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CONFORTO AMBIENTAL
AULA 3
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CONVERSA INICIAL
Este estudo tem como objetivo apresentar os conceitos sobre conforto luminoso em edificações
objetivando a eficiência energética. É importante que o designer de interiores entenda tais conceitos
para que consiga desenvolver projetos de interiores que resultem na satisfação das pessoas com o
ambiente luminoso, pois afetará o desempenho das atividades realizadas no interior da edificação.
Conforto luminoso
Percepção de cor e comportamento da luz
Especificação de lâmpadas
Luminotécnica
CONTEXTUALIZANDO
Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que as pessoas vejam, se
movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, precisa e segura, sem
causar fadiga visual e desconforto. A iluminação pode ser natural, artificial ou uma combinação de
ambas. (ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013)
ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013: Iluminação de Ambientes de Trabalho (substituiu a NBR 5413:
Iluminância de Interiores).
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usuário consiga realizar suas tarefas (exemplo: estudar, ver televisão, cozinhar).
Apesar de nosso país ser privilegiado quanto à disponibilidade de luz natural, principalmente na
época do verão, temos o hábito de utilizar a iluminação artificial grande parte do nosso dia.
O olho humano se adapta melhor a iluminação natural que à artificial, portanto, é melhor trabalhar
com luz natural. A luz artificial não reproduz as cores da luz natural (tem espectro diferente), nem varia
conforme as horas do dia, reduzindo assim a riqueza em cores e contrastes dos objetos iluminados.
A iluminação natural em ambientes internos pode incidir através de claraboias, átrios, cúpulas,
Crédito: amespirit/ShutterStock.
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proporcionar conforto luminoso requer que o designer de interiores explore ao máximo as condições
climáticas da região (Figura 2).
Conhecer o local a ser desenvolvido o projeto de interiores quanto a suas características internas
como: área do ambiente, tipo de aberturas existentes (janelas e portas), a cor das superfícies internas
(parede, piso e teto) e do mobiliário que influenciam na reflexão da luz e se existem construções no
entorno que possa causar sombra, permite que o designer de interiores analise a quantidade de luz
natural que incide no ambiente para então calcular a quantidade de luz artificial que será necessária.
Não é possível que utilizemos apenas iluminação natural em nosso dia a dia: é necessário que
integremos o seu uso com a iluminação artificial, considerando situações como: condições do tempo
(dias nublados, ensolarado, chuvoso), início da manhã, final de tarde e no período da noite.
15575, o qual estabelece valores mínimos de iluminação natural e de iluminação artificial a serem
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Quanto à iluminação natural, a NBR 15575 estabelece que os ambientes com permanência
centro do ambiente.
Lux é definido como a intensidade luminosa (iluminância= E) que incide em um plano de trabalho
do ambiente (exemplo: no piso, em uma mesa de estudo, em uma estante etc.) medida em metros
quadrados (m²) (Figura 3).
Crédito: Rangizzz/Shutterstock.
Para avaliar se iluminação natural incide com 60 Lux no centro do ambiente, podem ser realizadas:
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metodologia a ser seguida e, de acordo com resultados, verifica-se se foram atingidos um dos
níveis de iluminamento (mínimo= 60 Lux, intermediário= 90 Lux e superior = 120 Lux) (Figura 4).
Figura 4 – Simulação de iluminância (Lux) no DIALux: NBR 15575 (simulação computacional para análise
de iluminação natural em projetos de edifícios sustentáveis desenvolvidos em BIM)
Medição no local: utiliza-se um aparelho chamado luxímetro (Figura 5) que mede a quantidade de
luz incidente no local sob condições de céu encoberto. O método de avaliação a ser seguido está
descrito no item 13.2.4 da ABNT NBR 15575-1:2013 e, de acordo com resultados, verifica-se se
foram atingidos um nível mínimo = 50% de luz natural dentro do ambiente, nível intermediário=
65% de luz natural dentro do ambiente ou um nível superior=75% de luz natural dentro do
ambiente. Para medir a luminosidade, o sensor do luxímetro deve ser posicionado sobre o plano
horizontal onde a medição deve ser realizada (exemplo: em cima da mesa de escritório onde
deseja medir quantidade de luz incidente do sol) sem que haja presença de sombras que possam
atrapalhar o desempenho do sensor. Caso não conheça a superfície onde deve ser realizada a
leitura com o luxímetro, a norma técnica sugere que o posicione-o a 75 cm em relação ao piso.
Figura 5 – Luxímetro
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Crédito: Siyanight/Shutterstock.
A habitabilidade de uma edificação, especificada na NBR 15575, contém procedimentos que visam
proporcionar ao usuário conforto acústico, térmico e lumínico, portanto, cabe ao designer de interiores
estar atualizado quanto a esta e a outras normas que sejam publicadas para que as aplique em seus
projetos.
Para se obter o conforto luminoso em uma edificação, é necessário realizar análises quanto à
incidência solar, a projeção de sombra (sombreamento), a luz do dia (iluminação natural) e a análise
humano.
Diferentes campos da ciência têm diferentes interesses no estudo das cores. No design de
interiores, o estudo das cores possui como característica importante a percepção da cor na
luminotécnica.
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A percepção das cores ocorre através da energia luminosa resultante de processos físico-químicos
e para entender a cor é necessário compreender a natureza da luz.
verde (0,5 mm a 0,6 mm) e azul (0,4 mm a 0,5 mm). O olho humano é capaz de captar esses
Crédito: udaix/Shutterstock.
Na percepção visual, as dimensões da cor são definidas como tom de cor, luminosidade (ou valor)
e saturação (croma, intensidade ou brilho).
O tom da cor está relacionado à variação qualitativa da cor (nome da cor) e é definido pelo seu
comprimento de onda no espectro visível. Sua estrutura é baseada nas cores primárias e
complementares da síntese aditiva e é demonstrado através de um círculo de cores com 24 tons, sendo
8 ou 12 mais comuns.
A luminosidade é definida pela quantidade de luz branca que incide na cor. A saturação refere-se o
quanto a cor se afasta da cor neutra, ou seja, quanto mais saturada a cor, menor a presença do branco
ou preto. A saturação varia de 0% (cinza neutro) a 100% (máxima cor).
A iluminação natural e a iluminação artificial podem alterar a aparência das cores dos objetos
(exemplo: parede, piso, móveis) que constituem um ambiente influenciando na percepção de cor
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destes.
Um exemplo é demonstrado na Figura 7 onde a luz natural é mais alaranjada no período da tarde
e, ao adentrar em um ambiente neste período do dia, irá acrescentar essa tonalidade aos materiais dos
objetos onde incidir (exemplo: parede, piso, móveis) o que influenciará em nossa percepção quanto à
cor e ao ambiente.
Crédito: Flystock/Shutterstock.
Do mesmo modo, a iluminação artificial, caso não seja projetada adequadamente, poderá alterar a
percepção de cor dos objetos onde incidir (exemplo: parede, piso, móveis) e do ambiente,
considerando que ambientes com predominância de cores que absorvem bastante luz, como o preto,
há a necessidade de iluminação mais intensa do que em ambientes com cores mais claras (Figura 8).
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Paredes com tom de cor escura como o preto sofrem alterações quando à iluminação artificial
utilizada é composta por luz quente (tons mais amarelados e alaranjados) sendo que nesse caso o mais
A escolha de cores para pisos, paredes e móveis de um ambiente devem ocorrer juntamente com a
definição do sistema de iluminação, pois definirão a quantidade de luz refletida.
Ao considerar a luz natural que incide em um ambiente (iluminação zenital, claraboias, sheds,
pátios internos etc.) para desenvolver um projeto de iluminação artificial, além de obter economia
energética, o designer de interiores possibilita o conforto luminoso ao usuário, ou seja, melhora sua
A luz, seja natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica), quando em grande intensidade,
pode gerar desconforto visual causado pelo ofuscamento quando em contato direto com o nosso
campo visual.
ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 descreve: “ofuscamento é a sensação visual produzida por áreas
brilhantes dentro do campo de visão, que pode ser experimentado tanto como um ofuscamento
Ofuscamento direto: a fonte de luz (natural ou artificial) é refletida em direção ao campo visual do
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CGN089/Shutterstock.
Ofuscamento indireto (reflexivo): uma fonte de luz é refletida sobre alguma superfície (piso,
parede, teto) ou objeto (mesas, tela do celular, espelhos etc.) e retorna para o campo visual do
Crédito: Dubo/Shutterstock
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O tipo de reflexão depende do tipo de superfície a qual a luz (natural ou artificial) incide, podendo
ser:
Reflexão especular: ocorre em superfícies refletoras lisas e polidas. A luz é refletida em apenas
Crédito: sousou07/Shutterstock.
Reflexão difusa: ocorre em superfícies refletoras não polidas. A luz incidente se espalha em todas
as direções e sentidos (Figura 12). Por exemplo: paredes, chapa de metal, água em movimento,
entre outras.
Crédito: sousou07/Shutterstock.
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A luz refletida, seja natural ou artificial, apresenta refletâncias diferentes e pode ser influenciada
pela cor do ambiente (paredes mais claras ou mais escuras) e pelo tipo do material dos objetos ali
contidos (exemplo: sofás, mesas, espelhos etc.).
Como exemplo, tem-se um ambiente com paredes e teto pintados em tom de cor clara: ao usar
uma luminária com foco direcionado para cima, transmite a sensação de que o ambiente é mais alto.
da fonte de luz e pelo tipo de superfície quanto ao nível de ofuscamento: conseguir conforto luminoso
dependera do desenvolvimento de projeto luminotécnico que atenda às necessidades do usuário desse
ambiente.
Na hora de escolher a lâmpada a ser utilizada nos ambientes de uma edificação (residencial ou
As lâmpadas possuem diferentes temperaturas de cor, portanto, a escolha correta para iluminar
um ambiente deve considerar a funcionalidade do espaço físico, pois influenciará no conforto visual do
usuário.
A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 descreve que “A ‘aparência da cor’ de uma lâmpada refere-se à
cor aparente (cromaticidade da lâmpada) da luz que ela emite. Pode ser descrita pela sua temperatura
de cor correlata (Tcp)”. Conforme apresentado na Tabela 1, a aparência da cor de uma lâmpada é
classificada de acordo com suas temperaturas de cor correlata (Tcp) em quente, neutra e fria.
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Lâmpadas incandescentes: apesar de possuir luz agradável e aconchegante produzem muito calor e
gastam muita energia, por isso, não são mais vendidas no Brasil e em vários lugares do mundo. Existem
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Lâmpadas halógenas: são lâmpadas parecidas com as incandescentes por possuírem um efeito de
iluminação semelhante a elas, entretanto, não gastam tanta energia elétrica e não modificam as
cores dos objetos contidos no ambiente. Seu comércio foi proibido em alguns países que a
substituíram pelas lâmpadas de LED, que imitam as incandescentes em seu formato com menor
consumo de energia. Possuem 2000h de vida útil. São utilizadas para dar destaque a decoração
paredes, móveis e objetos em projetos de iluminação. Possuem ângulos de abertura de facho que
variam de 8º, 10º, 30º e 40º (quanto mais fechado o ângulo, mais a luz dará destaque ao objeto)
(Figura 14).
Dicroicas: possuem um refletor coberto por um material dicroico que faz com que apenas uma
parte da luz emitida incida no ambiente, sem que seja necessário o uso de acessórios (como
luminárias e spots) para direcionar o feixe de luz. Recomendados para uso em projetos de
iluminação em que se deseja destacar obras de arte, adegas etc., pois produz menos calor sob o
PAR: as lâmpadas PAR criam uma iluminação difusa, forte e agradável sendo os modelos mais
comuns no mercado nacional: PAR 20, PAR 30 e PAR 38, entretanto, existem os modelos utilizados
em iluminação cênica (PAR 46, PAR 56 e a PAR 64). Sua utilização varia desde a iluminação interna
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distância.
Lâmpada PAR 30: utilizada para iluminação de jardins, terraços, vitrines, hotéis, bares, lounges,
restaurantes, museus, galerias de arte e iluminação cênica, pois iluminam objetos que estão entre
A diferença entre a PAR20 a PAR30 e a PAR38 está na dimensão, na potência, no fluxo luminoso
(lumens) e eficiência luminosa (lumens/W) conforme demonstrado na Figura 15. A PAR20 é utilizada em
ambientes com pé-direito padrão (2,85) e a PAR30 e PAR38 utilizadas em pé-direito duplo.
Crédito: L_lAiRl/Shutterstock.
AR: as lâmpadas AR criam uma iluminação de destaque na forma de círculo de luz que não causa
ofuscamento, sendo os modelos mais comuns no mercado nacional: AR70 e AR111. Possuem o
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bulbo em estrutura metálica e um ângulo de abertura menor que a lâmpada PAR. São indicadas
Lâmpada AR70: utilizada para iluminação de destaque em ambientes com pé direito de 3m.
Lâmpada AR111: utilizada para iluminação de destaque em ambientes com direito duplo (acima
de 3m).
Crédito: benjasanz/Shutterstock.
Lâmpadas fluorescentes: não emitem calor e reproduzem bem as cores do ambiente com baixo
consumo de energia (Figura 24). Possuem 6000h de vida útil. No Brasil, são comercializadas no
formato tubular, circular e espiral. Indicadas tanto para o uso residencial como comercial
(pendentes, plafons, lustres, abajures, arandelas, luminárias de piso etc.) devido à alta eficiência
com baixo consumo de energia são classificadas em três modelos (Figura 17):
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Crédito: AlexVik/Shutterstock.
Lâmpadas LED (Light Emitting Diode): são consideradas as mais eficientes quanto ao consumo de
de todas as lâmpadas citadas anteriormente e não emitem calor. Existe uma diversidade de
lâmpadas de LED em várias cores no formato de: cordões e fitas, em bulbo e LEDs inteligentes
que podem ser controladas por meio de um aplicativo instalado em celulares ou tablets. Duram
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Crédito: cgterminal/Shutterstock.
luminotécnico dependerá de qual será a finalidade de uso para o ambiente (exemplo: sala de estar, sala
de cirurgia, quarto etc.).
As lâmpadas são classificadas de acordo com a temperatura de cor correlata (Tcp), onde a luz da
lâmpada pode ser mais fria ou mais quente dependendo da temperatura de cor (kelvin= K), cuja
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Crédito: Macrovector/Shutterstock.
A luz amarela (abaixo de 3300K), definida como luz quente, passa a sensação de aconchego.
Indicada para o uso em áreas de descanso, como quartos de dormir, salas de tv, salas de massagem
terapêutica ou de relaxamento, salas de espera, vitrines, varandas, terraços, entre outras.
A luz natural (3300K a 5300K), definida como luz neutra, propicia uma iluminação naturalmente
branca que não interfere na cor dos objetos. Pode ser utilizada em qualquer ambiente que precise de
atenção considerada média como cozinhas, banheiros e lavanderias. É usual em áreas destinadas a
A luz branca (acima de 5300 K) é definida como luz fria, estimula a nossa atenção e possibilita que
enxerguemos os objetos com melhor visibilidade e legibilidade, portanto, seu uso é indicado para
locais que requerem mais atenção como: fábricas, indústrias, salas para artesanato, salas de aula,
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O tipo de luz instalado em um ambiente pode intensificar, amenizar ou interferir nas cores ali
presente. Um exemplo são as paredes escuras que podem sofrer alterações de cor quando se instala
uma luz quente (que tenham tons mais amarelados e alaranjados) no ambiente. Neste caso, o ideal é
optar pela instalação de luz fria que não irá alterar a cor das paredes.
Para escolher o tipo de lâmpada que irá constituir o projeto lumínico, é importante conhecer as
definições a seguir, as quais são encontradas nas especificações de lâmpadas existentes no mercado
brasileiro:
Fluxo luminoso (lumen): refere-se à quantidade de luz emitida. A intensidade de uma lâmpada é
medida em lumen (intensidade de luz) e quanto maior essa taxa mais forte será a luz, portanto, é
a principal informação a ser verificada na embalagem da lâmpada.
Watts: quantidade de energia que uma lâmpada consome para funcionar. Exemplo: as lâmpadas
Voltagem: medida de tensão elétrica usual no Brasil. Dependendo da cidade, varia entre 110V ou
220 V.
Índice de Reprodução de Cor (IRC): mede de 0 a 100 a fidelidade com que uma determinada luz
permite que vejamos as cores dos objetos. Lâmpadas que possuem IRC entre 80 e 100
reproduzem as cores com maior fidelidade. Exemplo: ao vestir uma calça preta em um ambiente
que não esteja com a iluminação adequada em casa e quando sai de casa verifica que a calça é
A Figura 20 demonstra as especificações de uma lâmpada do tipo Pera em LED da empresa Avant.
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Potência 7W,9W
Tensão 12V
Base E27
Garantia 1 ANO
IRC 80
interiores a partir do conhecimento da necessidade de seu cliente desenvolver um projeto lumínico que
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aspectos da cor da luz e das superfícies e da luz natural) que contribuem para que um ambiente
TEMA 4 – LUMINOTÉCNICA
ambientes interiores e exteriores e deve ser desenvolvido em função da necessidade do usuário quanto
a funcionalidade e conceito estético do ambiente, de acordo com as ações a serem ali executadas.
tv, sala de estudo, dormitório etc.) tem como objetivo propiciar a sensação de bem-estar aos seus
usuários.
Deve-se, portanto, considerar a atividade a ser exercida em cada ambiente. Por exemplo: uma sala
de leitura que atende a diferentes usuários a utilização de luzes brancas ou frias são recomendáveis,
pois auxiliam na concentração o que facilita a leitura. A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 recomenda o
executivo, para que o engenheiro possa, baseado em normas específicas, realizar o projeto de
instalações elétricas no qual serão detalhadas as informações relacionadas à eletricidade, como pontos
no teto, pontos na parede, pontos no piso, a localização dos interruptores e das tomadas, entre outros.
Caso isto não seja possível, o designer de interiores tem duas opções: desenvolver a iluminação
respeitando o projeto elétrico existente, evitando incidentes com a instalação elétrica da edificação, ou
solicitar ao proprietário da obra que contrate um engenheiro elétrico para adequar a instalação elétrica
Iluminação direta: a luz é direcionada para incidir sobre um ponto específico. Evite posicioná-la
em locais de permanência como sofá da sala, pois torna-se desconfortável para o usuário.
Utilizadas em luminárias para ambientes, como home office, salas de estudo, mesas de refeição,
bancada de trabalho na cozinha, quartos, locais destinados à leitura, salas e banheiros. São
exemplos: luminárias sobre a mesa de trabalho, pendentes sobre mesas de jantar (Figura 21).
Atualmente, a lâmpada mais indicada para iluminação direta é a luz branca de LED, pois não
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emite raios infravermelhos e ultravioletas, portanto, não aquece o ambiente, não atrai insetos e
Crédito: Chotirot/Shutterstock.
Iluminação indireta: a luz chega até a nossa visão através de uma superfície refletida do ambiente
(parede ou teto), portanto, não atinge diretamente os olhos do usuário. Utilizadas em luminárias
para ambientes, como hall de entrada, home office, quartos, cozinhas, salas (jantar e de estar). São
exemplos: sancas de gesso com iluminação embutida e luminárias, cujo design proporcionam o
efeito de luz indireta. Esse tipo de iluminação é mais eficaz em superfícies de reflexão clara (uso
de cores claras onde a ela estiver instalada) sendo muito utilizadas em quartos e salas (Figura 22).
Para esse tipo de iluminação, indica-se o uso das lâmpadas fluorescentes amarelas ou fitas de LED
amareladas, pois essa tonalidade de lâmpada ajuda a criar um ambiente mais aconchegante.
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Iluminação difusa: ilumina o ambiente de forma confortável, sem gerar contrastes ou sombras
sobre os objetos ou móveis, pois utiliza-se um anteparo (acrílico, vidro ou tecido) na frente da
lâmpada para filtrar a luz. São exemplos: abajur com cúpula de tecido e plafons com vidro leitoso
utilizados em salas e quartos (Figura 23). Para esse tipo de iluminação, indica-se o uso das
ambiente.
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Iluminação linear: a iluminação é feita por meio de linhas contínuas de luz em diferentes direções.
Ela pode ser instalada sobreposta ou embutida, podendo ser utilizada em praticamente todos os
cômodos, ou seja: salas, quartos, banheiros e até garagens. Seu uso é comum em supermercados,
lojas, fábricas (Figura 24). Para esse tipo de iluminação, são utilizadas lâmpadas LED.
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Iluminação de orientação: tem como função orientar as pessoas durante a sua transição por
ambientes como: hall de entrada, corredores, escadas, áreas de piscina e jardins. A lâmpada fica
piscinas (Figura 25). Para esse tipo de iluminação, são utilizadas lâmpadas de LED brancas.
Iluminação de destaque: lâmpada especial que é utilizada para destacar pontos específicos de um
ambiente ou na decoração. São exemplos: spots que iluminam obras de arte (quadros, estatuas
(paisagismo, piscina, quintais, varandas etc.) (Figura 26). Para esse tipo de iluminação, indica-se o
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Crédito: silvae/Shutterstock.
Para que iluminação seja eficiente, é necessário dosar a quantidade e a qualidade de luminárias
utilizadas nos ambientes (residenciais, comerciais e coorporativos) para que as pessoas consigam
desempenhar suas tarefas visuais com conforto visual.
Abajur: proporciona luz indireta e difusa, portanto, são ideais para serem colocados em mesas de
centro, laterais ou de cabeceira. Existem diversos modelos no mercado nacional, e a sua escolha
deve considerar o tamanho da mesa de apoio. Por exemplo, para uma mesa de 60 cm de
diâmetro, o ideal é usar uma cúpula de até 40 cm. Para abajur com cúpula, o ideal é que se usa
lâmpada leitosa (exemplo: lâmpada bulbo de LED), pois irradia a luz de maneira uniforme (Figura
27).
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Arandelas: luminárias que ficam presas na parede e proporcionam luz difusa. Geralmente, em
dormitórios são usadas como luz de cabeceira ao ser instaladas entre 1,00m e 1,10 m de altura e
em muros, banheiros e lavabos são instaladas entre 2,00m e 2,20 m para casas com pé-direito
normal (entre 2,50 e 2,80 m). A escolha da lâmpada irá depender do tipo de destaque desejado,
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Spots: o facho de luz direcionado é utilizado para destacar objetos de decoração como quadros
Spots de sobrepor: instalado no teto sua estrutura permite direcionar as lâmpadas para pontos
diferentes do ambiente que necessita de uma iluminação direcionada (escritórios, lojas, salas de
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Crédito: ericlefrancais/Shutterstock.
Spot de trilho: formado por uma barra eletrificada a qual permite direcionar as luzes indiretas
conforme a necessidade de iluminar diferentes pontos de acordo com a disposição dos móveis
ou objetos no ambiente. A escolha da luminária spot trilho dependerá do local em que esta será
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Spot de embutir: esse modelo é embutido em tetos de gesso, madeira ou PVC, sendo constituído
por um ponto de luz direcionada para dar ênfase a móveis e objetos de decoração (Figura 31).
Plafons: esse modelo de luminária pode ser instalado embutido no gesso ou sobreposto no teto
a luz branca de forma homogênea são consideradas ideias para ambientes que necessite de mais
atenção (exemplo: cozinha e banheiro) e a luz amarela é mais utilizada em ambientes para relaxar
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Crédito: Habrda/Shutterstock.
Luminária de teto: funcionais, pois iluminam de forma direta o ambiente, facilitando as funções a
serem desempenhadas no local (cozinhas, lavanderias, área de serviço). Variam conforme a
embutidos são as opções mais econômicas, pois não necessitam de lâmpadas, sendo que os
painéis de LED de sobrepor podem ser instalados em qualquer tipo de teto (Figura 33). A escolha
Crédito: limipix/ShutterStock.
considerar as suas dimensões, dependendo do local o qual será instalado (Figura 34). Geralmente,
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Lustres: diferente dos pendentes, os lustres são encontrados no modelo clássico (possuem várias
luzes de cristais) e modelos mais modernos (palha, metal, madeira que utilizam lâmpadas de LED).
São indicados para espaços mais amplos como salas de estar e de jantar considerando-se a
necessidade de se ter pé-direito mais alto que o padrão (2,50m a 2,80 m) no ambiente para evitar
Crédito: Vitalii1/Shutterstock.
Luminária de piso: considerada uma peça de iluminação de auxílio, seu uso permite que se
posicione a luz onde for necessário. Atualmente, existem luminárias de piso com diferentes
efeitos de iluminação dependendo, seja no modelo com cúpula que usa lâmpada (madeira ou
tecido) para transmitir uma sensação de conforto ao ser colocada ao lado de uma poltrona ou do
modelo spot articulável que usa luz branca para auxiliar um canto de leitura (Figura 36).
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Crédito: NiglayNik/Shutterstock.
Luminária para móveis: esse tipo de luminária pode ser embutida em armários, closets e camas,
sendo que os modelos mais utilizados são os spots de embutir e as fitas de LED que não emitem
calor para que não danifiquem os móveis ou os que estejam objetos ao seu redor (Figura 37).
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Placa de LED (Light Emitting Diode): é um componente eletrônico que emite a luz visível ao
eficientes energeticamente por apresentar uma vida útil mais longa (50.000h) em comparação às
lâmpadas tradicionais com economia de até 80%. Utilizados para ambientes que demandam
maior atenção como: escritórios, fabricas, consultórios etc. (Figura 38). São nacionalmente
Embutir: são mais finas e instaladas dentro do teto, sendo recomendadas para tetos com fundo
Sobrepor: são mais grossas e são instaladas sobre o teto, sendo indicadas para tetos como os de
alvenaria.
Crédito: osen/Shutterstock.
Neste tópico, será apresentado o projeto luminotécnico realizado no ano de 2018 para a academia
de Taekwondo ATA Leader Team Ecoville, localizada na cidade de Curitiba, no bairro Campo Comprido,
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bioclimatismo (tentar aproveitar ao máximo os recursos naturais e usar novas tecnologias construtivas
para reduzir o impacto ambiental), portanto, apresenta altos níveis de eficiência e sustentabilidade que
O selo LEED é um sistema internacional de certificação ambiental para edificações, composto por
quatro categorias, cujo objetivo é incentivar projetos e obras sustentáveis: é utilizado em mais de 160
países.
As fachadas (frontal, laterais e do fundo) são constituídas por vidro (structural glazing), portanto,
recebem incidência solar durante todo o dia, o que possibilita que a luz natural seja aproveitada desde
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Para desenvolver um projeto luminotécnico eficiente, buscou-se balancear o uso da luz natural e
da luz artificial, com o objetivo de conseguir conforto visual em todas as atividades a serem executadas
A sala da academia ATA Martial Arts Ecoville localiza-se no térreo da fachada frontal do edifício
Eurobusiness e possui dois pavimentos, sendo o pavimento 1 com área de 99,95 m2 e o pavimento 2
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(mezanino) com área de 61,84 m2 onde são realizadas as aulas de segunda a sábado das 8:00h às
20:00h com turmas de no máximo 15 alunos em cada tatame, classificados por idade:
Tigers = 3 a 6 anos
portanto, recebe a incidência dos raios solares do início ao final da tarde (face Oeste) (Figuras 40 e 41).
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As cores das paredes (brancas), do teto (branco gelo) e do piso (porcelanato com imitação de
Análise do projeto elétrico da sala 7 do edifício Eurobusiness, aprovado pelo Setor de Urbanismo
da PMC (Prefeitura Municipal de Curitiba) e assinado por engenheiro elétrico responsável técnico
interruptores ou redimensionar o sistema para atender a novos pontos de iluminação), que foi
executada, seria solicitado ao proprietário da sala que contratasse um engenheiro elétrico para
redimensioná-la.
O projeto luminotécnico desenvolvido para a sala 7 (Figura 42) foi enviado para o engenheiro
elétrico que presta serviços para o proprietário da academia ATA Martial Arts Ecoville para a atualização
do projeto elétrico e nova aprovação perante os órgãos públicos competentes (PMC, Corpo de
Bombeiros etc.), pois cabe a ele a responsabilidade técnica pelo projeto e a execução elétrico da sala.
formato PDF (escala 1:50) no Material Complementar, dentro da sala de aula virtual.
concreto, foi pintado na cor branco neve para manter a sensação de amplitude do ambiente,
aproveitando a luminosidade natural que incide no ambiente durante o dia e auxiliando na distribuição
No teto do pavimento 2 (constituído pelo teto do mezanino e parte do teto do 1º pavimento), foi
usado forro removível (62 x 62 cm) de dryall instalado sob perfil de T de aço, chumbado nas paredes,
onde foram escondidos os fios e eletrodutos instalados pela empresa que realizou a construção do
edifício Eurobusiness.
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A seguir, iremos realizar um cálculo simples para obter a quantidade de lâmpadas que foram
Passo 1: saber quantos LUX é necessário para o ambiente. Para isto, é preciso conhecer a área do
pavimento 2 (mezanino):
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A = 61,84 m2
Em que:
O valor de LUX é verificado na ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 na tabela: planejamento dos
qualidade da cor.
Tabela 2 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância,
Portanto, na Tabela 2:
LU = 300 x 61,84
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embalagem da lâmpada o valor de lumens igual ou maior que LU = 18552 que foi calculado no Passo
2.
Foi escolhida a lâmpada: painel LED Embutir 60x60 cm cujas informações técnicas foram retiradas
Informações Técnicas:
Potência: 40W
Lumens: 3000 lm
Voltagem: 85~245V
Passo 4 – Para saber o número de lâmpadas a serem instaladas no mezanino dividir a quantidade
Q = 18552/3000
Q = 7 Lâmpadas
Os cálculos realizados demonstraram que 7 lâmpadas Painel LED Embutir 60x60 cm seriam
suficientes para iluminar a área do mezanino (61,84 m2), atendendo a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013,
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entretanto, o cliente com o aceite do engenheiro elétrico responsável pela obra optou por aumentar o
Foi definida a instalação de 12 lâmpadas Painel LED Embutir 60x60 cm na cor branca (Figura 43 e
44) para a iluminação geral e 2 lâmpadas LED quadradas de embutir de 9x9cm na cor branca (Figura
45) para destacar textos impressos nas paredes do mezanino da academia sem alterar as especificações
do projeto elétrico aprovado pelo Setor de Urbanismo da PMC (Prefeitura Municipal de Curitiba) e
Figura 43 – Iluminação Geral em LED Instalada no Mezanino: ATA Martial Arts Ecoville
Figura 44 – Extrato da Planta Baixa da Iluminação Geral e de Destaque em LED e Instalada no Mezanino:
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Figura 45 – Iluminação Geral em LED e Instalada no Mezanino: ATA Martial Arts Ecoville
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TROCANDO IDEIAS
Para ilustrar os conceitos apresentados nesta etapa, acesse o link a seguir e leia o artigo sobre
NA PRÁTICA
A partir do conteúdo estudado nesta etapa, pesquise sobre o seguinte tema: as lâmpadas
inteligentes têm sido utilizadas em projetos luminotécnicos em “casas inteligentes”, onde o uso da
tecnologia visa garantir mais conforto, segurança e praticidade aos moradores ao serem conectadas à
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FINALIZANDO
No Tópico 2, foi abordado sobre como a luz natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica)
No Tópico 3 foi abordado como a luz, seja natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica),
No Tópico 4, foi descrito sobre a luminotécnica (luminotecnia) para uso em ambientes interiores e
exteriores.
O Tópico 5 demonstra um cálculo simples realizado para obter a quantidade de lâmpadas que
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR ISO/CIE 8995-1:2013: iluminação de ambientes de trabalho (substituiu a NBR 5413:
Iluminância de Interiores).
DENT, B. D. Principles of thematic map design. 5. ed. Reading, MS: Addison-Wesley, 1999. p. 288-
308.
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