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Adilson Reane – 03/01/2021.

PLEROMA

Pleroma (Grego πλήρωμα) geralmente se refere à totalidade dos poderes divinos. A


palavra significa plenitude (do grego πληρόω, "Eu preencho"), comparável a πλήρης
que significa "cheio"[1] e é usada em contextos teológicos cristãos,
tanto Gnósticos quanto por Paulo de Tarso em Colossenses 2:9.

Pleroma - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pleroma


Alfabeto Grego - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabeto_grego
Aeon – Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aeon_(gnosticismo)
Sizígia – Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Siz%C3%ADgia

Quando se trata de discorrer sobre algum termo utilizado no gnosticismo,


geralmente nos deparamos com termos em linguagem grega e isso acaba dificultando
nossa compreensão de palavras que, invariavelmente ficam sob a égide da interpretação
da palavra em si, mas que, segundo entendo, seus significados podem ser expandidos
de acordo com nossas próprias interpretações e com os alcances que lhes damos.
Nesse caso, longe de me imaginar possuidor de algum tipo de capacidade maior
do que quem os interpretaram, deixarei somente minhas “impressões” sobre alguns
termos encontrados nas fontes que utilizo e que deixo para consulta, interpretação e
verificação de alguém que por ventura venha a ler o que agora escrevo.

1 - PLEROMA

O termo pleroma que, segundo interpretado na fonte utilizada se refere “à


totalidade dos poderes divinos”, possui, de acordo com minha paupérrima
interpretação, dois direcionamentos básicos:
1 – Referente ao Ente Incriado, Causa Primeira existente de toda a eternidade,
Matriz Primeva origem de tudo o que existiu, existe e existirá, enfim, O Verdadeiro e
único Deus.
2 – Todas as castas de Filhos Criadores gerados a partir do movimento de
consciência criador da Causa Primeira.

Começando pelo direcionamento 2, pode ser suposto que, embora esses seres
sizígios (criados aos pares, isto é, como partes complementares um do outro) ostentem
poderes criadores fabulosos, seus pleromas, por assim dizer, são limitados.
Primeiramente à suas condições de seres que também foram criados a partir de um
movimento consciencial da Causa Primeira e, desta forma, não poderiam possuir os
mesmos atributos criadores desta. São seres que, da forma como interpreto, podem, de

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Adilson Reane – 03/01/2021.

acordo com suas vontades, criar o que julgarem estar dentro do âmbito de suas
atribuições conjuntas.
Porquê digo isso? Porque segundo interpreto, para que algo seja criado pelos
Filhos Criadores é necessário o consórcio de pelo menos dois Filhos Criadores, ou seja,
no caso de nosso universo, quando Prabrajna fez seu movimento de consciência criador
ele não estava só, mas havia outro alguém que o auxiliava; no caso sua contraparte e
mais, caso nos recordemos da palestra de Ellam sobre a OGDÓADE. Isso não
necessariamente que dizer que todos estavam plenamente de acordo com os termos
utilizados na criação, mas pelo que se pode supor, acabaram por ceder algum tipo de
vibração ou energia criadora, mesmo que involuntariamente. Isso acabou redundando
no envolvimento não de uma sizígia criadora, mas de quatro pares de entes mais
diretamente e porque não dizer de uma miríade de miríade de seres que foram criados
para darem sustentação à própria criação.
Quanto ao pleroma desses seres, não me fica claro se chega ao nível de criarem
“almas”, muito embora em pelo menos uma de suas palestras, Ellam tenha mencionado
essa possibilidade. Se não me falha a memória isso ocorreu em uma palestra onde ele
falava sobre os trimurtianos, notadamente Shiva e Vishnu, mas não menciona ou não
mencionou que isso poderia se dar com outros Filhos Criadores, o que deixa margem
para que possamos imaginar... Caso realmente essa possibilidade seja verificada em
algum tempo futuro, será o caso de avaliarmos quais os tipos de almas que permeiam
a criação, quais são seus “pais originais”, embora isso aparentemente não tenha grande
importância, e se isso implica em diferenças nos caminhos evolutivos das mesmas.
Particularmente penso que implica em diferenças, mas não tenho clareza mental
suficiente para discernir, principalmente os diferentes tipos de almas, se é que isso seja
fato.

Sobre o direcionamento 1, penso que o pleroma do Ente Primevo abarque o de


todos os seus Filhos Criadores, pois vejo como uma espécie de opção totalmente
consciente o fato de ter feito, não somente a divisão de suas potencialidades entre os
entes que foram criados pelo seu movimento de consciência, mas ainda a forma sigízia
pela qual optou por gerar de sua substâncias cada uma das contrapartes. Na verdade,
vejo como uma espécie e ato estratégico, pois se a cada um deles fossem dadas as
mesmas potencialidade do “pleroma original”, certamente a Causa Primeira somente
teria gerado clones de si mesmo, não havendo a necessidade ou a possibilidade de se
consorciarem para gerar novas experiências e algoritmos diferentes do que a perfeição
pode gerar.
Sim, foi isso mesmo o que quis dizer! O Incriado, sabedor de todas as suas
potencialidades, que suponho sejam infinitas, separou-as e dividiu-as, ou seja, cada par
sigízio recebeu uma de suas infinitas possibilidades em separado, porém, cada membro
do par somente tem a possibilidade de utilizar a potencialidade concedida se
consorciando com sua contraparte e, caso esse consórcio seja feito com outros pares
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Adilson Reane – 03/01/2021.

sigízios, ambas as possibilidades dessas potencialidades podem ser aplicadas em algum


processo criativo. O que nos leva novamente às aplicações feitas pela ogdóade ou
mesmo pelo consórcio de toda uma espécie de seres: “Os Pashvnaj”, mencionados por
Ellam em suas palestras.
E aqui volto a menção que já fiz em outros textos sobre a necessidade de
experienciar através de seu Filhos Criadores.
Não devemos esquecer que em potencial, tudo o que existiu, existe e existirá está
contido no Ser Incriado, ou na Matriz Primeva, porém existir em potencial não implica
na experiência do próprio existir, do experienciar na própria substância criadora. São
vivência totalmente diferentes. Seria como ter a capacidade de criar uma uva sabendo
todas as nuances de seu sabor e aroma, mas pelo lado físico, químico, matemático e
biológico, porém sem nunca colocar um grão de uva na boca ou sentir-lhe o aroma.
Aqui a potencialidade falha e a experiência assume maior valor.
Finalizando: O PLEROMA do Incriado, somente pode atingir sua total
potencialidade realizadora e “experiencializadora”, segundo posso inferir, quando
todos os humanos alcançarem o nível de realização criadora e espiritual de um Filho
Criador. E aqui fica para o psiquismo de cada um entender e perceber o que isso deve
significar em termos do que ainda temos por realizar.
Boas reflexões!

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