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Lição 2

A BÍBLIA COMO LIVRO

Esta Lição apresenta como eram formados os livros nos tempos


em que a Bíblia foi escrita. O processo era bem diferente do de hoje,
desde o material utilizado até a maneira como eram feitos e conservados
os registros escritos. Por isso, a Bíblia tinha uma aparência totalmente
diferente de como a conhecemos hoje em seu formato impresso, e mais
ainda na forma virtual e on-line.
Sem alterar jamais o teor da mensagem divina, a composição da
Bíblia também sofreu alterações, a considerar que os livros sagrados não
estavam no princípio todos reunidos como os temos agora. As invenções
e descobertas feitas pelo homem ao longo da História, como o papel e
o prelo de tipos móveis, propiciou a difusão progressiva da Palavra de
Deus por todo o globo.
Diversas são as designações que a Bíblia emprega a si mesma, o
que veremos durante o estudo desta Lição, assim como o significado e a
origem deste termo – Bíblia.
A estrutura da Bíblia é também objeto de estudo desta Lição, como
sua divisão em dois Testamentos, em capítulos e em versículos. Os
autores dos livros bíblicos são igualmente aqui abordados, levando-se em
conta que foram escritos por cerca de quarenta pessoas, no decorrer de
aproximadamente dezesseis séculos, o que não impediu jamais o milagre
da perfeita harmonia e da unidade do texto bíblico.

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Sendo Jesus Cristo o tema central dos 66 livros que compõem as
Sagradas Escrituras, é possível sintetizá-los, para efeito de entendimento,
em (a) preparação, (b) manifestação, (c) explanação e (d) consumação.
Além da composição, da estrutura e do tema central da Bíblia, esta Lição
apresenta sobre ela algumas particularidades, que seguramente nos serão úteis
e práticas ao estudo. Acompanhemos, então, as páginas que se seguem.

Esboço da Lição

1. Os Livros Antigos
2. A Estrutura da Bíblia (Parte 1)
3. A Estrutura da Bíblia (Parte 2)
4. O Tema Central da Bíblia
5. Observações Úteis e Práticas

Objetivos da Lição

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:


1. Descrever a forma primitiva da Bíblia;
2. Definir a palavra testamento no contexto do estudo da Bíblia;
3. Dar a estrutura da Bíblia no que concerne ao Novo Testamento;
4. Dizer qual é o tema central da Bíblia;
5. Mencionar três observações úteis e práticas no estudo das
Escrituras.

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32 TEXTO 1
OS LIVROS ANTIGOS
Como todo livro antigo, a Bíblia, em sua composição original, também
tinha a forma de rolo (Jr 36.2). Esses rolos eram feitos de papiro ou pergaminho.
Bibliologia I

Papiro
O papiro era uma folha para escrever e/ou
pintar, feita de tiras cortadas da entrecasca do papiro,
planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e
banhados do Oriente. Essa planta existe ainda hoje
no Sudão, na Galileia Superior e no vale de Sarom.
As tiras extraídas do papiro eram umedecidas, justa-
postas e/ou entrecruzadas, batidas para se obter sua
unificação, e geralmente polida após a secagem,
tornando-se uma folha apropriada para escrever ou
pintar. As folhas eram então coladas umas às outras,
até formarem um rolo de qualquer extensão. Criado
pelos egípcios, foi o principal suporte da escrita na
antiguidade, especialmente na região do Mar Mediterrâneo, onde a maior
parte dos livros e registros diversos era constituída por rolos de papiro.
Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na
Bíblia, por exemplo em Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas
versões da Bíblia, o papiro é mencionado como junco; de fato, o papiro
é um tipo de junco de grandes proporções. De papiro deriva-se a palavra
papel. Seu uso nas Escrituras remonta ao ano 3000 a.C.

Pergaminho
O pergaminho consistia em peles, princi-
palmente de carneiro ou ovelha, submetidas a
um banho de cal e depois raspadas e polidas
com pedra-pomes. Feito isso, eram lavadas,
novamente raspadas e postas a secar em
molduras de madeira, para evitar a formação
de pregas ou rugas. Por fim, recebiam uma ou
mais demãos de alvaiade (pigmento branco,
constituído de carbonato de chumbo, usado
em pintura de exteriores). O material é
melhor e mais durável que o papiro.
O nome pergaminho deriva da cidade de Pérgamo, onde, prova- 33
velmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. Seu uso é mais
recente do que o do papiro; provém dos primórdios da Era Cristã, apesar
de já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em
2 Timóteo 4.13.

Lição 2 - A Bíblia como Livro


O formato primitivo da Bíblia

A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro


um rolo. Assim, vemos que, a princípio, os livros sagrados não estavam
reunidos uns aos outros como os temos agora em um volume único:
a Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no século
II pelos chineses, bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 d.C.,
por Gutenberg, tipógrafo alemão. Até então, era tudo manuscrito pelos
escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.
Quanto ao aspecto da difusão da Sua Palavra, Deus tem abençoado
maravilhosamente. Através dos milhões de exemplares impressos, com
rapidez e facilidade em muitos pontos do globo, a distribuição e a disse-
minação da Bíblia, ou mesmo apenas do Novo Testamento, mais e mais
pessoas vêm sendo alcançadas.
Graças também ao progresso obtido no campo das invenções e
da tecnologia, hoje podemos transportar, com toda a comodidade, um
exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos. Todavia,
devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas
continuam, ainda hoje, em uso nas sinagogas judaicas.

O vocábulo Bíblia

O termo Bíblia não se encontra no texto das Sagradas Escrituras.


Consta apenas da capa, mas não do texto. Donde, pois, provém este
vocábulo? Do grego, a língua original do Novo Testamento.
A palavra Bíblia, que é uma forma plural, deriva do grego biblos ou
biblíon, que significa rolo ou livro. Biblíon, no caso nominativo plural,
assume a forma bíblia, significando livros. No latim medieval, é usado
como uma palavra singular – uma coleção de livros ou “a Bíblia”.
Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblíon, e vários
destes formavam uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer
dizer coleção de livros pequenos. Com a invenção do papel desapareceram
34 os rolos, e a palavra biblos deu origem a livro, como se vê em biblioteca,
bibliografia, bibliófilo etc. É consenso entre os doutos no assunto que o
nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João
Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era.
Bibliologia I

Devido as Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra


Bíblia, sendo uma forma plural, como acabamos de ver, passou a ser
singular, significando O Livro, isto é, O Livro dos Livros, O Livro por
Excelência. Como Livro Divino, a definição canônica da Bíblia é “A
Revelação de Deus à Humanidade”.
Entre inúmeros outros, os nomes mais comuns que a Bíblia emprega
a si mesma, isto é, nomes canônicos, são:
Escrituras: “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras:
A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por
cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso
aos nossos olhos?” (Mt 21.42).

A HISTÓRIA DOS LIVROS Moisés registrou por escrito os Seus feitos e a


história do Seu povo. Seus registros foram fei-
A história dos livros é tão antiga quanto a tos em papiros e pergaminhos – os primeiros
história da escrita. Alguns historiadores apon- materiais de escrita.
tam que surgiram juntos. Além da escrita,
O pergaminho surgiu depois do papiro e
outros fatores, como a economia, a política e
veio dar mais resistência aos escritos. A du-
a necessidade de registrar a história contri-
rabilidade de um documento em pergaminho
buíram para o surgimento do livro. O homem
era maior.
aprendeu a escrever há milênios, a fim de ar-
mazenar tudo o que conhecia e repassar to- Os livros não nasceram na forma como os
das as informações às futuras gerações. Com conhecemos hoje; esse tipo de encadernação
o correr do tempo e dos fatos, seria impossível e formato é moderno. Com o passar dos anos,
guardar tudo no cérebro. A escrita surgiu, por- a invenção de tecnologias possibilitou uma
tanto, para registrar a história do homem. melhor conservação, bem como o armazena-
mento do conhecimento, além de facilitar a
A preservação da história do povo de Deus
produção de obras e o acesso à informação.
deu-se primeiramente pela tradição oral. A
Antigamente, a escrita era uma atividade ex-
história era passada dos pais aos filhos. O co-
clusiva dos escribas, assim como a leitura (Ne
nhecimento dos feitos de Deus no Egito e da
8.1-3). Somente eles sabiam ler e escrever. No
libertação do povo da escravidão foi assim
papiro, deveria constar apenas informações
preservado. “E para que contes aos ouvidos de
oficiais, como leis e assuntos administrativos.
teus filhos, e dos filhos de teus filhos, as coisas
que fiz no Egito, e os meus sinais, que tenho A invenção dos livros encadernados acon-
feito entre eles; para que saibais que eu sou o teceu quase no final da Antiguidade, quan-
Senhor” (Êx 10.2). Mas igualmente por ordem do estudiosos decidiram organizar os per-
de Deus, e inspirado pelo Seu Santo Espírito, gaminhos em páginas, em vez de rolos, para
Sagradas Escrituras: “O qual antes prometeu pelos seus 35
profetas nas santas escrituras” (Rm 1.2).
Livro do Senhor: “Buscai no livro do Senhor, e lede;
nenhuma destas coisas faltará...” (Is 34.16).

Lição 2 - A Bíblia como Livro


A Palavra de Deus: “Invalidando assim a palavra de Deus
pela vossa tradição...” (Mc 7.13); “Porque a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de
dois gumes ...” (Hb 4.12).
Os oráculos de Deus: “... aos judeus foram confiados os
oráculos de Deus” (Rm 3.2 – ARA).

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” à coluna “B”.
Coluna “A”
___2.01 Originalmente, a Bíblia era assim confeccionada.

facilitar a locomoção e o manuseio. Durante Com a disseminação do papel e a facilida-


a Idade Média, os livros viraram exclusivi- de na reprodução de materiais com a prensa
dade de clérigos, tornando-se objeto para de tipos móveis, os livros se popularizaram
devoção a deuses. A Igreja chegou a proibir entre as pessoas, a educação deu início a um
inúmeros livros, considerados impróprios processo de democratização e a imprensa co-
por membros do clero. Isso fez com que, meçou a surgir. Lutero traduziu a Bíblia para o
nos dias da Reforma Protestante, as Bíblias alemão dando ao povo a oportunidade de po-
fossem acorrentadas ao púlpito, e de uso der ler a Palavra de Deus em seu idioma.
exclusivo dos padres.
Referências Bibliográficas
A prensa de Gutenberg
Barbier, Frédéric. História das Bibliotecas: De
O alemão Johannes Gutenberg revolucionou Alexandria às Bibliotecas Virtuais, tradução
a história da comunicação, com a prensa de de Regina Salgado Campos – São Paulo: Edi-
tipos móveis. Foi a partir dessa invenção que tora da Universidade de São Paulo, 2018.
teve início a impressão em massa de mate-
Febvre, Lucien, 1878-1956. O Aparecimento do
riais. Com a criação da prensa móvel, o custo
Livro - Lucien Febvre & Henri-Jean Martin;
de impressão dos livros barateou muito. An-
colaboração Anne Basanoff… [et al]; tradu-
tes, a cópia de um texto era atividade dos es-
ção de Fulvia M. L. Moretto & Gracira Mar-
cribas, que a faziam a mão, letra por letra, o
condes Machado – São Paulo: Editora da Uni-
que tornava demorado e caro qualquer mate-
versidade de São Paulo, 2017.
rial escrito. Foi através da nova invenção, que
o custo para a fabricação de livros diminuiu
consideravelmente. E o primeiro exemplar im-
presso foi a Bíblia em latim, que ficou conheci-
da como a Bíblia de Gutenberg.
36 ___2.02 Materiais com que eram feitos os livros antigos.
___2.03 Consistia em pele de animal submetida a um banho de cal e
depois raspada e polida.
___2.04 Cada um de seus livros formava um rolo.
Bibliologia I

___2.05 Donde provém o vocábulo Bíblia.


___2.06 Como livro divino, a Bíblia é “a revelação de Deus à humanidade”.
___2.07 “... é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma
de dois gumes”.
Coluna “B”
A. Grego.
B. Pergaminho.
C. A Palavra de Deus.
D. Bíblia.
E. Em rolos.
F. Definição canônica da Bíblia.
G. Papiro e pergaminho.

TEXTO 2
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
Parte 1
Estudaremos neste Texto a estrutura ou composição da Bíblia,
isto é, sua divisão em partes principais e seus livros quanto à classifi-
cação por assuntos, divisão em capítulos e versículos, e certas parti-
cularidades indispensáveis.

Os Dois Testamentos
A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo
Testamentos, tendo ao todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 em
o Novo. Estes 66 livros foram escritos num período de aproximadamente
de 16 séculos, por cerca de 40 autores.
Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às 37
mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países,
regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros, em épocas
e condições diversas. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia
perfeita. Isto prova que Um só os dirigia no registro da revelação divina.

Lição 2 - A Bíblia como Livro


A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa:
a) aliança ou concerto. No Antigo Testamento, a palavra usada
é berith, que significa concerto.
b) testamento, isto é, um documento contendo a última vontade
de alguém quanto à distribuição de seus bens após a morte.
Esta é a palavra empregada em o Novo Testamento, como,

A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO ele pertence às ciências exatas. Entretanto,


esse tipo de conhecimento não tem a menor
Por que carecemos da revelação? Porque relevância diante das questões últimas da vida.
precisamos conhecer a Deus e tomar cons- Acaso você já viu alguém chorar comovido por
ciência do nosso pecado. Nós somos pergun- haver descoberto o sentido da vida ao deparar-
tadores por essência; perguntamos tudo sobre -se com o fato de que, sem dúvida alguma, a
tudo. E as grandes perguntas da humanidade menor distância entre dois pontos é uma reta?
são exatamente o anseio do homem em busca Seria uma situação no mínimo ridícula.
de Deus. Perguntas como “Quem eu sou? Para A existência de Deus pode ser negada, como
onde vou? De onde viemos? Qual a origem da a própria Bíblia revela: "Disse o néscio no
vida?” são indagações de quem está em busca seu coração: Não há Deus" (Sl 14.1). Ora, se a
de algo maior que si mesmo. A Bíblia nos res- existência de Deus pode ser negada, de onde
ponde todas essas interrogações: então vem a certeza de que Ele existe? Da Bí-
– Quem eu sou? Filho de Deus! blia. Sim, a resposta é simples assim. Deus
não é para ser questionado, mas aceito! O
– Para onde eu vou? Se buscar a Cristo
pecado nos afasta de Deus (Rm 3.23) e afeta
e confessá-lo como único e suficien-
todos os aspectos da vida humana, inclusive
te Salvador, vou para o céu.
nossa consciência e razão. Por isso, todas as
– De onde viemos? Fomos criados por vezes que o homem procurar encontrar Deus
Deus, do pó da Terra. por meio de sua consciência, ou de suas pro-
priedades intelectuais, sempre chegará a con-
– Qual a origem da vida? O próprio
clusões estranhas sobre o Criador. Por isso é
Deus; Ele é a verdade e a vida.
necessária a revelação bíblica: para que pos-
Todas essas perguntas são feitas no anseio samos chegar ao verdadeiro conhecimento de
pelo autoconhecimento. Diante disto, algumas Deus e ter comunhão com Ele. Sem a revelação
pessoas estarão propensas ao próprio racio- Bíblica a nós disponível, seria impossível, por
cínio, à capacidade humana de formular ques- exemplo, concebermos a Doutrina da Trinda-
tões filosóficas. Ninguém duvidaria de um pro- de, que é essencial ao cristianismo.
fessor de matemática que diz que 1+1=2. Esse
conhecimento é afirmado com toda a certeza;
38 por exemplo, em Lucas 22.20. O duplo sentido do termo
grego mostra duas coisas: que a morte do testador (Cristo)
ratificou ou selou a Nova Aliança e, portanto, nos garante
toda a herança (Hb 9.15-17).
Bibliologia I

O título “Antigo Testamento” foi primeiramente aplicado aos


primeiros 39 livros da Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a
era patrística da Igreja.
Na primeira divisão principal da Bíblia temos o Antigo Concerto
(também chamado de pacto, aliança), vindo pela Lei, feito no Sinai e
selado com sangue de animais (Êx 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda
divisão principal, o Novo Testamento, temos o Novo Concerto, advindo
pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvário e selado com o Seu sangue
(Lc 22.20; Hb 9.11-15). É, pois, um concerto superior ao anterior.

O Antigo Testamento
Como dissemos, o Antigo Testamento contém 39 livros e foi escrito
originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos escritos em
aramaico, língua que Israel contraiu no exílio babilônico. Há também
algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos,
conforme o assunto a que pertencem: Lei, História, Poesia e Profecia.
1. Lei. São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio. Esta seção do Antigo Testamento também é
chamada de “Pentateuco”. Esses livros tratam da origem de
todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita.
2. História. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da
história de Israel nos seus vários períodos:
a) Teocracia, sob o comando dos juízes;
b) Monarquia, sob o reino de Saul, Davi e Salomão;
c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos
reinos de Judá e Israel, este levado sob cativeiro para
a Assíria e, aquele, à Babilônia.
d) Pós-Cativeiro, sob a liderança de Zorobabel, Esdras
e Neemias em conjunto com os profetas, seus
contemporâneos.
3. Poesia. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão.
São chamados “Poéticos”, não porque sejam cheios de
imaginação e fantasia, mas devido ao gênero de seu 39
conteúdo. São também chamados “Devocionais”.
4. Profecia. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Subdividem-se em:

Lição 2 - A Bíblia como Livro


a) Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros);
b) Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).
Os nomes “Maiores” e “Menores” não se referem ao mérito ou à
notoriedade do profeta, mas ao tamanho dos livros e à dimensão do
ministério profético.
Apresentamos a seguir um quadro com todos os livros do Antigo
Testamento separados por assunto, de acordo com a versão Septuaginta
das Sagradas Escrituras.

ANTIGO TESTAMENTO
Lei Livros Históricos Livros Poéticos Livros proféticos
Gênesis Josué Jó Os Profetas
Êxodo Juízes Salmos Maiores
Levítico Rute Provérbios Isaías
Números 1 Samuel Eclesiastes Jeremias
Deuteronômio 2 Samuel Cantares de Lamentações de
1Reis Salomão Jeremias
2 Reis Ezequiel
1 Crônicas Daniel
2 Crônicas
Esdras Os Profetas
Neemias Menores
Ester Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
40 EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

2.08 A Bíblia tem, ao todo,


___a) 39 livros.
Bibliologia I

___b) 27 livros.
___c) 66 livros.
___d) 49 livros.

2.09 Os livros da Bíblia foram escritos num período de 16 séculos e


tiveram cerca de
___a) 60 autores.
___b) 40 autores.
___c) 27 autores.
___d) 39 autores.

2.10 A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa


aliança ou
___a) concerto.
___b) anel.
___c) dialeto.
___d) papiro.

2.11 A segunda divisão principal da Bíblia refere-se ao Novo Concerto,


advindo por
___a) Moisés.
___b) Tertuliano.
___c) Jesus Cristo.
___d) Orígenes.

2.12 Os cinco livros escritos por Moisés são também chamados de:
___a) O Pentateuco.
___b) Os Poéticos.
___c) Os Proféticos.
___d) Os Históricos.
TEXTO 3 41
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
Parte 2
A classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto advém

Lição 2 - A Bíblia como Livro


da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem
cronológica dos acontecimentos relatados em cada livro, o que, para o leitor
menos avisado, dá lugar a não poucas confusões, procurar agrupar a narra-
tiva cronologicamente. Estudaremos a cronologia bíblica mais adiante, em
Lição específica. Na Bíblia hebraica (que é o nosso Antigo Testamento), a
divisão dos livros é bem diferente, como veremos posteriormente.

O Novo Testamento

Composto por 27 livros, o Novo Testamento foi escrito em grego,


não o grego clássico dos eruditos, mas o do povo comum, chamado
“Koiné”. Seus livros também estão classificados em 4 grupos, conforme
o assunto a que pertencem: Biografia, História, Epístolas e Profecia.
1. Biografia. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida do Senhor
Jesus Cristo e Seu glorioso ministério terreno. Os três
primeiros Evangelhos são chamados “Sinópticos” devido
ao paralelismo das informações que há entre eles. Todos os
livros que precedem os Evangelhos tratam da preparação
para a manifestação de Jesus Cristo, e os que os seguem são
explicações da doutrina de Cristo.
2. História. É o Livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história
da Igreja Primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho;
tudo através do Espírito Santo, conforme Jesus prometera
(At 1.8).
3. Epístolas. São 21 epístolas (ou cartas), e abrangem de
Romanos a Judas. Elas contêm a Doutrina da Igreja e os
destinatários são diversos, também conforme o assunto:
a) 9 são d irig id a s a ig reja s (de Roma nos a 2
Tessalonicenses);
b) 4 são dirigidas a indivíduos (duas a Timóteo, uma a
Tito e uma a Filemom);
c) 1 é dirigida aos hebreus cristãos;
42 d) 7 são dirigidas a todos, indistintamente (Tiago, 1 e
2 Pedro, 1, 2, e 3 João e Judas). Estas são também
chamadas “Universais”, “Católicas” ou “Gerais”, apesar
de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a particulares.
Bibliologia I

4. Profecia. É o Livro de Apocalipse (ou Revelação). Trata da


volta pessoal do Senhor Jesus Cristo à terra e das coisas que
precederão esse glorioso evento. Nesse livro bíblico vemos
o Senhor Jesus vindo com os Seus santos para:
a) destruir o poder gentílico mundial, então sob o
reinado da Besta;
b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação;
c) julgar as nações;
d) estabelecer o Seu reino milenar.
Assim como os do Antigo Testamento, os livros do Novo Testa-
mento não estão situados em ordem cronológica, pelas mesmas razões
já mencionadas.

NOVO TESTAMENTO
Epístolas Epístolas
Biografia História Profecia
Paulinas Gerais
Mateus O Livro Romanos Hebreus Apocalipse
Marcos de Atos 1 Coríntios Tiago
Lucas 2 Coríntios 1 Pedro
João Gálatas 2 Pedro
Efésios 1 João
Filipenses 2 João
Colossenses 3 João
1 Tessalonicenses Judas
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemom
Particularidades da versão católica da Bíblia 43

Nas Bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel


e 1 e 2 Reis são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. Os livros
de 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias

Lição 2 - A Bíblia como Livro


são chamados 1 e 2 Esdras.
Também nas edições católicas de Matos Soares e Antonio Pereira de
Figueiredo, o salmo 9 corresponde, na versão de João Ferreira de Almeida,
aos Salmos 9 e 10. O de número 10, ao de número 11. Isto assim se sucede
até aos Salmos 146 e 147, que em nossa Bíblia é o de número 147. Deste
modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima
mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em
si; nem poderia ser de outra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor.

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___2.13 O Novo Testamento é composto de 29 livros.


___2.14 O Novo Testamento foi escrito em grego clássico, o dos eruditos.
___2.15 O Livro de Atos registra a história da Igreja Primitiva.
___2.16 As Epístolas contêm a Doutrina dos Últimos Dias.
___2.17 Apocalipse ou Revelação é o Livro Profético do Novo Testamento.
___2.18 Nas Bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel,
e 1 e 2 Reis, são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente.

TEXTO 4
O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA
Jesus Cristo é o tema central da Bíblia. Ele mesmo o declara nos
evangelhos:
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse
estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lc 24.44)
44 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter
nelas a vida eterna, e são elas que de mim testi-
ficam.” (Jo 5.39)
Leia também Atos 3.18; 10.43 e Apocalipse 22.16.
Bibliologia I

Se examinarmos atentamente o Antigo Testamento, veremos que em


tipos, figuras, símbolos e profecias, Jesus ocupa o lugar central das Escrituras.
E, em todo o Novo Testamento, temos registrada a Sua manifestação.

Cristo – De Gênesis a Apocalipse


Destacamos abaixo o tratamento dado a Jesus Cristo por cada um
dos livros bíblicos, segundo seu contexto, autor e propósitos divinos.
Em Gênesis, Cristo é a Semente de Mulher;
Em Êxodo, é o nosso Cordeiro Pascal;
Em Levítico, é o nosso Sumo Sacerdote;
Em Números, é a Coluna de Nuvem de Dia e a Coluna
de Fogo à Noite;
Em Deuteronômio, é o Profeta no Meio do Povo;
Em Josué, é o Capitão do Exército do Senhor;
Em Juízes, é o nosso Juiz e Libertador;
Em Rute, é o nosso Parente Remidor;
Em 1 Samuel, é o nosso Profeta;
Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote;
Em 1 Reis, é o Rei Sábio;
Em 2 Reis, é o Rei Fiel;
Em 1 Crônicas, é o Grande Monarca;
Em 2 Crônicas, é o Monarca que Permanece;
Em Esdras, é o Grande Escriba;
Em Neemias, é o nosso Restaurador;
Em Ester, é o nosso Escape da Morte;
Em Jó, é o nosso Redentor que Vive;
Em Salmos, é o nosso Pastor;
Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus;
Em Eclesiastes, é a nossa Vida Completa;
Em Cantares de Salomão, é o Amado de nossa Alma;
Em Isaías, é o Messias Prometido; 45
Em Jeremias, é o Renovo da Justiça;
Em Lamentações, é Aquele que Chora por Nós;
Em Ezequiel, é o Renovo Principal;

Lição 2 - A Bíblia como Livro


Em Daniel, é o Quarto Homem na Fornalha;
Em Oséias, é o Marido Fiel;
Em Joel, é o nosso Batizador;
Em Amós, é o Divino Lavrador;
Em Obadias, é o nosso Salvador;
Em Jonas, é o Grande Missionário;
Em Miquéias, é o Libertador Divino;
Em Naum, é o Juiz das Nações;
Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvação;
Em Sofonias, é o Senhor Zeloso;
Em Ageu, é o Desejado das Nações;
Em Zacarias, é o Renovo da Justiça;
Em Malaquias, é o Sol da Justiça;

JESUS CRISTO, O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA Sobre quem é a Bíblia? Ao contrário do que
muitos creem, a Bíblia não é uma série de his-
A Bíblia foi escrita em um período de aproxi- tórias desconexas. Cada narrativa ali é parte
madamente 1600 anos, por cerca de 40 escri- de uma história única. No Antigo Testamento,
tores, mas o seu real autor é Deus, e o seu real o relato da queda no Jardim do Éden já aponta
intérprete é o Espírito Santo. Por isso, toda a Bí- para a boa notícia da vinda do segundo Adão,
blia tem um único tema: Jesus Cristo. Por todas melhor que o primeiro e que completou o tes-
as páginas da Bíblia podemos ver o Senhor Jesus te no Jardim das aflições, trazendo a redenção
(Não estamos, com isto, dizendo que Jesus é a à humanidade. Jesus Cristo é o autor da nossa
chave-hermenêutica para se interpretar a Bíblia; Salvação (Lc 24.27, 44-45; At 10.43).
tal pensamento é um refugo do iluminismo tra- “Olhando firmemente para o Autor e Con-
vestido de espiritualidade). O que estamos afir- sumador da fé, Jesus, o qual, em troca da
mando é que Jesus é o assunto de toda a Bíblia. alegria que lhe estava proposta, supor-
Os evangelhos, assim como os demais livros tou a cruz, não fazendo caso da ignomí-
da Bíblia, possuem uma unidade de pensamen- nia, e está assentado à destra do trono
to, uma coerência que avança numa sequência de Deus. Considerai, pois, atentamente,
precisa dos capítulos. De Gênesis 1 até Apoca- aquele que suportou tamanha oposição
lipse 22 temos um único Livro, dividido em 66 dos pecadores contra si mesmo, para
capítulos que apontam para a nossa redenção. que não vos fatigueis, desmaiando em
A leitura deste Livro abre-nos as janelas da vossa alma.” (Hb 12.2,3 ARA)
mente, limpa-nos a alma e põe-nos em contato
com o Criador e Sustentador de tudo.
46 Em Mateus, é o Rei dos Judeus;
Em Marcos, é o Servo de Deus;
Em Lucas, é o Filho do Homem;
Em João, é o Filho de Deus;
Bibliologia I

Em Atos, é o Senhor Ressurreto;


Em Romanos, é Aquele que nos Faz Mais que Vencedores,
Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas Vidas;
Em 2 Coríntios, é o nosso Conforto;
Em Gálatas, é o Libertador do Jugo da Lei;
Em Efésios, é Aquele que Cumpre Tudo em Todos;
Em Filipenses, é o Modelo de Humildade;
Em Colossenses, é a Plenitude de Deus;
Em 1 Tessalonicenses, é Aquele que Virá Arrebatar a Igreja;
Em 2 Tessalonicenses, é Aquele que Virá para Julgar os Ímpios;
Em 1 Timóteo, é o Único Mediador Entre Deus e os Homens;
Em 2 Timóteo, é o nosso Modelo;
Em Tito, é o nosso Exemplo;
Em Filemom, é o nosso Senhor e Mestre;
Em Hebreus, é o nosso Intercessor Junto ao Pai;
Em Tiago, é o nosso Modelo Singular;
Em 1 Pedro, é a Pedra Angular da nossa Fé;
Em 2 Pedro, é a nossa Força;
Em 1 João, é o nosso Advogado Junto ao Pai;
Em 2 João, é a Verdade;
Em 3 João, é o Caminho;
Em Judas, é o nosso Protetor;
Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor
dos senhores. Aleluia!
Reconhecendo o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bíblia, o Dr.
C. I. Scofield resume os 66 livros em quatro palavras a Ele referentes,
da seguinte forma:

1. Preparação: todo o Antigo Testamento, ao tratar da


preparação para o advento de Jesus Cristo.
2. Manifestação: os evangelhos, ao tratar da encarnação, 47
manifestação e vida de Jesus Cristo.
3. Explanação: as epístolas, que fornecem o esclareci-
mento sobre a doutrina de Cristo.

Lição 2 - A Bíblia como Livro


4. Consumação: o Livro de Apocalipse, ao tratar da consu-
mação de todas as coisas preditas, através de Cristo.

Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria


ou a Matemática sem os números.

Alguns fatos e particularidades da Bíblia


A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e
versículos. A divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal

ISAÍAS 53
48 Hugo de Saint-Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A
divisão em versículos deu-se em duas etapas:
1. O Antigo Testamento, em 1445, pelo rabi Nathan.
Bibliologia I

2. O Novo Testamento, em 1551, por Robert Stevens, um impressor


de Paris que publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos
e versículos em 1555, sendo esta a Vulgata Latina. Quanto às
imperfeições destas divisões, trataremos noutro texto.
O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O
Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia
toda possui 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo, após a
invenção do prelo em 1452, em Mainz, Alemanha. Segundo dados
publicados em 2021 pela Sociedade Bíblica do Brasil, a Bíblia
completa acha-se traduzida em 704 línguas; o Novo Testamento,
em 1571, e porções dela acham-se disponíveis em 1.160. Ou seja, dos
7.359 idiomas existentes no mundo, 3.435 contam com a tradução
de pelo menos uma porção das Escrituras. No entanto, resta muito
trabalho a ser feito: 3.924 idiomas ainda não possuem tradução de
nenhuma linha da Bíblia. Oremos pelos tradutores e para que Deus
levante obreiros para a seara da tradução da Sua Palavra. De todo
modo, o Senhor o tem feito: nos últimos anos, o processo de tradução
da Bíblia tem-se acelerado surpreendentemente. Em apenas 8 anos,
de 2013 a 2021, o número de idiomas para os quais a Bíblia foi
completamente traduzida subiu de 600 a 704. Deus seja louvado!
Desta forma, as palavras de Jesus, em Marcos 16.15, podem ter o
seu fiel cumprimento: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai
o evangelho a toda criatura”.

CONTINENTE SÓ BÍBLIA
PORÇÕES TOTAL
OU REGIÃO TESTAMENTOS TODA
África 223 292 158 673
Ásia 223 236 130 589
Austrália, Nova
Zelândia e
155 224 38 417
Ilhas do
Pacífico
Europa 112 35 61 208
49
América do
41 28 07 76
Norte

Ilhas do Caribe,
México,

Lição 2 - A Bíblia como Livro


120 264 27 411
América Central
e América do Sul

Línguas
02 0 01 03
Construídas

Totais 876 1.079 422 2.377

(https://biblia.sbb.org.br/artigo/707-milhoes-de-pessoas).

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”
___2.19 O tema central da Bíblia.
___2.20 Testificam de Jesus.
___2.21 Palavra referente a Jesus, em todo o Antigo Testamento.
___2.22 Palavra referente a Jesus, nos evangelhos.
___2.23 Palavra referente a Jesus, nas epístolas.
___2.24 Palavra referente a Jesus, no Apocalipse.

Coluna “B”
A. Preparação.
B. Consumação.
C. Jesus.
D. Explanação.
E. As Escrituras.
F. Manifestação.
50 TEXTO 5
OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS
Este Texto visa ajudar-nos no manuseio e estudo da Bíblia.
Portanto, tenhamos sempre em mente o fato de que melhor proveito
Bibliologia I

terá do estudo das Escrituras quem melhor souber manuseá-la.


Os pontos abordados a seguir, se observados atentamente, ajudar-nos-ão
a ter o aproveitamento que tanto desejamos no estudo das Escrituras.
1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar notas de suas
meditações na Palavra de Deus. A memória falha. Distribua
seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e
destacados uns dos outros. Use um caderno de anotações,
pois, se não houver organização nos seus apontamentos, eles
não lhe serão úteis.
2. Referências Bíblicas. O sistema mais simples e rápido para
escrever referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica
do Brasil: duas letras, sem ponto, para cada livro da Bíblia
(ver p. VIII). Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas um
ponto. No índice das Bíblias editadas pela Sociedade Bíblica
do Brasil, há uma lista das abreviaturas dos livros. Veja, a
seguir, alguns exemplos de referências por este sistema.
a) 1 Jo 2.4 (Primeira Epístola de João, capítulo dois,
versículo quatro);
b) Jó 3.7,8 (Livro de Jó, capítulo três, versículos sete e oito);
c) 1 Cr 6-10 (Primeiro Livro das Crônicas, capítulos seis
a dez);
d) 1 Pe 5.2-9 (Primeira Epístola de Pedro, capítulo cinco,
versículos 2 a 9);
e) Fp 1.23 (Epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo
um, versículo vinte e três);
f) Fm v. 14 (Epístola de Paulo a Filemom, versículo
quatorze);
g) Ap 9 (Apocalipse de João, capítulo nove).
3. Texto, contexto, referência e inferência.
A diferença entre os quatro aspectos bíblicos acima assinalados 51
é fundamental para a compreensão do estudo das Escrituras:
a) Texto. Conjunto de palavras contidas numa passagem;

Lição 2 - A Bíblia como Livro


b) Contexto. É a parte anterior e posterior ao texto em
relevo. O contexto pode ser geral, imediato ou remoto.
Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro.
c) Referência. É a conexão direta sobre determinado
assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo,
a referência pode levar a outras indicações como:
“a” – indica a parte inicial do versículo;
exemplo: Rm 11.17a;
“b” – indica a parte final do versículo; exemplo:
Rm 11.16b;
“ss” – indica os versículos que se seguem até o
fim ou não do capítulo; exemplo: Rm 11.17ss;
“qv” – significa que veja; recomendações para
não se deixar de ler o texto indicado; provém
da expressão latina quod vide = que veja;
“cf” – significa compare, confirme, confronte;
provém do latim confere;
“i.e.” – significa isto é; provém do latim id est.
As referências também podem ser verbais e reais. A primeira é
um paralelismo de palavras; a segunda, de assuntos ou ideias.
d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. É
uma ilação ou dedução.
4. Siglas das diferentes versões em vernáculo. O uso dessas
siglas poupa tempo e trabalho.
– ARC = Almeida Revista e Corrigida. É a Bíblia de
Almeida antiga, impressa inicialmente pela Imprensa
Bíblica Brasileira;
– ARA = Almeida Revista e Atualizada. É a Bíblia de
Almeida, revisada e publicada pela Sociedade Bíblica
do Brasil, completa, a partir de 1958;
52 - ACF = Almeida Corrigida e Fiel. Tradução feita pela
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1994,
usando como base a Almeida Revista e Corrigida, e
com a característica de basear-se no Textus Receptus
grego para o NT e no Texto Massorético hebraico para
Bibliologia I

o AT (os mesmos textos usados por Almeida em sua


tradução original).
– FIG = Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é
impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estran-
geira, Londres;
– SOARES = Matos Soares. Versão popular dos
católicos brasileiros;
– RHODEN = Hubert Rhoden. Versão particular desse
ex-padre brasileiro;
– CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica
popular da Bíblia;
– TRAD. BRAS. = Tradução Brasileira, 1917;
5. O tempo antes e depois de Cristo. A ordem cronológica dos
fatos ocorridos antes e depois de Cristo é feita da seguinte
maneira:
– a.C. = Antes de Cristo, isto é, antes do nascimento de
Cristo.
– d.C. = Depois de Cristo, isto é, o tempo depois do
nascimento de Cristo. Também aparece em algumas
obras como “a.D.”, proveniente da expressão latina
Anno Domini, isto é, ano do Senhor, em alusão ao
nascimento de Cristo.
6. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo
domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com
rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim.
Em Lucas 4.17 diz que Ele “achou o lugar onde estava
escrito”. Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil
do que hoje, com o avanço da indústria gráfica e dos
recursos tecnológicos.
EXERCÍCIOS 53
Associe a coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”

Lição 2 - A Bíblia como Livro


___2.25 Abreviatura de 1 João capítulo 2, versículo 4.
___2.26 Abreviatura de Filemom, versículo 14.
___2.27 Conjunto de palavras contidas numa passagem.
___2.28 É a conexão direta sobre determinado assunto.
___2.29 É uma conexão indireta entre assuntos; é uma ilação ou
dedução.
___2.30 As expressões a.C. e d.C. indicam o tempo em relação ao
nascimento de Cristo.

Coluna “B”
A. Texto.
B. Fm v. 14.
C. Inferência.
D. 1 Jo 2.4.
E. Antes e depois.
F. Referência.

Assinale com “x” a alternativa correta.

2.31 Nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma, isto é, nomes


canônicos.
___a) Livro do Senhor e Palavra do Senhor.
___b) Palavra de Deus e Oráculos de Deus.
___c) Escrituras e Sagradas Escrituras.
___d) Todas as alternativas estão corretas.

2.32 Os livros do Antigo Testamento, conforme seu agrupamento por


assuntos, são classificados como:
54 ___a) História, Pentateuco e Profecia.
___b) Poesia, História e Geografia.
___c) Profecia, História e Poesia.
___d) Pentateuco, História, Poesia e Profecia.
Bibliologia I

2.33 Em o Novo Testamento, além do Livro da Revelação, ou Apoca-


lipse, classificado como Profecia, encontramos os seguintes grupos:
___a) Biografia, História e Lei
___b) História e Epístolas.
___c) Epístolas, História e Profecia.
___d) Biografia, História e Epístolas.

2.34 A divisão da Bíblia em capítulos foi feita em 1250 d.C., pelo Cardeal
___a) Hugo de Saint-Cher.
___b) D. Jaime de Barros Câmara.
___c) Lavoisier.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

2.35 Além de indicar o livro, capítulo e versículo, é também a conexão


direta sobre determinado assunto.
___a) Texto.
___b) Inferência.
___c) Referência.
___d) Contexto.

REVISÃO DA LIÇÃO
Associe a coluna “A” à coluna “B”.

Coluna “A”
___2.36 Materiais com que eram feitos os livros antigos.
___2.37 Formato original dos livros da Bíblia.
___2.38 A Bíblia é “a revelação de Deus à humanidade”.
___2.39 Possui 66 livros escritos por 40 autores, em 16 séculos.
___2.40 Do grego diatheke, significa aliança ou concerto. 55

___2.41 Lei, História, Poesia, Profecia.


___2.42 O tema central da Bíblia

Lição 2 - A Bíblia como Livro


___2.43 Com referência a Jesus, resumem os 66 livros da Bíblia.

Coluna “B”
A. Divisões do AT.
B. Testamento.
C. Rolos.
D. Bíblia.
E. Jesus.
F. Definição canônica da Bíblia.
G. Preparação, Manifestação, Explanação, Consumação.
H. Papiro e pergaminho.

Marque “C” para certo e “E” para errado.

___2.44 O Novo Testamento foi escrito em grego clássico, o dos


eruditos.
___2.45 Biografia, História, Epístolas e Profecia são as divisões do
Novo Testamento.
___2.46 Texto é o conjunto de palavras contidas numa passagem, e
contexto é a parte anterior e posterior ao texto em relevo.
___2.47 Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência é
também a conexão direta sobre determinado assunto.

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