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FACULDADE DE LETRAS-PORTUGUES
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS
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1. Apresentação.
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Percorrendo várias cidades com novas invenções, o jovem se viu preso
a uma pessoa ruim e mentirosa, que enganava a todos que encontravam em seu
caminho. Até que um dia a mentira veio à tona e descobriram que todas as
invenções do Blacáman, o mal eram falsas, então toda a sorte que havia com eles
virou para o azar e tiveram que passar a se esconder. Com isso Blacamán, o mal
começou a enlouquecer jogando toda a culpa do azar no jovem Blacamán e punindo
ele por isso. O jovem foi acorrentado, espancado, humilhado e privado de se
alimentar, destinado à morte e com um grande rancor de seu malfeitor começou a
desistir da própria vida.
Contudo, por uma reviravolta do destino, o jovem percebe verdadeiros dons
em seu domínio e começa a sua jornada em ajudar verdadeiramente pessoas com
seus dons, cobrando preços justos para livrar as pessoas de pestes, cegueiras,
doenças e outras adversidades. Pela sua benevolência começou a ser conhecido
como Blacamán, o bom, ainda, corroído pela sua dor do passado encontrou
novamente Blacamán, o mau no porto de Santa Maria Del Darien.
Nos últimos momentos do texto, o narrador conta que foi em seus
braços que seu malfeitor veio a falecer, então o jovem manda oferecer uma missa e
edificar um mausoléu para que o corpo, já sem vida, fosse colocado. E assim que o
corpo estava dentro do sepulcro blindado, Blacamán, o bom ressuscita o Mau e lhe
promete a pior dos castigos “ …Que se, por acaso, voltou a morrer volto a
ressuscitá-lo, pois a graça do castigo é que continue a viver na sepultura enquanto
eu esteja vivo, isto é, para sempre...”
3. Análise da obra.
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modo de narrativa. Desse modo o escritor colombiano, apoio suas obras e seu estilo
de narrativa no realismo fantástico.
A literatura fantástica por mais que tenha tido o seu ápice no século XX, tem a
suas origens nas raízes da humanidade, visto que, os seres humanos sempre
tiveram a tradição oral de narrar e cantar histórias, mitos e entre outros meios de
“literatura” sobre lugares remotos e sobre seres sobrenaturais, muitas vezes
imaginários. Contudo, segundo o autor Jorge Luís Borges (1963) as obras
fantásticas têm o seu desenrolar a partir do século XIII.
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comum, como “...pareceu-me uma mula de mono-sábio…” e “...traças de cascavéis
…” . Nesse trecho, observamos a caracterização de personagens por elementos fora
do comum, para que seu leitor tenha uma imagem bem ilustrada do personagem.
Outro traço encontrado em seu texto é a Cidade fictícia de Santa Maria Del Darién,
essa cidade que estaria localizada em um porto no Caribe, onde se dá o início e o
desfecho de seu conto. Contudo, Márquez dá ênfase maior para a entrada do
extraordinário no apogeu da narrativa, aduzindo a nós poderes sobrenaturais de
Blacamán, o bom, quando ele se mostrou ineficaz e possível provedor da desgraça
que assolava os dois.
“... Por fim atirou-me a apodrecer nas minhas próprias misérias para dentro do
calabouço de penitência (...) Não sei quanto tempo tinha passado quando me levou
o cadáver de um coelho para mostrar-me que preferia deitá-lo a apodrecer do que
dar-mo de comer, e até ali me chegou a paciência e unicamente me ficou o rancor,
de maneira que agarrei o corpo do coelho pelas orelhas e atirei-o contra a parede,
com a ilusão de que era ele, e não o animal, que ia rebentar, e então foi quando
sucedeu como num sonho, que o coelho não só ressuscitou com um guincho de
espanto, como também regressou às minhas mãos caminhando pelo ar….”
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trabalho o termo seria: as vozes que ecoam ou evoca durante a narrativa. Ao longo
do conto do Blacamán notamos que em vários momentos ele nos apresenta vozes
que remete a cultura Católica, e que faz um encaixe perfeito para o final do texto.
Trago alguns exemplos para análise
“ então foi quando sucedeu como num sonho, que o coelho não só
ressuscitou”
“ Foi assim que começou a minha vida grande. Desde aí ando pelo mundo
tirando a febre aos palúdicos por dois pesos, dando vista aos cegos por quatro e
cinquenta, desaguando os hidrópicos por dezoito, completando os mutilados por
vinte pesos se o são de nascença, por vinte e dois se o são por acidentes ou bulhas,
por vinte e cinco se o são por causa de guerras, terramotos, desembarques de
fuzileiros ou qualquer outro género de calamidades públicas, atendendo os doentes
vulgares em grosso mediante combinação especial, os loucos conforme o género,
às crianças por metade do preço e aos bobos por gratidão, e a ver quem se atreve a
dizer que não sou um filantropo”
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região, porém trazendo um ponto desdobramento de ação, em que enquanto a
intertextualidade divina fazias boas ações sem cobrar nenhum valor, o narrador
personagens cobrava preços pelos seus milagres. Neste ponto, observamos um
forte ataque à ideologia cristã, como se o autor quisesse confrontar a história de
Cristo.
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4. Bibliografia