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Joene Silva
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Estratégias para luz natural: sistemas convencionais e brise-soleil... Joene Silva
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correto.
Há ainda a classiÞcação dos brises em Þnito
!
e inÞnito, em relação à dimensão, confor-
" #
me Frota & Schiffer (2000). Os Þnitos pos-
suem comprimento, vertical ou horizontal,
Þnito, ou seja, limitado. Enquanto que os
inÞnitos apresentam comprimento teorica-
$ % & ' ' ( ) * + , ' - . . . /
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posto que menos calor chegará a face voltada para 4.1 Ministério do Meio Ambiente: Facha-
o edifício, resultando em temperatura superÞcial da Oeste e brise-soleil vertical
menor;
4.1.1 Caracterização do edifício e brise-
- Se essa face tiver acabamento superÞcial de baixa soleil
emissividade térmica- superfícies metálicas de alto
brilho, mesmo aquecidas, emitem pouca radiação O Ministério do Meio Ambiente foi cons-
térmica- menos calor será emitido para a superfície truído em 1958, juntamente com 11 edifí-
externa do corpo da ediÞcação”. cios de outros ministérios. O projeto apre-
Nota-se a importância do posicionamento senta formato retangular, composto de
do brise-soleil em relação ao alinhamento dez pavimentos expostos à radiação solar,
da fachada e das características dos ma- onde se distribuem os escritórios ao longo
teriais que compõem os mesmos, entre de um corredor central, cujas separações
essas a absortância à radiação solar (ǂ), a são feitas por divisórias de compensado
reßetância à radiação solar (U), condutivi- (Figura 8).
dade térmica (O) e emissividade (H). A ab-
sortância e a reßetância da radiação inci-
dente pelos protetores dependem da cor e
do tratamento de sua superfície.
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cação vizinha a oeste (75m de afastamento) pelo edifício vizinho no quinto pavimento da
no primeiro e quinto pavimento (Figura 15 ediÞcação estudada. Adaptado do Programa
e 16), além da apreciação do décimo pavi- Luz do Sol (RORIZ, 1995).v
mento, onde não há proteção de sombra. No primeiro pavimento, a ediÞcação vi-
zinha é responsável pelo controle solar
na fachada oeste do Ministério do Meio
Ambiente a partir das 15h45min no solstí-
cio de inverno, um pouco após as 16h nos
equinócios e em nenhum horário no solstí-
cio de verão.
O brise-soleil, por sua vez, quando total-
mente aberto, bloqueia a radiação solar até
13h30min no solstício de inverno, entre
11h45min e 12h30min nos equinócios e de
12h às 13h no solstício de verão, aproxima-
damente. Entre janeiro e fevereiro, o brise
vertical praticamente não exerce inßuência
Figura 14- Sobreposição da necessidade de
no controle solar e o intervalo de 13h30min
sombreamento à carta solar. Adaptado do
Programa Luz do Sol (RORIZ, 1995).
às 16h permanece sem proteção o ano in-
teiro (Figura 17 e 18).
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5. SUGESTÕES CORRETIVAS
Concluída a análise, percebe-se que o brise
vertical Þnito não atende à necessidade de
sombreamento em alguns meses, sendo ne-
cessário o fechamento total das lâminas ou
das cortinas internas para evitar a radiação
solar e conseqüentemente os ganhos térmi-
cos e problemas de iluminação excessiva. Figura 25 - Corte AA no térreo, representan-
O brise horizontal apresenta-se como a do a angulação adequada para as lâminas do
brise-soleil.
tipologia mais adequada para o controle
solar da fachada, devendo-se considerar
a interferência da ediÞcação vizinha sobre
o edifício estudado. Dessa forma, dentre
várias especiÞcações possíveis que podem
atender as angulações exigidas, apresenta-
se uma opção de brise horizontal móvel,
com tratamento diferenciado por pavimen-
to, afastado 60 cm da fachada (Figura 24).
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Para agrupar as lâminas possíveis de mo- siva; no entanto, deve-se considerar as car-
vimento, deve-se considerar o tamanho gas térmicas incidentes no ambiente, sendo
mínimo para uma sala, a Þm de oferecer imprescindível a aplicação de elementos de
brises individualizados. Assim, se, com o controle eÞcientes. Com isso, a luz natural
decorrer do tempo e com o surgimento de é Þltrada, redirecionada e/ou difundida,
novas necessidades, houver mudanças na proporcionando a iluminação necessária
posição das divisórias, o risco de ocorrer de forma mais homogênea, reduzindo as
duas salas com um mesmo brise será me- cargas térmicas e conseqüentemente o con-
nor. Os arquitetos devem Þcar atentos na sumo com climatização artiÞcial.
distribuição das divisórias, assim como na
Destaca-se que se deve considerar para o
organização do layout, evitando mobiliá-
projeto do brise-soleil as características do
rio próximo às janelas ou áreas de acesso
edifício, como a orientação das fachadas,
às lâminas.
localização, tamanho e tipos de abertura,
O acesso ao brise-soleil, por sua vez, deve uso dos espaços e a conformação do entor-
ser fácil e seguro. Sugere-se a utilização de no, para dar continuidade às tomadas de
passarela vazada, localizada entre a super- decisão.
fície envidraçada e o quebra-sol, com pro-
Dessa forma, as sugestões para melhoria do
fundidade mínima de 60 cm. Dessa forma,
brise do estudo de caso são apenas idéias
esse elemento oferece segurança ao usuá-
do que pode ser feito, uma vez que uma
rio, facilita a manutenção das peças daniÞ-
mesma máscara de sombra pode gerar vá-
cadas, assim como permite a circulação do
rias conformações de brises. As propostas
ar ao longo da fachada no sentido vertical.
tentaram, onde foi possível, não fugir da
Os brises devem ser executados com mate- idéia inicial do arquiteto.
riais que absorvam pouca radiação, reße-
Também é importante destacar que deve
tindo uma porcentagem maior do mesmo.
haver um interesse do usuário em apren-
De preferência, devem ser pintados em cor
der a utilizar o edifício e seus elementos da
claraaa para contribuir em melhores condi-
melhor forma, zelando por eles, para que
ções térmicas e na distribuição homogênea
os aspectos de funcionalidade sejam man-
da luz natural no interior.
tidos.
Entre os materiais, pode-se citar o perÞl de
A sustentabilidade, qualidade ambiental
alumínio com preenchimento de poliure-
e boa produtividade podem estar juntas,
tano, que retarda a condução do calor ab-
desde que sejam tomadas decisões ade-
sorvido através da lâmina, graças às suas
quadas às condições climáticas locais, por
propriedades. A chapa de aço perfurada
meio da produção de projetos adequados
é outra opção interessante, visto que tam-
e adaptados para capturar a radiação solar
bém controla a iluminação natural, permi-
de forma otimizada.
te ainda a ventilação através das lâminas
e mantém a visão interior-exterior, mesmo
quando fechadas. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
É oportuna a utilização de persianas inter- AMORIM, C.N.D. Iluminação natural e
nas para complementar a atuação do brise- eÞciência energética – Parte II: Sistemas
soleil e proporcionar ao usuário uma maior inovadores para a luz natural. In: Para-
ßexibilidade para obtenção de conforto, noá- Periódico Eletrônico de Arquitetu-
no que diz respeito as questões lumínicas, ra e Urbanismo. V 4. Brasília, nov., 2002.
uma vez que não exerce interferência no Disponível em: http:www.unb.br/fau/
conforto térmico. posgraduacao /cadernos_eletronicos/edi-
cao2002.htm. Acesso em: 02 de jul. 2006.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS BAKER, N., FANCHIOTTI, A., STEE-
MERS, K. Daylighting in architecture: a
O aproveitamento da iluminação natural
European reference book. London: James
evita o uso da iluminação artiÞcial exces-
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