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Escola Bíblica da Igreja Evangélica da Assembleia de Deus de Moçambique

Disciplina: Bibliologia

Tema: Transformação que a Bíblia sofreu até hoje

Discentes:

Amélia Lissenga

Azarias Vilanculos

Edson Thonela

Ermelinda Tinga

Gilda Escrivão

Jeojeto Mate

Docente: Mariana Marina Sambo

Maputo, Maio de 2019


Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 1

2. As línguas originais da Bíblia ............................................................................................. 2

3. Materiais usados na escrita da Bíblia ................................................................................. 3

4. Os manuscritos da Bíblia .................................................................................................... 3

4.1. O formato dos manuscritos ......................................................................................... 3

4.2. A caligrafia dos manuscritos ....................................................................................... 4

4.3. Manuscritos originais da Bíblia................................................................................... 4

4.3.1. Manuscritos hebraicos ......................................................................................... 4

4.3.2. Manuscritos em grego ............................................................................................. 5

5. Conclusão ........................................................................................................................... 7

6. Referencias Bibliográficas .................................................................................................. 8


1. Introdução

A Bíblia conforme a conhecemos hoje é fruto de um processo progressivo, isto pelo facto de
que resulta de um trabalho contínuo em que Deus continuou a revelar-se ao Homem e a palavra
escrita foi conservada e transmitida as gerações subsequentes através de várias maneiras.
Segundo Geisler e Nix (1997) embora não se tenham notícias da existência de autógrafos do
Antigo e do Novo Testamento, existem numerosas cópias manuscritas e citações à disposição
dos estudiosos da Bíblia, que os ajudam em seus esforços no sentido de recuperar o texto
bíblico original.

E para que a Bíblia chegasse até nós, ela passou por muitas e variadas mudanças e/ou
transformações. Essas mudanças envolveram mudanças nas línguas usadas, nos materiais
usados para escrever de modo a guardar essas palavras e de todos os mecanismos necessários
e disponíveis em cada época e lugar. Neste âmbito surge este trabalho como o objetivo geral
de descrever os elementos principais que envolveram o processo da transformação ou
preservação da Bíblia, e de maneira especifica espera-se com este trabalho:

 Indicar as línguas da bíblia


 Mencionar os manuscritos da bíblia
 Descrever os aspectos relacionados com os manuscritos

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2. As línguas originais da Bíblia
O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento, são as
línguas originais da Bíblia.

O hebraico. Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, com excepção de algumas
passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico, por exemplo, Daniel
2.4 a 7.28. O hebraico faz parte das línguas semíticas, que eram faladas na Ásia, excepto em
alguns poucos lugares. As línguas semíticas formavam um ramo dividido em grupos, sendo o
hebraico integrante do grupo cananeu. Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo,
incluindo a Síria, a Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. Integrava também o
grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico. O fenício tem muita semelhança
com o hebraico (Silva, 1986). A evolução da língua hebraica, em particular na vocalização,
desenvolveu-se a pronúncia tradicional do hebraico, sendo que todo o texto bíblico posterior
ao seculo seis ficou conhecido como massorético. Existe um outro texto hebraico das
Escrituras, o do Pentateuco Samaritano, que emprega, os antigos caracteres hebraicos, e esse é
do tempo pré-cristão.

O Aramaico. É uma língua semítica falada desde 2.000 a.C, em Arã ou Síria (que não
corresponde ao mesmo território Sírio dos nossos dias). Os trechos escritos em aramaico são:
Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26; Daniel 2.4 a 7.28; e Jeremias 10.11. A influencia do aramaico sobre
o hebraico aconteceu no período do cativeiro, por este motivo que, no tempo de Esdras, as
Escrituras, ao serem lidas em hebraico, em público, era preciso interpretá-las, para
compreenderem o seu significado (Ne 8.5,8). No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se a
língua popular dos judeus e nações vizinhas. Assim, vemos que em Mt 5.18, quando Jesus diz
que a menor letra é o jota (aramaico iode), este tinha em mente o alfabeto aramaico. Outro
lugar está em Mc 14.36, com o uso do termo aramaico "Abba", por Jesus. Com isso há que
considerar que devido aos hebreus terem adoptado o aramaico como uma língua, este passou a
chamar-se hebraico, conforme se vê em Lucas 23.38; João 5.2; 19.13,17,20; Atos 21.40; 26.14;
72 Apocalipse 9.11. Portanto, quando o NT menciona o hebraico, trata-se, na realidade, do
aramaico. Marcos, escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5.41 e 15.34 do seu livro; já
Mateus, que escreveu para os judeus, escreve a mesma passagem em hebraico (Mt 27.46)
(Silva, 1986).

O grego. No Novo Testamento não usou-se o grego clássico dos filósofos, mas o dialeto
popular das pessoas comuns que todos podiam entender, o "Koiné". Tendo o grego se imposto

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mesmo no Egito, a Bíblia foi traduzida do hebraico para o grego, a conhecida Septuaginta. Nos
dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão bem o grego como o aramaico. E nos começo do
cristianismo, o Evangelho expressado em grego era compreendido pelo mundo todo. A língua
grega tem 24 letras; a primeira é alfa e a última ômega. Quando, em Apocalipse 1.8, Jesus diz
que é o Alfa e o ômega, está afirmando que é o primeiro e o último.

3. Materiais usados na escrita da Bíblia


Foram usados vários materiais para escrever a Bíblia, dos quais se podem mencionar: tábuas
de pedra, papiro, pergaminho, papel (Instituto Bíblico, 2016). As Bíblias escritas em tábuas de
pedra foram feitas no Egito antigo com inscrições entalhadas em pedras ou rochas.

O papiro é um tipo de junco de grandes proporções. Este era muito produzido no Egito. Tem
caule tríquetro de 3 a 5 metros de altura, com 5 a 7 centímetros de diâmetro, tendo sua fronde
em forma de guarda-chuva. As dimensões da folha de papiro preparada para a escrita eram
normalmente 30 cm a 3 m de comprimento por 30 cm de largura. Essas folhas eram formadas
por tiras cortadas da planta, sobrepostas cruzadas, coladas, prensadas e depois polidas. Desse
material faziam-se rolos, o que os gregos chamavam biblos (Silva, 1986; Ekkehardt. s/d.).

Pergaminho. É a pele de animais curtida e preparada para a escrita. O pergaminho preparado


de modo especial chamava-se velo. Este tornou-se comum a partir do século IV. É mais
durável. Foi muito usado nos códices. O Novo Testamento menciona esse material gráfico em
2 Timóteo 4.13 e Apocalipse 6.14 (Ekkehardt. s/d).

Outros materiais foram usados para a escrita nos tempos antigos, mas de menor importância,
como: linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas; ostraco, fragmento de
cerâmica. É mencionado em Jó 38.14; Ezequiel 4.1. Foi muito usado em Babilônia; Madeira;
Pedra (Êx 24.12; Js 8.30-32); Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63); Palimpsesto, um
pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efrainita em 345 d.C.

4. Os manuscritos da Bíblia

4.1. O formato dos manuscritos

Os manuscritos podem ser códices ou rolos. Códice é um manuscrito em formato de livro, feito
de pergaminho. As folhas têm normalmente 65 cm de altura por 55 de largura. Este tipo de
manuscrito começou a ser usado no Século II. O rolo podia ser de papiro ou pergaminho. Era
preso a dois cabos de madeira, para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado da

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direita para a esquerda. Sua extensão dependia da escrita a ser feita. Portanto, antigamente não
era fácil conduzir pessoalmente os 66 livros como fazemos hoje.

4.2. A caligrafia dos manuscritos


Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos manuscritos bíblicos, o que os divide em
unciais e cursivos. Uncial é o manuscrito de letras maiúsculas e sem separação entre as
palavras. Cursivo é o de letras minúsculas, tendo espaço entre as palavras. Tal diferença na
forma gráfica deu-se no século X. Palimpsesto é um manuscrito reescrito, isto é, a escrita
primitiva era raspada e novo texto escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do
pergaminho. Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material. Os manuscritos
originais. Também não tinham sinais de pontuação. Estes foram introduzidos na arte de
escrever em época recente. É claro, pois, que a pontuação moderna não é inspirada, e por isso
não dá, às vezes, sentido às palavras do original.

4.3. Manuscritos originais da Bíblia


O estudo dos manuscritos é importante para conhecermos parte do processo que levou a Bíblia
até nossos dias. Não existem manuscritos originais conhecidos hoje em dia, sendo algumas
razoes apontadas para tal falta:

a. O costume dos judeus de enterrar todos os manuscritos estragados pelo uso ou


qualquer outra coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
b. Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído
para isso.
c. O monstro Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a
Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel, sádico; tinha prazer em
aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em
168, profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das Sagradas
Escrituras.
d. Nos dias do feroz imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos
cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras.

4.3.1. Manuscritos hebraicos

Alguns dos mais antigos manuscritos do Antigo Testamento hebraico conhecidos são (Silva,
1986):

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1. Códice dos primeiros e últimos profetas. Está na Sinagoga Caraíta, do Cairo. Foi
escrito em Tiberíades, em 895 d.C, por Moses Ben Asher, erudito judeu de renome.
(Caraítas são os judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam
liberdade na interpretação da Bíblia.) Contém os primeiros profetas, segundo a
organização do cânon hebraico do AT: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Contém
também os últimos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze.
2. Códice 19 A: está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Foi escrito por Moses Ben
Asher, cerca de 1000 d.C, então copiado no ano 1008, no Cairo, por Samuel Ben Jacob.
Este é o mais antigo manuscrito completo do AT em hebraico.
3. O rolo de Isaías, mar Morto: foi encontrado no ano 100 a.C, isto é, 1.000 anos mais
velho que o mais antigo manuscrito até então existente. Encontrado nas proximidades
do mar Morto, em 1947. E dado que o texto de tal rolo concorda com o das nossas
Bíblias atuais, temos nisso uma prova singular da autenticidade das Escrituras.
4. Outros códices são: Códice do Pentateuco que foi escrito cerca de 900 d.C, está no
Museu Britânico, sob número 4445; Códice Petrogradiano, escrito em 916 d.C. Contém
apenas os últimos Profetas; Veio da Criméia; Códice Aleppo, que contém todo o texto
do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo.

4.3.2. Manuscritos em grego


Os manuscritos mais antigos da Bíblia estão em grego e contêm livros apócrifos. Importa
ressalvar que estes não são originais, e sim, cópias. Os originais perderam-se.

Segue-se a apresentação, em ordem cronológica, dos mais antigos manuscritos bíblicos


existentes em grego (Ekkehardt. s/d; Silva, 1986):

1. Códice Vaticano ou "B". Pertence à biblioteca do Vaticano. Contém os apócrifos em


separado. Manuscrito ‘B’, data ao ano 325 d.C. Foi considerado por estudiosos como o
melhor manuscrito grego do Novo Testamento. É um dos manuscritos mais antigos da
Bíblia, sendo inclusive ligeiramente mais antigo que o Códice Sinaítico. Ele é um dos
manuscritos unciais, isto é, escritos em letras gregas maiúsculas
2. O Códice Sinaítico ou "Álefe". Pertence ao Museu Britânico. Data: 340 d.C. Foi
descoberto pelo erudito cristão Tischendorf, em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina,
no sopé do Monte Sinai. um dos mais importantes manuscritos gregos já descobertos,
pois além de ser um dos mais antigos (século IV), e o único códice que contém o Novo
Testamento inteiro.

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3. Códice Alexandrino ou "A". Pertence ao Museu Britânico. Data: 425 d.C. Tem este
nome porque foi escrito em Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1621,
foi levado a Constantinopla por Cirilo Lúcar, patriarca de Alexandria. Também
conhecido como manuscrito ‘A’, pertence à primeira metade do século V. Este códice
contém a Septuaginta e grande parte do Novo Testamento. Este é um dos mais
completos manuscritos gregos antigos da Bíblia.
4. O Códice Efráemi ou "C". Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: 345 d.C. Ao
ser restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos
incompletos. É bilingue: grego e latim. Falta a este códice a maior parte do Antigo
Testamento, contendo partes de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos cânticos e dois
livros apócrifos – Sabedoria de Salomão e Eclesiástico. Ao Novo testamento faltam 2
Tessalonicenses, 2 João e parte de outros livros.
5. Códice Bezae ou "D". Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra.
Data: Século VI. Contém os Evangelhos, Actos e parte das Epístolas.
6. O Códice Claromontanus ou "D2". Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data:
Século VI. Contém as epístolas paulinas.

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5. Conclusão

Com este trabalho de pesquisa concluiu-se que:

 As línguas originais e as que foram importantes no processo de formação da Bíblia


foram o hebraico, o grego e aramaico;
 A Bíblia apresentou-se em formas diferentes, códices e rolos, e fora escrita em materiais
de diferentes tipos, a saber: pergaminho, papiro, tábuas cobertas de cera, pedra, padeira,
linho, entre outros;
 A sua história e como ela terá chegado a nós é encontrada em seus manuscritos, que
são as cópias totais ou parciais da Bíblia que foram feitas ao longo dos anos passados.

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6. Referencias Bibliográficas
Geisler, Norman e Nix, William.1997. Introdução bíblica: Como a Bíblia chegou até nós.
São Paulo. Editora Vida.

Instituto Bíblico. 2016. Histórico da Bíblia. Espirito Santo.

Mueller, Ekkehardt. s/d. Transmissão e Preservação do Texto Bíblico. Biblical Research


Institute.

Silva, António. 1986. A Bíblia através de séculos: uma introdução. Rio de Janeiro. Casa
Publicadora das Assembleias de Deus.

Links consultados

https ://sb-ebd.blogspot.com

https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_e_materiais_da_B%C3%ADblia

http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/os-originais-da-biblia/a-preservacao-do-texto-biblico/

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