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Trajetória Religiosa

Nasci no dia 20 de março de 1996, cresci em um ambiente familiar com uma grande
variedade religiosa, porem fui batizada na Igreja Católica três meses depois do meu
nascimento, passei pelos três primeiros sacramentos, o batismo, crisma e a eucaristia,
frequentei o catecismo durante o período de 7 a 12 anos de idade, no entanto por diversos
fatos ocorridos em determinado período da minha vida, deixei de seguir o catolicismo e me
encontro atualmente sem uma religião definida.

Meus pais e avôs são católicos, entretanto, tive contato com outras religiões, por parte de tios
e primos, esses foram batizados na Igreja católica mas seguem outras religiões como o
Candomblé, Umbanda, Satanismo, Wica e Adventista, com toda essa variedade e com
algumas idas em benzedeiras, comecei a pensar o por que eu deveria seguir somente uma
religião. Aos 15 anos fui convidada para participar de um retiro espiritual, onde se reuniria
vários jovens desta mesma faixa etária que eu, seriam três dias de acampamento com orações,
palestras e shows de música gospel, aceitei o convite, durante estes dias vivenciei diversos
acontecimentos que me deixaram de certa forma aborrecida com o catolicismo, talvez por ver
a falta de seriedade e respeito que as pessoas demostravam com a religião, vários dos jovens
que se encontravam naquele local não foram com o objetivo de se elevar espiritualmente, e
sim com o objetivo de expor seus desejos carnais e usar drogas; mas não me aborreci apenas
com esses jovens, mas com os padres palestrantes também, que mostraram uma grande
intolerância contra a diversidade sexual que se encontrava naquele ambiente, nesta época eu
estava namorando pela primeira vez, meu namorado e eu não tínhamos começado uma vida
sexual ainda, e mesmo assim me senti muito ofendida, com medo e com um sentimento de
peso e culpa na consciência pelos discursos que o padre deu. Depois deste retiro, passei a ter
mais dúvidas ainda se o catolicismo seria a religião em que eu encontraria uma paz interior e
me fizesse compreender o verdadeiro significado da vida e do que seria Deus, mas esta
indecisão se resolveu aos meus 18 anos, quando decidi realmente parar de seguir o
catolicismo, deixei de frequentar a igreja, de rezar o terço, e de participar de novenas e festas
típicas desta religião, e decidi não pelo fato de não gostar da religião, mas pelo fato de como
os princípios dela foram transmitidos para mim, não conseguia ver algo de bom nela, porque
tudo que eu fizesse ou pensasse estava em julgamento e me fazia sentir prisioneira ,com medo
de tudo até mesmo do meu próprio pensamento.
Após este afastamento passei por um período de reflexão, e certo dia ao acordar, estava me
preparando trabalho, até que me deparei com o dia mais claro e lindo que já havia visto,
escutava passarinhos cantando e uma paz enorme se instalava em minha casa e ao meu redor,
e lá estava eu, tomando um copo de café, apreciando a natureza e pensando em mais nada
além de como eu estava feliz por existir e estar ali, vivendo aquele momento tão magico, a
partir de então percebi que talvez eu não precisasse de uma religião para vivenciar a presença
de Deus e encontrar a paz que eu procurava, eu me senti bem como nunca aquele dia, e desse
dia em diante decidi não adotar nem uma religião. Mas talvez essa minha opinião possa vir a
mudar, pois este ano comecei a fazer faculdade, e uma das disciplinas que tenho, está me
fazendo compreender os diversos tipos de religiões que existe e quem sabe eu encontre em
alguma delas algo que desperte dentro de mim aquela mesma sensação que descrevi acima, se
isso acontecer ficarei muito feliz em aderir esta religião. Recentemente descobri o verdadeiro
significado de uma tatuagem que fiz, o símbolo do on, fiquei satisfeita com o significado e a
religião que ele pertence, o princípio do Budismo vem despertando em mim um certo
interesse em conhecer mais a fundo os seus fundamentos.

Não sei exatamente como se encontra a Igreja católica hoje, pois não tenho pesquisado muito
sobre ela, mas sei que em relação a valores religiosos, éticos e morais o Catolicismo se limita
e não tem uma visão mais abrangente sobre certos assuntos, como o aborto por exemplo,
também sou contra o aborto, porem sou a favor do aborto em caso de estupros e de crianças
que possui deformações no celebro, no caso do estupro concordo em retirar o feto quando ele
ainda se encontra em estado de mórula, onde o bebe ainda não existe e o que se encontra é um
amontoado de células, este pensamento pode ser considerado como desumano, mas penso na
saúde mental tanto da mãe como da criança, e no caso de deformação no celebro, de acordo
com o que estudei, seria ao meu modo de ver uma “tortura” deixar essa criança nascer, pois
ela não teria consciência de si mesma, o que estaria presente aqui na terra seria apenas seu
corpo, que seria judiado por diversos outros problemas que apareceriam e traria grande dor
emocional para os familiares, que ficariam se lamentando por não poder fazer nada para
ajudar o ente querido.

Recapitulando, minha experiência religiosa se resume em um descontentamento e


desligamento com a religião católica e minha descoberta de que talvez não seja necessário ter
uma religião para se sentir em paz e conhecer a Deus, e que estou aberta a mudanças e a
aderir uma religião que que me faça sentir bem por segui-la.

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