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TEXTO I
“Arquitetura hostil” se refere a estratégias de design urbano que utiliza elementos para restringir
certos comportamentos nos espaços públicos, dificultar o acesso e a presença de pessoas,
especialmente pessoas em situação de rua.
O termo ( “hostile architecture” , em inglês) ficou famoso após a publicação de uma reportagem no
diário britânico The Guardian, em junho de 2014.
Segundo o historiador especializado em arquitetura Iain Borden, citado pelo repórter Ben Quinn, a
emergência deste estilo de arquitetura hostil data da década de 1990, nas gestões de um desenho
urbano que sugere, segundo suas palavras, “que só somos cidadãos se estamos trabalhando ou
consumindo bens diretamente”. Isto é, não trabalhar e não consumir quer dizer não poder estar
presente como cidadão de uma cidade.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/02/03/o-que-e-arquitetura-hostil-e-quais-suas-implicacoes-no-brasil
TEXTO II
O espaço público é um local de destaque para aprimorar a arte do convívio. Sua configuração
espacial e seus elementos físicos desempenham um papel importante nesse cenário, pois estão
intimamente ligados à capacidade de uma cidade em demonstrar sua habilidade em acolher e
receber de forma positiva. No entanto, em certas áreas, a presença de uma arquitetura hostil é
evidente, criando barreiras entre diferentes classes sociais e, especialmente, afastando populações
vulneráveis.
A arquitetura hostil é justificada por seus defensores como uma medida para evitar comportamentos
indesejados, como o que é rotulado como “vadiagem”. Esse tipo de ambiente é cuidadosamente
projetado para desencorajar o público a utilizar os espaços para atividades específicas. Em essência,
busca-se controlar o comportamento humano por meio dessa abordagem arquitetônica.
No dia 22 de dezembro de 2022, foi derrubado o veto do então presidente Jair Bolsonaro ao projeto
de Lei 488/2021, que veda o emprego de técnicas de arquitetura hostil em espaços livres de uso
público. Promulgada pelo Congresso Nacional, a lei nº 14.489/2022 leva o nome de Padre Júlio
Lancellotti, cidadão paulistano, pedagogo, presbítero católico, conhecido por sua dedicação às
causas sociais. Classificada como “lei de ocasião”, quando criada a partir de fatos que mobilizaram a
opinião pública, acresce ao artigo 2º do Estatuto da Cidade o inciso XX:
Art. 2º […]
XX – promoção de conforto, abrigo, descanso, bem-estar e acessibilidade na fruição dos espaços
livres de uso público, de seu mobiliário e de suas interfaces com os espaços de uso privado, vedado
o emprego de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas construtivas hostis que tenham como
objetivo ou resultado o afastamento de pessoas em situação de rua, idosos, jovens e outros
segmentos da população. ” (NR).
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “A arquitetura hostil e a democratização dos espaços públicos no Brasil”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.