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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ – UNIFAP

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PROGRAD


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - DCET
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO – CAU

CONFORTO AMBIENTAL I

COMPONENTES E ESTRATÉGIAS DE
ILUMINAÇÃO NATURAL
AULA 2 - MINISTRADA PELO PROF. ME. BRUNO SILVA
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL

A classificação e análise de componentes de iluminação apresenta a seguir, conforme


Baker et. al. (1993), baseia-se na distinção de dois agrupamentos básicos:

• Componentes de condução da luz: é o próprio espaço. Serve de guia para a


distribuição natural da luz, tornando-se a conexão dos componentes de passagem;
• Componentes de passagem de luz: permitem a passagem de luz de um ambiente
iluminado para o outro;
• Elementos de controle: estão associados aos elementos de passagem de luz para
que haja o controle dessa passagem, podendo ser total, parcial ou nula.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL

COMPONENTES DE CONDUÇÃO DE LUZ


COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
COMPONENTES DE PASSAGEM DE LUZ
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ – SUPERFÍCIES DE SEPARAÇÃO

Janelas Panos de vidro


COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ – TELAS FLEXÍVEIS

Toldos Cortinas
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ – TELAS RÍGIDAS

Beiral Marquise
Obs: prateleiras de luz podem ser consideradas telas rígidas também.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ – FILTROS SOLARES

Cobogós Venezianas Persianas


(originais do Brasil)
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ELEMENTOS DE CONTROLE DE LUZ – PROTEÇÕES SOLARES

Brises horizontais Brises verticais Associações e formas


irregulares e/ou orgânicas
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
CLASSIFICAÇÃO DAS ABERTURAS LATERAIS
As aberturas laterais nos envoltórios das edificações (paredes) são componentes que
proporcionam a ligação entre ambientes internos e externos.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS LATERAIS – JANELAS
“Os olhos da edificação”. As janelas possuem diversos tamanhos, tipos de acabamento,
formas de aberturas e fechamentos translúcidos ou transparentes, simples ou
compostos. Geralmente são móveis para permitir a passagem de ventos e incorporar
dispositivos de proteção solar. *Janelas não permitem a circulação de pessoas.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS LATERAIS – JANELAS
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS LATERAIS – SACADA SEM COBERTURA

Iguais as janelas, só que com a permissão de passagem de pessoas.


COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS LATERAIS – PAREDE TRANSLÚCIDA
Promovem a difusão admitida da luz proporcionando iluminação interna homogênea. Podem
ser em blocos de vidro ou qualquer elemento com propriedades translúcidas. Estes
elementos fazem parte da composição estrutural da edificação.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS LATERAIS – PAREDE CORTINA (ENVIDRAÇADA)
Paredes de separação dos ambientes exteriores e interiores, formadas por materiais
transparentes ou translúcidos sem função estrutural. Permite a admissão da luz e calor
solares, visão externa mas, em geral, não permite a passagem de ventilação natural.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
ABERTURAS ZENITAIS
• Conceituada segundo a NBR 15215-1:2005 como “a porção de luz natural produzida pela
luz que entra através dos fechamentos superiores dos espaços internos”;
• A iluminação zenital tem duas principais vantagens sobre a iluminação lateral: permite
uma iluminação muito mais uniforme (desde que bem trabalhada); e recebe muito mais
iluminação natural ao longo do dia;
• A principal desvantagem é proteger os espaços internos da radiação solar direta
indesejável.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS - SHEDS
Abertura lateral superior que permite iluminação direcionada e que, na maioria das vezes,
incide de maneira indireta no ambiente. Pode ser usado para ventilação natural também.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – CLARABOIA
Estrutura horizontal de iluminação zenital. Ela tende a favorecer um maior aumento da
temperatura interna: portanto, deve ser bem estudada.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – ATRIO
Variante da claraboia, o átrio apresenta as mesmas características com a diferença de que
geralmente está localizado em ambientes de baixa permanência (circulação), centralizado na
edificação e, muitas vezes, possui aspecto piramidal.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – DOMO OU CÚPULA
Variante da claraboia, o domo ou cúpula apresenta as mesmas características. O que o
difere é seu formato abobadado ou semi-esférico.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – MANSARDA
Variante da claraboia, a mansarda apresenta as mesmas características com a diferença de
que se encontra inclinada e pode receber uma quantidade mais específica de radiação
dependendo de sua orientação e de seu grau de inclinação.
Por poder se encontrar na borda vertical e horizontal da edificação, tem características
mistas de iluminação lateral e zenital.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – LANTERNINS
Aberturas laterais na cobertura que permitem a incidência de luz indireta na edificação. Em
alguns casos pode também ser projetada para ventilação natural.
COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO NATURAL
TIPOS DE ABERTURAS ZENITAIS – DUTO DE LUZ
Permitem a incidência de luz difusa no interior da edificação. A iluminação natural ocorre
através de um duto que vai da parte mais externa da cobertura até o ponto onde se projeta a
luz. Para que haja o bom funcionamento, as superfícies deste duto de luz devem ter
características altamente reflexivas.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
PÁTIOS E ATRIOS
A forma da edificação pode influenciar na
disponibilidade de iluminação natural de uma
edificação. Em casos onde se tem espaços
internos muito amplos, com grandes vãos, a
luz natural pode não alcançar certas áreas
da edificação.
Isto pode ser evitado, ou pelo menos
amenizado com a criação de pátios ou átrios,
tendo ou não fechamento com vidros.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
PÁTIOS E ATRIOS
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
PRATELEIRAS DE LUZ
As prateleiras de luz ( ou light shelvs) permitem a
entrada de luz natural difusa, ventilação natural ao
mesmo tempo que evita a radiação solar direta no
interior do ambiente. Se colocadas na altura da vista
humana e associados com brises ou persianas, evitam o
ofuscamento.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
PRATELEIRAS DE LUZ
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
PRATELEIRAS DE LUZ
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
FORMA E DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS

• A forma das aberturas influencia a distribuição de luz. No caso de uma janela contínua,
por exemplo, a distribuição da luz será homogênea no espaço; já no caso de diminuir o
tamanho e ter mais de duas janelas, a iluminação torna-se menos uniforme, criando zonas
de contraste entre elas;
• Janelas podem ser posicionadas em mais de uma parede para favorecer iluminação
bilateral e aumentar a área de iluminamento no ambiente. Se estiverem em paralelo,
auxiliam também na ventilação cruzada respeitando a diferença de proporção das
aberturas;
• Janelas posicionadas em paredes adjacentes reduzem o contraste e, consequentemente,
o ofuscamento porque iluminam a parede ao lado em que a outra janela está;
• A NBR 15220:2005 indica grandes aberturas para a cidade de Macapá (>40% da área do
piso), mas lembre-se de que elas devem estar protegidas da radiação direta durante o ano
todo.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
FORMA E DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
FORMA E DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
FORMA E DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
FORMA E DISTRIBUIÇÃO DAS ABERTURAS
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
ORIENTAÇÃO

• Em teoria, a melhor orientação para a iluminação natural é a Norte, devido a incidência


mais frequente de luz natural; a segunda melhor seria a orientação ao Sul, pois apesar de
menos intensa ela é constante durante o ano todo; já as piores seriam as Leste e Oeste
pois recebem luz solar com maior intensidade no verão e menor no inverno, dificultando o
projeto de proteções solares, que devem considerar ângulos de altura solar muito baixos.
• É necessário pontuar a existência de outras variáveis que não somente a luz natural ao se
orientar aberturas. Além do fato de haver variações na própria geometria da insolação em
diferentes latitudes, há de se considerar também os tipos de céus no ano, os ganhos
térmicos por radiação solar direta e a ventilação natural no ambiente;
• A disposição espacial dos ambientes internos é também influenciada pela orientação das
aberturas e vice-versa.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
ORIENTAÇÃO

Exemplo para o Rio Grande do Sul


ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

• A cor é resultado da reflexão da luz solar em um determinado corpo. Se relaciona com o


próprio espaço e com a visão humana;
• As cores podem influenciar na percepção espacial do ocupante, proporcionando
diversas sensações dependendo de sua distribuição nas paredes, no teto, na cobertura,
no piso e nos elementos que compõem este espaço (mobiliário);
• A percepção da cor no ambiente construído é uma variável subjetiva, pois muda de
indivíduo para indivíduo (fisiologicamente e psicologicamente), muda com o passar do
tempo (dia e ano), muda de acordo com a orientação espacial e muda de acordo com a
cultura local (o significado da cor);
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Ampliar – tons claros em


todas as faces do
ambiente dão sensação
de amplitude. Ideal para
ambientes pequenos.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Compactar – tons
escuros em todas as
faces do ambiente dão
sensação de diminuição
do espaço. Pode ser
usado para dar a
sensação aconchego,
intimismo.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Rebaixar – destacar uma


cor no teto cria a
sensação de que o pé-
direito do espaço
diminuiu.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Alongar – combinar
paredes mais escuras que
o teto reforçam as linhas
horizontais dando a
sensação de alongamento.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Alargar – paredes laterais


mais claras que o fundo e
o teto conseguem alargar
ambientes estreitos.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Estreitar – paredes
opostas mais escuras que
o fundo e o teto podem
estreitar o ambiente,
aproximando a percepção
do campo visual lateral do
ocupante.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Destacar – manter uma


única parede com cor
diferente das demais dá
destaque a ela. Cria-se, na
percepção do campo visual,
um ponto de foco por se
refletir mais a luz (cuidado
com o ofuscamento!).
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Encurtar o ambiente –
tons escuros contrastando
com tons claros nas
demais paredes
aproximam a percepção
do campo visual frontal do
ocupante, além de
destacar a parede.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES

Encurtar a parede –
pintura a meia parede
também dão a sensação
do encurtamento do pé
direito.
ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO
CORES
Pinturas geométricas podem ser associadas com texturas e outros elementos do ambiente
para o setorizar e destacar uma parte dele.
REFERÊNCIAS

LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética


na arquitetura. [3.ed.] Rio de Janeiro,2014.
Ler Capítulo 5.
PEREIRA, Fernando O. R. Iluminação Natural no Ambiente
Construído. III Encontro Nacional e I Encontro Latino-Americano de
Conforto no Ambiente Construído. Gramado, 1995.
GONÇALVES, Joana C.S. et. al. Iluminação Natural e Artificial.
PROCEL-EDIFICA. Rio de Janeiro, 2011.

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