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Enquanto cresce o número de leitores de 5 a 10 anos, esse percentual cai a partir dos 11
anos e entre leitores de nível superior e classe A; veja esses e outros destaques da 5ª
edição da pesquisa nacional
Por Stephanie Kim Abe
No Brasil, existem cerca de 100 milhões de leitores, que compõem 52% da população.
É o que mostra a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada no
último dia 14 de setembro, com dados de 2019. Esses leitores são, em números
absolutos, não estudantes (61,2 milhões), da classe C, D e E (70 milhões) e de renda
familiar entre um e cinco salários mínimos (76,3 milhões).
“Foi uma surpresa para nós a queda em leitores de classe A e B e de Ensino Superior,
que historicamente sempre tiveram um percentual maior de leitores. Também
verificamos uma queda no percentual de leitores na população de 11 a 17 anos – sendo
que nas três últimas edições eles se mantiveram em um patamar parecido”, explica
Zoara Failla, coordenadora da pesquisa.
A pesquisa mostra também que os leitores têm usado o tempo livre para assistir
televisão, assistir filmes ou vídeos em casa, escutar música ou rádio, usar a Internet,
WhatsApp e redes sociais.
Um dos motivos apontados pelos organizadores pode estar na mediação. Até os 10 anos
de idade, as famílias costumam ocupar esse lugar de ler para as crianças, assim como
os(as) professores(as) do Ensino Infantil também utilizam muito a contação de histórias
em suas práticas.
Quem é o mediador a partir dos 11 anos? A família percebe esse despertar do interesse
pela leitura na infância, na apropriação de múltiplas linguagens. Mas depois ela acha
que não é mais a mediadora – apesar de poder ser, sim. A escola precisa suprir esse
papel, e precisamos ter políticas públicas voltadas para os(as) professores(as) de Ensino
Fundamental e Médio para que eles(as) consigam ser mediadores(as)
O governo, em 2015, suspende todos os programas de literatura nas escolas, para fazer
uma grande revisão do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE). Somente em
2019 é feito o novo modelo, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático
(PNLD) Literário – que eu acho melhor, mais inclusivo. Mas estamos vendo agora o
custo desses quatro anos sem nenhuma renovação de acervo, sem essa utilização da
biblioteca e indicação de leitura
“Infelizmente, não estamos indo para lugar nenhum. E a pesquisa das bibliotecas mostra
que o investimento em profissionais formadores do hábito de leitura é a coisa mais
importante de todo esse ciclo. Claro que a gente precisa de bons acervos, boas
instalações, precisamos trabalhar com outras mídias, mas não estamos investindo nos
profissionais: o formador, o professor, o bibliotecário, o contador de história”, defende.
Para discutir os dados da pesquisa e pensar políticas públicas para melhorar o cenário da
leitura no Brasil, o IPL e o Itaú Cultural promovem, a partir de hoje (22/09), quatro
painéis de debate.
Abertos ao público, porém com vagas limitadas, eles vão ocorrer às terças-feiras até o
dia 13 de outubro, sempre às 17h. As vagas já estão esgotadads, mas os debates devem
ser disponibilizados no YouTube do Itaú Cultural após a sua realização. Confira a
programação:
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Postado em: Leitura e Escrita
TAGS:bibliotecas, bibliotecas públicas, contação de histórias, educação infantil, ensino
fundamental, família, formação de leitores, Ibope Inteligência, incentivo à leitura,
Instituto Pró-Livro, IPL, Itaú Cultural, leitores, leitura, mediação de leitura, mediadores
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leitura no Brasil
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