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|2023.

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CONFORTO AMBIENTAL
LUMINOTÉCNICA E ACÚSTICA
AULA 03 | Luz Natural como Partido Arquitetônico
Prof. Me. Jamilson Sousa
... NO EPISÓDIO ANTERIOR
1º PASSO:
IDENTIFICAR AS FUNÇÕES PRINCIPAIS
| PROJETO COM LUZ NATURAL

Laborativa e Função Lazer, Estar,


Produtiva Religiosa

Luz da Razão Luz da Emoção

Níveis mínimos de Níveis mínimos de


iluminação (fixados pelas iluminação (pouco
normas) significado | muito baixos)

Uniformidade da Luz Desuniformidade da Luz

Não ofuscamento Contrastes excessivos e


ofuscamento como
Muito preocupada com a estratégia
eficiência energética Eficiência energética é
desejável
2º PASSO:
IDENTIFICAR AS CONDICIONANTES CLIMÁTICAS
| CLIMA: PRINCIPAIS VARIÁVEIS

MODELOS PARA TIPOS DE CÉU

Céu claro Céu parcialmente Céu encoberto


encoberto
3º PASSO:
ANALISAR AS ALTURAS DOS EDIFÍCIOS DO ENTORNO
| ANÁLISE DO ENTORNO
4º PASSO:
ANALISAR OS MATERIAIS DO ENTORNO | COR E REFLETÂNCIA
| COR E REFLETÂNCIA

Walkie Talkie (2014)


Londres
Rafael Viñoli
5º PASSO:
ANALISAR A LEGISLAÇÃO URBANA
| LEGISLAÇÃO URBANA

... afastamentos, altura máxima, percentual


de abertura, coeficiente de aproveitamento,
taxa de ocupação...
6º PASSO:
ANALISAR AS VISUAIS DO TERRENO
| QUALIDADE VISUAL

B Hotel Brasília
Isay Weinfeld
7º PASSO:
ANALISAR A MASSA VERDE DO TERRENO
| MASSA VERDE

Rede Sarah (1994)


Salvador | Lelé
8º PASSO:
IDENTIFICAR OS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO PARA AS FUNÇÕES
PRINCIPAIS
| CONFORTO VISUAL

Uma série de fatores devem ser respeitados na


realização de qualquer tarefa visual:

Nível de Iluminação

Vista e a Visão

Tarefa Visual Especificidades da Tarefa

Distribuição e Contrastes

Ofuscamento
TAREFA VISUAL:
NÍVEL DE ILUMINAÇÃO
| NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO
NORMATIZAÇÕES | NBR ISO/CIE 8595
TAREFA VISUAL:
VISTA E VISÃO
TAREFA VISUAL:
DISTRIBUIÇÃO, CONTRASTES E OFUSCAMENTOS
| RESUMINDO...
Em relação à luz natural, aprendemos a fazer uma leitura do espaço urbano....

... agora precisamos falar da escala do edifício.


| RESUMINDO...
As variáveis arquitetônicas na escala do edifício que mais impactam no aproveitamento de
iluminação natural na edificação são....

• Forma e implantação;

• Orientação das fachadas e


proteção solar;

• Tipos e dimensionamento de
aberturas;

• Geometria e refletância das


superfícies internas.
VARIÁVEIS ARQUITETÔNICAS:
FORMA E IMPLANTAÇÃO
| FORMA E IMPLANTAÇÃO
| FORMA E IMPLANTAÇÃO

Hong Kong Bank Corporation - HSBC (1985)


Torre HSBC| Hong Kong
Norman Foster
Hong Kong Bank Corporation - HSBC (1985)
Torre HSBC| Hong Kong
Norman Foster
VARIÁVEIS ARQUITETÔNICAS:
ORIENTAÇÃO E PROTEÇÃO SOLAR
| ORIENTAÇÃO

Para a realidade brasileira, a bibliografia apresenta


que a melhor orientação para as fachadas
com aberturas é a Norte e Sul.
| ORIENTAÇÃO

...é mais fácil fazer proteção para a fachada norte


e a fachada sul recebe menos radiação solar
direta*, com menos problemas de ofuscamento.
| ORIENTAÇÃO
... é necessária, na maioria das vezes a proteção da radiação direta.
Casa Cavalcante
Cavalcante, 2019
BLOCO Arquitetos
Escola Infantil
Formoso do Araguaia, 2017
Rosembaum / Aleph Zero
Marquise do Ibirapuera
São Paulo, 1954
Oscar Niemeyer
Casa Cobogó
São Paulo, 2011
Márcio Kogan
Sesc Pompéia
São Paulo, 1982
Lina Bo Bardi
ed. Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936-1945
Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Afonso Reidy e outros
(Le Corbusier)
Copan
São Paulo, 1951-1956
Oscar Niemeyer
Sede do DNIT
Brasília
Sede do SEBRAE
Brasília, 2010
Grupo SP
Residencial Walan
Austrália, 2018
Bureau^proberts
Confederação Nacional dos Municípios
Brasília, 2016
Mira Arquitetos
Instituto do Mundo Árabe
Paris, 1987
Jean Nouvel
Torres Al Bahr
Abu Dhabi, 2012
Aedas Architects
Aeroporto Brisbane
Austrália, 2011
UAP + Ned Kahn
| ILUMINAÇÃO NATURAL

ILUMINAÇÃO LATERAL ILUMINAÇÃO ZENITAL


| ILUMINAÇÃO NATURAL

UNILATERAL BILATERAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

...a abertura unilateral não


fornece uniformidade na
distribuição da iluminação.

A bibliografia aponta que a


eficiência diminui com relação à
altura da janela e
profundidade do
ambiente.
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Escola em Falmouth
Maine (EUA)
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

As prateleiras de luz além de ter a função de um brise horizontal,


ajudam a distribuir melhor a luz natural dentro de um ambiente.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

A prateleira de luz é uma estratégia que pode aumentar a distribuição da luz no


ambiente, aumentando a profundidade.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Além de proporcionar iluminação


natural, outra função muito importante é
a de proporcionar conexão visual
com o mundo externo
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Qualidade da vista...

As vistas que contém as três camadas (base,


objetos e céu) são as mais satisfatórias.

FERNANDES, Julia Teixeira. Qualidade da Iluminação Natural e o Projeto


Arquitetônico: a relação da satisfação do usuário quanto à vista exterior da
janela e a percepção de ofuscamento. Tese de Doutorado. UnB, 2016
| ILUMINAÇÃO NATURAL

A área sob o peitoril tem pouca (ou nenhuma) Mais de 50% da área da fachada envidraçada é
influência na iluminação natural ruim para qualquer clima (perdas/ganhos
(somente térmica). térmicos excessivos).
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
20%
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
30%
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
50%
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
50%

profundidade
aproximada
6m
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
50%

profundidade
aproximada
6m
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...

abertura
30%
| ILUMINAÇÃO NATURAL
Daylighting Pattern Guide
http://patternguide.advancedbuildings.net/home.html
Configuração de Janelas...
abertura
30%
| ILUMINAÇÃO NATURAL

RADIAÇÃO
EMITIDA
RADIAÇÃO
INCIDENTE (ε)
RADIAÇÃO
ABSORVIDA
(α)

RADIAÇÃO RADIAÇÃO
REFLETIDA TRANSMITIDA
(ρ) (τ)

FECHAMENTO TRANSPARENTES E TRANSLÚCIDOS


| ILUMINAÇÃO NATURAL

Quanto maior for o ângulo de


incidência da radiação solar, maior
será a parcela de radiação refletida.

Dessa forma, uma superfície


vertical geralmente terão uma
reflexão de radiação maior que
uma superfície horizontal.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

As principais trocas térmicas em


uma edificação acontecem,
geralmente, nos fechamentos
transparentes (janelas, claraboias ou
outras aberturas), principalmente
pela radiação diretamente
transmitida para o interior.

Depende da transmissividade
do vidro (τ).
| ILUMINAÇÃO NATURAL

• Internas: Cortinas e Persianas – São


bastante flexíveis do ponto de vista
operacional mas não evitam o efeito estufa.

• Proteções externas, quando


dimensionadas adequadamente, podem
garantir a diminuição da incidência da
radiação solar direta sem interferir no
aproveitamento da luz natural.
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Tela Solar
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

EFEITO ESTUFA

LUZ VISÍVEL
ONDAS CURTAS
ONDAS LONGAS
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Vidro Simples (Float ou Cristal)

Os vidros simples são os de emprego mais


comum nas edificação no Brasil, em virtude de
seu baixo custo e disponibilidade no mercado.

São altamente transparentes (transmissivos)


a ondas curtas e absorventes a ondas
longas. São pouco reflexivos tanto para ondas
longas como para ondas curtas.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Películas Absorventes

O objetivo da película absorvente é diminuir


a transmissão da onda curta, contudo,
diminui bastante a transmissividade
visível. Esta solução pode implicar em gastos
desnecessários para iluminação artificial.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Vidro “Verde”

Vidro absorvente, levemente pigmentado


para diminuir a transmissão de onda
curta com somente um pequeno
aumento na absorção da parte visível.
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Películas Reflexivas

As películas reflexivas são compostas por uma


camada metálica em um substrato transparente,
produzindo a aparência espelhada.

Películas reflexivas à onda curta reduzem o


ingresso de calor ( e luz também) e refletem isso
para o exterior podendo afetar o microclima do
entorno.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Vidro Simples Vidro Temperado


Vidro Laminado Vidro Insulado (Duplo)
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O vidro float, também


chamado de cristal, é o vidro
mais utilizado na construção
civil.

Produz vidros que variam


entre 0,4 e 25 mm.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Os vidros temperados tem


maior resistência mecânica e à
mudanças de temperatura.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O vidro temperado oferece


maior segurança por evitar
ferimentos graves ao ser quebrado,
devido aos seus pequenos
fragmentos arredondados.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O vidro laminado é um vidro


composto por duas ou mais chapas de
vidro intercaladas com uma película
plástica denominada Polivinil Butiral
(PVB), unidas através de um processo
de pressão e calor.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O vidro laminado é
considerado um vidro de
segurança pois ao quebrar, os
fragmentos do vidro
ficam presos no PVB.

Como são compostos de


camadas, são mais eficientes na
redução de ruídos e
radiação.
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Para guarda-corpo de escadas o uso do


vidro laminado é obrigatório.

Em fachadas de edifício, em grandes áreas


envidraçadas ou em esquadrias com
qualquer área acima de dois pavimentos,
pela NBR 7199 é obrigatório o uso de vidro
laminado também.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Quando usado como


revestimento de piso
ou teto, o vidro deve
ser laminado.
Geralmente, opta-se por
laminado e
temperado ao mesmo
tempo, para redução da
espessura.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

Vidro Insulado, também


chamado de vidro duplo, tem
função termoacústica.

Entre os dois vidros, há uma camada


interna de ar desidratado ou de gás
inerte — dupla selagem.
| ILUMINAÇÃO NATURAL
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O Fator Solar (FS) indica a quantidade de


calor que penetra em um ambiente
através de um fechamento transparente.

Para o vidro simples o fator solar é de


aproximadamente 0,87.
Isto significa que 87% da radiação incidente
nessa superfície penetra no interior da
edificação.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

RADIAÇÃO
RADIAÇÃO EMITIDA
INCIDENTE (ε)
RADIAÇÃO
ABSORVIDA
(α)

RADIAÇÃO RADIAÇÃO
REFLETIDA TRANSMITIDA
(ρ) (τ)
Fator solar (FS) é a soma da radiação
transmitida com a parcela de radiação
emitida para o ambiente interno.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O vidro de controle solar, ou de alto


desempenho ambiental, deve possuir fator
solar menor que 0,4.

O LOW-E tem transmissividade maior para


a radiação de luz visível e menor para a
radiação infravermelha (calor).
| ILUMINAÇÃO NATURAL

O LOW-E foi
usado na reforma
do vitral da
catedral em 2010.

Admite 50% da luz


visível e apenas
38% do calor.
| ILUMINAÇÃO NATURAL

quanto
MAIOR,
melhor

quanto
MENOR,
melhor
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

O uso da iluminação zenital


possibilita maior uniformidade na
distribuição da luz natural em
relação à iluminação lateral.
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

A cobertura é a face da edificação


que mais recebe insolação direta e,
portanto, as aberturas zenitais
devem ser projetadas
cuidadosamente.
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

‘ ‘
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

ÁTRIO DOMO CLARABOIA

MANSARDA LANTERNIM SHED


| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Centro de Pesquisa Albert Einstein


São Paulo
Safdie Architects e Perkins+Will
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

California Academy of Sciences


São Francisco
Renzo Piano
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

California Academy of Sciences


São Francisco
Renzo Piano
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Reforma do Reichstag (1995)


Parlamento Alemão | Berlim
Norman Foster
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Reforma do Reichstag (1995)


Parlamento Alemão | Berlim
Norman Foster
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Museu Iberê Carmargo (2008)


Porto Alegre
Álvaro Siza
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Museu Iberê Carmargo (2008)


Porto Alegre
Álvaro Siza
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Museu Iberê Carmargo (2008)


Porto Alegre
Álvaro Siza
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Edifício Polak (2015)


Universidade | Roterdã
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

ÁTRIO DOMO CLARABOIA

MANSARDA LANTERNIM SHED


| ILUMINAÇÃO ZENITAL
| ILUMINAÇÃO ZENITAL
| ILUMINAÇÃO ZENITAL
| ILUMINAÇÃO ZENITAL
| ILUMINAÇÃO ZENITAL
O uso de duto de luz...
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Alojamento de Estudantes (UnB)


Dutos de sol | Brasília
Arq. Paulo Marcos Oliveira
| ILUMINAÇÃO ZENITAL

Alojamento de Estudantes (UnB)


Dutos de sol | Brasília
Arq. Paulo Marcos Oliveira
O potencial de economia energética da iluminação será maior
quando o sistema de iluminação artificial for projetado
como complemento da iluminação natural.

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