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***
Que manhã . Meu carro vandalizado, sem á gua quente no giná sio
ao lado do escritó rio, e agora um dos elevadores estava fora de serviço
novamente. As pessoas correndo para o trabalho se amontoaram no
ú nico elevador que funcionava como sardinhas em lata. Eu olhei para o
meu reló gio. Merda. Meu encontro com Jonas deveria ter começado
cinco minutos atrá s.
—Como está sua equipe com tudo o que está acontecendo hoje?
— Ele perguntou.
—Bennett… acho que talvez Jim esteja confuso. Annalise nã o tem
um andador.
Eu balancei a cabeça. —Você está de brincadeira? Nã o me diga
isso. Custou-me uma garrafa de Johnny Walker Blue Label para que
meu pedido de trabalho subisse para o topo da lista com o
departamento de manutençã o.
Jonas sacudiu a cabeça. —Annalise nã o é -— Ele parou no meio da
frase e olhou por cima da minha cabeça em direçã o à porta. —Bom
timing. Aqui está ela agora. Entre, Annalise. Eu quero que você
conheça Bennett Fox.
Que coisa.
Era o cara lindo que tinha visto no elevador. E aqui eu pensei que
tı́nhamos uma pequena faı́sca.
Bennett Fox sorriu como se já tivesse sido nomeado meu chefe e
estendeu a mã o. —Bem vinda a Fostjer Burnett. —
Ugh. Ele nã o era apenas bonito; ele també m sabia disso.
Bennett Fox també m era alto. Uma vez eu li um artigo que dizia
que a altura mé dia de um homem nos EUA era de um metro e noventa
e cinco de altura; menos de quinze por cento dos homens eram mais
altos que um metro e oitenta. No entanto, a altura mé dia de mais de
sessenta e oito por cento dos CEOs da Fortune 500 era de mais de um
metro e oitenta.
Subconscientemente, nó s relacionamos o tamanho ao poder em
mais maneiras do que apenas a força.
Andrew tinha 1.88 cm. Eu acho que esse cara tinha o mesmo.
Bennett puxou a cadeira de visitas ao lado dele. —Por favor sente-se.
—Sim.
—Decisõ es como essa - em que dois cargos de gerê ncia sê nior
estã o sendo fundidos em um ú nico escritó rio - o conselho
supervisionará e fará a determinaçã o final de quem será o primeiro a
escolher.
Bennett estava tã o confuso quanto eu.
—Qual é ?
—Será baseado em trê s grandes clientes. Você s farã o campanhas
por conta pró pria e as apresentarã o. Os clientes escolherã o o que mais
gostam.
Bennett pareceu abalado pela primeira vez. Sua perfeita
compostura e autoconfiança levou um golpe quando ele se inclinou
para frente e passou longos dedos pelos cabelos.
Nó s nos sentamos por mais uma hora, passando por todas as
nossas contas correntes e discutindo quais seriam realocadas para que
pudé ssemos nos concentrar em integrar nossas equipes e os campos
que decidiriam nosso destino.
Quando chegamos à conta Bianchi Winery, Bennett disse:
—Eu nã o acho que seja necessá rio para nó s dois lançarmos.
Bianchi tem sido minha conta há anos. Na verdade, por causa do meu
relacionamento com eles, fui eu quem sugeriu...
O idiota me interrompeu.
—Se você está tã o certa, por que nã o deixar o cliente decidir?
Parece-me que você tem mais medo de um pouco de competiçã o do
que do seu relacionamento. — Bennett olhou para Jonas.
—O cliente deve ver os dois.
—Nó s nã o somos mais concorrentes. Talvez isso nã o tenha afundado
na sua cabeça ainda. —Suspirei e murmurei baixinho:
— Parece que a informaçã o teria que penetrar em um monte de gel
para chegar lá .
—Ok, você s dois. Eu posso ver que isso nã o vai ser fá cil. E lamento
fazer isso com você s dois. — Ele se virou para Bennett. —Trabalhamos
juntos há muito tempo. Eu sei que isso deve doer. Mas você é um
profissional, e eu sei que você fará o seu melhor para passar por isso.
— Entã o ele se virou para mim.
—E nó s podemos ter acabado de nos conhecer, Annalice, mas eu
també m nã o ouvi nada alé m de coisas maravilhosas sobre você .
—Sim, eu posso fazer isso. Que tal sexta-feira por volta das trê s?
— Bennett olhou para mim, mas falou ao telefone.
Observei-o partir e depois voltei minha atençã o para Bennett. Nó s dois
deverı́amos esperar que o outro falasse primeiro.
Eu finalmente quebrei o silê ncio.
—Jonas está certo. Tem sido um longo dia. Por que eu nã o te
mostro onde você irá ficar? Acho que vou ligar cedo para a mudança.
Bem, isso era legal da parte dele. Talvez nã o seja tã o estranho
entre nó s, afinal.
—Obrigada.
A sala tinha uma mesa dobrá vel e uma cadeira montada, mas
definitivamente nã o era um escritó rio. Era um armá rio pequeno, na
melhor das hipó teses - e nem mesmo do tipo bom, com prateleiras
cromadas organizadas onde os suprimentos de escritó rio eram
armazenados. Este era um armá rio de zelador, um que cheirava como
limpador de banheiro e á gua mofada de um dia, provavelmente por
causa do balde amarelo e esfregã o molhado ao lado da minha nova
mesa improvisada.
Enfiando a mã o no bolso, ele foi até a mesa dobrá vel e deu um
tapa em um pedaço solitá rio de papel no centro dela. Virando-se para
sair, ele parou diretamente na minha frente e piscou.
Que diabos?
O papel que Bennett havia deixado nã o era uma nota - era uma
multa de estacionamento.
***
Na manhã seguinte, fiz uma parada no caminho para o escritó rio.
Por mais que eu odiasse o que estava acontecendo com meu trabalho,
aparentemente, eu teria que trabalhar com Bennett pelos pró ximos
meses. E... vamos encarar isso, eu estava errada.
Eu danifiquei o carro dele e deixei uma multa de estacionamento
em vez de uma nota. Se algué m tivesse feito isso comigo... Bem, eu
duvidava que eu fosse tã o educada quanto ele ao longo do dia. Ele
esperou até estarmos sozinhos para me chamar, quando ele poderia
me fazer ficar mal na frente do meu novo chefe.
Seu carro estava estacionado ilegalmente no mesmo local de
ontem quando cheguei. Ontem à noite, quando repassava o dia na
minha cabeça, achei que talvez o carro dele tivesse sido pulado por
acidente porque a agente perdeu o controle e achou que já tinha pago
o cartã o, já que ele era idê ntico ao meu por fora. Mas se esse fosse o
caso, e ele já tivesse se safado uma vez, por que ele iria estacionar lá
hoje de novo e arriscaria tomar outra multa?
Havia apenas algumas respostas ló gicas. Um, ele era rico e
arrogante. Dois, ele era um idiota. Ou trê s, ele sabia que nã o receberia
uma multa de estacionamento.
A porta do escritó rio de Bennett estava fechada, mas notei que a
luz dele estava acesa. Eu levantei minha mã o para bater, mas hesitei.
Seria mais fá cil se ele nã o fosse tã o bonito.
Cresça, Annalice.
Endireitei minha coluna e fiquei de pé antes de bater
ruidosamente na porta. Depois de um minuto, o alı́vio começou a
tomar conta de mim quando decidi que Bennett nã o estava lá . Ele deve
ter deixado sua luz acesa. Eu estava prestes a me afastar quando, sem
aviso, a porta se abriu.
Eu pulei de surpresa e agarrei meu peito.
—Você assustou a merda fora de mim.
Bennett tirou um fone do ouvido. —Você acabou de dizer que eu
te assustei?
—Sim. Eu nã o estava esperando que você abrisse a porta.
Ele puxou o outro fone de ouvido e os deixou pendurados no
pescoço. Sua testa franziu. —Você bateu na porta do meu escritó rio,
mas nã o estava esperando que eu abrisse?
—Sua porta estava fechada e tudo estava quieto. Eu nã o achei
que você estivesse ai.
Bennett levantou o seu iPhone.
—Acabei de voltar da minha corrida. Eu estava com meus fones
de ouvido.
A mú sica soou atravé s deles e eu reconheci a mú sica.
—Enter Sandman? Sé rio? — Minha voz sugeriu a minha diversã o.
—O que há de errado com o Metallica?
—Nada. Nada mesmo. Você simplesmente nã o se parece com
algué m que ouve o Metallica.
Ele apertou os olhos.
—E exatamente o que eu pareço ouvir?
Eu dei uma olhada nele. Ele nã o estava vestido com o terno caro e
sapato de couro que ele tinha ontem. Mesmo usando roupas casuais -
uma camiseta preta da Under Armour e shorts baixos - havia algo nele
que cheirava a refinamento.
Embora o modo como a veia saltava do bı́ceps fosse mais fino que
o refinamento no momento. Bennett era mais velho do que eu, eu acho
- trinta e poucos anos, talvez -, mas seu corpo era firme e musculoso, e
eu imaginei que ele parecia ainda mais incrı́vel sem essa camisa.
Piscando de volta do meu torpor, lembrei-me que ele me fez uma
pergunta.
—Clá ssica. Eu achei que você era mais uma pessoa de mú sica
clá ssica do que o Metallica.
—Isso é sobre estereó tipos, nã o é ? Nesse caso, o que devo
assumir sobre você ? Você é loira e bonita.
—Eu nã o sou idiota.
Ele cruzou os braços sobre o peito e levantou uma sobrancelha.
—Você ficou com a cabeça presa no para-brisa do meu carro.
Ele tinha um ponto. E eu definitivamente nã o estava começando
com o pé direito, discutindo com ele novamente esta manhã . Me
colocando de volta nos trilhos, eu levantei o pacote comprido e fino
que peguei no caminho para o escritó rio.
—Isso me lembra, eu queria me desculpar por ontem. —
Bennett pareceu me avaliar por um minuto. Entã o ele pegou o pacote
da minha mã o.
—Como diabos você colocou seu cabelo no meu carro, afinal?
Eu senti meu rosto aquecer. —Deixe-me começar dizendo que
carros nã o sã o minha coisa. Nã o gosto de dirigi-los e tenho uma
pé ssima sorte com eles funcionando corretamente. No antigo
escritó rio, eu podia andar para o trabalho. Agora eu tenho que dirigir
todos os dias. De qualquer forma, recebi uma multa de estacionamento
ontem de manhã , enquanto tirava as caixas do meu carro. Nó s temos a
mesma marca, modelo e cor de Audi. O seu també m estava
estacionado ilegalmente, mas você nã o conseguiu uma multa. Entã o
tentei colocar a minha debaixo do limpador de para-brisa, esperando
que você pagasse. Só que uma rajada de vento veio, e meu cabelo de
alguma forma se emaranhou quando eu levantei o limpador. Quando
tentei tira-lo, ficou pior. Eu realmente nã o quis vandalizar seu carro.
Seu rosto nã o estava demonstrando nada. —Você só queria me
fazer pagar sua multa de estacionamento, nã o quebrar meu limpador.
— —Isso está certo.
Ele sorriu.
—Agora tudo faz sentido. — Bennett tinha uma garrafa de á gua
na mã o. Ele trouxe para os lá bios e tomou um longo gole, seus olhos
nunca me deixaram. Quando ele terminou, ele assentiu. — Desculpas
aceita.
— Realmente?
—Temos que trabalhar juntos. Podemos muito bem mantê -lo
profissional.
Fiquei aliviada.
—Obrigada.
—Eu tomo banho no giná sio no andar de baixo depois da minha
corrida matinal. Dê -me cerca de vinte minutos e podemos começar a
repassar nossas contas.
—OK. Otimo. Te vejo daqui a pouco.
Talvez eu tenha subestimado Bennett. Só porque ele era bonito,
eu tinha assumido que ele seria um egocê ntrico, e eu nunca viveria
meu momento de insanidade. Quando cheguei ao escritó rio/depó sito,
enfiei a chave na fechadura. Estava presa, mas acabou rodando e a
porta se abriu. O cheiro de material de limpeza imediatamente
permeou meu nariz. Pelo menos entendia porque ele me colocou aqui
agora. Suspirando, acendi a luz e fiquei surpresa ao descobrir que
algué m havia deixado uma sacola na minha mesa.
Supondo que fosse provavelmente o zelador, eu peguei para
movê -la para onde os outros produtos quı́micos foram empilhados e vi
uma nota manuscrita no topo.
Você vai precisar disso. Bennett
Um presente para mim? Colocando meu laptop e bolsa para
baixo, eu cavei dentro da sacola. Era leve - definitivamente nã o era
produtos quı́micos de limpeza e o conteú do estava embrulhado em
papel absorvente.
Curiosa, eu desembrulhei.
Um chapéu de cowboy?
O que?
Você vai precisar disso.
Hmm…
Você vai precisar disso.
Como no meu trabalho.
No Texas.
Talvez Bennett nã o fosse maduro, afinal.
Capítulo 4
Bennett
Amanhã talvez eu deva deixar alguma lingerie.
Na hora certa, Annalice entrou no meu escritó rio carregando uma
grande caixa de papelã o. Ela tinha o chapé u de cowboy que eu deixei
por ela ser uma idiota. Só que agora ela estava usando, e eu estava
pensando com o meu pau.
Ela parecia sexy como o inferno com seu cabelo loiro selvagem
esticado por todo lado. Aposto que ela icaria quente como merda em um
espartilho de renda preta e alguns saltos com o chapéu de cowboy. Eu
balancei a cabeça para tirar esse visual da minha imaginaçã o. Mas
minha mente nã o estava ajudando. Estava ocupada pensando em um
milhã o de maneiras que eu gostaria de vê -la usá -lo.
Me montando.
Vaqueira reversa.
—Eu estava apenas sacaneando com você . Seu escritó rio real está
sendo preparado para você enquanto conversamos.
—Oh. Uau. Obrigada.
—Sem problemas. Tenho certeza de que os desinfetantes nos
mictó rios fazem o novo escritó rio ter um cheiro muito melhor.
—Eu nã o vou...
—Você é sempre tã o detestá vel tã o cedo pela manhã ? — Ela
ergueu uma caneca de café rosa brilhante. —Porque eu estou apenas
começando minha segunda xı́cara, e se for esse o caso, eu vou precisar
de mais cafeı́na antes de eu chegar aqui.
Eu ri.
—OK.
—Tudo bem. Por que nã o trabalhamos aqui? Há mais espaço para
se espalhar. — Ela assentiu e tirou uma pasta de arquivo de acordeã o
da caixa. Quando ela soltou o elá stico que o mantinha perfeitamente
comprimido, o arquivo se expandiu, exibindo algumas dú zias de slots
individuais compartimentados. Cada slot tinha um ró tulo codi icado
por cores com algo digitado nele.
—O que é isso?
—Seu o quê ?
—O que?
—O que é tudo isso?
—Bem, mantenho o Kit Rá pido no armá rio de arquivos na á rea de
marketing, para que, sempre que um cliente ligar, qualquer um possa
pegar as informaçõ es e discutir a conta depois de alguns minutos
examinando esses documentos. També m o uso quando sou chamada
para reuniõ es para fornecer atualizaçõ es da conta para a equipe
executiva. Mas achei que poderı́amos usá -lo hoje quando falarmos
sobre cada conta.
—Cada conta tem sua pró pria cor, e todos os materiais e colaterais
sã o codi icados por cores, por isso é fá cil arquivar e reunir informaçõ es.
—Me passa seu telefone. Nã o se preocupe. Eu nã o vou ver todas as
sel ies fazendo biquinho que você guardou lá . Eu só quero checar uma
coisa.
—Isso é ridı́culo.
Dei de ombros.
—OK. Veremos.
Merda.
Eu tentei agarrá -lo da sua mã o, mas ela puxou para fora do meu
alcance.
—Ambos.
Ela apertou os olhos e olhou para mim. —Você está cheio de
merda.
—Eu nã o acho que você esteja quali icada para saber quando
estou cheio de merda ainda. Nó s passamos, o que, uma hora um com o
outro no total?
—Sim.
Eu esperava que fosse o im da discussã o, entã o me sentei.
Annalice seguiu o exemplo. Mas ela nã o estava deixando passar tã o
rá pido.
—Eu nã o disse isso. Você está assumindo que eu trato as mulheres
como objeto. Eu nã o acho que eu faça.
De alguma forma eu consegui manter uma cara sé ria —Ela estava
vestindo uma capa, nã o é ?
Annalice riu. —Eu sinto muito. Eu devo ter perdido essa grande
pista devido ao fato de que cada um dos seios dela era maior do que a
minha cabeça. Quero dizer, o QI dela deveria ter sido ó bvio pela capa.
Dei de ombros.
Paz.
Ou entã o eu pensei.
Até que abri os olhos e vi um carro estacionado à direita, ao lado
do grande e velho trator verde. E esse carro era quase idê ntico ao meu.
—A ú ltima vez que vi, ele estava andando pelos campos com um
visitante. Mas eles podem estar no porã o agora. Acho que ele estava
dando a ele a turnê completa.
—Obrigado, Knox. Nã o deixe que eles trabalhem demais com
você !
—Você perdeu uma viagem aqui, Texas. Tentei te dizer, mas você
nã o quis ouvir.
Suspirei.
***
***
Eu sorri.
—Crescendo, ela sempre disse que queria ir para a Itá lia. Eu
tinha acabado de conseguir meu primeiro emprego quando ela estava
prestes a completar cinquenta anos, entã o eu economizei para uma
excursã o de dez dias por Roma e Toscana. Matteo possuı́a um dos
vinhedos em que nosso tour parou. Eles se deram bem, e dois meses
depois que ela voltou, ele tinha sua vinha à venda e decidiu se mudar
para os EUA para estar mais perto dela. —Eu apontei para a fazenda
de uva. —Ele comprou este lugar, e eles se casaram bem ali no
aniversá rio de um ano do dia em que se conheceram.
—Você está brincando? Eu tentei. Vá rias vezes. Mas toda vez que
tentei te contar, você me interrompeu para falar sobre como você ia
ganhar a conta e o quanto os donos amam você . Você estava bem
convencido sobre isso. Especialmente esta tarde, dizendo que minha
mã e estava afim de você .
—Sim. Desculpe por dizer isso. Eu só queria ferrar com você .
Chocar sua confiança antes de sua apresentaçã o.
Isso fez meu sangue ferver. Ela nã o tinha o direito de usar minhas
visitas como uma tá tica de medo.
—Lucas?
—Eles sã o os diá rios da minha mã e. Vovó os encontrou no só tã o
e os deu para mim depois de lê -los.
Uma lembrança de Sophie sentada na calçada escrevendo
naquela coisa passou pela minha cabeça. Eu esqueci tudo sobre esses
diá rios.
Eu sorri.
—Sim. Nó s é ramos pró ximos
Eu nã o conseguia lembrar os detalhes das partes que lia há muito
tempo, mas eu estava razoavelmente certo de que nã o era algo que
uma criança de onze anos deveria estar lendo sobre sua mã e morta.
—O que você acha de eu ficar com eles por um tempo e talvez
escolher algumas partes para você ler? Eu nã o acho que você vai
querer ler sobre sua mã e falando sobre garotos e coisas assim, e é isso
que as garotas geralmente escrevem em diá rios.
Ele correu para a cama e se arrastou para baixo até que só seus
pé s estavam saindo. Seu sorriso era de orelha a orelha quando ele
voltou com a caixa de madeira que eu tinha dado a ele e a abriu.
4 5
—Eu fiz um wooly bugger , uma bunny leech e uma a gold-
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ribbed .
Eu nã o tinha ideia de como diabos eles pareciam, mas eu sabia
que se eu os pesquisasse no Google, suas iscas seriam feitas com
perfeiçã o. Lucas estava obcecado com tudo de pescaria com esse tipo
de isca. Cerca de um ano atrá s, ele começou a assistir algum reality
show sobre isso, e seu entusiasmo nã o diminuiu. O que significava que
eu tinha que descobrir como pescar peixe.
Uma vez eu estava assistindo a um vı́deo no YouTube sobre lagos
no norte da Califó rnia para pescar, e quando mencionei que estava
pensando em levá -lo um dia, ele começou a recitar todos os melhores
lugares para pescar coisas diferentes ao redor do lago.
Aparentemente, ele assistiu ao mesmo vı́deo em que eu encontrei
- apenas uma centena de vezes.
***
—Sim. Nos pé s dela. Eles sã o como solavancos estranhos que sã o
todos ossudos e outras coisas, e ela quer que eu os esfregue. E nojento.
Eu ri. —Oh. Joanetes Sim, eles podem ser bem feios. Quanto
tempo você s estã o ficando?
—Vovó disse um mê s inteiro. A irmã dela está fazendo uma... -
Lucas ergueu os dedos para fazer aspas no ar -... cirurgia de partes de
mulher.
Lucas lançou sua linha para o lago, e vimos a isca cair na á gua a
pelo menos vinte metros de distâ ncia. Eu teria sorte de chegar a
metade disso. Ele travou a linha e olhou em minha direçã o. —Ela gosta
de Billy Anderson. Ele está no time de futebol.
Ah, agora faz sentido. Duas semanas atrá s, quando eu fui buscá -
lo, ele me perguntou se eu poderia falar com sua avó sobre ele tentar o
time de futebol americano. Ela disse a ele que era um esporte muito
perigoso. Ele nunca expressou interesse em nada alé m de futebol
antes, e Deus sabe que eu tentei fazer com que ele jogasse uma bola de
beisebol e futebol. Mas ele tinha quase 12 anos agora - com a idade
que eu tinha quando descobri que a menina de doze anos de idade,
Cheri Patton, pulava para cima e para baixo e torcia por mim se eu
marcasse um touchdown. Porra, aquela garota tinha grandes
pompons.
—Oh sim? Bem, nã o se preocupe. Há muitos peixes no mar.
—Sim. — Ele se mexeu. —Eu acho que vou gostar de uma feia da
pró xima vez.
Eu segurei meu riso. —Uma feia?
—Nã o diga à garota que você decidiu gostar dela porque ela nã o
era uma das bonitinhas.
—Sim. Eu nã o vou. — Ele olhou para sua linha com um sorriso no
rosto. —Aposto que a garota que usava sua camisa quando você trocou
o pneu algumas semanas atrá s era realmente, muito má .
Eu ri. O garoto nã o perdia nada. Normalmente, eu nã o trazia
mulheres ao redor do Lucas. Nã o que eu nã o achasse que ele nã o
estaria legal com isso, mas porque os relacionamentos que eu tive nã o
duraram muito tempo. Exceto algumas semanas atrá s, quando ele
conheceu Elena - a pequena e quente empregada que cuidou de mais
de uma fantasia que eu tive sobre uma garota de uniforme. Nó s
passamos a noite antes da minha visita regular aos sá bados com Lucas
na minha casa. Dez minutos depois que eu o peguei, ela ligou para o
meu celular para dizer que o carro dela precisava de um novo pneu, do
lado de fora do meu pré dio - onde eu a deixei ainda na minha cama. Eu
nã o poderia nã o voltar e cuidar de seu carro quando ela cuidou tã o
bem de mim. Entã o Lucas conheceu Elena. Eu disse que ela era uma
amiga, mas aparentemente ele colocou dois e dois juntos. Merda
—Meu amigo Jack diz que você deveria fazer a uma menina trê s
perguntas, e se ela responder nã o a qualquer uma delas, você nã o
deveria gostar dela.
Ele disse isso como se a palavra fosse uma maldiçã o. Mas havia
algo para isso. Quando levo uma mulher para um bom restaurante ou
churrascaria italiana e ela pede uma salada - metade do tempo nã o
termina porque está cheia demais - isso nunca é um bom sinal.
—Deixe me perguntar algo. Como seu amigo Jack fez esse teste?
—Ele tem um irmã o mais velho que tem dezoito anos. Ele
també m disse a ele que se você disser a uma garota que você tem trê s
testı́culos, ela sempre vai lhe deixar mostrar sua salsicha.
Essa eu definitivamente estaria experimentando. Eu me
perguntei se funcionaria com a Pequena Senhorita que os pais são
donos de uma adega.
—Uh, eu nã o acho que você deveria experimentar o ú ltimo
conselho. Poderiam te prender por exposiçã o indecente.
Ambas suas mã os voaram para seus quadris. —Seu cheque nã o
vai funcionar?
Fanny era uma dor na bunda, mas ela era afiada. Ela nã o
precisava de nada explicado para ela.
—Tenho que ajudar minha irmã . Ele vai pegar metade disso.
Ela deu um sorriso malicioso. —Acho que esse navio já está
navegando.
Meu queixo flexionou. —Nó s temos um acordo.
—Talvez seja hora de renegociar esse acordo. Minha eletricidade
subiu por causa do novo telefone e computador que você comprou
para ele.
—Você quer que ele vá para o acampamento tã o mal. Você o
manté m pelo mê s que eu vou cuidar da minha irmã .
Capítulo 7
1 de Agosto
Caro eu,
O verão é chuva.
Uma menina canta lá fora.
Ela se afoga na música.
Anonimamente,
Sophie
Capítulo 8
Annalice
—OK.
Eu cruzei outro item, em seguida, coloquei meu bloco e caneta
para baixo e observei-o mais de perto.
—E a campanha Arlo Dairy. Eu pensei que talvez você pudesse
fazer alguns desses esboços de super-heró is com partes do corpo
exagerado para incluir em nossa apresentaçã o.
Bennett jogou aquela maldita bola no ar e depois a pegou.
Novamente. —Isso é bom.
Eu sabia que ele nã o estava prestando atençã o.
—Por mais que me doa dizer isso, suas ideias eram melhores.
Gostarı́amos de avançar na có pia da rá dio e nos esboços das revistas
que você propô s. Eu tenho alguns ajustes e, obviamente, gostaria de
continuar na campanha como a pessoa indicada, mas podemos
gerenciar essa campanha juntos. E deixarei que Jonas saiba que é
minha famı́lia e lhe dou cré dito por trazer o melhor.
Bennett me encarou por um longo momento, sem dizer nada.
Entã o ele se recostou na cadeira, juntou os dedos e olhou para mim
como se eu fosse suspeita.
—Por que você faria isso? Qual é o problema?
—Fazer o que? Dizer a Jonas?
—Bem, sim. O fato de que meus pais tomaram uma decisã o fá cil
de colocar o cliente em primeiro lugar.
—Dever de casa?
—Sim. Na escola. Antigamente. Pode ter sido na escola primá ria,
no ensino mé dio ou até na faculdade.
Madison pode nã o ter feito uma ú nica tarefa de matemá tica por
conta pró pria pela maior parte da á lgebra.
—Claro que sim. Por que você pergunta?
—Nenhuma razã o. —
***
Meu compromisso foi mais longo do que eu esperava, e o
escritó rio estava quase vazio quando voltei. Marina, a assistente de
Bennett - ou melhor, nossa assistente - estava arrumando sua mesa.
—Ei, desculpe, estou atrasada. Você deixou Bennett saber que me
atrasei?
—Bem, a menos que você goste de pizza fria, terá que esperar.
Porque explicar o quanto essa mulher é louca pode demorar um
pouco.
Eu ri.
—OK. Onde você quer trabalhar? —Eu balancei a cabeça para a
caixa na cadeira de hó spedes do outro lado da minha mesa. —Eu
arrumei algumas coisas apenas no caso de você querer ir para outro
lugar.
—O que?
—Eu peguei dois copos de shot na pequena loja turı́stica do
quarteirã o, para o caso de sentirmos a necessidade de testar o
produto. — Bennett colocou a caixa de pizza em cima da minha caixa e
segurou por baixo. Ele inclinou a cabeça em direçã o à porta.
—Vamos. Vamos nos espalhar na sala de reuniã o. Eu acho que
todo mundo já encerrou o dia. —
***
O mercado de marketing da Foster Burnett era muito diferente
do que tı́nhamos na Wren. Alé m de ser o dobro do tamanho - o que
fazia sentido, já que Foster Burnett tinha o dobro de funcioná rios da
Wren -, foi criado como um salã o de dormitó rios de faculdade. Ambas
salas tinham dois sofá s e uma mesa de café , mas é aı́ que as
semelhanças terminam. Wren tinha moldado citaçõ es inspiradoras,
cavaletes segurando quadros brancos, uma grande mesa de desenho
para esboçar ideias e uma pequena geladeira com refrigerantes. Foster
Burnett tinha uma longa parede pintada de preto que era um enorme
quadro-negro, uma mesa de pebolim, um jogo de arcade de Pac-Man
em tamanho real, pufes coloridos, dezenas de animais de origami
pendurados no teto e duas má quinas de venda de refrigerantes bem
abastecidas da dé cada de 1950 para refrigerantes e salgadinhos, em
que tudo custava apenas vinte e cinco centavos.
—Está sala nã o é nada parecida com o que tı́nhamos no antigo
escritó rio.
Bennett inclinou-se para a frente e arrancou uma segunda fatia
de pizza da caixa, deslizando-a sobre o prato de papel. Ele segurou a
caixa aberta.
—Você está pronta para outra?
—Nã o, obrigado. Ainda nã o.
—Eu montei está sala quando nos mudamos para este andar.
Tentei fazer com que pusessem alguns chuveiros, mas o RH nã o queria
fazer isso.
—Chuveiros?
—Eu tenho o melhor pensamento no chuveiro.
—Uau. Eu nã o sabia disso. Quer dizer, eu sabia por que à s vezes
precisamos sair do escritó rio ou jogar um videogame para liberar
espaço mental. Mas eu nunca ouvi a explicaçã o cientı́fica por trá s
disso.
Abri a caixa de pizza e tirei outra fatia. Levando em minha boca,
olhei para cima e encontrei Bennett me observando atentamente.
Ele ergueu as mã os. —De modo nenhum. Isso nã o foi um
comentá rio de peso.
—Nã o. Eu sabia que nã o era meu. Eu nã o trago o almoço. Mas eu
estava trabalhando muito tarde uma noite e pensei que era do Fred da
contabilidade, entã o eu comi. Era um maldito sanduı́che de manteiga
de amendoim e geleia, e agora eu sou acusado de roubar seus lanches
ou algo assim a cada duas semanas.
—Bem, eu soube que a taxa de reincidê ncia para ladrõ es de
almoço pela primeira vez é muito alta.
—Eu cometi o erro de contar a Jim Falcon. Agora de vez em
quando, ele rouba algo da mesa dela e coloca na minha. Ele acha
engraçado, mas eu tenho certeza que ela está a trê s passos de
envenenar meu café .
—Algo me diz que ela nã o é a ú nica mulher a se sentir assim em
relaçã o a você . —
***
—Você está falando sé rio? Você está realmente sugerindo que, se
algo é muito feminino, os homens nã o vã o querer?
—Eu nã o estou sugerindo isso. E um fato.
Nó s está vamos discutindo pela ú ltima meia hora. Se ı́amos
chegar a algum lugar trabalhando juntos, precisá vamos gastar menos
tempo tentando gritando com o outro e mais tempo inventando ideias.
Suspirei.
Que pena.
Eu realmente amei a vodka Buzz com uma abelha no ró tulo.
Eu pensei que ele estava brincando mais cedo quando ele disse
que os comprou em preparaçã o para a nossa sessã o de debate.
—Precisamos provar o produto. Nada como um pouco de á lcool
para limpar sua mente.
Capítulo 9
Bennett
Annalice O’Neil era um peso leve.
Nó s só tomamos dois copos - para fins de pesquisa, é claro - e seu
comportamento já havia mudado.
Ela acenou com o dedo indicador no ar. A ú nica coisa que faltava
era uma lâ mpada em uma bolha acima de sua cabeça. —Deixa comigo.
Eu sou tão querida.
Ela pronunciou o querida, como se estivesse com tesã o. Entã o
começou a rir.
Eu gostava da Annalice bê bada.
—Nã oooo.
—Sim. Há uma cerveja pá lida chamada Eu sou tão querida. E
realmente muito bom.
—Você provou?
—Claro. Como eu poderia ver uma cerveja com esse nome e nã o a
comprar para o meu amigo? Quem nã o comprou uma garrafa de vinho
Mé nage à Trois para uma festa pelo mesmo motivo Annalice balançou
os pé s descalços sobre a mesa de café . —Eu! Eu nunca comprei.
—Entã o você teve um mé nage à trois? — Era divertido foder com
ela.
Ela fez uma careta depois dos dois primeiros tiros. Mas este
desceu suave. Sim. Annalice era definitivamente uma maldita peso
leve.
—Oh nã o, você nã o vai. Você nã o pode simplesmente deixar sair
isso de namorar, fazer os homens dormirem com outras mulheres e
seguir em frente. Eu sou um homem, lembra? Eu sou pé ssimo. Eu nã o
posso seguir em frente sem uma explicaçã o. Você é mal na cama ou
algo assim?
—O que?
—Você disse que cada um de nó s tem trê s vetos, e quando um de
nó s odeia algo que o outro fala, tudo o que temos a fazer é dizer veto e
seguimos em frente - sem debater a ideia. Eu estou invocando meu
primeiro poder de veto. Eu nã o estou tocando essa pergunta.
Foi horas mais tarde antes de termos feito algum progresso real.
Mas uma vez que começamos, seguimos rapidamente, e nó s dois
realmente começamos a nos entender. Eu diria uma coisa, ela pegaria
e fugiria por um tempo, isso geraria uma ideia em mim, e na ú ltima
meia hora, nó s tı́nhamos um nome, esboçamos uma ideia difı́cil para
um logotipo e anotamos uma dú zia de conceitos de anú ncios
complementares.
Annalice bocejou.
Eu dei uma olhada no meu reló gio.
—E quase meia-noite. O que você acha de encerrarmos a noite?
Nó s temos um bom começo. Eu posso trabalhar no logotipo amanhã de
manhã e pegar algo desenhado no Mac. Talvez possamos lançar mais
algumas ideias na quarta-feira para que possamos descobrir quais
delas queremos apresentar a Jonas.
Eu desviei meus olhos bem na hora, meio segundo antes que ela
olhasse para mim.
—Eu sei. Eu concordei que você era fá cil de trabalhar. Eu nã o
disse que você nã o era um idiota. Eu vi você olhando para baixo da
minha camisa antes.
Até hoje.
—Isso é ó timo.
—Eu ouvi sobre Wren. Como vã o as coisas com a fusã o?
—Está difı́cil.
***
—Confira a Marina.
Eu olhei para o arquivo. Qualquer pá gina que estivesse no topo
estava de cabeça para baixo.
—Hã ?
Ele discretamente apontou os olhos na direçã o de nossa
assistente, cuja mesa estava em nossa linha de visã o no final do
corredor.
Seguindo seus olhos, os meus se arregalaram —Isso é ...
Ele virou uma pá gina no arquivo de cabeça para baixo e sorriu de
orelha a orelha.
—Sim. Acho que sim. Fiz uma caminhada por aı́ e verifiquei o lixo
dela: duas bolas de papel amassadas. E as nossas sobras estã o
faltando. Eu fui procurá -las para almoçar e, quando ela me viu passar,
ela sorriu como se estivesse no ô nibus da cidade com Jack Nicholson
dirigindo para ir pescar.
Eu ri - algo que eu nã o acho que faria por um tempo depois desta
manhã .
—Você sabe o que eu penso?
—O que?
Eu fechei a pasta que ele estava fingindo olhar e larguei no
arquivo.
—Eu? Por que estou pedindo? Você me pediu para pedir com
você .
—Saı́ com a mulher que aceita os pedidos há alguns meses. Sua
famı́lia é dona do lugar.
—E mesmo?
***
—O amarelo e o preto parecem realmente bons.
—Nã o.
Pensei que tinha escondido minha tristeza, mas depois que o
telefone parou de tocar, Bennett disse.
Suspirei.
—Olá ?
—Ela está ... — Ele parou por alguns segundos. Pelo menos eu
acho que é quanto tempo foi; meu coraçã o parou de bater. —…
ocupada nesse momento.
—Arthur. Sim. Eu vou deixá -la saber que você ligou. —Pausa. —
Oh. Andrew. Tudo bem, Andy. Se cuide.
Bennett desligou a chamada e jogou o telefone de volta na mesa.
Obrigada,
Mary Harmon
Ela olhou para cima e parecia que eu tinha sido atingido por uma
marreta no peito.
Chorando.
Annalice olhou para cima mais uma vez. Desta vez nossos olhos
se encontraram. Eu assisti enquanto ela tentava fingir que nada estava
errado e entã o... seu lá bio inferior começou a tremer.
Ela fungou.
—Eu tentei nã o ligar para ele. Eu realmente fiz. Ele me enviou
alguns textos depois que você atendeu meu telefone ontem, dizendo
que precisá vamos conversar. Mas estava me deixando louca ver seus
textos e nã o responder. — Ela riu entre as lá grimas.
Ela suspirou.
—Eu aposto que Andrew sabia que eu iria chamá -lo de volta
també m.
Eu també m nã o tinha dú vidas sobre isso. O cara era um idiota
porque sabia o que podia fazer e a mantinha pendurada no final desse
ponto.
—Ele nã o fez isso? Entã o por que você está chorando?
—Porque ele me pediu para encontrá -lo amanhã depois do
trabalho para o jantar.
Eu franzi minhas sobrancelhas.
—Estou perdido. Por que isso é ruim?
—Por que você nã o cita o que você está tentando dizer, Bennett?
Ela olhou para mim. Sim. Ela vai me culpar por ser honesto. Mas
agora eu abri minha maldita boca e estava descontrolado, entã o
estraguei tudo.
—Eu só estou dizendo... nã o deixe ele se aproveitar de você . Ele
pediu para você encontrá -lo para jantar em um hotel por um motivo. A
menos que ele esteja lhe dizendo que cometeu um grande erro e quer
você de volta, nã o pule na cama com ele. Ouça atentamente as palavras
que ele escolhe. Dizer que ele sente falta de você e nã o está se
comprometendo e essas merda, pode ser apenas para diminuir suas
defesas e levantar sua saia.
Um acaso.
Coincidê ncia.
Tanto faz.
Abrindo a porta que leva ao lobby? Agora, isso nã o era
coincidê ncia. Essa merda era curiosidade mó rbida.
Nada.
Ela deixou o escritó rio à s quatro e meia, entã o ela deve estar aqui
agora. Espero que ela esteja dentro do restaurante pedindo uma
merda cara do cardá pio, recebendo elogios do idiota, e nã o o
chupando em um quarto no andar de cima.
Coincidê ncia.
O garçom assentiu.
—Ele tinha um sué ter Mister Rogers. Ela era mais alta naqueles
saltos.
Eu balancei a cabeça.
—Nenhum.
Soltei uma respiraçã o profunda. Claro, senti alı́vio. Mas nã o era
porque dava uma merda se Annalice dormiu com o idiota ou nã o. Foi
porque eu nã o precisava a ver chorar no escritó rio. Eu tinha que
trabalhar com ela agora - nas proximidades.
—Quatro e meia.
—Entã o, como exatamente eu poderia ter te seguido? Eu acho
que você está me seguindo.
—Você é louco? Sé rio, acho que você precisa de um psiquiatra,
Bennett. Eu tenho observado você pela porta do restaurante por meia
hora. Você está olhando para a porta toda vez que se abre.
Eu joguei minhas mã os no ar como se estivesse exasperado.
Ele sorriu.
—Cerveja eu posso ter. Espero que sua noite melhore.
—Sim. Eu també m. Obrigado.
Ela pulou.
Entã o olhou para cima, viu meu rosto e começou a chorar mais
forte.
Porra.
Ela olhou para baixo por alguns minutos. Eu mantive minha boca
fechada, tentando dar-lhe algum espaço na cabeça. Alé m disso, eu nã o
tinha ideia do que dizer alé m de me desculpe e eu avisei, e algo me
disse que o ú ltimo nã o era uma boa ideia.
—Nã o. Eu quis dizer por que você veio hoje à noite - para o hotel?
Eu abri minha boca para falar e ela me parou, balançando o dedo
enquanto falava. —E nem tente me dizer que você estava encontrando
um amigo. Dê -me mais cré dito do que isso.
Eu brinquei com a ideia de me manter firme na mentira, mas
decidi me limpar. O problema era que a verdade nã o fazia sentido -
nem para mim.
—Eu nã o tenho nenhuma ideia.
Seus olhos percorreram meu rosto, e entã o ela assentiu como se
entendesse.
Ele riu.
—Eu sei. Achei que você acharia engraçado, vendo como você me
disse que foi abandonada na faculdade porque seu namorado queria
uma aventura.
Suspirei.
Ele olhou para mim como se eu fosse louca. —Porque diabos você
faz isso?
—Eu sofri um acidente de carro quando comecei a dirigir e fiquei
nervosa em voltar para o volante. Eu achei que narrar meus
movimentos ajudou a me acalmar enquanto dirigia. E meio que apenas
medo. Entã o eu nã o deixo ningué m andar comigo, exceto minha mã e e
melhor amiga, Madison. Elas estã o tã o acostumadas a isso que nem
percebem que estou fazendo isso e continuam falando.
—O que? Nã o!
Ele virou a cabeça para a direita, mas manteve os olhos fixos em
mim.
***
—Ela parece que poderia ter sido uma ladra, certo? Rosto
bastante inocente, mas há uma pequena faı́sca em seus olhos. Sem
mencionar o cabelo selvagem.
A garçonete riu.
—Eu volto com sua cerveja.
Quando ela se foi, ele, claro, queria mais detalhes.
—Para quê ?
—Arrebatar. Mas eu já tenho problemas com o RH, entã o eu nã o
acho que gritar Hey, arrebatadora no corredor iria muito bem.
Eu enruguei meu nariz.
—Você é um porco.
Droga.
—Se eu te disser, você tem que prometer que nunca vai tirar
sarro de mim por isso, ou até mesmo trazê -lo de novo.
—Quem eu? Nunca.
—Meu gato.
—Sim, ele leva seus gatos premiados para um parque para que
eles possam se socializar. Em uma trela. Mas eu sou a pessoa horrı́vel
nessa histó ria, e ainda me sinto culpada, entã o nã o faça piadas sobre o
Sr. Thorpe ou seus gatos estú pidos.
—Ok. Nã o tirar sarro do Sr. Thorpe. Apenas o seu gato chorã o e
sua mã e mentirosa.
—Apoio à criança?
Ele coçou a sombra das cinco horas em seu queixo, que eu decidi
que ele usava muito bem.
Eu ri.
—Sim. Meu pai foi enviado naquela noite para me dar uma
conversa de pá ssaros e abelhas. No final, ele me disse que me amaria,
nã o importa quem eu fosse.
—Sim. Mas nos anos seguintes, minha mã e seguiu meus amigos e
minhas amigas pela casa toda vez que eu recebia amigos. Eu tive que
manter a porta do quarto aberta quando os meninos vinham para sair,
e festas do pijama foram praticamente proibidos. Mas em torno de
treze anos percebi que també m tinha um lado positivo.
—O que era?
—Quando trouxe Kendall Meyer para casa, pude ficar com ela em
casa sem me preocupar com algué m que estivesse entrando. Minha
mã e tratou as garotas que eu trouxe para casa como amigos homens
heterossexuais. Eu poderia fechar a porta e trancá -la, e ela nã o achava
nada estranho.
—O que?
—Só quero saber se há mais alguma coisa que você narra?
—Nã o. Apenas dirigindo.
—Eu entendi a ideia. Acho que você vai ganhar algumas có pias
novas do Better Homes & Gardens com essa imaginaçã o.
Fiquei feliz por estar escuro, porque dessa vez meu rosto ficou
vermelho por um motivo diferente do que mentir.
Ele abriu a porta.
—Texas?
—Obrigado por hoje à noite. Talvez você nã o seja tã o idiota
depois de tudo.
E agora isso.
Que porra é essa? Eu pisquei algumas vezes, tentando me livrar
de outra nova fantasia. Quase funcionou, mas Jonas empurrou um
monte de pastas de arquivo em sua mesa, procurando por algo, o que
fez um grampeador cair do lado onde está vamos sentados. Annalice se
inclinou para frente para pegá -lo. Seu fodido cabelo caiu para um lado,
me dando uma visã o clara da pele cremosa de seu pescoço. Parecia tã o
suave e macia, meu cé rebro pulou para perguntar se ela estava toda
lisa.
Alguns dias atrá s, na noite em que Annalice me deixou em casa,
eu comecei a pensar nela antes de ir para a cama. Era normal, eu disse
a mim mesmo. Eu tinha acabado de jantar e beber com uma mulher
bonita - qualquer cara que nã o voltasse para casa imaginando o cabelo
loiro enrolado em seu punho enquanto sua bunda sexy estava
empoleirada realmente estava comprando o Dia da Mulher para ler os
artigos.
Cem por cento normal. Nã o significou nada. Entã o, por que nã o
se entregar? Uma noite de fantasia nã o poderia doer. Vamos encarar,
nã o seria a primeira vez que eu fantasiava sobre uma colega. Ningué m
saberia. Nenhum dano, nenhuma falta. Mas uma noite se transformou
em duas, e duas se transformaram em trê s, e entã o ontem, quando eu
entrei na sala de descanso e encontrei Annallice curvada para pegar
algo fora da geladeira, eu realmente comecei a ficar duro. No trabalho.
No meio do maldito dia. Para visõ es do bumbum bem formado de uma
mulher que eu precisava obliterar, nã o fantasiar até arruinar um terno
de dois mil dó lares com um momento embaraçoso de adolescente.
Entã o eu recuei nas ú ltimas quarenta e oito horas, dando a ela
um afastamento ontem e novamente esta manhã . Eu tomei uma
decisã o mental de nã o me permitir pensar nela, exceto nas maneiras
de sair vencedor em cada jogada. Infelizmente, meus olhos nã o
receberam a mensagem. E isso só me irritou. Cada vez que eu pegava
meu olhar vagando em seu caminho, eu me controlava de volta,
aproveitando a raiva sobre o meu lapso momentâ neo de julgamento. O
que significava que tinha sido muito idiota na reuniã o de hoje. Mas
com certeza a merda nã o foi minha culpa que sua saia vermelha
mostrou muita perna e continuou chamando minha atençã o. Ou que
ela usava saltos finos de quatro polegadas que envolviam seu delicado
tornozelo e implorava para perfurar a pele nas minhas costas.
Essa merda era tudo culpa dela.
Porcaria.
Puxe suas coisas juntos.
Annalice se moveu de novo, e sua saia subiu outra meia polegada.
Jonas franziu a testa. Ele sabia que eu tinha um ponto vá lido.
—Infelizmente, nã o podemos nos dar ao luxo de escolher muitas
propostas grandes. Alé m disso, a maioria das contas de filmes de
Annalice sã o para filmes individuais, e isso é marketing para uma nova
empresa de produçã o - eles querem marca e estraté gia de mercado.
Essas sã o suas forças, Bennett.
Capítulo 15
Annalice
Suspirei.
—Sim. E uma longa histó ria.
Ela empurrou o lado do purê de batatas ao redor com o garfo.
***
Ele suspirou.
—Sim, Annalice. Eu vou estar no meu melhor comportamento.
Eu olhei de volta para a agente.
—Vamos pegar um carro de tamanho mé dio.
Eu peguei a boca de Bennett se abrindo para dizer algo na minha
visã o perifé rica, entã o eu cortei logo.
—E um acordo.
—Sim, isso seria ó timo. Seja qual for o café que eles tenham com
creme, sem açú car.
—OK.
Bennett havia dito que seu voo foi cancelado. Talvez Marina
estivesse enganada? Comecei a escrever de volta, e entã o algo me fez
parar. Ao acessar o site de status de voo da Delta, digitei as cidades de
partida e chegada e defini a hora aproximada de partida como 7:00.
Com certeza, confirmou que o voo de Bennett havia decolado quinze
minutos atrá s e que deveria pousar pouco depois das onze. A pá gina
també m listou os voos subsequentes, entã o eu rolei para baixo para
encontrar o meu. O tempo de pouso estimado agora era depois do
horá rio que nossa reuniã o estava marcada.
Eu fiz a escolha certa em dirigir. Mas por que Bennett se juntou a
mim?
***
—Nã o. Ela mencionou que tinha que remarcar o seu. Parece que
cancelaram seu retorno porque seu assento nã o foi usado no voo
atrasado que já havia decolado.
Eu balancei a cabeça.
—Eu estive pensando sobre isso. Eu realmente te devo. Se você
nã o tivesse me dito diretamente sobre o que você achava que as
intençõ es de Andrew eram antes de eu ir, eu teria acordado na manhã
seguinte em um quarto naquele hotel. Nã o só isso, mas quando
finalmente descobri que ele nã o estava planejando ficar comigo por
mais de uma noite de cada vez, teria sido como abrir uma ferida que já
tinha começado a cicatrizar.
—Só te disse o que vi acontecer. Poderia ter sido totalmente fora
da base.
—Mas você nã o foi. E você estava lá por mim, para ajudar a pegar
as peças quando eu poderia ter desmoronado, mesmo que tenha
contado para você .
—Nada a dizer.
—Oh, vamos lá , deve haver alguma coisa. Quando foi a ú ltima vez
que você teve um encontro?
Ele balançou sua cabeça.
Ele nã o queria ter essa conversa. Mas minha necessidade de tê -la
era mais forte que sua resistê ncia. O homem me deixou curiosa.
—Jessica.
—Jessica o quê ?
—Eu nã o sei. Algo com um S, eu acho.
—Entã o eu acho que você só saiu com ela uma vez desde que
você nem sabe o sobrenome dela?
Um sorriso culpado cobriu seu rosto bonito. —Na verdade, saı́
com ela algumas vezes. Eu sou ruim com nomes.
Eu ignorei isso.
—Entã o você saiu com Jessica S. algumas vezes. Por que isso
acabou?
—Entã o você era compatı́vel, mas durou apenas alguns dias. Por
que isso?
—Eu nã o quis dizer que é ramos compatı́veis para nada a longo
prazo.
—E o que é .
—Entã o você está dizendo que era uma coisa sexual só .
—Nó s saı́mos para jantar algumas vezes. Apreciamos a
companhia um do outro. Eu apenas gosto de manter as coisas simples.
Bennett riu.
Eu provoquei.
—Mas se nã o é assim tã o simples, seria complicado. E você nã o
faz complicado.
Ele murmurou algo em voz baixa sobre eu ser uma dor na bunda
e balançou a cabeça - algo que ele fazia frequentemente quando eu
falava.
—Você está dizendo que você pode dizer se uma mulher pode
estar interessada em um relacionamento só de sexo por apenas, o que,
falando com ela por alguns minutos?
—Usualmente.
—Isso é ridı́culo.
—Você já teve um tempo com aquele idiota por trê s, quatro,
cinco meses agora? Com quantos homens você saiu durante esse
tempo?
—De sexo?
—De homens. — Eu fiz uma careta. —Andrew realmente me
machucou.
—Sinto muito. Mas isso só prova o meu ponto. Você poderia ter
saı́do e feito sexo se quisesse - uma liberaçã o fı́sica. Mas você associa
isso a um relacionamento.
Acho que ele estava certo. Eu tive uma noite no meu primeiro ano
na faculdade e odiava o jeito que me sentia no dia seguinte. Eu
suponho que eu seja complicada.
—Defina namorada?
—Uma pessoa que você namorou exclusivamente.
—Eu já trabalhei com a Wren antes, e estou confiante de que eles
tê m a capacidade de pensar grande e pensar fora da caixa para chegar
a algo grande. — Ele tocou o braço dela. —Só precisamos dar a
Annalice e sua equipe a lista certa de assados, e ela voltará com o lote
mais saboroso de biscoitos com gotas de chocolate que já comemos.
Annalice e sua equipe. Otimo. Que idiota.
Apó s o té rmino da reuniã o, Tobias se ofereceu para nos fazer um
tour pelos lotes de produçã o. Ele ofereceu a mã o para Annalice entrar
no banco da frente do carrinho de golfe antes de caminhar até o lado
do motorista. Eu estava relegado para o banco de trá s e tive que me
esforçar para ouvi-lo falar enquanto caminhá vamos.
Depois de quatro horas de reuniõ es e de ser mostrado pelo
presidente do fã -clube de Annalice, nó s trê s voltamos ao seu escritó rio
para conversar. Até entã o, seus toques familiares aumentaram com
frequê ncia, e senti meu rosto queimando.
—Entã o, o que mais posso fazer para ajudá -la a acertar isso no
parque? — Tobias olhou apenas para Annalice quando ele falou,
embora nó s trê s estivé ssemos sentados em uma pequena mesa
redonda.
Tobias assentiu.
—Feito. Envie tudo o que você quiser que eu dê uma olhada.
Melhor ainda, volte para cá e eu organizarei um almoço com alguns
dos principais jogadores e verei se eles poderiam te dar uma opniã o
inicial.
—Uau. Isso seria bom.
Eu senti a necessidade de contribuir com algo. Ou talvez lembrá -
lo de que eu estava na sala.
—Obrigado, Tobias. Isso seria bom.
—Tudo bem. Você foi tã o generoso com seu tempo. Nó s nã o
queremos ultrapassar nossas boas-vindas. Certo, Annalice?
Suas sobrancelhas se abaixaram.
—Umm… claro. Você vai estar no jantar hoje à noite?
Annalice nã o era muito de jogar, entã o eu sabia antes de dar uma
olhada em seu rosto vermelho que ela estava chateada. Isso estava
bem. Essa porra fez dois de nó s.
***
Uma hora nã o ajudou. Duas nã o fizeram nada alé m de fazer meus
braços e panturrilhas doerem.
Nem mesmo uma soneca de meia hora e um banho de chuveiro
com á gua quente e uma configuraçã o de massageador me ajudaram a
relaxar. Todos os mú sculos do meu corpo ainda estavam tensos.
Por mais fodido que fosse, eu nã o estava com medo do jantar. Na
verdade, eu estava ansioso por isso. Eu mal podia esperar para ver
como Annalice agia depois que eu a chamei sobre o que estava
acontecendo com aquele idiota.
As quinze para as oito, desci ao bar onde está vamos nos
encontrando com a equipe da Star Studios em quinze minutos. Eu
estava feliz que nossos planos para o jantar estavam no restaurante do
nosso hotel, entã o eu nã o precisei dirigir e tomar uma ou duas
bebidas. Deus sabe que eu precisava disso.
O jeito que ela jogou a cabeça para trá s para rir quando ele disse
algo que deveria ser engraçado.
A maneira como sua boca se movia quando ela falava e sua lı́ngua
limpava os restos de vinho do topo do copo toda vez que ela tomava
um gole.
O jeito feminino que ela limpou os cantos da boca com o
guardanapo de pano.
A maneira como o imbecil continuava tocando seu braço e
batendo nos ombros com ela.
No momento em que chegamos à sobremesa, eu comecei a ter
problemas para inventar algo para dizer e fiquei quieto. A diversã o
que eu senti no começo da noite tinha acabado, e estava ansioso para a
noite acabar.
Quando finalmente chegou, todos nos reunimos no saguã o do
hotel dizendo adeus. Annalice acenou uma ú ltima vez enquanto toda a
equipe da Star saı́a do hotel, e entã o é ramos apenas nó s dois. O sorriso
que ela estava ostentando imediatamente se transformou em um rosto
irritado.
—Você está falando sé rio, nã o está ? Você nem percebe o que
estava fazendo.
***
Porraaaa.
Minha cabeça caiu contra o topo do banco do bar, e eu olhei para
o teto por um minuto, perdido em pensamentos. Tudo começou a se
encaixar em velocidade rá pida.
Eu fechei meus olhos.
Merda.
Eu estava agindo como um namorado ciumento esta noite.
Mas por que?
Thump thump.
Suspirei. Deve ser gente vindo pelo corredor depois que o bar
fechou. Eu tentei rolar e voltar a dormir, mas agora minha bexiga tinha
acordado també m. No caminho para o banheiro, espiei pelo olho
má gico e olhei o corredor o má ximo que pude. Parecia estar vazio
agora.
—Olá ?
Uma voz baixa disse algo do outro lado da porta, mas eu nã o
consegui entender as palavras. Eu verifiquei o olho má gico novamente,
apenas olhando para baixo atravé s do espectador desta vez. Cabelo.
Algué m estava sentado na frente da porta. Meu coraçã o começou a
acelerar.
Mais resmungos.
Eu subi para o olho má gico e olhei para baixo, tanto quanto pude
mais uma vez. O cabelo també m parecia o dele. Mas eu nã o podia ter
certeza. Entã o eu verifiquei novamente a trava da corrente de
segurança antes de abrir a porta devagar.
—Bennett? E você ?
Eu acenei uma mã o na frente do meu nariz. —Você está bê bado.
Bennett apontou para mim com todo seu rosto se juntando para
um sorriso sujo.
—Eu posso por baixo de seu vestido.
—O que está acontecendo? Você achou que este era seu quarto
ou algo assim? Você está duas portas abaixo, o quarto ao lado do
elevador, lembra?
Meu cé rebro se distraiu com a maneira como seu toque simples
irradiava por todo o meu corpo, entã o eu nã o entendi o que ele estava
dizendo.
Puxei meu pé da mã o dele e corri para a minha mala para
encontrar a calça que eu deveria ter colocado antes de abrir a porta
em primeiro lugar. A encontrando, corri para o banheiro.
—Você está bem. Ele está bê bado. Ele nã o tem ideia do que está
dizendo. — Respirei fundo. —Nada vai acontecer lá fora. Você só vai
ajudá -lo e levá -lo até seu quarto.
—Pare com isso. Você está sendo ridı́cula. Este é seu inimigo, um
homem que você nem gosta metade do tempo.
Esta noite nã o tem que ser metade do tempo...
Literalmente.
***
Mas eu tinha um voo para pegar, e ele també m. Entã o nã o podia
perder mais tempo admirando-o. Eu precisava tentar tirar o celular do
bolso para acionar um alarme.
Exceto que…
Porcaria.
Capítulo 19
Annalice
—E uma vergonha que você tenha que enfrentar o jeito que você
faz, na competiçã o pelo mesmo trabalho e tudo. Se você s tivessem se
conhecido em um bar, acho que você s dois teriam se dado bem.
Obrigado, Jim!
—Foda-se, Falcon. — A voz de Bennett se tornou concisa.
—Se eu a tivesse conhecido em um bar, teria mantido distâ ncia
depois de passar trê s minutos com ela. Confie em mim.
Eu nunca estive em uma briga, mas de repente eu sabia o que um
soco no estô mago parecia. Minhas entranhas sentiram uma dor oca. O
que eu estava pensando? Permitir-me acreditar que suas palavras
bê badas eram uma confissã o de sentimentos de algum tipo e mais do
que bobagens incoerentes? Pior, eu me permiti começar a pensar que
por baixo da Besta arrogante havia uma espé cie de incompreendido
Prı́ncipe Encantado.
***
Suspirei.
—Eu preciso fazer algumas ligaçõ es. O que você quer, Bennett?
—Voando para L.A. para um almoço? Deixe-me adivinhar, você
está se encontrando em um hotel?
—Foda-se.
Ele olhou para mim.
—Nã o, obrigado. Eu te disse, eu nã o gosto de compartilhar.
Certamente nã o com o menino Toby.
Eu fiquei de pé .
—Você veio ao meu escritó rio por qualquer motivo que nã o seja
para brigar?
—Seu amigo Tobias nã o está recebendo minhas ligaçõ es. E isso
que você está fazendo?
Tobias nem sequer mencionou que Bennett tinha ligado.
—Absolutamente nã o.
—Eu estava passando enquanto Marina estava fazendo suas
reservas de voo no outro dia. Essa é a ú nica razã o pela qual eu sabia
que você decidira ir ver seu amigo. Belo trabalho de equipe, a
propó sito. Eu quase me apaixonei por você ser uma besteira de
equipe. Quando o convite foi feito para que pudessem dar uma espiada
no nosso trabalho, presumi que fosse um convite da empresa... nã o um
convite pessoal da Annalice.
Eu me inclinei e apoiei minhas palmas na minha mesa e coloquei
um sorriso doce.
—Eu també m. Acho que nó s dois aprendemos muito sobre o
outro desde L.A.
Capítulo 20
Bennett
Bem, bem, bem. A noite ficou muito mais interessante.
—Certo.
—Você pode preparar uma daquelas bebidas e enviar para ela?
Certifique-se de que ela saiba o nome da bebida e quem a enviou.
Olha, se você está pensando que eu estou com ciú mes, eu nã o
estou. Tire essa merda da sua cabeça. Inveja é quando você quer algo
que outra pessoa conseguiu - e Annalice nã o conseguiu e nã o vai
conseguir nada em cima de mim - ou quando algué m tem algo que é
seu, e todos nó s sabemos que nunca, nem nunca vou reivindicar
qualquer mulher como minha.
—Veja. Seja qual for o jogo que você está jogando, eu nã o quero
jogar.
—Nenhum jogo. Eu estou apenas cuidando de você , certificando-
se de que você nã o bebeu tanto que você está se apaixonando pelas
falas que algum cara aleató rio te alimenta. Claramente, sua capacidade
de julgar o cará ter de um homem, mesmo quando você está só bria, é
ruim.
Você adivinhou.
Ela deu um para frente.
Eu vou admitir, eu fiquei um pouco assustado entã o.
—Você — batida
—Pensa— batida
—Que sou— batida
—Uma— batida
—Má — batida
—Juı́za— batida
—De— batida
Lá grimas brotaram nos olhos dela. Eu fui dizer alguma coisa,
dizer a ela que estava apenas dando voltas e ela me interrompeu com
mais palavras.
—Porra.
O que eu fiz?
***
—E assim?
***
Merda. Eu tinha cerca de meia milha para ir para a arena quando
percebi que tinha esquecido os ingressos. Eles estavam na gaveta de
cima da minha escrivaninha no escritó rio, junto com os primeiros
passes de entrada que eu comprei, entã o Lucas e eu podı́amos
verificar os caminhõ es antes do show começar.
—Legal! Nó s nunca viemos aqui. Você ainda tem a Sra. Pac-Man
naquela sala grande?
Suspirei.
—Eu nã o sei o que fiz com os ingressos. Vou ter que ligar para a
Ticketmaster e descobrir se eles podem me enviar uma versã o
eletrô nica ou algo assim.
—Posso ir jogar Ms. Pac-Man enquanto você faz isso?
—Foi mal cara. Uhhh... Parece que algué m está trabalhando aqui,
entã o é melhor que você nã o brinque e faça barulho.
Eu balancei a cabeça, embora ela nã o tenha notado porque ela já
estava de cabeça para baixo, enterrando o rosto em seu trabalho.
—Obrigado, — eu disse. —Vais ser apenas alguns minutos.
—Marmelada.
—Fruta. Uma fruta grande. Cantalupo. Melancia.
Lucas fez uma careta como se ela fosse louca.
—Scooby-Doo.
Annalice parecia totalmente confusa, entã o Lucas ofereceu outra
sugestã o.
Dei de ombros.
—Eu fiz.
Annalice riu.
—Você queria ser um grande dinamarquê s?
—Nã o bata nele. Ele é o rei da famı́lia canina.
Deus, quando ela sorriu, fez meu peito doer. Mas quando ela
sorriu e riu com Lucas - mesmo à s minhas custas - isso realmente fez
alguma coisa para mim. Eu assisti enquanto a risada dela diminuı́a e
seu rosto voltava a tristeza, quase como se ela tivesse esquecido como
eu era um idiota por um minuto.
—Eu també m a bati na Sr. Pac-Man e pebolim.
—Você quer vir, Anna?, — Ele disse. —Eu vou te dar meus
tampõ es de ouvido.
Ela ofereceu um sorriso sincero.
—Obrigada pela oferta, Lucas. Mas tenho muito trabalho a fazer
hoje.
Ele enfiou as mã os nos bolsos.
—OK.
Annalice evitou meu olhar, olhando para o telefone.
Esperei que Annalice olhasse para cima, mas ela nã o olhou.
Eventualmente, eu falei com o topo de sua cabeça.
—Obrigado por ficar com ele.
Eu queria dizer que lamento pela noite passada també m. Mas o
momento nã o era certo. Alé m disso, eu me desculpei por meia dú zia
de outras vezes em que eu agi como um idiota. Eu nã o tinha certeza se
ela aceitaria dessa vez... ou que eu até a merecia.
Capítulo 21
1 de Novembro
Cara eu,
Até agora o oitavo ano é uma droga. Eu sou mais alta que quase
todos os garotos. Ninguém me pediu para ir ao baile de Halloween,
então eu fui com Bennett. Ele não queria se vestir, mas eu o fiz ser Clark
Kent. Ele usava óculos nerds e uma camisa social com uma camisa do
Superman por baixo. Eu fui como Mulher Maravilha. Meus amigos todos
acham que Bennett é quente e estavam com ciúmes. Então isso foi
divertido.
No meu aniversário, Bennett e sua mãe me levaram para o show de
caminhões-monstro. O novo namorado da mamãe, Kenny, vende coisas
na banca de concessão, então pegamos cachorros-quentes e
refrigerantes grátis.
O proprietário está tentando nos expulsar de nossa casa
novamente. Mamãe perdeu o emprego na lanchonete e diz que
provavelmente teremos que nos mudar. Espero que não seja longe
demais.
Eu amo minha professora de inglês, Sra. Hoyt. Ela disse que meus
poemas têm muito potencial e que eu deveria entrar em um concurso.
Mas a taxa de inscrição era vinte e cinco dólares e minha mãe disse que
temos melhores usos para o nosso dinheiro. A Sra. Hoyt me surpreendeu
e me colocou de qualquer maneira. Ela disse que a escola tinha um
fundo para ajudar em coisas desse tipo. Mas tenho a sensação de que foi
realmente o dinheiro da Sra. Hoyt que pagou. Então eu dedico este
poema para você, Sra. Hoyt.
Flores murcharão
amor floresce no sol quente
Atenciosamente,
Sophie
Capítulo 22
Bennett
Eu nã o conseguia parar de pensar em Annalice o dia todo.
Agora, isso é um nome que eu nã o pensava há algum tempo. Já
faz alguns meses desde que tivemos algum contato. Cindy era uma
comissá ria de bordo que conheci em uma viagem de negó cios no ano
passado. Ela morava na costa leste, e nó s ficamos juntos algumas vezes
- duas enquanto eu estava em Nova York e uma vez enquanto ela
estava aqui. Aparentemente ela estava na cidade hoje à noite em uma
parada inesperada e queria saber se eu poderia sair. Sair significava
um jantar rá pido e depois ficar em seu quarto de hotel a noite toda.
***
Eu queria ouvir mais, mas estava ainda mais curioso para ver
como ela era enquanto cantava. Entã o eu andei os poucos passos até a
porta dela.
Enfiei minhas mã os nos bolsos e dei um passo para o escritó rio
dela.
—Você nã o tem que falar entã o. Apenas ouça. Eu vou sair do seu
caminho quando terminar.
Ela usava uma má scara de indiferença, mas nã o disse nada -
aparentemente essa era a minha oportunidade.
Eu sorri timidamente.
—OK. Entã o isso foi uma mentira. Mas o que eu disse naquela
noite - nã o foi.
—Era mais fá cil dizer que eu nã o me lembrava de dizer essas
coisas e deixar que você esquecesse o que eu tinha admitido em
divagaçõ es bê badas.
—Porque eu nunca fui uma pessoa ciumenta. Posso nã o ter tido
um relacionamento de longo prazo como você , mas eu já namorei o
suficiente. As vezes via a mesma pessoa todo fim de semana durante
meses. No entanto, nunca perguntei o que ela fazia durante a semana.
Porque eu nã o me importava. Sempre foi sobre o dia, o tempo que
passamos juntos. O ciú me é sobre o amanhã .
Ela refletiu sobre isso por um tempo, depois assentiu e fez uma
pergunta que eu nã o esperava.
Eu balancei a cabeça.
—Sua mã e morreu e seu pai é um caloteiro que nã o se importa se
ele existe. Ele é meu afilhado.
Eu balancei a cabeça.
—Ok, obrigada.
Eu realmente nã o queria sair, entã o eu levei meu tempo me
virando. Ela me parou logo antes de eu chegar à sua porta.
—Bennett?
Eu voltei.
Eu sorri abertamente.
—Eu sei.
Ela riu.
—Deus, você é tã o idiota. Eu acho que é mais o motivo pelo qual
você nunca teve um namoro do que você nã o querendo velas e
romance.
—Noite linda.
Capítulo 23
Annalice
—Vou verificar seus jantares. Há mais alguma coisa que eu possa
lhe trazer enquanto isso?
—Sim, essa é uma ó tima ideia. Dormir com o cara que está
tentando roubar meu trabalho.
—Por que nã o? Você sabe que dizendo isso... Mantenha seus
amigos perto e foda a merda de seus inimigos. —Eu ri.
—Esse nã o é exatamente o ditado. — Ela encolheu os ombros. —
Vamos ser pragmá ticas sobre isso. Você já admitiu que você s se atraem
um pelo o outro. Nã o é como se isso fosse acabar. E você precisa voltar
para lá . Ele está se mudando em alguns meses de qualquer maneira,
entã o ele é o cara perfeito. — —Eu amo que você já decidiu que ele é o
ú nico que está se mudando e nã o eu.
—Claro. O fato de que você vai ganhar é um dado. Você nã o pode
me deixar.
Suspirei.
***
Ele assentiu.
—E de um poema que é especial para mim.
Hã . Nã o o que eu esperava.
***
—Eu quis dizer a apresentaçã o que você tem naquela bolsa. Tire
sua mente da sarjeta, Texas.
Eu sorri.
—Certo. Claro.
—Tem certeza de que posso confiar em você para nã o espreitar e
roubar minhas ideias?
Eu sorri abertamente.
—Provavelmente nã o. Mas vá de qualquer maneira.
Ele sorriu.
—Trabalho de parafuso. Assim é bem melhor. Eu nã o posso
esperar para ver você enlouquecer.
Otimo. Otimo.
Cinco minutos depois da decolagem, abri os olhos e encontrei
Bennett me observando com um sorriso.
Eu balancei a cabeça.
—Estou te divertindo?
Eu ri.
—Muito engraçado.
—Você disse que sofreu um acidente que fez de você uma
motorista nervosa. Aconteceu alguma coisa que te deixou nervosa para
voar? Como um voo ruim ou algo assim?
Eu coloquei meu melhor rosto solene.
Eu tentei manter uma cara sé ria, mas o olhar dele era engraçado
demais. Meu sorriso escapou.
—Eu estou apenas fodendo com você . Meu pai vende seguros e
mora em Temecula.
Ele riu.
—Agradá vel. Você me pegou.
Depois que nos estabilizamos, foi um vô o curto para L.A., e assim
que Bennett e eu começamos a brincar, o tempo voou. Todos os vô os
devem ser assim tã o fá ceis nos meus nervos.
—Até quando?
—Apenas eu?
Eu balancei a cabeça. Nó s marcamos por duas horas, planejando
cada uma levar uma hora.
—Eu sei o que você está pensando. Mas mesmo que fosse
verdade, eu sou uma menina grande e posso cuidar de mim mesma. E
o fato de você estar aqui comigo agora deve dizer a você que quero
ganhar essa conta justa e horizontal, com base no meu trabalho.
Ele assentiu. Nó s dois está vamos quietos quando
desembarcamos do aviã o. Depois que alugamos um carro, percebi que
precisava mudar meus planos de devoluçã o. Se o jantar fosse à s oito,
nã o havia como eu pegar o ú ltimo vô o do dia. Eu precisava de Marina
para me reservar um hotel e remarcar meu vô o de volta para amanhã
de manhã .
Eu sorri abertamente.
—O que?
—Oi mã e.
Pausa.
—Sim, isso parece ó timo. Eu vou levar a sobremesa.
Pausa.
—Jantamos na outra noite. Ela disse algo sobre ir para a irmã no
fim de semana. Mas eu vou perguntar de qualquer maneira.
Outra pausa. Desta vez, seus olhos saltaram para encontrar os
meus.
—Eu disse a ela que está vamos competindo por uma promoçã o,
nã o para manter nossos empregos aqui na Califó rnia. Eu nã o
mencionei a possı́vel mudança para o Texas porque achei que nã o
havia sentido em fazê -la se preocupar. Mas se eu dissesse a ela que o
ú nico interesse que você tem em sua filha é que eu seja despachada a
mil e novecentos quilô metros de distâ ncia, acho que você ficaria
surpreso com o quanto sua amizade mudaria. Ela é super protetora
comigo.
Definitivamente nã o era o ú nico interesse que eu tinha em
Annalice. Mas ela tinha razã o, e se sua mã e soubesse sobre o Texas ou
qualquer outra coisa que eu fantasiava sobre fazer com sua filha, eu
tinha certeza de que ela estaria me perseguindo com um saca-rolhas
na mã o.
—Obrigado. Ela era cinco anos mais velha, entã o eu tinha apenas
trê s anos quando aconteceu. Ela tinha neuroblastoma - um câ ncer
infantil que é muito agressivo. Eu gostaria de me lembrar dela mais.
Embora, pelo menos, eu nã o me lembre muito de sua morte. Mas, para
responder à sua pergunta, nã o tenho outros irmã os. Meus pais
começaram a ter problemas com o casamento depois disso. E você ?
Qualquer outra Raposa cheia de si correndo por aı́ que eu deveria
procurar?
Eu balancei a cabeça. —Apenas eu. Meu pai morreu quando eu
tinha trê s anos - ataque cardı́aco aos trinta e nove. Mamã e nunca
superou isso ou se casou novamente. Embora, ela tenha se mudado
para a Fló rida para estar perto de sua irmã há dois anos, e
ultimamente ela tem mencionado que vai passear com um cara
chamado Arthur. Imaginei que provavelmente farei uma viagem até lá
logo, para ver se preciso chutar a bunda de Arthur.
—Isso é estranhamente doce.
—Sim esse sou eu. Estranhamente doce.
Ele é um idiota.
Ele assentiu.
—Bebendo Corona e parece que algué m atropelou seu cachorro?
Eu corri para terminar a ligaçã o. Oh, eu vou ter uma boa noite -
mastigando o babaca do quarto 7003.
***
—Eu nã o fiz nada alé m de ajudar você , e como você me paga?
Você vai e diz ao cliente que estou tendo um caso com uma mulher no
escritó rio, entã o eu pareço completamente nã o profissional!
—Me responda!
Em um piscar de olhos, minhas costas estavam contra a porta e
Bennett estava ao meu redor. Seu rosto se inclinou para se alinhar com
o meu, e seus antebraços pressionaram firmemente contra a porta em
ambos os lados do meu rosto. Seu peito nu subia e descia tã o perto do
meu, que eu podia sentir o calor que irradiava dele. O fogo
transformou o verde suave de seus olhos em um quase cinza.
—Bennett, eu...
Ele estendeu a mã o, enrolou os dedos firmemente no meu cabelo
e me puxou contra ele. Seus lá bios se chocaram com os meus,
engolindo o resto das minhas palavras. Fiquei chocada com a forma
como senti tudo isso, e meu corpo se iluminou como uma á rvore de
Natal a partir de uma ú nica conexã o simples. Suas mã os deslizaram
até o meu rosto, e ele inclinou a cabeça, mergulhando a lı́ngua dentro
da minha boca. Minha bolsa caiu no chã o. Tudo mais em torno de nó s
deixou de existir.
Com elas aberta para ele, Bennett pressionou seu corpo contra o
meu. Eu senti o comprimento duro dele encontrar meu calor, e ele
rosnou.
—Eu quero provar você em todo lugar. — Ele deu um puxã o leve
e inesperado no meu cabelo e expô s mais do meu pescoço enquanto
ele beijava o caminho de volta para baixo.
—Sim.
—Eu quero enterrar meu rosto entre suas pernas até você gritar
meu nome.
—Sim.
—Eu quero você de quatro para que eu possa estar em todos os
lugares, entã o você nã o pode pensar ou sentir nada alé m de mim. Uma
mã o brincando com seus seios, a outra tocando sua bunda. Meu pau
enterrado profundamente dentro de você . — Ele pressionou sua
ereçã o contra o meu centro exposto, e meus olhos rolaram na parte de
trá s da minha cabeça.
Oh Deus. Era tã o bom. Meu corpo começou a vibrar. Comecei a
pensar que poderia vir apenas da sensaçã o dele contra mim e do som
de sua voz sexy me dizendo o que ele queria fazer.
As coisas entre Andrew e eu nunca foram assim, nem mesmo no
começo.
—Tire a saia.
Era fá cil me sentir corajosa do jeito que ele estava olhando para
mim. Eu alcancei e abri o zı́per da minha saia lá pis e deslizei para o
chã o. Eu estava grata por ter usado um lindo sutiã e calcinha que
ajudou minha confiança. Eu fiquei de pé , vestindo apenas minha
lingerie e salto alto.
—Você é incrı́vel.
—Oh Deus.
Meu grito fez ele rosnar e empurrar muito mais. Comecei a me
contorcer enquanto meu corpo tremia de dentro para fora e
ondulaçõ es de prazer pulsavam entre as minhas pernas. Eu puxei o
cabelo sedoso de Bennett e gemi quando ondas intensas de ê xtase me
atingiram com força. Lá grimas brotaram nos meus olhos, minhas
emoçõ es precisando escapar de alguma forma, e eu caı́ de volta na
cama, incapaz de suportar o peso do meu pró prio corpo por mais
tempo.
Atravé s da né voa do meu cé rebro saciado, ouvi o som fraco da
embalagem se abrindo. A pró xima coisa que eu sabia era que estava
sendo levantada do fundo da cama para a cabeceira da cama, e Bennett
subiu em cima de mim.
—A verdade?
—Claro.
—Que som?
—Andrew nã o... Ele nã o estava realmente fazendo sexo oral.
Entã o eu acho que o som que você ouviu pode ter sido a rolha saindo
de um champanhe bem engarrafado.
— Nã o, eu estou dizendo que isso nã o acontecia com frequê ncia.
Como...praticamente nunca.
Dei de ombros.
***
Eu ri.
—Como diabos você terminou com ela?
Fui tirá -las da mã o dele, mas ele se afastou e apertou em seu
punho.
—O que você está fazendo?
—Você espera que eu voe para casa vestindo uma saia sem
calcinha?
Ele estendeu a mã o e enfiou a mã o debaixo da minha saia,
agarrando um punhado de bunda.
—Você deveria vir trabalhar assim todos os dias.
Eu ri.
Eu balancei a cabeça.
—Eu nã o tenho tempo para discutir com você . No entanto... —
Fui até sua pilha de roupas e tirei sua carteira do bolso. Eu peguei um
Visa e deixei a carteira de couro cair sem a menor cerimô nia no chã o.
.. —. há uma Victoria's Secret no LAX. Eu vou pegar algumas
novas… e algumas outras coisas enquanto estou lá .
Capítulo 27
Bennett
Não era ela.
Eu assisti Lucas verificar o preço no fundo do tê nis que ele estava
de olho e colocá -lo de volta na prateleira.
—Você gosta daqueles? — Eu perguntei.
—Entã o, por que você nã o experimenta? Você precisa de tê nis
novos antes da viagem da Disney em algumas semanas.
—Nã o?
—Entã o, porque diabos você está verificando os preços? — Eu
peguei o tê nis e fiz sinal para o garoto em um uniforme listrado da
Foot Locker que nã o parecia muito mais velho do que o Lucas.
—Sim senhor.
—Lucas?
Ainda nada, entã o segui sua linha de visã o para o que tinha
capturado sua atençã o. Eu ri e falei com o garoto nos esperando.
—Ela é fofa.
—Ela é Amelia Archer.
—Pensei que você estava mudando sua estraté gia e só iria gostar
das feias?
—Ela é bonita e legal. Mas ela nã o quer nada com nenhum dos
garotos.
—Nã o, nã o é isso. Um mê s atrá s, ela disse a Anthony Arknow que
gostava de Matt Sanders, e Anthony espalhou todos esses rumores
sobre ela. Ele fez isso porque gostava dela també m. Agora ela nã o fala
mais com nenhum dos garotos.
As alegrias do ensino mé dio.
—Ela virá ao redor. Por que você nã o diz oi? Mostre a ela o tê nis
que você está olhando e pergunte se ela gosta.
—Você acha que eu deveria? — Eu peguei o tê nis de volta na
prateleira e segurei para ele.
—Apenas entre.
—E complicado, amigo.
Ele saiu do carro e recostou a cabeça para trá s, uma mã o no alto
da porta.
Capítulo 29
Bennett
Foda-se.
Qualquer coisa.
Mas… foda-se.
Inferno, eu era esse tipo de cara, e eu nã o poderia ter feito isso
depois da noite que tivemos.
—OK. Obrigado.
A adega tinha quatro mesas de um lado e um longo bar de pedra
do outro. Eu examinei as mesas e vi rostos que nã o reconheci. Mas eu
definitivamente reconheci a parte de trá s exposta de uma mulher
sentada no penú ltimo banquinho do bar. De costas para mim, ela nã o
tinha nenhuma ideia de que eu estava aqui.
—Bennett?
A mulher ao lado dela levantou uma sobrancelha.
—Bennett? Como o cara quente do escritó rio?
Madison sorriu e olhou para mim por uma resposta. Eu fui com a
verdade.
—Ela está me evitando há dois dias. Eu també m tenho uma
calcinha dela no bolso que eu pensei que ela gostaria de pegar de
volta.
Sua amiga riu e se inclinou para beijar Annalice na bochecha.
Suas bochechas ficaram rosadas. Deus, por que eu amo tanto isso
nela?
—Gostei do seu vestido.
—Entã o eu vou te chupar até que você nã o esteja mais chateada.
E provavelmente tentar te irritar no dia seguinte.
Ela riu.
—Você está fazendo isso soar tã o simples. Mas é muito mais
complicado que isso.
—O que é isso?
—Vai ser difı́cil para você nã o se apaixonar por mim.
Eu me inclinei.
—Um idiota que você tem quı́mica, goste ou nã o. Entã o o que
você diz? De dia nó s lutamos como inimigos, de noite nó s fodemos
como guerreiros?
Ela me olhou nos olhos.
***
—Eu nã o posso. — Ela franziu a testa. —Eu disse a minha mã e
que ficaria aqui hoje à noite. Amanhã de manhã eu a levo de carona
para entregar as garrafas grá tis do vinho da nova temporada para
alguns de seus maiores clientes. Matteo prepara um enorme brunch, e
todos os catadores e trabalhadores vê m para comer. Começamos a
fazer isso no primeiro ano em que compraram o local, e ficou como
uma tradiçã o.
Isso soou legal, mas eu era egoı́sta, entã o eu nã o conseguia nem
esconder meu beicinho.
Ela sorriu.
—Bem, eu acho que nã o devemos tornar pú blico no trabalho que
algo está acontecendo entre nó s. Nem para nossos amigos.
Eu balancei a cabeça.
—Faz sentido.
—E quando estamos juntos fora do escritó rio, nã o falamos de
projetos de trabalho onde somos concorrentes.
—Certo.
—OK. Bem, isso foi fá cil. Você geralmente nã o é tã o agradá vel.
—Eu també m tenho algumas das minhas pró prias regras bá sicas
que gostaria de estabelecer.
Annalice levantou uma sobrancelha.
—Sim.
—OK…
—A menos que um de nó s termine as coisas antes da data de
expiraçã o, somos monogâ micos.
—Eu acho que isso foi um dado para mim. Mas bom, eu estou
feliz que você coloque isso de qualquer maneira. Algo mais?
—Provavelmente as trê s.
—Venha direto para minha casa depois. Eu vou fazer o jantar e
comer você como sobremesa.
—E a minha sobremesa?
Eu gemi.
—Você está me matando, Texas.
Capítulo 30
Annalice
O canto do lá bio dele se contraiu. Ele ergueu a taça de vinho para
a boca.
—Filhinho da mamã e?
—Eu sei que, em mé dia, os homens tendem a fazer mais do que
as mulheres nos mesmos trabalhos, mas isso... — Eu levantei minhas
mã os em direçã o a sua visã o.
Ele se inclinou.
—Beije-me.
Olá.
Ele quebrou o beijo com um puxã o no meu lá bio inferior entre os
dentes. Eu estava sem fô lego.
—Oi, — eu disse.
Sua boca se curvou em um sorriso. Ele empurrou meu cabelo
rebelde atrá s da minha orelha.
—Ei, linda.
—Oh. Sinto muito por ouvir isso. Espero que ningué m tenha se
machucado tanto.
Bennett me devolveu meu vinho.
Ele assentiu.
—Graduaçã o na escola.
—Isso é doce.
—Mas meu forte é sobremesa. Eu mal posso esperar para te
alimentar com o que planejei para mais tarde.
E... esse doce nã o vai durar muito tempo. Embora eu amasse sua
combinaçã o ú nica de doce e sujo.
Quando nos sentamos para jantar, cheirava bem. Minha boca na
verdade encheu d’á gua, embora eu nã o tivesse comido um brunch
completo há muito tempo. Eu imaginei que seria bom. Bennett nã o era
o tipo de homem que fazia qualquer coisa ruim. Mas eu nã o esperava
que ele fosse modesto. Seu espaguete carbonara estava fora deste
mundo.
—Isso é ... orgá smico. — Eu apontei meu garfo para meu prato
depois de engolir minha segunda garfada. —Madison daria cinco
estrelas se ela comesse aqui.
Suspirei.
—Pelo menos ela parou de perguntar se ouvi de Andrew.
—Sim, isso.
—Nã o ajudou.
—Me fale sobre isso. Eu dormi na casa da minha mã e. Minha mã o
nã o funciona tã o bem quanto o meu vibrador.
Bennett largou o garfo com um barulho alto. —Você está dizendo
que você se masturbou enquanto pensava em mim na noite passada?
—E hora da sobremesa.
Eu ri.
***
—Isso mesmo frio é delicioso, — eu disse com a boca cheia de
macarrã o.
—Você ... o sexo é sempre bom para as mulheres com quem você
está ?
Eu ri.
—Eu só quis dizer, o sexo é sempre assim para você ?
—Você quer saber se o sexo é sempre bom para mim porque você
nã o tem certeza se sou eu, nó s ou se aquele idiota com quem você
perdeu oito anos é apenas um inú til na cama?
—Você nã o me deixou terminar. Mas há uma diferença entre sexo
bom e o que diabos acontece quando estou dentro de você . Nó s temos
quı́mica, Texas. E nenhuma quantidade de atençã o ou trabalho duro
pode tomar o lugar disso. Entã o, minha resposta é , sim... Eu gosto de
pensar que o sexo foi satisfató rio para mim e para as mulheres com
quem estive. Mas o que temos acontecendo? Nã o, nem sempre é assim.
—OK.
Ele se inclinou e beijou minha bochecha.
—Eu posso te levar para casa agora para pegar alguma coisa, se
você quiser. Ou se nã o, vá para casa cedo amanhã de manhã para se
vestir para o escritó rio. Eu vou correr enquanto você faz isso para que
você nã o sinta que eu tenho uma vantagem injusta de chegar ao
escritó rio antes de você .
—Eu acho que eu poderia fazer isso - parar na minha casa pela
manhã , quero dizer.
—Bom. Entã o está resolvido. Vou definir o alarme mais cedo para
um bom e longo banho.
Ele assentiu.
—Meu baço foi removido. Rompido no impacto.
—Nã o.
Eu congelei.
—OK.
Eu ri, pensando que ela estava sendo fofa. Mas agora eu percebi
que estava realmente distraı́do. Era eu, ou ela parecia ainda mais foda
hoje do que o habitual? A que distâ ncia ficava o motel mais pró ximo do
escritó rio? Eu me perguntei se ela estaria pronta para uma rapidinha
no almoço.
—Sim eu estou.
Eu apertei os olhos.
—Você já conheceu eles antes?
—No momento? E agora tudo bem para misturar negó cios com
eles? Qual é o negó cio, Annalice?
Ela suspirou e chamou minha atençã o antes de se virar para
Jonas.
—Lauren é a irmã do meu ex. A empresa foi iniciada pelos avó s
de Lauren há sessenta anos. Mas ela e seu marido, na maioria das
vezes, administram isso agora. Eu os conheço muito bem. Andrew e eu
estivemos juntos por oito anos.
—Otimo. Entã o, estamos sendo julgados em trê s contas. Um, o
novo diretor de criaçã o quer entrar nas suas calças e outro, o irmã o do
dono já esteve lá .
—Bennett! — Jonas repreendeu. —Você está andando em uma
linha fina. Sei que esse trabalho é importante para você e, em um
mundo perfeito, a ú nica vantagem de conseguir uma conta seria o fato
de que o argumento de algué m é melhor. Entã o vou te dar uma folga
por estar chateado. Mas eu nã o vou sentar aqui e ouvir você falar
sobre Annalice dessa maneira.
Eu me levantei abruptamente.
—Bem. Entã o eu vou sair. Parece que Annallice vai liderar esse
campo com os Beckers de qualquer maneira.
***
—Quem você fode nã o é da minha conta, a menos que você esteja
me fodendo ao mesmo tempo.
Ela recuou e foi dar um tapa no meu rosto. Só que peguei o seu
pulso antes que ela acertasse.
Sua outra mã o surgiu, e ela tentou dar um tapa do outro lado.
Esse foi ainda mais fá cil de pegar.
Sim. Eu perdi isso. Meu pau endureceu, e eu precisava tocá -la, nã o
importa o quanto isso parecesse insano.
Merda!
Ele olhou para trá s e para frente entre nó s dois, ainda nã o
parecendo totalmente convencido.
—Talvez você s dois devessem tirar isso do escritó rio. Vã o tomar
uma bebida ou comer alguma coisa. Fazer amigos. Está bem.
Nosso chefe resmungou algo sobre ser velho demais para essa
merda e nos deixou sozinhos no escritó rio de Bennett novamente. Ele
até fechou a porta atrá s dele.
—Que porra é essa? — Bennett apontou para suas calças
encharcadas.
—O que?
—Um ponto molhado gigante. Você sabe, a garoa antes do
aguaceiro. E uma ereçã o.
—Entã o sua resposta foi jogar um café cheio no meu pau ao invé s
de...., eu nã o sei, me entregar um arquivo para me cobrir?
Eu comecei a rir.
—Eu pensei em te dar uma desculpa. Mas eu sou o jogo para dar-
lhe outro.
—Eu quero dizer isso, Bennett. Você nã o pode agir como um
namorado ciumento no escritó rio.
—Eu nã o estava com ciú mes.
Ele parecia genuinamente confuso com o meu comentá rio. Será
que ele realmente achava que o que acabara de acontecer era outra
coisa senã o o bom e velho comportamento de macho alfa, ciumento?
—Você nã o estava com ciú mes? Entã o, com o que você estava
todo chateado?
Ele jogou os guardanapos que usara para limpar as calças no
cesto de lixo.
—Uh-huh.
A gaveta de sua escrivaninha ainda estava aberta desde quando
ele tirou os guardanapos. Eu alcancei e bisbilhotei.
—O que?
—O poder de levar as pessoas a loucura.
***
Entã o, à s cinco para as quatro, fui até o escritó rio de Bennett. Ele
estava no fundo da arte, que ele espalhou por toda a mesa no canto do
seu escritó rio.
O idiota pensou que eu iria convidá -lo para outra coisa. Em vez
de explicar, apertei o botã o do viva-voz e disquei.
O assistente atendeu no primeiro toque. —Escritó rio de Lauren
Becker.
—Obrigada.
—Eu vou bater em você porque eu sou boa no meu trabalho. Nã o
por causa de qualquer outra coisa.
Bennett olhou para mim, seu rosto ilegı́vel.
—Anna?
Eu peguei o receptor.
—Sim. Oi Lauren.
—Como você está ? Deus, já faz muito tempo.
—Se você nã o se importa, eu prefiro que você nã o o convide. Nã o
estamos… Eu nem sabia que ele tinha falado com você sobre minha
mudança no trabalho ou pedir para você incluir na RFP.
Lauren suspirou.
—Sim eu entendo.
Eu balancei a cabeça.
—Você é bem-vindo.
—Por que você quer ganhar sendo justa? E por causa do que está
acontecendo entre nó s?
Bennett piscou.
—Eu sei. Mas vamos fingir, entã o eu nã o tenho que admitir que
você é uma pessoa muito melhor que eu.
Capítulo 33
Bennett
—Você gosta de Star Wars?
—Eu gosto de Star Wars. Eu nã o sou uma dessas aberraçõ es que
andam por aı́ vestidas como Yoda ou Chewbacca em uma convençã o
anual de aberraçõ es, mas eu vou ver os filmes. Por quê ?
—Nenhuma razã o.
Mas algo sobre sua resposta talvez fosse muito rá pida ou muito
curta me disse que ela estava cheia de merda.
Eu ri.
—Quem?
—Esqueça.
—Ah nã o. Você abriu esta lata de vermes. Agora que eu sei que
você é uma louca por Star Wars, quero saber com o que estou lidando.
Estamos falando apenas de trajes de Halloween, lancheiras, e você tem
toda a lı́ngua Klingon decorada, ou fã enlouquecida que se veste e vai a
convençõ es?
Eu ri.
—OK. Eu nã o vou provocar, minha idiota sexy. O que te fez
perguntar?
—Cale-se.
—Você sabe que há uma nova terra chegando à Disneylâ ndia em
breve: Star Wars: Galaxy's Edge.
—Sua perversã o nã o conhece limites. Isso afeta até mesmo suas
viagens à Disney.
—O que você diz? Quer vir? —Eu deixei minha mã o em sua perna
viajar mais alto e acariciei a pele sensı́vel no interior de sua coxa, bem
ao lado de seus lá bios. —Eu tenho que te pegar um quarto separado
por causa de Lucas, mas talvez eu consiga um na porta ao lado para
que eu possa sair depois que ele adormecer e deslizar dentro de você .
—Veja? Pervertido. Todos os caminhos levam ao sexo. — Ela
sorriu. —Eu adoraria ir. Mas tem certeza? Eu nã o quero interromper
seu tempo com Lucas.
Quanto mais conversamos sobre isso, mas eu gostava da ideia de
ela vir.
—Positivo. Ele ficará feliz em ter algué m alé m de mim para
conversar. Confie em mim. — Eu olhei para ela. —Alé m disso, eu quero
que você venha.
Annalice se iluminou, praticamente brilhava, enquanto assentia
com a cabeça. Entã o ela subiu em cima de mim e eu me animei
també m.
***
—Verde.
Eu balancei a cabeça.
—Por que eles mudariam a cor do sabre de luz? E, uma pergunta
melhor, por que você sabe as respostas para toda essa porcaria?
Annalice lambeu um gotejamento de sua casquinha de sorvete e
meu pau se contorceu - no meio da porra da Disney.
—Ele perdeu o azul em um duelo com Darth Vader em Cloud City.
Houve um grande alvoroço pelo motivo de seu sabre de luz ser verde
em Return of the Jedi. Os cartazes do filme original tinham ele
segurando um sabre azul. Algumas pessoas dizem que mudaram de
cor porque o pano de fundo da cena de luta era um cé u azul, enquanto
outros acham que há um significado mais profundo - como os
cineastas tentando mostrar que Luke se tornou seu pró prio homem.
Eu ri.
—Ah, entendi. Entã o eles queriam convencer os pais a comprar
mais sabres de luz mudando a cor.
***
—Sim.
Annalice ficou quieta e eu tive uma ideia do que ela estava
pensando.
—Você se importa comigo perguntando quantos anos ele tinha
quando sua mã e morreu?
—Ele tinha trê s anos.
—Uau.
—Sim.
Eu duvidava que ela tivesse comprado, mas pelo menos ela nã o
iria empurrar.
Joguei meu celular de volta na mesa. Nos oito anos desde aquela
noite, nunca falei com ningué m sobre o acidente - exceto os policiais e
os advogados. Nem mesmo o psiquiatra que minha mã e me mandou
poderia abrir o cofre. Durante muito tempo, imaginei que quanto
menos pensasse nisso, mais fá cil seria seguir em frente. Até
recentemente.
Os diá rios de Sophie despertaram muitas coisas dentro de mim.
Eu estava começando a me perguntar se mantê -los me deixava seguir
em frente, ou se talvez deixá -los ir seria a ú nica coisa que me
libertaria.
Capítulo 34
1 de Janeiro
Caro eu,
Estamos tristes.
Bennett já foi há dois meses. Ele está apenas a algumas horas de
distância na UCLA, mas também pode estar no meio do mundo. Nós
sentimos a falta dele. Muito. Ele tem uma nova namorada. Novamente.
Ele disse que essa também é uma das maiores do marketing e eles saem
o tempo todo como costumávamos fazer.
Ainda estamos namorando Ryan Langley, mas às vezes quando
estamos nos beijando, penso em Bennett. É muito estranho. Quero dizer,
ele é o Bennett, certo? Nosso melhor amigo. Mas parece que não
conseguimos parar.
Anonimamente,
Sophie
Capítulo 35
Bennett
Quã o ruim eu queria o emprego?
Eu nã o deveria.
Eu sabia duas coisas com absoluta certeza. Um, seria uma coisa
muito feia de se fazer. E dois, se o sapato estivesse no outro pé , e fosse
Annalice encontrando minha mesa com toda essa merda, ela se viraria
e sairia andando.
Eu nã o estaria fazendo isso por mim mesmo. Eu faria isso por
Lucas.
Havia uma exceçã o para o comportamento de merda quando o
fim justificava os meios, certo?
Que diabos ela poderia ter aqui? Sé rio, essa coisa tinha que pesar
trê s quilos. Talvez houvesse um tijolo dentro? Ou um livro? Uma capa
dura de Marketing para Dummies? Eu poderia pelo menos checar isso,
nã o poderia? Isso poderia deixar minha mente à vontade para saber
que eu nã o estava perdendo a pesquisa.
Puxei o elá stico vermelho da pasta de arquivos.
Hora: 11:05
PARA: Annalice
***
—Tanto faz. Nã o esqueça que o jantar será à s seis da noite com
Lauren e Trent na La Maison.
Eu zombei.
—Eu fui ao seu escritó rio para colocá -los em sua mesa na noite
passada. Eu vi que estava coberto com o seu trabalho na campanha
Star, entã o saı́ e coloquei debaixo da sua porta.
Ela inclinou a cabeça para o lado e procurou em meu rosto.
—Tanto faz.
Annalice exalou alto.
***
—Ela disse.
Ele assentiu.
—Faz sentido. Especialmente desde que ele é quem facilitou essa
reuniã o.
Esta era uma reuniã o de negó cios. Eu tive que manter minhas
opiniõ es para mim mesmo, mas com a porta aberta para espiar dentro,
eu nã o pude resistir.
Trent riu.
Merda.
Idiota.
Eu deixei meus olhos voltarem para ela para outro olhar. Ela era
tã o fodidamente moral e boa. Isso me fez querer fazer coisas imorais e
deixá -la mal depois.
Existe alguma maneira que eu poderia tocá -la agora e vê -la tentar
falar de negó cios com a irmã do babaca ao mesmo tempo?
Ela olhou para mim com um aviso em seus olhos.
—Eu nã o posso me ajudar. Eu quero fazer coisas ruins com você .
Venha para casa comigo. Senti sua falta na minha cama ontem à noite.
Capítulo 36
Annalice
9
—Shit-take . — Madison balançou a cabeça.
—Hummm, o quê ?
Eu ri.
—Desculpa. Acho que fiquei zoneada por alguns segundos.
Suspirei.
—Posso fazer uma pergunta hipoté tica?
—Claro. Se isso faz você se sentir melhor para fingir que nã o é
sobre você , vá em frente. Mande.
—Sim. — Fiz uma pausa e pensei em como pronunciá -la. —Se
uma mulher está envolvida com um homem - algué m que tem estado
muito aberto desde o inı́cio que nã o quer um compromisso de longo
prazo - seria insano para a dita mulher abandonar um bom emprego
com um monte de opçõ es de açõ es e dinheiro em jogo com a chance de
o cara aparecer e querer algo mais?
—Eu sei. E deveria ter sido o arranjo perfeito. Quero dizer, ele é
um burro narcisista, fó bico de compromisso, chauvinista e arrogante.
Madison jogou as mã os no ar.
—Bem, é claro que você se apaixonou por ele!
Nó s rimos.
—Falando sé rio, um de nó s será transferido para o Texas em
algumas semanas. Eu seria louca se eu procurasse outro emprego para
que nó s dois pudé ssemos ter uma chance?
—Quanto dinheiro estamos falando aqui?
—Bem, eu tenho opçõ es de açõ es que valem nos pró ximos trê s
anos. Basicamente, eles me dã o a oportunidade de comprar 20.000
açõ es por um preço fixo de $ 9. Entã o, depende do que a açã o vale.
—O que vale a pena agora?
Eu estremeci.
—Uns $ 21 por açã o.
Os olhos de Madison se arregalaram.
Eu balancei a cabeça.
—Nó s nã o falamos sobre isso.
—Bem, acho que é uma conversa que você precisa ter antes de
pensar em deixar sua carreira e muito dinheiro de lado.
—A coisa é ... eu nã o acho que ainda estamos lá . E eu nã o posso
imaginá -lo sendo bom comigo, dando qualquer coisa por uma chance
que ele virá ao redor. Na verdade, tenho certeza de que ele se dobraria
de volta na caixinha que fica trancado na maior parte do tempo se
soubesse o que eu estou pensando. Algo tem ele tı́mido sobre
relacionamentos. Mas eu nã o sei o que.
—Você nã o acha que é uma bandeira vermelha em si? Que você
nem sabe o que o tornou anti-relacionamento?
—Claro que eu faço! E sei que a coisa toda parece absurda até
considerar. Mas eu realmente gosto dele, Mad.
—Sabe, à s vezes é difı́cil ver as coisas claramente em um
relacionamento de rebote. As pessoas muitas vezes procuram a
segurança e o conforto daquilo que acabaram de perder e isso pode
causar apegos que sã o mais para o relacionamento do que a pessoa
real.
—Eu pensei sobre isso. Eu tenho. Mas eu nã o acho que estou
tentando substituir o Andrew ou o que tivemos.
Madison nã o parecia convencida. Eu esperava que ela me
dissesse que eu era louca, mesmo considerando desistir de um ó timo
trabalho e dinheiro por um homem - pelo menos, no começo. Mas
agora que ela nã o estava a bordo ou empolgada com a minha ideia,
isso estragou meu entusiasmo també m.
—Obrigada.
***
Eu decidi nã o mandar uma mensagem para Bennett antes de
aparecer. Mas agora que eu estava na frente de seu pré dio, olhando
para sua janela escura, me perguntei se isso era uma má ideia. Parecia
um telefonema, algo que eu nunca fiz. Na verdade, nos oito anos em
que Andrew e eu estivemos juntos, nunca tinha sequer pensado em
aparecer sem avisar. Nó s simplesmente nã o tı́nhamos esse tipo de
relacionamento - o que nunca pareceu estranho para mim, até hoje à
noite.
Mas aqui estava eu de pé ; nã o estrague tudo. Nã o adiantou em
repensar no que me senti confortá vel fazendo antes de começar a
analisar as coisas e compará -las ao meu ú ltimo relacionamento.
Respirei fundo e abri a porta do pré dio dele. Pressionando a
campainha chamada Fox, esperei enquanto batia minhas unhas no
metal da caixa de correio embutida embaixo.
—Bennett...
Ele bombeou com mais força e mais rá pido, ao mesmo tempo em
que retirou o dedo e depois o deslizou até o fim. Quando relaxei o
suficiente, ele acrescentou um segundo dedo. Isso foi o suficiente para
me quebrar. Eu gozei forte e alto - sons vindos de mim que eu nem
reconheci. Quando achei que poderia entrar em colapso, Bennett
passou um braço pela minha cintura para me manter firme e bombear
para dentro de mim com mais força. Com um rosnado voraz, ele se
inclinou, enterrou a cabeça no meu cabelo e derramou dentro de mim.
Nó s dois está vamos encharcados de suor quando caı́mos na
cama. Bennett, ciente de seu peso, rapidamente rolou de minhas
costas, e nó s dois lutamos para recuperar o fô lego.
Meu cabelo estava grudado ao lado do meu rosto. Empurrando
isso, eu rolei para as minhas costas.
—Uau.
Capítulo 37
Bennett
Satisfação.
Na ú ltima meia hora, eu estava deitado aqui tentando descobrir a
ú ltima vez que senti esse sentimento. Se algué m me perguntasse há
alguns meses, eu teria dito que sentia isso toda vez que fazia sexo -
aquele relaxamento pó s-orgá stico que toma conta do seu corpo. Mas
eu estaria errado.
Isso era saciado. Eu nã o tinha percebido até agora que havia uma
diferença entre sentir-se satisfeito e saciado. Mas existe - um maldito
grande. Satisfeito é aquela sensaçã o de satisfaçã o que você sente
depois de uma boa refeiçã o quando estava morrendo de fome. Ou
quando você está com tesã o como merda e você recebe um
lançamento que drena a vida de você . Claro, eu estava esgotado agora;
nã o me entenda mal. E també m me senti satisfeito. Mas eu nã o estava
satisfeito. Satisfeito satisfaz uma fome que sempre volta. Saciado faz
com que você sinta que nã o precisa de mais nada. Nunca.
E isso é fodido.
—Bem, agora que estamos falando do meu pau, ele sabe disso, e
ele está ainda mais acordado, por isso, se você tiver uma pergunta real,
é melhor perguntar rapidamente. Sua boca vai estar cheia demais para
falar em um minuto.
—O que você acha que aconteceria se nã o tivé ssemos uma data
de validade?
Eu congelei.
—O que você quer dizer?
—OK.
Porra.
Ela virou a cabeça e descansou de volta no meu peito. Alguns
minutos depois, senti a umidade na minha pele.
Porra. Porra.
***
Eu balancei a cabeça.
—Sim. Certo. Estou cansado també m.
**
***
—Estamos aqui.
A voz do motorista me acordou. Caindo no banco de trá s, devo ter
cochilado na curta viagem para casa.
Eu balancei a cabeça.
Porra.
Talvez eu nã o tenha.
—Eu nã o queria machucá -la. — Eu balancei para frente e para
trá s. —Eu nã o sabia como ela se sentia.
—E depois da meia-noite. Eu deveria ligar para a maldita polı́cia.
Eu olhei para baixo e engoli o nó na garganta.
—Eu sinto muito. Eu sinto muito mesmo.
—Nada.
A porta bateu na minha cara antes que eu pudesse dizer outra
palavra.
Capítulo 38
1º de dezembro
Caro eu,
Nós estamos grávidos.
Anonimamente,
Sophie
Capítulo 39
Bennett
Parecia que uma banda marcial tinha se instalado dentro do meu
crâ nio.
E engraçada.
E…
Que eu queria transar com ela usando um chapé u de cowboy e
saltos desde a primeira vez que ela bateu sua bunda sexy no meu
escritó rio e me respondeu de volta.
Porra.
Ela riu.
—Bem, eu estou feliz que você esteja bem. Eu estava começando
a ficar preocupada. Eu percebi que você nã o estaria com muito humor
para a sua corrida matinal, mas nove horas é como o meio dia para
você .
—Sim. — Eu esfreguei minha mã o livre sobre o meu rosto. —
Ouça. Me desculpe pela noite passada.
—Obrigado.
Porra.
—Você nã o pode, Fanny. Isso nã o pode vir de você . Ele precisa
ouvir isso de mim.
—Entã o eu acho que você vai ter uma conversa com ele em breve.
—Deveria ter pensado nisso oito anos atrá s, nã o deveria? Talvez
você tivesse prestado um pouco mais de atençã o.
—Fanny...
—Eu vou deixá -lo saber que você vai ter uma conversa com ele
quando você o ver no pró ximo fim de semana. — —Mas... — Ela
interrompeu novamente. —E se você nã o fizer, eu vou.
Clique.
Capítulo 40
Bennett
—Boa sorte.
—Ok, eu acho.
—Apenas bem?
Olhei para o reló gio.
—Eles nã o vã o voltar por mais vinte minutos. Você quer fazer
uma demonstraçã o para mim?
—Certo. Por que nã o? Normalmente nã o estou tã o nervosa, mas,
por algum motivo, está me assustando um pouco.
Eu sorri.
—Boa sorte, Texas.
***
—Tem um minuto?
Joguei meu lá pis sobre a mesa, feliz pela distraçã o. Minha
concentraçã o tinha sido uma merda toda a tarde.
—Entre.
Ele fechou a porta atrá s de si - nã o era algo que Jonas fazia com
frequê ncia. Tomando um assento na cadeira do outro lado da minha
mesa, ele soltou um grande suspiro.
—Há quanto tempo nos conhecemos agora? Dez anos?
Dei de ombros.
—Algo assim.
—Durante todo esse tempo, nunca vi você tã o estressado quanto
esteve na ú ltima semana ou duas.
Ele estava certo sobre isso. Meu maldito pescoço doı́a de tensã o,
mesmo quando eu acordei de manhã .
—OK…
Ele sorriu sem entusiasmo.
—Eu nã o acho que preciso dizer a você o que isso significa. O
conselho vai votar formalmente em todas as reestruturaçõ es e
demissõ es de pessoal de gestã o sé nior, mas é apenas uma formalidade
neste momento. Você ganhou dois de trê s, entã o o terceiro nã o é
necessá rio. Você vai ficar parado, Bennett. — Jonas deu um tapa no
joelho e usou como equilı́brio para se levantar. —Annalice será
transferida para o escritó rio de Dallas. Mas vamos esperar até depois
das apresentaçõ es do Pet Supplies para dar a notı́cia.
Tudo o que eu queria há dois meses era meu para guardar. No
entanto, eu nã o poderia ter me sentido mais infeliz. Isso me fez
questionar se eu realmente sabia o que queria começar. Porque agora
nã o conseguia imaginar querer nada que levasse Annalice a mil milhas
de distâ ncia.
Uma hora depois, eu ainda estava olhando para o espaço quando
Annalice apareceu com o casaco.
Está na hora.
Nestes ú ltimos meses, desde que Lucas e eu nos mudamos com
Bennett, eu tenho sido mais feliz do que eu tenho em toda a minha
vida. Mas esta manhã , observando Bennett rir e brincar com Lucas,
finalmente decidi. Nó s já é ramos como uma famı́lia de muitas
maneiras. Talvez ele pudesse me amar de volta do jeito que eu o amo?
Ele acabou de receber uma promoçã o em seu novo emprego -
depois de apenas um ano de trabalho lá . Ele está mais resolvido agora.
Thump-thump
Deitado em um colchã o nu, usando um travesseiro sem fronha,
eu ainda sentia o cheiro dela. Nã o poderia nem ser fisicamente
possı́vel. Mas o cheiro dela nã o diminuiu nem um pouco. Eu bati no
travesseiro com o punho para afofar.
Thump-thump
Thump-thump
***
O Wave Organ era uma escultura acú stica ativada por ondas
localizada ao longo da baı́a. Feito principalmente a partir dos
escombros de um cemité rio demolido, parecia mais ruı́nas antigas do
que uma exposiçã o de arte e mú sica. Vinte e poucos tubos de PVC e
tubos de concreto estavam localizados em todo o granito esculpido e
peças de má rmore, criando som que vinha do movimento da á gua
abaixo.
Eu sorri.
—Isso é o que eu costumava dizer a sua mã e. Mas ela me disse
que eu nã o escutava bem o suficiente.
—Eu nã o estava planejando isso hoje. Mas se você quiser, nó s
podemos.
Lucas riu.
—Sim, isso é Tommy.
—Sim. Mesmo que isso seja estranho. Quem quer ser o melhor
amigo de uma garota quando você é criança?
Eu murchei um sorriso. Nã o havia uma maneira fá cil de confessar
esse garoto. Eu prefiro ver uma onda gigante me lavar sobre a rocha
que eu estava sentado e me levar para o mar do que terminar esta
conversa. Mas olhei para Lucas esperando.
Como um covarde, olhei para baixo.
—E por isso que você passa todo esse tempo comigo? — Sua voz
estava cheia de má goa, e quanto mais ele falava, mais alto ele ficava. —
Você se sente culpado por matar minha mã e? E por isso que você vem
me visitar a cada duas semanas e pagar minha avó ?
—Lucas...
—Nã o, estava ó timo. Eu… hum… comi com o Lucas mais cedo. Eu
nã o estava pensando. Desculpe eu nã o comer tudo quando você teve
todo aquele trabalho.
—Você nã o estava brincando. Você está tã o tenso. E como um nó
gigante aqui atrá s.
Ele assentiu.
—Nada.
—Nã o me diga que nã o é nada. Você parece muito chateado.
—Bennett?
Eu assisti o seu pomo de Adã o balançar para cima e para baixo
enquanto ele engolia. E entã o seus ombros começaram a tremer. No
começo, achei que ele estava rindo - algum tipo de risada manı́aca que
precisava sair porque era isso ou quebrar e chorar.
Mas entã o ele olhou para cima.
Ele nã o estava rindo; ele estava chorando em silê ncio, fazendo
tudo ao seu alcance para nã o deixar sair.
—Oh Deus, Bennett. O que há de errado? O que aconteceu?
Capítulo 44
Annalice
—Você quer que eu pegue algo para você beber? Uma á gua ou
algo assim?
Bennett balançou a cabeça, mantendo-a abaixada, para que eu
nã o pudesse vê -lo, mas uma de suas mã os subiu para o meu rosto.
—Ainda nã o.
—No Texas?
Eu comecei a rir.
—Rapaz, isso nã o demorou muito. E aqui eu estava pensando que
você seria legal comigo depois de como eu fui legal com você . Eu
deveria saber melhor.
Bennett pegou-me e surpreendeu-me, balançando-me até o topo
da cama perto da cabeceira da cama. Ele subiu em cima de mim.
***
—Ouch.
—Sim. Isso nã o foi muito bom. Ela estava muito chateada, entã o
achei melhor levá -la para casa. —Ele fez uma pausa.
—Nã o até esta tarde. E uma longa histó ria, mas Sophie manteve
esses diá rios e sua mã e recentemente os leu. Lucas quase leu també m.
A ú ltima entrada em seu diá rio foi escrita no dia anterior à sua morte e
dizia que iria me contar sobre seus sentimentos. Sua mã e sabia que
nó s brigamos na noite em que Sophie morreu, mas quando ela leu os
diá rios, percebeu o porquê que está vamos brigando. Fanny nunca
gostou de mim para começar, e com razã o me culpa pelo acidente.
Ele suspirou.
—Ler esses diá rios despertou muitos sentimentos. Para nó s dois.
Eu fechei meus olhos.
—Oh Deus, Bennett. Eu sinto muito. Você disse a ele tudo isso
hoje? Eu estou supondo que nã o foi bem?
—Ele poderia ter me dito para nunca mais entrar em contato
com ele. Entã o eu acho que poderia ter sido pior.
—Ele acha que passei todo esse tempo com ele por culpa pelo
que fiz. E honestamente, tenho muita culpa. Mas essa nunca foi a razã o
pela qual eu fiquei envolvido na vida de Lucas.
—Bennett?
—Hmm?
—Você já conversou com algué m sobre isso? Quero dizer, toda a
histó ria. O que Sophie significou para você , o que ela compartilhou na
noite em que morreu e os relacionamentos que teve desde entã o - ou
falta de relacionamentos?
Capítulo 45
Annalice
Reli a carta que eu havia digitado para Jonas pela segunda vez. Eu
nã o estava pronta para dar a ele ainda. Mas digitá -la me aproximou um
passo. Parecia certo - como experimentar um par de jeans que nã o
cabia há muito tempo e, de repente, o zı́per se fechou. Fazia muito
tempo desde que qualquer coisa na minha vida realmente se
encaixava.
Andrew.
Bennett assentiu.
—Nã o tenha pressa. Me dê suas chaves. Eu vou puxar o seu carro
pela frente para que possamos carregar suas apresentaçõ es quando
você terminar.
Eu pesquei dentro da minha bolsa, esperando que ele nã o
notasse o rubor subindo pelo meu rosto. Felizmente, ele nã o parecia
notar. Ele pegou as chaves e beijou minha testa antes de sair do meu
escritó rio. Esperei, ouvindo seus passos desaparecerem até que eles
estivessem ao longe, e pelo som da porta da frente dos nossos
escritó rios abrindo e fechando.
—OK. OK. Eu só queria que você soubesse que eu vou me juntar a
Lauren e Trent para o seu jantar amanhã à noite.
—Por quê ?
Andrew suspirou.
—Por favor, Annalice.
Seus pais sempre quiseram que ele se envolvesse nos negó cios da
famı́lia, mas Andrew tinha enfiado o nariz no ar quando sugeriram que
ele assumisse um papel que envolvesse escrever em seu impé rio.
Qualquer coisa menos literatura estava abaixo dele.
—Bem. Tanto faz. Eu preciso correr.
—Adeus, Andrew.
***
—Eu mandei uma mensagem para ele esta tarde para lembrá -lo
que eu iria aparecer na sexta-feira antes da escola para dizer adeus.
Ele está indo para Minnetonka com Fanny logo depois do té rmino das
aulas. Eu odeio que ele vá embora por trê s semanas e meia enquanto
estamos neste lugar fodido. Eu deveria ter forçado Fanny a me deixar
contar a ele depois que ele voltasse.
—Talvez o tempo seja bom para ele, faça-o perceber que sente a
sua falta.
—Eu nã o sei sobre isso.
Eu sorri.
—Isso é melhor que nada. Ele virá ao redor. Ele só precisa de um
pouco de espaço.
***
Ele sorriu.
—Mais para mim, entã o. Meu carro está na loja, Trent me pegou a
caminho de casa do escritó rio.
Eu balancei a cabeça.
Andrew tinha ficado bem quieto enquanto eu apresentava
minhas ideias antes do jantar, e entã o ele ficou no fundo da nossa
conversa enquanto nó s quatro compartilhamos uma refeiçã o.
Eu levei um minuto para olhar para ele. Ele usava uma camisa de
botã o, fora da calça, com um par de jeans escuros e mocassins. Ele
tinha uma barba clara, o que realmente me surpreendeu. Na verdade,
todo o seu olhar descontraı́do me surpreendeu.
Ele caminhou até uma mesa e pô s o vinho no chã o. Quando ele
voltou, ficou um pouco mais perto de mim.
—Você está bonita esta noite.
Eu olhei para ele e nossos olhares se encontraram. O calor do seu
sorriso me jogou de volta a muito tempo atrá s. Nó s costumá vamos ser
felizes. Aquele sorriso costumava fazer minhas entranhas se sentirem
quentes - como Bennett faz agora. Apenas o sorriso de Bennett faz
muito mais para mim. Isso me fez sentir calor e emoçã o, e mesmo que
ele nã o me desse nada para indicar que ele sentia mais do que uma
atraçã o mú tua e fı́sica por mim, isso me fez sentir amada e cuidada.
—Certo. Claro.
—Eu espero que você nã o se importe, mas eu vou sair. A chuva
está ficando pesada lá fora, e eu nã o quero dirigir com ruas inundadas.
—Oh. Claro, —Lauren disse. Seus olhos se voltaram para o irmã o
e depois de volta para mim.
Eu perdi todo o sentido do que era para a frente e o que era para
trá s.
Nada ainda.
Eu mandei uma mensagem para Annalice para ver como sua
apresentaçã o foi e nunca recebi sua resposta. Mesmo que ela chegasse
em casa cedo e fosse para a cama, ela definitivamente estaria acordada
agora. Na maioria dos dias ela estava no escritó rio à s sete.
—Ei.
E um começo.
—Está pronto?
—Você estaria?
Ele olhou para baixo, mas nã o tentou sair do carro pelo menos.
Entã o eu continuei.
—Eu sinto muito. Sinto muito que o acidente tenha acontecido.
Me desculpe, eu nã o te contei até agora. Mas nunca foi por isso que
passei tempo com você . — Passei meus dedos pelo meu cabelo.
—Eu nã o estou indo a lugar nenhum. Tome algum tempo se você
precisar. Fique bravo comigo pelo acidente. Fique bravo comigo por
demorar muito para falar com você . Inferno, estou bravo comigo
mesmo por tudo. Mas eu estarei aqui a cada duas semanas depois que
você voltar, assim como sempre estive porque amo você - e enquanto
me sinto culpado por muitas coisas, essa culpa nã o tem nada a ver com
o tempo que passamos juntos.
***
Fui direto ao escritó rio de Annalice para contar a ela sobre Lucas,
mas a porta estava fechada. Sua luz també m estava apagada. Eu
disquei seu nú mero novamente no meu caminho para perguntar a
Marina se ela tivesse ouvido falar dela hoje.
Ela nã o tinha, e minha ligaçã o foi para o correio de voz
novamente.
As onze horas, eu estava preocupado. Uma coisa era ela me
ignorar, mas nã o aparecer ou ligar para o escritó rio? Algo nã o estava
certo. Eu fui ao escritó rio do Jonas, mas ele estava em uma reuniã o,
entã o pedi ao seu assistente que me ligasse assim que ele saı́sse. Eu
devo ter ligado mais cinquenta vezes até que Jonas finalmente saiu da
sala de conferê ncias.
Ele entrou no meu escritó rio sem bater e jogou um envelope na
minha mesa.
—Eu confiei em você que a diretoria iria mantê -lo aqui. E você
simplesmente nã o podia esperar para esfregar no rosto de Annalice,
nã o é ?
Obrigado.
Annalice O’Neil
—Quando ela deu isso para você ? Por que ela renunciaria?
Jonas colocou as mã os nos quadris. —Suponho que ela tenha
renunciado porque quer permanecer na á rea de Sã o Francisco - como
ela escreveu em sua carta. Mas ningué m, exceto nó s dois, sabia que ela
era aquela que seria realocada. Ela tinha que ter descoberto essa
informaçã o de alguma forma.
—Bem, nã o foi de mim. Ela deu isso a você esta manhã ?
—Eu encontrei em sua gaveta quando fui procurar os arquivos
que eu precisava para cobrir a reuniã o que ela nã o apareceu hoje.
***
Apesar…
Eu balancei a cabeça. Nã o, ele nã o iria lá . Ela sabe que idiota esse
cara é , agora.
Nã o é ?
—Olá ?
Eu franzi a testa, esperando pelo resto do comercial no rá dio.
—Desculpe?
—Você me ouviu. Coloque Annalice no telefone.
Clique.
—Olá ?
Silê ncio.
Eu gritei mais alto.
—Olá ?
Porra.
—Pooooorra.
Eu bati na rediscagem. O telefone nem ligou dessa vez, foi direto
para o correio de voz. Entã o eu bati na rediscagem novamente.
Entã o novamente.
Entã o novamente.
Eu chamei mais e mais. Mas continuou indo direto para o correio
de voz. O filho da puta ou estava rejeitando a chamada, ou ele desligou
o celular. De qualquer maneira, ele estava me impedindo de falar com
Annalice.
Capítulo 47
Bennett
Eu sentei na minha mesa por horas, passando por todas as
emoçõ es.
Chateado.
Como ela poderia fazer isso comigo... para nó s? Ela nã o sabia
como eu me sentia por ela?
Nã o. Ela nã o sabia.
Negaçã o.
Provavelmente havia uma explicaçã o perfeitamente ló gica para
isso. Talvez ela tenha se encontrado com Andrew para uma reuniã o de
negó cios - algo relacionado a Pet Supplies & More. Talvez Lauren
tivesse puxado seu irmã o para o laço e queria que Annalice mostrasse
sua apresentaçã o para ele esta manhã .
Por quê ? Porque eu era muito careta para admitir que tinha
medo de dar uma chance real entre nó s. Ela foi corajosa o suficiente
para me fazer a maldita pergunta. No entanto, eu tomei a saı́da
covarde.
Fodido boceta.
Eu precisava falar com ela - ir até o apartamento do idiota e
chutar a bunda dele, se é isso que é preciso para vê -la. Ela me daria
uma chance. O que nó s tivemos era real.
Nã o era?
Como diabos eu saberia? Eu nunca tive nada real na minha vida,
exceto o jeito que ela me fez sentir.
Poderı́amos nos separar por mil milhas - um de nó s no Texas e o
outro aqui - mas isso nã o importaria. Porque a distâ ncia fı́sica nã o
mudaria o que estava no meu coraçã o.
No meu coraçã o.
Porra.
Minha cabeça caiu para trá s contra a minha cadeira, e eu olhei
para o teto do meu escritó rio, respirando fundo.
Estou apaixonado por ela.
Fodido.
Amor.
Como diabos isso aconteceu?
Seu maldito ex disse uma coisa e fez outra por anos. Se eu tivesse
alguma chance de lutar por ela, ela precisava ver que eu tinha mais do
que palavras.
Eu só esperava que nã o fosse tarde demais.
***
Eu balancei a cabeça.
—Eu fodi com Annalice.
Jonas soltou um suspiro profundo.
Eu fiquei de pé .
—Isso nã o é uma opçã o.
Jonas abriu a gaveta e tirou o envelope contendo a renú ncia de
Annalice. Ele estendeu para mim.
—Gaveta superior esquerda de sua mesa. Colocado bem no topo.
Eu nunca encontrei isso.
***
—Bennett?
Eu balancei a cabeça.
—Você sabe onde está Annalice?
—No hospital. Sua mã e ficou com ela. Eu acabei de sair para
pegar algumas das coisas dela.
—Hospital? — Eu me senti mal.
—O que aconteceu?
Bennett?
Andrew?
Eu olhei para a mulher e balancei a cabeça.
Eu balancei a cabeça.
Mudei meus olhos para ver seu rosto, depois olhei para a
enfermeira e balancei a cabeça.
Ela sorriu.
—Eu falei com sua mã e. Ela disse que você vai ficar bem. Você se
lembra do acidente?
Eu balancei a cabeça.
—Você teve um acidente de carro. Houve uma tempestade e
muita chuva, e a á gua da rodovia fez com que você fizesse uma
aquaplanagem.
Memó rias começaram a voltar em flashes. Chovendo muito.
Pisando nos freios. As luzes brilhantes. Faró is. O estrondo alto. Sendo
sacudido de um lado para o outro. Andrew.
Eu tentei levantar minha mã o para tirar a má scara do meu rosto.
—Eu menti.
Seu olhar voltou para o meu. Nenhuma palavra foi necessá ria
para ele saber minha pergunta.
Ele apertou minha mã o e se aproximou. —Quando você me
perguntou se nó s estarı́amos juntos daqui a um ano se um de nó s nã o
fosse realocado, eu disse que nã o. Eu disse que gostava de ser solteiro
e ter minha liberdade. Mas a verdade é que eu estava apavorado. Eu
estava com medo de estragar tudo se ficá ssemos juntos. Você nã o
merece se machucar novamente e...
***
Eu quase me esqueci de tudo o que ele disse antes. Mas uma vez
que ele me lembrou, todas as palavras voltaram, cristalinas. Embora
eu quisesse ouvi-lo dizer de novo. Entã o eu coloquei meu melhor rosto
confuso. —Sentimentos?
Os olhos de Bennett se arregalaram.
—Tudo isso.
—Eu te amo.
Eu sorri abertamente.
—Novamente.
Ele riu.
Oh garoto.
—Você deve ter pensado...
—Nem diga isso. Eu nem quero saber por que você estava no
carro com ele. Apenas me diga que estamos bem e que isso nã o vai
acontecer novamente.
—Estou bem. Eu tenho isso. O mé dico disse que estou indo muito
bem. — Annalice inclinou-se para tirar um pote do fundo do armá rio.
A visã o de sua bunda era espetacular, mas eu nã o queria que ela se
machucasse. Eu passei meus braços ao redor de sua cintura e a tirei do
meu caminho.
—Deixe-me.
—O mé dico disse que você precisa ir devagar porque seu pulmã o
ainda está se recuperando. Você nã o está pronta para trê s lances de
escada na sua caminhada. Você precisa de um elevador.
Eu fiz Annalice voltar para casa depois que ela foi liberada do
hospital. Ela concordou porque eu nã o tinha lhe dado muita escolha.
Mas ela estava ficando mais forte a cada dia, e em breve ela estaria
bem para ir para casa, mesmo que esse dia nã o fosse hoje. Eu só queria
ela aqui.
—Eu poderia ficar com minha mã e por um tempo. Ela tem um
quarto de hó spedes no primeiro andar.
Eu coloquei um dedo sob o queixo dela e levantei para que
nossos olhos se encontrassem.
Eu balancei a cabeça.
Ela amoleceu.
Ela se inclinou para frente e pressionou seus lá bios nos meus.
—Ele está me mimando. Alé m disso, a visã o de quando ele sai do
chuveiro em apenas uma toalha sopra a vista da ponte Golden Gate da
sala de estar para fora da á gua.
Prendo seu rabo de cavalo em volta da minha mã o e mantive a
boca na minha quando ela tentou recuar. Ela abriu quando eu deslizei
minha lı́ngua entre aqueles lá bios deliciosos. Eu a beijei longamente e
forte, e meu coraçã o se encheu de novo.
Nas ú ltimas semanas, eu estava mais feliz do que toda a minha
vida. Eu sabia que nã o queria que isso acabasse. O beijo foi toda a
garantia que eu precisava.
—Bom. — Eu dei-lhe um leve puxã o no cabelo. —Entã o está
resolvido. Você vai morar aqui. Vou arranjar uma companhia de
mudança para ir ao seu lugar neste fim de semana e arrumar suas
coisas.
Os olhos de Annalice se arregalaram.
—O que?
—Você gosta do apartamento, ele é melhor que o seu. Você gosta
do seu companheiro de quarto. — Eu encolhi os ombros. —Por que
sair?
—Você está ... você está me pedindo para morar com você
permanentemente?
Eu olhei para frente e para trá s entre os olhos dela.
—Eu estou dizendo que eu quero você aqui quando eu acordar
de manhã , e eu quero você aqui quando eu for para a cama à noite. Eu
quero seus quatro jornais diferentes espalhados por toda a nossa
cama, e sua quantidade ridı́cula de sapatos enchendo nosso armá rio.
Eu quero que você use minhas camisetas para nos preparar o café da
manhã quando você estiver se sentindo bem de novo, e tenho certeza
que quero você debaixo de mim, em cima de mim, de joelhos no chã o
do meu quarto, e amarrada na cabeceira da cama enquanto eu como
você como sobremesa. —Eu parei. —Isso está mais claro?
Ela mordeu o lá bio inferior.
—Há algo que eu preciso te contar primeiro.
Eu endureci.
—O que?
—Desculpa.
Eu apertei os olhos.
—Eu vou te desculpar. Porque que diabos você levou tanto tempo
para me dizer isso, afinal? Você me deixou esperando por semanas.
Ela pegou minha camiseta em dois punhados e me puxou para
ela.
—Eu queria estar fora dos analgé sicos e remé dios que me fez
grogue para que você nã o tivesse dú vidas que eu quis dizer isso.
Eu puxei meu pescoço para trá s.
—Você parou os remé dios? O mé dico disse que está tudo bem?
Ela olhou para baixo e deslizou a unha ao longo do meu braço.
Entã o ela olhou sob os cı́lios com os olhos foda-me mais sexy.
—Ele també m disse que tudo bem retomar todas as atividades.
Eu só preciso ir devagar.
—Todas as atividades?
Ela mexeu as sobrancelhas.
—Todas.
O balcã o da cozinha tinha a altura perfeita, e eu nã o a esmagaria
nessa posiçã o. Alé m disso, nã o perderia tempo andando para o quarto.
Alcançando a bunda dela, eu a puxei até a borda do balcã o e pressionei
minha crescente ereçã o entre suas pernas. Eu senti o calor de sua
boceta atravé s das minhas calças e gemi.
Eu mencionei que foram trê s semanas?
Nã o havia som mais doce do que a mulher que você amava
gemendo seu nome. També m era sexy pra caralho. Foi isso. Eu quebrei.
Minhas investidas aceleraram e eu comecei a foder com mais e
mais força. Cada mú sculo do meu corpo se apertou enquanto ela se
apertava ao meu redor, suas unhas se enterraram nas minhas costas
quando seu orgasmo a atingiu. Assistir meu pau entrar e sair dela era
a visã o mais impressionante possı́vel. Mas saber que ela me amava
tornava tudo muito mais doce. Deus sabe por que diabos ela me deu
seu coraçã o, mas eu nã o tinha intençã o de dar de volta.
—More comigo?
—Uma condiçã o?
Ela assentiu.
—OK…
—Vou começar minha pró pria agê ncia. Eu quero que você venha
trabalhar comigo.
Epílogo
Annalice
Dois anos atrás, neste dia, eu fiquei devastada.
—Eu vou fazer você gritar tã o alto que os vizinhos podem
chamar a polı́cia.
Seu beijo tirou meu fô lego. Eu nã o tinha dú vidas de que ele
pretendia cumprir sua ameaça.
Veja? Bem desse jeito. Uma das maneiras mais fá ceis de irritá -lo
era ir no leã o ciumento. Sempre foi um ponto dolorido que Star havia
mudado de ideia no ú ltimo minuto e saı́do com a minha campanha.
Tobias convenceu os outros de que esse era o caminho a percorrer, e
isso só alimentou a chama de ciú mes que Bennett carregava. Ah, e a
propó sito, a Pet Supplies & More també m escolheu minha campanha.
O que significa que eu ganhei dois de trê s, e teria sido Bennett usando
as botas de cowboy. Mas tudo deu certo no final. Eu peguei minhas
duas novas contas e um monte de outras pessoas comigo quando saı́
de Foster, Burnett e Wren e fui trabalhar para a Fox Agency.
—Você está apenas pedindo para andar engraçado amanhã , nã o
é , Texas?
O apelido tinha ficado.
Eu sorri. —Feliz Dia dos Namorados, querido. Nó s fizemos isso.
—Desculpe, querida.
Fale sobre decepçã o. A tampa da panela cheia de á gua no fogã o
para cozinhar a massa começou a fazer barulho. Aparentemente, havia
duas coisas fervendo agora.
Eu contornei Bennett e fui para a cozinha. Pegando um pote da
gaveta, abaixei o fogo e levantei o topo para deixar sair o vapor. Mas, à
medida que os segundos se passaram, fiquei cada vez mais irritada por
Bennett ter estragado a noite que eu planejei. Eu até comprei alguns
presentes que eu nã o queria mais dar a ele.
Nã o dava para segurar quando se tratava de lutar com ele, eu bati
a tampa no balcã o e decidi compartilhar o quanto eu estava realmente
chateada.
Só que quando eu me virei, ele nã o estava mais lá .
—Claro que eu ia. Por que você brincou comigo desse jeito?
Ele estendeu a mã o e pegou a minha. —Você fez tudo isso porque
eu nunca tive um encontro com uma namorada no Dia dos Namorados.
Espero que continue, e que eu tenha um encontro com minha noiva.
Meus olhos começaram a lacrimejar.
Ele apertou minha mã o e notei a caixa em sua outra mã o
tremendo. Minha besta confiante que virou o amor da minha vida
estava nervosa em propor. Debaixo de todo o exterior duro estava um
homem com um coraçã o gigante e macio - é por isso que ele sofreu
tanto por tanto tempo e ergueu uma parede para protegê -lo de se ferir
novamente.
Bennett engoliu em seco e o humor em seu rosto foi substituı́do
por sinceridade. —Quando eu conheci você , eu estava quebrado e nã o
queria ser consertado. Você vandalizou meu carro, tentou pegar meu
emprego e me chamou de idiota, tudo em poucas horas depois de
entrar no escritó rio. Eu fiz tudo que podia para te odiar, porque em
algum lugar lá no fundo, eu sabia que você era uma ameaça à minha
necessidade de ser infeliz.
—Quando te insultei, você me convidou para uma reuniã o
mesmo sendo minha concorrente e você poderia ter ido sozinha.
Quando eu fiz merda de mim mesmo dizendo que sua mã e estava
dando em cima de mim, você me encorajou a ficar para o jantar.
Quando a avó de Lucas morreu, foi você quem disse imediatamente
que precisá vamos levá -lo ao conselheiro. Você deveria correr para o
outro lado, mas nã o é quem você é . Você é uma mulher linda, mas a
verdadeira beleza que brilha vem de dentro.
Ele balançou sua cabeça.
Bennett nos firmou e pressionou seus lá bios nos meus. Seus
polegares enxugaram as lá grimas dos meus olhos.
[←2]
Keurig é um sistema de produção de bebidas para uso doméstico e comercial, é como uma cafeteira.
[←3]
Commando é não usar roupas ín mas. As origens para isso são "ao ar livre" ou "pronto para a ação".
[←4]
O Woolly Bugger é uma mosca ar ficial comumente categorizada como mosca úmida ou streamer e é pescada
sob a super cie da água.
[←5]
bunny leech
[←6]
gold-ribbed
[←7]
Gyros ou gyro, lido "guíros" é uma apresentação de carne assada num forno ver cal, servida num pão de pita ou
sanduíche.
[←8]
Expressão que significa “Seios & Bunda”
[←9]
Shit-take seria merda.