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D. Aninhas ou D.

Bernardo

Levanta-te daí Aninhas


da tua cama real
se queres ver as sereias
que no mar estão a cantar.
Ó Papá, não são sereias
não têm tão doce cantar.
Ó Papá, é D. Bernardo
que comigo quer casar!
Se cuidasse disser ser,
eu o mandaria matar.
D. Bernardo que ouviu isto,
Já tratou de caminhar.
D. Aninhas esperou sete anos e um dia,
já era muito o esperar,
mandou fazer um barquinho do verde canavial.
Mandou deitar no mar para ver onde ia parar.
Foi parar a longes terras debaixo de um laranjal.
Aí estavam três senhoras, todas três a costurar.
Uma cose, outra faz renda, outra procura o dedal.
Com a senhora do meio com ela queria falar.
Se não viu D. Bernardo nesta terra natural.
D. Bernardo não está em casa, está para a serra caçar.
Se a pressa não é muita, eu o mandaria chamar.
A pressa não é muita nem também com devagar,
que eu deixei o jantar na mesa para o Papá jantar,
a garrafa na mesa e o vinho no garrafal,
a água na bacia para o Papá se lavar,

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