ela era considerada o grande evento que
Deus realizaria no fim da era presente.
Evidências da confiabilidade
da Ressureição de Jesus
Os evangelhos dizem que os primeiros a
testemunharem a ressureição de Jesus foram
as mulheres, ora as mulheres no primeiro
século não tinham um depoimento válido
perante um tribunal. Portanto, se os
Evangelistas quisessem forjar uma história
da ressureição, jamais colocariam mulheres
em seus relatos.
Em segundo lugar, aquela doutrina da
ressureição seria a pior coisa que os
discípulos poderiam criar para tirar a
vergonha da Cruz (tendo em mente que por
conta da vergonha da crucificação de seu
líder, os discípulos teriam que inventar uma
história para apagar essa mancha).
Eles poderiam ter criado a Mentopsicose ou
Transmigração de espírito e com isso ter
conseguido vários discípulos de cultura grega
ex: “Os Pitagóricos”.
Poderiam, também , ter inventado a
imortalidade da alma, a qual diz que a alma
sai do corpo e vai para o “eón”, ou seja,
paraíso e, com isso, ganharia os Platônicos.
Poderiam também defender a reencarnação,
e que Cristo poderia ter reencarnado em
alguma outra pessoa, e com isso alcançaria
outros tantos discípulos. Entretanto, dizer
que Jesus ressuscitou não ganharia ninguém ,
pois a ressureição era a filosofia religiosa
mais rejeitada e mais ridícula.
Poderiam também defender a reencarnação,
e que Cristo poderia ter reencarnado em
alguma outra pessoa, e com isso alcançaria
outros tantos discípulos. Entretanto, dizer
que Jesus ressuscitou não ganharia ninguém ,
pois a ressureição era a filosofia religiosa
mais rejeitada e mais ridícula.
Em terceiro lugar, quanto
tempo dura uma mentira?
Em terceiro lugar, quanto
tempo dura uma mentira?
A ressureição de Jesus pegou todo mundo de
surpresa. Os discípulos sabiam
perfeitamente bem que se seguisse alguém
que você dizia ser o Messias, e ele fosse
morto, então seria o fim.
Sabemos de pelo menos uma dúzia de outros
movimentos messiânicos e proféticos no
período de cem anos antes de Jesus e
também durante o seu tempo, e eles
frequentemente acabavam com os seus
fundadores mortos.
Quando o líder desses movimentos morria,
os seus discípulos jamais iriam dizer: “Ah, ele
ressurgiu dos mortos”. O que eles faziam era
encontrar o seu irmão, primo ou alguém que
pudesse continuar este movimento. Porém, o
movimento “cristão” agiu de maneira
diferente.
Eles tinham Tiago (o meio irmão de Jesus)
como o grande líder da igreja primitiva, mas
ninguém disse: “Tiago é o Messias”. Eles
disseram “Jesus é o Messias”. “ Mas ele está
morto! O pegaram e o crucificaram”. “Não.
Ele ressurgiu dos mortos”.
O único Jeito de você conseguir explicar por
que o Cristianismo começou e por que ele
tomou a forma precisa que tinha, é entender,
em primeiro lugar, que eles realmente
creram que Jesus foi corporalmente
ressuscitado dos mortos.
“Por que eles criam nisso?” Apesar de muitas teorias
terem sido inventadas para responder a essa
pergunta, o único jeito de conseguirmos explicar o
surgimento da crença cristã primitiva de que Cristo foi
ressuscitado é que realmente houve um túmulo vazio.
Eles realmente encontraram Jesus vivo novamente,
num corpo transformado e aí sim, a coisa faz sentido.

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