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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

FORMAÇÃO DE OPERADOR
DE LANÇAMENTO

1
Edição XX

Proibido a reprodução sem autorização.


Sumário

Introdução ........................................................................................................................................................... 06
A Sapura ................................................................................................................................................... 06
Nossa Aposta nas Pessoas ................................................................................................................. 08
Nosso Compromisso com a Segurança ........................................................................................ 10
Apresentação .................................................................................................................................................... 14
O Curso ...................................................................................................................................................... 14
Orientações de Uso do Material ....................................................................................................... 14
Dicas de Estudo ...................................................................................................................................... 15

FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO .............. 16

01 Introdução ...........................................................................................................................................................
1.1 O setor de Lançamento de Linha ....................................................................................................
1.2 Lançamento de Dutos Flexíveis e Dutos Rígidos .......................................................................
16
17
18
1.3 Embarcações e Unidades ................................................................................................................... 21
Operando e Aprendendo .............................................................................................................................. 24
Turbinando o Conhecimento ....................................................................................................................... 24

02 PLSV – Pipe Laying Support Vessel ............................................................................................................ 26


2.1 Características da Embarcação ........................................................................................................ 27
2.2 Hierarquia e Divisão de Funções ...................................................................................................... 47
2.3 Operador de Lançamento ................................................................................................................... 50
Operando e Aprendendo ............................................................................................................................... 52
Turbinando o Conhecimento ........................................................................................................................ 52

03 Linhas Flexíveis E Umbilicais ........................................................................................................................ 54


3.1 Linhas Flexíveis e Umbilicais .............................................................................................................. 55
3.2 Acessórios ................................................................................................................................................. 60
3.3 Equipamentos Submarinos ................................................................................................................. 66
3.4 Ferramentas de Trabalho ..................................................................................................................... 67
3.5 Testes e Unidades de Medida ........................................................................................................... 69
3.6 Tipos de Vedação e Roscas ................................................................................................................ 70
Operando e Aprendendo ............................................................................................................................... 70
Turbinando o Conhecimento ........................................................................................................................ 75
04 Marinharia E Manobras De Convés .......................................................................................................... 76
4.1 Marinharia ................................................................................................................................................. 77
4.2 Cabos e Laços ......................................................................................................................................... 81
4.3 Lingadas .................................................................................................................................................... 92
Operando e Aprendendo ............................................................................................................................... 94
Turbinando o Conhecimento ........................................................................................................................ 94

05 Segurança Básica No Convés ..................................................................................................................... 96


5.1 Movimentação de Carga ..................................................................................................................... 97
5.2 Cabos Tensionados ................................................................................................................................ 98
5.3 Gases e Fluidos Pressurizados .......................................................................................................... 98
5.4 Trabalho em Altura ................................................................................................................................. 99
Operando e Aprendendo ............................................................................................................................... 100
Turbinando o Conhecimento ........................................................................................................................ 100

Conclusão ........................................................................................................................................................... 101


Gabaritos – Operando e Aprendendo ...................................................................................................... 102
Glossário .............................................................................................................................................................. 104
Introdução
A Sapura
A Sapura Navegação Marítima é uma Empresa Brasileira de Navegação, joint ven-
ture entre dois líderes internacionais nos seus mercados, a Seadrill e a SapuraKen-
cana.

100%
SapuraKencana Petroleum Berhad (SapuraKencana) é uma das maiores empresas
de serviços e soluções integradas de óleo e gás do mundo. Seus mais de 10.000
empregados estão presentes em mais de 20 países, como Malásia, China, Austrá-
lia, EUA, Brasil, entre outros.

A Seadrill é uma empresa de Perfuração e Completação de Poços de Petróleo


Offshore, possuindo 69 unidades operando de águas rasas a ultraprofundas, com
mais de 7.900 empregados de diversas nacionalidades e presente em 15 países
dos 5 continentes.

A Sapura é um dos principais players do mercado brasileiro de serviços submarinos,


com uma frota de seis navios de apoio, instalação e lançamento de dutos flexíveis.
Atualmente, tem quatro unidades em operação (Diamante, Topázio, Ônix e Jade) e
1 duas em construção, com mais de 18 nacionalidades diferentes entre sua força de
Dados de trabalho.
Novembro de 2015.

Graças à nossa larga experiência e

nossa missão
amplo conhecimento sobre Serviços
Submarinos,
é planejar, desenvolver
e executar serviços submarinos com
sucesso e segurança, tornando-nos o
parceiro mais importante
de nossos clientes.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Nossa visão é ser a empresa referência em Serviços Submarinos,


tecnicamente competente e confiável aos olhos de nossos clientes, partes interessadas e
força de trabalho. Seremos guiados pela honestidade e respeito. Atingiremos nossos objetivos
atuando de forma segura, ágil e profissional, buscando alcançar continuamente as expectati-
vas das partes interessadas.

Para nós, ser referência significa:

›› Liderar;
›› Ser energético e inspirador;
›› Definir exemplos a serem seguidos;
›› Atingir metas ambiciosas;
›› Ser exigente;
›› Desafiar a nós mesmos e a nossos clientes;
›› Ter orgulho no trabalho que fazemos.

Isso também significa que acreditamos ser possível operar se lesões em nossas atividades. Nossa visão
define o que pretendemos alcançar.

Nossa cultura corporativa integra seis valores fundamentais para tomada de decisões, essenciais em
nossa operação. Esses valores definem nossa identidade e não podem ser comprometidos.

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Nossos valores definem como vamos atingir

nossa visão.
Possuímos um Código de Conduta que deve ser seguido por todos os nossos empregados. Todos devem
atuar de forma íntegra, correta e eficiente na busca dos resultados. Esse Código deve servir de referência
individual e coletiva para cada empregado da Sapura. O Código de Conduta é entregue a cada novo empre-
gado no momento da Indução, e fica disponível no sistema IMS (Integrated Management System).

Cumprimento das Leis, Regras e Regulamentos

É política da Sapura cumprir todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis dos países e das autoridades
reguladoras que afetam os negócios da empresa. É responsabilidade pessoal de cada empregado aderir aos
padrões e restrições impostos por tais leis, regras e regulamentos. O levantamento dos requisitos legais no
âmbito federal, estadual e municipal é feito pelo sistema (software) da Consultoria contratada pela SNM,
através de pesquisas em publicações oficiais, em periódicos locais e/ou regionais e de investigações em
bancos de dados relacionados. A avaliação de aplicabilidade de cada um deles é feita de acordo com um
questionário preenchido pela SNM. Os itens relacionados à legislação da bandeira, legislações internacio-
nais e de convenções são controladas através de biblioteca física, nas embarcações e no escritório.

A atualização é feita periodicamente pela consultoria, e consiste na inclusão ou exclusão de requisitos no


Sistema de Gerenciamento de Requisitos e na consolidação de textos, quando da ocorrência de alterações
em seu conteúdo.

Conduta Ética

Os empregados devem se esforçar para tratar, ética e justamente, os clientes, fornecedores, concorrentes
e empregados da Companhia. Nenhum empregado deverá tirar vantagens injustas de qualquer pessoa por
manipulação, ocultação, abuso de informações privilegiadas, engodo de fatos ou qualquer outra prática de
tratamento injusto. A conduta honesta é considerada a conduta livre de fraudes ou embuste. A conduta
ética não é apenas o cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis; trata-se de satisfazer os padrões de
honestidade e integridade presentes em nosso Código de Conduta, mesmo quando esses padrões vão além
dos requisitos legais.

Nossa Aposta nas Pessoas

Somos uma empresa jovem com enormes desafios. Estabelecemos um equilíbrio entre profissionais extre-
mamente capacitados e experientes, com gente jovem e de muito potencial. Investimos continuamente na
capacitação de nossa força de trabalho e nos comprometemos a ser formadores de bons profissionais.

A Sapura oferece um ambiente de alta performance com investimento constante em capacitação técnica.
Buscamos o reconhecimento pela nossa superação e inovação. Esse ambiente instigante é essencial para
alcançarmos o melhor padrão operacional possível, buscando nos estabelecer como referência no mercado.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Para alcançar o padrão operacional desejado, a Sapura possui uma Política de Treinamento e Desenvol-
vimento de Competências.

Nós acreditamos que habilidade e competência são desenvolvidas através da combinação entre edu-
cação, treinamento e experiência.

Conseguiremos isto da seguinte forma:

›› Encorajando a todos os empregados pela busca das habilidades e competências necessárias para a
realização do seu trabalho.
›› Disponibilizando todos os recursos necessários para que os empregados sempre tenham as qualifi-
cações e certificados necessários para a realização do seu trabalho.

Visando atender exigências de mercado e internas, a SAPURA lançou o SETA – SAPURA Excellence Training
Academy –, que propõe soluções educacionais planejadas e estruturadas que agregam valor, ampliam co-
nhecimentos e aprimoram continuamente as atitudes necessárias ao desenvolvimento de seus empregados
de todos os níveis organizacionais.

As ações de desenvolvimento pretendem potencializar competências para proporcionar uma capacitação,


de modo sustentável e consistente, a fim de atingir a excelência nos serviços prestados.

De forma inovadora, o SETA proporciona aos novos empregados e aos atuais ocupantes dos cargos-alvo
deste projeto uma vivência realista do seu trabalho. Oferece exercícios práticos, experimentação de ativida-
des reais em simuladores de sistemas e equipamentos da rotina PLSV, além de estudo dirigido, de instruto-
res especialistas e materiais didáticos que ensinam de forma prática, objetiva e lúdica.

O SETA tem como base Trilhas de Desenvolvimento, que representam as trajetórias para o aperfeiçoamento
dos empregados, apontando caminhos que devem ser percorridos pelos ocupantes dos cargos para melho-
ria de sua qualificação. As Trilhas são compostas por ações de desenvolvimento necessárias para o adequa-
do desempenho funcional, considerando tanto as competências técnicas quanto as comportamentais.

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Em janeiro de 2015, a Sapura inaugurou o LTC - Lapidary Training Center. Trata-se de um espaço interno
dedicado a prestar todo o suporte necessário aos nossos empregados no quesito treinamento. Lá, estão
instalados os Simuladores de Lançamento e ROV e são ministradas oficinas de treinamento de Eletrônica/
Mecânica, entre outras ações educacionais.

Além disso, fornecemos curso de idiomas para todos os nossos empregados. A bordo, a Sapura disponibiliza,
como benefício, um curso de idiomas para que seus empregados melhorem ainda mais seu rendimento pro-
fissional e pessoal. Assim que embarca, o empregado deve procurar um instrutor de idiomas e matricular-se
para as aulas de inglês. Para os empregados estrangeiros, são oferecidas aulas de português.

A Sapura também oferece curso de idiomas para os profissionais de terra. As aulas são realizadas normal-
mente na sede em horários combinados entre o empregado e a instituição de ensino.

Nosso Compromisso com a Segurança


O Sistema de Gestão de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da SNM permite que não somente
a Empresa opere de acordo com suas políticas corporativas, mas também que avalie sua habilidade de sa-
tisfazer os requisitos do cliente, dos regulamentos e organizacionais. A documentação de QHSE fornece um
sistema de gestão sistemático e transparente, projetado para melhorar continuamente o desempenho e, ao
mesmo tempo, objetivando satisfazer as necessidades de todas as partes interessadas.

A abrangência do sistema de gestão engloba os padrões de qualidade detalhados na ISO 9001, padrões
de segurança e saúde incluídos na OHSAS 18001, padrões de segurança ordenados pelo Código ISM,
padrões ambientais especificados na ISO 14001 e os requisitos de trabalho marítimo do MLC 2006.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

A SNM é uma empresa baseada no desempenho, e considera como nossas mais altas prioridades a qua-
lidade, saúde, segurança e a proteção ao meio ambiente. Isso é essencial ao sucesso e ao crescimento de
nossa Empresa. Acreditamos que:

›› Ocorrências são evitáveis;


›› Prejuízo ou dano à propriedade é inaceitável;
›› Nosso objetivo é reduzir o impacto das operações no meio ambiente;
›› Nenhum trabalho nunca é tão urgente ou tão importante que não possa ter tempo para ser feito com
segurança e com o devido cuidado com o meio ambiente.

Para assegurar essas metas, fomentamos uma cultura aberta, confiante e justa, a fim de que os nossos em-
pregados sejam capacitados a se expressarem sobre as questões de QHSE.

Todos têm autoridade de parar o trabalho. Espera-se que usem essa autoridade para evitar ou
reduzir o impacto de uma ocorrência. As equipes de terra e a bordo do navio são cobradas para que
desempenhem um papel de liderança, apoiando as expectativas de QHSE.

A Política de QHSE da Sapura estabelece que:

Qualidade, saúde, segurança e meio ambiente estão incorporados aos valores da Sapura, e constituem
um compromisso institucional com a entrega do mais alto nível de qualidade nos serviços de enge-
nharia e instalação submarina, com a manutenção de uma operação livre de acidentes e com a busca
contínua da minimização do impacto ao meio ambiente.

Conseguiremos isso da seguinte forma:

›› Trabalhando de acordo com as leis, códigos e regulamentos aplicáveis;


›› Aplicando tecnologias de redução do impacto ambiental e assegurando que planos de contingência
estejam prontos;
›› Usando um sistema de gerenciamento eficaz, que possibilite a análise crítica de nossos processos,
conduzindo, desta forma, a um processo de melhoria contínua;
›› Estabelecendo metas de QHSE mensuráveis e claras;
›› Garantindo o emprego de pessoal altamente qualificado em uma organização transparente com li-
nhas de responsabilidades claras;
›› Monitorando a saúde das pessoas em atividades de trabalho que envolvam risco;
›› Responsabilizando-nos por nossa segurança e pela dos outros, através de planejamento e execução
dos trabalhos e dedicando tempo, também, a inspeções necessárias e manutenção;
›› Interrompendo as atividades e reagindo imediatamente a atos e condições inseguras que coloquem
em risco a segurança, respeitando a capacidade e limites operacionais de equipamentos.

Todos os empregados e parceiros da SNM, incluindo subcontratados, fornecedores e visitantes devem estar
totalmente comprometidos em atender aos objetivos desta política.

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Os itens a seguir expressam o comprometimento da empresa com a política de QHSE:

›› Somos todos responsáveis por nós mesmos e pela segurança dos outros no ambiente de trabalho. As
pessoas são os nossos recursos mais importantes e, como tal, a segurança é, sem dúvida, o nosso
valor essencial número um.
›› Provemos treinamento aos nossos empregados para reforçar uma cultura de segurança.
›› A excelência em segurança requer uma liderança proativa e participativa.
›› Todos os empregados e subcontratados são responsáveis por desempenhar as suas atividades diárias
de maneira consistente com a nossa Política de QHSE.
›› Se um dano sério ou um evento ocorrer, investigaremos e determinaremos a sua causa.
›› Vamos nos empenhar para evitar a poluição e preservar o meio ambiente no qual operamos através
da utilização dos recursos, de maneira responsável, e operando de acordo com os requisitos legais e
as melhores práticas.
›› Nosso objetivo será a redução da geração de resíduos e o correto tratamento para aqueles que são
inevitavelmente gerados. Nos lugares em que sejam gerados resíduos, estes serão manipulados de
maneira segura e responsável. Atingiremos ou excederemos a conformidade com regulamentos e leis
aplicáveis.
›› O nosso trabalho com as autoridades públicas e reguladoras será conduzido abertamente, numa at-
mosfera de confiança e cooperação.

VALE SABER

A Sapura dispõe de um Manual de QHSE, material que se


refere aos procedimentos detalhados e às instruções operacio-
nais do sistema de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Am-
biente. Documento autorizado que estabelece as Políticas Cor-
porativas da Sapura Navegação Marítima S.A. (SNM), incluindo
descrições de como os requisitos estatutários e voluntários são
atendidos.

Apresenta a SNM como entidade comercial. Este documen-


to aplica-se a todos os empregados Onshore e Offshore, bem
como aos subcontratados e às partes interessadas da SNM.
Você encontra este Manual no IMS (Integrated Management
System).

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Apresentação
O Curso
Bem-vindo ao curso Formação de Operador de Lançamento!
Este curso tem como objetivo apresentar os conceitos básicos e o funcionamento do setor de lançamento de
linhas. Servirá para que você possa operar os equipamentos de lançamento, as ferramentas e os acessórios,
realizando manobras simples, de forma que as operações ocorram de acordo com o programado e com se-
gurança.

Desenvolvido na modalidade presencial, o curso possibilita a aquisição de conceitos, a realização de exercí-


cios com exemplos práticos do dia a dia e o esclarecimento de dúvidas em tempo real, além de compartilhar
experiências com os outros treinandos.

Possui carga horária de 16 horas e, para a sua realização, é necessário que você tenha realizado anterior-
mente os cursos CBSP (Básico Salvatagem), Indução, NR-11 - Movimentação de Cargas e NR-35 - Trabalho
em Altura.

Orientações de Uso do Material


Este material é sua principal fonte de informação e estudo para este curso. Nele, você encontra os dados de
que precisa para construir conhecimentos, bem como as atividades que o ajudarão a desenvolver habilidades
e as reflexões fundamentais para seu desenvolvimento como um profissional competente em sua área de
atuação.

A seção O que você faria? traz casos concretos, relacionados ao negócio Sapura. O
objetivo é que o treinando leia o caso em questão e tente se colocar no lugar do perso-
nagem. “E se fosse você, o que faria? Como resolveria? O que você sente ao entrar em
contato com este caso?” Dessa forma, o treinando mobiliza competências e envolve-se
com os fatos, utilizando sua imaginação.

Operando e Aprendendo é o nome da seção que contém atividades de aplicação, nas


quais o treinando pode colocar em prática o que aprendeu. Essas atividades são pro-
postas para que o treinando possa resolver problemas e exercitar o pensamento crítico.

Ao final de cada módulo, há a seção Turbinando o Conhecimento que auxilia o


treinando a reforçar conceitos importantes e competências desenvolvidas, além de
fornecer uma visão global de tudo o que foi estudado.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

O conteúdo deste material está organizado de um modo que facilitará seu aprendizado, contando com recur-
sos instrucionais que funcionam como etapas importantes para a sua aprendizagem.

A seção Vale Saber traz sugestões que vão além deste material. São indicações de
sites, livros e leituras adicionais que irão enriquecer o conhecimento.

O Glossário tem por objetivo facilitar a compreensão dos termos técnicos ou palavras mais difíceis inseridas
em cada módulo.

Os Anexos são materiais para consulta que estarão destacados ao longo do texto e anexados ao final do
material.

Já a seção Atenção, tem por objetivo destacar partes do conteúdo que merecem uma
atenção especial.

As Referências são indicações de documentos ou procedimentos Sapura, que devem ser buscados inter-
namente, nos diretórios ou locais indicados.

Aproveite bem todos esses recursos, pois cada um deles traz informações e conhecimentos importantes para
a sua formação.

Dicas de Estudo
Para aprender e se desenvolver, é preciso autodisciplina, persistência e determinação. Listamos algumas
dicas que podem ser úteis enquanto você estuda:

Faça um resumo dos principais pontos que aprendeu em cada módulo. Isso pode ser um complemen-
to ao Turbinando o Conhecimento.
Marque na agenda os dias de treinamento e procure não faltar nem se atrasar. O curso segue uma
sequência didática e, é melhor que você não perca nenhum encontro.
Mantenha o material organizado e tenha-o à mão, sempre que necessário, para estudo e consulta.
Se você gosta de estudar em grupo, busque companhia. Num grupo, todos podem se ajudar.
Entenda que estudar é um hábito. Como hábito, precisa ser cultivado. Quanto mais estudar, mais vai
ganhar gosto pelo estudo e pela leitura.

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01 INTRODUÇÃO
Neste módulo, vamos conhecer e compreender a atuação do setor de Lançamento
de Linhas. Vamos diferenciar os tipos de lançamento e identificar as embarcações
e unidades pelo tipo de operação que realizam.
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

1.1. O Setor de Lançamento de Linha


O setor de Lançamento de Linha é apenas uma fração de todo o processo de exploração do petróleo. A no-
menclatura Lançamento de Linha é o termo comumente utilizado para descrever o processo de instalação
de tubulações submarinas, onde o Lançamento se refere ao posicionamento da tubulação no leito marinho
e Linha se refere à tubulação ou duto, podendo este ser rígido ou flexível.

Uma das últimas etapas offshore de todo o processo de Lançamento de Linha engloba a interligação de
poços petrolíferos aos manifolds, PLET`s e às unidades de produção como os FPSOs (Floating, Production,
Storage and Offloading), assim como a desinstalação de dutos já instalados para a sua manutenção e/ou
remanejamento.

Dentro da estrutura organizacional do cliente, o Lançamento de Linha está inserido no setor de Interliga-
ção Submarina, que engloba, também, a Engenharia de Interligação Submarina, as Bases de Carregamento
Onshore e as operações de Pull-in. Todos esses segmentos atuam de forma conjunta como etapas do pro-
cesso de interligação submarina de dutos.

A frota da SNM é composta por navios de apoio, instalação e lançamento de linhas flexíveis, os chamados
PLSVs – Pipe Laying Support Vessels. Os navios da Sapura são projetados para o lançamento tipo vertical
com capacidade de carga de até 550t e atuação em lâminas d’água de até 3000 m de profundidade.

Ao longo deste material, vamos conhecer um pouco mais sobre as atividades, equipamentos, acessórios,
embarcações e as funções desempenhadas pelo Operador de Lançamento.

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1.2. Lançamento de Dutos Flexíveis e Dutos
Rígidos
O lançamento de dutos, flexíveis ou rígidos, apresenta características e especificidades ligadas ao tipo de
embarcação utilizada, a carga que deverá ser sustentada, o tipo de linha a ser instalada, entre outros fatores.
Vamos conhecer agora estas características e especificidades, de acordo com o tipo de lançamento.

1.2.1. Lançamento de Linhas Flexíveis


Existem três tipos de embarcações de lançamento de linhas: horizontal, vertical e inclinado. O principal fator
que os diferencia é a capacidade de carga suportada pelo sistema, fazendo com que haja navios com uma
grande diversidade de layouts e equipamentos.

LANÇAMENTO HORIZONTAL

Navios de lançamento do tipo horizontal, chamados HLS (Horizontal Laying System), recebem esse nome
pois os tensionadores, que são os equipamentos responsáveis pela sustentação da carga da linha flexível,
estão dispostos no convés na posição horizontal. Entre a saída dos tensionadores e a água, a linha flexível
passa por uma roda posicionada na popa do navio. Essa passagem do flexível tensionado (com carga) pela
roda de popa impõe aos navios um limite de carga de aproximadamente 300t.

Devido à limitação na capacidade de carga, a operação dos navios de lançamento do tipo horizontal ficou
restrita às áreas mais rasas e estruturas e equipamentos menos robustos. Abaixo, algumas características do
sistema e exemplos de embarcações.

Navio de Lançamento Horizontal de Bundle:

Sistema de lançamento de bundle (3 linhas simul-


taneamente);
Limitação de carga pela roda de popa;
Maior influência das condições de mar;
Estoque das linhas flexíveis em bobina e carrossel;
Maior agilidade nas manobras de convés.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Navio de Lançamento Horizontal Singelo


Sistema de lançamento singelo (apenas 1 linha);
Limitação de carga pela roda de popa;
Maior influência das condições de mar;
Estoque das linhas flexíveis em bobina e carrossel;
Maior agilidade nas manobras de convés.

Com o avanço da exploração para águas mais profundas e com a introdução de estruturas de linhas flexíveis
mais pesadas, surgiu a necessidade de aumentar a capacidade de carga dos navios de lançamento e, assim,
foram desenvolvidos os sistemas de lançamento vertical e inclinado.

LANÇAMENTO VERTICAL E INCLINADO

Navios de lançamento do tipo vertical, chamados de VLS (Vertical Laying System) ou tipo inclinado, chama-
dos de TLS (Tilt Laying System), recebem esse nome pois os tensionadores, que são os equipamentos res-
ponsáveis pela sustentação da carga da linha flexível, estão dispostos na vertical em torres de lançamento.
A linha flexível passa pela roda antes de passar pelos tensionadores e segue um caminho direto até a água.
Dessa forma, a capacidade de carga dos PLSVs desse tipo é ampliada para valores de até 1000t, porém, por
conta de outros materiais, como os utilizados na fabricação da própria linha, atualmente, o limite de carga
é de 550t.

Abaixo, algumas características dos sistemas e exemplos de embarcações.

Navio de Lançamento TLS (Inclinado):

Sistema de lançamento singelo pelo costado;


Maiores limites de carga;
Média influência das condições de mar;
Estoque das linhas flexíveis em carrosséis;
Manobras mais lentas na torre.

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Navio de Lançamento VLS (Vertical):

Sistema de lançamento singelo pelo moonpool;


Maiores limites de carga;
Menor influência das condições de mar;
Estoque das linhas flexíveis em carrosséis;
Manobras na torre mais lentas.

1.2.2. Lançamento de Dutos Rígidos


O lançamento de dutos rígidos apresenta maiores dificuldades em relação ao lançamento de linhas flexíveis,
em virtude de sua maior rigidez à flexão, visto que são feitos de aço. Os dutos rígidos apresentam maior difi-
culdade para estoque, transporte e enrolamento, apresentando, também, maiores dificuldades na instalação
e na operação. Existem três tipos mais comuns de sistemas de lançamento de dutos rígidos: J-Lay, Reel Lay
e S-Lay. As principais características do lançamento de dutos rígidos estão listadas abaixo:

Método J-Lay

A rampa de lançamen-
to é construída em po-
sição quase vertical,
sendo transformada
numa torre de lança-
mento. A Sagbend é
uma região de curva
acentuada junto ao
fundo do mar, confor-
me pode ser visto no
destaque da imagem.

Método Reel-Lay

20
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Neste método, a linha é fabricada em terra e estocada em bobinas de grande diâmetro no convés da embar-
cação (tambor de armazenamento) para transporte e instalação. A grande limitação deste método é relativa
ao diâmetro máximo do duto, em virtude de sua forma de estoque. Em relação aos demais métodos, sua
grande vantagem é a velocidade na instalação. No destaque, podemos ver a região de Sagbend.

Método S-Lay

O método S-Lay prevê que a construção da linha seja feita sobre a embarcação de lançamento em uma
posição quase horizontal, criando duas regiões de flexão acentuada: uma na rampa conhecida por overbend
e outra junto ao fundo, denominada sagbend. A rampa chamada stinger é utilizada para minimizar a
variação angular no momento do lançamento do duto. Essa rampa é construída de acordo com critérios
específicos do projeto.

1.3. Embarcações e Unidades


Neste tópico, vamos conhecer os principais tipos de embarcações e unidades de apoio, instalação e
lançamento de linhas flexíveis.

1.3.1. Embarcações
As embarcações podem ser classificadas de acordo com o tipo de operação a que se destinam, conforme
ilustrado no esquema abaixo:

PLSV - PIPE LAYING SUPPORT VESSEL


Navios especiais projetados para realizar a instalação das tubulações subma-
rinas, podendo ser elas rígidas ou flexíveis, cuja função é interligar platafor-
mas, poços, manifolds etc.

RSV - ROV SUPPORT VESSEL


Navios projetados para dar suporte com monitoramento e inspeção com ROV
(Remotely Operated Underwater Vehicle).

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SUPLLY VESSEL
Também chamados de rebocadores, são navios com grande espaço de con-
vés, destinados a realizar movimentações de carga entre as unidades, abaste-
cimento de óleo diesel, abastecimento de água potável, entre outros.

NAVIOS DE SÍSMICA
Navios projetados para realizar levantamento sísmico dos campos de explo-
ração.

1.3.2. Unidades
De acordo com a finalidade a que se destina e a profundidade da lâmina d’água em que irá atuar, as
unidades podem ser classificadas em:

FPSO - Floating Production Storage and Offloading

Plataforma flutuante em um casco modificado de um navio, normalmente um petroleiro. Representa uma


unidade de produção de petróleo flutuante, com unidade de armazenamento, uma unidade de processa-
mento e com sistema de transbordo (transferência) do petróleo.

FPSO com Turret

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

O turret é um sistema de ancoragem cuja função é manter o FPSO fixo no seu local de produção, podendo
ser externo ou interno.

O turret externo inclui uma estrutura de aço, que pode estar próxima ou afastada do navio, posicionada na
proa ou na popa da embarcação, fornecendo uma base para o sistema de rolamentos e o turret. O sistema
de turret externo é mais barato que o de turret interno, e pode ser construído em menos tempo, sendo uma
opção de ancoragem para um FPSO.

O turret interno é integrado à proa da embarcação e apoiado em um sistema de rolamentos, localizado em


um moonpool ou no convés do navio. Esse tipo de ancoragem tem certas vantagens como sistemas de co-
nexão com os poços permanentes ou desconectáveis, bom comportamento em situações ambientais severas
e instalação em águas profundas.

Plataforma Autoelevatória – Jack-up Rig

Plataforma com estrutura de sustentação que se apoia sobre o leito marinho, mas que possui altura variável.
Tem limites de profundidade, que é justamente o comprimento das pernas de sustentação. Possui mobilida-
de na ancoragem.

Plataforma Semissubmersível

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Plataforma na qual a superestrutura está apoiada sobre um conjunto de flutuadores que ficam pouco abaixo
do nível do mar. Podemos exemplificar com as plataformas P-20, P-25, P-26, P-51 e P-52. É possível realizar
operações de produção de hidrocarbonetos.

OPERANDO E APRENDENDO

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu a atuação do setor de Lan-


çamento de Linha.

Descreva a atuação da Sapura no processo de exploração de petróleo, especifi-


cando o tipo de lançamento, embarcação e unidade utilizados neste processo.

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TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo introdutório, conhecemos um pouco sobre o lançamento de linhas.


Vimos que o lançamento pode ser vertical, inclinado ou horizontal, dependendo
da carga a ser suportada, influenciando, assim, no layout das embarcações e nos
equipamentos utilizados.

Vimos as características do lançamento de linhas flexíveis, conhecemos algumas


características do lançamento de dutos rígidos e identificamos as embarcações e
unidades, de acordo com o tipo de operação que podem realizar.

No próximo módulo, vamos conhecer as características e especificações do PLSV


a partir de sua nomenclatura básica, identificando e distinguindo os equipamentos
e conhecendo um pouco a área de atuação do Operador de lançamento.

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02 PLSV
PIPE LAYING SUPPORT VESSEL
Neste módulo, vamos conhecer as principais características das embarcações
utilizadas pela Sapura a partir de sua nomenclatura básica, identificando e distin-
guindo os principais equipamentos do sistema de lançamento, além de conhecer-
mos as responsabilidades e áreas de atuação do Operador de Lançamento.
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

2.1. Características da Embarcação


O Sapura Diamante foi o primeiro PLSV da frota da Sapura Navegação Marítima S/A. Possui uma capacidade
de carga de 550t e iniciou sua operação em 2014. Além do Sapura Diamante, outras quatro embarcações
possuem as mesmas características, o que traz uma série de benefícios, como manutenção, operação padro-
nizada e mobilidade de equipes. São elas: Topázio, Ônix, Jade e Rubi.
Com capacidade de carga de 300t e um layout diferenciado, o Sapura Esmeralda é a sexta embarcação a
compor a frota.

2.1.1. Nomenclatura Básica


Todo navio possui uma nomenclatura básica para definir suas regiões, componentes e características. Ob-
serve na imagem abaixo a identificação de cada um destes itens.

Vamos conhecer agora a definição de cada um desses itens?

Diz-se que qualquer coisa é de vante ou está a vante quando está na proa, e
A Vante ou Ré
que é de ré ou está a ré, quando está na popa.

Alhetas São as partes curvas do costado de um e de outro bordo, junto à popa.

Bochechas São as partes curvas do costado de um e de outro bordo, junto à proa.

São as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral.
Bordos Boreste (BE) é a parte direita, e bombordo (BB) é a parte esquerda, supon-
do o observador olhando para a proa.

Medida da profundidade a que se encontra a quilha do navio. Profundidade a


Calado
que se encontra o ponto mais baixo da quilha.

Casaria Toda a estrutura de acomodações, escritórios, cozinha etc.

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É o corpo do navio sem mastreação ou acessórios. Não possui forma geomé-
Casco trica definida, e sua principal característica é ter um plano de simetria (plano
diametral), que se imagina passar pelo eixo da quilha.

Costado Revestimento do casco acima da linha d`água. Parte lateral da embarcação.

Parte do casco compreendida entre a popa e a proa. As palavras determinam


Meia-nau
regiões cujos tamanhos são indefinidos.

Construção feita de madeira, ferro, aço, ou da combinação destes e outros


Navio ou Embarcação
materiais, que flutua e é destinada a transportar pela água pessoas ou coisas.

Obra Morta Parte do casco que fica acima do plano de flutuação e que está sempre emersa.

Parte do casco abaixo do plano de flutuação em plena carga, isto é, a parte


Obras Vivas ou Carena
que fica total ou quase totalmente imersa.

Ponte ou Passadiço Centro de comando da navegação.

Popa É a extremidade posterior do navio (trás).

É a extremidade anterior do navio (frente). Tem a forma mais adequada para


Proa
facilmente diminuir a resistência durante a navegação.

Construção feita sobre o convés principal, estendendo-se ou não de um a ou-


Superestrutura
tro bordo e cuja cobertura é, em geral, ainda um convés.

Thruster Sistema de propulsão por hélice, podendo ser azimutal, retrátil ou bow.

2.1.2. Movimentos do Navio


Os navios reagem com diversos movimentos, devido ao resultado da ação das condições meteoceanográfi-
cas. Esses movimentos recebem nomes específicos que são:

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Para a operação, os movimentos mais significativos são Pitch, Roll e Heave.

O movimento Pitch é caracterizado com a subida e descida da proa quando o navio está aproado perpendi-
cularmente à formação da onda e no sentido contrário de movimento dela.

O movimento Roll é caracterizado como o balanço lateral do navio quando está aproado paralelamente à
formação da onda.

Já o Heave, é o movimento de subida e descida do centro de gravidade do navio.

A correnteza de superfície é outro fator de estabilidade do navio. Essas correntes são provocadas pela ação
dos ventos e ondas, podendo atingir grande velocidade durante ou após um período de tempo ruim. A melhor
condição do navio é ficar aproado contra o vento e na situação de Pitch predominante. O Roll é bastante
indesejável para o navio, mas há casos em que as condições são inevitáveis.

ATENÇÃO!

Se você está embarcando pela primeira vez, vai sofrer um pou-


quinho de enjoo, mas isso é normal e logo se acostumará!

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2.1.3. Características e Facilidades
As características listadas abaixo se referem às embarcações com capacidade de carga de 550t, que são:
Sapura Diamante, Sapura Topázio, Sapura Ônix, Sapura Jade e Sapura Rubi.

Comprimento Total 146 m


Comprimento entre Perpendiculares 135.22 m
Boca Moldada 29.94 m
Pontal 13 m
Calado de Verão 8.30 m
Calado Máximo 8.50 m
Calado Aéreo com Torre de Lançamento Recolhida 48 m
Arqueação Bruta 17073 T
Resistência do Convés 10t/m²
Acomodações 120 pessoas
Consumo de Combustível em Trânsito 41.5 m³/dia
Consumo de Combustível em Operação DP 20 m³/dia
Porto de Registro Cidade do Panamá
Bandeira Panamá

1 guindaste 250t AHC (compensação de arfagem) NOV com lança articulada e 3000m de cabo de aço;
1 guindaste auxiliary 30t TTS com 350m cabo de aço;
1 guindaste 20t Heila no topo da torre.

Observação: Todos os guindastes são preparados para içamento de pessoas.

3 propulsores azimutais, 2950 kW cada;


2 propulsores azimutais retráteis, 2400 kW cada;
2 propulsores laterais, 2200 kW cada;
6 geradores diesel, 3960 kW cada.

Sistema de Lançamento

Armazenamento – 2 carrosséis com 2500t e 1500t de capacidade;


Torre vertical montada com 2 tensionadores 275t, capaz de instalar linha flexíveis de 50 a 630mm.
Tensão de 550t;
2 guinchos A&R (abandono e recolhimento), 600t e 200t com 3000m de cabo de aço;
Moonpool 7.5x10m, que permite a passagem em linha de equipamentos, PLEMs, PLETs etc.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Sistemas de ROV

A embarcação é montada com 2 ROVs 150HP work-class Typhoon, com alcance de 3000m.

Helideck

Montado para a capacidade de 22m e 12.8t, opera aeronaves Sikorsky S92 e Super Puma.

Capacidade dos Tanques

Tanques Capacidade
Água de Lastro 5100 m³
Óleo Marítimo 1650 m³
Controle de Adernamento 1000 m³
Água Potável 1020 m³
Água Industrial 620 m³

Notação de Classe: Lloyd`s Register +100A1, UD Strengthened, Helicopter Landing Area, EP, +LMC, UMS,
ICC, DP(AA), CAC(3), NAV-1/IBS, *IWS.

O Sapura Esmeralda apresenta dimensões diferentes, conforme listado abaixo:

Comprimento Total 133,8 m


Comprimento entre Perpendiculares 121,15 m
Boca Moldada 24 m
Pontal 10 m
Calado de Verão 6,75 m
Calado Máximo 6,75 m
Calado Aéreo com Torre de Lançamento Recolhida 41 m
Arqueação Bruta 17073 T
Resistência do Convés 10t/m²
Acomodações 100 pessoas
Consumo de Combustível em Trânsito 41.5 m³/dia
Consumo de Combustível em Operação DP 30 m³/dia
Porto de Registro Rio de Janeiro
Bandeira Brasil

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1 guindaste 50t AHC (compensação de arfagem) NOV com lança articulada e 2500m de cabo de aço;
1 guindaste auxiliary 15t TTS com 350m cabo de aço;
1 guindaste 20t Heila no topo da torre.

Observação: Todos os guindastes são preparados para içamento de pessoas.

3 propulsores azimutais, 2950 kW cada;


1 propulsor azimutal retrátil, 2400 kW cada;
2 propulsores laterais, 1500 kW cada;
2 geradores diesel, 3690 kW cada;
2 geradores diesel, 3230 kW cada.

Sistema de Lançamento

Armazenamento – 2 carrosséis com 2000t e 500t de capacidade;


Torre vertical montada com 1 tensionador 300t, capaz de instalar linhas flexíveis de 50 a 630mm. Ten-
são de 300t;
2 guinchos A&R (abandono e recolhimento), 300t e 100t com 3000m cabo de aço;
Moonpool 7.5x10m, que permite a passagem em linha de equipamentos, PLEMs, PLETs etc.

Sistemas de ROV

A embarcação é montada com 2 ROVs 150HP work-class Typhoon, com alcance de 3000m.

Helideck

Montado para a capacidade de 22m e 12.8t, opera com aeronaves Sikorsky S92 e Super Puma.

Capacidade dos Tanques

Tanques Capacidade
Água de Lastro 3750 m³
Óleo Marítimo 1200 m³
Controle de Adernamento 410 m³
Água Potável 630 m³
Água Industrial 1300 m³

Notação de Classe: Lloyd`s Register +100A1, UD Strengthened, Helicopter Landing Area, EP, +LMC, UMS,
ICC, DP(AA), CAC(3), NAV-1/IBS, *IWS.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

2.1.4. Layout da Embarcação e Sistema de Lançamento


Conforme vimos anteriormente, cinco das seis embarcações da Sapura possuem o mesmo layout. Ainda que
o Sapura Esmeralda tenha uma configuração diferente, podemos aproveitar o detalhamento feito nesse tópi-
co como uma introdução ao sistema de lançamento vertical.

Podemos dividir as embarcações em três áreas principais, que são o casario, o convés de trabalho e a torre
de lançamento. A seguir, será feita uma abordagem rápida sobre as principais áreas e equipamentos.

Helideck – Deck 11

A chegada da aeronave ao navio é programada e exige uma atenção especial por parte da tripulação, uma
vez que alguns cuidados devem ser tomados durante sua aproximação, afastamento e enquanto ela se en-
contra pousada. Um exemplo que está diretamente ligado às manobras de lançamento são as operações
com guindastes. Durante a aproximação e afastamento da aeronave, é proibida a movimentação da lança.

A aeronave realiza o pouso no helideck, região segura e com infraestrutura para recebimento de helicópte-
ros, conforme pode ser observado nas imagens abaixo. A tripulação que chega ao navio é recepcionada por
uma equipe de prontidão, devidamente treinada para orientar os novos tripulantes e, caso necessário, auxiliar
e combater qualquer evento indesejado.

Equipes no momento do desembarque no helideck

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Recepção – Deck 10

Após embarque da tripulação no navio, a equipe é recepcionada pelo enfermeiro responsável a bordo. Ele
solicitará, junto ao técnico de segurança, o preenchimento de uma ficha de cadastro pessoal, uma lista de
presença do briefing e informará sua chave e a cabine que irá ocupar. Além disso, deve preencher algumas
orientações tais como status de operação, incidentes e acidentes, caso tenham ocorrido, e algumas normas,
orientações comportamentais e esclarecimento de dúvidas.

Equipes no momento da recepção

Acomodações – Deck 4 ao Deck 8

Realizada a orientação e informada a situação operacional do navio por parte do técnico de segurança e
enfermeiro, a tripulação será orientada até suas respectivas cabines, onde poderá acomodar suas bagagens
e continuar a ambientação do navio pelo passadiço, identificando, assim, o refeitório, lavanderia, cabines de
acomodações, área de lazer e demais salas para, posteriormente, receber seu EPI completo e iniciar o reco-
nhecimento das áreas operacionais.

Acomodações: sala de TV, academia, refeitório e camarote

Convés de Trabalho – Deck 4

É no convés de trabalho onde estão localizados vários dos equipamentos do sistema de lançamento, onde
são estocados os materiais e acessórios utilizados nos projetos e onde são localizadas as oficinas de trabalho.
É essencial a familiarização com a disposição dos equipamentos e a nomenclatura de algumas áreas.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Guindaste Auxiliar (Guindaste de Popa) – Deck 4

Com a capacidade de carga de até 30t, tem como principal finalidade auxiliar nas manobras de inboarding
e overboarding das extremidades dos flexíveis e acessórios durante o carregamento, assim como a movi-
mentação de carga no navio.

Guindaste auxiliar de popa (guindaste TTS)

Guindaste Principal – Deck 4

Com a capacidade de carga de até 250t e compensador de heave, é utilizado na movimentação de cargas,
entre unidades dentro do navio e em manobras de fundo, como instalação de equipamentos.

Guindaste principal (guindaste NOV)

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Tensionadores de Carregamento – Deck 4

Utilizados no carregamento e descarregamento de flexíveis nas bases onshore, esses equipamentos com
capacidade de 30t servem para puxar a linha para dentro do navio até os carrosséis. É necessário um moni-
toramento visual constante do equipamento em operação para evitar qualquer dano ao flexível.

Tensionadores de carregamento

Hatches de Carregamento e Lançamento – Deck 4

Hatches são as aberturas no convés que dão acesso ao deck inferior. No convés principal, existem quatro
hatches: dois são usados para acessar os carrosséis durante o carregamento e os outros dois dão acesso aos
carrosséis durante o lançamento.

Hatches de carregamento e lançamento

Os hatches de carregamento só podem permanecer abertos durante as operações de carregamento do navio


em bases onshore. Existem, também, restrições para as manobras de abertura e fechamento dos hatches de
lançamento relacionadas às condições de mar.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Guinchos – Deck 4

Guinchos Auxiliares: Com capacidades de carga de 20t, 10t e 5t, são utilizados em manobras variadas no
convés, torre e mesa de trabalho.

Guinchos auxiliares 10t e 20t

Guinchos de Spooling (Guinchos de Carregamento): Com capacidade de carga de 30t, são usados para
trazer as extremidades dos flexíveis da popa até a entrada dos carrosséis.

Guinchos de carregamento

Guincho de Iniciação: Com capacidade de carga de 40t, é utilizado nas manobras de passagem das extre-
midades pela torre até o Roller Coaster.

Guincho de iniciação

Mesa de Trabalho e Moonpool – Deck 4

Localizada a meia-nau do navio, bem abaixo da torre de lançamento, a mesa de trabalho é o último estágio
por onde o flexível passa antes de ir para a água. Na mesa de trabalho, são realizadas as conexões dos flexí-
veis e a instalação de acessórios e equipamentos.

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Mesa de trabalho

Abaixo da mesa localiza-se o moonpool, abertura no casco do navio por onde o flexível passa até chegar ao
leito marinho.

Mesa de trabalho aberta para overboarding pelo moonpool

Roller Coaster – Deck 4

Localizado a boreste do moonpool, o Roller Coaster (Montanha Russa, em português) é o equipamento que
permite a deflexão da linha do sentido horizontal após a saída do carrossel para o sentido vertical, subida
da linha para passagem pela torre. Compreende uma rampa com dois conjuntos de roletes que funcionam
independentes, podendo estar abertos ou fechados.

Roller Coaster

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Tensionador de Pneus (Ferrari) – Deck 4

O tensionador de pneus está localizado na saída do carrossel de vante e tem a função de manter o flexível
sempre tensionado na região que compreende a saída do carrossel e a subida da torre.

Tensionador de pneus

ROVs de Bombordo e Boreste – Deck 4

Os navios da Sapura estão equipados com duas unidades de ROV (Remotely Operated Vehicle), localiza-
dos na região de bombordo e boreste no deck 4 da embarcação. Dentre as principais funções, o ROV está
equipado para realizar operações, tais como: inspeção de rotas de lançamento e equipamentos submarinos,
manipulação de ferramentas para realização de cortes, torqueamento, jateamento para limpeza, injeção hi-
dráulica, acompanhamento de operações de lançamento, entre outros.

ROV boreste

Deck Inferior – Deck 3

É no deck inferior que estão localizadas as cestas de armazenamento dos flexíveis, chamadas carrosséis, o
almoxarifado principal e outros equipamentos.

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Carrosséis e Spooling – Deck 3

Nos PLSVs da Sapura as linhas são armazenadas em cestas, também chamadas carrosséis. Cada embarca-
ção possui duas cestas localizadas no deck abaixo do convés principal: uma mais a ré e outra a meia-nau.

Carrossel de vante e carrossel de ré

O sistema de arrumação das linhas flexíveis e umbilicais nos carrosséis é chamado de spooling, que é feito
através de um braço hidráulico com vários eixos de movimentação. A arrumação adequada das linhas no
carrossel é importante para garantir a total capacidade de armazenamento e eximir qualquer dano causado
por acessórios ou pelo próprio braço do spooling.

40
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Spooling utilizado para a arrumação do flexível e manuseio de extremidades

As extremidades podem ser posicionadas no fundo do carrossel ou penduradas em cabides na lateral.

Extremidades acomodadas no fundo ou penduradas

Almoxarifado – Deck 3

Localizado no deck inferior na popa, o almoxarifado é responsável pelo estoque de materiais e ferramentas
utilizadas no navio. Dos mais variados materiais, podemos listar ferramentas, materiais de escritório, parafu-
sos, componentes de motores, cabos etc.

Almoxarifado principal

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Guinchos de Estoque 600t e 200t – Deck 3

Também localizados no deck inferior, estão os guinchos de estoque, onde são armazenados os cabos dos
guinchos de abandono e recolhimento (guinchos A&R). Após a saída do tambor, os guinchos passam por um
sistema de polias e vão em direção à torre de lançamento.

Guinchos de estoque 200t e 600t

Torre de Lançamento

No sistema de lançamento vertical, a torre é utilizada para operações de recolhimento/lançamento de flexí-


veis em alto mar. Nela, estão localizados os tensionadores do sistema de lançamento.

Seu ângulo de trabalho na vertical e a sua localização próxima ao centro de gravidade do navio possibilitam o
manuseio de linhas com cargas elevadas e diminuem a influência dos movimentos pitch e roll da embarcação.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

É possível incliná-la até 10º para vante, permitindo o içamento de dutos rígidos e/ou para elevar a estabilidade
do navio durante a tormenta.

Torre de lançamento na posição vertical e inclinada a 10°

A parte superior da torre é rebatida para permitir a passagem pelo canal em Vitória, onde fica a base do
cliente.

Torre com o topo na vertical e rebatido para entrada no canal de Vitória

A elevada altura da estrutura e o trabalho com equipamentos suspensos exige total atenção dos emprega-
dos, além de preparo desde a movimentação nos degraus até as manobras mais complexas.

Tensionadores da Torre

São dois tensionadores (inferior e superior) instalados na torre de lançamento. Dedicados ao lançamento ou
recolhimento de flexíveis nas cestas em operações com linhas em alto mar, suas cargas podem alcançar até
550t se somadas. As extremidades dos flexíveis são guiadas por guinchos auxiliares ou guindastes até os
tensionadores.

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Cada tensionador possui 4 tracks de sapatas. As dimensões das sapatas e o ajuste de pressão de clamp
variam de acordo com a estrutura do flexível e com a carga da catenária. Na tabela abaixo, temos as infor-
mações sobre os tensionadores da torre utilizados nos PLSVs da Sapura.

Particular Valor
Locação Montados na Torre de Lançamento
Número de Tensionadores 2
Tracks/Tensionador 4
Carga Máxima Suportada (2-track mode) 138t
300t (fator de atrito 0.074)
Carga Máxima Suportada (4-track mode)
275t (fator de atrito 0.07)
Fator de Amplificação Dinâmica 1.2
Velocidade de Lançamento (carga máxima) 720 m/hora
Velocidade de Lançamento (carga média) 1200 m/hora
Velocidade de Recolhimento (carga máxima) 550 m/hora
Velocidade de Recolhimento (carga média) 950 m/hora
Força de Clamp Máxima 150 t/m/track
Força de Clamp Mínima 10 t/m/track
Range de Diâmetros (2-track mode) 50 – 300 mm
Range de Diâmetros (4-track mode) 100 - 630 mm
Abertura Máxima 2050 mm (tracks abertos e porta fechada)
Comprimento de Contato 7.25 m

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Guinchos de Tração 200t e 600t

O sistema dos guinchos de abandono e recolhimento é composto pelos guinchos de estoque, os cabos dos
guinchos, polias defletoras e seus respectivos guinchos de tração.

Localizados a vante da perna de bombordo da torre, temos dois guinchos de tração que, por atrito, tensionam
os cabos dos guinchos de abandono e recolhimento.

Guinchos de tração 200t e 600t

Aligner Wheel

Localizada no topo da torre, a Aligner Whell é uma calha de roletes onde o flexível é defletido para então
entrar nos tensionadores. A aligner pode ser movimentada para vante ou ré, de acordo com a manobra a ser
realizada e/ou com o diâmetro do flexível que está sendo lançado.

Aligner Whell na posição vertical

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Durante a entrada no canal de Vitória, a aligner é rebatida para reduzir o calado aéreo do navio e possibilitar
a passagem pela ponte e cabos de energia.

Aligner Whell rebatida para passagem pelo canal

A&R Post

Localizado também no topo da torre, o A&R Post (poste dos guinchos de abandono e recolhimento) é o equi-
pamento em que os guinchos A&R 200t e 600t são defletidos para a fire line – linha imaginária em que estão
alinhados os tensionadores, moonpool, mesa de trabalho e guinchos A&R). No topo do A&R Post, temos as
polias defletoras e o socket catcher, equipamentos em que são acomodados os soquetes dos guinchos A&R,
respectivos a cada guincho.

Polias defletoras e Socket Catcher

O A&R Post tem possibilidade de movimentos no sentido rotacional, sendo capaz de selecionar qual guincho
A&R utilizado na operação e no tombamento para permitir a passagem do navio pelo canal de Vitória.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

A&R Post rebatido na posição de menor calado aéreo

Guindaste da Torre

Localizado no topo da torre e com a capacidade de até 20t, sua principal finalidade é auxiliar na passagem
das extremidades dos flexíveis pela torre.

Guindaste de topo guardado e realizando passagem da extremidade pela aligner whell.

2.2. Hierarquia e Divisão de Funções


A hierarquia nas embarcações se divide em duas áreas: Marítima e Operações. A Área Marítima se constitui
de profissionais de apoio marítimo, oriundos da Marinha Mercante. O Capitão é o responsável máximo pela
embarcação no que se refere à Área Marítima na embarcação.

O Comandante é o representante da administração a bordo. Ele tem a autoridade de agir conforme julgar
necessário, numa situação de emergência envolvendo a segurança da tripulação, da embarcação e da carga
e na prevenção de poluição, bem como liberar o início e a parada de uma operação, definir o bordo do navio
e a sequência das operações sem aprovação prévia de outra pessoa. Essa autoridade permite que o Co-
mandante tome decisões críticas em relação aos procedimentos que sejam necessários para salvar o navio,
em situações onde o pessoal locado em terra não pode ser contatado ou em circunstâncias imediatas que
impeçam todas as alternativas.

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Há um Gerente de Operações Onshore, responsável por toda essa área da embarcação em terra.

48
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Já a área de Operações, é responsável pelas manobras e operações relacionadas ao lançamento de li-


nhas, atividade-fim do PLSV. Nessa área, o responsável máximo pelas operações na embarcação é o OIM –
Offshore Installation Manager. Em terra, também há um Gerente de Operações responsável pela área.

Sapura – Tripulação Offshore - Operações

Operador de Operador de
Lançamento Lançamento
12x Trainee
14x

Supervisor de
Supervisor de Operações
Lançamento Trainee
4x 4x

Técnico de
Segurança do Radio Coordenador de Supervisor de
Trabalho Operador Lançamento Operações Enfermeiro Almoxarife
4x 4x 2x 2x 2x 4x

Gerente de Instalação
Offshore
2x Onshore

Rotação Brasileiros = 14 x 14 dias

Gerente de Rotação Brasileiros = 21 x 21 dias


Operações de
Embarcação Total = 54

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A área de ROV responde ao Coordenador de ROV Onshore, responsável em terra pela área na embarcação.

Sapura – Tripulação Offshore - ROV

Piloto de ROV Piloto


Trainee de ROV
8x 8x

Supervisor
de ROV
4x

Coordenador
de ROV Onshore
2x
Rotação de brasileiros = 14 x 14 days

Coordenadores
de ROV - Onshore Total = 22

Além dessas áreas, cada embarcação conta com uma área de Hotelaria (Catering), responsabilidade de uma
empresa subcontratada da SNM, que realiza todo o serviço de limpeza da casaria, camarotes e áreas de
convivência, assim como o preparo das refeições e fornecimento do rancho.

ATENÇÃO!

Não é escopo de trabalho da Hotelaria a limpeza e organização


das áreas externas à casaria, como convés, escritórios e oficinas
na parte externa.

As funções na Hotelaria, usualmente, dividem-se em:

Comissário: É o responsável por definir o cardápio, coordenar a equipe, fazer levantamento do es-
toque, realizar pedido de rancho, entre outras funções. É o contato legal do OIM com a empresa de
Hotelaria no navio. Geralmente, é um nutricionista.
Taifeiro: É quem promove a arrumação, limpeza e higienização dos enxovais, camarotes e áreas comuns.
Cozinheiro: Responsável pela preparação das refeições e lanches.
Padeiro: Responsável por toda a preparação da parte de padaria, como bolos, pães e biscoitos.

50
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Constantemente, outras empresas trabalham em conjunto nas operações. São empresas subcontratadas da
Petrobras que prestam serviços de suporte. São divididas em áreas de:

Meio Ambiente: Empresas que ministram cursos voltados à preservação do meio ambiente como o
PEAT (Projeto de Educação Ambiental dos Trabalhadores).
Saúde e Segurança do Trabalho: Empresas de auditoria que visam o controle das condições de
trabalho e comportamentais.
Equipamentos Submarinos: Empresas fabricantes de equipamentos submarinos, como Aker Solu-
tions, OneSubsea, FMC Technologies, entre outras, que embarcam para trabalhar nos equipamentos
do cliente e manter a garantia junto à Petrobras.
Linhas Flexíveis e Umbilicais: Empresas fabricantes de linhas flexíveis e umbilicais que prestam
serviços de reparo e manutenção.

2.3. Operador de Lançamento


Neste tópico, vamos conhecer as áreas de atuação e principais responsabilidades do Operador de Lança-
mento, além de informar os EPIs específicos deste cargo.

As áreas de atuação e atividades do Operador de Lançamento são:

Operar os equipamentos do sistema de lançamento;


Auxiliar na execução dos testes hidrostáticos, pneumáticos e de continuidade elétrica;
Auxiliar na manutenção dos equipamentos;
Auxiliar no controle de estoque de materiais;
Zelar pela segurança, limpeza e organização do convés;
Realizar inspeção e manutenção dos massames utilizados;
Auxiliar nas manobras de atracação/desatracação do navio;
Auxiliar nas manobras de movimentação de carga.

51
Na imagem abaixo, vemos os EPIs específicos utilizados pelo Operador de Lançamento, além dos equipa-
mentos para trabalho em altura. Cada um deles é imprescindível para a sua segurança.

52
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

OPERANDO E APRENDENDO

Abaixo, você encontrará algumas afirmativas sobre o conteúdo que vimos neste
módulo. Você deve assinalar C para as afirmativas que considera corretas e E para
aquelas que considera erradas. Nas alternativas erradas, informe o erro e corrija-o.

1 – Os FPSOs são as embarcações utilizadas pela Sapura no Lançamento de Linhas.


( )C ( )E

2 – O Heave é o movimento de subida e descida do centro de gravidade do navio.


( )C ( )E

3 – O guindaste principal serve para puxar a linha para dentro do navio até os carrosséis.
( )C ( )E

4 – O sistema de arrumação das linhas flexíveis e umbilicais nos carrosséis é chamado de moonpool.
( )C ( )E

5 – Dentre as atividades realizadas pelo Operador de Lançamento estão: auxiliar no controle de esto-
que de materiais e auxiliar na manutenção dos equipamentos.
( )C ( )E

TURBINANDO O CONHECIMENTO
Este módulo abordou as principais características e a nomenclatura básica de
um PLSV. Distinguimos os principais equipamentos utilizados no sistema de lan-
çamento e conhecemos a hierarquia e a divisão de funções que ocorre com as
empresas subcontratadas. Abordamos as principais responsabilidades do Opera-
dor de Lançamento e conhecemos, também, quais os EPIs específicos devem ser
utilizados pelos empregados.

No próximo módulo, teremos uma visão das características das linhas flexíveis e
umbilicais. Vamos conhecer os acessórios, equipamentos submarinos, ferramentas
de trabalho e testes e unidades de medida, que serão importantes para o trabalho
do Operador de Lançamento.

53
03 LINHAS FLEXÍVEIS E
UMBILICAIS
Neste módulo, vamos conhecer e distinguir as características e tipos de linhas
flexíveis e umbilicais. Vamos conhecer, também, os principais acessórios utilizados
no lançamento de linhas, MCVs e outros equipamentos submarinos.

Iremos diferenciar os equipamentos submarinos, identificar suas ferramentas de


trabalho e conhecer os testes e unidades de medida para que você seja capaz de
auxiliar os técnicos durante a preparação dos testes e, também, nas manutenções.
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

3.1. Linhas Flexíveis e Umbilicais


3.1.1. Principais Tipos de Linhas Flexíveis
Linha Flexível

Duto composto por um conjunto de camadas de diferentes


materiais e com funções distintas, que, juntas, conferem re-
sistência e flexibilidade. Suas principais características são
a rapidez na instalação, o fácil armazenamento e a possibili-
dade de reaproveitamento.

Sua estrutura é variável de acordo com a aplicação e os


principais materiais utilizados na sua fabricação são aço,
polímeros, fibras sintéticas e materiais esponjosos.

Linha com Camadas Não Aderentes - Unbon-


ded Pipe

A construção consiste em camadas poliméricas e metálicas


separadas entre si, permitindo movimentos relativos entre
essas camadas.

Linha com Camadas Aderentes - Bonded Pipe

Construção na qual o reforço metálico é integrado e colado num pro-


cesso de vulcanização com materiais elastoméricos (borracha). Material
têxtil também pode ser adicionado à estrutura.

Riser Flexível

Estrutura projetada para suportar tensões dinâmicas constantes de uma linha


suspensa em catenária. Suporta cargas cíclicas de tensão, torção e dobramento.

55
Flowline

Estrutura projetada para trabalhar apoiada no leito marinho, podendo estar in-
teiramente ou parcialmente enterrada. Normalmente, não é exposta a cargas de
tensão, torção e dobramento, a não ser durante a etapa de instalação.

Smooth Bore

Flexível onde a barreira de pressão é a camada mais interna. Estrutura


adotada em poços injetores de água e aquedutos.

Rough Bore

Flexível onde a carcaça é a camada mais interna. Estrutura


adotada em poços produtores de óleo, injetores de gás, ole-
odutos e gasodutos.

3.1.2. Principais Camadas de um Flexível Típico


Na imagem abaixo, vemos as principais camadas que compõem um flexível típico. Vejamos a seguir, as de-
finições de cada uma delas.

56
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Fatores para
Camada Função Materiais
escolha
Condições de corrosão,
Resistir ao colapso
como pressão e
hidrostático e às Aço inoxidável (304,
Carcaça – Flexbody temperatura, teor de
compressões mecânicas 304L, 316L).
CO2, teor de H2S,
radiais.
presença de água.
Condições de corrosão,
Assegurar a estanqueidade
como pressão e tempe-
Camada de interna. Aplicada por Polietileno, Crossflex®,
ratura, teor de CO2, teor
Pressão extrusão do polímero sobre Rilsan®.
de H2S, presença de
a carcaça.
água.
Resistir à pressão interna, Condições de corrosão,
Armadura de ao colapso hidrostático como pressão e
Pressão – Zeta ou (smooth bore) e às Aço (vários graus). temperatura, teor de
Teta compressões CO2, teor de H2S,
mecânicas radiais. presença de água.
Aço carbono ou liga
Condições de corrosão,
(vários graus);
como pressão e
Armaduras de Resistir à tração axial e Duas camadas
temperatura, teor de
Tração pressão interna. helicoidais, sendo uma
CO2, teor de H2S,
em cada direção de
presença de água.
“torção”.

Assegurar a estanqueidade
e proteger as camadas Polietileno, Rilsan® Aplicação, seja ela
Capa Externa
internas dos fatores (poliamida). dinâmica ou estática.
externos (corrosão etc.).

Aplicada para evitar o


Camada desgaste entre as camadas
- -
Antidesgaste metálicas em estruturas
para aplicação dinâmica.

Fitas aplicadas acima das


Podem ser feitas de
armaduras para prevenir
Flextape kevlar, poliéster, -
a formação de “gaiolas de
polipropileno.
passarinho”.

Camadas aplicadas para


minimizar a perda de calor
para o ambiente de águas
Isolamento Térmico geladas do fundo do - -
oceano, evitar a formação
de parafinas e hidratos,
favorecer o escoamento.

57
3.1.3. Umbilicais
Umbilical de Controle

Projetados para atuar em válvulas hidráulicas, transmitir e rece-


ber sinais elétricos, injetar produtos químicos etc. Suas princi-
pais características são flexibilidade, rapidez na instalação, fácil
armazenamento e a possibilidade de reaproveitamento. Sua es-
trutura é variável de acordo com a aplicação e é normalmente
composta por mangueiras termoplásticas, cabos elétricos e fi-
bras óticas.

Existem diversas combinações de funções e estruturas. Os um-


bilicais mais comumente encontrados são: Umbilical Eletro Hi-
dráulico (UEH), Umbilical Elétrico Ótico (UEO), Umbilical Hidráu-
lico (UH), Cabo Elétrico de Potência (CEP) e Cabo de Fibra Ótica.
A configuração do umbilical pode ser desenvolvida de acordo
com a necessidade do cliente.

Umbilical Eletro Hidráulico – UEH

A estrutura de umbilical mais utilizada pela Petrobras é a 9+3+CE, composta por 9 mangueiras termoplásti-
cas Ø3/8” + 3 mangueiras tipo HCR (High Collapse Resistence) ؽ”+ Cabo Elétrico.

Mangueiras Termoplásticas: Compostas por 3 partes – um liner polimérico, reforçadores de tecido


trançado e capa externa plástica. Atuam nos comandos hidráulicos das válvulas.
Mangueiras HCR: Possuem uma carcaça metálica em aço inox que atuam na injeção de produtos
químicos como etanol, MEG (mono etileno glicol) etc.
Cabo Elétrico: Podem transmitir potência ou sinais de controle. Em geral, possuem armadura singela
ou dupla.

58
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Cabo Elétrico de Potência – CEP

Utilizado para energizar equipamentos submarinos.

Cabo de Fibra Ótica

Utilizado para transmissão de dados de sensores instalados em equipamentos ou


em cabos de dados sísmicos.

Terminais Hidráulicos

Utilizados para realizar a conexão entre mangueiras e os equipamentos onde serão


instaladas. São fabricados com roscas macho e fêmea, principalmente do tipo NPT
e JIC. São desenhados para prensado permanente e suportam pressões de trabalho
muito elevadas.

59
Terminais de Cabos Elétricos

Terminações de cabos elétricos podem ser conectores


macho, fêmea, crossover etc. É extremamente importante
identificar o tipo de conector durante o carregamento do
umbilical, a fim de evitar que uma conexão tenha extremi-
dades de mesma polaridade.

3.2. Acessórios
Neste tópico, vamos abordar os principais acessórios utilizados no lançamento de linhas, MCVs e outros
equipamentos submarinos.

Conector Flange

Permite a ligação entre duas linhas, bem como a ligação da linha com outro equipamento. Cada camada da
estrutura da linha é ancorada individualmente dentro do conector. Existem conectores com diversos diâme-
tros internos e de flanges, porém as dimensões dos flanges e furações são padronizadas.

Características do conector flange:

Conectores modernos vêm com furos para a realização de testes de estanqueidade com N2 e entra-
das para a instalação de válvulas de dreno de gás.
Testes de nitrogênio são realizados para verificar a estanqueidade da conexão entre os flanges.
Válvulas de dreno de gás permitem a eliminação dos gases confinados no anular da linha flexível.
Gases podem passar através da camada de polímero através do processo de difusão e se instalar
entre as camadas da estrutura.
No projeto, são especificados os tamanhos dos parafusos a serem utilizados, torque, lubrificante etc.

60
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Flanges de Manuseio e Testes

Permitem o fechamento do flexível para o teste de pressurização e servem como olhal para manuseio e lan-
çamento. Existem flanges para diversas faixas de carga, dimensões e classes de pressão. Flanges perfilados
são utilizados para a passagem da linha pelo I-tube.

Conector Graylock

Permite a ligação entre duas linhas, bem como a ligação da linha com outro equipamento. Conexões do tipo
graylock são mais rápidas quando comparadas aos flanges, no entanto, são limitadas pela carga e pressão
de teste.

Armour Pots

Armour Pots são as terminações utilizadas nos umbilicais.


Armour pots com olhais são utilizadas nas terminações
que ficam no leito marinho. Os olhais servem para auxiliar
no manuseio e estaiamento no convés. As sem olhais são
utilizadas nas terminações de topo, que ficarão instaladas
na plataforma.

61
Cabeças de Tração

Utilizadas nas terminações dos umbilicais, permitem o


manuseio no convés e lançamento. Existem cabeças de
tração para diversas faixas de carga e dimensões, que va-
riam, também, de acordo com o comprimento das man-
gueiras e cabos que devem acomodar.

Suporte Cônico, Hangoff e Castelo

Permitem a fixação do flexível (riser) na plataforma. Os 3 principais tipos são: suporte cônico, hangoff e castelo.

Enrijecedores – Bend Stiffener

Minimizam as deformações angulares que sofrem os flexíveis que estão suspensos e/ou nos suportes da plata-
forma. A configuração cônica assegura uma transição gradual das tensões e deformações. Parte polimérica em
poliuretano e interna em aço. Existem 3 tipos: móveis (I-tube), fixos (suporte cônico e castelo) e intermediários.

62
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Restritor de Curvatura (vértebra) – Bend Restrictor

O restritor de curvatura é constituído de várias vértebras que limitam


a curvatura do flexível. Tem a função de limitar a curvatura demasiada
durante a instalação. Existem vértebras de aço e alguns modelos fabri-
cados em polímero.

Colar Batente

Normalmente instalados a 5m do final do enrijecedor, têm a função de


impedir que, em caso de falha mecânica nos dogs da boca de sino,
o enrijecedor escorregue até o leito marinho.

Colar de Ancoragem

Tem a função de absorver a carga de tração da catenária,


de forma a eliminar a tração situada após o trecho flow,
garantindo, também, o posicionamento da linha (TDP)
após o lançamento. Podem ser instalados na conexão RxF
(linha flexível) ou em cota definida (umbilical).

Caixa de Emenda

Utilizada para fazer a conexão entre dois tramos de um-


bilical, permite alojar as pontas das mangueiras, cabos e
conectores, protegendo-os durante o lançamento e man-
tendo a integridade da conexão após a instalação.

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Parafuso, Estojo e Porca - PEP

PEP é o conjunto formado por uma barra roscada e duas porcas. São utilizados no fechamento das cone-
xões, sejam elas flexíveis, equipamentos ou flanges de manuseio. São fabricados em vários materiais, tama-
nhos, diâmetros e tratamentos superficiais.

Anéis de Vedação

São utilizados nas conexões entre flanges de conectores ou destes com flanges de manuseio e teste. O mais
usual na interligação de flexíveis é o BX. Sua numeração varia com o tamanho do flange. (Exemplos: BX-155,
BX-156 etc.) São comumente fabricados em aço inox 625 ou inconel. É muito importante a preservação das
condições do anel para que nenhum dano venha prejudicar a vedação da conexão.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Proteção Antiabrasiva - Uraduct

Proteções antiabrasivas são utilizadas em risers instalados


em regiões com formações de coral. A proteção antia-
brasiva mais comumente utilizada é do tipo uraduct, mas
também pode ser aplicada em uma camada do flexível na
fábrica. Uraduct são calhas instaladas no riser através de
fitas metálicas.

Flutuadores – Lazy Wave

Flutuadores são instalados em risers para a formação da catenária na


configuração lazy wave.

Colar Elevador

Colares elevadores são utilizados na recuperação de li-


nhas no leito marinho que não possuem flange de manu-
seio, como linhas que foram desconectadas e que preci-
sam ser pescadas. Existem vários tamanhos de colares e
capacidades de carga.

FRLL – Ferramenta de Recuperação de Li-


nhas Leves

Colares de fricção são utilizados na recuperação de linhas


leves e umbilicais.

Peso Morto – Cacho de Amarras

São frequentemente utilizados como peso morto. São utilizados nas extremidades iniciais de linhas que se-
rão abandonadas, como formação do “Y” de amarras no colar de ancoragem, extensão de amarra da estaca
torpedo etc.

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3.3. Equipamentos Submarinos
Neste tópico, vamos conhecer e diferenciar os equipamentos submarinos utilizados no lançamento de linhas.

BAP – ANM – TREE CAP (BAP – Base Adaptadora de Produ-


ção; ANM – Árvore de Natal Molhada)

É um conjunto de equipamentos de uso submarino instalados no poço, constitu-


ído por um conjunto de válvulas, linhas de fluxo e um sistema de controle para
efetuar o acionamento de válvulas através do painel localizado na UEP. Houve
uma grande evolução ao longo do tempo em que, no início, as árvores eram ope-
radas por mergulho e instaladas com cabos-guia. Essas características definiam
os códigos das ANMs, como: ANM GL-DO (guide line – diver operated), ANM
GL-DL (guide line – diver less), ANM GLL-CVD (guide line less com conexão ver-
tical direta) etc.

MCV – Módulo de Conexão Vertical

É o equipamento de uso submarino instalado na extremidade dos flexíveis, res-


ponsável pela conexão com o Poço, Manifold ou PLET. No passado, a Petrobras
utilizou muitos MCVs triplos, em que eram conectadas as linhas de produção,
anular e umbilical no mesmo equipamento. Com a evolução dos projetos e au-
mento das cargas, os MCVs utilizados em novos projetos são quase todos singe-
los, com apenas uma linha conectada.

PLET - Pipeline End Termination


Geralmente, é utilizado na conexão de um duto rígido com um riser flexível. É
instalado durante o lançamento do duto rígido e conectado ao flexível, feito por
MCVs.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

PLEM – Pipeline End Manifold


Utilizado na conexão de dutos rígidos, é constituído por válvu-
las. Normalmente, conecta uma linha principal às adjacentes.

ESDV – Emergency Shutdown Valve

Válvula desenvolvida para interromper o fluxo de óleo/gás na


ocasião de um rompimento do riser.

Manifold

Tem como principal função reunir a produção oriunda de vários


poços em um bundle, reduzindo o número de risers conectados
à UEP. Pode, também, conter válvulas de bloqueio, válvulas de
controle de escoamento, funções de injeção, entre outras.

3.4. Ferramentas de Trabalho


Para realizar o trabalho com os flexíveis e seus acessórios, são utilizados diversos tipos de ferramentas como
torquímetro, chaves de impacto, chaves combinadas etc.

3.4.1. Chaves e Unidades de Medidas


Para uma correta utilização, é necessário conhecer as unidades de medidas mais comuns e suas conversões.

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Por exemplo: se a medida do parafuso é em milímetros, utilizar uma chave com medida em polegada não
está correto, pois a pequena diferença poderá causar danos à ferramenta ou ao parafuso.

3.4.2. Chaves Pneumáticas


Chaves ligadas ao sistema de ar comprimido do navio que agilizam o trabalho de parafusar/desparafusar.
São muito utilizadas nas conexões entre flexíveis e na instalação dos acessórios. Existem chaves de menor
potência e chaves de impacto que garantem um maior torque. Utilizam-se soquetes com medidas em milí-
metros ou polegadas.

3.4.3. Chaves Hidráulicas


Chaves ligadas a um sistema hidráulico para minimizar o esforço e agilizar as manobras de aperto de para-
fusos com torques elevados. São utilizadas, geralmente, na etapa final de aperto dos parafusos nas conexões
entre flexíveis. Utilizam-se soquetes com medidas em milímetros ou polegadas.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

3.5. Testes e Unidades de Medida


3.5.1. Teste Pneumático das Conexões
Os conectores de linhas flexíveis mais modernos possuem um orifício para
realização do teste de estanqueidade da conexão, utilizando N2 (Nitrogênio).
O teste com N2 garante a estanqueidade da vedação metal x metal entre os
flanges e o anel de vedação. A pressão de teste irá variar de acordo com a
especificação da linha, projeto e conector.

Atualmente, a pressão de teste é de 5500psi. Com a evolução das estruturas


das linhas flexíveis e aumento da profundidade, as pressões de teste já atin-
giram valores superiores.

3.5.2. Testes Hidrostáticos de Linhas Flexíveis


e Umbilicais
Em algumas ocasiões se faz necessária a realização de testes hidrostáticos
nas linhas flexíveis ou umbilicais. Ocorrem após uma reterminação, após a
realização de um reparo a dano severo, após conexão de umbilicais, falha do
teste de selo do MCV, entre outras.

O teste hidrostático de linhas flexíveis geralmente é realizado com água sal-


gada enquanto o de umbilicais é realizado com fluido hidráulico (HW 625).
As etapas de pressurização, manutenção da pressão e despressurização se-
guem diretrizes elaboradas pelo cliente e variam de acordo com a estrutura
e projeto. Todo teste é controlado pelos técnicos e monitorado por um pro-
grama de computador que registra os dados como pressão e temperatura
ao longo do tempo.

3.6. Tipos de Vedação e Roscas


Sistemas hidráulicos elaborados para a realização de testes hidrostáticos e pneumáticos são complexos e
formados por diversos componentes, como bombas hidráulicas, bombas pneumáticas, diversos tipos de vál-
vulas, mangueiras, tubulações, várias conexões e terminações de mangueiras.

O conhecimento do sistema e dos tipos de conexões é essencial para a correta realização dos testes. Caso
contrário, vazamentos no sistema podem ser gerados e, assim, pode haver uma interpretação errada no
resultado do teste. Todo sistema deve estar dentro do limite de pressão que será aplicada no teste, senão,
acidentes sérios podem ocorrer. Abaixo, veremos uma breve introdução aos tipos de vedação e roscas.

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3.6.1. Tipos de Roscas
São dois os tipos básicos utilizados: roscas polegadas e roscas métricas. Podemos classificá-las da seguinte forma:

3.6.2. Características das Roscas


Diâmetro Real: É usado nas especificações de tubos, de roscas métricas e nas roscas de padrão americano
UNF/UNS. O diâmetro real é a própria medida (em polegadas ou em milímetros), encontrada quando faze-
mos uma medição do diâmetro externo de um tubo ou de uma rosca.

Diâmetro Nominal: É utilizado nas especificações de canos, de roscas de padrão americano NPT, NPTF,
NPSM e de roscas de padrão inglês BSPP e BSPT. Essas roscas também são conhecidas, em linguagem
popular, como roscas de bitola cano.

70
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Passo ou Número de Fios por Polegada: São os elementos fundamentais na identificação de uma rosca.
O passo, aplicado somente nas roscas métricas, é a distância entre um filete e o outro. O número de fios por
polegada, aplicado nas roscas de padrões americano e inglês, pela sua própria descrição, definem-se no
número de filetes contidos em uma polegada de comprimento da rosca.

Nas roscas métricas, o passo é a distância entre um filete e outro.

Nas roscas em polegada, o passo é determinado pelo número de filetes existentes em uma polegada.

Ângulo de Filete: É o ângulo formado entre os flancos opostos de dois filetes da rosca. Nas roscas de pa-
drão inglês BSPP/BSPT, esse ângulo é de 55º. Nas demais, o ângulo é de 60°.

Ângulo de Inclinação dos Filetes: É uma característica única das roscas cônicas. Representa o ângulo de
inclinação do cone no qual os filetes da rosca são projetados. O valor desse ângulo é de 1°47’, tanto para
as roscas NPT/NPTF como na rosca BSPT. Isso equivale a dizer que a diferença entre o diâmetro menor e o
diâmetro maior ao longo de uma polegada de comprimento de rosca é de 1/8” (3,17 mm). Portanto, ao fazer
a identificação do diâmetro de uma rosca cônica, é aconselhável fazer em seu meio.

71
3.6.3. Funções das Roscas
Roscas Paralelas: A única função das roscas paralelas é de fixar a conexão no pórtico. A vedação é reali-
zada através de outros meios, como um o’ring.

Roscas Cônicas: Possuem duas funções, que são a de fixar a conexão e vedação, mesmo com a ajuda de
um selante. Exemplo: Fita PTFE.

3.6.4. Exemplos de Identificação e Especificações das Roscas


Definindo os Tipos de Roscas

As roscas são chamadas de acordo com seu tipo e, usualmente, seguem padrões internacionais.

Exemplo: Roscas BSP – British Standard;


Roscas ISO: Métrica, UNF, NPT etc.

NPT/NPTF - National Pipe Thread (Fine), rosca tipo cano (padrão americano).

Exemplo: 1/4-18 NPTF

1/4 = Tamanho nominal


18 = Passo (filetes por polegada)
NPT ou NPTF: especificamente solicitada.
NPT/NPTF: em que não há a necessidade de escolha específica entre uma e outra.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

UN/UNF – Rosca unificada, rosca paralela, (padrão americano) – (SAE).

Exemplo: 9/16-18 UNF

9/16 = Tamanho nominal


18 = Passo (filetes por polegada)
UN ou UNF: em que não há necessidade de escolha específica entre uma e outra. UNF é usualmente apli-
cada para roscas com passo abaixo de 12 FPP.

BSPT - British Standard Pipe Taper, rosca tipo cano (padrão inglês).

Exemplo: 3/8-19 BSPT

3/8 = Tamanho nominal


19 = Passo (filetes por polegada)
BSPT: rosca tipo cônica. Também pode ser encontrada no formato R3/8.

Métrica Paralela

Exemplo: M22X1.5
M = Métrica
22 = Tamanho da rosca em mm
1.5 = passo (distância entre os filetes em mm)

Conexões J.I.C. 37° - SAE J514 - ISO 8434-2 - J.I.C. - (Joint Industry Conference)

U.N.F. - (Unifided National Fine)


U.N.S. - (Unifided National Standard)

A JIC (Joint Industry Conference) realizou estudos para substituição dos tubos de aço existentes por man-
gueiras de elastômeros, porém, encontrou dificuldades para utilizar os terminais SAE.

A principal característica do terminal JIC é o seu ângulo de vedação de 37°. A rosca é paralela e a vedação
metal-metal acontece com o encontro dos ângulos do macho e da fêmea. O macho e a fêmea possuem sede
cônica de vedação com ângulo de 37°.

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Método de Identificação

Medir o diâmetro externo real da rosca.


O valor encontrado será igual ao diâmetro nominal (terminal macho).
Verificar na tabela o valor correspondente ao diâmetro nominal (terminal fêmea).
Verificar o ângulo de vedação de 37º.
Para confirmar, medir os filetes de rosca.

Tipo Número Diâm. Ext. Macho Diâm. Int. Fêmea


Bitola
Rosca Fios Pol. (mm) Pol. (mm)
2 UNF 5/16 24 5/16 7,93 9/32 7,14
3 UNF 3/8 24 3/8 9,52 11/32 8,73
4 UNF 7/16 20 7/16 11,11 25/64 9,92
5 UNF 1/2 20 1/2 12,70 7/16 11,11
6 UNF 9/16 18 9/16 14,28 1/2 12,70
8 UNF 3/4 16 3/4 19,05 11/16 17,46
10 UNF 7/8 14 7/8 22,22 13/16 20,63
12 UN 1 1/16 12 1 1/16 26,98 31/32 24,60
14 UN 1 3/16 12 1 3/16 30,16 1 3/32 27,78
16 UN 1 5/16 12 1 5/16 33,34 1 7/32 30,95
20 UN 1 6/8 12 1 5/8 41,27 1 17/32 38,89
24 UN 1 7/8 12 1 7/8 47,62 1 25/32 45,25
32 UN 2 1/2 12 2 1/2 63,50 2 13/32 61,12

74
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

OPERANDO E APRENDENDO

Você está estudando o conteúdo deste módulo com outros Operadores de Lança-
mento. Um deles apresentou dúvidas e pediu para você ajudá-lo a entender. Ele
não entendeu muito bem a diferença entre flexíveis e umbilicais e ficou inseguro
quando foi solicitado a auxiliar na realização de um teste hidrostático. Como você
poderia ajudá-lo nisso?

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TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, conhecemos as características e tipos de linhas flexíveis e umbili-


cais, os principais acessórios utilizados no lançamento de linhas, MCVs e outros
equipamentos submarinos. Diferenciamos os equipamentos submarinos e identifi-
camos as ferramentas de trabalho. Conhecemos, também, os testes e unidades de
medida para que você possa auxiliar os técnicos durante a preparação de testes
e manutenções.

No próximo módulo, vamos conhecer os massames mais usados, as amarrações e


os nós mais comumente utilizados, além de cintas e cabos usados para a monta-
gem de lingadas.

75
04 MARINHARIA E MANOBRAS
DE CONVÉS
Neste módulo, serão abordados os massames mais utilizados e sua correta apli-
cação. Serão listados, também, as amarrações e os nós mais usados com a tabela
de resistência, as cintas e os cabos para montagem de lingadas.
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

4.1. Marinharia
4.1.1. Manilha
As manilhas são utilizadas como elo de ligação entre dois pontos que podem ser dois cabos de aço, cabo de
aço e gancho, anéis master link, entre outros acessórios.

Existem diversos tipos de manilhas que variam de acordo com a sua aplicação. A manilha mais utilizada é
com pino e porca, podendo ser dividida em quatro partes: ferradura, cavirão, porca e contra pino (cupilha). A
imagem abaixo mostra um exemplo de manilha:

O formato de ferradura pode variar de acordo com a aplicação. Em destaque,


temos a capacidade de carga da manilha.

As manilhas que apresentarem desgaste na ferradura ou no cavirão, superior a 10% do diâmetro original, ou
se a capacidade de carga não for claramente visível, deverão ser retiradas de serviço e eliminadas. A indica-
ção de sua capacidade de carga é definida em WLL (Working Load Limit), que significa sua capacidade máxi-
ma de utilização. Na imagem acima, é possível ver destacada a indicação de capacidade de carga da manilha.

Dependendo do ângulo da configuração dos cabos, a capacidade da manilha sofre variação.

77
ATENÇÃO!

Deve-se evitar ao máximo a aplicação de cargas lateralmente na


manilha. Conforme vimos na tabela acima, a capacidade de car-
ga da manilha cai pela metade quando a carga é aplicada dessa
forma.

Além disso, nunca se deve soldar a manilha, pois alterações po-


dem ser causadas, assim como o material pode ser fragilizado.

4.1.2. Master Link e Anel Pera


Os anéis master link e os anéis pera são utilizados como elo entre duas manilhas ou ganchos. Assim como as
manilhas, possuem um valor de WLL especificado e fatores de redução da capacidade de carga de acordo
com o ângulo.

4.1.3. Ganchos ou Gatos


Os ganchos, também chamados de gatos, são utilizados na junção de manilhas, manilhas com master link,
entre outros. Trazem mais agilidade às manobras no convés e possibilitam a conexão e desconexão das lin-
gadas pelo ROV.

Dependendo da aplicação, podemos encontrar gatos com e sem farpela, com suporte para manipulador do ROV etc.

78
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

4.1.4. Cintas de Poliéster


As cintas de poliéster são utilizadas na amarração e elevação de cargas. Podem ser utilizadas para manobras
no convés ou para manobras submarinas. Deve-se ter um cuidado especial com sua manutenção, pois agen-
tes físicos e químicos podem causar danos às cintas. Os tipos mais comuns que encontramos são as cintas
tubulares e as cintas com olhais.

A seguir, veja na imagem a interferência da forma como a cinta será utilizada na capacidade de carga suportada:

As cintas são produzidas seguindo o padrão internacional de cores para que


sejam seguras durante a utilização em relação à sua capacidade de carga. A
seguir, confira na tabela as formas de elevação com as capacidades suportadas,
de acordo com esse padrão.

79
4.1.5. Patescas
São utilizadas para desviar ou direcionar cabos de aço ou poli-
propileno.

4.1.6. Correntes
Assim como os cabos de aço e as cintas, as correntes são utiliza-
das para a elevação de cargas.

4.1.7. Triplates ou Biplates


São utilizadas em manobras de transferência de carga. Ocorrem de forma mais suave e sem interferência de
massames adjacentes.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

4.2. Cabos e Laços


4.2.1. Cabos de Aço – Alma do Cabo
A alma do cabo de aço é a parte interna, responsável por dar sus-
tentação às pernas, evitando, assim, o contato forçado de uma perna
contra a outra. A alma do cabo pode ser de fibra ou de aço.

Alma de Fibra

Maior flexibilidade, menores temperaturas de trabalho, menor resis-


tência a amassamento, menor carga de ruptura/trabalho. Exemplos
de almas de fibra: juta, polipropileno, sisal etc.

Alma de Aço

Menor flexibilidade, maiores temperaturas de trabalho, maior resistência a amassamento, maior carga de
ruptura/trabalho.

A imagem abaixo nos mostra a composição da alma dos cabos.

Exemplos:

1 - 6 x 37 + AF => 6 é o número de pernas, 37 é a quantidade de arames e AF significa “alma de fibra”.


2 – 6 x 36 + AA=> 6 é o número de pernas, 36 é a quantidade de arames e AA significa “alma de aço”.

4.2.2. Cabos de Aço – Torção do Cabo


É a configuração do posicionamento dos arames das pernas em relação ao seu eixo central e comprimento,
podendo ser regular ou lang.

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Cabo Regular

Os arames são torcidos para um lado e as pernas para outro. Esse tipo de cabo tem uma tendência menor
a se abrir, quando em carga.

Cabo Lang

Os arames e as pernas vão para o mesmo lado. É utilizado somente quando ambas as extremidades estão
firmemente presas e sem relaxar demais as tensões. É utilizado em trabalhos estáticos, como teleféricos.

4.2.3. Cabos de Aço – Medidas


Passo

É a distância entre dois pontos de um fio ao redor da alma, quando este completa 360°. Cabos com um passo
pequeno têm mais elasticidade do que um cabo com um passo maior.

82
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Diâmetro

O cabo é sempre medido por seu diâmetro, seja em milímetros ou polegadas. A figura mostra a forma correta
de se medir o diâmetro de um cabo.

4.2.4. Cabos de Aço – Enrolamento

83
4.2.5. Cabos de Aço – Manutenção

Os cabos de aço, quando em serviço, devem ser inspecionados perio-


dicamente, a fim de que a sua substituição seja determinada sem que
o seu estado chegue a apresentar o perigo de uma ruptura. Em geral,
Inspeção uma inspeção correta compreende as seguintes observações: número de
arames rompidos, arames gastos por abrasão, corrosão, desequilíbrio do
cabo, maus-tratos e nós.

Deve-se notar o número de arames rompidos em 1 ou em 5 passos do


cabo. Observe se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se es-
Número de arames tão apenas concentradas em uma ou duas pernas. Neste caso, há o perigo
rompidos dessas pernas se romperem antes do cabo. É importante observar, tam-
bém, a localização das rupturas, externas, internas ou no contato entre as
pernas.

Mesmo que os arames não cheguem a se romper, podem atingir um ponto


Arames gastos por
de desgaste tal que diminua consideravelmente o coeficiente de seguran-
abrasão ça do cabo de aço, tornando o seu uso perigoso.

Durante a inspeção, deve-se verificar cuidadosamente se o cabo de aço


não está sofrendo corrosão. É conveniente, também, verificar o diâme-
tro do cabo em toda a sua extensão para investigar qualquer diminui-
Corrosão ção brusca. Essa diminuição pode ser consequência da decomposição da
alma de fibra, mostrando que não há mais lubrificação interna e, conse-
quentemente, poderá existir, também, uma corrosão interna.
Nos cabos com várias camadas de pernas, como nos não rotativos e com
alma de aço, há o perigo da formação de “gaiolas de passarinho” e “hér-
nias”, defeitos estes que podem ser provocados pelos seguintes motivos:
Desequilíbrio do
fixações deficientes dos cabos, que possibilitam o deslizamento de
cabo de aço pernas, permitindo que uma parte fique tensionada e a outra frouxa e
manuseio ou instalação deficiente do cabo, dando lugar a torções ou
distorções.

Deve-se inspecionar todo o comprimento do cabo para verificar a exis-


Maus-tratos e nós tência ou não de nós ou de qualquer anormalidade que possa ocasionar
um desgaste prematuro ou a ruptura do cabo, principalmente às fixações.

Estas são as anormalidades que podem ser encontradas nos cabos de aço:

84
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

4.2.6. Eslingas de Aço


A eslinga, ou estropo, é um cabo de aço com “mãos” nas duas extremidades com vários diâmetros para iça-
mento de cargas, podendo ou não ter sapatilhas. As mãos com sapatilha conferem maior proteção ao cabo
e maior resistência à ruptura.

ATENÇÃO!

Periodicamente, todas as eslingas são inspecionadas e recertifi-


cadas de acordo com as diretrizes da empresa e do cliente.

Confira na tabela abaixo a capacidade de carga de acordo com os laços de cabos de aço:

85
4.2.7. Soquetes
Nas extremidades dos cabos de aço podem ser instalados soquetes, que variam de acordo com a aplicação.
Os mais comuns são: fechado, aberto, pee wee e cunha.

O processo de soquetagem utiliza uma resina chamada WIRELOCK®. Essa resina para soquetagem de cabo
de aço é fabricada pela Millfield Enterprises da Inglaterra. O WIRELOCK® é conhecido mundialmente pela
facilidade de aplicação, pois não requer aquecimento, como no caso dos metais fundidos. Dessa forma, não
altera as características do cabo de aço, permitindo a soquetagem em qualquer local, sem riscos de aciden-
tes por alta temperatura. O processo é rápido e, com apenas uma hora de cura, já pode ser aplicada a carga
plena no soquete.

86
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Recomendações Técnicas

A resina de poliéster WIRELOCK® foi projetada para manter-se na condição de gel em, aproximada-
mente, 15 minutos a 18°C após aberta. O armazenamento deve ser feito em lugar seco, em tempera-
tura entre 10°C e 24°C, longe de qualquer fonte de calor, evitando danos ao produto. Como qualquer
resina de poliéster, o WIRELOCK® é sensível à temperatura. Um acréscimo de 10°C na temperatura
diminui o tempo para formação do gel em aproximadamente 50%. Temperaturas 10°C menores au-
mentam o tempo para formação do gel em aproximadamente 100%.
O WIRELOCK® é fornecido em kits de 250cc, 500cc e 1.000cc. Sob encomenda, pode ser fornecido
em kits de 100cc, 2.000cc e 3.000cc ou maiores para aplicações específicas. 1.000cc (centímetros cú-
bicos) = 1 litro. A densidade específica do WIRELOCK® é de 1.73, portanto 1.000cc é igual a 1.73 kg.
O WIRELOCK® tem 100% de eficiência, quando utilizado com cabo de aço polido ou galvanizado e
cabo de aço inoxidável. Não recomendamos o uso de cabo de aço inoxidável em ambientes offshore
sem um programa regular de inspeções. Na presença de eletrólitos (água do mar, por exemplo), pode
ocorrer troca eletrolítica e desgaste do cabo. Esse fenômeno chama-se corrosão por fissura, e preju-
dica a integridade do cabo na região próxima ao pescoço do soquete. Esse tipo de corrosão também
ocorre quando outro tipo de material é utilizado. Zinco não deve ser utilizado para soquetagem com
cabo de aço inoxidável. De qualquer maneira, a corrosão torna-se visível mais rapidamente quando
utilizada a resina de poliéster. Outros tipos de cabo não apresentam essa corrosão.
O WIRELOCK® tem 20% do peso do zinco.
A resistência do WIRELOCK® não é alterada por baixas temperaturas, quando já em sua forma cura-
da.
Durante a mistura, a temperatura ambiente deve estar entre -3°C e 43°C.
A temperatura de operação do WIRELOCK® vai de 115°C a -54°C. Em altas temperaturas, o WIRE-
LOCK® pode ser utilizado continuamente a 154°C e a 218°C por um período máximo de 3 horas.
Lembramos que o zinco apresenta fissuras a partir de 124°C, quando sua capacidade de carga de
trabalho diminui.
Quando curado, o WIRELOCK® tem uma dureza de aproximadamente 40 a 55 Barcol. Quando a resi-
na estiver completamente assentada, será observada uma cor verde opaca ou mostarda. Além disso,
um risco claro deve ser observado quando algum objeto de ponta for raspado na superfície da resina,
como uma chave de fenda. Em soquetes muito pequenos, é normal que haja uma camada pegajosa
na superfície. Nesse caso, o risco claro deve aparecer embaixo dessa camada.
Pequenas rachaduras podem surgir na superfície do cone. Essas rachaduras não afetam a resistência
da soquetagem, do cabo ou do soquete.
A contração do WIRELOCK®, durante sua cura, causa uma folga entre o cone e o soquete. Isso é
normal, particularmente em soquetes grandes e ambientes com temperatura elevada, e não afeta a
eficiência do conjunto WIRELOCK® - Soquete. Tendo a carga aplicada, o cone de resina assenta-se
perfeitamente no soquete. A contração da resina não ultrapassa 1% ou 2%. Em grandes volumes, é
de aproximadamente 5%.
Um número excessivo de ranhuras internas no soquete pode aumentar a carga necessária para o
assentamento do cone formado pelo WIRELOCK®. Sempre que possível, aplique uma carga de prova
de 60% da carga de trabalho do soquete em questão.
O composto de WIRELOCK® não deve ser utilizado em ambientes que contenham ácido ou soda
cáustica. A resina não é afetada por óleos, gases ou água salgada.
O prazo de validade do kit WIRELOCK® é de 18 meses a partir da data de fabricação.

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Conheça abaixo a fórmula para estimar o volume necessário para soquetes padrão:

Composição/Informação dos Componentes

Descrição do produto: Resina de poliéster “não saturada”, dissolvida em Estireno, contendo baixo nível
de inibidores para prevenção de polimerização prematura. A porção sólida do kit contém menos do que 1%
de Peróxido de Benzoíla e não apresenta risco significativo, a não ser pelo fato de que, em pó, pode provocar
irritação nos olhos e no sistema respiratório.

Ingredientes: Estireno
Frases de Risco: R10, R20, R36/38
Frases de Segurança: S23, S24/25, S26, S36/37/39
Classificação/Símbolo: Nocivo/Xn

Identificação de Riscos

Inflamável. Nocivo quando inalado. Irritação dos olhos e da pele. Este produto pode apresentar riscos ao
meio ambiente.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Medidas de Primeiros Socorros

Inalação: Remover o paciente para um ambiente ventilado, mantendo-o aquecido e em repouso. Se a res-
piração parar ou estiver irregular, faça respiração artificial. O paciente não deve ingerir nenhuma substância
via oral.

Contato com os olhos: Lavar com água fresca e limpa por, pelo menos, 10 minutos, mantendo as pálpebras
abertas.

Contato com a pele: Retirar a roupa contaminada e lavar toda a parte afetada com água e sabão. Não usar
solventes.

4.2.8. Cabos de Fibra


No início da navegação, os cabos eram feitos de fibras naturais, como sisal, linho, algodão etc. Hoje, os cabos
são feitos de fibras sintéticas. Nylon, polipropileno e poliéster são bem mais resistentes, flexíveis e duráveis,
facilitando o trabalho a bordo.

Os cabos podem ser trançados ou torcidos. Os torcidos esticam mais e os trançados são mais maleáveis.
A escolha de um cabo deve considerar a resistência necessária ao tipo de uso, facilidade de manuseio etc.
Para que o cabo não desfie, é necessário dar um acabamento, seja enrolando um cabo fino na ponta, pas-
sando fita plástica ou queimando a extremidade. Os cabos devem ser armazenados à sombra, e é importante
evitar o contato com combustíveis, graxas ou solventes.

Tipos de Cabo

Muito resistente à abrasão, suporta bem a ação do sol e da água salgada. Tem alta
elasticidade e é mais pesado do que a água.
Nylon
Uso: Amarra (cabo de âncora), espias e cabos de reserva para reboque.

Tão resistente quanto o nylon, porém, menos elástico. Cede quando tracionado e
também é mais pesado do que a água.
Poliéster
Uso: Escotas e adriças de navios de cruzeiro. Não é utilizado em barcos a motor.
Menos resistente à tração e à abrasão e menos durável à ação do sol e do sal. É
mais leve do que a água, e é mais barato do que o nylon e do que o poliéster.
Polipropileno
Uso: O mais utilizado a bordo para fazer amarrações, como cabo dos guinchos
auxiliares, instalação de falcaças, flutuadores etc.
Inferior ao polipropileno, não é resistente ao sol. Desfia com facilidade e é escor-
regadio, não oferecendo segurança para a confecção de nós. É mais leve do que a
Polietileno água e tem preço baixo.

Uso: Cabo de boia circular e cabo para puxar esquiador.

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Veja, na tabela abaixo, as principais características e propriedades das fibras utilizadas atualmente.

A carga de ruptura é o ponto de rompimento de um cabo quando submetido a esforço de tração maior do
que sua resistência. Lembre-se de que as tabelas de cargas se referem aos cabos sem nós, pois quando um
cabo tem um nó, sua resistência é automaticamente reduzida.

Já a carga de trabalho, é a carga média ideal a que um cabo se submete quando está em uso. Esse é o pa-
drão correto de escolha de um cabo. A carga de trabalho é encontrada através da carga de ruptura com um
fator de segurança, normalmente 7:1.

Por fim, a elasticidade é a propriedade de alongamento de um cabo. Esse alongamento é o resultado de uma
combinação de elasticidade da fibra e da construção utilizada no cabo.

4.2.9. Nós mais utilizados a bordo


Lais de Guia: Um dos nós mais utilizados, serve para fazer alças de qualquer tamanho ou amarrar um cabo
em qualquer lugar. É fácil de desatar, mesmo tendo sido tensionado.

90
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Volta do Fiel: Muito utilizado na fixação de cabos a uma estrutura, pois não corre lateralmente e suporta
bem a tensão.

Falcaça: Utilizada como acabamento na ponta de cabos para prender dois elementos em paralelo e para
substituir uma braçadeira.

4.2.10. Resistência dos Cabos


Nos diversos trabalhos a bordo, como os nós e voltas, a resistência dos cabos é enfraquecida pelo uso. Ocor-
re porque, ao mudarmos a direção de uma força, ela se enfraquece naturalmente. Como exemplo, podemos
observar que em cabo de guerra a recomendação é que o grupo não mude a direção, mantendo-o em linha
reta. Na tabela abaixo, apresentamos a resistência de alguns nós e voltas.

Tipos de Nós e Voltas Resistência


Cabo úmido Aumenta a resistência para 111%

Cabo seco 100%

Costura de mão, úmida 100%

Costura de mão, seca, em sapatilho Reduz para 95%

Costura redonda Reduz para 85%

Volta de fateixa Reduz para 76%

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Lais de guia Reduz para 60%

Volta de fiel Reduz para 60%

Nós de escota Reduz para 55%

Nó de direito Reduz para 45%

Meia volta Reduz para 45%

Podemos tirar algumas conclusões a partir da tabela acima:

Cabos umedecidos são sempre mais resistentes do que os secos;


Costuras são mais resistentes do que as voltas e os nós;
Os nós são os menos resistentes de todo o trabalho marinheiro.

ATENÇÃO!

Recomenda-se que não sejam utilizados cabos emendados, pois


além do enfraquecimento produzido pela emenda, ainda se so-
mam os desgastes naturais dos cabos.

4.3. Lingadas
As lingadas são utilizadas para içamento de objetos pesados e, normalmente, são feitas de aço, cabos e
correntes.

Lingadas de Movimentação de Carga

92
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Lingadas para Instalação de Equipamentos

Lingada de Pull-in

93
OPERANDO E APRENDENDO

Você está acompanhando a inspeção de um cabo de aço e verifica que uma parte
do cabo apresenta uma redução brusca do seu diâmetro. O que pode causar sua
diminuição? O que deve ser feito neste caso?

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TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, conhecemos os massames mais utilizados e sua correta aplicação.


Conhecemos as amarrações e nós mais utilizados e as cintas e cabos utilizados
para a montagem de lingadas.

Nó próximo módulo, vamos conhecer regras de segurança básica que devem ser
seguidas durante a execução de algumas manobras no convés e os EPIs utilizados
para cada uma das atividades.

94
05 SEGURANÇA BÁSICA
NO CONVÉS
Segurança é um valor essencial para a Sapura e, por isso, é muito importante
adotar medidas de segurança para salvaguardar a vida humana, o meio ambiente
e o patrimônio da empresa.

Neste módulo, vamos conhecer regras básicas de segurança durante a execução


de manobras no convés, além de conhecer o EPI que deve ser utilizado em cada
atividade.
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Vamos relembrar o que diz a Política de QHSE da Sapura?

Qualidade, saúde, segurança e meio ambiente estão incorporados aos valores da Sapura e cons-
tituem um compromisso institucional com a entrega do mais alto nível de qualidade nos serviços de
engenharia e instalação submarina, com a manutenção de uma operação livre de acidentes e com a
busca contínua da minimização do impacto ao meio ambiente.

Agora, vamos conhecer os cuidados necessários durante as manobras no convés.

5.1. Movimentação de Carga


É muito importante ter atenção durante a sua movimentação no navio. Várias manobras são realizadas ao
mesmo tempo, e muitas delas envolvem a movimentação de cargas, sejam suspensas ou não.

Há alguns pontos importantes que devemos dar atenção, como os isolamentos de áreas, sinais sonoros e
sinalizações dos outros colegas de trabalho.

Lembre-se:

Devemos levar em consideração que, no mar, o balanço do navio pode gerar movimentos inesperados na carga,
portanto o seu posicionamento deve ser sempre onde houver uma rota de fuga. Sempre utilize cabos-guia, e
jamais coloque as mãos na carga.

Lembre-se:

97
Durante essas manobras, o Operador de Lançamento utilizará os EPIs básicos da função: capacete com
jugular, óculos de segurança, protetor auricular, luva de vaqueta, macacão e calçado de segurança. O Ope-
rador de Lançamento que assumir a função de “sinalizador” para o guindaste não poderá utilizar luvas.

REFERÊNCIA
A SNM dispõe do Procedimento Operações de Movimentação de Carga
– SNM-HSE-PR-032-P. O objetivo deste documento é garantir que os
equipamentos de içamento estejam adequados para as operações de içamento
realizadas a bordo, devendo sempre ser controladas e conduzidas de forma
segura. Este documento se aplica a todas as Unidades da Sapura Navegação
Marítima S.A. (SNM) e quaisquer empregados de empresas terceirizadas. Todos os
documentos da empresa (procedimentos, manuais, instruções de trabalho etc.) são
disponibilizados no sistema IMS (Integrated Management System).

5.2. Cabos Tensionados


Quase a totalidade das manobras realizadas no convés envolvem cabos tensionados, seja em movimenta-
ção de carga, seja no uso de guinchos. O grande risco dos cabos tensionados é o efeito chicote, provocado
quando é solto abruptamente ou por uma ruptura.

É fundamental saber se posicionar no convés durante as manobras que envolvem cabos tensionados. Em
manobras com cabo defletido, é importante se posicionar fora da “linha de fogo”. A linha de fogo consiste
no local onde o cabo pode se projetar, caso arrebente. Nesse caso, o empregado deve se posicionar fora do
raio de ação do cabo, ou seja, num local onde, mesmo que o cabo arrebente, o empregado não seja atingido.

5.3. Gases e Fluidos Pressurizados


Diversos equipamentos e testes trabalham com fluidos e gases pressurizados a altas pressões. É essencial
manter uma correta manutenção dos componentes para que o risco de vazamento seja reduzido, seja este
por rompimento, erro de instalação ou dimensionamento.

Durante a execução de testes com alta pressão, todo cuidado deve ser tomado. Jamais se esqueça de usar
os EPIs especificados corretamente. Somente as pessoas treinadas podem operar tais testes.

98
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

5.4. Trabalho em Altura


O trabalho em altura faz parte da rotina do Operador de Lançamento, seja subindo escadas verticais ou au-
xiliando na manutenção de equipamentos.

Assim como nas demais manobras, o trabalho em altura requer a utilização de EPIs específicos e compatíveis
com a operação como talabartes, trava-quedas, cintos etc.

REFERÊNCIA
A SNM dispõe do Procedimento Trabalhos em Altura - SNM-HSE-PR-026-P,
cujo objetivo é prevenir acidentes pela queda de pessoas ou materiais ao realizar
trabalhos em altura, garantindo e assegurando a segurança e a saúde de todos os
empregados envolvidos. Este documento se aplica a todas as Unidades da Sapura
Navegação Marítima S.A. (SNM), e pode ser encontrado no sistema IMS (Integrated
Management System).

ATENÇÃO!

Além destes procedimentos, a SNM dispõe do Procedimento


Observações de Segurança - SNM-HSE-PR-019-P,
documento cujo objetivo é promover a participação de todos
os empregados na identificação de desvios mediante a
observação de comportamentos, práticas e condições inseguras
nos diferentes locais de trabalho. Além disso, visa ressaltar
a importância do envolvimento de todos os empregados
em observar, corrigir e relatar atos e condições que possam
comprometer sua segurança. Este documento é aplicado a todas
as Unidades da Sapura Navegação Marítima (SNM), e pode ser
encontrado no sistema IMS (Integrated Management System).

Todos os empregados são responsáveis por sua própria


segurança e a de seus colegas de trabalho. Portanto, eles devem
observar e reportar através do formulário “Cartão de Observação”
todos os atos e condições inseguras observadas.

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OPERANDO E APRENDENDO

Durante uma operação de movimentação de carga no convés, com a utilização de


cabos tensionados, você observa que um Operador de Lançamento está posicio-
nado na linha de fogo.

Na sua opinião, qual a atitude correta a ser tomada neste caso?

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TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, vimos que algumas manobras necessitam de cuidados específicos


de segurança. Conhecemos as especificidades de cada manobra e vimos como é
importante atentar para as marcações de espaços, as orientações dos colegas e
para a utilização dos EPIs específicos para cada uma dessas manobras.

Lembre-se sempre: a segurança é um valor para a SNM, e cada um de nós deve


estar comprometido com uma operação livre de acidentes e incidentes.

100
Conclusão
Você acaba de concluir o curso de Formação de Operador de Lançamento. Agora, você
já conhece o funcionamento do Setor de Lançamento, a hierarquia e a divisão de funções, os
tipos de lançamentos, embarcações e unidades. É capaz de identificar e distinguir os equipa-
mentos, acessórios, tipos de linhas, equipamentos submarinos e distinguir os nós mais utiliza-
dos a bordo.

Você também conheceu as regras básicas de segurança no


convés!
Lembre-se sempre que segurança é um valor fundamental para a Sapura, e cabe a nós
cuidar da nossa segurança e dos demais empregados.

Este curso é apenas o começo de uma


trajetória, e esperamos que seja de muito
sucesso para você e para a Sapura!
Gabaritos – Operando e Aprendendo
Lembre-se de que não há apenas uma resposta certa. As informações dispostas aqui são uma base para as
respostas. Você deve ser o mais fiel possível a estas respostas para considerar o entendimento das questões.

Módulo 1 – Introdução

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu a atuação do setor de Lança-


mento de Linha.

Descreva a atuação da Sapura no processo de exploração de petróleo, especifican-


do o tipo de lançamento, embarcação e unidade utilizados neste processo.

Resposta: O setor de Lançamento de Linha é apenas uma parte de todo o processo de exploração do
petróleo. O termo Lançamento de linha é comumente utilizado para descrever o processo de instalação de
tubulações submarinas.

O lançamento se refere ao posicionamento da tubulação no leito marinho, e linha se refere à tubulação ou


duto flexível utilizado neste processo.

A Sapura atua no lançamento vertical de linhas flexíveis com PLSVs, que consiste na interligação de poços pe-
trolíferos aos manifolds, PLETs ou FPSOs, que são unidades de produção, estocagem e transporte de petróleo.

Os navios de lançamento vertical utilizados pela Sapura possuem sistema de lançamento singelo pelo
moonpool, suportam maiores limites de carga e sofrem menos influência das condições de mar. Além disso,
as linhas flexíveis são armazenadas em carrosséis localizados no deck, e o lançamento pela torre é um pouco
mais lento.

Módulo 2 - PLSV – Pipe Laying Support Vessel

Abaixo, você encontra algumas afirmativas sobre o conteúdo que vimos neste módulo. Você deve assinalar C
para as afirmativas que considera corretas e E para aquelas que considera erradas. Nas alternativas erradas,
informe o erro e corrigi-lo.

1 – Os FPSOs são as embarcações utilizadas pela Sapura no Lançamento de Linhas.

Resposta: Errada. Os PLSVs são as embarcações utilizadas pela Sapura no Lançamento de Linhas.

2 – O Heave é o movimento de subida e descida do centro de gravidade do navio.

Resposta: Correta.

3 – O guindaste principal serve para puxar a linha para dentro do navio até os carrosséis.

Resposta: Errada. Os tensionadores de carregamento servem para puxar a linha para dentro do navio até os carros-
séis. O guindaste principal auxilia na passagem da extremidade para que esta não interfira em nenhum equipamento.

102
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

4 – O sistema de arrumação das linhas flexíveis e umbilicais nos carrosséis é cha-


mado moonpool.

Resposta: Errada. O sistema de arrumação das linhas flexíveis e umbilicais nos carrosséis é chamado spooling.

5 – Dentre as atividades realizadas pelo Operador de Lançamento estão: auxiliar no


controle de estoque de materiais e na manutenção dos equipamentos.

Resposta: Correta.

Módulo 3 – Linhas Flexíveis e Umbilicais

Você está estudando o conteúdo deste módulo com outros Operadores de Lançamento
e um deles apresentou dúvidas e pediu para você ajudá-lo a entender. Ele não entendeu
muito bem a diferença entre flexíveis e umbilicais e ficou inseguro quando foi solicitado a
ajudar na realização de um teste hidrostático. Como você poderia auxiliá-lo nisto?

Resposta:

Linhas flexíveis - Duto composto por um conjunto de camadas de diferentes materiais e com funções dis-
tintas, que, juntas, conferem resistência e flexibilidade. Suas principais características são a flexibilidade, a
rapidez na instalação, o fácil armazenamento e a possibilidade de reaproveitamento. Sua estrutura é variável
de acordo com a aplicação.

Umbilicais - Projetados para atuar em válvulas hidráulicas, transmitir e receber sinais elétricos, injetar
produtos químicos etc. Suas principais características são flexibilidade, rapidez na instalação, fácil arma-
zenamento e a possibilidade de reaproveitamento. Sua estrutura é variável de acordo com a aplicação e é
normalmente composta por mangueiras termoplásticas, cabos elétricos e fibras óticas.

Em algumas ocasiões,e se faz necessário a realização de testes hidrostáticos nas linhas flexíveis ou umbi-
licais. Ocorrem após uma reterminação, após uma reterminação, após a realização de um reparo a dano
severo, após conexão de umbilicais, falha do teste de selo do MCV, entre outras. O teste hidrostático de
linhas flexíveis geralmente é realizado com água salgada enquanto o de umbilicais é realizado com fluido
hidráulico (HW 625). Todo teste é controlado pelos técnicos e monitorado por um programa de computador
que registra os dados como pressão e temperatura ao longo do tempo.

Módulo 4 – Marinharia e Manobras de Convés

Você está acompanhando a inspeção de um cabo de aço e verifica que uma parte do
cabo apresenta uma redução brusca do seu diâmetro. O que pode causar sua diminui-
ção? O que deve ser feito neste caso?

Resposta: Os cabos de aço quando em serviço, devem ser inspecionados periodicamente, a fim de que a
sua substituição seja determinada sem que o seu estado chegue a apresentar o perigo de uma ruptura.

103
É conveniente, também, verificar o diâmetro do cabo em toda a sua extensão para investigar qualquer dimi-
nuição brusca dele. Essa diminuição pode ser consequência da decomposição da alma de fibra, mostrando
que não há mais lubrificação interna, e consequentemente, poderá existir, também, uma corrosão interna.

Módulo 5 – Segurança Básica no Convés

Durante uma operação de movimentação de carga no convés, com a utilização de cabos


tensionados, você observa que um Operador de Lançamento está posicionado na linha
de fogo.

Em sua opinião, qual a atitude correta a ser tomada neste caso?

Resposta: De acordo com a política de segurança da Sapura, todos são responsáveis pela prevenção de
acidentes e possuem autonomia para agir caso observem alguém trabalhando de forma insegura. Neste
caso, a solução seria informar ao operador que ele estava posicionado em local inseguro, explicar o que é
linha de fogo e como ele deveria se posicionar adequadamente para evitar acidentes.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Glossário
Termo Definição
ANM Árvore de Natal Molhada.

BAP Base Adaptadora de Produção.


Curva que descreve um cabo que está fixo por seus dois extremos e não está
Catenária
submetido a outras forças diferentes que o seu próprio peso.
International Safe Management Code - Código Internacional da Gestão da Segu-
Código ISM
rança.
Dogs da boca de
Sistema de travamento do enrijecedor no I-tube da plataforma.
sino
ESDV Emergency Shutdown Valve - Válvula de Desligamento de Emergência.
Floating Production, Storage and Offloading - Unidade Flutuante de Produção,
FPSO
Armazenamento e Transferência.
FRLL Ferramenta de Recolhimento de Linhas Leves.

HCR High Collapse Resistence - Tipo de mangueira.


Integrated Management System - Sistema de Gestão Integrada de Qualidade,
IMS Sapura
Segurança, Saúde e Meio Ambiente.
Palavra utilizada para definir a manobra de trazer uma extremidade, acessório ou
Inboarding
equipamento para dentro do navio, seja por guinchos e/ou guindastes.
Norma aplicável a qualquer tipo de organização que tem como propósito obter
ISO 14001
um desempenho ambiental correto.
Norma que tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa. Pode ser
ISO 9001 aplicada em conjunto com outras normas de funcionamento, como as de saúde
ocupacional, meio ambiente e segurança.

JIC Joint Industry Company - Tipo de rosca (37°).

É uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais em-
presas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica
Joint venture
comum, por um determinado período de tempo, visando entre outras motivações,
o lucro.
Tipo de catenária onde são instalados flutuadores ao longo da linha a fim de re-
Lazy wave
duzir a carga da catenária na plataforma, formando, assim, um “S” na catenária.
Loctite Marca de trava rosca. Tipo de cola utilizado em parafusos.

m Unidade de medida - Metro.

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Termo Definição
Conjunto de válvulas, tubulações e sistemas de medição instaladas em um painel,
Manifolds móvel ou fixo, para controle de diversos equipamentos, como testes de conexões,
por exemplo.

MCV Módulo de Conexão Vertical.


Meteoceanográfi-
Condições meteorológicas e oceanográficas. Exemplo: vento, swell, correnteza.
cas
MLC 2006 Maritime Labour Convention - Convenção sobre Trabalho Marítimo.

Moonpool Abertura no casco do navio por onde o flexível passa até chegar ao leito marinho.

N2 Gás Nitrogênio.

NPT National Pipe Thread - Tipo de conexão 45°.


Norma regulamentadora nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e
NR 11
Manuseio de Materiais.
NR 35 Norma regulamentadora nº 35 - Trabalho em Altura.

OHSAS 18001 Norma de Segurança.

O'ring Anel de borracha utilizado em vedação.


Palavra utilizada para definir a manobra de levar uma extremidade, acessório ou
Overboarding
equipamento para fora do navio, utilizando guinchos e/ou guindastes.
PEAT Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores.

PEP Parafuso, Estojo e Porca - Conjunto formado por uma barra roscada e duas porcas.

PLEM Pipeline end manifold - Tipo de válvula.

PLET Pipeline end termination - Tipo de válvula.


Nomenclatura utilizada para a pressão que os cilindros dos tensionadores apli-
Pressão de clamp
cam no flexível.
psi Unidade de pressão.

PT Permissão de Trabalho.
Quality, Health, Safety, Environment - Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Am-
QHSE
biente.
ROV Remotely operated vehicle - Veículo Operado Remotamente.
ROV Support Vessel - Navios de apoio marítimo projetados para lançamento e
RSV
operação de ROV.

106
FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

Termo Definição
t Unidade de medida - Tonelada.
Touch Down Point – Ponto onde o flexível toca o solo marinho durante o lança-
TDP
mento ou onde a catenária da unidade de produção toca o leito marinho.
Parte do tensionador semelhante a uma esteira, onde são instaladas as sapatas.
Tracks de sapata
Tensionadores podem ter de 2 a 4 tracks.
UEP Unidade Estacionária de Produção.

UNF Unified National Fine.

Uraduct Calhas instaladas no riser através de fitas metálicas.

WLL Working Load Limits - Limite de Carga de Trabalho.

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

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FORMAÇÃO DE OPERADOR DE LANÇAMENTO

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