Você está na página 1de 2

LUTA LGBTQ EM PORTUGAL: DUAS DÉCADAS DE HISTÓRIAS,

MEMÓRIAS E RESISTÊNCIAS

O texto que selecionei para fazer a minha recensão crítica foi, “ LUTA LGBTQ EM
PORTUGAL: DUAS DÉCADAS DE HISTÓRIAS, MEMÓRIAS E RESISTÊNCIAS” de Ana
Cristina Santos. As razões para ter escolhido este texto foram,em primeiro lugar,a
curiosidade que me surgiu em relação à luta LGBTQ mais especificamente em Portugal, e
de que maneira esta luta foi e é feita em Portugal.
O artigo começa com um pequeno resumo onde explicita os vários pontos que serão
abordados ao longo do texto e uma breve introdução. Na introdução a autora revela que o
artigo foi escrito com o intuito “de combater o défice de reflexão académica sobre realidades
de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e queer (LGBTQ) na latinidade.”, e que
o movimento nas últimas duas décadas foi o maior impactador social jurídico, político e
social. São os três pontos que foram aprofundados no decorrer do artigo.
O primeiro ponto que é “Ativismo LGBTQ e mudança político-jurídica em Portugal” onde, a
autora analisa as transformações que aconteceram a nível político e legislativo no
reconhecimento dos direitos LGBTQ. Após a ditadura em Portugal várias questões como
liberalização do aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo foram tema de
discução mas só em 2007 é que o aborto dexou de ser punido e em 2018 a lei portuguesa
reconheceu a diversidade sexual e familiar. A autora afirma que estas leis só foram
reivindicadas devido à luta constante do movimento LGBTQ, “Temas de cidadania sexual e
reprodutiva têm estado no centro do ativismo LGBTQ [...] apresentando um interessante e
diversificado investimento em reivindicações individuais [...] e reivindicações relacionais”. O
movimento consagrou se em Portugal, em 1995, foi também nesse ano que o tema da
homosexualidade foi referido na política que consequentemente gerou notícias nos media.
Os temas LGBTQ só tiveram destaque em debates parlamentares a partir de 2009, com
“propostas de lei ou alterações a leis existentes sobre casamento, adoção e procriação
medicamente assistida, e lei de identidade de género”. A nível jurídico o momento mais
importante foi em 2016 com a aprovação da adoção por parte de casais do mesmo sexo, “
O grande motor destas transformações foi, comprovadamente, o ativismo LGBTQ” , a
autora refere também que o esforço do movimento não é reconpensado a nível juridico
“Este esforço não tem correspondência no investimento ao nível do ativismo judiciário,
verificando-se que o uso dos tribunais tem ficado a cargo sobretudo de pessoas não
ativistas”.
O segundo ponto tem como título “ Queerizando os meios de comunicação”, em que a
autora escreve sobre o progresso na cobertura de notícias com temas LGBTQ, a mesma
começa por dizer que existem três tipos de enquadramentos das notícias,o entretenimento,
fontes credíveis e notícias homofóbicas/transfóbicas. Cada um destes enquadramentos
influencia a maneira que a notícia é dada e a forma como é dada. Houve uma organização
e um investimento do movimento nos meios de comunicação o que fez com que o
movimento tivesse mais relevância em discursos parlamentares, programas eleitorais e no
jornalismo. “ Ainda assim, houve transformação política, jurídica e social. Sugerir que estas
transformações se operaram por ação exclusiva de um movimento social é seguramente
abusivo e redutor. Existem outros fatores a ter em consideração, nomeadamente processos
mais amplos de democratização, modernização [...] e até europeização, após 1986, sem os
quais não seria sequer possível contemplar a possibilidade de existência de um movimento
LGBTQ”.
O último ponto é “Ativismo sincrético como uma especificidade do movimento LGBTQ
português” onde a autora apresenta o conceito de ativismo sincrético e demonstra o seu
potencial analitico do tema do artigo. O movimento teve a necessidade de mudar o modo
como atuavam pois o mesmo não estava a ser totalmente eficaz,” Desde um tempo em que
respondia a eventos externos de uma forma marcadamente reativa, tornou-se mais proativo
na definição de uma agenda própria”.Devido a ações que podem ser consideradas radicais
e assimilacionistas, o movimento em Portugal desenvolveu outra via designada por ativismo
sincrético “O ativismo sincrético é uma nova abordagem à ação coletiva devido ao uso
combinado de estratégias orientadas por objetivos que, de outra forma, poderiam ser vistos
como incompatíveis”.

Trabalho realizado por Teresa Luz no âmbito da cadeira de Sociedade Contemporânea


Portuguesa.

Você também pode gostar