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Unidade 2: Interação da Radiação Eletromagnética

com a Matéria

Prof. José Alfredo Júnior


Unidade 2: Interação da Radiação Eletromagnética com a Matéria

Interação da Radiação com a Matéria


Um feixe de radiação eletromagnética ionizante, ao se propagar através da matéria sofre o
que chamamos de atenuação, ou seja, ele tem sua intensidade reduzida.

Essas interações dependem do tipo de material e das características da radiação.

Existem 2 classificações feitas, para melhor compreensão dessas interações:

1. Radiação diretamente Ionizante e Radiação indiretamente Ionizante;

Neste grupo, existe a ação de forças coulombianas entre a carga da radiação e a carga do meio.

2. Partículas carregadas rápidas e leves, e fótons e Nêutrons.


Já nesse segundo grupo, as interações devem-se a ação de campos eletromagnéticos que atuam sobre as
partículas carregadas do meio (no caso dos fótons) e à ação da força nuclear forte sobre prótons e nêutrons de
núcleos atômicos (no caso dos nêutrons).
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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Pesadas

Qualquer íon atômico ou partícula carregada, com massa de repouso superior a do


elétron e que possua energia maior que a energia de ligação dos elétrons do meio,
está incluída nessa categoria.

Ex: partícula alfa emitida por radionuclídeo, prótons da radiação cósmica ou de


acelerador).

Essas partículas, em sua maioria, interagem com a nuvem de elétrons dos átomos.
Isso ocorre por dois motivos:

1. O volume do núcleo é muito menor que o volume do átomo; e

2. A nuvem eletrônica serve como um escudo para o núcleo.


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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Pesadas

Devido a existência de muitos elétrons distribuídos na matéria e a força coulombiana


ter um alcance muito grande, temos diversas interações até que a energia cinética
da partícula incidente reduza até próximo da energia térmica à temperatura
ambiente (0,025 eV).

Essa sucessão de interações é chamada de choques ou colisões. Esse número de


colisões pode ser muito grande.

Se a partícula incidente tiver uma energia muito alta, podemos ter também reações
nucleares.
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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Pesadas

Relembrando o assunto dos pares de íons, podemos estimar a energia média para
formar um par de Íons num gás por uma partícula carregada.

𝐾
W=
𝑁
Onde W = energia média, K = energia cinética inical e N = número médio de pares de
íons formados no gás.

Mas porque relembrar isso?


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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Pesadas

Com essa equação podemos estimar o número de colisões em uma interação desse tipo.

Ex: Calcule o número médio de pares de íons produzidos no ar por uma partícula alfa que, tem
inicialmente, 5,49 MeV de energia cinética. Dados: W = 34,50 eV (energia média para formar um par
de íons, para partículas alfa no ar)

𝐾
W=
𝑁𝑖𝑜𝑛𝑠

𝐾
𝑁𝑖𝑜𝑛𝑠 =
𝑊

𝑁𝑖𝑜𝑛𝑠 = 1,59 x 105 pares de íons


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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Pesadas

As partículas alfa tem um


alcance muito pequeno, se
comparada a beta e gama por
exemplo. Então podemos
perceber que a densidade
linear de interações média
muito alta. Essa densidade não
é constante ao longo da
trajetória, pois conforme a
partícula perde energia, a
densidade linear de ionizações
aumenta.

Fonte: https://radiologykey.com/interaction-of-radiation-with-matter/
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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Leves

Nessa categoria temos apenas elétrons e pósitrons com energia cinética maior que a energia de ligação
de elétrons aos átomos do meio.

Apesar de as interações de partículas leves serem bem parecidas com as partículas pesadas (interações
coulombianas sucessivas com elétrons do meio), temos duas diferenças básicas:

1. As colisões são entre partículas de mesma massa (elétron incidente com elétron do meio):
Isso pode resultar em grandes perdas de energia e mudança brusca da trajetória em uma única colisão.

2. As velocidades atingidas pelos elétrons são muito elevados, devendo ser dado um tratamento
relativístico ao seu movimento.
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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Leves

Também podemos ter interações de partículas carregadas leves com o núcleo atômico, que podem
resultar a emissão de raios X de freamento (Bremsstrahlung).

Devido os elétrons terem alcance maior que as partículas pesadas, eles produzem densidade de
ionização menores ao longo da trajetória.
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Radiação Diretamente Ionizante: Partículas Carregadas Rápidas Leves

Aqui temos a ionização específica de um


elétron na água, podemos ver que a
densidade de ionização ou a criação de
pares de íons por milímetro diminuem
conforme a energia do elétron aumenta.

Fonte: https://radiologykey.com/interaction-of-radiation-with-matter/
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Referências

➢ Física das Radiações / Emico Okuno, Elisabeth Mateus Yoshimura. – São Paulo: Oficina
de Textos, 2010 – 1ª Reimpressão 2014.

➢ RADIOLOGIC SCIENCE FOR TECHNOLOGISTS: PHYSICS, BIOLOGY, AND PROTECTION,


ELEVENTH EDITION Copyright© 2017 by Elsevier, Inc. All rights reserved.

➢ Tauhata, L., Salati, I. P. A., Di Prinzio, R., Di Prinzio, M. A. R. R. Radioproteção e


Dosimetria: Fundamentos - 9ª revisão novembro/2013 - Rio de Janeiro - IRD/CNEN.
345p.
Obrigado!

prof.joseterra@unyleya.edu.br

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