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12/12/22, 11:00 UNINTER

CONFORTO AMBIENTAL
AULA 3

Profª Mônica Inês dos Santos Pires

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CONVERSA INICIAL

Este estudo tem como objetivo apresentar os conceitos sobre conforto luminoso em edificações
objetivando a eficiência energética. É importante que o designer de interiores entenda tais conceitos
para que consiga desenvolver projetos de interiores que resultem na satisfação das pessoas com o

ambiente luminoso, pois afetará o desempenho das atividades realizadas no interior da edificação.

Esta etapa está estruturada em cinco tópicos:

Conforto luminoso
Percepção de cor e comportamento da luz

Especificação de lâmpadas
Luminotécnica

Aplicação prática em design de interiores: projeto luminotécnico

CONTEXTUALIZANDO

O conforto luminoso refere-se à distribuição equilibrada da luz nos ambientes de modo a


proporcionar conforto visual aos seus ocupantes, dando a sensação de bem-estar.

Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que as pessoas vejam, se
movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, precisa e segura, sem

causar fadiga visual e desconforto. A iluminação pode ser natural, artificial ou uma combinação de
ambas. (ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013)

Entre normas existentes sobre conforto luminoso, destacam-se:

ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013: Iluminação de Ambientes de Trabalho (substituiu a NBR 5413:
Iluminância de Interiores).

NBR 1557: Edificações Habitacionais – Desempenho.

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TEMA 1 – CONFORTO LUMINOSO

Um ambiente é considerado confortável do ponto de vista luminoso quando conseguimos


balancear a quantidade de iluminação natural e artificial de forma a oferecer conforto visual para que o

usuário consiga realizar suas tarefas (exemplo: estudar, ver televisão, cozinhar).

Apesar de nosso país ser privilegiado quanto à disponibilidade de luz natural, principalmente na
época do verão, temos o hábito de utilizar a iluminação artificial grande parte do nosso dia.

Oscar e Yannas (2003, p. 9) descrevem que

O olho humano se adapta melhor a iluminação natural que à artificial, portanto, é melhor trabalhar
com luz natural. A luz artificial não reproduz as cores da luz natural (tem espectro diferente), nem varia

conforme as horas do dia, reduzindo assim a riqueza em cores e contrastes dos objetos iluminados.

A iluminação natural em ambientes internos pode incidir através de claraboias, átrios, cúpulas,

telhas translucidas, entre outros (Figura 1).

Figura 1 – Iluminação natural incidente através de claraboia

Crédito: amespirit/ShutterStock.

Os problemas advindos da iluminação natural relacionam-se com a incidência de muita luz ou


incidência de pouca luz em um ambiente e cabe ao designer de interiores saber como aproveitá-las em

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seus projetos de acordo com a necessidade do usuário.

Aproveitar a iluminação natural em um ambiente o maior tempo possível, reduzindo os gastos


com iluminação artificial e garantindo uma iluminação eficiente na realização de qualquer tarefa para

proporcionar conforto luminoso requer que o designer de interiores explore ao máximo as condições
climáticas da região (Figura 2).

Figura 2 – Incidência de iluminação natural em edificações

Crédito: HelloRF Zcool/ShutterStock.

Conhecer o local a ser desenvolvido o projeto de interiores quanto a suas características internas
como: área do ambiente, tipo de aberturas existentes (janelas e portas), a cor das superfícies internas

(parede, piso e teto) e do mobiliário que influenciam na reflexão da luz e se existem construções no
entorno que possa causar sombra, permite que o designer de interiores analise a quantidade de luz
natural que incide no ambiente para então calcular a quantidade de luz artificial que será necessária.

Não é possível que utilizemos apenas iluminação natural em nosso dia a dia: é necessário que
integremos o seu uso com a iluminação artificial, considerando situações como: condições do tempo

(dias nublados, ensolarado, chuvoso), início da manhã, final de tarde e no período da noite.

As normas NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho contém especificações quanto a


segurança, habitabilidade e sustentabilidade de edificações habitacionais e ABNT NBR ISO/CIE 8995-
1:2013: Iluminação de ambientes de trabalho que especifica os requisitos de iluminação para locais de
trabalhos internos são utilizadas como referência para se obter boa iluminação (natural e artificial).

O conforto luminoso em edificações residenciais é especificado no item habitabilidade da NBR

15575, o qual estabelece valores mínimos de iluminação natural e de iluminação artificial a serem

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utilizados para cada ambiente da edificação.

Quanto à iluminação natural, a NBR 15575 estabelece que os ambientes com permanência

prolongada devem ter um nível mínimo de iluminamento de 60 Lux de iluminância no centro do


ambiente (medida real realizada no local), um nível intermediário de iluminamento de 90 Lux de
iluminância no centro do ambiente e um nível superior de iluminamento de 120 Lux de iluminância no

centro do ambiente.

Lux é definido como a intensidade luminosa (iluminância= E) que incide em um plano de trabalho

do ambiente (exemplo: no piso, em uma mesa de estudo, em uma estante etc.) medida em metros
quadrados (m²) (Figura 3).

Figura 3 – Exemplo de lux em ambiente escuro

Crédito: Rangizzz/Shutterstock.

Para avaliar se iluminação natural incide com 60 Lux no centro do ambiente, podem ser realizadas:

Simulações em softwares de iluminação: considera-se a latitude, a localização da edificação, se há


obstruções de sombras no entorno da edificação, o tipo de vidros utilizados nas janelas, as cores

da superfície da edificação, a refletância de materiais externos e internos da edificação. Existe uma

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metodologia a ser seguida e, de acordo com resultados, verifica-se se foram atingidos um dos
níveis de iluminamento (mínimo= 60 Lux, intermediário= 90 Lux e superior = 120 Lux) (Figura 4).

Figura 4 – Simulação de iluminância (Lux) no DIALux: NBR 15575 (simulação computacional para análise
de iluminação natural em projetos de edifícios sustentáveis desenvolvidos em BIM)

Crédito: Crippa et al., 2021. p. 776.

Medição no local: utiliza-se um aparelho chamado luxímetro (Figura 5) que mede a quantidade de

luz incidente no local sob condições de céu encoberto. O método de avaliação a ser seguido está
descrito no item 13.2.4 da ABNT NBR 15575-1:2013 e, de acordo com resultados, verifica-se se

foram atingidos um nível mínimo = 50% de luz natural dentro do ambiente, nível intermediário=

65% de luz natural dentro do ambiente ou um nível superior=75% de luz natural dentro do
ambiente. Para medir a luminosidade, o sensor do luxímetro deve ser posicionado sobre o plano

horizontal onde a medição deve ser realizada (exemplo: em cima da mesa de escritório onde

deseja medir quantidade de luz incidente do sol) sem que haja presença de sombras que possam
atrapalhar o desempenho do sensor. Caso não conheça a superfície onde deve ser realizada a

leitura com o luxímetro, a norma técnica sugere que o posicione-o a 75 cm em relação ao piso.

Figura 5 – Luxímetro

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Crédito: Siyanight/Shutterstock.

A habitabilidade de uma edificação, especificada na NBR 15575, contém procedimentos que visam

proporcionar ao usuário conforto acústico, térmico e lumínico, portanto, cabe ao designer de interiores

estar atualizado quanto a esta e a outras normas que sejam publicadas para que as aplique em seus
projetos.

Para se obter o conforto luminoso em uma edificação, é necessário realizar análises quanto à
incidência solar, a projeção de sombra (sombreamento), a luz do dia (iluminação natural) e a análise

lumínica (iluminação artificial).

TEMA 2 – PERCEPÇÃO DE COR E COMPORTAMENTO DA LUZ

2.1 PERCEPÇÃO DE COR NO CONFORTO LUMÍNICO

A luz é um fenômeno físico e a sua presença ou ausência proporciona a sensação de cor.


Entretanto, a cor é um fenômeno psicofísico que depende da interação da luz com o sistema visual

humano.

Diferentes campos da ciência têm diferentes interesses no estudo das cores. No design de

interiores, o estudo das cores possui como característica importante a percepção da cor na

luminotécnica.

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A percepção das cores ocorre através da energia luminosa resultante de processos físico-químicos
e para entender a cor é necessário compreender a natureza da luz.

A percepção da cor ocorre no cérebro e envolve os processos cognitivos que adicionam


significado aos padrões de luz sentida pelos olhos.

Conforme demonstrado na Figura 6, a região visível do espectro eletromagnético é composta por


diferentes comprimentos de ondas que correspondem às cores básicas: vermelho (0,6 mm a 0,7mm),

verde (0,5 mm a 0,6 mm) e azul (0,4 mm a 0,5 mm). O olho humano é capaz de captar esses

comprimentos de onda e interpretá-los, conseguindo distinguir as cores e os tons.

Figura 6 – Espectro eletromagnético

Crédito: udaix/Shutterstock.

Na percepção visual, as dimensões da cor são definidas como tom de cor, luminosidade (ou valor)
e saturação (croma, intensidade ou brilho).

O tom da cor está relacionado à variação qualitativa da cor (nome da cor) e é definido pelo seu
comprimento de onda no espectro visível. Sua estrutura é baseada nas cores primárias e

complementares da síntese aditiva e é demonstrado através de um círculo de cores com 24 tons, sendo

8 ou 12 mais comuns.

A luminosidade é definida pela quantidade de luz branca que incide na cor. A saturação refere-se o

quanto a cor se afasta da cor neutra, ou seja, quanto mais saturada a cor, menor a presença do branco
ou preto. A saturação varia de 0% (cinza neutro) a 100% (máxima cor).

A iluminação natural e a iluminação artificial podem alterar a aparência das cores dos objetos

(exemplo: parede, piso, móveis) que constituem um ambiente influenciando na percepção de cor
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destes.

Um exemplo é demonstrado na Figura 7 onde a luz natural é mais alaranjada no período da tarde
e, ao adentrar em um ambiente neste período do dia, irá acrescentar essa tonalidade aos materiais dos

objetos onde incidir (exemplo: parede, piso, móveis) o que influenciará em nossa percepção quanto à

cor e ao ambiente.

Figura 7 – Luz natural incidente no período da tarde

Crédito: Flystock/Shutterstock.

Do mesmo modo, a iluminação artificial, caso não seja projetada adequadamente, poderá alterar a

percepção de cor dos objetos onde incidir (exemplo: parede, piso, móveis) e do ambiente,
considerando que ambientes com predominância de cores que absorvem bastante luz, como o preto,

há a necessidade de iluminação mais intensa do que em ambientes com cores mais claras (Figura 8).

Figura 8 – Iluminação artificial: parede pintada no tom de cor preto

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Crédito: aPhoenix photographer/Shutterstock.

Paredes com tom de cor escura como o preto sofrem alterações quando à iluminação artificial
utilizada é composta por luz quente (tons mais amarelados e alaranjados) sendo que nesse caso o mais

apropriado é utilizar luz fria (tons branco e azulado) no ambiente.

A escolha de cores para pisos, paredes e móveis de um ambiente devem ocorrer juntamente com a
definição do sistema de iluminação, pois definirão a quantidade de luz refletida.

Ao considerar a luz natural que incide em um ambiente (iluminação zenital, claraboias, sheds,
pátios internos etc.) para desenvolver um projeto de iluminação artificial, além de obter economia

energética, o designer de interiores possibilita o conforto luminoso ao usuário, ou seja, melhora sua

produtividade para que realize suas atividades cotidianas e o seu bem-estar.

2.2 COMPORTAMENTO DA LUZ

A luz, seja natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica), quando em grande intensidade,
pode gerar desconforto visual causado pelo ofuscamento quando em contato direto com o nosso

campo visual.

ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 descreve: “ofuscamento é a sensação visual produzida por áreas

brilhantes dentro do campo de visão, que pode ser experimentado tanto como um ofuscamento

desconfortável quanto como um ofuscamento inabilitador”.

O ofuscamento dificulta a visualização dos objetos devido a luminâncias excessivas ou contrastes

no nosso campo de visão e pode ser classificado em:

Ofuscamento direto: a fonte de luz (natural ou artificial) é refletida em direção ao campo visual do

observador (Figura 9).

Figura 9 – Ofuscamento direto

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CGN089/Shutterstock.

Ofuscamento indireto (reflexivo): uma fonte de luz é refletida sobre alguma superfície (piso,

parede, teto) ou objeto (mesas, tela do celular, espelhos etc.) e retorna para o campo visual do

observador (Figura 10).

Figura 10 – Ofuscamento indireto

Crédito: Dubo/Shutterstock

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O tipo de reflexão depende do tipo de superfície a qual a luz (natural ou artificial) incide, podendo
ser:

Reflexão especular: ocorre em superfícies refletoras lisas e polidas. A luz é refletida em apenas

uma direção (Figura 11). São exemplo: espelho, metais e vidros.

Figura 11 – Reflexão especular

Crédito: sousou07/Shutterstock.

Reflexão difusa: ocorre em superfícies refletoras não polidas. A luz incidente se espalha em todas

as direções e sentidos (Figura 12). Por exemplo: paredes, chapa de metal, água em movimento,

entre outras.

Figura 12 – Reflexão difusa

Crédito: sousou07/Shutterstock.

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A luz refletida, seja natural ou artificial, apresenta refletâncias diferentes e pode ser influenciada

pela cor do ambiente (paredes mais claras ou mais escuras) e pelo tipo do material dos objetos ali
contidos (exemplo: sofás, mesas, espelhos etc.).

Como exemplo, tem-se um ambiente com paredes e teto pintados em tom de cor clara: ao usar

uma luminária com foco direcionado para cima, transmite a sensação de que o ambiente é mais alto.

A quantidade e a qualidade de iluminação em um ambiente são influenciadas pelas características

da fonte de luz e pelo tipo de superfície quanto ao nível de ofuscamento: conseguir conforto luminoso
dependera do desenvolvimento de projeto luminotécnico que atenda às necessidades do usuário desse

ambiente.

TEMA 3 – ESPECIFICAÇÃO DE LÂMPADAS

Na hora de escolher a lâmpada a ser utilizada nos ambientes de uma edificação (residencial ou

comercial), sempre surgem as seguintes dúvidas:

Como escolher o tipo de lâmpada para iluminar um ambiente?

Qual é a melhor lâmpada para a cozinha?

Lâmpada Fluorescente ou de LED: Qual é a mais econômica quanto ao consumo de energia e

proporciona o melhor bem-estar visual?

As lâmpadas possuem diferentes temperaturas de cor, portanto, a escolha correta para iluminar
um ambiente deve considerar a funcionalidade do espaço físico, pois influenciará no conforto visual do

usuário.

A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 descreve que “A ‘aparência da cor’ de uma lâmpada refere-se à

cor aparente (cromaticidade da lâmpada) da luz que ela emite. Pode ser descrita pela sua temperatura

de cor correlata (Tcp)”. Conforme apresentado na Tabela 1, a aparência da cor de uma lâmpada é
classificada de acordo com suas temperaturas de cor correlata (Tcp) em quente, neutra e fria.

Tabela 1 – Aparência da cor de uma lâmpada x temperatura da cor correlata (Tcp)

APARÊNCIA DA COR TEMPERATURA DA COR CORRELATA (Tcp) SENSAÇÃO

QUENTE ABAIXO DE 3300 K ACONCHEGO

NEUTRA 3300 K A 5300K PRÓXIMO DA LUZ NATURAL

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FRIA ACIMA DE 5300K ESTIMULA A ATENÇÃO

Crédito: ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013.

O mercado brasileiro possui diferentes tipos de lâmpadas, sendo classificadas em:

Lâmpadas incandescentes: apesar de possuir luz agradável e aconchegante produzem muito calor e

gastam muita energia, por isso, não são mais vendidas no Brasil e em vários lugares do mundo. Existem

atualmente no mercado nacional lâmpadas decorativas de filamento como exemplo as lâmpadas de

filamento carbono (Figura 13).

Figura 13 – Lâmpadas incandescentes decorativas de filamento carbono

Crédito: Tsakunou Dzmitry / Shutterstock

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Lâmpadas halógenas: são lâmpadas parecidas com as incandescentes por possuírem um efeito de

iluminação semelhante a elas, entretanto, não gastam tanta energia elétrica e não modificam as

cores dos objetos contidos no ambiente. Seu comércio foi proibido em alguns países que a

substituíram pelas lâmpadas de LED, que imitam as incandescentes em seu formato com menor

consumo de energia. Possuem 2000h de vida útil. São utilizadas para dar destaque a decoração

paredes, móveis e objetos em projetos de iluminação. Possuem ângulos de abertura de facho que
variam de 8º, 10º, 30º e 40º (quanto mais fechado o ângulo, mais a luz dará destaque ao objeto)

(Figura 14).

São classificadas em:

Dicroicas: possuem um refletor coberto por um material dicroico que faz com que apenas uma
parte da luz emitida incida no ambiente, sem que seja necessário o uso de acessórios (como

luminárias e spots) para direcionar o feixe de luz. Recomendados para uso em projetos de

iluminação em que se deseja destacar obras de arte, adegas etc., pois produz menos calor sob o

objeto iluminado (Figura 21).

Figura 14 – Lâmpadas dicroicas

Crédito: Gabriel Dominella/Shutterstock.

PAR: as lâmpadas PAR criam uma iluminação difusa, forte e agradável sendo os modelos mais

comuns no mercado nacional: PAR 20, PAR 30 e PAR 38, entretanto, existem os modelos utilizados

em iluminação cênica (PAR 46, PAR 56 e a PAR 64). Sua utilização varia desde a iluminação interna

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(espaços de maquiagem em banheiros, destaque de produtos em lojas) e externa (jardins,

quintais e terraços entre outros).


Lâmpada PAR 20: utilizada para iluminação de destaque, pois iluminam pequenos objetos a pouca

distância.

Lâmpada PAR 30: utilizada para iluminação de jardins, terraços, vitrines, hotéis, bares, lounges,

restaurantes, museus, galerias de arte e iluminação cênica, pois iluminam objetos que estão entre

3 e 3,5 metros de distância da lâmpada.


Lâmpada PAR 38: utilizada para iluminação que ficam expostas ao tempo como: fachadas, árvores,

esculturas, pois iluminam objetos que estão de 5 a 6 metros de distância da lâmpada.

A diferença entre a PAR20 a PAR30 e a PAR38 está na dimensão, na potência, no fluxo luminoso

(lumens) e eficiência luminosa (lumens/W) conforme demonstrado na Figura 15. A PAR20 é utilizada em

ambientes com pé-direito padrão (2,85) e a PAR30 e PAR38 utilizadas em pé-direito duplo.

Figura 15 – Lâmpadas PAR

Crédito: L_lAiRl/Shutterstock.

AR: as lâmpadas AR criam uma iluminação de destaque na forma de círculo de luz que não causa

ofuscamento, sendo os modelos mais comuns no mercado nacional: AR70 e AR111. Possuem o

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bulbo em estrutura metálica e um ângulo de abertura menor que a lâmpada PAR. São indicadas

para utilização em decoração de destaque quando se tem médias e longas distâncias.

Lâmpada AR70: utilizada para iluminação de destaque em ambientes com pé direito de 3m.

Lâmpada AR111: utilizada para iluminação de destaque em ambientes com direito duplo (acima
de 3m).

Figura 16 – Lâmpadas AR111

Crédito: benjasanz/Shutterstock.

Lâmpadas fluorescentes: não emitem calor e reproduzem bem as cores do ambiente com baixo

consumo de energia (Figura 24). Possuem 6000h de vida útil. No Brasil, são comercializadas no
formato tubular, circular e espiral. Indicadas tanto para o uso residencial como comercial

(pendentes, plafons, lustres, abajures, arandelas, luminárias de piso etc.) devido à alta eficiência

com baixo consumo de energia são classificadas em três modelos (Figura 17):

Figura 17 – Lâmpada Fluorescente Tubular T5 SÉRIE MG-B

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Crédito: AlexVik/Shutterstock.

Lâmpadas LED (Light Emitting Diode): são consideradas as mais eficientes quanto ao consumo de

energia vêm substituindo as lâmpadas fluorescentes no uso residencial. Possuem as características

de todas as lâmpadas citadas anteriormente e não emitem calor. Existe uma diversidade de

lâmpadas de LED em várias cores no formato de: cordões e fitas, em bulbo e LEDs inteligentes
que podem ser controladas por meio de um aplicativo instalado em celulares ou tablets. Duram

mais de 25000 horas (Figura 18).

Figura 18 – Lâmpadas LED

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Crédito: cgterminal/Shutterstock.

A escolha do tipo de lâmpada considerando o tipo de iluminação definida para um projeto

luminotécnico dependerá de qual será a finalidade de uso para o ambiente (exemplo: sala de estar, sala
de cirurgia, quarto etc.).

As lâmpadas são classificadas de acordo com a temperatura de cor correlata (Tcp), onde a luz da

lâmpada pode ser mais fria ou mais quente dependendo da temperatura de cor (kelvin= K), cuja

graduação vai do vermelho ao azul (Figura 19).

Figura 19 – Temperatura da luz (Kelvin)

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Crédito: Macrovector/Shutterstock.

A luz amarela (abaixo de 3300K), definida como luz quente, passa a sensação de aconchego.

Indicada para o uso em áreas de descanso, como quartos de dormir, salas de tv, salas de massagem
terapêutica ou de relaxamento, salas de espera, vitrines, varandas, terraços, entre outras.

A luz natural (3300K a 5300K), definida como luz neutra, propicia uma iluminação naturalmente

branca que não interfere na cor dos objetos. Pode ser utilizada em qualquer ambiente que precise de

atenção considerada média como cozinhas, banheiros e lavanderias. É usual em áreas destinadas a

maquiagem por não alterar o tom da pele.

A luz branca (acima de 5300 K) é definida como luz fria, estimula a nossa atenção e possibilita que

enxerguemos os objetos com melhor visibilidade e legibilidade, portanto, seu uso é indicado para

locais que requerem mais atenção como: fábricas, indústrias, salas para artesanato, salas de aula,

academias, clínicas, hospitais, farmácias, ambientes corporativos, entre outros.

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O tipo de luz instalado em um ambiente pode intensificar, amenizar ou interferir nas cores ali

presente. Um exemplo são as paredes escuras que podem sofrer alterações de cor quando se instala

uma luz quente (que tenham tons mais amarelados e alaranjados) no ambiente. Neste caso, o ideal é

optar pela instalação de luz fria que não irá alterar a cor das paredes.

Para escolher o tipo de lâmpada que irá constituir o projeto lumínico, é importante conhecer as

definições a seguir, as quais são encontradas nas especificações de lâmpadas existentes no mercado

brasileiro:

Fluxo luminoso (lumen): refere-se à quantidade de luz emitida. A intensidade de uma lâmpada é

medida em lumen (intensidade de luz) e quanto maior essa taxa mais forte será a luz, portanto, é
a principal informação a ser verificada na embalagem da lâmpada.

Watts: quantidade de energia que uma lâmpada consome para funcionar. Exemplo: as lâmpadas

de LED são as mais eficientes, pois consomem menor quantidade de energia.

Voltagem: medida de tensão elétrica usual no Brasil. Dependendo da cidade, varia entre 110V ou

220 V.

Índice de Reprodução de Cor (IRC): mede de 0 a 100 a fidelidade com que uma determinada luz
permite que vejamos as cores dos objetos. Lâmpadas que possuem IRC entre 80 e 100

reproduzem as cores com maior fidelidade. Exemplo: ao vestir uma calça preta em um ambiente

que não esteja com a iluminação adequada em casa e quando sai de casa verifica que a calça é

azul marinho e não preta.

A Figura 20 demonstra as especificações de uma lâmpada do tipo Pera em LED da empresa Avant.

Figura 20 – Lâmpada em LED modelo Pera da Avant

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Potência 7W,9W

Temp. de cor 6500K

Tensão 12V

Base E27

Garantia 1 ANO

Índice de proteção IP20

IRC 80

Crédito: Jefferson Schnaider.

Atualmente, existe no mercado brasileiro uma variedade de lâmpadas, cabe ao designer de

interiores a partir do conhecimento da necessidade de seu cliente desenvolver um projeto lumínico que

atenda aos parâmetros (distribuição da luminância, iluminância, ofuscamento, direcionalidade da luz,

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aspectos da cor da luz e das superfícies e da luz natural) que contribuem para que um ambiente

proporcione conforto luminoso.

TEMA 4 – LUMINOTÉCNICA

A luminotécnica (luminotecnia) refere-se ao estudo da aplicação de iluminação artificial em

ambientes interiores e exteriores e deve ser desenvolvido em função da necessidade do usuário quanto
a funcionalidade e conceito estético do ambiente, de acordo com as ações a serem ali executadas.

Um projeto luminotécnico desenvolvido para atender a função de um ambiente (exemplo: sala de

tv, sala de estudo, dormitório etc.) tem como objetivo propiciar a sensação de bem-estar aos seus

usuários.

Deve-se, portanto, considerar a atividade a ser exercida em cada ambiente. Por exemplo: uma sala

de leitura que atende a diferentes usuários a utilização de luzes brancas ou frias são recomendáveis,

pois auxiliam na concentração o que facilita a leitura. A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 recomenda o

nível de iluminância de 500 Lux para esse ambiente.

O projeto de iluminação de um ambiente deve ser definido de preferência na fase do projeto

executivo, para que o engenheiro possa, baseado em normas específicas, realizar o projeto de
instalações elétricas no qual serão detalhadas as informações relacionadas à eletricidade, como pontos

no teto, pontos na parede, pontos no piso, a localização dos interruptores e das tomadas, entre outros.

Caso isto não seja possível, o designer de interiores tem duas opções: desenvolver a iluminação

respeitando o projeto elétrico existente, evitando incidentes com a instalação elétrica da edificação, ou

solicitar ao proprietário da obra que contrate um engenheiro elétrico para adequar a instalação elétrica

ao novo projeto de iluminação.

Os tipos de iluminação são classificados em:

Iluminação direta: a luz é direcionada para incidir sobre um ponto específico. Evite posicioná-la

em locais de permanência como sofá da sala, pois torna-se desconfortável para o usuário.
Utilizadas em luminárias para ambientes, como home office, salas de estudo, mesas de refeição,

bancada de trabalho na cozinha, quartos, locais destinados à leitura, salas e banheiros. São

exemplos: luminárias sobre a mesa de trabalho, pendentes sobre mesas de jantar (Figura 21).

Atualmente, a lâmpada mais indicada para iluminação direta é a luz branca de LED, pois não

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emite raios infravermelhos e ultravioletas, portanto, não aquece o ambiente, não atrai insetos e

não modifica a cor dos objetos.

Figura 21 – Iluminação artificial direta: pendente

Crédito: Chotirot/Shutterstock.

Iluminação indireta: a luz chega até a nossa visão através de uma superfície refletida do ambiente

(parede ou teto), portanto, não atinge diretamente os olhos do usuário. Utilizadas em luminárias

para ambientes, como hall de entrada, home office, quartos, cozinhas, salas (jantar e de estar). São

exemplos: sancas de gesso com iluminação embutida e luminárias, cujo design proporcionam o
efeito de luz indireta. Esse tipo de iluminação é mais eficaz em superfícies de reflexão clara (uso

de cores claras onde a ela estiver instalada) sendo muito utilizadas em quartos e salas (Figura 22).

Para esse tipo de iluminação, indica-se o uso das lâmpadas fluorescentes amarelas ou fitas de LED

amareladas, pois essa tonalidade de lâmpada ajuda a criar um ambiente mais aconchegante.

Figura 22 – Iluminação artificial indireta: sanca de gesso com iluminação embutida

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Crédito: Irina Borsuchenko/Shutterstock.

Iluminação difusa: ilumina o ambiente de forma confortável, sem gerar contrastes ou sombras

sobre os objetos ou móveis, pois utiliza-se um anteparo (acrílico, vidro ou tecido) na frente da

lâmpada para filtrar a luz. São exemplos: abajur com cúpula de tecido e plafons com vidro leitoso

utilizados em salas e quartos (Figura 23). Para esse tipo de iluminação, indica-se o uso das

lâmpadas de tonalidade amarelada com o objetivo de proporcionar sensação de conforto ao

ambiente.

Figura 23 – Iluminação artificial difusa: abajur com cúpula de tecido

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Crédito: Natalya Lys/Shutterstock.

Iluminação linear: a iluminação é feita por meio de linhas contínuas de luz em diferentes direções.

Ela pode ser instalada sobreposta ou embutida, podendo ser utilizada em praticamente todos os

cômodos, ou seja: salas, quartos, banheiros e até garagens. Seu uso é comum em supermercados,

lojas, fábricas (Figura 24). Para esse tipo de iluminação, são utilizadas lâmpadas LED.

Figura 24 – Iluminação artificial de LED linear: sobreposta

Crédito: yanin kongurai/Shutterstock.

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Iluminação de orientação: tem como função orientar as pessoas durante a sua transição por

ambientes como: hall de entrada, corredores, escadas, áreas de piscina e jardins. A lâmpada fica

embutida no chão ou na parede do ambiente. São exemplos: lâmpadas embutidas instaladas em

corredores (parte inferior de paredes ou em pisos), escadas, próximo a corrimões, jardins e

piscinas (Figura 25). Para esse tipo de iluminação, são utilizadas lâmpadas de LED brancas.

Figura 25 – Iluminação artificial de orientação

Crédito: Kanyapak Lim/Shutterstock.

Iluminação de destaque: lâmpada especial que é utilizada para destacar pontos específicos de um

ambiente ou na decoração. São exemplos: spots que iluminam obras de arte (quadros, estatuas

etc.), revestimentos de paredes, mesas de centro, fachadas de edificações, áreas externas

(paisagismo, piscina, quintais, varandas etc.) (Figura 26). Para esse tipo de iluminação, indica-se o

uso das lâmpadas em LED (AR e PAR).

Figura 26 – Iluminação artificial de destaque: spots

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Crédito: silvae/Shutterstock.

4.1 MODELOS DE LUMINÁRIA

Para que iluminação seja eficiente, é necessário dosar a quantidade e a qualidade de luminárias

utilizadas nos ambientes (residenciais, comerciais e coorporativos) para que as pessoas consigam
desempenhar suas tarefas visuais com conforto visual.

Nos mercados brasileiros, existem diversos modelos de luminárias classificados:

Abajur: proporciona luz indireta e difusa, portanto, são ideais para serem colocados em mesas de

centro, laterais ou de cabeceira. Existem diversos modelos no mercado nacional, e a sua escolha

deve considerar o tamanho da mesa de apoio. Por exemplo, para uma mesa de 60 cm de

diâmetro, o ideal é usar uma cúpula de até 40 cm. Para abajur com cúpula, o ideal é que se usa

lâmpada leitosa (exemplo: lâmpada bulbo de LED), pois irradia a luz de maneira uniforme (Figura

27).

Figura 27 – Iluminação artificial: abajur

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Crédito: Real Vector/Shutterstock.

Arandelas: luminárias que ficam presas na parede e proporcionam luz difusa. Geralmente, em

dormitórios são usadas como luz de cabeceira ao ser instaladas entre 1,00m e 1,10 m de altura e

em muros, banheiros e lavabos são instaladas entre 2,00m e 2,20 m para casas com pé-direito

normal (entre 2,50 e 2,80 m). A escolha da lâmpada irá depender do tipo de destaque desejado,

geralmente, usa-se luz amarela para dar sensação de aconchego.

Figura 28 – Iluminação artificial de destaque: arandelas

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Crédito: Chatchawal Kittirojana/Shutterstock.

Spots: o facho de luz direcionado é utilizado para destacar objetos de decoração como quadros

ou detalhes em paredes, sendo complementar para outros tipos de iluminação. Os tipos de


lâmpadas mais utilizados são o AR e o PAR (facho de luz na forma de círculo), e a escolha da luz

dependera do efeito visual que se deseja no ambiente.

Os modelos comercializados atualmente são:

Spots de sobrepor: instalado no teto sua estrutura permite direcionar as lâmpadas para pontos

diferentes do ambiente que necessita de uma iluminação direcionada (escritórios, lojas, salas de

estar) (Figura 29).

Figura 29 – Iluminação artificial de destaque: spots de sobrepor

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Crédito: ericlefrancais/Shutterstock.

Spot de trilho: formado por uma barra eletrificada a qual permite direcionar as luzes indiretas

conforme a necessidade de iluminar diferentes pontos de acordo com a disposição dos móveis
ou objetos no ambiente. A escolha da luminária spot trilho dependerá do local em que esta será

instalada, pois interfere no tamanho do trilho eletrificado (Figura 30).

Figura 30 – Iluminação artificial de destaque: spots de eletrificado

Crédito: kyrychukvitaliy/Adobe Stock.

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Spot de embutir: esse modelo é embutido em tetos de gesso, madeira ou PVC, sendo constituído

por um ponto de luz direcionada para dar ênfase a móveis e objetos de decoração (Figura 31).

Figura 31 – Iluminação artificial de destaque: spots de embutir

Crédito: Nikita Rublev/Adobe Stock.

Plafons: esse modelo de luminária pode ser instalado embutido no gesso ou sobreposto no teto

do ambiente em diferentes formatos (redondos, retangulares, circulares) e tamanhos. Distribuem

a luz branca de forma homogênea são consideradas ideias para ambientes que necessite de mais

atenção (exemplo: cozinha e banheiro) e a luz amarela é mais utilizada em ambientes para relaxar

(exemplo: quartos e salas de TV ou estar) (Figura 32).

Figura 32 – Iluminação artificial geral: plafon de sobrepor

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Crédito: Habrda/Shutterstock.

Luminária de teto: funcionais, pois iluminam de forma direta o ambiente, facilitando as funções a
serem desempenhadas no local (cozinhas, lavanderias, área de serviço). Variam conforme a

quantidade de lâmpadas utilizadas em função da necessidade dos ambientes. Os painéis de LED

embutidos são as opções mais econômicas, pois não necessitam de lâmpadas, sendo que os

painéis de LED de sobrepor podem ser instalados em qualquer tipo de teto (Figura 33). A escolha

da luz irá depender da funcionalidade do ambiente.

Figura 33 – Iluminação artificial de teto

Crédito: limipix/ShutterStock.

Pendentes: causam um grande efeito visual no design de um ambiente, entretanto, é necessário

considerar as suas dimensões, dependendo do local o qual será instalado (Figura 34). Geralmente,

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são utilizadas lâmpadas leitosas amarelas ou com difusores, dependendo do modelo do

pendente, e a altura do pendente irá variar:


30 cm a 50 cm de altura da base de uma mesinha lateral.

80 cm a 90 cm de altura da base de uma mesa de jantar.

200 cm a 210 cm de altura do chão.

Figura 34 – Iluminação artificial: pendente

Crédito: abdelgawad ali/Shutterstock.

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Lustres: diferente dos pendentes, os lustres são encontrados no modelo clássico (possuem várias

luzes de cristais) e modelos mais modernos (palha, metal, madeira que utilizam lâmpadas de LED).

São indicados para espaços mais amplos como salas de estar e de jantar considerando-se a

necessidade de se ter pé-direito mais alto que o padrão (2,50m a 2,80 m) no ambiente para evitar

desconforto visual (Figura 35).

Figura 35 – Iluminação artificial: lustres

Crédito: Vitalii1/Shutterstock.

Luminária de piso: considerada uma peça de iluminação de auxílio, seu uso permite que se

posicione a luz onde for necessário. Atualmente, existem luminárias de piso com diferentes

efeitos de iluminação dependendo, seja no modelo com cúpula que usa lâmpada (madeira ou

tecido) para transmitir uma sensação de conforto ao ser colocada ao lado de uma poltrona ou do

modelo spot articulável que usa luz branca para auxiliar um canto de leitura (Figura 36).

Figura 36 – Iluminação artificial: luminária de piso

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Crédito: NiglayNik/Shutterstock.

Luminária para móveis: esse tipo de luminária pode ser embutida em armários, closets e camas,

sendo que os modelos mais utilizados são os spots de embutir e as fitas de LED que não emitem

calor para que não danifiquem os móveis ou os que estejam objetos ao seu redor (Figura 37).

Figura 37 – Iluminação artificial de destaque: luminária para móveis

Crédito: mosstan/Adobe Atock.

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Placa de LED (Light Emitting Diode): é um componente eletrônico que emite a luz visível ao

transformar a energia elétrica em energia luminosa, pois as lâmpadas distribuídas de forma


uniforme por toda a placa usam um filamento metálico na transformação de energia elétrica. São

eficientes energeticamente por apresentar uma vida útil mais longa (50.000h) em comparação às

lâmpadas tradicionais com economia de até 80%. Utilizados para ambientes que demandam

maior atenção como: escritórios, fabricas, consultórios etc. (Figura 38). São nacionalmente

comercializadas nos seguintes modelos:

Embutir: são mais finas e instaladas dentro do teto, sendo recomendadas para tetos com fundo

falso compostos por materiais, como gesso, madeira ou pvc.

Sobrepor: são mais grossas e são instaladas sobre o teto, sendo indicadas para tetos como os de

alvenaria.

Figura 38 – Iluminação artificial geral: placa de LED

Crédito: osen/Shutterstock.

TEMA 5 – APLICAÇÃO PRÁTICA EM DESIGN DE INTERIORES:


PROJETO LUMINOTÉCNICO

Neste tópico, será apresentado o projeto luminotécnico realizado no ano de 2018 para a academia

de Taekwondo ATA Leader Team Ecoville, localizada na cidade de Curitiba, no bairro Campo Comprido,

sala 7, no térreo do edifício comercial Eurobusiness.

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O Eurobusiness é um edifício comercial construído empregando-se os conceitos sobre

bioclimatismo (tentar aproveitar ao máximo os recursos naturais e usar novas tecnologias construtivas

para reduzir o impacto ambiental), portanto, apresenta altos níveis de eficiência e sustentabilidade que

resultou na conquista do selo LEED PLATINUM.

O selo LEED é um sistema internacional de certificação ambiental para edificações, composto por

quatro categorias, cujo objetivo é incentivar projetos e obras sustentáveis: é utilizado em mais de 160

países.

As fachadas (frontal, laterais e do fundo) são constituídas por vidro (structural glazing), portanto,
recebem incidência solar durante todo o dia, o que possibilita que a luz natural seja aproveitada desde

o início da manhã até o entardecer (Figura 39).

Figura 39 – Edifício Eurobusiness Ecoville (Curitiba-PR)

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Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

5.1 PROJETO LUMINOTÉCNICO DA ACADEMIA ATA MARTIAL ARTS ECOVILLE

Para desenvolver um projeto luminotécnico eficiente, buscou-se balancear o uso da luz natural e
da luz artificial, com o objetivo de conseguir conforto visual em todas as atividades a serem executadas

pelos alunos e professores que utilizam o espaço em diferentes períodos do dia.

A sala da academia ATA Martial Arts Ecoville localiza-se no térreo da fachada frontal do edifício

Eurobusiness e possui dois pavimentos, sendo o pavimento 1 com área de 99,95 m2 e o pavimento 2

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(mezanino) com área de 61,84 m2 onde são realizadas as aulas de segunda a sábado das 8:00h às

20:00h com turmas de no máximo 15 alunos em cada tatame, classificados por idade:

Tigers = 3 a 6 anos

ATA Kids = 7 a 12 anos

Adulto = a partir de 13 anos até idosos

A entrada principal da sala localiza-se no 1º pavimento e foi executada em vidro temperado,

portanto, recebe a incidência dos raios solares do início ao final da tarde (face Oeste) (Figuras 40 e 41).

Figura 40 – Fachada Frontal: ATA Martial Arts Ecoville

Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

Figura 41 – Fachada Frontal: ATA Martial Arts Ecoville – Sol da Tarde

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Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

Para elaborar o projeto luminotécnico, considerou-se

A função do ambiente (aulas de Taekwondo).

O horário de funcionamento (das 8:00h às 20:00h).

Idade dos alunos (crianças de 3 anos até idosos).

As áreas dos pavimentos (pavimento 1 = 99,95 m2 e o pavimento 2 (mezanino) = 61,84 m2).


A altura do pé direito dos pavimentos (pavimento 1: h=2,30m embaixo do mezanino e h=5,15m

na parte da frente da sala e do pavimento 2: h = 2,47m).

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As cores das paredes (brancas), do teto (branco gelo) e do piso (porcelanato com imitação de

madeira na cor tabaco e tatames em EVA preto).

Análise do projeto elétrico da sala 7 do edifício Eurobusiness, aprovado pelo Setor de Urbanismo

da PMC (Prefeitura Municipal de Curitiba) e assinado por engenheiro elétrico responsável técnico

com o objetivo de desenvolver um projeto luminotécnico que atenda as especificações aprovadas


(caso fosse necessário realizar alterações na elétrica – exemplo: inserir novas tomadas,

interruptores ou redimensionar o sistema para atender a novos pontos de iluminação), que foi

executada, seria solicitado ao proprietário da sala que contratasse um engenheiro elétrico para

redimensioná-la.

O projeto luminotécnico desenvolvido para a sala 7 (Figura 42) foi enviado para o engenheiro

elétrico que presta serviços para o proprietário da academia ATA Martial Arts Ecoville para a atualização

do projeto elétrico e nova aprovação perante os órgãos públicos competentes (PMC, Corpo de

Bombeiros etc.), pois cabe a ele a responsabilidade técnica pelo projeto e a execução elétrico da sala.

A prancha contendo o projeto luminotécnico enviado ao engenheiro elétrico estará disponível em

formato PDF (escala 1:50) no Material Complementar, dentro da sala de aula virtual.

Parte do teto do 1º pavimento que está localizado embaixo do mezanino, originalmente em

concreto, foi pintado na cor branco neve para manter a sensação de amplitude do ambiente,

aproveitando a luminosidade natural que incide no ambiente durante o dia e auxiliando na distribuição

eficiente de luminosidade artificial instalada para o uso do período da noite.

No teto do pavimento 2 (constituído pelo teto do mezanino e parte do teto do 1º pavimento), foi

usado forro removível (62 x 62 cm) de dryall instalado sob perfil de T de aço, chumbado nas paredes,

onde foram escondidos os fios e eletrodutos instalados pela empresa que realizou a construção do

edifício Eurobusiness.

Figura 42 – Planta do Projeto Luminotécnico: ATA Martial Arts Ecoville

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Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

A seguir, iremos realizar um cálculo simples para obter a quantidade de lâmpadas que foram

instaladas do pavimento 2 (mezanino) da sala 7 com área de 61,84 m2 e pé-direito h = 2,47m,

considerando que as paredes e teto estão pintados na cor branca.

Passo 1: saber quantos LUX é necessário para o ambiente. Para isto, é preciso conhecer a área do

pavimento 2 (mezanino):

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A = Área do Mezanino (medidas foram realizadas no local)

A = 61,84 m2

Passo 2: calcular a quantidade de lumens (LU) necessários para o pavimento 2 (mezanino):

LU = Lux x Área do Ambiente (m2)

Em que:

O valor de LUX é verificado na ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 na tabela: planejamento dos

ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância, limitação de ofuscamento e

qualidade da cor.

Tabela 2 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação da iluminância,

limitação de ofuscamento e qualidade da cor – ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Crédito: ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, 2022

Portanto, na Tabela 2:

LU = lux (salas para exercícios físicos) x área do mezanino

LU = 300 x 61,84

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LU = 18552 (quantidade de iluminação necessária para o ambiente).

Passo 3 – Escolher o tipo de lâmpadas disponíveis no mercado nacional verificando-se na

embalagem da lâmpada o valor de lumens igual ou maior que LU = 18552 que foi calculado no Passo

2.

Foi escolhida a lâmpada: painel LED Embutir 60x60 cm cujas informações técnicas foram retiradas

da embalagem do produto e estão descritas na Tabela 3:

Tabela 3 – Informações Técnicas da Iluminação Geral Painel LED Embutir 60x60 cm

Informações Técnicas:

Potência: 40W

Lumens: 3000 lm

Cor da Luz: 6000K (Branco Frio)

Voltagem: 85~245V

Fator de potência: > 0,92

Painel de embutir cor: branco (borda)

Medidas 618 x 618mm (nicho com 595mm)

Crédito: dados do Projeto Elétrico da Sala 7 do Edifício Eurobusiness, 2018.

Portanto, para 1 Lâmpada LED de Embutir = 40watts 60 cm (comprimento) = 3000 lumens.

Passo 4 – Para saber o número de lâmpadas a serem instaladas no mezanino dividir a quantidade

de lumens (LU) pela quantidade de lumens da lâmpada LED de Embutir escolhida:

Q= LU/Lumens (da lâmpada escolhida)

Q = 18552/3000

Q = 6,18 (aproximar esse valor para cima), portanto:

Q = 7 Lâmpadas

Os cálculos realizados demonstraram que 7 lâmpadas Painel LED Embutir 60x60 cm seriam

suficientes para iluminar a área do mezanino (61,84 m2), atendendo a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013,

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entretanto, o cliente com o aceite do engenheiro elétrico responsável pela obra optou por aumentar o

número de luminárias instaladas.

Foi definida a instalação de 12 lâmpadas Painel LED Embutir 60x60 cm na cor branca (Figura 43 e

44) para a iluminação geral e 2 lâmpadas LED quadradas de embutir de 9x9cm na cor branca (Figura

45) para destacar textos impressos nas paredes do mezanino da academia sem alterar as especificações
do projeto elétrico aprovado pelo Setor de Urbanismo da PMC (Prefeitura Municipal de Curitiba) e

assinado por engenheiro elétrico responsável técnico.

Figura 43 – Iluminação Geral em LED Instalada no Mezanino: ATA Martial Arts Ecoville

Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

Figura 44 – Extrato da Planta Baixa da Iluminação Geral e de Destaque em LED e Instalada no Mezanino:

ATA Martial Arts Ecoville

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Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

Figura 45 – Iluminação Geral em LED e Instalada no Mezanino: ATA Martial Arts Ecoville

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Crédito: Mônica Inês dos Santos Pires.

TROCANDO IDEIAS

Para ilustrar os conceitos apresentados nesta etapa, acesse o link a seguir e leia o artigo sobre

Conforto Luminoso em Ambientes Internos. Disponível em: <https://blog.archtrends.com/iluminacao-d

e-ambientes/>. Acesso em: 19 set. 2022.

NA PRÁTICA

A partir do conteúdo estudado nesta etapa, pesquise sobre o seguinte tema: as lâmpadas

inteligentes têm sido utilizadas em projetos luminotécnicos em “casas inteligentes”, onde o uso da

tecnologia visa garantir mais conforto, segurança e praticidade aos moradores ao serem conectadas à

internet com controle através o celular.

O que são lâmpadas inteligentes?

Como funcionam as lâmpadas inteligentes?

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Como escolher a lâmpada inteligente ideal para um projeto luminotécnico?

FINALIZANDO

Nesta etapa, foi apresentado no Tópico 1 o conceito sobre Conforto Luminoso.

No Tópico 2, foi abordado sobre como a luz natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica)

influenciam na percepção da cor em um ambiente.

No Tópico 3 foi abordado como a luz, seja natural (luz do sol) ou artificial (iluminação elétrica),

pode gerar desconforto visual principalmente quando causado pelo ofuscamento.

No Tópico 4, foi descrito sobre a luminotécnica (luminotecnia) para uso em ambientes interiores e

exteriores.

O Tópico 5 demonstra um cálculo simples realizado para obter a quantidade de lâmpadas que

foram instaladas no mezanino da sala 7 (área de 61,84 m2 e pé-direito h = 2,47m) do edifício

Eurobusiness, localiza-se na cidade de Curitiba.

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR ISO/CIE 8995-1:2013: iluminação de ambientes de trabalho (substituiu a NBR 5413:

Iluminância de Interiores).

ABNT. NBR 1557: edificações habitacionais – Desempenho.

ABNT. NBR15215-3: de 3/2005 – Iluminação natural – Parte 3: procedimento de cálculo para a

determinação da iluminação natural em ambientes internos. ABNT: 2005.

ABNT. NBR15220-1: de 5/2005 – Desempenho térmico de edificações Parte 1: definições, símbolos

e unidades. ABNT: 2005.

DENT, B. D. Principles of thematic map design. 5. ed. Reading, MS: Addison-Wesley, 1999. p. 288-

308.

GOMES, J.; VELHO, L. Computação gráfica. Rio de Janeiro: IMPA/SBM, 1994.

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