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Articulação Sinovial

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Articulação Sinovial
Gabriel Lôbo
FASA - BA
Articulação Sinovial
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INTRODUÇÃO

São articulações nas quais os ossos envolvidos estão ligados por uma cápsula fibrosa e
muitas vezes por ligamentos acessórios internos ou externos e as superfícies ósseas geralmente
não estão em continuidade direta. Elas estão cobertas por cartilagem articular hialina de espessura
variável, sendo que o contato entre essas superfícies cartilaginosas é estritamente limitado, as quais
têm um coeficiente de atrito muito baixo, facilitando o livre movimento, que é facilitado pelo líquido
sinovial viscoso, o qual atua como lubrificante, mas também tem como função a manutenção celular
nas cartilagens articulares. Ainda, vale lembrar que, a produção do líquido sinovial é dependente da
presença da membrana sinovial, que é uma das características definidoras do tipo de articulação.

SUPERFÍCIES ARTICULARES
Formadas predominantemente por uma especialização da cartilagem hialina, o que está
relacionado com a sua pré-formação como partes de modelos cartilaginosos na vida embrionária.
Algumas articulações possuem suas superfícies cobertas por tecido fibroso denso, contento grupos
isolados de condrócitos e pouca matriz circunjacente, são elas: esternoclaviculares,
acromioclaviculares e temporomandibulares.

A cartilagem articular possui algumas características importantes, tais como: superfície


lubrificada, de baixo atrito, resistência a desgaste, compressível e elástica, capaz de resistir e
distribuir grandes forças de compressão e tangencias geradas pelo movimento. Sua espessura pode
alcançar até 7mm nas maiores articulações no jovem, mas pode ser reduzida a 1 – 2mm no idoso.

Cartilagem de jovens Cartilagem de idosos

Brancas, lisas, brilhantes e Delgadas, menos celulares, mais firmes e


compressíveis. frágeis, superfície menos regular e
opacidade amarelada.

A cartilagem articular não tem nervos ou vasos sanguíneos penetrando (exceto ocasionais
alças vasculares). Dessa forma, percebe-se que sua nutrição e manutenção dependem da difusão
a partir de um plexo vascular periférico na membrana sinovial, vasos sanguíneos nos espaços
medulares adjacentes e líquido sinovial: a importância relativa dessas contribuições é incerta.
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Fonte: STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40a Ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2010.

CÁPSULA FIBROSA

É uma cápsula que cobre completamente a articulação, exceto onde ela é interrompida por
protusões sinoviais. Composta por feixes entrelaçados de fibras paralelas de colágeno branco e é
inserida continuamente em torno das extremidades dos ossos que se articulam. É uma estrutura
perfurada pro vasos e nervos, podendo conter aberturas através das quais a membrana sinovial faz
protusão sob a forma de bolsas, sendo revestida por uma membrana sinovial que também cobre
todas as superfícies não articulares que residem parcial ou inteiramente dentro da cápsula fibrosa.

Geralmente uma cápsula fibrosa exibe espessamentos locais de feixes paralelos de fibras
colágenas, chamados de ligamentos capsulares, os quais recebem nomes conforme suas fixações.
Vale lembrar que algumas cápsulas são reforçadas ou substituídas por tendões de músculos
vizinhos ou expansões deles. Esses ligamentos são flexíveis, ligeiramente elásticos e protegidos de
tensão excessiva pela contração reflexa dos músculos apropriados.
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MEMBRANA SINOVIAL

É uma membrana que reveste as cápsulas fibrosas e cobre superfícies ósseas expostas,
ligamentos intracapsulares, bolsas e bainhas tendíneas, não cobrindo os discos ou meniscos intra-
articulares, e para nas margens das cartilagens articulares em uma zona transicional que ocupa os
poucos milímetros periféricos da cartilagem. Além disso, essa membrana tem como função secretar
e absorver um líquido que lubrifica o movimento entre as superfícies articuladas.

A membrana é lisa, rósea e brilhante, contendo pequenos vilos sinoviais que aumentam em
número e tamanho com o avançar da idade, além de possuir acumulações de tecido adiposo,
algumas dobras e franjas. Essas estruturas funcionam como amortecedores flexíveis, elásticos e
deformáveis que ocupam os espaços e irregularidades potenciais em articulações que não são
inteiramente preenchidas por líquido sinovial, se acomodando durante o movimento à forma e
volume em mutação das irregularidades, além de aumentar a área sinovial e poder promover a
distribuição de lubrificantes sobre as superfícies articulares.

A membrana sinovial é constituída de uma íntima camada celular repousando sobre uma
camada subintimal fibrovascular. Existem pelo menos duas populações morfologicamente distintas
de células, as do tipo A e B, que são responsáveis por sintetizar alguns dos componentes do líquido
sinovial. As células do tipo A são parecidas com macrófagos (sintetizam e liberam enzimas líticas e
fagocitam detritos articulares), já as do tipo B, que são as predominantes, assemelham-se a
fibroblastos (produzem ácido hialurônico, glicoproteínas e proteínas inibidoras de enzimas).

LÍQUIDO SINOVIAL

O líquido sinovial está presente em articulações sinoviais, bolsas e bainhas de tendões. Nas
articulações ele é transparente ou amarelo, viscoso, alcalino (quando em repouso) e contém uma
pequena população mista de células e partículas amorfas metacromáticas (um dialisado do plasma
sanguíneo). Contém proteínas, ácido hialurônico, algumas células (monócitos, linfócitos,
macrófagos, células intimais e leucócitos).

O volume de líquido geralmente é de 0,5 ml.


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MENISCOS E DISCOS
Um disco ou menisco articular está presente entre superfícies articulares onde a
congruência é baixa. Consiste em – fibrocartilagem, na qual predomina o elemento fibroso, e não é
coberto por membrana sinovial. Vale ressaltar que o termo menisco deve ser reservado para discos
incompletos, como os do joelho; já os discos completos como os das articulações
esternoclaviculares, estendem-se através de uma articulação sinovial, dividindo-a em duas
cavidades. A parte principal de um disco é relativamente acelular e os discos são, usualmente,
conectados à sua cápsula fibrosa por tecido conjuntivo vascularizado.

SUPRIMENTO NEUROVASCULAR
As articulações são irrigadas por meio dos plexos artérias periarticulares cujos numerosas
ramos perfuram as cápsulas fibrosas para formar plexos subsinoviais. Alguns vasos terminam junto
das margens articulares em uma franja anastomótica, que recebe o nome de circulus articularis
vasculosus. Já a inervação por ramos dos nervos que suprem os músculos que atuam sobre a
articulação, no caso das articulações móveis. Admite-se que as terminações nervosas na membrana
sinovial supram apenas os vasos sanguíneos, tornando a membrana insensível à dor.

CLASSIFICAÇÃO
Esse tipo de articulação pode ser classificado de acordo com sua forma. Tais como:
articulações planas (aposições de superfícies quase chatas, como as articulações intermetatarsais),
de dobradiça (uniaxiais, exemplo as articulações interfalângicas); de pivô (uniaxiais nas quais um
pivô permite a rotação somente em torno do eixo do pivô, exemplo atlas no dente do áxis);
bicondilares (uniaxiais, como o movimento principal em um plano, mas com rotação limitada em
torno de um segundo eixo ortogonal ao primeiro, exemplo o joelho); elipsoides (biaxiais e consistem
em uma superfície convexa oval aposta a uma concavidade elíptica, como nas articulações
radiocarpais); em sela (biaxiais e possuem superfícies concavoconvexas, com movimentos
primários ocorrendo em dois planos ortogonais, mas a forma articular causa rotação axial do osso
que está se movendo, como a carpometacarpal do polegar); de bola e soquete (multiaxiais e

formadas pela recepção de uma “cabeça” globoide dentro de uma cavidade oposta, como na
articulação do quadril).
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Fonte: STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40a Ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2010.

MOVIMENTOS ARTICULARES

Sabe-se que existem alguns limitantes para os movimentos, como: complexidade de forma,
número de superfícies que se articulam e o número e posição dos principais eixos de movimentos.
Já os tipos de movimentos são – translação (deslizamento ou escorregamento); angulação
(alteração do ângulo entre os eixos topográficos); flexão; abdução e adução; rotação axial;
circundução (combina – flexão, adução, abdução e extensão).
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REFERÊNCIAS

1. MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.

2. STANDRING, S. Grayʾs Anatomia. A base anatômica da prática clínica. 40a Ed. Rio de
Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2010.
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